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10. TEORIA DAS PROBABILIDADES Quadro 1: Motivação

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10. TEORIA DAS PROBABILIDADES

Quadro 1: Motivação

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Figura 1: Gráfico de pontos.

Figura 3: Polígono de frequências.

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Figura 4: Função de distribuição de probabilidades

sobre o histograma.

A teoria das probabilidades estuda os modelos de probabilidades, definidos pela função f(x), para os diferentes

processos ou fenômenos em estudo. 10.1. CONCEITOS BÁSICOS

a) Experimento Aleatório é um experimento no qual: i) todos os possíveis resultados são conhecidos; ii) resulta num valor desconhecido, dentre todos os resultados

possíveis; iii) pode ser repetido em condições idênticas.

b) Espaço Amostral é o conjunto de todos os resultados possíveis para

um experimento aleatório.

É denotado por .

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Pode ser:

- Discreto Finito: formado por um conjunto finito de pontos;

Infinito: conjunto infinito e enumerável de pontos;

- Contínuo formado por um conjunto não enumerável de pontos.

c) Um Evento é um subconjunto do espaço amostral, associado a um experimento. É denotado por letras maiúsculas: A, B, E, . . .

d) Um Evento Complementar: o evento complementar de A é dado

pelo conjunto dos pontos que pertencem ao espaço amostral mas não

pertencem a A. Ac A = .

É denotado por Ac. e) Dois eventos A e B são mutuamente exclusivos, ou disjuntos, se a

intersecção entre eles é vazia.

A B = .

Exemplos: Um dado equilibrado é lançado e seu número observado.

O espaço amostral é: = 1, 2, 3, 4, 5, 6 .

Sejam A = O número observado é menor ou igual a 4, então, A = 1, 2, 3, 4 B = O número observado é par, B = 2, 4, 6 C = O número observado é ímpar, C = 1, 3, 5

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Então, temos

A B = 2, 4 e A C = 1, 3

B C = B e C são disjuntos

Bc = C, pois B C =

f) Evento elementar

Seja um espaço amostral finito = 1, 2, ..., N . Então os eventos elementares são formados por um único elemento do espaço amostral, sendo assim, um subconjunto unitário. Por exemplo:

A = 1 .

No lançamento de um dado equilibrado:

A1 = 1 , A2 = 2 , A3 = 3 , A4 = 4 , A5 = 5 , A6 = 6

são eventos elementares. 10.2. DEFINIÇÕES DE PROBABILIDADE

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Exemplos:

a) Experimento: numa linha de produção, conta-se o número de peças com defeito, por lote;

A = 0, 1, 2, . . . , N , N = tamanho do lote

Eventos:

A1 = todas as peças são boas A1 = 0

A2 = no máximo cinco peças com defeito A2 = 0, 1, 2, 3, 4, 5

b) Experimento: numa indústria são contados os itens produzidos até a ocorrência de um item defeituoso;

B = 1, 2, 3, 4, . . . , ou ainda B = N*, N* = N – 0

Eventos: B1 = o item defeituoso ocorre até a 10ª peça produzida

B1 = 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10

B2 = são produzidas no mínimo 200 peças antes do item defeituoso

B2 = X N* | X > 200

c) Experimento: Uma lâmpada é fabricada e, num ensaio, é anotado o tempo (semanas) até que ela se queime;

C = t R | t 0

Eventos: C1 = a lâmpada queima antes de completar 720 horas (4 sem.)

C1 = t < 4

C2 = a lâmpada dura pelo menos 1 ano (52 semanas)

C2 = t R | t 52

Obs: Neste caso o espaço amostral é contínuo.

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10.3. PROBABILIDADES EM ESPAÇOS FINITOS

Seja A um evento associado a um espaço amostral discreto e finito , então

pontos de totalnúmero

a favoráveis pontos de número AA P .

AP é a probabilidade de ocorrência do evento A e deve satisfazer:

a) 10 AP ;

b) 1ΩP ;

c) Se A e B são disjuntos, então, BABA PPP .

Seja a função card(A) que retorna o número de elementos do conjunto A, então, a definição acima pode ser escrita como:

)card(

)card(

AAP .

Obs: Na teoria dos conjuntos, card é a abreviação de cardinalidade.

