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Duas coisas me enchem sempre de novo a alma de admiraçªo e reverŒncia: o cØu estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim. (Emanuel Kant) Quando assumimos a administraçªo da Corregedoria-Geral da Justiça, no dia 1” de fevereiro de 2000, o Desembargador Leo Lima e eu traçamos como objetivo primordial, na linha do que se propôs a nova Administraçªo, a valorizaçªo dos Juízes e dos servidores do Poder JudiciÆrio. Num segundo momento, mas de igual importância, buscamos a integraçªo do Poder JudiciÆrio com a comunidade, desenvolvendo, por meio de programas próprios, atividades de âmbito social com amplos reflexos na jurisdiçªo, visando sempre à verdadeira soluçªo dos conflitos, indo à raiz dos problemas, na maioria das vezes, travestidos de questıes jurídicas, mas cuja soluçªo passa pelo apoio de outras Æreas tØcnicas do conhecimento humano. Na realizaçªo desses objetivos, implementaram-se projetos e medidas de celeridade da prestaçªo jurisdicional, entre os quais se encontra o Projeto Sentença-Zero, abrangendo cível e crime, que jÆ vinha da administraçªo anterior, mas agora com nova roupagem e modalidade de concessªo. Igualmente, priorizou-se a conciliaçªo na Ærea cível como forma de dar uma prestaçªo jurisdicional mais pronta e Ægil, pois Ø sabido que os acordos tŒm um percentual de cumprimento da ordem de 70% a 80%. Importa isso na reduçªo da fase mais difícil e demorada do processo, que Ø a execuçªo da sentença, com reflexos tambØm nos recursos que chegam ao Tribunal de Justiça. Na Ærea criminal, a par da celeridade no andamento dos processos de conhecimento, centrou-se a atençªo na sua Ærea mais crítica, sabidamente, a execuçªo penal, com a finalidade de dar à pena sua real finalidade, que Ø a reinserçªo social do apenado. Para isso, buscou-se, como nªo podia deixar de ser, a parceria da SuperintendŒncia dos Serviços PenitenciÆrios SUSEPE e de entidades privadas, com destaque para a FEDERASUL e a Organizaçªo das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul OCERGS. TambØm, procurou-se facilitar o acesso do jurisdicionado ao Poder JudiciÆrio, por seus advogados, firmando- se com a Empresa Brasileira de Correios e TelØgrafos um convŒnio criando o Sistema de Protocolo Integrado, objetivando a dinamizaçªo na circulaçªo de petiçıes. Assim, o advogado poderÆ protocolar suas petiçıes e recursos na agŒncia de sua comarca, ou onde quer que esteja, com toda a segurança, diminuindo o fluxo de atendimento nas serventias judiciais. Ainda com esse objetivo, foi implantado o sistema de informaçıes processuais na pÆgina do Tribunal de Justiça, abrangendo as comarcas integrantes do Sistema APJ, que representam 52% (cinqüenta e dois por cento) dos processos de todo o Estado do Rio Grande do Sul. Esses os objetivos traçados e alcançados ao tØrmino da Gestªo 2000/2001, como passo a relatar. I ATIVIDADES ESPEC˝FICAS 1. RONDA DA CIDADANIA Apesar das garantias constitucionais e legais, muitos brasileiros sequer conhecem seus direitos ou a forma de assegurÆ-los. Muitos sªo os excluídos, para eles a Justiça Ø inacessível. Outros evitam o Poder JudiciÆrio, por considerar que o Foro ou o Tribunal nªo Ø local para pessoas de bem. Assim, cabe ao Poder JudiciÆrio aproximar-se do cidadªo. O Projeto Ronda da Cidadania nªo Ø pioneiro. Outros Estados jÆ desenvolvem projetos com o objetivo de aproximar o Poder JudiciÆrio do Cidadªo. No Rio Grande do Sul, o Poder JudiciÆrio, em parceria com outras instituiçıes, jÆ desenvolveu e estÆ desenvolvendo projetos objetivando garantir a cidadania. Contudo, cada vez mais, o Poder JudiciÆrio deve-se aproximar da comunidade, ir ao encontro do Cidadªo, só assim cumprirÆ sua missªo de guardiªo da Constituiçªo.

1. RONDA DA CIDADANIA - tjrs.jus.br · A primeira Ronda foi realizada em parceria com a Faculdade Ritter dos Reis, em Canoas, no dia 22 de julho. ... Importante destacar que a solidariedade

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�Duas coisas me enchem sempre de novo a alma de admiração e reverência: o céu

estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim.� (Emanuel Kant)

Quando assumimos a administração da Corregedoria-Geral da Justiça, no dia 1º de fevereiro de 2000, o

Desembargador Leo Lima e eu traçamos como objetivo primordial, na linha do que se propôs a nova Administração,

a valorização dos Juízes e dos servidores do Poder Judiciário.

Num segundo momento, mas de igual importância, buscamos a integração do Poder Judiciário com a

comunidade, desenvolvendo, por meio de programas próprios, atividades de âmbito social com amplos reflexos

na jurisdição, visando sempre à verdadeira solução dos conflitos, indo à raiz dos problemas, na maioria das

vezes, travestidos de questões jurídicas, mas cuja solução passa pelo apoio de outras áreas técnicas do conhecimento

humano.

Na realização desses objetivos, implementaram-se projetos e medidas de celeridade da prestação jurisdicional,

entre os quais se encontra o Projeto Sentença-Zero, abrangendo cível e crime, que já vinha da administração

anterior, mas agora com nova roupagem e modalidade de concessão.

Igualmente, priorizou-se a conciliação na área cível como forma de dar uma prestação jurisdicional mais

pronta e ágil, pois é sabido que os acordos têm um percentual de cumprimento da ordem de 70% a 80%. Importa

isso na redução da fase mais difícil e demorada do processo, que é a execução da sentença, com reflexos também

nos recursos que chegam ao Tribunal de Justiça.

Na área criminal, a par da celeridade no andamento dos processos de conhecimento, centrou-se a atenção

na sua área mais crítica, sabidamente, a execução penal, com a finalidade de dar à pena sua real finalidade,

que é a reinserção social do apenado. Para isso, buscou-se, como não podia deixar de ser, a parceria da

Superintendência dos Serviços Penitenciários � SUSEPE e de entidades privadas, com destaque para a FEDERASUL

e a Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul � OCERGS.

