25
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA XIV CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA VANESSA MELLO RODRIGUES AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE EM ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA FLORIANÓPOLIS (SC) 2012

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA

XIV CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA

VANESSA MELLO RODRIGUES

AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE EM ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO

ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA

FLORIANÓPOLIS (SC)

2012

Page 2: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

2

VANESSA MELLO RODRIGUES

AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE EM ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO ÂMBITO

DA ATENÇÃO BÁSICA

Monografia apresentada ao XIV Curso de

Especialização em Saúde Pública da

Universidade Federal de Santa Catarina, como

requisito parcial para obtenção do título de

Especialista em Saúde Pública.

Orientador: Prof .Dr. Josimari Telino de Lacerda

FLORIANÓPOLIS (SC)

2012

Page 3: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

3

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA

XII CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA

AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE EM ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO ÂMBITO

DA ATENÇÃO BÁSICA

VANESSA MELLO RODRIGUES

Essa monografia foi analisada pelos professores e julgada e aprovada para obtenção do grau

de Especialista em Saúde Pública no Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal

de Santa Catarina

Florianópolis, 19 de abril de 2012.

Profª Dra. Jane Maria de Souza Philippi

Coordenadora do Curso

Profª Dra. Josimari Telino de Lacerda

Orientadora do Trabalho

Page 4: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

4

RESUMO

RODRIGUES, Vanessa Mello. Ações de promoção da saúde em alimentação e nutrição no

âmbito da atenção básica. Florianópolis, 2012. Monografia (Especialização em Saúde

Pública). Departamento de Saúde Pública. Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, 2012.

Buscou-se, com este estudo, identificar as ações de promoção da saúde em alimentação e

nutrição que têm sido desenvolvidas na atenção básica no Brasil. Para este fim, foi realizada

revisão sistemática da literatura, nas bases de dados eletrônicas Scielo e Scopus. Rastrearam-

se estudos sobre ações de promoção da saúde em alimentação e nutrição realizadas em

unidades básicas de saúde brasileiras no período de vigor da Política Nacional de Alimentação

e Nutrição – PNAN (1999 a 2012). Utilizaram-se as palavras chaves em português e inglês:

“primary health care”, “health promotion”, “food”, “nutrition”, “nutrition education” e “food

security”. Foram encontrados 121 artigos, sendo elegíveis 20 estudos. As ações de promoção

de saúde identificadas foram classificadas de acordo com as diretrizes da PNAN. A maioria

das ações identificadas (n=14) era voltada para a terceira diretriz da PNAN, que diz respeito

ao monitoramento da situação alimentar e nutricional da população. Apenas uma ação foi

classificada de acordo com a diretriz de promoção de práticas alimentares e estilos de vida

saudáveis. Destaca-se a necessidade de maior divulgação das ações de alimentação e nutrição

realizadas, além da importância de distribuí-las igualmente nos campos de monitoramento,

intervenção e educação em saúde, visando à promoção e a proteção da saúde em um sentido

mais amplo.

Palavras chave: Alimentação e nutrição; atenção básica; promoção da saúde

Page 5: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

5

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 06

1.1 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA 06

1.2 APRESENTAÇÃO............................................................................................ 06

1.3 OBJETIVOS...................................................................................................... 10

1.3.1 Objetivo Geral.................................................................................................. 10

1.3.2 Objetivos Específicos....................................................................................... 10

2 ARTIGO DE REVISÃO................................................................................. 11

2.1 RESUMO........................................................................................................... 11

2.2 INTRODUÇÃO................................................................................................. 11

2.3 METODOLOGIA.............................................................................................. 13

2.4 RESULTADOS................................................................................................. 14

2.5 DISCUSSÃO..................................................................................................... 16

2.6 CONCLUSÃO................................................................................................... 18

REFERÊNCIAS........................................................................................................ 19

APÊNDICES 23

Page 6: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

6

1 INTRODUÇÃO

1.1 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

A presente monografia está estruturada em dois capítulos. No primeiro capítulo,

apresentam-se a introdução geral, a justificativa e os objetivos do estudo. E o segundo

capítulo traz o artigo que apresenta e discute os resultados da pesquisa. Para este artigo adota-

se a estrutura clássica: introdução, com a apresentação do problema de pesquisa; método,

incluindo delineamento do estudo e passo a passo do percurso metodológico; resultados, com

a descrição dos principais achados da investigação; discussão, debatendo os resultados

encontrados; e as conclusões após a realização do estudo. Por fim, encontram-se as

referências utilizadas, e os apêndices.

1.2 APRESENTAÇÃO

O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência Nacional de Saúde, em

1986, define saúde como sendo resultante das condições de alimentação, habitação, educação,

renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra

e acesso aos serviços de saúde. Sendo assim, é principalmente resultado das formas de

organização social de produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de

vida (BRASIL, 2002).

Segundo Batistella (2007), a ampliação do conceito foi fruto de intensa mobilização,

que se estabeleceu em diversos países da América Latina durante as décadas de 1970 e 1980,

como resposta aos regimes autoritários e à crise dos sistemas públicos de saúde. O debate

ocorreu durante o processo de redemocratização do país, durante a Reforma Sanitária

Brasileira, e resultou no texto constitucional de 1988, que define “saúde como direito de todos

e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do

risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para

sua promoção, proteção e recuperação” (BRASIL, 1988).