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10.3.1. Propriedades de Probabilidade

i) Se é o espaço vazio, então:

P(vazio) = P() = 0

ii) P(espaço amostral todo) = P() = 1;

iii) Se Ac é o evento complementar de A, então:

)(1)( AAc PP

iv) Se A e B são eventos quaisquer, então:

)()()()( BABABA PPPP

10.3.2. Métodos de Contagem Quando o espaço amostral é equiprovável, ou homogêneo, o cálculo de probabilidades se resumo nas contagens dos elementos de cada um dos eventos e do espaço amostral. Desta forma, é importante o domínio de algumas técnicas de contagens.

i) Permutação: quando temos de permutar n elementos em n

posições diferentes

!P , nnn 1)2)(1(! nnnn , n! é o fatorial de n

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ii) Arranjo: quando, de um total de n elementos, devemos tomar k

destes elementos e permutá-los

)1()2)(1()!(

!A ,

knnnn

kn

nkn .

iii) Combinação: quando temos de escolher k, dentre n elementos

distintos, sem considerar a ordem

)!(!

!C ,

knk

n

k

nkn

; note que

kk

knkn

,

,,

P

AC .

Exemplos: <a serem apresentados em sala aula>

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10.4. PROBABILIDADE CONDICIONAL E INDEPENDÊNCIA

Sejam A e B eventos quaisquer tais que 0AP , então a

probabilidade de B condicionada ao evento A é definida por

)(

)()|(

A

ABAB

P

PP

.

Lê-se: probabilidade de B dado A.

10.4.1. INDENPENDÊNCIA ENTRE EVENTOS Dois eventos A e B são independentes se: )()|( BAB PP .

10.4.2. REGRA MULTIPLICATIVA DAS PROBABILIDADES

Da probabilidade condicional podemos escrever a probabilidade da intersecção entre A e B por

)()|()( AABBA PPP

ou

)()|()( BBABA PPP

E, se A e B forem independentes, então

)()()( BABA PPP .

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Exemplos:

I) Considere as informações sobre a colaboração com a coleta seletiva do lixo residencial em pesquisa realizada com as 200 famílias da cidade

de UFSCarCity. Na tabela são apresentadas as famílias que colaboram e as que não colaboram pelo nível de escolaridade do chefe da família.

Escolaridade

Colabora com a coleta seletiva Total

SIM NÃO

Ensino Fundamental − EF 38 10 48

Ensino Médio − EM 74 16 90

Superior − ES 54 08 62

Total 126 74 200

Uma família é sorteada ao acaso, qual é a probabilidade de que:

a) Colabore com a coleta seletiva?

63.0200

126)SIM( P

b) O chefe da família tenha nível de escolaridade no ensino médio?

45.0200

90)EM( P

c) O chefe da família tenha nível de escolaridade superior e não

colabore com a coleta seletiva?

04.0200

8)NÃOES( P

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d) O chefe da família tenha nível de escolaridade no ensino fundamental ou colabore com a coleta seletiva?

200

54741038)SIMEF(

P

88.0200

176

200

3848126)SIMEF(

P

e) Sabendo que o chefe da família escolhida tem nível de escolaridade

no ensino médio, qual é a probabilidade de que não colaborem com a coleta seletiva?

1778.090

16

200/90

200/16)EM|NÃO( P

f) Se o chefe da família não tem nível de escolaridade superior, qual é a

probabilidade de que a família colabore com a coleta seletiva?

)EMEF(

)]EFSIM(EM)(SIM|[EM)](EF|SIM[

P

PP

8116.0138

112

200/)9048(

200/)7438(EM)](EF|SIM[

P

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II) Um aluno responde a um teste de múltipla escolha com quatro alternativas, sendo uma só correta. A probabilidade de que saiba a resposta é de 30%. Se ele não sabe a resposta, vai “chutar”.

Definindo: A = o aluno acerta a questão e S = o aluno sabe a resposta.

a) Qual a probabilidade dele acertar a questão? b) Se ele acertou a questão, qual é a probabilidade de que ele realmente

saiba a resposta? a) Qual a probabilidade dele acertar a questão?

P(A) = P(acertar sabendo ou acertar chutando)

P(A) = P(acertar sabendo) +P(acertar chutando)

P(A) = P(A | S) P(S) + P(A | Sc) P(Sc)

P(A) = (1.0)(0.3) + (0.25)(0.7) = 0.475

b) Se ele acertou a questão, qual é a probabilidade de que ele realmente

saiba a resposta?

