10 Passos Para Criar Uma Empresa

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Empreender a própria empresa

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Criar - 10 passos para criar a sua empresa

Percorra em 10 passos simples as etapas iniciais para a criao da sua empresa

Parte superior do formulrio

Parte inferior do formulrio

1 Passo: o empreendedor

2 Passo: a ideia

3 Passo: o contexto

4 Passo: um primeiro balano

5 Passo: a envolvente externa

6 Passo: a poltica comercial

7 Passo: os meios

8 Passo: contabilidade e finanas

9 Passo: aspectos e formalidades legais

10 Passo: retoma e franchising

1 Passo: o empreendedor

Para que a criao de uma nova empresa tenha bons resultados necessrio, primeiro, avaliar a qualidade de cada elemento per se e tambm a relao existente, ou que venha a existir, entre os elementos que constituem o trinmio fundamental da criao de uma empresa:

Homem Ideia Mercado

Por melhores que sejam as qualidades e competncias do empresrio, uma ideia s conduzir a uma empresa bem sucedida se corresponder a uma necessidade no satisfeita, ou se for capaz de satisfazer melhor necessidades para as quais j existe oferta de produtos ou de servios.

Por seu lado, o potencial empresrio deve possuir determinadas caractersticas e motivaes que se podem tornar vantagens para a criao de uma empresa.

Assim, o perfil mais comummente atribudo aos potenciais empresrios tem os seguintes traos:

- Slida experincia profissional - Acreditam que podem construir o prprio futuro- Confiam na sua capacidade de agir sobre os acontecimentos no sentido de modificar as situaes - So hbeis na tarefa de convencer os outros da valia da sua ideia/projecto - Adaptam-se bem a novas profisses e situaes

Em grande parte dos casos, as maiores dificuldades encontradas pelos empresrios so de ordem pessoal.

Para comear, a preparao, em termos de formao acadmica, constitui, em muitos pases, um dos principais obstculos. A falta de conhecimentos nas reas de gesto constitui uma dificuldade de base. Raros so os potenciais empresrios sem experincia que sabem como avaliar a viabilidade das suas ideias, construir um projecto e gerir, com eficcia, o seu negcio. A situao de isolamento constitui um outro obstculo de natureza pessoal.

O potencial empresrio deve prestar a devida ateno ao mercado para ver qual a melhor direco a seguir.

Uma terceira dificuldade resulta da falta de capacidade ou medo de assumir riscos.

Existe ainda um outro tipo de dificuldades que sentido por aqueles que, embora tenham conseguido ultrapassar ou contornar as outras limitaes, se deparam com problemas de falta de capital, de acesso ao financiamento ou de crdito a taxas demasiado elevadas so as dificuldades financeiras.

2 Passo: a ideia

A ideia: como encontrar, desenvolver e proteger uma ideia

A inteno de criar uma empresa est, de um modo geral, ligada existncia de uma ideia de projecto a desenvolver. Mas tambm existe outra situao menos comum em que, apesar da inteno de investimento, o potencial empresrio no portador de uma ideia precisa da actividade da sua futura empresa.

No caso de ausncia de ideia de empresa, como pode o potencial empresrio reagir? Quando no dispe de uma ideia sobre o sector, o produto ou o servio onde ir aplicar os seus recursos, o potencial investidor dever ponderar a sua experincia e qualificaes profissionais e os seus desejos e motivaes pessoais.

Alm disso, existem determinadas carncias em sectores tradicionais, cuja anlise e superao podem ser a chave de uma actividade bem sucedida. a essa qualidade acrescida que pode surgir tanto no produto como no servio, ou no processo de marketing ou de comercializao, que o potencial empresrio dever estar atento.

Uma outra frmula possvel para se ser empresrio o franchising. uma actividade que permite aproveitar a experincia, o prestgio e o know-how acumulado por terceiros. Uma empresa nascente tem, de um modo geral, meios limitados e dever, portanto, visar um segmento de mercado bem definido. Este segmento corresponde a um conjunto de clientes potenciais com caractersticas comuns ou prximas (idade, sexo, categoria profissional, estrato social, localizao geogrfica, comportamentos, etc.), capaz de consumir os produtos ou utilizar os servios da nova empresa.

Haver que ter sempre presente o facto de que, por um lado, um produto extraordinrio que interesse apenas a um nmero muito reduzido de clientes inviabiliza, em princpio a nova empresa e, por outro lado, o facto de que, por si s, novos produtos ou servios oferecidos por uma nova empresa no faz com que sejam preferidos pelos consumidores.

As consideraes anteriores conduzem necessidade absoluta de adequao entre produto e mercado.

Da ideia ao projecto A construo de uma ideia o ponto de partida para a arquitectura do projecto. Assim, essencial trabalhar e desenvolver a ideia de modo a aproxim-la de um anteprojecto de criao de empresa. Para o efeito, so utilizados vrios mtodos normalmente enquadrados em duas categorias: - os relacionados com a envolvente socioeconmica - os relacionados com a criatividade

Para a anlise da envolvente socioeconmica existem, basicamente, 4 tcnicas que permitem aprofundar a ideia: - a anlise documental, consubstanciada no estudo da informao de carcter tcnico ou estatstico disponvel sobre o assunto;- o estudo de casos prticos, relacionados com a criao de empresas e publicados em revistas da especialidade ou obtidos directamente, atravs de contactos com empresrios j estabelecidos;- o recurso a consultores, peritos em determinados domnios vitais para a avaliao e aferio da ideia; - a observao, do quotidiano e a visita a feiras e exposies, bem como a leitura da imprensa especializada.

Para o enriquecimento de uma ideia, em termos de criatividade, podem ser utilizados vrios processos, sendo os mais comuns: - o brainstorming, tcnica de grupo que tem por objectivo suscitar o aparecimento do maior nmero possvel de ideias relacionadas com um problema especfico. Este mtodo compe-se de duas fases distintas: a expresso livre e depois a avaliao, discusso, triagem e hierarquizao das ideias que resistiram s crticas. - as listas de atributos, listagem de caractersticas de um objecto e posteriores modificaes e combinaes, no sentido de tentar melhorar o produto- as associaes foradas, tcnica que consiste em gerar um elevado nmero de ideias, relacionando-as, posteriormente, entre si. Esta tcnica permite, por vezes, boas aproximaes ao produto ou ao servio final.

