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  • http://dx.doi.org/10.5902/2236130810933

    Revista do Centro do Cincias Naturais e Exatas - UFSM, Santa Maria

    Revista Monografias Ambientais - REMOA

    e-ISSN 2236 1308 - V. 14 N.1 (2014) Edio Especial Fevereiro, p. 2899 - 2908

    Recebido em: 2013-04-01 Aceito em: 2014-01-15

    Diagnstico para o gerenciamento dos resduos slidos em oficina mecnica: estudo de caso em concessionria do municpio de Frederico Westphalen RS

    Diagnosis for the management of solid waste in the machine shop: a case study in the municipality of dealership in Frederico Westphalen - RS.

    Ademir Eloi Gerhardt, Fernanda Caroline Drumm, Patricia Grassi, Bruno Acosta Flores, Aline Custdio Ferro Passini, Willian Fernando de Borba, Pedro Daniel da Cunha Kemerich

    Laboratrio de Planejamento e Monitoramento Ambiental LPMA/UFSM,

    Curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Santa Maria UFSM/CESNORS

    Resumo

    O setor mecnico tem crescido continuamente associado ao crescimento na produo e venda de veculos novos no pas, ocorrendo assim,

    um grande aumento da frota de veculos. Com a maior circulao destes, cresce tambm a necessidade de ter oficinas mecnicas para atender

    essa a demanda, oficinas estas, que realizam diversos servios como a troca de peas e lubrificantes, ajustes no motor e servios de manuten-

    o eltrica. Destes servios, das oficinas mecnicas, resultam resduos como os leos usados, as peas metlicas, as estopas e embalagens

    contaminadas com leo, entre outros. Tendo em vista o potencial poluidor dessa atividade, que gera considerveis quantidades de resduos

    perigosos, bem como a necessidade da correta gesto destes resduos, o presente trabalho faz uma anlise da gesto dos resduos da oficina

    de uma concessionria, localizada no norte do estado do RS, atravs de um o diagnstico da gesto dos resduos slidos, a fim de propor

    um melhor gerenciamento para adequao do setor.

    Palavras-chave: Gerenciamento, Resduos Slidos, Oficina Mecnica.

    Abstract

    The mechanical sector has grown steadily due to the growth in production and sales of new vehicles in the country, occurring with this, a

    large increase in the vehicle fleet in the country. With the largest such vehicles, so too does the need for mechanical workshops to meet this

    fleet, these workshops that perform various services such as the exchange of parts and lubricants, adjustments to the engine and electrical

    maintenance services. These services from repair shops, resulting wastes such as waste oils, metal parts, the tow and packing materials con-

    taminated with oil, among others. Given the pollution potential of this activity generates considerable quantities of hazardous waste as well

    as the need for proper management of these wastes, this paper analyzes the waste management workshop from a dealership, located in the

    northern state of RS, through a diagnosis of solid waste management in order to offer a better management for fitness industry.

    Keywords: Management, Solid Waste, Mechanical Workshop.

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    1 INTRODUO

    Segundo as normas da ISO 14000 (2004), a gesto ambiental consiste em um conjunto de medidas e procedimentos bem definidos que, se adequadamente aplicados, permitem reduzir e controlar os impactos introduzidos por um empre-endimento sobre o meio ambiente.

    As atividades desenvolvidas por oficinas mecnicas, relacionadas reparao de veculos automotores, geram diferentes tipos de resduos slidos e efluentes que precisam de tratamento adequado para que seu descarte no cause danos ao meio ambiente e a sade pblica. As principais atividades como: troca de leo lubrificante, fluidos de arrefecimento e hidrulicos, troca e limpeza de peas, retfica de motores, injeo eletrnica, sus-penso, freios, regulagem de motor, alinhamento e balanceamento, entre outras desenvolvidas por oficinas mecnicas, geram grande quantidade de resduos slidos, entre os principais encontram--se peas usadas, pneus, latarias, flanela, estopas sujas, papelo e embalagens de peas e de leos lubrificantes (NUNES; BARBOSA, 2012).

    Apesar das questes ambientais que envol-vem esse tipo de atividade, por possurem res-duos que podem ser considerados perigosos esses empreendimentos no so objetos de licenciamento ambiental e ainda no se tem normas especficas s quais possam regularizar essas atividades. E necessrio cada vez mais definir prticas que reduzam a gerao dos resduos slidos, a sepa-rao desses na fonte geradora no caso a prpria oficina, o destino adequado dos resduos como tambm a reduo da gerao de efluentes e seu tratamento antes de ser lanado na rede de esgoto (PAULINO, 2009).