632.0475.0

3.0

)A(

)AS()A|S(

P

PP

** Esse resultado é conhecido como “teorema de Bayes”.

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10.5. Teorema de Bayes

Considere um espaço amostral dividido em duas partes E1 e E2 tais

que

i) E1 E2 =

ii) E1 E2 = ;

Então E1 e E2 formam uma partição de Ω.

Considere, agora, um evento A ocorrendo sobre a partição de .

Ω

Ω

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Assim, podemos escrever A como sendo:

)()( 21 EAEAA .

Então, a probabilidade de ocorrência de A é calculada por:

)()()()()( 2121 EAEAEAEAA PPPP

da regra multiplicativa, temos que:

)()|()()|()( 2211 EEAEEAA PPPPP

O resultado acima é conhecido como lei da probabilidade total.

Em outras palavras, temos que a probabilidade de ocorrência de A é

dada pela soma das probabilidades de A nas partes de , ponderadas

pelas probabilidades de ocorrência destas partes.

Considerando a partição de e sabendo que ocorreu o evento A, desejamos calcular a probabilidade de que tenha ocorrido uma pate

específica EJ da partição.

Então, o Teorema de Bayes define esta probabilidade por

)(

)()|(

)(

)()|( JJJ

JA

EEA

A

AEAE

P

PP

P

PP

, J = 1, 2.

Podemos, ainda escrever o resultado acima como:

)()|()()|(

)()|()|(

2211

JJJ

EEAEEA

EEAAE

PPPP

PPP

, J = 1, 2.

Esse resultado se deve ao Revendo Inglês Thomas Bayes num

trabalho publicado em 1763, e recebe o seu nome em sua homenagem.

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Exemplo 1) Numa população adulta 40% são homens e 60% mulheres. Sabe-se, ainda, que 50% dos homens e 30% das mulheres são fumantes. Determine: a) A probabilidade de que uma pessoa escolhida ao acaso nesta

população seja fumante. Partição do espaço amostral: sexo = H , M .

H = a pessoa escolhida é do sexo masculino (homem) 40.0)H( P

M = a pessoa escolhida é do sexo feminino (mulher) 60.0)M( P

Eventos: F = a pessoa escolhida é fumante ;

cF = a pessoa escolhida não é fumante . Como 50.0)|( HFP e 30.0)|( MFP , então, pela regra da

probabilidade total: )e()e()( MFPHFPFP

)()()( MFPHFPFP

)()|()()|()( MPMFPHPHFPFP

60.030.040.050.0)( FP

38.0)( FP

b) Sabendo que a pessoa escolhida é fumante, qual a probabilidade de

que seja um homem? A probabilidade de que seja um homem sabendo que é um fumante é

determinada pelo teorema de Bayes:

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)(

)()|(

FP

FHPFHP

)(

)()|()|(

FP

HPHFPFHP

5263.038.0

40.050.0)|(

FHP

A probabilidade de ser um homem, dado que é fumante, é 0.5263. Uma forma conveniente para se representar as probabilidades acima é através da ”arvore de probabilidades”, nas quais representamos as probabilidades das partes e probabilidades condicionais em ramos, conforme Figura (10.1). Nesse esquema, as probabilidades conjuntas (das intersecções) são obtidas percorrendo-se os ramos e multiplicando-se as probabilidades.

Figura 10.1: Regra multiplicativa em diagrama de árvore para o exemplo 1.

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Exemplo 2) Sabe-se que numa população 8% das pessoas são infectadas por um vírus causador de uma doença muito grave. Um teste para detecção do vírus é eficiente em 99% dos casos nos quais os indivíduos são infectados, mas, resulta em 2% de resultados positivos para os não infectados (falsos positivos). Se o teste de uma pessoa dessa população der resultado positivo, qual a probabilidade de que ela esteja de fato infectada? Definindo-se: I = grupo das pessoas infectadas;

cI = grupo dos não infectados;

T = o resultado do teste é positivo;

T = o resultado do teste é negativo; tem-se as probabilidades: 08.0)( IP

92.0)( cIP

99.0)|( ITP

02.0)|( cITP

Porém, deseja-se calcular a probabilidade: )|( TIP

que, pela regra da probabilidade condicional, é dada por

)(

)(

)(

)e()|(

TP

TIP

TP

TIPTIP .