A proteco da ideia Certas concepes de produtos e processos, pela sua originalidade e grau de inovao devem ser protegidas legalmente, atravs de um conjunto de direitos que lhe conferem a utili zao, em exclusivo, da respectiva informao tcnica, comercial e industrial. este conjunto de direitos que se designa propriedade industrial. Mas, as ideias, s por si, no podem ser protegidas legalmente. Para que se possa solicitar o registo para efeitos de proteco, deve fazer-se corresponder ideia um suporte material consubstanciado na satisfao de trs requisitos: - Indicao das reivindicaes - A memria descritiva do invento- Apresentao de desenhos (se for caso disso)

Para que um invento seja patentevel existem, partida, trs condies: 1- A novidade 2- A aplicao industrial (reprodutibilidade industrial) 3- A actividade inventiva (algo que no bvio)

As modalidades de direito de propriedade industrial so as seguintes:- Patente de inveno, direito, atribudo ao seu titular, de explorar um invento (num territrio e tempo determinados) e impedir que terceiros o faam sem o seu consentimento; - Modelo de Utilidade, protege uma forma especfica e nova que possibilita o aumento de utilidade ou o melhor aproveitamento de um objecto; - Modelo Industrial, protege uma nova forma (segundo os aspectos geomtrico ou ornamental) que se utiliza no processo de fabrico de um produto industrial; - Desenho Industrial, combinao de linhas e cores aplicadas, com fim comercial, ornamentao de um produto; - Marca, sinal ou conjunto de sinais nominativos, figurativos ou emblemticos que fazem distinguir um produto de outros semelhantes; - Nome e insgnia do estabelecimento, sinais objectivos destinados a identificar e propagandear um estabelecimento; - Denominao de origem, denominao de localidade, regio ou territrio, que serve para designar um projecto cujas caractersticas se devam essencialmente ao meio geogrfico, englobando tanto factores naturais como humanos.

O registo da propriedade industrial envolve alguns custos, materializados no pagamento de taxas peridicas, nos prazos legais, de forma a que os direitos no percam a validade. No entanto, alguns destes direitos tm prazos de validade, findos os quais expiram, como so os casos das patentes, dos desenhos e dos modelos.

As marcas, por seu lado, podem ser mantidas atravs da renovao do pagamento das taxas devidas. Em Portugal, compete ao INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial a atribuio e registo dos direitos de propriedade industrial.

Para terminar, chama-se a teno para a necessidade de consulta destes servios (tanto no caso da empresa a criar ter por base uma ideia totalmente inovadora ou apenas alguns elementos novos), com o objectivo de o promotor se certificar se ningum teve antes a mesma ideia ou se, pelo contrrio, se trata de um invento, um modelo industrial, ou outro tipo de direito de propriedade industrial, j protegido por patente.

3 Passo: o contexto

O contexto legal, econmico e social Antes de passar aco, os potenciais empresrios tm muito a ganhar se conhecerem e envolvente legal e socioeconmica.

A passagem da ideia empresa implica, necessariamente, o contacto com um conjunto de entidades cujas atribuies e actividades se enquadram no processo de criao de uma empresa. A este conjunto poder-se- chamar infra-estruturas de apoio actividade empresarial.

InformaoA informao, seja de carcter econmico, tcnico-jurdico ou estatstico um instrumento indispensvel na economia moderna e reveste um particular interesse para aqueles que se propem desenvolver um novo empreendimento. Apoio tecnolgico e de instalao Neste aspecto, enumeram-se algumas entidades que podem ajudar soluo de alguns problemas: - Centros Tecnolgicos, so organismos de apoio tcnico e tecnolgico a empresas de um mesmo sector industrial ou de sectores afins ou complementares. Resultam da associao, por complementaridade de interesses, de empresas industriais ou das respectivas associaes com organismos pblicos de diferentes ministrios, nomeadamente o IAPMEI e o INETI. - Centros de Empresas e Inovao que so estruturas integradas na Rede de Centros de Empresas e Inovao da Comisso da Comunidade Europeia, cujos objectivos so estimular as hipteses de sucesso de um novo negcio com vista a potenciar adicionais oportunidades de trabalho, numa base local ou regional. Entre as actividades destes centros destacam-se a assistncia na avaliao de ideias e projectos inovadores, a formao na rea da gesto empresarial, a assistncia na rea da elaborao do plano de negcios e o fornecimento de instalaes e servios comuns.- Centros de Incubao: so estruturas que visam promover a criao de empresas que aumentem as potencialidades regionais por meio da inovao tecnolgica ou utilizando tecnologia tradicional. Para o efeito estes centros dispem de instalaes e de servios de apoio logstico que alugam s empresas a preo de custo. Paralelamente, facultam a formao em gesto empresarial, apoiam os empresrios na avaliao dos projectos, desde a concepo do produto ou servio at caracterizao do respectivo mercado. De referir que os centros de empresas e inovao dispem tambm de locais de incubao.

Formao A formao profissional pode ser realizada por entidades pblicas, privadas ou cooperativas, ou por centros de formao.

FinanciamentoDe uma maneira geral, o objectivo financeiro da empresa consiste em conseguir, num dado momento, o financiamento necessrio em condies de custo e prazos adequados. Isto , no se trata apenas de conseguir o montante de financiamento necessrio, mas sim encontrar fontes mais econmicas, de tal forma que o risco financeiro da empresa seja minimizado, atravs de uma relao equilibrada entre meios prprios e alheios.

Formalidades LegaisDurante o percurso de criao de empresas o novo empresrio chegar ao momento em que se depara com a necessidade de legalizao da sua futura actividade. Para este efeito o futuro empresrio poder dirigir-se aos Centros de Formalidades de Empresas (CFE), ou a cada entidade separadamente.

O que so os CFE? So servios de atendimento e de prestao de informaes aos utentes que tm por finalidade facilitar os processos de constituio, alterao ou extino de empresas e actos afins. Consistem na instalao fsica num nico local de delegaes ou extenses dos Servios ou Organismos da Administrao Pblica que mais directamente intervm nos processos atrs referidos. Os CFE tm competncia para: - Constituir os seguintes tipos de sociedades comerciais: - Sociedade por quotas e unipessoais por quotas - Sociedades Annimas - Sociedades em comandita - Sociedades em nome colectivo - Alterao de pactos sociais (de empresas j existentes) (Os CFE no efectuam, ainda, a liquidao de sociedades)

Esto presentes em cada CFE: - Um corpo tcnico de atendimento (IAPMEI) - Uma delegao do RNPC, Registo Nacional de Pessoas Colectivas (DGRN) - Um Cartrio Notarial (DGRN) - Uma extenso da DGCI, Direco Geral dos Impostos - Uma extenso do Centro Regional de Segurana Social da zona de localizao do CFE - Um Gabinete de Apoio ao Registo Comercial GARC (DGRN)- Um Gabinete de licenciamentos, a ttulo experimental no CFE de Setbal (Ministrio da Economia) - Um balco da Caixa Geral de Depsitos

Ou poder dirigir-se a cada uma das entidades separadamente: - Registo Nacional de Pessoas Colectivas, RNPC Para efeitos de requerimento do certificado de admissibilidade de firma ou denominao e para a obteno do nmero nacional e do carto de registo provisrio - Cartrios Notariais, para outorga da escritura pblica de constituio da sociedade - Conservatrias do Registo Comercial, para o registo comercial da constituio da sociedade, pedido de inscrio no RNPC e de carto definitivo de identificao de pessoa colectiva, bem como para as publicaes (Dirio da Repblica e outro jornal) da escritura - Reparties de Finanas, para obteno do nmero fiscal de contribuinte, da declarao de incio de actividade e para a abertura dos livros de escrita, obrigatrios - Inspeco-Geral do Trabalho, entidade qual devem ser comunicados o endereo, local ou locais de trabalho, ramo de actividade e nmero de trabalhadores - Centros Regionais de Segurana Social, para inscrio dos trabalhadores na Segurana Social

Associativismo Empresarial Outra classe de interlocutores que os potenciais empresrios vo encontrar no processo de criao da sua empresa, ou aps este, so as associaes empresariais. possvel identificar dois grandes tipos de associaes empresariais, no obstante haver outros igualmente importantes: - As associaes sectoriais: que congregam as empresas de um sector ou sectores afins que voluntariamente se lhes associam.- As associaes regionais: que abrangendo uma multiplicidade de sectores de actividade cobrem manchas territoriais definidas e mais ou menos extensas.