Page 7: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

7

A partir da ampliação do conceito, buscou-se transformar o modo de ver e fazer saúde,

passando do modelo de prevenção e recuperação, para promoção e proteção da saúde. As

bases conceituais e políticas contemporâneas da promoção da saúde foram estabelecidas

basicamente em três conferências internacionais sobre o tema: Otawa (1986), Adelaide (1988)

e Sundsval (1991). De acordo com Buss (2000), a promoção da saúde propõe a articulação de

saberes técnicos e populares, além da mobilização de recursos institucionais e comunitários,

públicos e privados, para seu enfrentamento e resolução.

O conceito moderno de promoção da saúde surge principalmente como reação à

acentuada medicalização da saúde na sociedade e no interior do sistema de saúde. O termo

promoção da saúde está relacionado a uma série de fatores como saúde, solidariedade,

equidade, democracia, cidadania, desenvolvimento, participação e parceria. Além disso,

envolve uma combinação de estratégias visando a “responsabilização múltipla”, tanto em

relação aos problemas, quanto às soluções propostas, com ações em todos os setores: Estado

(políticas públicas saudáveis), comunidade (reforço da ação comunitária), individual

(desenvolvimento de habilidades pessoais), sistema (reorientação do sistema de saúde), além

de parcerias intersetoriais (BUSS, 2011).

Nesse contexto, o Ministério da Saúde definiu em 2006 a Agenda de Compromisso pela

Saúde, agregando três eixos: o Pacto em Defesa do SUS, o Pacto em Defesa da Vida e o Pacto

de Gestão. Dentre as macroprioridades do Pacto em Defesa da Vida, possui especial

relevância o aprimoramento do acesso e da qualidade dos serviços prestados no SUS, com a

ênfase para o fortalecimento e para a qualificação estratégica da Saúde da Família; a

promoção, informação e educação em saúde com ênfase na promoção de atividade física, na

promoção de hábitos saudáveis de alimentação e vida, controle do tabagismo; controle do uso

abusivo de bebida alcoólica; e cuidados especiais voltados ao processo de envelhecimento

(BRASIL, 2006b). Assim, houve a criação da Política Nacional de Promoção da Saúde

(PNPS), em 30 de março de 2006, que veio para ampliar e qualificar as ações de promoção da

saúde nos serviços e na gestão do SUS, e garantir a integralidade do cuidado (BRASIL,

2006a).

A PNPS tem como objetivo geral promover a qualidade de vida e reduzir

vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes –

modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a

bens e serviços essenciais, entre eles a alimentação adequada. Entre suas estratégias de

implementação está o estímulo à inserção de ações de Promoção da Saúde em todos os níveis

Page 8: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

8

de atenção, com ênfase na atenção básica, voltadas às ações de cuidado com o corpo e a saúde

e alimentação saudável. Além disso, aponta a alimentação saudável como ação prioritária no

biênio 2006-2007 (BRASIL, 2006a).

Ainda em 2006, foi publicada a Lei Orgânica de Segurança Alimentar Nutricional

(Losan), que criou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan). Dentro

das discussões do conceito de Segurança Alimentar e Nutricional, são incorporadas questões

relativas à composição, à qualidade, à utilização biológica e à promoção da saúde, apontando

a abrangência das políticas que convergem para o alcance da segurança alimentar e

nutricional. Entre elas, está a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), como elo

potencial entre o Sistema Único de Saúde (SUS), e o Sistema Nacional de Segurança

Alimentar e Nutricional (Sisan) (RECINE, VASCONCELLOS, 2011).

A PNAN, publicada em 1999, marca uma etapa importante para a configuração da área

no campo da saúde, evidenciando as transições epidemiológica, nutricional e demográfica

com a convivência no país de situações extremas de desnutrição e deficiências nutricionais ao

lado de altas prevalências de obesidade e doenças associadas à alimentação. A PNAN projeta

um modelo de segurança alimentar e nutricional fundamentado no direito humano à

alimentação, destacando a alimentação e a nutrição como requisitos de promoção e proteção

da saúde. Reposicionando, na época, a questão alimentar e nutricional na agenda das políticas

públicas do setor saúde, a PNAN assume o propósito, com o estímulo a ações intersetoriais,

de garantir a qualidade dos alimentos consumidos no país, promover práticas alimentares

saudáveis, prevenir e controlar distúrbios nutricionais (RECINE, VASCONCELLOS, 2011).

A PNAN articula sete diretrizes, que orientam a elaboração e implantação dos

programas e projetos em alimentação e nutrição: estímulo às ações intersetoriais com vistas ao

acesso universal aos alimentos; garantia da segurança e da qualidade dos alimentos e da

prestação de serviços; monitoramento da situação nutricional e alimentar; promoção de

práticas alimentares e estilos de vida saudáveis; prevenção e controle dos distúrbios

nutricionais e de doenças associadas à alimentação e nutrição; promoção do desenvolvimento

de linhas de investigação; e desenvolvimento e capacitação de recursos humanos (BRASIL,

1999).

