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1 . Seminário de Previdência Social Pública “Política de Inclusão Social e Alternativas de Financiamento” São Paulo, 7 de Junho de 2010 SINDIFISCO NACIONAL Eduardo Fagnani Instituto de Economia da Unicamp

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Seminário de Previdência Social Pública “Política de Inclusão Social e Alternativas de Financiamento”

São Paulo, 7 de Junho de 2010

SINDIFISCO NACIONAL Eduardo Fagnani

Instituto de Economia da Unicamp

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Painel 1 – Efeitos da Desoneração da Folha de Pagamentos e Renúncia Social

ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO

1. Seguridade Social e Mercado Interno2. Financiamento Tripartite: Modelo Clássico3. Efeitos Financeiros das Renúncias Sociais e da Desoneração

da Folha4. Mitos sobre os Encargos Sociais no Brasil5. A Flexibilização já foi feita6. O que Gera Empregos?

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1SEGURIDADE SOCIAL E MERCADO INTERNO

1. Legado da CF 882. Retrocesso da Seguridade Social

(Desoneração da Folha): “Tiro no Pé”?

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BRASIL NA CONTRAMÃO DO MUNDO

Momento Político (1975/1988): Acerto de Contas com a Ditadura Cidadania plena: Direitos Civis, Políticos e Sociais) Agenda Neoliberal: ausência de espaço para prosperar

Direitos Sociais (1988) Princípios: Seguridade e Universalidade Direitos Trabalhistas e Sindicais Direitos da Educação Seguridade Social:

Previdência (Piso; INSS Rural) Saúde (SUS) Assistência Social (BPC; Estatuto do Menor) Seguro Desemprego (Fonte Financiamento)

Orçamento da Seguridade Social

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Mortalidade Infantil

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Benefícios da Seguridade Social

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Evolução da Quantidade de Benefícios Evolução da Quantidade de Benefícios Emitidos pela Previdência SocialEmitidos pela Previdência Social

Em milhões de benefícios - 2000 a 2009 (dezembro)

Fontes: Anuário Estatístico da Previdência Social - AEPS; Boletim Estatístico da Previdência Social – BEPS. Elaboração: SPS/MPS.Obs.: Os benefícios assistenciais, embora operacionalizados pelo INSS, estão sob a responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

11,4 11,6

13,6 14,0 14,3 14,615,5

6,1 6,36,6

6,8

6,97,1

7,3 7,57,7

8,0

2,0 2,1 2,3 2,3 2,6 2,8 2,9 3,1 3,3 3,5

15,0

12,812,3

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

11,0

12,0

13,0

14,0

15,0

16,0

17,0

18,0

19,0

20,0

21,0

22,0

23,0

24,0

25,0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Urbano Rural Assistencial

17,917,5

18,919,6

20,521,1

21,622,1

22,723,5

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Benefícios Diretos e Indiretos

BENEFÍCIOS DIRETOS INDIRETOS TOTAL

INSS URBANO 15.000.000 33.000.000 48.000.000

INSS RURAL 8.000.000 17.600.000 25.600.000

LOAS - BPC 3.500.000 7.700.000 11.200.000

SEGURO-DESEMPREGO 6.000.000 13.200.000 19.200.000

TOTAL 32.500.000 71.500.000 104.000.000

% da POP. TOTAL 16% 36% 52%

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Fonte: PNAD/IBGE – Vários anos.Elaboração: SPS/MPS.* Em 2005, inclusive toda a área rural da Região Norte.