As associaes empresariais, qualquer que seja o tipo, contribuem para a resoluo de problemas que o empresrio isoladamente enfrenta permitindo, por exemplo, o acesso a informao econmica, jurdica, tcnica e estatstica e organizando certames, colquios e outros eventos.Por outro lado, as associaes constituem uma forma de representao perante terceiros e funcionam como grupos de presso no sentido de influenciar e alterar os condicionalismos externos actividade empresarial.

4 Passo: um primeiro balano

Esta fase tem como objectivo principal conhecer os pontos fortes e os pontos fracos do projecto.

A fim de integrar uns e outros na sua estratgia, o novo empresrio dever fazer um esforo no sentido de melhor os conhecer, fazendo para tal um diagnstico triplo: - Sobre si mesmo - Sobre o projecto - Sobre a futura empresa

O diagnstico do criador de empresas O diagnstico do projecto As informaes recolhidas sobre a envolvente econmica e social (3 etapa) permitiro ao promotor de um projecto de criao de empresa fazer um primeiro diagnstico no mbito do projecto. Este diagnstico ter ainda a vantagem de detectar as informaes que faltam e de corrigir algumas premissas. necessrio actuar com mtodo, colocando um conjunto de questes relativas s dificuldades e oportunidades que se apresentam no momento.

Embora seja impossvel listar todo o tipo de questes, dado que a especificidade de alguns projectos determina questes particulares, apresenta-se, no entanto, de seguida um esboo que poder servir de referencial ao diagnstico do projecto. Este esboo tem quatro eixos correspondentes a quatro aspectos essenciais do projecto: o produto, o mercado, os meios e a legislao.

Dificuldades e oportunidades ligadas ao produto - O produto susceptvel de ser produzido por uma nova pequena empresa? - Existe capacidade de oferecer ao cliente um servio ps-venda? Em caso afirmativo, em que condies poder esse servio ser assegurado? - Caso se trate de um produto j existente no mercado relativamente ao qual se pensa que h uma vantagem comparativa atravs, por exemplo, da integrao de alguma qualidade extra ou alguma inovao, procedeu-se a um teste junto dos potenciais clientes para aferir da sua aceitao? Para responder a esta questo necessrio ter em conta a situao da concorrncia, da distribuio e os hbitos de compra dos potenciais clientes.

Dificuldades e oportunidades ligadas aos meios Tendo em conta a natureza do produto e o mercado ou segmento de mercado escolhido, ter que verificar os meios humanos, tcnicos, logsticos e financeiros necessrios ao arranque do seu projecto.

Dificuldades e oportunidades ligadas legislao Na altura da formulao do projecto absolutamente necessrio verificar se existe legislao especial relativamente ao sector de actividade onde se pretende entrar. Em Portugal, determinadas actividades (como o caso da panificao, bebidas espirituosas, materiais destinados a estar em contacto com gneros alimentcios, entre outros) esto sujeitas ao cumprimento de requisitos tcnicos especiais de segurana e proteco da sade humana e do ambiente, bem como de garantias para o consumidor. O promotor do projecto dever igualmente certificar-se de que est em condies de obter as licenas ou as qualificaes exigidas. A recapitulao das dificuldades e das oportunidades que se abrem, permitir ver at que ponto um projecto, no estado actual, realizvel. Por outro lado, as informaes recolhidas do hipteses de reformulao do projecto e de escolha das estratgias mais adequadas.

O diagnstico da nova empresaA empresa que ir surgir poder ser considerada como o produto ou a resultante do binmio empresrio/projecto. A avaliao da futura empresa dever ser feita em duas perspectivas: - a do interesse/oportunidade do projecto- a das funes da empresa

Interesse e oportunidade do projectoNesta fase devero ser relacionadas as qualidades do novo empresrio com o maior ou menor interesse do projecto, ou seja, com as oportunidades que se abrem atravs da combinao dos factores produto-mercado-meios-legislao.

As funes da empresa Numa empresa necessrio assegurar vrias funes: - a funo financeira que diz respeito tesouraria, aos balanos e s contas de explorao; - a funo marketing que abrange as tarefas com vista comercializao em boas condies, como os vendedores, a distribuio, a concorrncia; - a funo produo que engloba os aspectos relacionados com o produto, como as tecnologias, tcnicas, materiais, qua ntidades, etc.; - a funo pessoal onde se enquadra tudo o que relevante do ponto de vista da qualidade da equipa e da sua gesto; - a funo gesto e organizao que constitui a funo central na conduo da empresa.A partir dos elementos disponveis possvel fazer o diagnstico de cada uma das funes, ou seja, verificar os aspectos positivos e negativas de cada uma.

5 Passo: a envolvente externa

A envolvente externa e o estudo de mercado Na linguagem dos especialistas de gesto a envolvente externa corresponde a um conjunto de elementos que o futuro empresrio no pode controlar. o caso dos futuros clientes, factor com grande importncia para a empresa e dos fornecedores e, ainda das empresas concorrentes cujo nmero, agressividade e comportamento saem, por completo, da esfera de controlo do potencial empresrio. Reunindo todas as informaes disponveis sobre a envolvente externa, o futuro empresrio estar em condies de avaliar a viabilidade do seu projecto e tomar conscincia dos inmeros factores que podem condicionar o sucesso do seu projecto.

Tcnica de explorao da envolvente externa Trata-se de uma tcnica baseada na recolha, seleco, tratamento e validao de informaes vrias e prope-se que seja efectuada em sete fases:

1 Fase: O promotor dever realizar uma pr-definio do projecto indicando: - o que se quer fazer exactamente (quais os produtos ou quais os servios) - a quem se destinam - em que zona geogrfica

2 Fase: O promotor dever reunir, numa lista, as questes relativamente s quais gostaria de encontrar resposta e os locais (fontes) provveis de obteno das informaes.

3 Fase: muito importante auscultar o sector onde o futuro empresrio pensa vir a exercer a sua actividade. Para tal, este dever ler toda a informao que surge em revistas tcnicas da especialidade, visitar feiras e exposies e conhecer a concorrncia.