Dessa forma, assegurar a saúde, nesse sentido amplo, inclui a nutrição adequada e a

promoção de alimentação saudável dentro do SUS, com base nas diretrizes da PNAN. Visto

que a atenção primária é o primeiro contato com o Sistema, esta instância deve auxiliar os

indivíduos a assegurar o direito humano à alimentação adequada. A atuação de Equipes de

Page 9: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

9

Saúde da Família (ESF) em parceria com os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) é

imprescindível para promover a saúde e divulgar as ações de alimentação saudável e

mudanças de estilo de vida. Entretanto, para uma boa execução destas ações, é importante que

os profissionais conheçam não só as peculiaridades da população que atende, mas também as

diferentes realidades vividas no país e que tipo de ações de alimentação e nutrição estão sendo

desenvolvidas na atenção básica pelos NASF.

Sabendo da vasta capacidade dos profissionais em desenvolver ações de saúde, no

campo da alimentação e nutrição, voltadas para a promoção e proteção do direito humano à

alimentação adequada, este trabalho faz uma revisão das experiências brasileiras em

alimentação e nutrição para promover a saúde no âmbito da atenção básica. Com os

resultados, busca-se conhecer as necessidades que foram atendidas e quais pontos ainda

precisam ser melhorados. Sendo assim, parte-se da seguinte pergunta: "Quais são as ações de

promoção da saúde no campo de alimentação e nutrição no âmbito da atenção básica que vem

sendo desenvolvidas no Brasil a partir da publicação da PNAN"?

Page 10: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

10

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Identificar as ações de promoção da saúde em alimentação e nutrição que têm sido

desenvolvidas na atenção básica brasileira a partir da publicação da PNAN.

1.3.2 Objetivos Específicos

a) Classificar as ações de saúde identificadas de acordo com as diretrizes da Política

Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN);

b) Verificar qual diretriz da PNAN concentra o maior número das ações de promoção de

saúde identificadas.

Page 11: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

11

2 ARTIGO DE REVISÃO

AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE EM ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO ÂMBITO

DA ATENÇÃO BÁSICA

2.1 RESUMO

Buscou-se, com este estudo, identificar as ações de promoção da saúde em alimentação

e nutrição que têm sido desenvolvidas na atenção básica no Brasil a partir da publicação da

PNAN. Para este fim, foi realizada revisão sistemática da literatura, nas bases de dados

eletrônicas Scielo e Scopus. Rastrearam-se estudos sobre ações de promoção da saúde em

alimentação e nutrição realizadas em unidades básicas de saúde brasileiras no período de

vigor da Política Nacional de Alimentação e Nutrição – PNAN (1999 a 2012). Utilizaram-se

as palavras chaves em português e inglês: “primary health care”, “health promotion”, “food”,

“nutrition”, “nutrition education” e “food security”. Foram encontrados 121 artigos, sendo

elegíveis 20 estudos. As ações de promoção de saúde identificadas foram classificadas de

acordo com as diretrizes da PNAN. A maioria das ações identificadas (n=14) era voltada para

a terceira diretriz da PNAN, que diz respeito ao monitoramento da situação alimentar e

nutricional da população. Apenas uma ação foi classificada de acordo com a diretriz de

promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis. Destaca-se a necessidade de

maior divulgação das ações de alimentação e nutrição realizadas, além da importância de

distribuí-las igualmente nos campos de monitoramento, intervenção e educação em saúde,

visando à promoção e a proteção da saúde em um sentido mais amplo.

Palavras chave: Alimentação e nutrição; atenção básica; promoção da saúde

2.2 INTRODUÇÃO

O conceito moderno de promoção da saúde está relacionado a uma série de fatores

como saúde, solidariedade, equidade, democracia, cidadania, desenvolvimento, participação e

parceria. Além disso, envolve uma combinação de estratégias visando à “responsabilização

múltipla”, tanto em relação aos problemas, quanto às soluções propostas, com ações em todos

os setores (BUSS, 2011).

Page 12: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

12

No Brasil, com base no Pacto em Defesa pela Vida, um dos três eixos do Pacto pela

Saúde definido pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2006b), foi elaborada a Política Nacional

de Promoção da Saúde (PNPS). Entre suas estratégias de implementação está o estímulo à

inserção de ações de Promoção da Saúde em todos os níveis de atenção, com ênfase na

atenção básica, voltadas às ações de cuidado com o corpo e a saúde e alimentação saudável.

Além disso, apontou alimentação saudável como ação prioritária no biênio 2006-2007

(BRASIL, 2006a). Nesse sentido, a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN),

surge como elo potencial entre o Sistema Único de Saúde (SUS), e o Sistema Nacional de

Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) (RECINE, VASCONCELLOS, 2011).

Em um contexto de transição epidemiológica, nutricional e demográfica no Brasil

(BATISTA FILHO, 2008), na PNAN projeta-se um modelo de segurança alimentar e

nutricional fundamentado no direito humano à alimentação, destacando a alimentação e a

nutrição como requisitos de promoção e proteção à saúde. A criação desta política, em 1999,

reposicionou e questão alimentar e nutricional na agenda das políticas públicas do setor saúde

(RECINE, VASCONCELLOS, 2011).