Evolução da Cobertura Social entre os Idosos - 1992 a 2005* -

(Exclusive Área Rural da Região Norte, salvo Tocantins)

BRASIL*: Idosos de 60 anos ou mais que recebem aposentadoria e/ou pensão ou que continuam contribuindo para algum regime - 1992 a 2005 (Em %) -

66,3%

74,0%

78,6%

80,1% 80,0% 80,1% 80,3%80,9% 81,3% 81,5%

82,0%81,2%

82,0%

86,9%86,2%

87,0%

85,8%86,4%86,4%

85,4%85,4%85,8%

87,1%86,3%

83,4%

78,1%77,2%

78,0%78,1%

77,2%76,4%76,2%

75,7%75,3%74,4%

72,2%

65,0%

70,0%

75,0%

80,0%

85,0%

90,0%

95,0%

1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005

Brasil Homens Mulheres

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Seguridade e Pobreza dos Idosos - 2003

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Seguridade e Renda Domiciliar UrbanaFonte: Guilherme Delgado

.

1991 2000 2003

Renda Familiar Total* 100 100 100

% da Renda de Trabalho 85,3 78 73,8

% da Renda da Seguridade 10,2 16,0 22,4

% Outras Fones de Renda 4,5 6 3,8

(*) Corresponde a renda familiar, considerando-se o conceito família-domicílio do IBGE, e as remunerações monetárias de todos os membros para todas as fontes de renda.Fontes: Censo Demográfico (1991 e 2000) e PNAD (2003). Elaboração do autor.

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Seguridade e Renda Domiciliar Rural Fonte: Guilherme Delgado

AnosRenda Total Domiciliar

Renda Domiciliar do

Trabalho

Renda Domiciliar da Seguridade

Social

Demais Fontes

1991 100 87,53 9,3 3,17

2002 100 70,23 23,95 5,82

2003 100 67,53 26,14 6,33

2004 100 67,75 22,46 9,79

2005 100 67,42 22,91 9,67

Fonte: Censo Demográfico – IBGE – 1991 e PNADs (IBGE) de 2002-2005 – elaboração Diretoria Social - IPEA

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2Financiamento Tripartite: Modelo Clássico

1. Origem: 19342. Mantido LOPS (1961) e na Ditadura3. Aperfeiçoado pela CF 1988

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Fontes de Financiamento da Seguridade nos Países da OCDE

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Fontes de Financiamento da Seguridade no Brasil

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3Efeitos Financeiros

1.Renuncia Fiscal2.Desoneração da Folha

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Arrecadação Líquida, Benefícios Previdenciários e Resultado Previdenciário do RGPS considerando as Renúncias Previdenciárias e a CPMF

potencialmente destinada à Previdência Social – Acumulado 2007

Fontes: SPS/MPS; SPOA/MPS; INSS; DATAPREV; MDIC; MF.Elaboração: SPS/MPS.* Para o cálculo do percentual da CPMF que deveria ser destinado à Previdência Social foi considerado 0,10% do total arrecadado com CPMF no mês. O restante, pela lei, se divide em 0,08% destinado ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza e 0,20% destinado à saúde, totalizando assim 0,38%. ** Valores de massa salarial realizados até 2005, projetados para 2007 de acordo com a grade de parâmetros SPE/MF; valores de repasse da STN realizados até 2006 e projetados para 2007 com base no crescimento dos impostos sobre faturamento (PIB + IER). O valor de 2007 ainda não consideram os efeitos da LC nº 123 (vigência a partir de 01/07/2007).*** Valores realizados até 2005 e projetados para 2007 de acordo com o crescimento da massa salarial (grade de parâmetros SPE/MF).**** Valores realizados até 2006 e projetados para 2007 de acordo com o crescimento estimado das exportações (MDIC).

Item Urbano Rural Total

1. Arrecadação Líquida 39.860,6 1.209,4 41.070,0

2. Arrecadação CPMF* - 3.018,5 3.018,5

3. Renúncias Previdenciárias 3.596,1 683,3 4.279,4

SIMPLES** 1.882,0 - 1.882,0

Entidades Filantrópicas*** 1.556,5 - 1.556,5

Exportação da Produção Rural - EC nº 33**** - 683,3 683,3

Redução Alíquota Contribuição - CPMF*** 157,6 - 157,6

4. Despesa com Benefícios Previdenciários 44.371,3 10.746,4 55.117,6

5. Resultado Prev. incluindo CPMF e Renúncias (1+2+3) - (4) (914,6) (5.835,1) (6.749,7)

6. Resultado Prev. excluindo CPMF e Renúncias (1-4) (4.510,7) (9.536,9) (14.047,6)

Acumulado Jan-Abril/2007

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Tabela 3Arrecadação Líquida, Despesa e Resultado Previdenciário – Valores em R$ milhões correntes - Impacto da Desoneração da Folha de Pagamentos das Empresas e Órgãos Públicos (Redução da Alíquota Previdenciária Patronal) – 2006 – FONTE – Fernando Geiger e outros (2007)