4 Fase: Esta fase consiste na reunio de todos os dados quantificados (e outros de interesse para o projecto) disponveis tanto em estatstica como em bases de dados, estudos sectoriais e publicaes peridicas. Adicionalmente, poder ser conseguida informao atravs da consulta dos dados existentes no Instituto Nacional de Estatstica ou nos Centros de Documentao das Associaes Empresariais, por exemplo.

5 Fase: Outra informao relevante poder ser obtida atravs da consulta de peritos no sector de actividade em causa, de servios especializados de criao de empresas, bem como fornecedores, Bancos, etc..

6 Fase: Esta fase consiste na realizao de um inqurito informal, directo ou indirecto, sobre os concorrentes, questionando, por exemplo, os fornecedores e os clientes destes.

7 Fase: Este processo terminar com um estudo dos potenciais clientes recorrendo-se, se necessrio, utilizao de um questionrio tipo.

Se possvel, o promotor dever recorrer a especialistas em estudos de mercado.

As informaes a reunirConvm definir alguns conceitos, antes de avanar.

MercadoO local de encontro entre uma procura (compradores ou consumidores de um produto ou servio) e de uma oferta (conjunto de produtores e distribuidores de um dado produto ou servio), que ocorre num determinado contexto (leis, regulamentos, etc.). Assim, o objectivo do estudo de mercado reunir informaes fiveis e actualizadas sobre: - a procura - a oferta - o contexto ou envolvente sectorial externa A informao reunida permitir, por um lado, procurar uma melhor adequao do produto aos clientes e, por outro, definir os meios a utilizar no marketing do produto ou do servio e, finalmente, fazer uma primeira estimativa do volume de negcios potencial.

Procura A informao relativa procura no pode reduzir-se a uma questo de nmeros. H que ter em conta os hbitos, comportamentos e motivaes dos clientes potenciais. impossvel conseguir-se uma quota de mercado se no se tiverem em conta estes factores ou, mais precisamente, conceber-se um projecto sem ter em considerao estes factores.

Oferta Agrupa toda a informao sobre os produtos ou os servios j existentes no mercado onde se pretende entrar, sobre a concorrncia directa ou indirecta e ainda sobre a forma como est organizado o respectivo sector. Convm pesquisar o seguinte conjunto de informaes: - caractersticas tcnicas e comerciais dos produtos ou servios existentes ou similares - vantagens e desvantagens comparativas - imagem, prestgio e antiguidade - relao preo/qualidade - assistncia ps-venda - prazos de entrega - pontos fortes e fracos da concorrncia - condies oferecidas pelos fornecedores: preos, prazos, qualidade, condies de pagamento - papel das organizaes profissionais- leis e regulamentos especficos do sector

O objectivo desta recolha de informao dar ao potencial empresrio uma viso de conjunto dos produtos e servios existentes num mercado a explorar, bem como as caractersticas quantitativas e qualitativas da concorrncia.

Entre as tcnicas normalmente utilizadas para o efeito referem-se as seguintes: - Pesquisa de informao estatstica junto dos diversos centros de documentao; - Pesquisa junto de diferentes organizaes profissionais - Recurso a bancos de dados especializados - Visitas a feiras e sales profissionais - Tcnicas de compra simulada (pedido de oramentos)

O Contexto ou envolvente sectorial externa Representa tudo aquilo que pode influenciar ou produzir alteraes no sector de actividade onde se pretende entrar. Uma posio atenta relativamente s notcias veiculadas nos media permitir ao potencial empresrio pressentir esses efeitos em domnios to variados como: - a demografia, os movimentos da populao - as finanas - os estilos de vida - a tecnologia e a inovao - a legislao e as regulamentaes

A resposta a estas questes processa-se, normalmente, em trs fases: - estudo documental A fase documental deve permitir reunir informao j disponvel sobre um dado aspecto (estado de consumo ou de utilizao de um produto ou servio) e sendo mltiplas as fontes de informao imprescindvel prestar ateno data dos dados obtidos, registar as fontes e comparar a informao (cruzamento de dados), com o objectivo de testar a sua fiabilidade. - anlise qualitativa (inqurito por entrevista) A fase qualitativa constitui a primeira etapa duma pesquisa directa de informao pelo recurso entrevista junto dos potenciais clientes e consiste na obteno de uma informao rica em qualidade , tendo por base uma amostra restrita de pessoas. Conhecer os motivos que levam um consumidor a comprar ou no um produto permitir a adaptao do produto que se pretende lanar no mercado s exigncias, gostos e tendncias dos potenciais clientes.- anlise quantitativa A fase quantitativa corresponde ao inqurito por questionrio, sendo uma sondagem que se poder fazer a uma parte dos clientes, extrapolando, posteriormente, os elementos recolhidos. Convm, referir que tanto a entrevista como a sondagem implicam o domnio de determinadas tcnicas e a verificao de regras que normalmente no cabem na esfera de conhecimento do futuro empresrio

6 Passo: a poltica comercial

A poltica comercial de uma empresa deve enquadrar no s os aspectos relacionados com as vendas (estratgia de marketing e bases de aco comercial), mas tambm a estratgia de compras.

O estudo de mercado elaborado na etapa anterior dever constituir um instrumento que permita ao futuro empresrio estruturar a sua poltica comercial nas seguintes vertentes:- definio da estratgia de marketing - definio das bases da aco comercial da empresa, o que implica o desenvolvimento das seguintes estratgias parcelares:- identificao precisa dos produtos ou servios a comercializar, as respectivas caractersticas, asvantagenscomparativas e os servios que, eventualmente, lhes esto associados; - fixao de preos e de condies de venda que permitam atingir os objectivos estabelecidos em matria de volume de vendas e de rentabilidade; - escolha dos circuitos de distribuio, ou seja, dos processos atravs dos quais os produtos ou os servios sero postos disposio dos clientes; - determinao da imagem da empresa e dos produtos ou servios, que abrange aspectos como o nome da futura empresa, a publicidade, etc.; - preparao dos meios de negociao directa, do processo de prospeco e, eventualmente, de uma fora de vendas; - determinar um volume de negcios previsional, de acordo com o(s) cenrio(s) escolhidos(s).

Os elementos estratgicosQuaisquer que sejam os objectivos da empresa difcil atingi-los todos ao mesmo tempo. A atitude estratgica prende-se com um faseamento planeado que permita a consolidao da empresa numa ptica de mercado.Assim, numa primeira fase, a que poderemos chamar de arranque da empresa, um dos objectivos o crescimento do negcio, a par com a rentabilidade e a estabilidade da empresa.

Para atingir estes objectivos e tendo por base a observao do mercado-alvo da empresa torna-se imperativa a escolha do conjunto produto/mercado, mais adaptado. Trata-se, portanto, de analisar as diferentes categorias de clientes os segmentos de mercado quer sejam pessoas, empresas ou organismos, agrupando-os segundo as suas caractersticas fundamentais, nomeadamente: - Idade, sexo, actividade, categoria socio-profissional, hbitos, nvel de rendimento, etc., no caso de segmentos de mercado constitudos por pessoas; - Sector de actividade, nmero de empregados, localizao, estatuto jurdico, etc., quando os segmentos de mercado so constitudos por empresas ou organismos.