Pela regra do produto e pela lei da probabilidade total, encontramos

)( TP fazendo:

)e()e()( cITPITPTP

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)()()( cITPITPTP

)()()()|()( cc IPITPIPITPTP

92.002.008.099.0)( TP

0184.00792.0)( TP

0976.0)( TP

Portanto, a probabilidade de que o resultado de um teste seja positive é de 0.0976. Sabendo que uma pessoa da população fez o teste o teste e o resultado foi positivo, qual é a probabilidade de que realmente seja infectada? Pelo teorema de Bayes, temos:

)(

)()|(

TP

TIPTIP

)(

)()|()|(

TP

IPITPTIP

8115.00976.0

0792.0)|( TIP

Qual seria a confiança no teste se o resultado fosse negativo, ou seja, qual a probabilidade de o teste sendo negativo a pessoa de fato não seja infectada?

Deseja-se: )|( TIP c, mas

)(

)()|(

)(

)()|(

TP

IPITP

TP

TIPTIP

cccc

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Como:

)()()()|()( IPITPIPITPTP cc

08.001.092.098.0)( TP

0008.09016.0)( TP

9024.0)( TP

então,

9991.09024.0

9016.0

)(

)()|()|(

TP

IPITPTIP

ccc

,

portanto, se o teste for negativo a pessoa pode se sentir segura. Na Figura (10.2) é apresentada o diagrama de árvore para o resultado acima.

Figura 10.2: Regra multiplicativa em diagrama de árvore para o exemplo 2.

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10.5.1. AVALIAÇÃO DE TESTES DIAGNÓSTICOS EM SAÚDE Considere que estamos interessados na detecção de uma doença D , Assim sendo, definiremos: D : evento em que uma pessoa tem a doença;

cD : evento em que uma pessoa não tem a doença.

É claro que D e cD são mutuamente exclusivos, ou seja, cDD Ø.

Considere, agora, um teste T para a detecção da doença. Então,

definimos os eventos:

T : resultado positivo do teste;

T : resultado negativo do teste.

Duas medidas importantes na avaliação de testes diagnósticos são a sensibilidade e especificidade, que são as probabilidades deste

acertar no diagnóstico:

i) Sensibilidade: definida pela probabilidade de um teste resultar em

positivo, dado que a pessoa tem a doença

)(

)()|(

DP

DTPDTP

ii) Especificidade: definida pela probabilidade de um teste resultar

em negativo, dado que a pessoa não tem a doença

)(

)()|(

c

cc

DP

DTPDTP

A prevalência da doença D é definida como (lei da probabilidade total)

)()|()()|()( TPTDPTPTDPDP .

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Um teste diagnóstico pode resultar em erro, diagnosticando como

positivo alguém que não tem a doença ou, diagnosticando como negativo alguém que tem a doença. As probabilidades de erro são, então, definidas por:

)|( cDTP Probabilidade de um teste resultar em positivo, dado que a pessoa não tem a doença.

Recebe o nome de Prob(falso positivo).

* P(falso positivo) = 1 − especificidade

)|( DTP Probabilidade de um teste resultar em negativo, dado que a pessoa tem a doença.

Recebe o nome de Prob(falso negativo).

* P(falso negativo) = 1 − sensibilidade

Duas outras medidas são importantes na avaliação de testes diagnósticos. Os valores preditivos positivo e negativo,

definidos por:

)|( TDP Probabilidade de que uma pessoa cujo resultado do teste deu positivo tenha a doença

Recebe o nome de Valor preditivo positivo.

)|( TDP c

Probabilidade de que uma pessoa cujo resultado do teste deu negativo não tenha a doença

Recebe o nome de Valor preditivo negativo.

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Reunindo os dados numa tabela de dupla entrada, teremos:

Presença da Resultado do Teste Total

Doença T T

D a b a + b

cD c d c + d

Total a + c b + d n

Desta forma:

i) Sensibilidade: ba

aDTP

)|(

ii) Especificidade: dc

dDTP c

)|(

iii) Prob(falso positivo): dc

cDTP c

)|(

iv) Prob(falso negativo): ba

bDTP

)|(

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Exemplo 3) Um teste foi realizado para se avaliar a competência dos técnicos que analisaram exames Papanicolau, na detecção de câncer

do colo do útero, em 306 laboratórios. Os resultados foram:

P(T | câncer) = 0.1625 P(falso negativo)

P(T | câncer) = 0.8375,

ou seja, a sensibilidade do Papanicolau foi de 0.8375.

Note que P(T | câncer) = 1 − P(

T | câncer).

Ainda:

P(T | não câncer) = 0.1864 P(falso positivo)

P(T | não câncer) = 0.8136,

ou seja, a especificidade do Papanicolau foi de 0.8136.

