49
A Juventude Socialista de Fornos de Algodres reuniu um conjunto de documentos que consideramos poder ser importantes para motivar algum futuro empreendedor da nossa região. Tertúlia Empreendedorismo Inovar, Criar, Acreditar, Liderar, Atitude Positiva Juventude Socialista de Fornos de Algodres 2 de Abril de 2012 Hotel “Estrela à Vista” Fornos de Algodres

Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Um documento rápido e de simples leitura que permite identificar as principais etapas até à criação de uma empresa.

Citation preview

Page 1: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

A Juventude Socialista de Fornos de

Algodres reuniu um conjunto de

documentos que consideramos poder ser

importantes para motivar algum futuro

empreendedor da nossa região.

Tertúlia

Empreendedorismo Inovar, Criar, Acreditar,

Liderar, Atitude Positiva

Juventude Socialista de Fornos de Algodres

2 de Abril de 2012

Hotel “Estrela à Vista”

Fornos de Algodres

Page 2: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

1

Índice Escrever título do capítulo (nível 1) ............................................................................................. 1

Escrever título do capítulo (nível 2) .......................................................................................... 2

Escrever título do capítulo (nível 3) ...................................................................................... 3

Escrever título do capítulo (nível 1) ............................................................................................. 4

Escrever título do capítulo (nível 2) .......................................................................................... 5

Escrever título do capítulo (nível 3) ...................................................................................... 6

Page 3: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

2

10 Passos para Criar uma Empresa

1º Passo: O Empreendedor

A criação de uma empresa está sujeita a várias condicionantes, internas e externas,

que podem determinar ou pelo menos influenciar decisivamente o resultado de uma

iniciativa empresarial.

Com efeito, a transformação de uma boa ideia de negócio numa empresa com

perspectivas de sucesso (sucesso que se poderá traduzir, quer pela permanência em

actividade, quer pela taxa de crescimento) depende, numa primeira aproximação, da

capacidade empresarial revelada pelo seu promotor.

Por outro lado, uma ideia só conduzirá a uma empresa bem sucedida se corresponder

a uma oportunidade de mercado ou seja se for capaz de dar resposta a uma

necessidade ainda não satisfeita ou de responder em melhores condições a

necessidades para as quais já existe oferta de produtos ou de serviços.

Neste contexto, poder-se-á afirmar que a taxa de sucesso de uma iniciativa de criação

de empresa depende das características de cada elemento de per si, mas também, da

relação que venha a existir entre os elementos que constituem o trinómio fundamental

da criação de uma empresa: o “Homem”, a “Ideia” e o “Mercado”.

O desafio da criação de uma empresa

Numa pequena empresa, o empresário ocupa uma posição fulcral, sendo as

características do empreendimento determinadas, em larga escala, pelo seu carisma e

as suas qualidades pessoais.

Page 4: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

3

Ouve-se dizer, frequentemente, que a qualidade de empresário nasce com as

pessoas. Esta afirmação é, no entanto, só em parte verdadeira. É evidente que o

empresário deve ter um certo número de qualidades, mas não as pode ter todas.

O importante é que ele tome consciência dos seus pontos fortes e fracos (e dos seus

associados) e adopte as atitudes necessárias para que, através de formação,

complementaridade, etc., obtenha um nível de competência adequado às exigências

da iniciativa empresarial que vai desenvolver.

Motivação

A motivação pode decorrer de situações relacionadas com a formação e com a

experiência profissional acumuladas ao longo dos anos, que lhe permitiram conseguir

um “know how” que o potencial empresário considera essencial para criar o seu

próprio negócio, ou ainda de outras situações de que são exemplo:

• um desejo de mudança face à situação actual (não querer trabalhar por mais tempo

para um patrão, ter estagnado em termos de carreira ou não conseguir arranjar um

emprego).

Estes aspectos, embora vistos do exterior como negativos, podem ser compensados

por excelentes qualidades empresariais e serem a verdadeira mola impulsionadora da

criação de um negócio;

• o aproveitamento dos conhecimentos adquiridos com o desenvolvimento de um

determinado produto, que quando adaptado, por exemplo, a um outro segmento de

mercado, se pode tornar numa iniciativa rentável;

• o facto de considerar que um negócio próprio é a melhor forma de dar expressão às

suas qualidades.

A procura de melhoria da situação financeira, o desejo de cooperação com outros, a

luta por um ideal e a existência de uma oportunidade de mercado podem constituir

outras motivações relevantes para a criação de uma empresa.

Em conclusão, não se prosseguirá, em princípio, no sentido da criação de uma

empresa, se não existirem motivações, que poderão ser de dois tipos:

Page 5: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

4

• As "circunstanciais" - determinadas por factores externos ao empresário e de que

poderá ser um exemplo a necessidade de encontrar um rendimento alternativo a um

emprego por conta de outrem;

• As "profundas": - directamente associadas às características pessoais e de que são

exemplo, na maioria dos casos, a vontade de ganhar dinheiro, o desejo de

independência, a necessidade de realização pessoal e, em menor número de

situações a procura de estatuto social, através da criação da própria empresa.

Frequentemente, estes dois tipos de motivações adicionam-se em vez de se excluírem

e quanto mais fortes foram as motivações, maiores serão as hipóteses de levar a bom

termo a "criação de uma empresa".

As reflexões anteriores levam a que cada vez mais se faça uma aposta séria na

avaliação da capacidade empreendedora dos promotores de projectos de criação de

empresas. Neste âmbito, a elaboração de um pré-diagnóstico e de um balanço

pessoal revela-se da maior importância no despiste de pontos fortes e fracos e na

preconização de acções tendentes a valorizar os primeiros e a minimizar os últimos.

2º Passo: como encontrar, desenvolver e proteger uma ideia

A intenção de criar uma empresa está, de um modo geral, ligada à existência de uma

ideia de negócio.

Mas se esta é a situação mais comum, casos há em que, não obstante a intenção de

investimento, o potencial empresário não é, nesse momento, portador de uma ideia

precisa da actividade da futura empresa.

Ausência de ideia de negócio

Quando o investidor potencial não dispõe de uma ideia precisa sobre o sector, o

produto ou o serviço onde irá aplicar os recursos sabe, contudo, o que não quer fazer.

Esta situação permite-lhe já uma certa selecção relativamente ao tipo de actividade a

desenvolver ou ao tipo de clientela a atingir.

Page 6: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

5

Esta primeira selecção associada à experiência adquirida, às qualificações

profissionais, aos desejos e às motivações, permitem construir um primeiro quadro de

referências com vários cenários de empresa ou de actividade possíveis.

Ser empresário com ideias alheias

A observação da realidade circundante poderá ser um bom ponto de partida para se

começar a definir um projecto e a identificar um mercado. Com efeito, poder-se-á

acrescentar um "pequeno nada" a um produto ou a um serviço para o tornar distinto de

um já existente e conferir-lhe uma melhor qualidade ou uma melhor adaptação às

necessidades dos clientes. É esta característica diferenciadora que poderá permitir

conquistar uma fatia do mercado existente ou atingir um “nicho de mercado”.

Uma outra fórmula possível de ser empresário neste cenário de utilização de ideias

alheias, é a "franchise" ,que permite ao empresário, correndo um menor risco,

aproveitar a experiência, o prestígio e o "know-how" acumulados por terceiros.

Transformar a profissão em empresa

Criar a própria empresa não implica necessariamente um corte radical com a

actividade profissional exercida enquanto empregado.

O conhecimento das características dos produtos ou dos serviços oferecidos pela

empresa onde trabalha e a sua adaptação a determinada faixa de clientes pode

permitir-lhe desenvolver um projecto de empresa.

A existência de ideia

Neste caso, é possível surgirem atitudes demasiado pessimistas que poderão

sintetizar-se no pensamento "se esta ideia não foi ainda explorada, é porque não tem

valor" ou demasiado optimistas, levando o seu detentor a pensar possuir "uma ideia

extraordinária a que corresponderá necessariamente um projecto de sucesso".

Em qualquer dos casos, há que tomar algumas precauções, adoptando-se uma atitude

realista, face a todas as condicionantes que podem determinar o sucesso ou o fracasso

de um empreendimento.

Principalmente, nunca se deverá esquecer que o mercado é sempre o melhor teste e

Page 7: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

6

que, por exemplo, uma boa ideia de empresa numa grande cidade pode não ser

exequível numa pequena vila ou aldeia, sendo o contrário igualmente verdadeiro.

Adequação produto / mercado

Uma empresa nascente tem, de um modo geral, meios limitados e deverá, portanto,

visar um segmento de mercado bem definido. Este segmento corresponde a um

conjunto de clientes potenciais com características comuns ou próximas, capaz de

consumir os produtos ou utilizar os serviços da nova empresa. Complementarmente, a

adequação entre produto e mercado deverá constituir uma preocupação constante do

empreendedor.

Da ideia ao projecto

A construção de uma ideia é o ponto de partida para a arquitectura do projecto. Assim,

é essencial trabalhar e desenvolver a ideia de modo a aproximá-la de um anteprojecto

de criação de empresa.

Para o efeito, são utilizados vários métodos normalmente enquadrados em duas

categorias:

• Os relacionados com a envolvente socioeconómica;

• Os relacionados com a criatividade.