Em qualquer dos casos, uma tarefa de grande importncia reunir os potenciais clientes da empresa em grupos homogneos, fazendo-lhes corresponder diferentes categorias de produtos ou de servios que a empresa est (ou poder vir a estar) em condies de produzir ou de prestar. A escolha depender ainda: - do conhecimento que o empresrio tem das diferentes categorias de clientes; - do peso da concorrncia no sector, designadamente do nmero, da dimenso e da agressividade; - da coerncia entre o empresrio e o projecto (gostos, necessidades, capacidade pessoal); - do volume de investimento a realizar em cada um dos casos e do perodo de tempo necessrio para o recuperar - da repartio de riscos que permita a recuperao num ou em dois segmentos caso um terceiro seja mais difcil

Tal como j aconteceu com a etapa relativa ao Estudo de Mercado esta fase permite ao potencial empresrio identificar falhas e repensar a definio dos seus produtos ou servios, caso isso seja necessrio.

O produto, o preo, a distribuio, a comunicao e a fora de vendas constituem aquilo que, normalmente, se denomina marketing-mix.

Produto Se no se trata de um produto novo, a sua diferenciao relativamente aos concorrentes poder ser conseguida acrescentando algo que o torne especfico. Este algo tanto pode ser resultante de uma aco directa sobre o produto, como por intermdio de um servio que se lhe associa e que o torna diferente ou preferido aos olhos do cliente. aquilo que poder ser denominado de qualidade percebida em contraposio qualidade intrnseca.

Preo Um bom preo de venda unitrio uma primeira condio para a rentabilidade e competitividade da nova empresa. Neste domnio so necessrias trs estimativas: - ao custo da produo (ou de aquisio, no caso de actividade comercial) - ao preo de mercado (preo praticado pela concorrncia) - ao preo psicolgico (aquele que os consumidores considerem razovel)

Distribuio Os canais de distribuio correspondem aos modos de venda, ou seja, aos processos disponveis que permitem nova empresa colocar os seus produtos ou servios em contacto com os seus clientes. A escolha de um ou vrios circuitos de distribuio dever ter em conta as caractersticas tanto dos bens como dos segmentos de mercado. Quando se trata de uma empresa com estabelecimento aberto ao pblico , igualmente, importante ter em conta os aspectos relacionados com a estrutura desse espao, com a apresentao dos produtos, com a decorao, com a circulao dos clientes no interior do estabelecimento e ainda com a opo entre a venda tradicional com assistncia ou conselho dos vendedores e o self-service.

ComunicaoOs clientes da empresa devero ser o pblico-alvo da publicidade. Este aspecto condiciona tanto a estrutura da prpria mensagem, como o suporte a utilizar para a fazer chegar aos destinatrios. Para que a comunicao seja eficaz h que conhecer os aspectos quantitativos (nmero de potenciais clientes a quem a mensagem se dirige) e qualitativos (caractersticas em termos de idade, sexo, categoria socio-profissional, etc.) dos pblicos-alvo. Depois de determinados os destinatrios h que definir a mensagem a transmitir, a qual dever salientar as vantagens que os consumidores podem ter se a escolha recair sobre os produtos ou os servios da nova empresa. Os suportes publicitrios podem ser agrupados em duas grandes categorias: - os que permitem atingir um nmero muito elevado de destinatrios e onde se inclui a imprensa, a afixao de cartazes, a televiso e a rdio. - Os que sendo mais selectivos, permitem uma maior aproximao aos potenciai s clientes e que integram aquilo que geralmente se designa por publicidade directa (mailing e distribuio de prospectos porta a porta). A estes dois tipos de suporte podem juntar-se outros veculos de comunicao, de que so exemplo, a publicidade no local de venda, a publicidade em brindes, a participao em feiras e exposies e as relaes pblicas.

Fora de vendas A Fora de Vendas o conjunto dos vendedores de uma empresa e constitui o contacto mais normal entre esta e o seu cliente. Assim, a sua actuao primordial para a criao de uma imagem de marca (do produto e da empresa) junto do mercado, contribuindo decisivamente para a fidelizao do cliente. fora de vendas no compete apenas vender, mas tambm realizar uma funo de ligao entre a empresa e os clientes, transmitindo-lhes informaes sobre a empresa e vice-versa, ou seja, dando empresa o feed-back do seu contacto com o mercado.

7 Passo: os meios

Meios financeiros, materiais e humanos A concretizao de um projecto de criao de empresa tendo por base as opes estratgicas feitas, em termos de produto, de mercado e tambm de dimenso do empreendimento, implica a reunio de um importante conjunto de meios. Dado que a insuficincia qualitativa e quantitativa de meios uma das principais causas de insucesso das empresas nascentes, o futuro empresrio dever ser rigoroso na avaliao das suas necessidades. No caso de se verificar um desvio entre os meios necessrios para a realizao do projecto e aqueles que efectivamente esto disponveis, haver que optar por um projecto menos ambicioso ou, em alternativa, procurar encontrar financiamentos suplementares.

Meios humanosO nmero e a complexidade das tarefas inerentes consolidao da empresa depressa faro o empresrio aperceber-se da necessidade de criao de uma equipa, quer pela via da constituio de uma sociedade, quer pelo recrutamento de colaboradores.

Os scios Dirigir uma empresa implica a existncia de um conjunto de conhecimentos e de competncias que raramente se encontram numa nica pessoa. Da o interesse de que se reveste a associao com pessoas que, possuindo competncias complementares s do mentor do projecto, assegurem a gesto das diversas reas funcionais da empresa. Qualquer que seja a provenincia das pessoas dispostas a associar-se existe um conjunto de condies prvias que devem ser verificadas para que essa associao resulte e seja duradoura, podendo-se, partida, enunciar as seguintes: - existir confiana entre os associados, traduzida em relaes profissionais francas e autnticas; - existir respeito mtuo e reconhecimento das competncias especficas; - existir consenso quanto aos objectivos a atingir, definindo-os com preciso desde o incio; - repartir as tarefas de acordo com as capacidades de cada um e de tal modo que todas as funes da empresa fiquem asseguradas.

O recrutamento de colaboradores Em grande parte dos casos de criao de empresas surgem inmeras tarefas que no podero ser, exclusivamente, desempenhadas pelos associados, verificando-se, consequentemente, a necessidade de contratar pessoal. Um dos pontos fortes de uma empresa reside, exactamente, no seu pessoal e nas qualidades e capacidades de que estes so detentores. Assim, o acto de recrutamento e contratao de colaboradores uma das tarefas mais importantes do empresrio ou gestor e requer alguma preparao e cuidados especiais. Deve definir-se com preciso o posto de trabalho, pormenorizando as tarefas e as responsabilidades e, sobretudo, fixar as misses que o futuro empregado deve cumprir e os objectivos a atingir. Este conjunto de informaes permitir desenhar o perfil ideal do candidato e empregar. Em seguida, devem-se procurar as pessoas que correspondam ou mais se aproximem desse perfil, recorrendo, eventualmente, aos servios de empresas ou entidades especializadas. Cabe aqui uma referncia ao papel social que a empresa pode desempenhar j nesta fase. No obstante determinadas incapacidades, existem trabalhadores capazes de executar, com elevado nvel de qualidade e eficincia, inmeras tarefas dentro da empresa. Nesta perspectiva, para alm do contributo da empresa para a insero de pessoas nessas condies no mercado de trabalho, verifica-se a existncia de incentivos e de prmios atribudos pelo Estado Portugus que contemplam este tipo de contratao.