    Os resduos slidos so classificados, segundo a NBR-10.004 da ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas), de acordo com caractersticas de periculosidade apresentada, sendo Classe I (perigosos) ou Classe II (no--perigosos) sendo classe II A Inertes e Classe II B - No inertes. Dessa forma, o tratamento, armazenamento, transporte e destinao final dos mesmos devem seguir diretrizes normativas para controle e preveno de possveis impactos ambientais.

    Resduos slidos segundo a classificao da NBR 10.004 so determinados resduos nos estados slidos e semisslidos, resultantes das atividades industriais, domsticas, hospitalares, comerciais, agrcolas, de servios e de varrio, e tambm os lodos provenientes de sistemas de

    tratamento de gua, aqueles gerados em equipa-mentos e instalaes de controle de poluio, bem como determinados lquidos cujas particularidades tornem invivel o seu lanamento na rede pblica de esgotos ou corpos de gua, ou exijam para isso solues tcnicas e economicamente inviveis em face a melhor tecnologia disponvel (ABNT 14004).

    De acordo com a NBR 10.004, os resduos so divididos em duas classes, sendo, resduos Classe I- Perigosos e resduos Classe II No Perigo-sos (II A- No Inertes e II B- Inertes).Os resduos classe I Perigosos, so todos os resduos que possuem propriedades fsicas, qumicas ou infecto-contagiosas as quais podem causar riscos sade pblica e/ou riscos ou danos ao meio ambiente, quando gerenciado de forma inadequada. Para que um resduo seja apontado e considerado perigoso, ele deve estar contido nos anexos A ou B da NBR 10004 ou apresentar uma ou mais das seguintes caractersticas, (inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade).

    Os resduos classe II No Perigosos so divididos em inertes e no inertes, sendo considera-dos resduos classe II-A (No Inertes), os resduos que apresentam propriedades como biodegrada-bilidade, combustibilidade ou solubilidade em gua e no se enquadram na classificao acima, Classe - I Perigosos e nem na classe II B- Inertes. J os resduos classe IIB (Inertes), so todos os resduos que quando amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinmico e esttico com gua destilada ou deionizada, temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, no tiverem nenhum de seus constituintes solubili-zados a concentraes superiores aos padres de potabilidade de gua, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.

    Segundo Saviczki (2012), para que ocorra um gerenciamento adequado dos resduos slidos fundamental a correta segregao, acondiciona-mento, armazenamento temporrio, transporte externo, tratamento ou destino final dos resduos gerados por cada empreendimento.

    De acordo com a ABRAMAC (Associao de Proteo ao Meio Ambiente de Cianorte) a separao na fonte uma estratgia fundamental para garantir a reciclagem de resduos. A contami-nao de qualquer resduo com leo lubrificante automotivo usado pode inviabilizar tcnica ou financeiramente o gerenciamento. A segregao contribui para um menor volume de resduos perigosos a ser tratado ou disposto em Aterros de Resduos Perigosos. Aps a separao na fonte, os

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    resduos devem ser adequadamente armazenados, aguardando o encaminhamento ao tratamento ou a disposio final.

    Todos os resduos provenientes das ativi-dades da oficina mecnica, escritrio, e refeitrio devero ser segregados de acordo com a resolu-o 275/01 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), a qual estabelece o cdigo de cores para os diferentes tipos de resduos, e a identificao dos coletores e transportadores. A resoluo CONAMA 275 expe o cdigo de cores para os diferentes tipos de resduos, como uma forma de facilitar a visualizao da segregao dos resduos na fonte, podendo assim reduzir ao mximo a disposio em aterros de matrias que podem ser reciclados. No Quadro 1 possvel observar o cdigo de cores para separao correta dos resduos.

    O acondicionamento dos resduos e outro item importante, este consiste no ato de embalar os resduos segregados, em sacos ou recipientes como tambores e contineres que evitem vazamen-tos e resistam s aes de ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatvel com a gerao diria de cada tipo de resduo. O acondicionamento dos resduos de ofi-cina mecnica pode ser realizado em contineres, tambores, tanques ou a granel.

    Segundo a NBR 12235/92 resduos ou substncias que, ao se misturarem, provoquem efeitos indesejveis, como fogo, liberao de gases txicos ou ainda que facilitem a lixiviao de substncias txicas, no devem ser colocados em

    contato. Em anexo nesta mesma norma possvel ver alguns provveis efeitos indesejveis resultantes da mistura de alguns resduos perigosos.