Também, procurou-se facilitar o acesso do jurisdicionado ao Poder Judiciário, por seus advogados, firmando-

se com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos um convênio criando o Sistema de Protocolo Integrado,

objetivando a dinamização na circulação de petições. Assim, o advogado poderá protocolar suas petições e recursos

na agência de sua comarca, ou onde quer que esteja, com toda a segurança, diminuindo o fluxo de atendimento

nas serventias judiciais.

Ainda com esse objetivo, foi implantado o sistema de informações processuais na página do Tribunal de

Justiça, abrangendo as comarcas integrantes do Sistema APJ, que representam 52% (cinqüenta e dois por cento)

dos processos de todo o Estado do Rio Grande do Sul.

Esses os objetivos traçados e alcançados ao término da Gestão 2000/2001, como passo a relatar.

I � ATIVIDADES ESPECÍFICAS

1. RONDA DA CIDADANIAApesar das garantias constitucionais e legais, muitos brasileiros sequer conhecem seus direitos ou a forma

de assegurá-los. Muitos são os excluídos, para eles a Justiça é inacessível. Outros evitam o Poder Judiciário, por

considerar que o Foro ou o Tribunal não é local para �pessoas de bem�. Assim, cabe ao Poder Judiciário

aproximar-se do cidadão.

O Projeto Ronda da Cidadania não é pioneiro. Outros Estados já desenvolvem projetos com o objetivo de

aproximar o Poder Judiciário do Cidadão. No Rio Grande do Sul, o Poder Judiciário, em parceria com outras

instituições, já desenvolveu e está desenvolvendo projetos objetivando garantir a cidadania. Contudo, cada vez

mais, o Poder Judiciário deve-se aproximar da comunidade, ir ao encontro do Cidadão, só assim cumprirá sua

missão de guardião da Constituição.

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1.1. OBJETIVO GERAL

Garantir a inclusão social e o amparo integral da justiça à parcela da população carente, através de

informações e serviços gratuitos prestados na comunidade, em locais previamente selecionados.

1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

� Desenvolver ações de conscientização da população dos seus direitos e deveres.

� Prestar orientação e assistência jurídica.

� Facilitar, através da gratuidade e descentralização, o Registro de Nascimento e respectivas retificações;

o reconhecimento de paternidade; a celebração do casamento civil; a regularização de separações e divórcios;

a realização de acordos em litígios envolvendo alimentos e outros problemas de família ou vizinhança.

� Confecção de documentos (Carteira de Identidade, CPF, Carteira de Trabalho, Cartão do SUS).

� Prestar outros atendimentos nas áreas de educação, saúde ou assistencial, sempre de acordo com o apoio

e participação de outras instituições.

1.3. DESENVOLVIMENTO

O projeto foi lançado em Santa Maria, no dia 30 de maio de 2001, quando se associaram ao Tribunal de

Justiça os seguintes parceiros: Ministério Público Estadual; Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul � AJURIS;

Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Rio Grande do Sul; Defensoria Pública do Estado; Secretaria de

Estado da Saúde do Rio Grande do Sul; Secretaria Estadual do Trabalho, Cidadania e Assistência Social; Federação

das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul � FAMURS; Colégio Registral do Rio grande do Sul; Colégio

Notarial do Brasil, Seção do Rio Grande do Sul; Sindicato dos Registradores Públicos do Rio Grande do Sul; Banco

do Brasil S. A.

No dia 23 de agosto de 2001, no Palácio da Justiça, mais quinze instituições aderiram ao Projeto: Comissão

de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado; Caixa Econômica Federal; SUSEPE �

Superintendência dos Serviços Penitenciários; Instituto Geral de Perícias; Sistema RBS-TV; Brigada Militar; Delegacia

Regional do Trabalho; Mitra da Arquidiocese de Porto Alegre; Faculdades Integradas Ritter dos Reis; Superintendência

Estadual do Instituto Nacional do Seguro Social; Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em

Porto Alegre-RS; Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em Novo Hamburgo-RS; Gerência

Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em Santa Maria; Gerência Executiva do Instituto Nacional do

Seguro Social em Passo Fundo; Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial � Departamento Regional do Rio

Grande do Sul � SENAI em Porto Alegre-RS.

Além dos parceiros que firmaram o termo de adesão, muitos outros, especialmente regionais e municipais,

como Executivos e Legislativos de Municípios, Universidades, Clubes de Serviço, meios de comunicação, estão

participando efetivamente da execução dos objetivos do projeto.

A primeira Ronda foi realizada em parceria com a Faculdade Ritter dos Reis, em Canoas, no dia 22 de julho.

Os dados contabilizados até 12 de dezembro demonstram que já foram realizados 241 (duzentos e quarenta e

um) eventos, e contabilizados 112 (cento e doze) deles, com atendimento de 132.125 pessoas. O serviço mais

procurado foi a confecção de Carteira de Identidade, com 22.513 solicitações. Verificou-se a carência do serviço

em quase todo o Estado. A coordenação do Projeto buscou sensibilizar os Prefeitos Municipais da importância

da instalação do Posto de Identificação para facilitar o acesso da população à obtenção da Carteira de Identidade.

Importante destacar que a solidariedade dos parceiros e dos voluntários é o ponto marcante do Projeto, e o

retorno é a satisfação de todos. Oportuno consignar que o sucesso dos eventos está diretamente ligado ao

interesse e motivação dos magistrados na sensibilização dos parceiros.

2. REDE DE TRATAMENTO BIOPSICOSSOCIAL � JUSTIÇA INTEGRALDiariamente, chegam ao Poder Judiciário demandas que extrapolam os limites da jurisdição. Os magistrados

vêem-se impotentes diante da necessidade de recursos biopsicossociais para a solução efetiva dessas questões

judiciais, quando envolvem conflitos de natureza intrapsíquica ou interpessoal. A dificuldade de algumas pessoas

ou grupos, familiares ou sociais, de lidarem com seus conflitos, não raras vezes, gera diversos processos

judiciais, numa ou em diversas áreas, a saber: familiar, criminal, infância e juventude e até mesmo cível.

Deste modo, muitos delegam ao Poder Judiciário a solução dos seus problemas, cujos sintomas dão a falsa

idéia de serem de natureza jurídica. Muitos dos casos envolvem dependência de drogas, especialmente do álcool,

ou estão relacionados com transtornos mentais e de comportamento. A violência no lar, por exemplo, modo geral,

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envolve todos os componentes, criando e alimentando o abuso, tanto físico como psicológico. É necessário um

corte nessa corrente, para fazer cessar a violência e os danos.