Meios financeiros Tomada a deciso de criar uma nova empresa imprescindvel definir com o mximo rigor e, tambm, com alguma margem de segurana as somas necessrias para a concretizao dos objectivos previstos, sendo tambm muito importante encontrar as respectivas fontes de financiamento.

O plano de investimento Para facilitar a tarefa de elaborao do plano de investimento, o texto seguinte chama a ateno para alguns aspectos relevantes nesta rea e sugere algumas pistas.O montante de investimento necessrio corresponde, de uma forma simplificada, ao somatrio das seguintes despesas: - despesas de investimento em capital fixo corpreo; - despesas de investimento em capital fixo incorpreo e despesas plurianuais; - fundo de maneio - imprevistos

Clculo das imobilizaes corpreas Os terrenos, os edifcios, as mquinas, os equipamentos de produo e administrativos, os transportes, os seguros, o IVA e, eventualmente, as taxas aduaneiras, constituem elementos corpreos, indispensveis ao arranque e funcionamento normal da empresa, que acarretam necessariamente despesas de investimento. O clculo do montante respectivo, poder ser obtido, com alguma segurana, listando exaustivamente todos os elementos que o integram, pedindo oramentos aos fornecedores (relativos aos investimentos em que tal se justifique) e fazendo um clculo aproximado para as restantes despesas.

Clculo das imobilizaes incorpreas e despesas plurianuaisIntegram-se aqui as despesas relativas constituio da empresa(elaborao de estatutos, declaraes, registos e publicaes) e ainda as correspondentes a trespasses, propriedade industrial e outros direitos, estudos e projectos, despesas de arranque e ensaio, recrutamento, formao de pessoal e publicidade. As despesas plurianuais decorrem, numa primeira instncia, da obrigatoriedade de pagamento de juros e amortizaes dos emprstimos contrados.

Clculo do fundo de maneio O fundo de maneio corresponde ao montante necessrio para assegurar a actividade normal da empresa e destina-se cobertura financeira dos seguintes elementos: reserva de segurana de tesouraria, crdito normal a conceder aos clientes, stocks normais de matrias-primas e subsidirias, de produtos acabados, semiacabados e em vias de fabrico, e de embalagens. Ao montante obtido com o somatrio destas despesas haver que deduzir os crditos normais a obter junto dos fornecedores. A importncia da previso das necessidades em fundo de maneio justifica-se pelo facto de a empresa, mesmo antes de iniciar a venda dos produtos ou dos servios, ter que constituir um stock mnimo e de, aps iniciada a actividade, existir um lapso de tempo entre a venda e a correspondente entrada de dinheiro.Em contrapartida, a empresa beneficiar de um prazo para o pagamento aos seus fornecedores.

ImprevistosIndependentemente do rigor do clculo das rubricas anteriores, situaes no previstas inicialmente podem alterar o montante global das necessidades de investimento. Estas situaes prendem-se com desvios qualitativos do projecto decorrentes de deficincias registadas nos projectos de construo civil, na instalao, na implantao dos equipamentos e nas previses relativas ao fundo de maneio, mas tambm, com desvios verificados em consequncia, por exemplo, da desvalorizao da moeda e da inflaco.

O plano de financiamento Determinado o montante do investimento necessrio, haver que reunir os meios financeiros, designados por capitais, indispensveis sua cobertura. Da composio destes capitais fazem parte os capitais prprios e os capitais alheios.

As fontes de financiamento dos capitais prprios (que se destinam a assegurar o funcionamento da empresa com uma margem de segurana) so: o capital social, as prestaes suplementares de capital, o autofinanciamento e o capital de risco. No sendo de esperar que os capitais prprios cubram todas as necessidades de financiamento da empresa, esta ter de recorrer a capitais alheios cuja provenincia pode resultar de: crdito de fornecedores, emprstimos bancrios, emprstimos obrigacionistas, emprstimos dos scios ou locao financeira mobiliria e imobiliria. Em qualquer dos casos, parte do financiamento pode ainda resultar de subvenes financeiras existentes para o efeito, sendo, no entanto, opinio de alguns especialistas em criao de empresas que aquelas subvenes no devem ser contabilizadas no clculo inicial dos capitais prprios em virtude da sua concesso demorar necessariamente algum tempo, situao que impede que as importncias que lhe correspondem sejam utilizadas para financiar o arranque da empresa.

Instalao da empresaO funcionamento da empresa implica necessariamente a existncia de instalaes apropriadas, que podem ser obtidas por aluguer de instalaes de terceiros, compra de instalaes j existentes ou compra de terreno e construo de raiz. A opo depender de diversos factores e dever resultar da anlise criteriosa das vantagens e desvantagens, dos custos de cada soluo e das disponibilidades financeiras existentes.

LocalizaoA localizao das instalaes mais ou menos importante conforme a natureza da actividade a desenvolver pela empresa, mas qualquer que seja o caso no pode ser negligenciada. Evidentemente que se o empreendimento tiver uma forte componente comercial a escolha da localizao essencial uma vez que ter influncia directa nas vendas e nos custos de explorao.Neste caso a escolha do local deve ter em conta: - os fluxos de clientes - a dinmica comercial da rua ou da zona- as facilidades de acesso e de estacionamento - os aspectos interior e exterior - o estudo de mercado - os custos

Se se tratar de uma actividade de servios, a localizao menos importante que no caso anterior devendo, no entanto, a escolha basear-se em aspectos relacionados com: - as dimenses e disposio adequadas s necessidades do empreendimento - a funcionalidade das instalaes - a localizao dentro da cidade.

No caso de uma actividade industrial, mantm-se vlidos os aspectos relativos dimenso, disposio e funcionalidade, no sendo a localizao geogrfica completamente neutra. Na implantao de uma empresa industrial, de acordo com a especificidade da actividade a desenvolver, as caractersticas da construo, nomeadamente, vos livres, fundaes e divisrias, pavimentos, revestimentos das paredes, isolamentos trmico e acstico, redes de gua, elctrica e de esgotos, iluminao artificial, climatizao ou ventilao, so outros aspectos fundamentais a ter em conta na escolha das instalaes.

Em todos os caos deve haver o cuidado de verificar a situao legal da propriedade e a viabilidade de utilizao conforme os objectivos do projecto. De referir ainda que a utilizao das instalaes dos Centros de Empresas e Inovao (BIC), Centros de Incubao e Ninhos de Empresas pode constituir a alternativa, numa primeira fase, ao aluguer ou compra de instalaes prprias.