    Todos os resduos devem ser armazenados de maneira a no possibilitar a alterao de sua classificao e deforma que sejam minimizados os riscos de danos ambientais. Os resduos da classe II no devem ser armazenados juntamente com resduos classe I, em face da possibilidade da mistura resultante ser caracterizada como resduo perigos(NBR 11174/90). Caso haja mistura de resduos de classes diferentes, um resduo no perigoso pode ser contaminado e tornar-se perigoso, dificultando seu gerenciamento e aumentando os custos a ele associados.

    As reas destinadas armazenagem dos resduos devem ser cobertas, a fim de evitar a ao da chuva e de outras intempries, garantindo con-dies de segurana, at que este seja transportado para a disposio final.

    O transporte externo de alguns resduos de oficinas mecnicas para a sua disposio final, como o leo lubrificante usado, deve ser realizado por empresa licenciada para este fim, pois esta atividade apresenta potencial de risco. Segundo a resoluo CONAMA 362/2005, as empresas que fazem esse transporte devem estar cadastradas no rgo Regulador da Indstria de Petrleo (ANP) e licenciadas pelo rgo ambiental competente. Veculos coletores devem atender s normas da sinalizao de segurana previstas no decreto 96.044 de 18 de maio de 1988 da Agncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

    Papel papelo Plstico

    Vidro Metal

    Madeira Resduos perigosos

    Resduos ambulatoriais e de servios de sade Resduos radioativos

    Resduos orgnicos Resduo geral no reciclvel

    Quadro 1. Cdigo das cores para segregao dos resduos.

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    A ltima etapa para o correto gerencia-mento de resduos nas oficinas a destinao final destes, sendo de grande importncia na logstica de manejo dos resduos, uma vez que depois do gerenciamento adequado desses materiais no empreendimento, o mesmo deve ser depositado em locais que garantam a preservao do meio ambiente, ou ainda podem, dependendo do mate-rial receber algum tratamento, como a reciclagem, incinerao ou compostagem. O tratamento dos resduos procede visando a sua reutilizao ou pelo menos sua inertizao, de forma no pre-judicar o meio ambiente e a sade da populao (LACOURT, 2012).

    De acordo com Valle (2002) a caracteriza-o dos resduos gerados ou acumulados em um estabelecimento tem papel importante na escolha da melhor soluo para seu tratamento ou dispo-sio. Dada diversidade destes resduos, no existe um processo de tratamento preestabelecido, havendo sempre a necessidade de realizar pesquisas e desenvolvimento de processos economicamente viveis e eficientes.

    notrio que as atividades praticadas no setor mecnico contribuem assiduamente na gerao de resduos perigoso a qual merece aten-o especial de acordo com Lopes & Kemerich (2007) a falta de gerenciamento desses resduos, por partes das oficinas mecnicas, pode gerar problemas ambientais devido quantidade de

    compostos qumicos presentes neste meio. Tendo isso em vista, este trabalho teve como objetivo identificar os resduos gerados na oficina mecnica de uma concessionria do municpio de Frederico Westphalen-RS, analisando o gerenciamento destes na oficina e apontar possveis aes que podem ser implantadas para a melhoria da gesto.

    2 MATERIAIS E MTODOS

    A metodologia utilizada neste trabalho foi baseada em visitas ao local de estudo e no acompanhamento da gerao de resduos, iden-tificando as classes dos resduos existentes assim como, os procedimentos de manejo dos resduos como, armazenamento, segregao, coleta e des-tinao final, identificando os pontos crticos do empreendimento, e apontando as estratgias de minimizao.

    O estudo de caso foi realizado na oficina mecnica de uma concessionria do municpio de Frederico Westphalen, municpio situado na regio norte do estado do RS (Figura 1).

    Para melhor compreender funcionamento de uma oficina mecnica, foi elaborado um flu-xograma (Figura 2) demonstrando as etapas e os principais resduos gerados desde a chegada at a sada de um automvel oficina.

    Figura 1. Localizao do municpio de Frederico Westphalen- RSFonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:RioGrandedoSul_Municip_FredericoWestphalen.svg

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    3 RESULTADOS E DISCUSSO

    Os resduos identificados na empresa foram: papel e papelo, plsticos, peas metlicas, esto-pas contaminadas, leo lubrificante, elementos filtrantes de leo, de combustvel (etanol, gasolina, diesel), frascos plsticos e metlicos de lubrificantes.