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Arrecadação Líquida

Perda de Arrecadação (R$)

Perda de Arrecadação (%)

Resultado Previdenciário

Variação no Resultado

20% 126.796,1 - - 168.861,2 (42.065,1) -

19% 123.674,8 (3.121,2) -2,5% 168.861,2 (45.186,3) 7,4%

18% 120.553,6 (6.242,5) -4,9% 168.861,2 (48.307,6) 14,8%

17% 117.432,4 (9.363,7) -7,4% 168.861,2 (51.428,8) 22,3%

16% 114.311,2 (12.484,9) -9,8% 168.861,2 (54.550,0) 29,7%

15% 111.189,9 (15.606,1) -12,3% 168.861,2 (57.671,2) 37,1%

14% 108.068,7 (18.727,4) -14,8% 168.861,2 (60.792,5) 44,5%

13% 104.947,5 (21.848,6) -17,2% 168.861,2 (63.913,7) 51,9%

12% 101.826,2 (24.969,8) -19,7% 168.861,2 (67.034,9) 59,4%

11% 98.705,0 (28.091,0) -22,2% 168.861,2 (70.156,1) 66,8%

10% 95.583,8 (31.212,3) -24,6% 168.861,2 (73.277,4) 74,2%

9% 92.462,6 (34.333,5) -27,1% 168.861,2 (76.398,6) 81,6%

8% 89.341,3 (37.454,7) -29,5% 168.861,2 (79.519,8) 89,0%

7% 86.220,1 (40.575,9) -32,0% 168.861,2 (82.641,1) 96,5%

6% 83.098,9 (43.697,2) -34,5% 168.861,2 (85.762,3) 103,9%

5% 79.977,7 (46.818,4) -36,9% 168.861,2 (88.883,5) 111,3%

4% 76.856,4 (49.939,6) -39,4% 168.861,2 (92.004,7) 118,7%

3% 73.735,2 (53.060,9) -41,8% 168.861,2 (95.126,0) 126,1%

2% 70.614,0 (56.182,1) -44,3% 168.861,2 (98.247,2) 133,6%

1% 67.492,8 (59.303,3) -46,8% 168.861,2 (101.368,4) 141,0%

0% 64.371,5 (62.424,5) -49,2% 168.861,2 (104.489,6) 148,4%

Alíquota Patronal INSS

Despesa Previdenciária

Resultado PrevidenciárioArrecadação

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Gráfico 1Quantidade de Vínculos Formais Necessários para Neutralizar o Impacto da Supressão de cada Ponto Percentual da Alíquota Previdenciária Patronal – 2006 – FONTE: Fernando Geigner e outros (2007)

22

0,00

5.000,00

10.000,00

15.000,00

20.000,00

25.000,00

30.000,00

35.000,00

40.000,00

1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 11% 12% 13% 14% 15% 16% 17% 18% 19% 20%

Reduçáo da Aliquota (em pontos percentuais)

Qu

anti

dad

e d

e V

incu

los

Ad

icio

nai

s N

eces

sari

os

(em

milh

ares

)

Aliquota de 15% - 3,76 milhões de

vinculos adicionais

Aliquota de 10% - 9,44 milhões de

vinculos adicionais

Aliquota de 5% - 18,94 milhóes de

vinculos adicionais

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4Mitos sobre os Encargos Sociais

1. Revisitando Teses dos Anos 90 (FIESP/CNTI)2. “Brasil: Campeão Mundial de Encargos Sociais” (Pastore)3. “Alto Custo do Trabalho”:

1. Desemprego2. Baixa competitividade (“Custo Brasil”)

4. SOLUÇÃO NEOLIBERAL: Redução Encargos

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4.1 MITO 1- “Campeões Mundiais”?