Para a análise da envolvente socioeconómica existem, basicamente, quatro técnicas

que permitem aprofundar a ideia:

• a análise documental, consubstanciada no estudo da informação de carácter técnico

e/ou estatístico disponível sobre o assunto;

• o estudo de casos práticos, relacionados com a criação de empresas e publicados

em revistas ou jornais ou obtidos directamente, através de contactos com empresários

já estabelecidos;

• o recurso a consultores, peritos em determinados domínios vitais para a avaliação

da valia e exequibilidade da ideia;

• a observação do quotidiano e a visita a feiras e exposições, bem como a leitura da

imprensa especializada.

Page 8: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

7

Para o enriquecimento de uma ideia, em termos de criatividade, vários processos

podem ser utilizados, sendo os mais comuns:

• o brainstorming, técnica de grupo que tem por objectivo suscitar o aparecimento do

maior número possível de ideias relacionadas com um problema específico. Este

método compõe-se de duas fases distintas: a expressão livre e a avaliação, discussão,

triagem e hierarquização das ideias que resistiram às críticas;

• as listas de atributos, listagem das características de um produto ou serviço e

posteriores modificações e combinações, com o objectivo de introduzir melhorias;.

• as associações forçadas, técnica que consiste em gerar um elevado número de

ideias, relacionando-as, posteriormente, entre si. Esta técnica permite, por vezes, boas

aproximações ao produto ou ao serviço final.

Os métodos referidos têm apenas carácter indicativo, implicando alguns deles o

domínio de determinadas técnicas não acessíveis a todos. Resultados semelhantes

podem, no entanto, ser conseguidos recorrendo-se à imaginação de cada um.

A protecção da ideia

Certas concepções de produtos e processos, pela sua originalidade e grau de inovação

devem ser protegidos legalmente através de um conjunto de direitos que lhe conferem

a utilização, em exclusivo, da respectiva informação técnica, comercial e industrial.

É este conjunto de direitos que se designa propriedade industrial. Mas as ideias, só por

si, não podem ser protegidas legalmente.

Para que se possa solicitar o registo para efeitos de protecção, deve fazer-se

corresponder à ideia um suporte material consubstanciado na satisfação de três

requisitos:

1. Indicação das reivindicações;

2. A memória descritiva do invento;

3. Apresentação de desenhos (se for caso disso).

Para que um invento seja patenteável existem, à partida, três condições:

• A novidade (não estar contido no estado da técnica);

• A aplicação industrial (reprodutibilidade industrial);

Page 9: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

8

• A actividade inventiva (algo que não é obvio).

As modalidades de direito de propriedade industrial são as seguintes:

- Patente de invenção – direito atribuído ao seu titular, de explorar comercialmente um

invento (num território e tempo determinados) e impedir que terceiros o façam sem o

seu consentimento:

- Modelo de Utilidade – protege uma forma específica de nova que possibilita o

aumento de utilidade ou o melhor aproveitamento de um produto;

- Modelo Industrial – protege uma nova forma (segundo os aspectos geométrico ou

ornamental) que se utiliza no processo de fabrico de um produto industrial;

- Desenho industrial – combinação de linhas e cores aplicadas, com fim comercial, à

ornamentação de um produto;

- Marca – sinal ou conjunto de sinais nominativos, figurativos ou emblemáticos que

fazem distinguir um produto de outros semelhantes;

- Nome e insígnia do estabelecimento – sinais objectivos destinados a identificar e

propagandear um estabelecimento.

- Denominação de origem – denominação de localidade, região ou território, que

serve para designar um produto cujas características se devam essencialmente ao

meio geográfico, englobando tanto factores naturais como humanos.

O registo da propriedade industrial envolve alguns custos, materializados no

pagamento de taxas periódicas, nos prazos legais, de forma que os direitos não

percam a validade. No entanto, alguns destes direitos têm prazos de validade, findos

os quais expiram, como são os casos das patentes, dos desenhos e dos modelos.

As marcas, por seu lado, podem ser mantidas através da renovação do pagamento das

taxas devidas.

Em Portugal, compete ao INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial a

atribuição e registo dos direitos de propriedade industrial. No entanto, no que concerne

o desenvolvimento de aplicações informáticas, a competência nesta matéria é da

Associação Portuguesa de Software.

3º Passo: a envolvente legal, económica e social

Page 10: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

9

Antes de passar à acção, é importante conhecer a envolvente legal e socioeconómica.

A passagem da ideia à empresa implica, necessariamente, o contacto com um conjunto

de entidades cujas atribuições e actividades se enquadram no processo de criação de

uma empresa.

Referem-se, em seguida as mais significativas, agrupadas por áreas de actuação.

INFORMAÇÃO

A informação, seja de carácter económico, técnico-jurídico ou estatístico é um

instrumento indispensável na economia moderna e reveste um particular interesse para

aqueles que se propõem desenvolver um novo empreendimento.

APOIO TECNOLÓGICO E DE INSTALAÇÃO

Centros Tecnológicos

Os centros tecnológicos são organismos de apoio técnico e tecnológico a empresas de

um mesmo sector industrial ou de sectores afins ou complementares. Resultam da

associação, por complementaridade de interesses, de empresas industriais ou das

respectivas associações com organismos públicos de diferentes ministérios.

Parques Tecnológicos

São áreas de terreno devidamente urbanizadas e equipadas, vocacionadas para apoiar

o desenvolvimento de actividades de alta intensidade tecnológica e promover a criação

de sinergias inovadoras interempresariais e inter-institucionais, visando aprofundar

mecanismos de transferência de tecnologia e desenvolver formas de cooperação.

Parques Industriais

São espaços de dimensão considerável geridos por entidades públicas ou privadas que

dispõem de infra-estruturas físicas indispensáveis ao desenvolvimento da actividade

industrial. Os parques industriais visam promover a concentração e o desenvolvimento

industrial em zonas determinadas pelas suas áreas de influência.

Centros de Empresas e Inovação

Page 11: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

10

Vulgarmente designados por BIC (Business Innovation Centres) são estruturas

integradas na Rede Europeia de Centros de Empresas e Inovação (EBN), cujos

objectivos são estimular e aumentar as hipóteses de sucesso de um novo negócio com

vista a potenciar adicionais oportunidades de trabalho, numa base local ou regional.

Centros de Incubação

São estruturas que visam promover a criação de empresas que aumentem as

potencialidades regionais por meio da inovação tecnológica ou utilizando tecnologia

tradicional, disponibilizando para o efeito as infraestruturas adequadas.

Ninhos de Empresas

São espaços físicos dotados de infraestruturas inerentes à actividade empresarial, que

contam com o apoio de Universidades e técnicos altamente qualificados, destinados a

apoiar jovens empresários, recém-licenciados ou com formação profissional

especializada, que se queiram agrupar para constituir a sua empresa de consultoria e

projecto.

CACE - Centros de Apoio à Criação de Empresas

São infra-estruturas de âmbito local, da iniciativa do IEFP - Instituto do Emprego e

Formação Profissional, que integram a disponibilização de instalações, mediante uma

renda simbólica pela ocupação do espaço, e proporcionam apoio de secretariado,

telefone, telex e sala de reuniões.

GAE – Gabinetes de Apoio Empresarial

Estruturas criadas por iniciativa de várias autarquias no âmbito do desenvolvimento

económico e social da região que se inserem, que disponibilizam informação relevante

aos potenciais empreendedores.

FINANCIAMENTO

De uma maneira geral, o objectivo financeiro da empresa consiste em conseguir, num

dado momento, o financiamento necessário em condições de custo e prazos

adequadas. Isto é, não se trata apenas de conseguir o montante de financiamento

necessário, mas sim de encontrar fontes mais económicas, de tal forma que o risco

financeiro da empresa seja minimizado, através de uma relação equilibrada entre meios

próprios e alheios.

Page 12: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

11

Financiamento Bancário

O financiamento bancário tanto pode ser de curto como de médio e longo prazos,

apresentando em todos os casos a característica de ser negociável, o que significa a

possibilidade da empresa influenciar no seu montante, prazo e custo.

Sendo assim, o empréstimo deverá começar a ser negociado, formalmente, algum

tempo antes de ser necessário, uma vez que tal facto melhora a posição negocial da

empresa e permite, em alguns casos, recorrer ao banco quando a procura geral de

crédito for mais baixa, situação que diminui os critérios de selectividade do banco.

A análise do crédito por parte da entidade financiadora que recebe o pedido centra-se

na análise da operação, propriamente dita, na avaliação da capacidade do empresário e

na análise do negócio.

Capital de Risco

Dependendo das características dos projectos o recurso ao capital de risco poderá

constituir uma alternativa válida relativamente ao financiamento bancário.

As sociedades de capital de risco têm por objectivo principal a participação temporária e

minoritária no capital social das empresas, tendo em vista o apoio e a promoção do

investimento e da inovação tecnológica nas empresas ou em projectos específicos

desenvolvidos por estas.

Business Angels

Os Business Angels são, na sua maior parte, antigos empreendedores que alienaram,

na totalidade ou em parte, o seu negócio e que pretendem reinvestir uma parte dos

seus capitais em empresas que lhes possam permitir continuar a participar no «jogo»

empresarial e obter resultados atractivos no futuro.

Garantia Mútua

A garantia mútua é um instrumento de inovação financeira com os seguintes objectivos:

• Prestar garantias financeiras e serviços às empresas de menor dimensão, numa base

mutualista;

• Ser uma alternativa competitiva, satisfazendo as necessidades das empresas no

acesso ao crédito, de acordo com os seus planos de investimento e em condições mais

próximas das maiores empresas.