    O Quadro 2 mostra os resduos identifica-dos, a classe correspondente, o acondicionamento temporrio e final, o armazenamento e o destino final (empresa responsvel) dos resduos gerados

    na oficina.Acondicionamento e destino dos resduos

    na empresa de acordo com o tipo e a classe.Os leos lubrificantes devem ficar armaze-

    nados em recipientes com boas condies e colo-cados dentro de uma rea de conteno, a qual sempre essencial, evitando que o leo lubrificante usado ou contaminado se espalhe em caso de rom-pimento ou acidente na colocao ou retirada do resduo das bombonas, lates ou tanques.

    Dentre os recipientes destacam-se as bom-

    Figura 2. Fluxograma do processo de reparo de veculo automotor

    Resduo Classe Acondicionamento-temporrio Acondicionamento final Armazenamento Destino/empresa

    leo usado I Coletor Tanque Dentro da oficina LWART lubrificantes

    Embalagens contaminadas

    com leoI Tonel Embalagem plstica de coleta Dentro da oficina

    MB engenharia e meio ambiente

    Elementos fil-trantes I e II Tonel

    Embalagem plstica de coleta Dentro da oficina

    GEAB logstica am-biental

    Papel, papelo e plstico II-A Lixo comum Lixo comum Ptio Coleta pblica

    Peas metlicas II-B Tonel Tonel Dentro da oficina GEAB logstica am-biental

    Estopas I Tonel Embalagem plstica de coleta Dentro da oficina GEAB logstica am-

    biental

    Quadro 2. leos lubrificantes

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    bonas e contineres plsticos, pela sua pratici-dade, resistncia e durabilidade, e os tambores de lato, que merecem cuidado especial em relao possvel ataque por ferrugem ou amassados.

    Na empresa, o leo primeiramente acon-dicionado em um coletor (Figura 3), quando este coletor fica cheio, o leo contido nele transferido para um tambor de PVC (Figura 4) ficando arma-zenado at que a empresa responsvel (LWART lubrificantes) venha e efetue a coleta.

    3.1 Embalagens contaminadas com leoAs embalagens usadas devem ser escorridas

    de forma a retirar todo o leo, que geralmente fica nos frascos. A separao das embalagens deve ser feita de acordo com as caractersticas do resduo, em embalagens plsticas disponibilizadas pela

    empresa responsvel pela coleta, as quais devem estar acondicionadas em reas de conteno.

    Na oficina estudada, as embalagens de leos, depois de escorridas (Figura 5) so coloca-das em sacos plsticos (Figura 6) e armazenadas em um canto da oficina. As tampas das embala-gens de leo so separadas, pois no chegam a ser contaminadas com o leo devido ao lacre da embalagem. A empresa responsvel pelo reco-lhimento das mesmas a MB engenharia e meio ambiente, que recolhe as embalagens as quais no ato do recolhimento so pesadas, emitido laudo de recolhimento e transportadas at uma das unidades de armazenamento da MB. Neste local, as embalagens so conferidas e prensadas e aps so transportadas para recicladores licenciados.

    Figura 3. Coletor de leo Figura 4. Tanque para armazenar leo

    Figura 5. Embalagens sendo escorridas Figura 6. Acondicionamento em sacos

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    3.2 PlsticosDe acordo com a NBR 10004 que classifica

    os resduos slidos quanto a sua periculosidade, os plsticos determinados na empresa enquadram-se na classe II B Inertes. Na empresa, os plsticos so acondicionados em lixeiras comuns e seu destino final a coleta pblica.

    Grande parte da matria prima utilizada na oficina mecnica vem embalada em plsticos. Ainda produzido resduos derivados do plstico no dia a dia, na utilizao de copos descartveis, utilizados para o consumo de caf e de gua. Esses resduos so descartados no lixo comum, e levados pela coleta pblica do municpio.

    3.3 Papel e papeloDe acordo com a NBR 10004, que classifica

    os resduos slidos, o papel e o papelo se enqua-dram na classe II A no inertes. O modo correto de estocar esses resduos em local coberto, a fim de que no entrem em contato com os demais res-duos para que no haja contaminao. Na empresa, no h estocagem de papel e papelo, apenas lixeiras simples (Figura 7), onde so depositados os mesmos, juntamente com plsticos.

    Esses resduos vo para o lixo comum, sendo levados pela coleta pblica do municpio at o Consrcio Intermunicipal de Resduos Slidos (CIGRES).