A PNAN articula sete diretrizes, que orientam a elaboração e implantação dos

programas e projetos em alimentação e nutrição: estímulo às ações intersetoriais com vistas ao

acesso universal aos alimentos; garantia da segurança e da qualidade dos alimentos e da

prestação de serviços; monitoramento da situação nutricional e alimentar; promoção de

práticas alimentares e estilos de vida saudáveis; prevenção e controle dos distúrbios

nutricionais e de doenças associadas à alimentação e nutrição; promoção do desenvolvimento

de linhas de investigação; e desenvolvimento e capacitação de recursos humanos (BRASIL,

1999).

Dessa forma, assegurar a saúde, nesse sentido amplo, inclui a nutrição adequada e a

promoção de alimentação saudável dentro do SUS, com base nas diretrizes da PNAN. Visto

que a atenção primária é o primeiro contato com o Sistema, esta instância deve auxiliar os

indivíduos a assegurar o direito humano à alimentação adequada.

Sabendo do vasto estímulo para que os profissionais desenvolvam ações de saúde, no

campo da alimentação e nutrição, voltadas para a promoção e proteção do direito humano à

alimentação adequada, este artigo faz uma revisão das experiências brasileiras em

alimentação e nutrição para promover a saúde no âmbito da atenção básica. Com os

resultados, busca-se conhecer as necessidades que foram atendidas e quais pontos ainda

precisam ser melhorados.

Page 13: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

13

2.3 METODOLOGIA

Foi realizada uma busca sistemática de artigos procurando detectar estudos que

apresentavam ações de promoção da saúde em alimentação e nutrição no âmbito da atenção

básica realizados no Brasil. A pesquisa foi realizada em março de 2012, nas bases de dados

eletrônicas Scopus SciVerse, que é a maior base de dados de resumos e citações do mundo, e

na base de dados SciELO Org (Scientific Electronic Library Online), na qual a maioria dos

estudos publicados no Brasil está indexada. Nas duas bases de dados, foram considerados os

estudos publicados de janeiro de 1999 a março de 2012.

Na base de dados Scopus Sci Verse, a busca foi realizada com as seguintes associações

dos termos descritores: “health promotion” OR nutrition OR food OR “food security” OR

“nutrition education” AND “primary health care”. Na primeira busca foram capturados 3.111

artigos. Destes, a busca foi delimitada para estudos realizados no Brasil e somente artigos

como tipo de documento, o que gerou 76 estudos.

Na base de dados Scielo Org, a busca foi realizada com as associações e os termos

descritores equivalentes à busca em inglês: “promoção da saúde” OU “nutrição” OU

“alimentação” OU “segurança alimentar” OU “educação nutricional” E “atenção básica”.

Nesta busca foram capturados 45 artigos. Quinze artigos estavam indexados em mais de uma

base dentro da rede Scielo, e por isso sua duplicata foi excluída, restando 30 artigos.

Baseado no modelo de busca sistemática, os critérios de inclusão e exclusão foram

estabelecidos de modo a atingir os objetivos da pesquisa. Os critérios de inclusão dos artigos

foram (i) artigos originais, (ii) em Português, Inglês ou Espanhol, (iii) realizados em uma

unidade de atenção básica de saúde brasileira, (iv) que descrevem uma ação de promoção de

saúde relacionada à alimentação e nutrição. Os critérios de exclusão foram: (i) artigos de

revisão, (ii) artigos em outras línguas além das mencionadas anteriormente, (iii) aqueles que

não se conseguiu a versão completa, mesmo quando foram solicitados aos autores.

Foi realizada leitura crítica dos 106 resumos localizados na pesquisa, sendo excluídos

aqueles que não se encaixassem nos critérios anteriormente definidos. Os artigos repetidos nas

duas buscas foram contabilizados apenas uma vez. Assim, considerando o objetivo do estudo

e os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 20 artigos originais para análise.

Entre as sete diretrizes da PNAN, que norteiam a elaboração e implantação dos

programas e projetos em alimentação e nutrição, foram identificadas três diretrizes que

estavam relacionadas diretamente com as ações descritas nos estudos selecionados:

Page 14: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

14

monitoramento da situação alimentar e nutricional (diretriz 3); promoção de práticas

alimentares e estilos de vida saudáveis (diretriz 4); prevenção e controle dos distúrbios

nutricionais e de doenças associadas à alimentação e nutrição (diretriz 5) (BRASIL, 1999).

2.4 RESULTADOS

Conforme apresentado na tabela 1, os artigos foram organizados e caracterizados a

partir dos seguintes parâmetros: classificação da ação de acordo com as diretrizes da PNAN,

objetivo do estudo, indivíduos participantes, e local de realização.

Das ações identificadas nos vinte artigos selecionados, quatorze foram classificadas

como ações voltadas para o monitoramento da situação alimentar e nutricional (diretriz 3 da

PNAN) de indivíduos atendidos em unidades de atenção básica de saúde. Estes estudos eram

direcionados à investigação de prevalências (carências nutricionais, distúrbios relacionados à

alimentação e nutrição, aleitamento materno) e caracterização de perfis nutricionais.

Cinco artigos descreveram ações que foram classificadas como voltadas para a

prevenção e controle dos distúrbios nutricionais e de doenças associadas à alimentação e

nutrição (diretriz 5 da PNAN). Os estudos avaliaram a efetividade de ações de intervenção

nutricional na melhora do estado nutricional e do comportamento alimentar dos indivíduos.