Com base nessas constatações, os operadores do Direito não podem ficar restritos apenas aos elementos

jurídicos das demandas, mas precisam estar atentos às causas desencadeadoras dos litígios. É certo que não

é atribuição do Poder Judiciário oferecer tratamento biopsicossocial aos jurisdicionados. Contudo, não se pode

fechar os olhos a esse problema, até por influir diretamente no aumento da demanda judicial.

Por não dispor de verbas para prestar atendimento terapêutico, além de não ser esta sua função institucional,

o Poder Judiciário, através de projeto da Corregedoria-Geral da Justiça, iniciou um trabalho de integração entre

os operadores do Direito e a rede de saúde, com o objetivo de dar um suporte terapêutico a essas pessoas. Cuida-

se do projeto Justiça Integral, que, por meio da construção da Rede de Tratamento Biopsicossocial, objetiva

oferecer aos jurisdicionados uma eficaz solução dos seus problemas, não se limitando a proferir uma sentença

para solucionar o processo.

As redes sociais, como afirma Elina Nora Dabas, �... son sistemas abiertos que a través de un intercambio

dinámico entre sus integrantes y los de otros grupos sociales, posibilitan la potenciación de los recursos que poseen�

(�Las Practicas de Intervención en Redes Sociales�, 1998, p. 85). O trabalho de rede, como ensina a mencionada

autora, �... implica un proceso de construcción permanente tanto individual como colectivo� (idem, p. 21).

Essa integração possibilita a utilização do potencial terapêutico da crise individual ou familiar, gerada com

a intervenção em nível legal, para também tornar efetiva a abordagem terapêutica. A ausência dessa integração

das abordagens legal e terapêutica não significa apenas perder a oportunidade de um grande potencial terapêutico.

A abordagem legal isolada, muitas vezes, além de falhar em relação ao seu objetivo, pode infligir um dano maior

aos envolvidos nos litígios.

Dentro dessa visão de trabalho, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, em 30 de junho

de 2000, implantou o projeto na Comarca da Capital. Firmou convênios com 17 instituições que prestam variados

tipos de abordagens terapêuticas (internação, psicoterapia, terapia de casal e família, comunidade terapêutica

e grupos de auto-ajuda, entre outras) e colocou à disposição dos magistrados da Capital, dos jurisdicionados e

da rede de saúde, o CIARB � Centro Interdisciplinar de Apoio, instalado na sala 530 do Foro Central (fones 3210-

6632 e 3210-6874), que passou a ser o canal de comunicação entre o Poder Judiciário e a rede de saúde. No

dia 30 de março de 2001, mais 13 instituições particulares, além do Hospital de Clínicas, Secretaria Municipal

de Saúde e Secretaria Estadual de Saúde, integraram-se ao Projeto.

Várias comarcas do interior já estão trabalhando na construção da rede de tratamento, sendo que, na

Comarca de Pelotas, a rede foi formalizada no dia 29 de março de 2001, com a participação de 13 instituições,

entre elas as duas Universidades, a Secretaria Municipal de Saúde e Bem-Estar e a Secretaria Municipal dos

Direitos Humanos, Cidadania e Assistência Social. Na Comarca de Passo Fundo, a rede foi formalizada no dia

09 de maio, com a participação de doze instituições que prestam diversos tipos de atendimento, entre elas o

Município de Passo Fundo e a Universidade de Passo Fundo.

Dentro desse projeto, no dia 30 de março 2001, foi realizado o I Simpósio Sobre Poder Judiciário e Rede

de Tratamento Biopsicossocial, encontro que contou com a participação de aproximadamente 300 pessoas, entre

Magistrados, Promotores de Justiça, Defensores Públicos, Médicos, Psicólogos, Assistentes Sociais, tendo o

resultado superado em muito as expectativas. Inclusive ficou estabelecido um encontro mensal para possibilitar

essa troca de experiências e conhecimento entre as próprias instituições da rede de saúde e operadores do

Direito. Esses encontros são realizados sempre na última quarta-feira do mês na Escola Superior da Magistratura.

Além de possibilitar o encaminhamento para a efetiva solução das causas geradoras de muitos processos

judiciais e, dentro deles, de muito sofrimento dos envolvidos, direta ou indiretamente, o projeto está contribuindo

para possibilitar a integração das entidades da rede de saúde. Após as diversas reuniões, essas entidades estão

constatando a importância desses encontros para a qualificação da própria rede de saúde.

É o Poder Judiciário saindo de função exclusivamente jurídica para desenvolver a sua função social.

3. CENTRO DE REFERÊNCIA NO ATENDIMENTO INFANTO-JUVENIL � CRAIA existência de diversos crimes praticados contra a criança e o adolescente que, em geral, afeta para

sempre a vida das pequenas vítimas, aliada à falta de qualificação dos agentes que atendem a essas ocorrências,

é motivação para um centro de referência para prestar esse atendimento.

Além disso, na grande maioria, os autores vivem sob o mesmo teto com as vítimas, sendo fundamental

que o afastamento do acusado, se necessário, ocorra sem mais traumas à vítima, ou, dependendo do caso, os

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vínculos sejam trabalhados, e o próprio agressor receba atendimento. No caso de violência sexual, a identidade

da vítima deve ser preservada, especialmente no seu contexto social, o que muitas vezes significa preservar a

própria identidade do agressor, como em caso de violência sexual praticada pelo próprio pai.

A abordagem da vítima deverá ser realizada somente por uma equipe interdisciplinar qualificada, evitando

o desgaste e o constrangimento das crianças e adolescentes, ao necessitarem relatar o fato a diversas pessoas

(Conselho Tutelar, Delegacia de Polícia, entrevista e exames para elaboração do laudo pericial, avaliação psicológica

em juízo, e, finalmente, prestar as declarações em juízo). Essa repetição inútil serve apenas para criar mais traumas

às vítimas. Ao contrário, uma abordagem técnica evita todo esse desgaste, oferece à vítima, desde logo, um atendimento

e encaminhamento adequado para reduzir os traumas e seqüelas do próprio crime, além de oferecer elementos

importantes para a investigação policial e para embasar um veredicto condenatório, se for o caso.