Podem ser garantidas todas as operações em que o sistema financeiro ou terceiras

Page 13: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

12

entidades as solicitem às empresas ou ao empresário, nomeadamente:

• Empréstimos de médio e longo prazo;

• Garantias Financeiras e/ou de boa execução de projectos no âmbito dos Sistemas de

Incentivos;

• Garantias técnicas e/ou cauções para fornecedores, Estado, clientes, (v.g. IVA, EDP,

importações matérias primas, contratos de exportação);

• Operações especiais de crédito, designadamente:

- Emissão de Programas de Papel Comercial;

- Empréstimos Obrigacionistas.

Locação Financeira

A locação financeira é um contrato mediante o qual uma sociedade de locação

financeira se obriga a adquirir e a pôr à disposição do investidor os bens que esta

escolheu. Como contrapartida este deverá proceder ao pagamento de rendas

periódicas durante um lapso de tempo que varia entre os dois e cinco anos, de acordo

com o prazo de amortização dos bens em causa.

No termo do contrato, o locatário poderá optar pela compra do equipamento, mediante

o pagamento do valor residual que varia entre 2% e 6% do respectivo valor de

aquisição.

FORMALIDADES LEGAIS

Durante o percurso de criação de empresas o novo empresário atingirá um momento

em que se depara com a necessidade de legalização da sua futura actividade. Para

este efeito, o futuro empresário deve contactar as seguintes entidades:

Lojas da Empresa

As Lojas da Empresa são espaços de atendimento integrado destinado aos

empreendedores que desejam criar, alterar, transformar ou extinguir a sua empresa.

Integrando a iniciativa dos Novos Modelos de Atendimento da Administração Pública.

Nestes espaços é possível aos empresários usufruírem do serviço da “Criação da

Empresa na Hora” ou “Pedido de Certidão Permanente”, bem como outros serviços tais

Page 14: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

13

como prestação de informação sobre legislação inerente à actividade económica e

sobre passos a dar para criação de negócio próprio, entre outros serviços associados

ao ciclo de vida das empresas.

Registo Nacional de Pessoas Colectivas – RNPC, para efeitos de requerimento do

certificado de admissibilidade de firma ou denominação e para a obtenção do número

nacional e do cartão de registo provisório;

Cartórios Notariais, para outorga da escritura pública de constituição da sociedade;

Conservatórias do Registo Comercial, para o registo comercial da constituição da

sociedade, pedido de inscrição no RNPC e de cartão de definitivo de identificação de

pessoa colectiva, bem como para as publicações obrigatórias;

Repartições de Finanças, para a obtenção do número fiscal de contribuinte, da

declaração de início de actividade e para a abertura dos livros de escrita, obrigatórios;

Inspecção-Geral do Trabalho, entidade à qual devem ser comunicados o endereço,

local ou locais de trabalho, ramo de actividade e número de trabalhadores;

Centros Regionais de Segurança Social, para efeitos de inscrição dos trabalhadores

na segurança social.

Associativismo Empresarial

Outra classe de interlocutores que os potenciais empresários vão encontrar no

processo de criação da sua empresa, ou após este, são as associações empresariais. É

possível identificar dois grandes tipos de associações empresariais, não obstante a

existência de outros igualmente importantes:

- As associações sectoriais, que congregam as empresas de um sector de actividade ou

sectores afins, que voluntariamente se lhes associam;

- As associações regionais, que abrangendo uma multiplicidade de sectores de

actividade cobrem manchas territoriais definidas e mais ou menos extensas.

As associações empresariais, qualquer que seja o tipo, contribuem para a resolução de

problemas que o empresário isoladamente enfrenta permitindo, por exemplo, o acesso

a informação económica, jurídica, técnica e estatística, e organizando certames,

colóquios e outros eventos, que contribuem para desenvolver a actividade.

Page 15: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

14

Por outro lado, as associações constituem uma forma de representação perante

terceiros e funcionam como grupos de pressão no sentido de influenciar e alterar os

condicionalismos externos à actividade.

4 º Passo: um primeiro balanço

Esta etapa corresponde à identificação, ou melhor, à recapitulação dos pontos fortes e

dos pontos fracos existentes e ao seu confronto.

A fim de integrar uns e outros na sua estratégia, o novo empresário deverá fazer um

esforço no sentido de melhor os conhecer, fazendo para tal um diagnóstico triplo:

Sobre si mesmo;

Sobre o projecto;

Sobre a futura empresa.

A fim de conseguir um maior grau de objectividade, o potencial empresário deverá

responder, ele próprio, a todas as questões postas num diagnóstico definidor do seu

perfil e pedir a alguém das suas relações (alguém que o conheça bem), que responda

ao diagnóstico por si.

Em seguida, devem-se comparar os resultados e analisar e discutir os pontos de

eventual divergência.

O DIAGNÓSTICO DO EMPREENDEDOR

Situação actual do potencial empresário

Pontos fortes

Pontos fracos

Estado de saúde (bom ou mau)

Tempo disponível (muito ou pouco)

Dinheiro de que dispõe (muito ou pouco)

Formação Geral

Técnica

Na condução de empresas

Conhecimentos técnicos relacionados com o projecto

Page 16: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

15

Conhecimento do sector de actividade ou do mercado escolhidos (bons ou medíocres)

Competência em matéria de:

Marketing

Contabilidade

Organização

Chefia e dinamização da equipa

Negociação

A componente personalidade

Pontos fortes

Pontos fracos

Capacidade para tomar iniciativas e gosto pela responsabilidade (Independência)

Capacidade de trabalho ( Autodisciplina)

Imaginação (Criatividade)

Determinação para criar a própria empresa (Motivação)

Capacidade para assumir riscos (Capacidade de risco)

Nível de confiança em si próprio (Autoconfiança)

Facilidade de comunicação (boa ou má)

Capacidade de adaptação (boa ou má)

Curiosidade / abertura de espírito (boa ou má)

Envolvente social

Pontos fortes

Pontos fracos

Os amigos e a família (são favoráveis ao projecto ?)

Existem pessoas conhecidas ou amigas capazes de dar ajuda ?

Moral

Material

Comercial

Financeira

Técnica

O promotor do projecto

conhece pessoalmente empresários ?

Já existem contactos com algum dos seguintes

grupos?

Clientes

Fornecedores

Distribuidores

Banqueiros

Contabilistas

Page 17: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

16

Consultores

Deste questionário o potencial empresário retirará um conjunto de opiniões sobre as

hipóteses de levar o seu projecto a bom termo e alguns elementos a incluir na sua

estratégia.

.

O DIAGNÓSTICO DO PROJECTO

Embora sendo impossível listar todo o tipo de questões, dado que a especificidade de

alguns projectos determina questões particulares, pode-se, no entanto, apresentar um

esboço que poderá servir de referencial ao diagnóstico do projecto.

I - Dificuldades e oportunidade associadas ao produto / mercado

O produto ou o serviço é susceptível de ser produzido ou fornecido por uma

nova pequena empresa?

Existe capacidade de oferecer ao cliente um serviço pós-venda? Em caso

afirmativo, em que condições esse serviço poderá ser assegurado?

Caso se trate de um produto novo ou de um produto já existente no mercado

relativamente ao qual se pensa que há uma vantagem comparativa através, por

exemplo, da integração de alguma qualidade "extra" ou alguma inovação,

procedeu-se a um teste junto dos clientes potenciais para aferir da sua

aceitação?

Para responder a esta questão é necessário ter em conta a situação da concorrência,

da distribuição e os hábitos de compra dos clientes potenciais.

II - Dificuldades e oportunidades associadas aos meios

Tendo em conta a natureza do produto e o mercado escolhido, haverá que verificar a

dimensão dos meios humanos, técnicos, logísticos e financeiros necessários.

O potencial empresário deverá já ter nesta fase uma noção dos níveis mínimos

necessários para o arranque do seu empreendimento.

Page 18: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

17

III - Dificuldades e oportunidades associadas à legislação

É absolutamente necessário verificar se existe legislação especial relativamente ao

sector de actividade onde a nova empresa se irá enquadrar..

Em Portugal, determinadas actividades estão sujeitas ao cumprimento de requisitos

técnicos especiais de segurança e protecção da saúde humana e do ambiente, bem

como de garantia para o consumidor .

O promotor do projecto deverá igualmente certificar-se de que está em condições de

obter as licenças ou as qualificações exigidas.

A recapitulação das dificuldades existentes e das oportunidades que se abrem,

permitirá ver até que ponto um projecto, no estado actual, é realizável. Por outro lado,

as informações recolhidas dão hipóteses de reformulação do projecto e de escolha das

estratégias mais adequadas.

O DIAGNÓSTICO DA NOVA EMPRESA

O diagnóstico da nova empresa pode ser realizado segundo duas perspectivas:

do interesse / oportunidade do projecto;

das funções da empresa.

I - Interesse e oportunidade do projecto

Esta técnica consiste em relacionar as qualidades do novo empresário (pontos fortes)

com o maior ou menor interesse do projecto (ou seja com as oportunidades que se

abrem através da combinação dos factores produto-mercado-meios-legislação).

II - As funções da empresa

O diagnóstico da empresa realiza-se dissecando a empresa por funções e verificando,

relativamente a cada uma delas, quais são os pontos fortes e os pontos fracos

existentes.