1. Santos e Pochmman (1996:232): “Comparando com a participação dos encargos sociais no custo total da mão-de-obra da indústria manufatureira de vários países, nota-se que o peso dos encargos no Brasil (cerca de 20% do custo da mão-de-obra) é menor do que na Itália, Bélgica, França e Espanha. Está no mesmo patamar da Alemanha, Estados Unidos, Portugal e Grécia, e acima do referente a Luxemburgo, Irlanda, Japão, Grã-Bretanha e, principalmente, Dinamarca. A participação dos encargos sociais no custo da mão-de-obra no Brasil é um pouco maior que as relativas ao Uruguai (17,5%) e Argentina (16,6%) (Cesit, 1994)

2. TAVARES (1996) – “As contribuições sociais – salvo que se aceite a grosseira manipulação do ‘Custo-Brasil’, que mistura encargos sociais, remunerações diferidas e conquistas trabalhistas num mesmo saco – encontram-se em níveis semelhantes ou até mesmo inferiores aos de países competitivos (dos Estados Unidos ao Japão, sem falar da Europa).

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4.2 Questão Central: Baixos Salários

Falácia do argumento liberal : o salário no Brasil é extremamente baixo TAVARES (1996): “O Brasil é um dos países em que o custo da mão-de-obra,

quando medido pela participação dos salários no custo da produção ou no valor agregado, é um dos mais baixos do mundo”.

O custo do trabalho no Brasil é um dos mais baixos do mundo. Logo, a incidência de encargos sociais reduzidos sobre uma estrutura salarial aviltada resultava que a pressão do custo trabalhista no Brasil era reduzida, se comparada à experiência internacional.

Santos (1995:233), o custo horário total da mão-de-obra, para o conjunto da indústria brasileira, era de cerca de US$ 3,08 em 1993. Desse total, a parcela referente aos encargos sociais (cerca de 20%) era de apenas US$ 0,62, situando-se como uma das menores do mundo. O gasto estimado com encargos por hora trabalhada era de, aproximadamente, US$ 5,00 na Alemanha e Bélgica; US$ 4,50 na Itália e na França; e US$ 3,00 nos Estados Unidos.

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4.3 Mito 2 : Encargos e Competitividade

Competitividade, Encargos e Baixos Salários

Competitividade e Taxa de Câmbio

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4.4 Mito 3 : Encargos e Emprego

1. Não existem evidências (Relatório da OIT, 1995)

2. TAVARES (1996) – “: “Os ajustes introduzidos em alguns países – que vão desde a redução dos salários, diminuição dos custos não-salariais derivados de contribuições e impostos, até a atenuação de alguns mecanismos de proteção do emprego e a descentralização das estruturas de negociação – tiveram impactos insignificantes, quando não negativos, sobre o emprego e a melhora das condições de trabalho .

3. Não existem evidências de que a regulamentação do mercado de trabalho seja um obstáculo de peso para a criação de empregos ou que sua flexibilização ‘contribua para solucionar os problemas de insuficiência, insegurança e instabilidade no emprego

4. Tampouco existem evidências de que a redução dos salários contribua para aumentar o emprego, sequer setorial, que dirá global.

5. No Brasil, o mercado de trabalho já é extremamente flexível, como o demonstram, tanto os elevados índices de informatização e as altíssimas taxas de rotatividade, quanto o baixo nível e ampla diferenciação das remunerações recebidas pelos assalariados.