O Conselho Tutelar e a autoridade policial efetuarão todas as diligências e investigações necessárias a cada

caso, mas a vítima não será exposta a mais sofrimentos. Assim, em juízo, fortalecida pelo atendimento recebido,

poderá contribuir de modo decisivo para provar a existência do crime e sua autoria. Com este atendimento,

evitar-se-á que a criança e o adolescente sejam duplamente vítimas, do criminoso e do sistema.

O Projeto foi apresentado pela Juíza-Corregedora Osnilda Pisa, em outubro de 2000, em evento promovido

pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa e pelo Movimento pelo Fim da

Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, recebendo aprovação das dezenas de representantes

de instituições que atuam na área, havendo encaminhamentos para viabilizar a implantação do projeto. Também,

foi apresentado no Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul. Em março, o CRAI passou a ser discutido no

Comitê Criança Cidadã, formado pela Corregedoria-Geral de Justiça, Ministério Público, Sociedade de Pediatria

e Instituto Amigos de Lucas, que, através de reuniões semanais, buscou outros parceiros, o apoio político e os

recursos necessários para a implantação do projeto.

No dia 23 de outubro de 2001, no Palácio da Justiça, com a presença do Governador Olívio Dutra, do

Presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Luiz Felipe Vasques de Magalhães, do Procurador-Geral da

Justiça, Doutor Cláudio Barros Silva, do Prefeito em Exercício de Porto Alegre, João Verle, e demais autoridades

e representantes de organizações governamentais e não-governamentais, foi firmado o Termo de Compromisso de

Integração Operacional, com os seguintes parceiros: Estado do Rio Grande do Sul; Tribunal de Justiça do Estado;

Secretarias de Estado da Saúde, do Trabalho, Cidadania e Assistência Social; Departamento Médico-Legal � DML;

Departamento Estadual da Criança e do Adolescente � DECA; Município de Porto Alegre; Secretaria do Governo

Municipal; Secretaria Municipal da Saúde; Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas; Ministério Público do Estado;

Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul; Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Rio Grande do

Sul; Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul � IARGS; Instituto Amigos de Lucas; Sociedade de Pediatria do

Estado do Rio grande do Sul; Sociedade de Psiquiatria do Estado do Rio Grande do Sul; Sociedade Psicanalítica de

Porto Alegre; Subcomissão dos Direitos da Criança, do Adolescente e famílias em situação de vulnerabilidade social;

Fórum DCA-RS, quando os parceiros assumiram o compromisso de integração operacional no atendimento de crianças

e adolescentes vítimas, através da implantação do CRAI � Centro de Referência no Atendimento Infanto-Juvenil.

O CRAI foi implantado no Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas e já está atendendo os casos encaminhados

pelo Conselho Tutelar ou que chegam voluntariamente. Por ser um trabalho pioneiro, ainda não foi realizada grande

divulgação do CRAI, porque a construção do novo modelo de atendimento, integrando Conselho Tutelar, Delegacia

de Polícia, DML e equipe técnica interdisciplinar, ocorre na medida em que os casos são atendidos. A divulgação

aos demais profissionais que atuam no atendimento às crianças e aos adolescentes será paulatina até atingir o

público em geral. O objetivo é desenvolver um trabalho de referência para ser implantado também no interior.

4. PROJETO REGISTRE SEU FILHOA direção da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul buscou junto ao Ministério Público e à Corregedoria-

Geral da Justiça a implantação de postos de registro nas maternidades, com o objetivo de reduzir o número de

sub-registros. Assim, iniciou o �Projeto Registre seu Filho�.

Desde o mês de outubro de 2000, inúmeras reuniões têm sido realizadas na Corregedoria-Geral da Justiça

do Estado, com o propósito de que todas as crianças gaúchas sejam registradas dentro do prazo legal.

Desses encontros surgiu o Comitê Criança Cidadã, constituído pela Corregedoria-Geral da Justiça, Ministério

Público, Sociedade de Pediatria e Instituto Amigos de Lucas, com o objetivo de, através da atuação integrada

entre as instituições que o compõem, em parceria com outras instituições, desenvolver projetos de interesse das

nossas crianças e jovens.

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O Projeto �Registre seu Filho�, assim, não é só o primeiro projeto do Comitê Criança Cidadã, mas a semente

do próprio Comitê.

Trata-se de projeto construído através da integração de diversas instituições e, principalmente, do espírito

de missão trazido pelos representantes dessas instituições e do trabalho voluntário. Integraram-se ao Comitê

para a realização deste projeto: a Secretaria Estadual de Saúde, a Secretaria de Saúde de Porto Alegre, o Colégio

Registral, o Sindicato dos Registradores, a AGERT e a Central de Rádios do Interior, além do trabalho voluntário

da publicitária Vera Schimanski Axelrud e das empresas Trio Design, Dr. Smith � Imagem e Movimento e Via Brasil.

O projeto abrange diversas ações, entre elas a �Campanha de Conscientização dos Pais�, lançada oficialmente

no Estado no dia 04 de abril de 2001. Além da divulgação, em forma de noticiário, também foi veiculada

campanha publicitária. As peças publicitárias são resultado de trabalho voluntário, com veiculação gratuita

através do apoio da AGERT e da Central de Rádios do Interior.

A Secretaria Estadual da Saúde assumiu a confecção e distribuição dos cartazes e do �kit maternidade�

(envelope para guardar os documentos dos recém-nascidos, DNV � declaração de nascido vivo � e Cartão da

Criança, com orientações de como fazer o registro), que passou a ser entregue às mães em todas as maternidades

do Estado, juntamente com o Cartão da Criança e a DNV.

O Ministério Público, com o apoio da Secretaria Estadual de Saúde, passou a fazer o controle das crianças

não-registradas, para responsabilização dos genitores, com o objetivo de garantir o direito ao nome e ao registro.

Ainda, o Ministério Público, informado pelo respectivo cartório da realização de registro de criança nascida

em casa, sem assistência médica, efetuará verificação para certificar-se da veracidade da declaração de parto

domiciliar, com o fim de evitar a nominada �adoção à brasileira�, que tantos prejuízos psicológicos acaba

causando na criança, em razão do �segredo de família�.

Outra ação do projeto, que está sendo desenvolvida pelo Sindicato dos Registradores e Colégio Registral

em parceria com a PROCERGS, é o sistema de informatização integrando Secretaria de Saúde do Estado e

municípios, maternidades e cartórios, o que possibilitaria a instalação de postos de registro nas maternidades,

na forma como está funcionando na cidade de Sapucaia do Sul-RS.