Apenas um estudo descreveu uma ação que foi classificada como voltada para a

promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis (diretriz 4 da PNAN). Neste

estudo, a ação desenvolvida buscou experimentar um método educativo para a promoção da

alimentação saudável por meio de oficinas educativas com participação de indivíduos

representantes de diversos setores relacionados a uma unidade básica de saúde. A construção

do método ocorreu em um contexto de educação em saúde, com troca de experiências e

debate sobre formas de trabalhar a promoção da alimentação saudável entre os participantes.

Destaca-se que todas as ações desenvolvidas nos estudos selecionados foram

realizadas por pesquisadores, em sua maioria nutricionistas. Não foram identificados estudos

com ações desenvolvidas pelos profissionais atuantes nas unidades básicas de saúde. As ações

identificadas no estudo tiverem como foco, indivíduos de diversas idades. Mulheres gestantes

foram o grupo mais identificado nas ações, especialmente naquelas voltadas para o incentivo

à amamentação e classificadas na diretriz 3. Os anos que concentraram o maior número de

artigos selecionados foram 2008 (n = 5) e 2010 (n = 6). Os estudos ocorreram em sua maioria

Page 15: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

15

na região sudeste do Brasil (n = 16), com ênfase para os realizados na cidade do Rio de

Janeiro (n = 5) e no interior do estado de São Paulo (n = 6).

Tabela 1 - Classificação das características dos estudos avaliados. Florianópolis, 2012.

Características avaliadas N %

Diretrizes da PNAN

Monitoramento da situação nutricional 14 70,0

Promoção de práticas alimentares e estilos de vida

saudáveis 01 5,0

Prevenção e controle dos distúrbios nutricionais e

doenças associadas à alimentação e nutrição 05 25,0

Objetivo do estudo

Prevalência de carências nutricionais (vitaminas C

e E, ferro) 03 15,0

Prevalência de distúrbios relacionados à

alimentação e nutrição 06 30,0

Prevalência de aleitamento materno e práticas

relacionadas 04 20,0

Perfil nutricional associado à patologia específica

de cunho não nutricional 01 5,0

Estratégias de educação em saúde voltadas para a

construção mútua do conhecimento sobre

alimentação saudável

01 5,0

Avaliação de estratégias de intervenção nutricional 05 25,0

Indivíduos

Gestantes 07 35,0

Crianças 03 15,0

Apenas mulheres adultas 02 10,0

Homens e mulheres adultos 04 20,0

Idosos 02 10,0

Comunidade escolar 01 5,0

Tuberculose (idade a partir de 15 anos) 01 5,0

Local

Região sudeste do Brasil 14 70,0

Região sul do Brasil 04 20,0

Região centro-oeste 02 10,0

Page 16: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

16

2.5 DISCUSSÃO

No presente estudo, a maioria das ações identificadas nos artigos selecionados referia-

se ao monitoramento da situação alimentar e nutricional da população, especialmente na

investigação de prevalências e na definição de perfis nutricionais. Ações de monitoramento

são importantes ferramentas para conhecer a situação nutricional de uma população e geram

dados que podem embasar futuras intervenções (BRASIL, 2004). Entretanto, destaca-se que o

monitoramento deve estar aliado às outras diretrizes propostas pela PNAN, visto que é

necessário traduzir as informações levantadas em ações concretas.

Ao analisar o segundo conjunto de artigos, que continha ações de prevenção e controle

dos distúrbios nutricionais e de doenças associadas à alimentação e nutrição, verifica-se que

um menor número de artigos foi encontrado, o que pode refletir que muitos levantamentos

sobre o estado nutricional da população são realizados, porém ações práticas são mais difíceis

de realizar. Além disso, apesar das ações de prevenção de agravos nutricionais constarem

como uma diretriz da PNAN (BRASIL, 1999), o que é ratificado na PNPS (2006), é

necessário um debate sobre a eficácia destas ações e da manutenção deste modelo

preventivista, no qual a ação de saúde é realizada de maneira vertical. A maioria das ações

identificadas este estudo são todas voltadas para avaliar a utilização de estratégias de

intervenção no modelo clássico.

Apenas um estudo apresentou uma ação classificada de acordo com o conceito

ampliado de promoção de saúde (BUSS, 2000) e com base na diretriz 4 da PNAN. Observa-se

que mesmo após a criação de uma Política específica para este tipo de ação, poucas ações

desenvolvendo o conhecimento de maneira conjunta e promovendo o empoderamento dos

sujeitos são realizadas. De acordo com um estudo que avaliou a inserção do nutricionista na

rede básica de saúde dos municípios da região metropolitana de Campinas, a promoção da

saúde na área de nutrição foi associada apenas à educação em saúde, pois não existem outras

ações específicas no âmbito da nutrição (PÁDUA; BOOG, 2006). Ainda, Silva et al. (2002),

ressaltam que integrar a questão alimentação saudável nas atividades de promoção da saúde é

um desafio, que exige um profissional de saúde que consiga associar saberes e práticas que

potencializem seu papel de agente de promoção da saúde coletiva, tendo como base o

entendimento da dimensão humana e não somente o orgânico.