8 Passo: contabilidade e finanas

indispensvel para o empresrio poder tomar conhecimento, em qualquer momento, de factores como a sua situao patrimonial, as operaes relativas ao seu negcio, as origens e aplicaes dos seus fundos, os recursos de que pode dispor, bem como poder justificar junto dos servios fiscais, dos credores ou da banca, entre outros, a natureza, a origem e a aplicao dos seus fundos. Esta fase do processo de criao de uma empresa exige um conjunto de tcnicas e de conhecimentos especficos. Pelo que o futuro empresrio dever optar entre a formao de recursos em contabilidade ou recorrer a profissionais neste domnio.Todas as sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial. Cooperativas, empresas pblicas e demais entidades que exeram a ttulo principal uma actividade comercial, industrial ou agrcola constituem entidades que legalmente devem dispor de contabilidade organizada e que, como tal, tm de ter obrigatoriamente os seguintes livros de contabilidade: - Livro de inventrio e balano - Dirio- Razo - Copiador - Livro de actas

As sociedades annimas e as sociedades em comandita por aces devem ainda possuir o livro de registo de aces. Livro de inventrio: livro onde transcrita a lista dos elementos patrimoniais (e o seu valor) que uma empresa possui num determinado momento. Livro de balano: livro onde transcrita pela empresa a sua situao patrimonial num determinado momento. Dirio: livro onde a empresa regista cronologicamente as operaes relativas ao seu negcio, seja dia a dia ou por recapitulao mensal. Razo: livro onde a empresa regista a dbito e a crdito, em relao a cada uma das suas contas, todas as operaes do Dirio, de modo a dar a conhecer o estado e a situao de qualquer uma das contas. Copiador: livro de registo de correspondncia da empresa.

A Gesto financeira A contabilidade produz dois documentos essenciais gesto da empresa: o balano e a conta de explorao. Por outro lado, no exerccio da actividade futura da empresa, o empresrio ter de gerir a tesouraria com a maior preciso. Ainda nesta fase do projecto de criao de empresa necessrio incluir um conjunto de simulaes (previses) financeiras, que iro servir de base s negociaes futuras. , assim, necessrio preparar os seguintes documentos: - o balano (inicial e do fim do primeiro ano), que representa a situao patrimonial da empresa (o que possui e o que deve) naqueles dois momentos; - o plano de financiamento da empresa (a trs anos), que permite prever a mdio prazo os recursos da empresa e as necessidades de financiamento; - a conta de explorao previsional (calculada geralmente para os primeiros 3 a 5 anos), que exprime o resultado lquido da explorao normal das actividades principais da empresa num dado perodo atravs do registo dos proveitos e dos custos relativos formao daquele resultado; - o oramento de tesouraria previsional (no mnimo para os primeiros meses de actividade da empresa) que regista o saldo financeiro inicial, todos os pagamentos a efectuar e todos os recebimentos previstos.

9 Passo: aspectos e formalidades legais

A escolha da forma jurdica da empresa vai determinar o seu modelo de funcionamento. Assim, a opo por um determinado estatuto jurdico deve ser tomada de modo a valorizar os pontos fortes da futura empresa tendo, no entanto, em ateno as caractersticas que melhor se adaptam s expectativas de desenvolvimento. As formas jurdicas mais comuns:

Empresa individual / Empresrio em nome individual

Sociedade por Quotas

Sociedade Annima

Outras formas jurdicas menos frequentes:

Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada, EIRL

Sociedade Unipessoal por Quotas

Sociedade em Comandita

Sociedade em Nome Colectivo

Cooperativas

Formalidades LegaisPara os processos legais de constituio de empresas e alteraes aos pactos sociais tem ao seu dispor os Centros de Formalidades das Empresas (CFE).

Estes so servios de atendimento e de prestao de informaes aos utentes que tm por finalidade facilitar os processos de constituio, alterao ou extino de empresas e actos afins. Consistem na instalao fsica num nico local de delegaes ou extenses dos Servios ou Organismos da Administrao Pblica que mais directamente intervm nos processos atrs referidos.

Os CFE tm competncia para:

Constituir os seguintes tipos de sociedades comerciais:

Sociedades por quotas

Sociedades unipessoais por quotas

Sociedades Annimas

Sociedades em comandita

Sociedades em nome colectivo

Alterao de pactos sociais (de empresas j existentes)

Links relacionados com este artigo:

Centros de Formalidades das Empresas - CFEEstatuto jurdico da empresa

10 Passo: retoma e franchising

A criao e a retoma ou aquisio de uma empresa correspondem a duas lgicas distintas. Enquanto a criao de uma empresa permite a livre expresso do futuro empresrio, possibilitando a construo medida dos seus anseios, a retoma implica a sua adequao a um modelo pr-existente envolvendo, tambm, na maioria dos casos, custos comparativamente mais elevados.

Mas, este aumento de custos pode ser aparente, uma vez que o arranque efectivo de uma nova empresa implica investimentos em promoo e em estudos de mercado, assim, como um certo perodo de espera at comearem a aparecer os primeiros resultados.

Em contrapartida, quem adquire uma empresa j existente e em laborao depara-se com uma situao de alguma vantagem dado que pode contar com rendimentos regulares desde o incio. Acresce ainda que a possibilidade de examinar as contas da empresa lhe vai permitir ter um conhecimento histrico do mercado, reduzindo fortemente os riscos.

A procura de uma oportunidade de retoma compreende, basicamente, trs fases:

1- A definio do projecto de retomaO projecto de retoma deve assentar num conjunto de pressupostos entre os quais se destacam os objectivos pessoais, a natureza e o tipo de actividade, a dimenso da empresa e o local de implantao. Aps a definio dos aspectos referidos, dever elaborar-se um plano de prospeco identificando todos os meios existentes para encontrar uma empresa que esteja venda e que corresponda s caractersticas desejadas.

2- Procura da empresa A rapidez na obteno de resultados com a execuo desta tarefa pode ser facilitada recorrendo a informaes provenientes de relaes pessoais, de notrios, de gestores financeiros, de contabilistas, de anncios na imprensa, em boletins de informao nacionais e regionais, bolsas de oportunidades de negcio, bancos e associaes comerciais.

3- Seleco da empresa A prospeco, fase inicial do processo de retoma, culminar com a seleco da empresa ou um conjunto de empresas que correspondam ou mais se aproximem dos critrios definidos e ser seguida de trs etapas da maior importncia: o diagnstico, a avaliao e o plano definitivo de retoma. Em seguida, dever ser realizado um diagnstico da situao da empresa a adquirir, que reuna informaes sobre a sua posio nos planos jurdico, financeiro, econmico, humano, posio estratgica, meios de produo e contexto contratual. Trata-se de uma aco de auditoria que requer conhecimentos especializados implicando, na generalidade, o recurso a profissionais.