Page 19: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

18

Numa empresa é necessário assegurar várias funções:

a função financeira, que diz respeito à tesouraria, aos balanços e às contas de

exploração;

a função marketing, que abrange as tarefas com vista à comercialização em

boas condições, como a força de vendas, a distribuição e a concorrência;

a função produção, que engloba os aspectos relacionados com o produto, com

as tecnologias, materiais, quantidades, etc.;

a função pessoal, onde se enquadra tudo o que é relevante do ponto de vista

da qualidade da equipa e da sua gestão;

a função gestão e organização, que constitui a função central na condução da

empresa.

Esta técnica vai permitir-nos actuar de forma a assegurar o funcionamento das diversas

áreas funcionais da empresa.

A informação anterior, de carácter basicamente teórico, reúne um conjunto de métodos

que poderão constituir instrumentos capazes de ajudar o potencial empresário a

conhecer-se melhor, a avaliar os problemas e as oportunidades do seu projecto e a

medir antecipadamente os "prós" e os "contras" do projecto de criação da sua futura

empresa.

A vantagem destes instrumentos está no facto de facilitarem a análise e a redução dos

riscos. Partindo deste pressuposto, será preferível o potencial empresário utilizá-los do

que deixar-se guiar somente pela intuição.

5º Passo: a envolvente externa e o estudo de mercado

A envolvente externa corresponde a um conjunto de elementos que o futuro empresário

não pode matriciar nem controlar.

Do conjunto de factores não directamente controláveis fazem parte, os futuros clientes,

os fornecedores, as empresas concorrentes, os prescritores, os banqueiros, as

instituições e ainda as leis, regulamentos e costumes relativos à actividade que

pretende desenvolver.

Page 20: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

19

Reunindo todas as informações disponíveis sobre a envolvente externa, o futuro

empresário estará em muito melhores condições de avaliar a viabilidade do seu

projecto, tomando, também, consciência dos inúmeros factores que podem condicionar

o sucesso do seu empreendimento.

A exploração da envolvente externa

O conhecimento e exploração dos factores externos ao projecto devem ser orientados

por um conjunto de atitudes que permitam ao potencial empresário concretizar,

modificar ou, num caso extremo, abandonar o projecto que tem em mente.

De entre esse leque de atitudes salientam-se, a oportunidade, a objectividade, a

selectividade, a curiosidade, a abertura de espírito, a prudência, o rigor e a

perseverança

A técnica de exploração da envolvente externa

A exploração da envolvente externa é, fundamentalmente, uma técnica baseada na

recolha, selecção, tratamento e validação de informações várias.

A condução deste processo pode ser feita realizando o seguinte percurso:

1. Pré-definição do projecto com um razoável grau de precisão, indicando:

2. Listagem das questões relacionadas com o projecto relativamente às quais se torna

necessário encontrar resposta e dos locais (fontes) prováveis de obtenção das

informações correspondentes.

3. Auscultação do sector onde o futuro empresário pensa vir a exercer a sua actividade.

4. Obtenção de dados "quantificados" (e outros de interesse para o projecto)

5. Recolha de outra informação relevante de carácter "não quantitativo"

6. Realização de um inquérito informal, directo ou indirecto, sobre os concorrentes.

7. Estudo da clientela potencial

O estudo de mercado

O estudo de mercado, para além do estudo documental, compõe-se, basicamente de

Page 21: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

20

duas análises parcelares: o Estudo dos Consumidores e o Estudo da Concorrência

havendo, em qualquer destes que realizar sempre uma análise quantitativa e uma

análise qualitativa.

ESQUEMA BASE DE UM ESTUDO DE MERCADO

Estudo documental

Deve permitir reunir informação já disponível sobre um dado aspecto (estado de

consumo ou de utilização de um produto ou serviço) e sendo as fontes múltiplas é

imprescindível prestar atenção à data dos dados obtidos, registar as fontes e comparar

a informação (cruzamento de dados), com o objectivo de testar a sua fiabilidade.

Análise qualitativa

Constitui a primeira etapa de pesquisa directa de informação pelo recurso à entrevista

junto de potenciais clientes e consiste na obtenção de informação rica em qualidade.

Tendo por base uma amostra restrita de pessoas. Conhecer os motivos que levam um

consumidor a comprar ou não um produto permitirá a adaptação do produto que se

pretende lançar no mercado às exigências, gostos e tendências dos potenciais clientes.

Análise quantitativa

Corresponde ao inquérito por questionário, sendo uma sondagem que se poderá fazer a

uma parte dos clientes, extrapolando, posteriormente, os elementos recolhidos.

Convém referir que, tanto a entrevista como a sondagem implicam o domínio de

técnicas e a verificação de regras que normalmente não cabem na esfera de

competências do futuro empresário.

Estudo dos consumidores

ANÁLISE QUANTITATIVA

1. Definição dos consumidores – número de consumidores por categoria

2. Definição do mercado

3. Definição do nível dos preços

Page 22: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

21

4. Definição das condições de venda

5. Definição dos canais de distribuição e dos pontos de venda

ANÁLISE QUALITATIVA

1. Definição dos objectivos e motivações de compra

2. Comportamento dos consumidores perante a compra

3. Definição da forma como decidem comprar

4. Hábitos de consumo

Estudo da concorrência

ANÁLISE QUANTITATIVA

1. Definição da concorrência

2. Inventariação dos produtos concorrentes

3. Quotas de mercado que detêm

4. Canais de distribuição que utilizam, condições de venda que praticam e acções

promocionais que desenvolvem

5. Potencial de distribuição

ANÁLISE QUALITATIVA

1. Características dos produtos da concorrência

2. Adequação destes produtos às necessidades e desejos dos consumidores

3. Pontos fortes e fracos desses produtos

4. Verificação dos aspectos psicológicos, favoráveis e desfavoráveis, que a marca

transmite aos consumidores

5. Análise do comportamento dos concorrentes para motivarem a compra dos seus

produtos.

A recolha da informação, que integra o estudo de mercado, deve ser objecto de análise

e permitir ao empresário tomar decisões, com um mínimo de risco, sobre:

as características que os produtos ou serviços devem possuir para serem bem

aceites pelos consumidores;

e, sobre a política de marketing que a empresa deve implementar, para atingir,

eficazmente, aqueles consumidores.

A envolvente sectorial externa

Page 23: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

22

A envolvente sectorial externa representa tudo aquilo que pode influenciar ou produzir

alterações no sector de actividade onde se pretende entrar.

Corresponde no fundo às grandes tendências e movimentos capazes de produzir

efeitos, a curto prazo, no sector, designadamente:

1. A demografia e os movimentos da população;

2. As finanças,

3. Os estilos de vida;

4. A tecnologia e a inovação;

5. A legislação e as regulamentações.

6º Passo: a política comercial

A política comercial de uma empresa deve enquadrar não só aspectos relacionados

com as vendas (estratégia de marketing e bases de acção comercial), mas também a

estratégia de compras.

O estudo de mercado deverá constituir um instrumento que permita ao futuro

empresário estruturar a sua política comercial, nas seguintes vertentes:

1. definição da estratégia de marketing, o que se traduz, resumidamente, na escolha

de um ou de vários cenários que corresponderão a binómios produto / mercado ou

serviço / mercado que garantam, à partida, condições de competitividade à empresa;

2. definição das bases da acção comercial da empresa, o que implica o

desenvolvimento das seguintes estratégias parcelares:

identificação precisa dos produtos ou serviços a comercializar, as respectivas

características, as vantagens comparativas e os serviços que, eventualmente,

lhes estão associados;

fixação de preços e de condições de venda que permitam atingir os objectivos

estabelecidos em matéria de volume de vendas e de rentabilidade;

escolha dos circuitos de distribuição, ou seja, dos processos através dos quais

os produtos ou os serviços serão postos à disposição dos clientes;

Page 24: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

23

determinação da "imagem" da empresa e dos produtos ou serviços, que

abrange aspectos como o nome da empresa, a publicidade, etc.;

preparação dos meios de negociação directa, do processo de prospecção e do

estabelecimento de uma "força de vendas”;

determinação de um volume de negócios previsional, de acordo com o(s)

cenário(o) escolhido(o).

Estratégia da abordagem do mercado

Quaisquer que sejam os objectivos da empresa, é difícil atingi-los todos ao mesmo

tempo. A atitude estratégica prende-se com um faseamento planeado que permita a

consolidação da empresa numa óptica de mercado.

Assim, numa primeira fase, a que poderemos chamar de “arranque” da empresa, um

dos objectivos é o crescimento do negócio, a par da rentabilidade e estabilidade da

empresa.

Para atingir estes objectivos, e tendo por base a observação do mercado-alvo da

empresa, torna-se imperativa a escolha do conjunto produto/mercado, mais adaptado.

Trata-se, portanto, de analisar as diferentes categorias de clientes – os segmentos de

mercado – quer sejam pessoas, empresas ou organismos, agrupando-os segundo as

suas características fundamentais, nomeadamente idade, género, actividade,

categoria sociocultural, hábitos, níveis de rendimento, etc., no caso de segmentos de

mercado constituídos por pessoas

Quando os segmentos de mercado são constituídos por empresas ou organismos, a

análise deve ter em conta o sector de actividade, o número de empregados, a

localização, o estatuto jurídico, etc..