Ademais, autores apontam que a atuação do nutricionista no modelo atual de atenção à

saúde ainda não conseguiu conciliar o atendimento à alta demanda para resolver problemas

Page 17: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

17

individuais, com a necessidade de promover a saúde e a qualidade de vida por meio de

medidas de alcance coletivo. Deste modo, destacam que o atendimento individual sobrepõe-se

às ações de caráter coletivo, e que as ações de tratamento são mais frequentes que as ações

voltadas para a promoção à saúde (PÁDUA; BOOG, 2006).

A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) tem o objetivo de promover a

qualidade de vida, e reduzir vulnerabilidade e riscos relacionados aos determinantes e

condicionantes da saúde. Além disso, visa incorporar e implementar ações de promoção da

saúde, com ênfase na atenção básica; e prevenir fatores determinantes e/ou condicionantes de

doenças e agravos à saúde. Assim, a alimentação saudável foi priorizada na PNPS como uma

das ações específicas para o biênio de sua implantação, e como forma de realizar estas ações,

sugere-se a promoção da articulação intra e intersetorial visando à implementação da PNPS

por meio do reforço à consolidação das diretrizes da PNAN e da Estratégia Global (BRASIL,

2006a).

Após a realização da busca sistemática nas bases de dados, verificou-se que todos os

estudos selecionados descreviam ações realizadas por pesquisadores atuantes na área

acadêmica, e não por profissionais que atuam na atenção básica. Assim, levantam-se duas

hipóteses: os profissionais atuantes no primeiro nível do sistema não estão realizando

atividades de promoção da saúde relacionadas à alimentação e nutrição por falta de tempo,

desinteresse ou desconhecimento; ou, as ações desenvolvidas por profissionais atuantes no

primeiro nível do sistema não estão sendo divulgadas no meio acadêmico.

Sabe-se que a primeira hipótese não é a mais plausível, já que diversas atividades

podem ser desenvolvidas nas unidades básicas de saúde, especialmente relacionadas a grupos

de monitoramento da situação nutricional (ASSIS et al, 2002). Entretanto, esperava-se

detectar estas ações por meio da busca realizada. Deste modo, caso a segunda hipótese seja

verdadeira, sugere-se a realização de outro tipo de levantamento em locais não restritos ao

meio acadêmico, como sites de busca livre na internet, para verificar se existem outros

registros destas ações. Em uma das diretrizes da PNPS, incentiva-se a divulgação e a

informação de iniciativas voltadas para a Promoção da Saúde para profissionais de saúde,

gestores e usuários do SUS, considerando metodologias participativas e o saber popular e

tradicional (BRASIL, 2006a). Assim, a criação de uma base de dados integrada, na qual ações

de promoção de saúde pudessem ser registradas por cada unidade de saúde, seria uma forma

de monitorar se os profissionais estão desenvolvendo atividades com base nas diretrizes

Page 18: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

18

previstas na PNAN e na PNPS, além de divulgar experiências de sucesso que serviriam de

motivação e exemplo para ser aplicadas em outras unidades básicas de saúde.

2.6 CONCLUSÃO

Neste estudo constatou-se que a maioria das ações de promoção da saúde identificada

era relativa ao monitoramento e à prevenção de doenças, enquanto as ações de promoção da

saúde em seu conceito ampliado, com base na Carta de Otawa, e na diretriz 4 da PNAN foram

pouco observadas. Verifica-se que as ações de promoção ainda precisam avançar mais para

cumprir o que propõem as Políticas, especialmente em relação ao papel do nutricionista na

atenção básica de saúde.

Além disso, considerando que a PNPS promove, além do incentivo à implementação

de programas com foco na alimentação e nutrição saudáveis, a divulgação e a informação

dessas iniciativas para todos os setores (profissionais, gestores e usuários do SUS), ressalta-se

a importância do compartilhamento das experiências bem sucedidas em unidades básicas de

saúde, um setor no qual o nutricionista ainda busca encontrar a forma mais eficaz de

promover a saúde. Por fim, espera-se que este estudo possa auxiliar na reflexão em relação às

ações de alimentação e nutrição ocorridas no Brasil.

Page 19: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

19

REFERÊNCIAS

Alvarenga MRM, Oliveira MAdC, Faccenda O, Amendola F: Avaliação do risco nutricional

em idosos atendidos por equipes de saúde da família. Rev Esc Enferm USP. 2010, 44(4):1046-

1051.

Assis AMO, Santos SMC, Freitas MCS, Santos JM, Silva MCM. O programa saúde da

família: contribuições para uma reflexão sobre a inserção do nutricionista na equipe

multidisciplinar. Rev Nutr. 2002; 15(3):255-66.

Barsaglini RA, Canesqui AM: A alimentação e a dieta alimentar no gerenciamento da

condição crônica do diabetes. Saúde Soc. 2010, 19(4):919-932.

Batista Filho M, Souza AI; Migliogli TC, Santos MC. Anemia e obesidade: um paradoxo da

transição nutricional brasileira. Cad Saúde Pública, 2008, 24(SUPPL.2):S247-S57.

Batistella C. Saúde, Doença e Cuidado: complexidade teórica e necessidade histórica. In: O

território e o processo saúde-doença. / Organizado por Angélica Ferreira Fonseca e Ana Maria

D’Andrea Corbo. – Rio de Janeiro: EPSJV/Fiocruz, 2007.

Brasil. Constituição (1988). Constituição [da] Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF:

Senado Federal, 1988.