    3.4 EstopasDe acordo com a NBR 10004, as estopas se

    enquadram na classe I Perigosos. A estocagem das estopas na empresa realizada no interior da oficina.As estopas so utilizadas na limpeza das mos, ferramentas e de peas e so acondicionadas

    em uma lixeira plstica (Figura 8). As estopas so recolhidas pela empresa GEAB logstica ambien-tal que leva para seu destino final, sendo este a

    incinerao ou aterro sanitrio.

    3.5 MetaisOs metais descartados como resduos na

    oficina (Figura 9) so provenientes da troca de peas de reparos em veculos. A NBR 10004 enqua-dra esses materiais na classe II B Inertes. Sua estocagem feita no interior da oficina, porm junto com os demais resduos.

    As peas metlicas so recolhidas pela empresa GEAB logstica ambiental e enviadas reciclagem, as quais separam o resduo de acordo com sua composio,ao, alumnio, dentre outros, e posteriormente encaminhado para empresas de fundio, onde servir como matria prima.

    Figura 7. Lixeira.

    Figura 8. Estocagem das estopas

    Figura 9. Estocagem de metais

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    3.6 Filtro de leoOs filtros so levados para uma pea onde

    ficam dispostos a fim de escorrer o excesso de leo, para depois serem acondicionados em tonis de 200 litros.So recolhidos pela GEAB, empresa que presta consultoria ambiental para a empresa, e assim segue para sua destinao final.Os filtros devem ser coprocessados, o metal enviado para a reciclagem e o elemento filtrante de papel des-tinado incinerao.

    De acordo com a NBR 10004, os filtros de leos se enquadram na classe I Perigoso. A estocagem desse resduo na empresa se d em tonis metlicos de 200 litros (Figura 10).

    3.7 Possveis melhoriasReferente ao acondicionamento dos res-

    duos, na empresa pode se perceber que pode ser melhorado (Figura 11). Por exemplo a padroni-zao das lixeiras com suas cores indicativas para cada tipo de resduo para melhor identificao (Figura 12).

    Identificou-se a necessidade de ter ambiente apropriado para o armazenamento dos resduos, pois os mesmos ficam dispostos pela oficina. Este espao deveria apresentar uma rea de conteno (Figura 13), com piso impermevel e divises de acordo com o tipo de resduo para o armazena-mento correto deste. Pode ser observada a presena de manchas de leo nas proximidades do reserva-trio de leo lubrificante utilizado, que deve ter sido ocasionado devido a um possvel vazamento ou derramamento (Figura 14).

    Constatou-se tambm a necessidade de uma caixa separadora de gua e leo, a qual de suma importncia e deve ser instalada pela concessionria pois os efluentes, quando lanados sem tratamento prvio nas redes coletoras de esgotos, podem poluir ou contaminar cursos dgua. Em municpios que no possuem Estao de Tratamento de Esgoto (ETE), os efluentes gerados pelas atividades das oficinas mecnicas so lanados in natura nos cursos dgua e, consequentemente, causam danos

    Figura 11. Lixeiras na oficina sem identificao

    Fonte. Sinal Verde Lixeiras

    Figura 12. Tambores 200 L padronizadas.do tipo de resduo.

    Fonte. Sinal Verde Lixeiras

    Figura 10. Filtros de leo.

    Figura 13. Container em bacia de

    Fonte. ABRAMAC, 2008.

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    sade pblica. Vrios modelos de caixas separa-dora de gua e leo so disponveis no mercado, podendo tambm ser construdas sob medida no prprio local, na figura abaixo possvel ver um modelo a venda no mercado (Figura 15).

    4 CONCLUSO

    A realizao do gerenciamento dos resduos slidos adequado, auxilia na reduo de impactos ao meio ambiente ocasionado pelas oficinas mec-nicas. No estudo pode se observar que as maiores falhas estavam no acondicionamento e armazena-mento dos resduos na oficina, onde com algumas melhorias baseadas em aes e medidas simples e de baixo custo ter-se-ia uma grande melhora no gerenciamento dos resduos. A correta gesto dos resduos slidos proporciona um desenvolvimento econmico aliado preservao do meio ambiente.

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    Figura 14. Manchas de leo prximas ao reservatrio de

    leo lubrificante. conteno.

    Fonte. ABRAMAC, 2008.

    Figura 14. Exemplo de caixas separadora gua e leo comercial

    e sob medida.

    Fonte: ABRAMAC, 2008.

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