Como forma de controle, inclusive das crianças que ainda não foram registradas, uma das ações previstas

no projeto é a anotação do número do registro no espaço �Observações� do Cartão da Criança. Os oficiais do

registro civil foram orientados (Ofício-Circular nº 036/01-CGJ � �DJ�, de 05-04-01) no sentido de anotarem no

Cartão da Criança o número do registro. Por outro lado, os profissionais que atuam nos postos de saúde e

hospitais receberam orientação (Memorando-Circular nº 001/PAISCA/01) no sentido de sempre verificarem essa

informação no cartão da criança. Não constando o número do registro, solicitarão a certidão de nascimento

para fazer constar a anotação. Caso a criança não tenha sido registrada, os profissionais da área de saúde

conscientizarão os pais ou responsáveis da importância e da obrigatoriedade do registro, prestando-lhes as

informações necessárias.

Também fruto desse trabalho, após exame dos levantamentos estatísticos e pela experiência dos Oficiais

do Registro, verificou-se que a necessidade do comparecimento de ambos os genitores, considerando que a

imensa maioria das crianças nascidas atualmente não são fruto de relacionamentos matrimoniais, é causa que

muito contribui para altos índices de sub-registro.

Desta forma, para facilitar o registro, direito da criança, foi expedido o Provimento nº 27/01-CGJ, dispensando

o comparecimento ou a declaração da genitora, quando o pai for o declarante e comparecer munido da Declaração

de Nascido Vivo � DNV e documento de identidade próprio e da mãe. No mesmo provimento, também, foi

autorizado o registro independente de assistência, quando o declarante genitor for relativamente capaz.

5. PROJETO EXPEDIENTE INTERNOFoi proposta pela Corregedoria-Geral da Justiça ao Egrégio Conselho da Magistratura e aprovada a instituição

do regime de expediente interno em todos os Cartórios Judiciais da Primeira Instância, das 08h30min às

10h30min, a vigorar a partir de 1º-09-00, inicialmente em caráter experimental até dia 31-12-00, com resultados

plenamente satisfatórios, recomendando sua continuidade.

A adoção da medida levou em conta a conveniência de propiciar a concentração dos servidores no cumprimento

dos processos, sem as constantes interrupções geradas pelo atendimento do usuário dos serviços judiciais.

Projetou-se significativo ganho de produtividade e sensível diminuição do tempo médio de tramitação dos feitos,

reflexos positivos para os jurisdicionados e seus patronos, como constatado em inspeções de verificação realizadas

por amostragem.

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Os bons resultados do Projeto levaram o Conselho da Magistratura, acolhendo parecer da Corregedoria, a

prorrogar o expediente externo até 30-06-02, em decisão de 04-12-01, estimulando estudos para alteração

legislativa quanto ao horário de expediente.

6. PROJETO TRABALHO PARA A VIDA E BANCO DE DADOSO Projeto Trabalho para a Vida consiste em iniciativa do Poder Judiciário, através da Corregedoria-Geral

da Justiça, em fase de desenvolvimento, visando a estimular a sociedade na busca de alternativas para a geração

de vagas de trabalho e ensino profissionalizante aos presos do sistema penitenciário sul-riograndense.

O Projeto pretende sensibilizar a sociedade, de um modo geral, e particularmente as instituições públicas

e privadas, no sentido da necessidade de implementar convênios e medidas concretas, capazes de gerar ocupação

laboral aos presos, como previsto na Lei de Execução Penal.

Durante o ano 2001, buscou-se conclamar à participação as entidades de representação empresarial para

que auxiliem, na medida de suas possibilidades, na construção deste projeto, tendo o Corregedor-Geral da

Justiça, Des. Danúbio Edon Franco, proferido Palestra no tradicional espaço �Tá na Mesa�, da FEDERASUL, com

significativa repercussão, no dia 11 de julho.

Ainda, no Encontro de Magistrados para tratar da Execução Penal, que ocorreu em Bento Gonçalves, nos

dias 19 e 20 de abril de 2001, um dos principais painéis apresentados foi o Projeto Trabalho para a Vida, tendo

o Presidente da FEDERASUL, na ocasião, informado que as 45 mil filiadas da entidade estão sendo informadas

sobre o Projeto, para que convênios sejam firmados entre a SUSEPE e as empresas.

Nessa trilha, ainda, visando à execução do Projeto, foi expedido o Ofício-Circular nº 129/01-CGJ, através

do qual foram informados os senhores Juízes sobre como efetivar as medidas necessárias. Conforme acerto com

a FEDERASUL, os magistrados já podem dirigir-se às associações comerciais e industriais de suas comarcas,

buscando a criação de postos de trabalho para os apenados.

No mesmo ofício-circular, solicitaram-se informações, objetivando a montagem do Banco de Dados relativo

à Execução Penal no Rio Grande do Sul.

7. PROJETO EXPERIMENTAL PARA AS VARAS CÍVEIS DA CAPITAL � SEGUNDA ETAPADurante o ano 2001, foi realizada a Segunda Etapa do Projeto Experimental para a Área Cível � Projeto

dos Contratos Bancários �, envolvendo Juizados Cíveis, com significativa redução de processos, vez que instruídos

e julgados por Juízes Substitutos de Entrância Final designados para o Projeto, num total de 10.791 sentenças.

8. IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA THEMIS 1º GRAUA Corregedoria-Geral da Justiça, em apoio ao Sistema Themis 1º Grau, durante o ano 2000, determinou

o preenchimento de fichas cadastrais de todos os processos em andamento nas 67 (sessenta e sete) comarcas

ainda não-informatizadas para facilitar a implantação efetiva do sistema.

Equipes de trabalho estão implantando o sistema, de modo que até o final de janeiro de 2002, deverão

estar informatizadas 48 (quarenta e oito) Comarcas.

9. CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DE MAGISTRADOS E SERVIDORES9.1. No ano 2001, a Corregedoria-Geral da Justiça, em convênio com a Escola Superior da Magistratura,

realizou, em Porto Alegre, 5 (cinco) Cursos de Aperfeiçoamento para Magistrados: o 1º, nos dias 05 e 06 de abril;

o 2º, nos dias 10 e 11 de maio; o 3º, no dias 28 e 29 de junho; o 4º, no dias 13 e 14 de setembro; e o 5º,

nos dias 22 e 23 de novembro.