6. Taxa de Desemprego nos Países Europeus

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5 A Flexibilização já Foi Feita Klein (2003)

Medidas para flexibilizar a contratação: contrato de trabalho por prazo determinado (Lei n. 9.601/94); contrato de trabalho em tempo parcial (MP n. 1.709/98); trabalho temporário (Portaria do MTb n. 2/96); cooperativas profissionais ou de prestação de serviços (Lei n. 9.849/94); ampliação trabalho-estágio (MP Lei n. 2.164/99); contrato de aprendizagem (Lei n. 10.097/00); e,

Medidas destinadas a flexibilizar a remuneração. nova política salarial (MP n. 1053/94) : desindexa os salários, proibi cláusulas de reajuste

automático,e incentiva a “livre negociação”. Participação nos Lucros e Resultados (PLR): não incide sobre encargos trabalhistas e não é

incorporada ao salário. Medidas para flexibilizar o tempo de trabalho:

liberação para o trabalho aos domingos no comércio varejista (MP n. 1.878/99) “Banco de Horas”(Lei n. 9.061/98 e MP n. 1.709/98).

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6 O QUE GERA EMPREGO?

Opção MacroeconômicaCrescimento Taxa de JurosCâmbio

Fiscalização (Emprego Formal)

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Pobreza - Menos de US$ 1/dia (BIRD)

Regiões População (milhões) População %

  1980 1990 2001 1980 1990 2001

África Subsaariana 164 227 313 41,6 44,5 46,6

América Latina e Caribe 36 49 50 10,1 11,6 9,9

Europa e Ásia Central 3 2 17 0,8 0,5 3,5

Leste da Ásia e Pacífico 796 472 271 56,7 29,5 14,3

Oriente Médio e Norte da África 9 6 7 5,1 2,3 2,4

Sul da Ásia 475 462 431 51,5 41,3 31,9

Total Mundial 1.483 1.218 1.089 40,4 27,9 20,7Fonte: Banco Mundial. World Development Indicators, 2005.

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Taxa de Variação do Produto Interno Bruto

PaísVar.%

1980-2008Var.%

1980-1989Var.%

1990-1999Var.%

2000-2008Var.%

1994-2002Var.%

2003-2008

 China 9,91 9,75 9,99 9,99 9,39 10,68 Vietnam 6,83 4,54 7,42 7,46 7,47 7,72 Korea, Rep. 6,23 7,67 6,26 4,39 5,40 3,98 India 6,15 5,69 5,65 7,22 5,84 8,67 Thailand 5,82 7,30 5,28 4,78 3,21 5,12 Angola 5,71 4,18 -0,06 12,16 6,65 14,80 Indonesia 5,47 6,38 4,83 5,16 3,21 5,57 Hong Kong, China 5,31 7,42 3,31 4,97 2,72 5,73 Chile 5,02 4,39 6,37 4,23 4,76 4,67 Turkey 4,37 4,11 3,98 5,08 2,71 6,40 Israel 4,34 3,65 5,49 3,83 4,11 4,45 Colombia 3,52 3,41 2,86 4,39 2,28 5,32 Australia 3,30 3,30 3,31 3,30 3,98 3,33 Iran, Islamic Rep. 3,30 -0,30 4,64 5,82 3,74 6,02 Nigeria 3,25 0,94 3,07 6,02 2,51 7,37 Spain 2,93 2,79 2,69 3,36 3,56 3,15 United States 2,86 3,04 3,12 2,37 3,29 2,53 Mexico 2,84 2,29 3,39 2,84 2,91 3,07 Latin America & Caribbean 2,76 1,80 2,94 3,63 2,29 4,83 Brazil 2,76 2,99 1,70 3,68 2,66 4,13 Uruguay 2,74 0,71 3,26 4,61 1,68 6,95 Canada 2,71 3,04 2,43 2,66 3,66 2,33 South Africa 2,53 2,24 1,39 4,12 2,97 4,42 Argentina 2,52 -0,73 4,52 3,90 0,11 8,53 New Zealand 2,45 1,99 2,67 2,72 3,53 2,20 United Kingdom 2,34 2,37 2,14 2,53 3,09 2,42 Austria 2,27 2,00 2,68 2,12 2,33 2,33 Japan 2,26 3,72 1,51 1,47 0,97 1,63 Venezuela, RB 2,26 -0,18 2,48 4,72 0,04 7,38 Sweden 2,19 2,26 1,70 2,64 3,13 2,65 Euro area 2,13 2,28 2,17 1,93 2,40 1,78 France 2,03 2,32 1,85 1,90 2,36 1,72 Europe & Central Asia 2,02 ... -1,55 5,98 1,77 6,77 Germany 1,91 1,95 2,32 1,42 1,76 1,40 Italy 1,73 2,55 1,44 1,16 1,88 0,73 Russian Federation 0,76 ... -4,90 7,04 0,22 7,27Fonte: Banco Mundial.