A prevalência da doença foi considerada como 8,3 por 10 mil mulheres, segundo uma publicação da área da saúde. Logo:

000083.0)câncer( P

Desta forma:

999917.0000083.01)câncer(1)câncer não( PP

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Para calcular os valores preditivos, vamos aplicar o teorema de Bayes: i) valor preditivo positivo:

)(

)câncer()|câncer(

TP

TPTPVPP

)(

)câncer()câncer|()|câncer(

TP

PTPTPVPN

Mas:

)câncer não()câncer não|(

)câncer()câncer|()(

PTP

PTPTP

186454.0999917.01864.0000083.08375.0)( TP

Assim, o valor preditivo positivo do teste de Papanicolau é de:

000373.0186454.0

000083.08375.0)|câncer(

TPVPP .

Este resultado indica que, para cada 1 milhão de testes com Papanicolau positivos, espera-se 373 casos verdadeiros de câncer no colo uterino.

Apesar do Papanicolau ter sensibilidade e especificidade altas, tem um valor preditivo positivo baixíssimo.

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ii) valor preditivo negativo:

)(

)câncer não()|câncer não(

TP

TPTPVPN

)(

)câncer não()câncer não|()|câncer não(

TP

PTPTPVPN

Mas:

)câncer não()câncer não|(

)câncer()câncer|()(

PTP

PTPTP

813546.0999917.08136.0000083.01625.0)( TP

Assim, o valor preditivo negativo do teste de Papanicolau é de:

999983.0813546.0

999917.08136.0)|câncer não(

TPVPN .

Este resultado indica que, para cada 1 milhão de mulheres com

Papanicolau negativos, espera-se que 999.983 não tenham câncer no colo uterino.

Apesar do Papanicolau ter sensibilidade e especificidade altas e um baixíssimo valor preditivo positivo, tem um valor preditivo negativo muito

alto, indicando que o Papanicolau é um excelente teste para exclusão da suspeita de câncer quando a mulher não tem a doença.

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Exemplo 4) Um estudo sobre a incidência de tuberculose foi realizado com 1820 indivíduos, dos quais, 30 tinham tuberculose. Todos os

pacientes foram examinados com raio X do tórax que indicou 73 resultados positivos, ou sejam, dos 1820 exames, 73 deram positivo para tuberculose. Os dados finais do estudo são apresentados na tabela:

Tuberculose Raio X

Total RX

RX

T_SIM 22 8 30

T_NÃO 51 1739 1790

Total 73 1747 1820

Definindo os eventos: D = o indivíduo tem a doença (tuberculose) e

cD = o indivíduo não tem a doença.

De um levantamento de 1987, tem-se que a prevalência da tuberculose é

000093.0)doente indivíduo()( PDP

Logo,

999907.0)doença a sem indivíduo()( PDP c

Portanto:

i) Sensibilidade: 7333.030

22)|( DRXP

ii) Especificidade: 9715.01790

1739)|( cDRXP

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iii) Prob(falso positivo): 0285.01790

51)|( cDRXP

iv) Prob(falso negativo): 2667.030

8)|( DRXP

v) Valor preditivo positivo: )|( RXDP

)(

)()|()|(

RXP

DPDRXPRXDPVPP

Mas:

02857.0999907.00285.0000093.07333.0)( RXP

Então:

00239.002857.0

000093.07333.0

VPP

Note que, a priori, a probabilidade de que um indivíduo selecionado

aleatoriamente da população, tenha tuberculose é de 0.000093.

No entanto, após a realização do raio X, com resultado positivo, esse mesmo indivíduo tem probabilidade 0.00239 de ter a doença. Esta probabilidade é chamada de probabilidade a posteriori.

Como 0.00239/0.000093 = 25.7, a probabilidade de que um indivíduo com resultado positivo do raio X tenha tuberculose é 25/7 vezes maior do que uma pessoa escolhida aleatoriamente da população.

Page 30: 10. TEORIA DAS PROBABILIDADES - ufscar.br · ... definidos pela função f(x), ... probabilidade de B condicionada ao evento A é definida por ( ) ( ) ( | ) A B A ... Na tabela são

vi) Valor preditivo negativo: )|( RXDP c

)(

)()|()|(

RXP

DPDRXPRXDPVPN

ccc

Mas:

97144.0999907.09715.0000093.02667.0)( RXP

Então:

999974.097144.0

999907.09715.0

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