9.2. Promoveu, também, na cidade de Bento Gonçalves, nos dias 19 e 20 de abril, o Encontro de

Magistrados para tratar da Execução Penal, e em 14 de dezembro, realizou o Encontro de Magistrados com

Jurisdição em Estabelecimentos Penais, no Salão de Eventos do Tribunal de Justiça, para refletir acerca das

questões concernentes à remoção de presos provisórios e apenados no Estado. Ainda, junto com o Ministério

Público Estadual, realizou o VI Seminário de Capacitação da Justiça Terapêutica, em Porto Alegre, no dia 24

de agosto; e Seminário de Capacitação para Magistrados da Infância e da Juventude, nos dias 07 a 10 de

outubro, em Caxias do Sul, juntamente com a Associação Brasileira de Magistrados e Promotores de Justiça

da Infância e da Juventude.

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9.3. A Corregedoria realizou, também, durante o ano 2001, Encontros Regionais de Servidores em Passo

Fundo, dias 26 e 27 de abril, com 363 participantes; Santana do Livramento, dias 24 e 25 de maio, com 210

participantes; Caxias do Sul, dias 07 e 08 de junho, com 288 participantes; Santa Maria, dias 12 e 13 de julho,

com 221 participantes; Novo Hamburgo, dias 09 e 10 de agosto, com 298 participantes; Santa Cruz do Sul, dias

30 e 31 de agosto, com 256 participantes; Pelotas, dias 13 e 14 de setembro, com 267 participantes; Santo

Ângelo, dias 04 e 05 de outubro, com 336 participantes; Canoas, dias 08 e 09 de novembro; e Osório, dias 06

e 07 de dezembro.

9.4. Com supervisão e apoio da Corregedoria, foram ministrados cursos pela Escola Superior da Magistratura

da AJURIS para treinamento de servidores, formação de auxiliar de Juiz, em Santo Ângelo, nos dias 03, 04, 24

e 25 de maio, com 59 participantes; em Caxias do Sul, no dias 05, 06, 19 e 20 de julho, com 43 participantes;

e nos dias 16, 17, 23 e 24 de agosto, em Santa Maria, incluindo a região de Santana do Livramento, com 90

participantes.

9.5. A Corregedoria-Geral da Justiça realizou, também, estágio preparatório para servidores novos, em

Porto Alegre, no ano 2001, nos períodos de 16 a 20 de abril e de 18 a 22 de junho.

10. XXV ENCONTRO NACIONAL DO COLÉGIO DE DESEMBARGADORES CORREGEDORES-GERAIS DAJUSTIÇA DO BRASIL � ENCOGE

Nosso Estado sediou o XXV Encontro Nacional do Colégio de Desembargadores Corregedores-Gerais da

Justiça do Brasil � ENCOGE, organizado pela Corregedoria-Geral da Justiça, sob a coordenação geral do Corregedor-

Geral da Justiça e a parte executiva do evento a cargo do Vice-Corregedor, Desembargador Leo Lima.

O evento realizou-se no Hotel Plaza São Rafael, nos dias 21 a 23 de março de 2001, com a presença do

Excelentíssimo Senhor Ministro Paulo Roberto Saraiva da Costa Leite, eminente Presidente do Superior Tribunal

de Justiça, que proferiu palestra sobre �A Reforma do Poder Judiciário�; do Desembargador Luís de Macedo,

Corregedor-Geral da Justiça do Estado de São Paulo, com o tema �As Corregedorias-Gerais da Justiça e a

Fiscalização dos Serviços Notariais e Registrais�; e do Conselheiro Hélio Saul Mileski, Presidente do Tribunal de

Contas do Estado do Rio Grande do Sul, sobre �A Lei de Responsabilidade Fiscal e suas Implicações no Âmbito

do Poder Judiciário�.

O encerramento culminou com a expedição da �Carta de Porto Alegre�.

11. ESTÁGIOS PARA ESTUDANTES NO PODER JUDICIÁRIO DO RIO GRANDE DO SULCumprindo o disposto na Resolução nº 343/00-CM, que regulamenta o estágio para estudantes no Poder

Judiciário do Rio Grande do Sul, a Corregedoria-Geral da Justiça passou a gerenciar o cadastro e o controle dos

estagiários em atuação na primeira instância, recebendo e processando todas as indicações feitas pelos magistrados

de primeira instância. O instrumento do estágio vem sendo utilizado em face da contínua necessidade de

qualificação dos serviços judiciários, as dificuldades orçamentárias para provimento dos cargos vagos no âmbito

do Poder Judiciário, embora a crescente demanda judicial, a assinatura de convênios com Universidades e

Faculdades do Estado, a colaboração na complementação do ensino, com treinamento prático, técnico-cultural

e científico.

12. CONCURSOSRealizou-se o Concurso para provimento de cargos de Assistente Social Judiciário, com os resultados finais

publicados no Diário da Justiça, Edição nº 2.254, de 13 de dezembro de 2001. A Corregedoria coordenou o

estágio da fase intermediária do concurso de Juiz de Direito Substituto para duas Turmas de candidatos, a

primeira com 60 (sessenta), entre julho e setembro de 2001, e a segunda com 50 (cinqüenta), entre outubro

e dezembro de 2001.

13. VITALICIAMENTOA Corregedoria organizou e realizou estágio para os 49 (quarenta e nove) novos Juízes, que tomaram posse

em 15 de outubro de 2001, com duração de 09 (nove) dias, entre 16 e 26-10-01.

Em 06-11-01, iniciou-se o acompanhamento e avaliação do estágio probatório desses 49 (quarenta e nove)

Juízes pelos Juízes-Corregedores orientadores.

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14. ATUALIZAÇÃO DA CONSOLIDAÇÃO NORMATIVA JUDICIAL DA CORREGEDORIA-GERAL DA JUSTIÇA � CNJFoi realizado um estudo geral da Consolidação Normativa Judicial da Corregedoria-Geral da Justiça, buscando

uma ampla atualização, tendo em vista que desde a sua edição original houve alteração de parte da legislação

concernente, sem que tivesse sido atualizada a CNJ. Assim, v. g., encontram-se na Consolidação inúmeras

remissões legislativas que não mais têm aplicabilidade, diante da revogação da legislação a que se remetia. Além

disso, detectou-se falhas na redação de algumas disposições, tornando-as pouco claras ou incompatíveis com

outras partes da mesma CNJ. Percebeu-se, também, superposição do tratamento de algumas matérias (tratadas

em passagens diversas da CNJ). Buscou-se, assim, escoimar a CNJ de tais vícios. A nova versão deverá estar

pronta em breve.