Brasil. Ministério da Saúde. As Cartas da Promoção da Saúde. Brasília: MS, 2002.

Disponível em: <www.saude.gov.br/bvs/conf_conf_tratados.html>.

Brasil. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria no; 596, de 8 de abril de 2004.

Instituir Grupo Técnico Assessor com a finalidade de proceder análise da Estratégia Global

sobre Alimentação, Atividade Física e Saúde, da Organização Mundial da Saúde e, em

caráter consultivo, fornecer subsídios e recomendar ao Ministério da Saúde posição a ser

adotada frente ao tema. Diário Oficial da União, Brasília, no; 69, p.25, 12 abr. 2004. Seção 2.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 710, de 10 de junho de 1999. Aprova a Política

Nacional de Alimentação e Nutrição-PNAN e dá outras providências. Diário Oficial da União

1999; 11 jun.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à

Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006a. 60p.

(Série B. Textos básicos de saúde).

Page 20: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

20

Brasil. Portaria MS/GM nº. 399. Divulga o Pacto pela Saúde 2006 - Consolidação do SUS e

aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto. Brasília: Diário Oficial da União, 2006b

Buss PM. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciênc Saúde Coletiva, 5(1):163-177, 2000.

Buss PM. Uma introdução ao conceito de promoção da saúde. In: Czeresnia D.; Freitas CM.

(Org.). Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora

Fiocruz, 2003, p. 15-38.

Cardoso LDO, Vicente AST, Damião JJ, Rito RVVF: The impact of implementation of the

Breastfeeding Friendly Primary Care Initiative on the prevalence rates of breastfeeding and

causes of consultations at a basic healthcare center. J Pediatr. 2008, 84(2):147-153.

Castro IRRd, Souza TSNd, Maldonado LA, Caniné ES, Rotenberg S, Gugelmin SA: A

culinária na promoção da alimentação saudável: delineamento e experimentação de método

educativo dirigido a adolescentes e a profissionais das redes de saúde e de educação. Rev

Nutr. 2007:571-588.

Compri PC, Cury MCFS, Novo NF, Juliano Y, Sigulem DM: Variáveis maternas e infantis

associadas à ocorrência de anemia em crianças nos serviços de atenção básica em São Paulo.

Rev Paul Pediatr. 2007:25(4):349-354.

Da Conceição Ferreira CC, Do Rosário Gondim Peixoto M, Barbosa MA, Silveira EA:

Prevalência de fatores de risco cardiovascular em idosos usuários do sistema único de saúde

de Goiânia. Arq Bras Cardiol. 2010, 95(5):621-628.

Filho JPC: Efeito do incentivo alimentício sobre o desfecho do tratamento de pacientes com

tuberculose em uma unidade primária de saúde no município de Duque de Caxias, Rio de

Janeiro. J Bras Pneumol. 2009, 35(10):992-997.

Fujimori E, Laurenti D, Núñez De Cassana LM, De Oliveira IMV, Szarfarc SC: Anemia e

deficiência de ferro em gestantes adolescentes. Rev Nutr. 2000, 13(3):177-184.

Hasselmann MH, Werneck GL, Da Silva CVC: Symptoms of postpartum depression and early

interruption of exclusive breastfeeding in the first two months of life. Cad Saúde Pública

2008, 24(SUPPL. 2):S341-S352.

Malta MB, Carvalhaes MAdBL, Parada CMGL, Corrente JE: Utilização das recomendações

de nutrientes para estimar prevalência de consumo insuficiente das vitaminas C e E em

gestantes. Rev Bras Epidemiol. 2008, 11(4):573-583.

Page 21: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

21

Montenegro RMN, Zandonade E, Molina MCB, Diniz LM: Estado reacional e perfil

nutricional em portadores de hanseníase acompanhados na rede de atenção primária à saúde

da grande Vitória, Espírito Santo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2012, 28(1):31-38.

Nunes MA, Ferri CP, Manzolli P, Soares RM, Drehmer M, Buss C, Giacomello A, Hoffmann

JF, Ozcariz S, Melere C et al: Nutrition, mental health and violence: From pregnancy to

postpartum Cohort of women attending primary care units in Southern Brazil - ECCAGE

study. BMC Psychiatry 2010, 10.

Pádua JG, Boog MCF. Avaliação da inserção do nutricionista na Rede Básica de Saúde dos

municípios da Região Metropolitana de Campinas. Rev. Nutr. 2006; 19(4):413-424.

Pereira RSV, de Oliveira MIC, de Andrade CLT, Brito AS: Fatores associados ao aleitamento

materno exclusivo: O papel do cuidado na atenção básica. Cad Saúde Pública. 2010,

26(12):2343-2354.

Péres DS, Franco LJ, dos Santos MA: Comportamento alimentar em mulheres portadoras de

diabetes tipo 2. Rev Saúde Pública. 2006, 40(2):310-317.

Recine E; Vasconcellos AB. Políticas nacionais e o campo da Alimentação e Nutrição em

Saúde Coletiva: cenário atual. Ciênc Saúde Coletiva, 16(1): 73-79, 2011.