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Crescimento e Pobreza

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Taxa de Variação do Produto Interno Bruto

PaísVar.%

1980-2008Var.%

1980-1989Var.%

1990-1999Var.%

2000-2008Var.%

1994-2002Var.%

2003-2008

 China 9,91 9,75 9,99 9,99 9,39 10,68 Vietnam 6,83 4,54 7,42 7,46 7,47 7,72 Korea, Rep. 6,23 7,67 6,26 4,39 5,40 3,98 India 6,15 5,69 5,65 7,22 5,84 8,67 Thailand 5,82 7,30 5,28 4,78 3,21 5,12 Angola 5,71 4,18 -0,06 12,16 6,65 14,80 Indonesia 5,47 6,38 4,83 5,16 3,21 5,57 Hong Kong, China 5,31 7,42 3,31 4,97 2,72 5,73 Chile 5,02 4,39 6,37 4,23 4,76 4,67 Turkey 4,37 4,11 3,98 5,08 2,71 6,40 Israel 4,34 3,65 5,49 3,83 4,11 4,45 Colombia 3,52 3,41 2,86 4,39 2,28 5,32 Australia 3,30 3,30 3,31 3,30 3,98 3,33 Iran, Islamic Rep. 3,30 -0,30 4,64 5,82 3,74 6,02 Nigeria 3,25 0,94 3,07 6,02 2,51 7,37 Spain 2,93 2,79 2,69 3,36 3,56 3,15 United States 2,86 3,04 3,12 2,37 3,29 2,53 Mexico 2,84 2,29 3,39 2,84 2,91 3,07 Latin America & Caribbean 2,76 1,80 2,94 3,63 2,29 4,83 Brazil 2,76 2,99 1,70 3,68 2,66 4,13 Uruguay 2,74 0,71 3,26 4,61 1,68 6,95 Canada 2,71 3,04 2,43 2,66 3,66 2,33 South Africa 2,53 2,24 1,39 4,12 2,97 4,42 Argentina 2,52 -0,73 4,52 3,90 0,11 8,53 New Zealand 2,45 1,99 2,67 2,72 3,53 2,20 United Kingdom 2,34 2,37 2,14 2,53 3,09 2,42 Austria 2,27 2,00 2,68 2,12 2,33 2,33 Japan 2,26 3,72 1,51 1,47 0,97 1,63 Venezuela, RB 2,26 -0,18 2,48 4,72 0,04 7,38 Sweden 2,19 2,26 1,70 2,64 3,13 2,65 Euro area 2,13 2,28 2,17 1,93 2,40 1,78 France 2,03 2,32 1,85 1,90 2,36 1,72 Europe & Central Asia 2,02 ... -1,55 5,98 1,77 6,77 Germany 1,91 1,95 2,32 1,42 1,76 1,40 Italy 1,73 2,55 1,44 1,16 1,88 0,73 Russian Federation 0,76 ... -4,90 7,04 0,22 7,27Fonte: Banco Mundial.