Em qualquer dos casos, uma tarefa de grande importância é reunir os potenciais

clientes da empresa em grupos homogéneos, fazendo-lhes corresponder diferentes

categorias de produtos ou de serviços que a empresa está (ou poderá vir a estar) em

condições de produzir ou de prestar.

No entanto, a escolha dependerá ainda:

Do conhecimento que o empresário tem das diferentes categorias de clientes;

Page 25: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

24

Do peso da concorrência no sector;

Da coerência entre o empresário e o projecto;

Dos volumes de investimento a realizar em cada um dos casos e do período de

tempo necessário para o recuperar;

E, de uma repartição de riscos que permita a recuperação num ou em dois

segmentos caso um terceiro seja mais difícil.

Esta tentativa de adequação da actividade da empresa ao mercado pode permitir, ao

potencial empresário, caso se revele necessário, repensar a definição dos seus

produtos ou dos seus serviços.

As bases da acção comercial da empresa

O produto ou o serviço, o preço, a distribuição, a comunicação e a força de vendas

constituem aquilo a que, vulgarmente, se chama de "Marketing-Mix", sendo estes

cinco elementos a base da acção comercial da empresa.

O produto ou serviço

Se não se trata de um produto ou de um serviço novo, a sua diferenciação

relativamente aos concorrentes poderá ser conseguida acrescentando "algo" que o

torne específico. Este “algo” pode ser resultante de uma acção directa sobre o

produto, ou resultar de um serviço que se lhe associa e que o torna diferente ou

preferido aos olhos do cliente.

Dado que a procura é hoje extremamente volátil, reagindo quase instantaneamente à

oferta, não é estrategicamente aconselhável aguardar pelo declínio das vendas para a

introdução de alterações nos produtos ou nos serviços de modo a renová-los

sistematicamente.

A inovação constante dos produtos e dos serviços é uma das condições de sucesso

das novas empresas.

O preço

Page 26: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

25

Um "bom" preço de venda unitário é uma primeira condição da rentabilidade e da

competitividade da nova empresa.

Neste âmbito, são necessárias três estimativas, relativamente:

1.Ao custo de produção (ou de aquisição, no caso de actividade comercial);

2. Ao preço de mercado (preço praticado pela concorrência);

3. Ao preço psicológico (aquele que os consumidores consideram razoável).

A distribuição

Os canais de distribuição correspondem aos processos disponíveis que permitem à

nova empresa colocar os seus produtos ou os seus serviços em contacto com os seus

clientes. A escolha de um determinado circuito de distribuição deverá ser objecto de

reflexão, tendo em conta as características tanto dos bens como dos segmentos de

mercado.

Quando se trata de uma empresa com estabelecimento aberto ao público é.

igualmente, importante ter em conta os aspectos relacionados com a estrutura desse

espaço, com a apresentação dos produtos, com a decoração, com a circulação dos

clientes no interior do estabelecimento e ainda com a opção entre venda tradicional

com assistência ou conselho dos vendedores e o self-service.

A comunicação

Os clientes da empresa deverão ser o público-alvo da comunicação, nomeadamente,

no que respeita à publicidade.

Esta noção é fundamental e terá, necessariamente de condicionar, tanto a estrutura da

própria mensagem, como o suporte a utilizar para a fazer chegar aos destinatários.

Para que a comunicação seja eficaz há que conhecer os aspectos quantitativos e

qualitativos do segmento de mercado da empresa.

Page 27: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

26

Depois de determinados os destinatários é necessário definir a mensagem a transmitir

a qual deverá salientar as vantagens que os consumidores podem ter se a escolha

recair sobre os produtos ou os serviços da nova empresa.

Os suportes publicitários podem ser agrupados podem ser agrupados em duas

categorias:

os que permitem atingir um número muito elevado de destinatários e onde se

inclui a imprensa, a afixação de cartazes, a televisão e a rádio;

os que sendo mais selectivos, permitem uma maior aproximação aos

potenciais clientes e que integram aquilo que geralmente se designa por

publicidade directa (telemarketing, mailing e distribuição de prospectos porta a

porta).

A estes dois tipos de suporte podem juntar-se outros veículos de comunicação, de que

são exemplo, a publicidade no local de venda, a publicidade em brindes, a

participação em feiras e exposições e as relações públicas.

A força de vendas

A força de vendas, entendendo-se como tal o conjunto dos vendedores de uma

empresa, constitui o contacto mais normal entre esta e o cliente.

Nesta perspectiva a sua actuação é primordial para a criação junto do mercado de

uma imagem de marca (do produto e da empresa), contribuindo decisivamente para a

fidelização do cliente.

À força de vendas não compete apenas a função de venda, mas também a função de

ligação entre a empresa e os clientes, transmitindo a estes informações sobre a

empresa, sobre os produtos ou os serviços disponibilizados por esta e à empresa o

"feed-back" do seu contacto com o mercado.

Avaliação do Volume de Vendas

A avaliação das vendas e da sua progressão é uma tarefa difícil mas essencial uma

vez que as diferenças entre as previsões e as vendas efectivamente realizadas podem

constituir a causa de graves problemas financeiros para a nova empresa.

Page 28: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

27

Entre os métodos existentes para efectuar esta avaliação apontam-se os seguintes:

As encomendas firmadas e as entradas de dinheiro correspondentes;

As negociações em curso, associadas às estimativas de concretização;

A transposição para a empresa dos resultados previsionais de vendas do

projecto, se os contactos prévios com os clientes os confirmam.

A utilização de rácios de vendas existentes para certas actividades e certos

sectores;

A comparação com o volume de vendas de empresas semelhantes, tendo

sempre em conta as especificidades existentes;

A extrapolação, cautelosa, dos resultados de uma amostra da clientela real

para a clientela potencial.

A Promoção das Vendas

Para além da baixa de preços, expediente, em regra, utilizado para promover as

vendas através da compra imediata, existem outras técnicas que poderemos

enquadrar em três categorias:

As promoções destinadas aos clientes - que se destinam:

a incitar os clientes a experimentar um novo produto ou um novo serviço;

a provocar a compra em maiores quantidades;

a promover a mudança de marca;

a fidelizar os clientes e a aumentar as relações com eles;

a contrariar uma acção promocional dos concorrentes.

Promoções destinadas aos distribuidores

Visam obter destes uma maior cooperação no desenvolvimento da estratégia

comercial da empresa e geralmente consistem:

na oferta de brindes, de descontos ou de facilidades de pagamento;

Page 29: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

28

no estímulo ao aumento de vendas de determinado produto pondo à

disposição dos distribuidores material publicitário ou de animação do

estabelecimento.

Promoções destinadas aos representantes e aos vendedores

Tendo igualmente como objectivo aumentar o empenhamento destes agentes no

crescimento das vendas, é um tipo de promoções que recorre a técnicas que vão

desde a oferta de prémios de fim de ano e de viagens, até à realização de concursos,

recompensando os que obtiveram melhores resultados e incitando os outros a

procedimentos idênticos.

A estratégia de compras

Não obstante a relevância do aspecto "mercado de clientes", a política comercial da

empresa deve, igualmente, incluir um conjunto de preocupações e estratégias relativas

ao "mercado dos fornecedores".

Esta estratégia deve ter como linhas orientadoras a procura e avaliação dos potenciais

fornecedores permitindo ao empresário traçar um quadro favorável à empresa em

termos de fornecimentos alternativos, de condições de pagamento, de preços, de

prazos de entrega, de qualidade e de especificações técnicas.

Com efeito, os fornecedores da nova empresa são, na maioria dos casos, os

fornecedores da concorrência e desenvolvem um certo marketing de venda.

A política comercial da nova empresa deverá, então, integrar uma vertente estratégica

que poderemos chamar de "marketing de compra".

Esta acção deve ser definida por forma a dotar a empresa de um confortável nível de

poder negocial e de um bom relacionamento com os fornecedores.

Estas situações devem conferir à empresa a qualidade de cliente preferencial e

permitir negociar protocolos de colaboração capazes de determinar sinergias e de

Page 30: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

29

solucionar problemas emergentes da actividade da empresa, mesmo em fase de

arranque.

7º Passo: os meios financeiros, materiais e humanos

A concretização de um projecto de criação de empresa tendo por base as opções

estratégicas feitas, em termos de produto ou de serviço, de mercado e também de

dimensão do empreendimento, implica a reunião de um importante conjunto de meios.

Sendo a insuficiência qualitativa e quantitativa de meios uma das principais causas de

insucesso das empresas nascentes, o futuro empresário deve ser rigoroso na

avaliação das suas necessidades.

Se se verificar um desvio entre os meios necessários para a realização do projecto e

aqueles que efectivamente estão disponíveis, haverá que optar por um projecto menos

ambicioso ou, em alternativa, procurar encontrar financiamentos suplementares.

Os meios humanos

Num primeiro tempo, coincidente com a fase inicial do processo de criação de uma

empresa, a força de trabalho existente é a do próprio empresário, eventualmente

apoiado por um número reduzido de pessoas.

A diversidade e complexidade de tarefas inerentes à consolidação da empresa

depressa o farão aperceber-se da necessidade de constituição de uma equipa, quer

pela via da constituição de uma sociedade, quer pelo recurso a colaboradores.

Nesta perspectiva de trabalho em equipa, há alguns aspectos que vale a pena referir.