Ribeiro AG, Ribeiro SM, Dias CM, Ribeiro AQ, Castro FA, Suárez-Varela MM, Cotta RM:

Non-pharmacological treatment of hypertension in primary health care: A comparative

clinical trial of two education strategies in health and nutrition. BMC Public Health 2011, 11.

Rodrigues PL, Costa de Oliveira L, Santos Brito AD, Kac G: Determinant factors of

insufficient and excessive gestational weight gain and maternal-child adverse outcomes.

Nutrition 2010, 26(6):617-623.

Sartorelli DS, Franco LJ, Cardoso MA: High intake of fruits and vegetables predicts weight

loss in Brazilian overweight adults. Nutrition Research 2008, 28(4):233-238.

Sartorelli DS, Sciarra EC, Franco LJ, Cardoso MA: Beneficial effects of short-term nutritional

counselling at the primary health-care level among Brazilian adults. Public Health Nutrition

2005, 8(7):820-825.

Silva DS, Recine G, Queiroz, EFO. Concepções de profissionais de saúde da atenção básica

sobre a alimentação saudável no Distrito Federal, Brasil. Cad Saúde Pública. 2002;

18(5):1367-77.

Page 22: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

22

Soares RM, Antunes Nunes MA, Schmidt MI, Giacomello A, Manzolli P, Camey S, Buss C,

Drehmer M, Melere C, Hoffman J et al: Inappropriate eating behaviors during pregnancy:

Prevalence and associated factors among pregnant women attending primary care in Southern

Brazil. International Journal of Eating Disorders 2009, 42(5):387-393.

Vitolo MR, Bortolini GA, Dal Bó Campagnolo P, Feldens CA: Effectiveness of a nutrition

program in reducing symptoms of respiratory morbidity in children: A randomized field trial.

Preventive Medicine 2008, 47(4):384-388.

Page 23: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

23

APÊNDICE 1 – Estudos sobre ações de promoção de saúde em alimentação e nutrição desenvolvidas na atenção básica, publicados entre 1999 e 2012,

identificados por autor, diretriz da PNAN, objetivo, indivíduos, local, ano de publicação e técnica de coleta de dados. Florianópolis/SC, 2012.

Características avaliadas Artigos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Diretrizes

da PNAN

Monitoramento da situação nutricional X X X X X X X X X X X X X X

Promoção de práticas alimentares e estilos de vida

saudáveis X

Prevenção e controle dos distúrbios nutricionais e doenças

associadas à alimentação e nutrição X X X X X

Objetivo

do estudo

Prevalência de carências nutricionais (ferro, vitaminas C e

E) X X X

Prevalência de distúrbios relacionados à alimentação e

nutrição X X X X X X

Prevalência de aleitamento materno e práticas

relacionadas X X X X

Perfil nutricional associado à patologia específica de

cunho não nutricional X

Estratégias de educação em saúde voltadas para a

construção mútua do conhecimento sobre alimentação

saudável

X

Avaliação de estratégias de intervenção nutricional X X X X X

Indivíduos

Gestantes X X X X X X X

Crianças X X X

Apenas mulheres adultas X X

Homens e mulheres adultos X X X X

Idosos X X

Comunidade escolar X

Tuberculose (idade a partir de 15 anos) X

Page 24: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

24

Quadro 1. Estudos sobre ações de promoção de saúde em alimentação e nutrição desenvolvidas na atenção básica, publicados entre 1999 e 2012,

identificados por autor, diretriz da PNAN, objetivo, indivíduos, local, ano de publicação e técnica de coleta de dados. Florianópolis/SC, 2012.

Legenda:

1 (Fujimori, Laurenti et al. 2000); 2 (Péres, Franco et al. 2006); 3 (Compri, Cury et al. 2007); 4 (Cardoso, Vicente et al. 2008); 5 (Hasselmann, Werneck et

al. 2008); 6 (Malta, Carvalhaes et al. 2008); 7 (Soares, Antunes Nunes et al. 2009); 8 (Barsaglini and Canesqui 2010); 9 (Alvarenga, Oliveira et al. 2010);

10 (Rodrigues, Costa de Oliveira et al. 2010); 11 (Pereira, de Oliveira et al. 2010); 12 (Nunes, Ferri et al. 2010); 13 (Da Conceição Ferreira, Do Rosário

Gondim Peixoto et al. 2010); 14 (Montenegro, Zandonade et al. 2012); 15 (Castro, Souza et al. 2007); 16 (Sartorelli, Sciarra et al. 2005); 17 (Vitolo,

Bortolini et al. 2008); 18 (Sartorelli, Franco et al. 2008); 19 (Filho 2009); 20 (Ribeiro, Ribeiro et al. 2011)

Local

Região sudeste do Brasil X X X X X X X X X X X X X X

Região sul do Brasil X X X X

Região centro-oeste X X

Ano

2000 X

2005 X

2006 X

2007 X X

2008 X X X X X

2009 X X

2010 X X X X X X

2011 X

2012 X

Técnicas

de coleta

Indicadores bioquímicos X X X

Entrevistas X X X X X X

Análise documental X X

Análise do consumo alimentar X X X X X

Intervenção X X X X X

Avaliação antropométrica X X X

Oficinas X

Page 25: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO …spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-SPB-Vanessa-Rodrigues.pdf · 1.2 apresentaÇÃo O conceito ampliado de saúde, formulado na VIII Conferência

25