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1

Taxa de crescimento da renda per capita (em US$ PPC constantes de 2000)

Países 1960-1970 1970-1980 1980-1990 1990-2000 2000-2003África do Sul 2,73 1,62 0,18 0,64 0,72Argentina 2,28 1,07 -2,83 3,29 -3,54

Brasil 4,30 5,34 0,08 0,52 0,05Cingapura 4,95 6,66 4,09 4,22 -0,86Chile 1,93 0,81 0,65 4,85 2,03China 1,10 4,13 8,36 9,12 7,49Coréia do Sul 5,75 5,83 7,87 5,05 3,87EUA 3,00 2,23 2,29 2,40 1,65Índia 2,62 1,56 3,48 3,37 4,19Indonésia 1,74 5,05 3,43 2,60 3,00Japão 9,71 3,14 3,41 1,00 0,09México 3,26 3,56 -0,57 1,65 -0,60

Fonte: Alan Heston, Robert Summers and Bettina Aten. Penn World. Table Version 6.2, Center for International Comparisons of Production, Income and Prices at the University of Pennsylvania, September 2006 – Elaboração Antunes, Gimenez e Fagnani, 2006)

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36

%

% p

.ap

.a..

8

13

18

23

28

33

38

Jan 97 Jan 98 Jan 99 Jan 00 Jan 01 Jan 02 Jan 03 Jan 04

AVG 97/9921.4%

AVG 00/0215.8%

AVG 03/0412.6%

TAXA DE JUROS REAL – 1997/2004

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Emprego FormalGeração de Novos Empregos Formais 1995/2005

-800.000

-300.000

200.000

700.000

1.200.000

1.700.000

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Fonte: CAGED/MTE

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38

2,79

4,15

1,532,24

-1,82

-3,87

-6,80 -7,13 -7,45

-5,06

0,24 0,56

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

4

6

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Fonte: DIEESE / IBGE

%

BRASIL - RENDIMENTO REAL DOS OCUPADOS (VARIAÇÃO ANUAL)

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39

BRASIL - TAXA DE DESEMPREGO ABERTO MÉDIAS ANUAIS

8,0

8,5

9,0

9,5

10,0

10,5

11,0

11,5

12,0

12,5

13,0

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Fonte: IPEADATA

%

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40

05

1015

20253035404550

55606570

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Fonte: IPEADATA

% RELAÇÃO DÍVIDA LÍQUIDA / PIB

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Proteção Previdenciária para População Ocupada entre 16 e 59 anos* - Brasil

Fonte: PNAD/IBGE – 2005.Elaboração: SPS/MPS.*Independentemente de critério de renda.** Moradores da zona rural dedicados a atividades agrícolas, nas seguintes posições na ocupação: sem carteira, conta própria, produção para próprio consumo,construção para próprio uso e não remunerados, respeitada a idade entre 16 e 59 anos.*** Trabalhadores ocupados (excluídos os segurados especiais) que, apesar de não contribuintes, recebem benefício previdenciário.

Categorias Quantidade de Trabalhadores %Contribuintes RGPS (A) 35.065.983 44,4%Contribuintes RPPS (B) 5.262.915 6,7% Militares 254.520 0,3%

Estatutarios 5.008.395 6,3%

Segurados Especiais** (RGPS) (C) 8.489.553 10,8%Não contribuintes (D) 30.112.000 38,2%Total (E = A+B+C+D) 78.930.451 100,0%Beneficiários não contribuintes*** (F) 1.302.366 1,7%Trabalhadores Socialmente Protegidos (A+B+C+F) 50.120.817 63,5%Trabalhadores Socialmente Desprotegidos (D-F) 28.809.634 36,5% Desprotegidos com rendimento inferior a 1 salário mínimo 12.259.623 15,5% Desprotegidos com rendimento igual ou superior a 1 salário minimo 16.263.901 20,6% Desprotegidos com rendimento ignorado 286.110 0,4%

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Ações Públicas de Inconstitucionalidade

22 anos de manobras contáveis e inconstitucionais 22 anos de passividade do movimento social Ações Públicas:

1. Organização da Seguridade Social2. Elaboração do Orçamento da Seguridade Social3. Captura de Recursos do OSS4. MPAS: Contabilização dos Dados5. Conselho Nacional da Seguridade Social

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