15. PROJETO CONCILIAÇÃOForam implantados três projetos-pilotos de conciliação, sendo dois em Foros Regionais, e um no Foro Central

de Porto Alegre, buscando testar a eficácia do modelo de conciliação judicial, como alternativa à jurisdição típica.

Um dos projetos (relativo ao Foro Regional de Alto Petrópolis) já foi concluído, sendo que o resultado foi altamente

positivo, constatando-se que cerca de 45% dos feitos iniciados durante o projeto (ações cíveis em geral, com

exclusão das causas de família) foram encerrados mediante acordo (ou julgamento antecipado). Os outros dois

projetos em andamento estão fornecendo dados preliminares que indicam que se chegará ao patamar de 40% de

processos extintos, o que permite a conclusão de tratar-se de resultado altamente exitoso. A idéia é de, após a

análise dos relatórios finais de tais projetos ainda em andamento, elaborar-se um projeto global, buscando a

institucionalização da conciliação em todas as Varas Cíveis do Estado.

16. AFASTAMENTO DE MAGISTRADO EM RAZÃO DE CURSO DE MESTRADO OU DOUTORADOFoi proposta a homogeneização dos períodos de afastamentos da jurisdição por parte de magistrados freqüentando

cursos de mestrado e doutorado. Sugeriu-se um período de afastamento de três meses, no caso de mestrado, e

de seis meses, no caso de doutorado, durante a fase da elaboração da dissertação de mestrado ou da tese de

doutorado, nas hipóteses da desnecessidade de afastamento da jurisdição para a freqüência a tais cursos, quando

realizados no próprio Estado. A proposta foi aprovada pelo Conselho da Magistratura e está em vigor.

17. SISTEMA DE PROTOCOLO INTEGRADOTrata-se de projeto objetivando a dinamização na circulação de petições, alterando-se fundamentalmente

o conceito do protocolo, e que resultou na assinatura, 19 de dezembro, de convênio entre o Tribunal de Justiça

e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos � ECT. A partir da publicação da súmula do convênio no Diário

da Justiça, poderão ser entregues petições e recursos em qualquer agência dos Correios, com toda a segurança.

O projeto buscou dinamizar com segurança o tráfego de documentos e diminuir o fluxo de atendimentos nas

serventias judiciais.

18. PRAZO DE CONTAGEM PARA FINS DE PROTESTOAdequação da vigente legislação infraconstitucional relativamente ao protesto aos princípios constitucionais

da ampla defesa e de possibilidade de acesso irrestrito ao Poder Judiciário. Modificação, através de provimento,

com alargamento do prazo para fins de defesa em eventual protesto. Fixação do prazo de 03 (três) dias como

o mínimo necessário para o exercício de defesa.

19. PERMISSÃO PARA INSTALAÇÃO DE SERVIÇO INFORMATIZADO EM LOCAL DIVERSO DA SERVENTIATrata-se de expediente que autorizou os registradores de pessoas naturais a instalar, em sistema on line,

em local diverso da Serventia, sistema de registro de nascimentos. Avanço significativo na tentativa de erradicar

a possibilidade de cidadãos não estarem registrados.

20. ALTERAÇÃO DO LIVRO DE SENTENÇAS CÍVEISO projeto busca a eliminação do índice de sentenças cíveis nos Livros de Registro das Sentenças. O

procedimento apenas burocratizava as funções das serventias, não se mostrando razoável a sua manutenção.

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21. PUBLICAÇÃO DA TOTALIDADE DOS FERIADOS MUNICIPAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SULBusca a publicação da totalidade dos feriados municipais, anualmente no Diário da Justiça, objetivando

a possibilidade da comunidade jurídica aferir a tempestividade na prática dos atos processuais.

22. PROTEGEA Corregedoria-Geral da Justiça integra o Conselho Deliberativo do Programa Estadual de Proteção, Auxílio

e Assistência a Testemunhas Ameaçadas � PROTEGE, instituído pelo Decreto nº 40.027, de 27-03-00, e, por força

do Ato nº 07/01-P, que regulamenta o procedimento de que trata o art. 9º da Lei Federal nº 9.807, de 13-07-99,

concorre para tornar efetivo o Programa.

23. PREFERÊNCIA NA TRAMITAÇÃO DE PROCESSOS ENVOLVENDO CRIANÇAS E ADOLESCENTESA Corregedoria-Geral da Justiça que, no exercício passado já havia disciplinado o atendimento processual

preferencial a idosos, na primeira instância, durante o presente exercício, baixou o Provimento nº 23/01, garantindo

prioridade absoluta na tramitação dos processos da Infância e da Juventude, especialmente os que envolvem

interesses de crianças e adolescentes abrigados ou internados, com determinação de providências aos cartórios,

visando a tornar efetiva a medida.

24. CONTROLE DE VAGAS EM PRESÍDIOSA Corregedoria vem desenvolvendo estudo, juntamente com sua homóloga da Superintendência dos Serviços

Penitenciários e Juízes com jurisdição em execução criminal no Estado, no sentido de melhorar o sistema de

direcionamento e movimentação de apenados, questão historicamente problemática no Estado.

Está sendo desenvolvido projeto-piloto, nesse sentido, pelos Magistrados da 1ª e 8ª Regiões Penitenciárias

da SUSEPE, e a experiência tem-se revelado exitosa.

II - ATIVIDADES GERAIS

1. DO VICE-CORREGEDOR-GERAL

1.1. AUDIÊNCIAS

Em que recebeu Desembargadores, Juízes de Direito, advogados, partes, servidores, FEDERASUL, Associação

Amigos do 4º Distrito, SINDIRÉGIS, ABOJERIS, Deputados de São Paulo, Colégio Registral, Colégio Notarial,

Psicólogos Judiciais, Conselheiros e o Procurador-Geral do Estado.

1.2. REUNIÕES DA COORDENADORIA DA AJURIS

Pelotas.