Os sócios

Dirigir uma empresa implica a existência de um conjunto de conhecimentos e de

competências que raramente se encontram numa única pessoa. Daí o interesse de

que se reveste a associação com pessoas que, possuindo competências

complementares das do mentor do projecto, assegurem a gestão das diversas áreas

funcionais da empresa.

Page 31: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

30

Qualquer que seja a proveniência das pessoas dispostas a associar-se (família, círculo

de amigos ou outras) existe um conjunto de condições prévias que devem ser

verificadas para que essa associação resulte e seja duradoura, podendo-se, à partida,

enunciar as seguintes:

Existir entre os associados uma confiança total, traduzida em relações

profissionais francas e autênticas;

Existir respeito mútuo e reconhecimento das competências específicas;

Existir consenso quanto aos objectivos a atingir, precisando-os desde o início;

Repartir as tarefas de acordo com as capacidades de cada um e de tal modo

que todas as funções da empresa fiquem asseguradas.

Recurso a colaboradores

Em grande parte dos casos de criação de empresas surgem inúmeras tarefas que não

poderão ser, exclusivamente, desempenhadas pelos associados verificando-se,

consequentemente, a necessidade de contratar pessoal.

Sendo as qualidades e capacidades ao pessoal ao serviço de uma empresa um dos

seus pontos fortes, o acto de recrutamento e contratação de colaboradores é uma das

tarefas mais importantes do empresário ou gestor e requer alguma preparação e

alguns cuidados especiais.

Assim, deve-se definir com precisão o posto de trabalho, pormenorizando as tarefas e

as responsabilidades e, sobretudo, fixando as missões que o futuro empregado deve

cumprir e os objectivos a atingir.

Este conjunto de informações permitirá desenhar o perfil ideal do candidato a

empregar devendo-se, em seguida, procurar as pessoas que correspondam ou mais

se aproximem desse perfil, recorrendo, eventualmente, aos serviços de empresas ou

entidades especializadas. Cabe aqui uma referência ao papel social que a empresa

pode desempenhar já nesta fase.

Page 32: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

31

Os meios financeiros

Tomada a decisão de criar uma nova empresa, é imprescindível definir com o máximo

rigor e, também, com alguma margem de segurança as somas necessárias para a

concretização dos objectivos previstos e encontrar as respectivas fontes de

financiamento, ou seja vai ser necessário elaborar um Plano de Investimento e um

Plano de Financiamento.

O plano de investimento

Para facilitar a tarefa de elaboração do plano de investimento, o texto seguinte chama

a tenção para alguns aspectos relevantes nesta área e sugere algumas pistas.

O montante de investimento necessário corresponde, de uma forma simplificada, ao

somatório das seguintes despesas:

Despesas de investimento em capital fixo corpóreo;

Despesas de investimento em capital fixo incorpóreo e despesas plurianuais;

Fundo de maneio;

Imprevistos.

Cálculo das imobilizações corpóreas

Os terrenos, os edifícios, as máquinas, os equipamentos de produção e

administrativos, o material de transporte, os seguros, o IVA e, eventualmente, as taxas

aduaneiras, constituem elementos corpóreos, indispensáveis ao arranque e

funcionamento normal da empresa, que acarretam necessariamente despesas de

investimento.

O cálculo do montante respectivo, poderá ser obtido, com alguma segurança, listando,

exaustivamente, todos os elementos que integram o activo fixo corpóreo da futura

empresa, pedindo orçamentos aos fornecedores (relativamente a investimentos em

que tal se justifique) e fazendo um cálculo aproximado para as restantes despesas.

Cálculo das imobilizações incorpóreas e despesas plurianuais

Page 33: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

32

Integram-se aqui as despesas relativas à constituição da empresa (elaboração de

estatutos, declarações, registos e publicações) e ainda as correspondentes a

trespasses, propriedade industrial e outros direitos, estudos e projectos, despesas de

arranque e ensaio, recrutamento, formação de pessoal e publicidade.

As despesas plurianuais decorrem, numa primeira instância, das despesas de

coordenação e de fiscalização do projecto, mas também da obrigatoriedade de

pagamento de juros e de amortização dos empréstimos contratados.

Cálculo do fundo de maneio

O fundo de maneio, por seu lado, corresponde ao montante necessário para assegurar

a actividade normal da empresa e destina-se à cobertura financeira dos seguintes

elementos:

1. Reserva de segurança de tesouraria;

2. Crédito normal a conceder aos clientes;

3. Stocks normais de matérias-primas, subsidiárias e de embalagens;

4. Stocks normais de produtos acabados, semi-acabados, em vias de fabrico.

Ao montante obtido com o somatório destas despesas haverá que deduzir os créditos

normais a obter junto dos fornecedores.

A importância da previsão das necessidades em fundo de maneio justifica-se pelo

facto de a empresa, mesmo antes de iniciar a venda dos produtos ou dos serviços ter

de constituir stocks mínimos e de, após iniciada a actividade, existir um lapso de

tempo entre a venda e a correspondente entrada de dinheiro.

Em contrapartida, a empresa vai beneficiar de um prazo para o pagamento aos seus

fornecedores, o que se traduz numa redução do montante das necessidades de fundo

de maneio.

Imprevistos

Independentemente do rigor do cálculo das rubricas anteriores, situações não

previstas inicialmente, podem alterar o montante global das necessidades de

investimento.

Page 34: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

33

Estas situações prendem-se com desvios qualitativos do projecto decorrentes de

deficiências registadas nos projectos de construção civil, na instalação, na implantação

dos equipamentos, nas previsões relativas ao fundo de maneio e também, com

desvios verificados em consequência, por exemplo, da desvalorização da moeda ou

da inflação.

O plano de financiamento

Determinado o montante do investimento necessário, haverá que reunir os meios

financeiros, designados por capitais, indispensáveis à sua cobertura. A esta operação

deve corresponder a elaboração de um Plano de Financiamento.

Da composição dos capitais necessários para fazer face às despesas de investimento

fazem parte os capitais próprios e os capitais alheios.

As fontes de financiamento dos capitais próprios (que se destinam a assegurar o

funcionamento da empresas com uma margem de segurança), são o capital social, as

prestações suplementares de capital, o autofinanciamento e o capital de risco.

Não sendo de esperar que os capitais próprios cubram todas as necessidades de

financiamento da empresa, esta terá de recorrer a capitais alheios cuja proveniência

pode resultar de crédito de fornecedores, empréstimos bancários, empréstimos

obrigacionistas, empréstimos dos sócios ou de locação financeira mobiliária e

imobiliária.

Em qualquer dos casos, parte do financiamento pode ainda resultar de subvenções

financeiras existentes para o efeito, sendo, no entanto, opinião de alguns especialistas

em criação de empresas que aquelas subvenções não devem ser contabilizadas no

cálculo inicial dos capitais próprios em virtude da sua concessão demorar

necessariamente algum tempo, situação que impede que as importâncias que lhe

correspondem sejam utilizadas para financiar o arranque da empresa.

Instalação da empresa

O funcionamento da empresa implica necessariamente a existência de máquinas,

equipamentos e instalações apropriadas, meios que podem ser obtidos por compra ou

por aluguer. No caso específico das instalações poderá recorrer-se ao aluguer de

Page 35: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

34

instalações de terceiros, à compra de instalações já existentes ou à compra de terreno

e construção de raiz.

A opção dependerá de diversos factores e deverá resultar da análise criteriosa das

vantagens e desvantagens, dos custos de cada solução e das disponibilidades

financeiras existentes.

Localização

A localização das instalações é mais ou menos importante conforme a natureza da

actividade a desenvolver pela empresa, mas qualquer que seja o caso não pode ser

negligenciada.

Se o empreendimento tem uma forte componente comercial a escolha da localização é

essencial uma vez que terá influência directa nas vendas e nos custos de exploração.

Neste caso a escolha do local deve ter em conta:

- os fluxos da clientela;

- a dinâmica comercial da rua ou da zona;

- as facilidades de acesso e de estacionamento;

- os aspectos interior e exterior, o estudo de mercado realizado;

- os custos.

Tratando-se de uma actividade de serviços, a localização é menos importante que no

caso anterior devendo, no entanto, a escolha basear-se em aspectos relacionados

com:

- a dimensão e disposição adequadas às necessidades do empreendimento;

- a funcionalidade das instalações;

- a localização dentro da cidade.

No caso de uma actividade industrial, mantêm-se válidos os aspectos relativos à

dimensão, disposição e funcionalidade, não sendo a localização geográfica

completamente neutra.

Na implantação de uma empresa industrial, de acordo com a especificidade da

actividade a desenvolver, as características da construção, nomeadamente vãos

livres, fundações e divisórias, pavimentos, revestimentos das paredes, isolamentos

térmico e acústico, redes de água, eléctrica e de esgotos, iluminação artificial,

Page 36: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

35

climatização ou ventilação são outros aspectos fundamentais a ter em conta na

escolha das instalações.

Em todos os casos deve haver o cuidado de verificar a situação legal da propriedade e

a viabilidade de utilização conforme os objectivos do projecto.

De referir ainda que a utilização das instalações dos Centros de Empresas e

Inovação (BIC), Incubadoras e Ninhos de Empresas pode constituir a alternativa,

numa primeira fase, ao aluguer ou compra de instalações próprias.

8º Passo: contabilidade e planeamento financeiro

Para além de uma imposição legal, a contabilidade é, também, uma necessidade vital

para a empresa.