Diagnstico jurdico Consiste no conhecimento e anlise dos estatutos da sociedade, da repartio actual do capital, dos contratos de seguro, dos contratos de arrendamento, das notificaes fiscais, etc.

Diagnstico financeiro Devero ser utilizados como documentos de base as contas de explorao e os balanos relativos aos ltimos trs anos, peas essenciais para analisar a evoluo recente da empresa. Ser ento possvel construir rcios financeiros que por comparao com os rcios mdios por sector permitiro avaliar a performance da empresa. Para esta anlise ficar completa devem estudar-se ainda os resultados previsionais, tanto para o ano em curso, como para o ano seguinte. Outro aspecto tambm relevante do estado financeiro da empresa prende-se com a existncia ou no de suprimentos dos scios e respectivo montante, com o estado das hipotecas e penhoras (imveis, mquinas e equipamentos dados como garantia), com o estado das contas bancrias, com as recusas de emprstimo, enfim, tudo o que pode traduzir-se em dificuldades financeiras da empresa.

Diagnstico Econmico Nesta fase do processo o empresrio j se decidiu por um sector de actividade e relativamente a este deve conhecer o estado e o funcionamento do mercado, regulamentao e normas em vigor. fundamental que conhea tambm os pontos fortes e os pontos fracos da empresa que, em princpio, est disposto a adquirir, designadamente: - a quota de mercado e a clientela: quem so os clientes actuais, de onde vm, qual o seu grau de fidelidade empr esa, evoluo da procura, condies de pagamento: - carteira de produtos: quais so os principais produtos da empresa, qual a idade dos produtos, qual a sua rentabilidade, como so organizadas as gamas de produtos, etc.;- concorrncia: determinao da posio correcta dos principais concorrentes, anlise dos seus pontos fortes e pontos fracos, etc. - localizao e instalaes: qual a importncia da localizao em relao clientela local ou de passagem, qual a estrutura das instalaes, quais os projectos em curso (equipamentos colectivos, vias de acesso, centro comercial, etc.) que possam modificar, num sentido ou noutro, e de modo sensvel o actual equilbrio.

Diagnstico Social O diagnstico social ou balano social da empresa da maior importncia uma vez que a legislao obriga manuteno dos contratos de trabalho existentes, bem como das vantagens ou benefcios adquiridos pelos trabalhadores. Assim, deve-se apreciar as potencialidades reais mas tambm os riscos possveis.

Diagnstico Tcnico Consiste numa auditoria dos equipamentos de produo e das instalaes ou locais de produo. imprescindvel que se proceda a uma revista de todos os bens da empresa antes da formalizao do acordo sobre a aquisio da empresa. No decorrer desta auditoria deve ser feito um balano dos edifcios (funcionais, novos, em mau estado de conservao, em construo ou reparao, desocupados, etc.), da natureza das construes (beto, tijolo, pr-fabricado, hangares ou armazns em telha ondulada fibro-cimento ou plstico), do estado das mquinas e dos restantes equipamentos e da sua vida til em condies de produtividade/rentabilidade.

As principais modalidades da retoma so: - o trespasse - a cesso de quotas - a fuso

Trespasse Consiste na aquisio de um conjunto de elementos patrimoniais que permitem o exerccio de uma actividade comercial (comrcio, indstria ou servios) afectos a um local detido pelo cedente. Estes elementos podem ser corpreos, como o caso dos imveis, dos materiais e equipamentos, veculos e stocks ou incorpreos como o nome comercial da firma, a insgnia, o logotipo, a marca ou marcas (enfim, a imagem e sinaltica exterior da empresa), os clientes, a localizao geogrfica, a propriedade industrial, intelectual ou artstica, os alvars e licenas, o direito ao arrendamento (se o contrato de arrendamento se prolongar por alguns anos). Estes indicadores no tm carcter oficial, mas so um elemento de referncia.

Cesso de Quotas Esta modalidade s aplicvel no caso de sociedades permitindo a aquisio total ou parcial do capital de uma empresa. A avaliao de uma empresa , em geral, o resultado de um compromisso entre o valor patrimonial (baseado nos resultados do passado) e o valor do rendimento (baseado nas expectativas de resultados). O valor patrimonial o valor dos diferentes elementos do activo corrigido, diminudo do passivo. O activo corresponde aos valores das imobilizaes, dos stocks, dos crditos de clientes e do dinheiro disponvel nos bancos e em caixa que figuram no balano. , no entanto, necessrio corrigir estes valores em funo da sua data de entrada no balano e das mais-valias ou menos-valias ocorridas. Por exemplo, um imvel adquirido h dez anos por 50000 euros, aparece registado no balano sempre por 50000 euros, embora o seu valor real actual seja de mais de 15000 euros. O activo corrigido f-lo- aparecer por 15000 euros.

O valor do rendimento em matria de investimento pode dizer-se que uma empresa serve para gerar lucros. Esta capacidade ou os benefcios resultantes dela so igualmente elementos a considerar na determinao do valor da empresa. Para quem adquire uma empresa o valor do rendimento um factor preferencial de avaliao. Com efeito, o futuro empresrio raciocina numa lgica de continuidade, o que o leva a estabelecer a avaliao em funo das capacidades futuras de empresa de gerar resultados (lucros).

Fuso A fuso o caso extremo de retoma e consiste numa operao que compreende a absoro de uma sociedade por o utra, recebendo a empresa absorvente um conjunto de crditos (direitos sobre terceiros e bens activos) e de dbitos (responsabilidades com terceiros). O patrimnio lquido ir constituir o aumento de capital da empresa absorvente, sendo o valor resultante repartido pelos scios ou accionistas em termos proporcionais.

FranchisingEsta no uma forma de retoma de empresas, mas sim um processo de arranque de uma actividade com algumas vantagens que podem ser valorizadas desde o incio, j que a franchising sinnimo de know-how tcnico e de notoriedade de uma marca.

O franchising um contrato comercial que estabelece a natureza de uma colaborao entre franchisador (que o detentor da marca e do know-how) e uma rede de franchisados (que exploram a marca). Cada uma das partes tem direitos e obrigaes.

Em geral, o franchisador compromete-se: - a fazer a divulgao nacional e internacional da marca- a prestar assistncia tcnica em todos os domnios (estudos de marcado, gesto, etc.), designadamente na abertura do ponto de venda - a transmitir o know-how atravs de estgios de formao e de um manual de procedimentos.

Em contrapartida, o franchisado deve: - pagar um direito de entrada (fixo); - pagar uma renda (fixa ou proporcional s vendas)

E est obrigado a: - fazer o seu aprovisionamento junto do franchisador - a respeitar uma carta garantindo a coeso da imagem de marca global.

A deciso de ser empresrio por esta via requer, no entanto, uma atitude cautelosa, uma vez que h contratos de franchising que funcionam num s sentido ou no se adaptam totalmente s necessidades do eventual franchisado. A primeira precauo a ser tomada a da verificar se esta a soluo pretendida. Deve ser feito o estudo do contrato por um especialista e um pequeno inqurito junto dos outros franchisados da marca.