1.3. QUALIDADE TOTAL

Soledade, Taquari, Santa Cruz do Sul, Palmeira das Missões, Sapiranga, Osório, Charqueadas, 3ª Câmara

Cível, Canguçu, Alegrete, Santa Vitória do Palmar, Arroio Grande, Caçapava do Sul, Arroio do Tigre, Sobradinho,

Nonoai, Montenegro, Santana do Livramento, Guaporé, Lagoa Vermelha, Passo Fundo, Gravataí, Santa Bárbara

do Sul, Foro Regional do Partenon, São José do Ouro, Sananduva, Sapucaia do Sul, Horizontina, Três Passos,

Itaqui, Uruguaiana, Campo Novo, Coronel Bicaco, Caxias do Sul, Júlio de Castilhos, São Sepé, Rosário do Sul,

Encantado, Estrela, Vera Cruz, Cerro Largo, Guarani das Missões, Erexim, Gaurama.

1.4. REPRESENTAÇÃO

ENCOGE (Belo Horizonte e João Pessoa). Visita às Comarcas de Igrejinha e Parobé, solenidades de inauguração

das novas instalações dos Foros de Lagoa Vermelha e Uruguaiana.

1.5. PALESTRAS

Proferiu palestra sobre a Reforma do Poder Judiciário e o Plano de Gestão pela Qualidade do Judiciário

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do Rio Grande do Sul, no II Congresso de Registradores Públicos do Rio Grande do Sul, em Santa Cruz do Sul,

proferiu palestra sobre Qualidade Total na 11ª Câmara Cível e em diversas Comarcas e Varas da Capital e Interior.

1.6. REUNIÕES

COJE, Conselho da Qualidade, CONSIJ, concursos para Notários e Registradores, reunião da Comissão

Permanente de Concurso.

1.7. VISITAS

Presidente da Assembléia Legislativa, Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Governador do

Estado do Rio Grande do Sul, Excelentíssimo Senhor Olívio Dutra, Prefeito de Porto Alegre, Excelentíssimo Senhor

Tarso Genro.

1.8. INFORMÁTICA

Teutônia (Projeto Themis).

1.9. Organização do XXV ENCOGE, em Porto Alegre, de 22 a 23 de março de 2001.

1.10. OUTROS

Lançamento da �Revista de Jurisprudência�, entrega de certificados aos bacharéis da Escola Superior da

Magistratura, cerimônia de instalação da Vara de Penas e Medidas Alternativas, lançamento do site do Cadastro

de Adoções, lançamento do site da �Revista dos Juizados�, reunião sobre Certificação Digital.

2. DO CORREGEDOR-GERAL

2.1. AUDIÊNCIAS

Desembargadores, Ministério Público, Juízes, Servidores, Comunidade, OAB, Procuradoria do Município,

SINDJUS, ABOJERIS, Advogados, Defensoria Pública, AJURIS, Tabeliães, Colégio Registral, Colégio Notarial,

DETRAN, INSS, INCRA, Prefeitos, Deputados, Conselho Regional de Economia, Associação dos Peritos do Estado

do Rio Grande do Sul, Corregedor-Geral da Polícia Civil, Gerente Nacional Regional de Patrimônio da União,

Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, SINDUSCON, Coordenador da Diretoria

da Paróquia da Catedral, Diretor-Geral do Instituto-Geral de Perícias.

2.2. EVENTOS:

Acompanhando o Presidente:

� Instalação do Projeto Ronda da Cidadania e Protocolo Geral em Santa Maria.

� Instalação da 5ª Vara Cível de São Leopoldo.

� Instalação da Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas.

� Instalação da 4ª Vara Cível de Rio Grande.

� Visita ao Dr. Cláudio Barros Silva.

� Visita à Casa Civil.

� Visita ao Governador do Estado, Excelentíssimo Senhor Olívio Dutra.

� Visita ao Prefeito Municipal de Porto Alegre, Excelentíssimo Senhor Tarso Genro.

� Visitas a Comarcas de Júlio de Castilhos, Tupanciretã, Santa Bárbara do Sul, Panambi, Palmeira das

Missões, Tenente Portela, Três Passos, Campo Novo, Santo Augusto, Coronel Bicaco, Faxinal do Soturno, Restinga

Seca, Agudo, Ronda Alta, Nonoai, Planalto, Iraí, Frederico Westphalen, Rodeio Bonito, Seberi, Constantina,

Sarandi, Encruzilhada do Sul, Cachoeira do Sul, São Sepé, Caçapava do Sul, Lavras do Sul, Bagé, Dom Pedrito,

Pinheiro Machado, Piratini, Canguçu, Pelotas, Pedro Osório e Herval.

2.3. OUTROS

Cerimônia de passagem de Chefia de Estado-Maior do Comando Militar do Sul; Solenidade de Posse do

Presidente da Assembléia Legislativa; Solenidade de Posse do Procurador-Geral de Justiça; Solenidade de Posse

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do Tribunal Regional Eleitoral; Solenidade de Posse dos Dirigentes do Tribunal Regional Federal-4ª Região;

Solenidade de Inauguração dos novos prédios do Foro de Butiá, Barra do Ribeiro, Nova Petrópolis; IV Seminário

de Capacitação para o Enfrentamento da Problemática das Drogas; Ato de descerramento da placa dos ex-

Corregedores-Gerais do Ministério Público; Solenidade de Inauguração da Galeria de Fotos do Tribunal Regional

Eleitoral; Workshop da Qualidade Total; Solenidade de entrega dos Certificados aos Bacharéis da Escola Superior

da Magistratura; Curso de Atualização para Magistrados na Escola Superior da Magistratura; Assinatura do

Convênio da Rede Biopsicossocial em Passo Fundo; Abertura do 1º Simpósio do Poder Judiciário e Rede de

Tratamento Biopsicossocial; Lançamento no Sistema Informatizado do Projeto Registre seu Filho; Projeto Ronda

da Cidadania; Sistema do Protocolo Integrado; Lançamento do site do Cadastro de Adoções; Lançamento do site

da �Revista dos Juizados Especiais�; Projeto Trabalho para a Vida. Participou da mesa na abertura do XXV

ENCOGE, em Porto Alegre, de 22 a 23 de março de 2001.

Des. Danúbio Edon Franco

Corregedor-Geral da Justiça

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EFEITO SOBRE FOTO DA DIREÇÃO-GERAL DOTRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DOSUL, NO PALÁCIO DA JUSTIÇA. FOTO DEJULIANO VERARDI, DEPARTAMENTO DEARTES GRÁFICAS DO TJ-RS.

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8Gabinete daPresidência