Com efeito, revela-se da maior importância para o empresário conhecer, em qualquer

momento, a sua situação patrimonial, as operações relativas ao seu negócio,, os

recursos de que pode dispor, bem como poder justificar junto dos serviços fiscais, dos

credores ou da banca, entre outros, a natureza, a origem e a aplicação dos seus

fundos.

A contabilidade da empresa exige um conjunto de conhecimentos e de técnicas que o

empresário comum, em princípio, não domina. Poderá, então optar entre: a formação

de recursos em contabilidade e o recurso a profissionais neste domínio.

Todas as sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial, cooperativas,

empresas públicas e demais entidades que exerçam a título principal uma actividade

comercial, industrial ou agrícola constituem entidades que legalmente devem dispor de

contabilidade organizada e que, como tal, têm de ter obrigatoriamente os seguintes

livros de contabilidade:

Livro de Inventário e Balanço;

Diário;

Razão;

Copiador;

Livro de Actas.

Page 37: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

36

As sociedades anónimas e as sociedades em comandita por acções devem ainda

possuir o livro de registo de acções.

O Empresário em Nome Individual que não possua contabilidade organizada está

obrigado a possuir os seguintes livros:

Livro de registo de compras de mercadorias ou livro de registo de matérias-

primas e de consumo;

Livro de registo de vendas de mercadorias ou livro de registo de produtos

fabricados,

Livro de registo de serviços prestados;

Livro de registo de despesas e de operações ligadas a bens de investimento;

Livro de registo de mercadorias, matérias-primas e de consumo, de produtos

fabricados e outras existências à data de 31 de Dezembro de cada ano.

A gestão financeira

A contabilidade produz dois documentos essenciais à gestão da empresa: o balanço e

a conta de exploração. Por outro lado, no exercício da actividade futura da empresa, o

empresário terá de gerir com a maior precisão a tesouraria.

Ainda nesta fase do projecto de criação da empresa é necessário incluir um conjunto

de simulações (previsões) financeiras, que irão servir de base à negociações futuras.

Resumidamente, poder-se-á afirmar que é necessário preparar os seguintes

documentos:

- O balanço (inicial e do fim do primeiro ano) - que representa a situação patrimonial

da empresa (o que possui e o que deve) naqueles dois momentos;

- O plano de financiamento da empresa (a três anos) - que permite prever a médio

prazo os recursos da empresa e as necessidades de financiamento;

- A conta de exploração previsional (calculada geralmente para primeiros 3 ou 5

anos) - que exprime o resultado líquido da exploração normal das actividades

Page 38: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

37

principais da empresa num dado período através do registo dos proveitos e dos custos

relativos à formação daquele resultado;

- O orçamento de tesouraria previsional (no mínimo para os primeiros meses de

actividade da empresa) - que regista o saldo financeiro inicial, todos os pagamentos a

efectuar e todos os recebimentos previstos.

9º Passo: o plano de negócios

Tanto para o próprio criador de empresas como para os seus eventuais interlocutores

é indispensável apresentar os estudos, análises e reflexões acompanhados de dados

quantitativos num documento próprio e bem redigido: o chamado "Plano de Negócios".

Este documento, que irá passar pelas mãos de pessoas que não conhecem nem o

projecto nem os promotores, funcionará como embaixador de ambos, permitindo-lhes

construir uma primeira opinião a partir do conteúdo e da forma de apresentação.

Por outro lado, durante os primeiros meses de existência da empresa, o Plano de

Negócios constitui, para o novo empresário, um referencial em termos de objectivos a

atingir e da respectiva programação e calendarização.

Saber apresentar e "vender" o projecto

O Plano de Negócios deve ser um documento com elevado nível de objectividade e

bem apresentado. Sempre que possível a informação escrita deverá ser ilustrada

através de diversos elementos valorizadores do projecto.

Estrutura do Plano de Negócios

Page 39: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

38

INTRODUÇÃO - Apresentação resumida do criador e do seu projecto

CAPÍTULO 1 - O mercado e a envolvente externa

CAPÍTULO 2 - Os pontos fortes do empresário

CAPÍTULO 3 - A finalidade, as metas e os objectivos

CAPÍTULO 4 - As escolhas estratégicas

CAPÍTULO 5 - Os meios necessários

CAPÍTULO 6 - A estrutura da empresa

CAPÍTULO 7 - As previsões financeiras

ANEXOS

Plano de Negócios

Introdução

O Empreendedor

O sucesso de um projecto depende antes de mais do seu promotor. Isto significa que

antes de "vender" a imagem do projecto o promotor deve-se procurar "vender" a sua

própria imagem.

Nesta perspectiva, o promotor deve pôr em evidência as suas qualidades e pontos

fortes em relação ao projecto (formação, experiência e motivações), juntando em

anexo o seu Curriculum.

O projecto

Da introdução deve constar uma exposição breve do projecto:

Localização;

Pacto social;

Características dos serviços ou dos produtos;

Alguns números-chave relativos ao primeiro ano de actividade (volume de

vendas, resultados ou margem, investimento inicial).

Page 40: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

39

Capítulo 1 – O mercado e a envolvente

Nesta parte do Plano de Negócios o futuro empresário deve demonstrar que conhece

o terreno que pisa e, portanto, pôr em evidência as informações e os dados

quantitativos utilizados na determinação das escolhas estratégicas e dos meios e na

elaboração das contas previsionais.

Estes dados devem ter por base informação sólida e sempre que possível deve-se

fazer prova do que se escreve, citando as fontes utilizadas, ou, se se trata de meras

hipóteses ou projecções, explicar como foram elaboradas.

A procura

As clientelas potenciais

A que tipo de clientela se dirige o projecto? - Quais são os mercados visados?

E a que tipo de necessidades pensa dar resposta?

As características da procura

Informações e números sobre o volume e as tendências da procura actual,

passada e futura;

Estado de saúde dos mercados: (em crescimento, em estagnação ou em

declínio).

O consumo

Informações qualitativas sobre os impedimentos ou motivações identificados

nos compradores e nos consumidores;

Efeitos da sazonalidade;

Comportamento dos compradores, se a decisão é colectiva;

Quem faz surgir a necessidade;

Quem formula a encomenda;

Quem toma a decisão final de comprar.

Page 41: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

40

A oferta

Os produtos

Quais são os produtos (similares) existentes no mercado, segundo a utilização,

as funções e as diferentes gamas.

Características gerais da oferta

Número de concorrentes, agressividade da concorrência e evolução

tecnológica.

Os concorrentes

Relativamente a 2 ou 3 principais concorrentes (incluindo, se possível, o "leader" do

mercado) devem-se indicar os seguintes elementos:

Dimensão (número de efectivos);

Volume de vendas;

Características dos serviços;

Principais clientes;

Imagem da empresa.

Os intermediários

Devem ser identificados os futuros:

Prescritores - pessoas ou entidades que podem recomendar os produtos ou

serviços da nova empresa a potenciais clientes;

Parceiros comerciais e distribuidores - pessoas ou entidades que podem

comercializar os produtos através de uma comissão;

Parceiros técnicos - pessoas ou entidades que podem prestar apoio na

concepção e na fabricação (subcontratantes).

A regulamentação

Normas técnicas a respeitar, obrigatoriedade de licenciamento, regulamentação

comunitária

Page 42: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

41

Capítulo 2 – Os pontos fortes do empresário

O promotor do projecto deve apresentar neste capítulo os seus pontos fortes em

relação ao projecto, designadamente:

Formação ou longa experiência no domínio;

Gosto ou apetência particular para uma actividade ligada ao projecto;

Envolvente favorável (conselho ou ajuda por parte de pessoas de família

qualificadas na matéria, conhecimentos no meio profissional).

Neste capítulo o futuro empresário, por um lado, deve ser completo, tentando não

esquecer nenhum aspecto importante e, por outro, não deve ocupar um exagerado

número de páginas com este tema.

É evidente que o empresário também tem pontos fracos e dificuldades. No entanto,

sendo o objectivo visado "vender" a sua imagem é preferível não lhes fazer referência

neste documento.

Capítulo 3 – Finalidades, metas e objectivos

Finalidade

Não é inútil relembrar sucintamente a natureza do projecto antes de fixar as dois ou

três principais metas e de calcular o objectivo de sucesso da nova empresa.

Metas

Algumas metas fixadas a médio prazo permitirão balizar o papel do futuro empresário

e obrigá-lo-ão a conduzir a sua empresa numa perspectiva de consolidação e

desenvolvimento, mantendo-se continuamente em acção.

Objectivos

O primeiro objectivo da criação de uma empresa é que ela corresponda a um negócio

bem sucedido e para tal, é necessário calculá-lo de tal forma que seja sempre possível

Page 43: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

42

saber qual é a posição relativamente ao fracasso ou ao sucesso e a que nível se situa

neste último.

Este cálculo efectua-se a partir de dados precisos relativos ao mercado.

Deve-se em seguida verificar se as capacidades da empresa permitem, sem criar

problemas, responder às necessidades do mercado.

Para além da utilidade de que se reveste na óptica da construção do plano de acção

para o primeiro ano ou para os primeiros tempos de actividade da empresa, a

identificação dos objectivos serve igualmente como termo de referência para o

empresário repensar e por em acção as estratégias que lhe permitam atingi-lo.

Capítulo 4 – As escolhas estratégicas

A análise de mercado e da envolvente externa à empresa, bem como dos pontos

fortes do empresário e dos objectivos a atingir, levam a fazer escolhas estratégicas:

O futuro empresário deve demonstrar toda a coerência do projecto e, ao mesmo

tempo demonstrar as suas capacidades de se impor como chefe da empresa.

Com base em dados qualitativos e quantitativos precisos deverão ser apresentadas as

escolhas estratégicas feitas em termos de implantação, produtos, clientela, margens

(resultados), bem como de política de preços e de comunicação.

Estes aspectos deverão ser abordados segundo a importância que têm no projecto e

essa ordem é, evidentemente, variável de projecto para projecto.

Capítulo 5 – Os meios

A relação e quantificação dos meios deve estar de acordo com as escolhas

estratégicas feitas e com as informações recolhidas da envolvente externa da

empresa.

Page 44: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

43

É preciso não esquecer que uma das principais causas de insucesso das empresas

nascentes é a insuficiência de meios em quantidade e em qualidade e que a

imprecisão nesta matéria põe em sérios riscos a credibilidade do empresário.

Este aspecto foi já desenvolvido quando se apresentou o 7º Passo - "Meios

financeiros, materiais e humanos.

Capítulo 6 – Organização e estatutos

No que diz respeito à organização, é importante que o promotor mostre que tem

competência (sozinho ou em conjunto com colaboradores) para assegurar todas as

áreas funcionais da empresa: gestão geral, contabilidade e finanças; vendas e

marketing; produção, investigação (se for caso disso), gestão do pessoal, etc.

Mesmo que a aquando do arranque da empresa o empresário esteja sozinho ou conte

com um número muito restrito de colaboradores é necessário saber quem vai fazer o

quê, tanto dentro da empresa como no seu exterior.

No que concerne a forma jurídica da empresa, deve justificar com precisão a escolha

feita e caso os estatutos já estejam redigidos, poder-se-á anexar um exemplar.

A escolha da forma jurídica da empresa vai determinar o seu modelo de

funcionamento.

Neste contexto, a opção por um determinado estatuto jurídico deve ser tomada de

modo a valorizar os pontos fortes da futura empresa tendo, no entanto, em atenção as

características que melhor se adaptem às expectativas de desenvolvimento.

As formas jurídicas mais comuns são:

- Empresa Individual / Empresário em Nome Individual;

- Sociedade por quotas

- Sociedade Anónima

Outras formas jurídicas menos frequentes são:

- Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada, EIRL

- Sociedade Unipessoal por Quotas

- Sociedade em Comandita

- Sociedade em Nome Colectivo

- Cooperativa

Page 45: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

44

Capítulo 7 – As previsões financeiras

O Plano de Negócios deve incluir obrigatoriamente a quantificação das previsões

financeiras, designadamente, através da apresentação das “Contas de Exploração”,

do “Balanço Inicial”, do “Balanço ao fim dos primeiros três anos”, do “Plano de

Financiamento” e do “Plano de Tesouraria”.

A apresentação de todos estes números deverá será ser particularmente cuidada para

que todas as pessoas que analisarem o projecto compreendam o que eles significam e

para que reflictam bem a realidade e as escolhas feitas.

Refira-se que, por vezes, é necessário pormenorizar e explicitar algumas categorias

de despesas.

Anexos

Por fim, o promotor poderá anexar a este documento os elementos que permitam

ilustrar de uma forma nítida o seu propósito (por exemplo, o plano da futura

implantação, etc.) ou elementos técnicos que não tenham lugar no corpo do

documento (por exemplo, orçamentos de fornecedores, cartas-compromisso de

clientes, etc.)

Page 46: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

45

10º Passo: constituição legal da empresa

A passagem da ideia à empresa implica, necessariamente, o conhecimento das

formalidades associadas à legalização da sua actividade e o contacto com um

conjunto de entidades cujas atribuições e actividades se enquadram no, por vezes

longo, processo de criação / constituição legal de uma empresa.

Nesta etapa, chama-se a atenção para os aspectos mais significativos relacionados

com a tramitação, documentação e custos associados, tanto no caso da escolha da

forma jurídica da empresa ter recaído sobre a figura de Empresário em Nome

Individual como no caso da opção ter sido a Sociedade.

Formalidades legais

Empresa individual / Empresário em Nome Individual

1 - Pedido de Certificado de Admissibilidade de Firma ou Denominação

O Empresário em Nome Individual só será obrigado a requerer o certificado de

admissibilidade de firma se pretender inscrever-se no Registo Comercial com firma

diferente do seu nome civil completo ou abreviado (D.L. nº 42/89, de 3 Fevereiro).

2 - Pedido de cartão de identificação

Tem como finalidade a obtenção de cartão de identidade válido que permita ao

empresário identificar-se, como tal, em todos os actos e contratos em que

intervenha.

Este cartão deve conter a indicação do Número de Identificação de Pessoa

Colectiva (NIPC) e, ainda, o nome ou firma do empresário, o domicílio, a

caracterização jurídica, a actividade principal e o número do bilhete de identidade,

para além de mencionar o código da sua actividade económica.

3 - Declaração de Início de Actividade

Pretende-se a regularização da situação fiscal do empresário individual, a fim de dar

cumprimento às suas obrigações de natureza fiscal.

4 - Registo Comercial

Tem como finalidade dar publicidade à situação jurídica, entre outros, dos

Page 47: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

46

empresários individuais.

5 - Comunicação obrigatória ao Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das

Condições de Trabalho

O empresário em nome individual, como entidade sujeita à fiscalização do Instituto

de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho, deverá comunicar,

por ofício, à respectiva delegação da área onde se situa o seu estabelecimento, o

endereço deste, ou dos locais de trabalho, o ramo de actividade, o seu domicílio e o

número de trabalhadores.

Esta comunicação é obrigatória e deverá ser feita anteriormente ao início de

actividade.

6 - Inscrição do empresário na Segurança Social

Tem como finalidade a identificação do empresário como beneficiário dos serviços e

prestações a realizar por aquele organismo de forma a estar abrangido pelos

regimes da protecção social.

7 - Inscrição da empresa individual na Segurança Social

Destina-se a identificar a empresa como contribuinte daquele organismo, sempre

que o empresário tenha contratado trabalhadores ao seu serviço, ficando

responsável pelo pagamento das respectivas contribuições.

Sociedade

1 - Elaboração dos Estatutos

Depois de escolhido o tipo de sociedade deverá ter lugar a elaboração dos estatutos

ou pacto social.

2 - Escritura Pública de Constituição

Mediante a apresentação da minuta dos estatutos, do certificado de admissibilidade

da firma, do certificado do depósito efectuado em qualquer banco e dos bilhetes de

identidade dos futuros sócios (além de outros documentos que sejam

eventualmente necessários para casos especiais) poderá outorgar, em cartório

notarial à sua escolha, a escritura pública de constituição da sociedade.

3 - Certificado de Admissibilidade de Firma

Quando iniciar a elaboração dos estatutos deve, simultaneamente, requerer ao

Page 48: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

47

Registo Nacional de Pessoas Colectivas o certificado de admissibilidade da firma ou

denominação.

4 - Registo Comercial

O registo comercial destina-se a dar publicidade à situação jurídica das sociedades

comerciais, das sociedades civis sob forma comercial tendo em vista a segurança

do comércio jurídico.

5 - Inscrição no Ficheiro Central de Pessoas Colectivas

Uma vez efectuada a inscrição no ficheiro central de pessoas colectivas do RNPC é

por este emitido o Cartão de Identificação que deverá conter a indicação do NIPC

(número de identificação de pessoa colectiva), do nome, firma ou denominação, do

domicílio ou sede, da caracterização jurídica, da actividade principal e, no caso de

pessoas colectivas, a data da constituição.

6 - Número Fiscal do Contribuinte

Para efeito de atribuição de número fiscal, o D.L. n.º 463/79, de 30 de Novembro,

estabelece a obrigatoriedade de todas as pessoas colectivas e equiparadas, se

inscreverem em qualquer Repartição de Finanças.

7 - Comunicação obrigatória ao Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das

Condições de Trabalho

Esta comunicação é obrigatória e deverá ser feita anteriormente ao início de

actividade.

8 - Inscrição da empresa na Segurança Social

Destina-se a identificar a empresa como contribuinte daquele organismo, sempre

que o empresário tenha contratado trabalhadores ao seu serviço, ficando

responsável pelo pagamento das respectivas contribuições.

Com o objectivo de facilitar o processo de constituição, alteração ou extinção de

empresas, estão disponíveis as Lojas de Empresa que são serviços de atendimento

e de prestação de informações aos utentes.

Consistem na instalação física, num único local, de delegações ou extensões dos

Serviços ou Organismos da Administração Pública que mais directamente intervêm

nas formalidades legais associadas a qualquer dos actos anteriormente referidos.

Estão presentes em cada Loja de Empresa:

Page 49: Empreendedorismo - 10 passos para criar uma empresa

48

• Um corpo técnico de atendimento (AMA)

• Uma delegação do RNPC – Registo Nacional de Pessoas Colectivas (IRN)

• Um Cartório Notarial (IRN)

• Uma Extensão do Instituto da Segurança Social, PI (ISS, IP)

• Um Gabinete de Apoio ao Registo Comercial (IRN)

• Um Posto de Atendimento da “Empresa na Hora” (IRN)

• Um balcão da Caixa Geral de Depósito (CGD)

Fonte: http://www.iapmei.pt/