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Ano I Número 16 Data 11/05/2012

11 Maio 2012

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Clipping Eletrônico Trafico e Abusos de Drogas

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AnoI

Número16

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Diego Abreu

Brasília – Uma decisão tomada ontem pelo Supremo Tribunal Fede-ral (STF) abre brecha para que traficantes de drogas possam aguardar o julgamento fora da cadeia. Os ministros derrubaram o trecho da Lei de Drogas que proibia a concessão de liberdade durante o inquérito a pessoas presas em flagrante por tráfico de entorpecentes. Prevaleceu em plenário a definição de que caberá ao juiz de cada caso concreto decretar a prisão do suspeito.

Por sete votos a três, a Suprema Corte declarou inconstitucional o ar-tigo 44 da Lei de Drogas, que apontava como inafiançável e insusceptível de liberdade provisória o crime de tráfico de entorpecentes. “O STF deci-diu pela delegabilidade do poder de decisão quando o único fundamento da prisão for o artigo 44 da lei”, frisou o presidente do STF, Carlos Ayres Britto.

O entendimento foi firmado durante o julgamento de um habeas cor-pus protocolado pela defesa de Márcio da Silva Prado, réu que está preso em São Paulo desde 2009 sob a acusação de comercializar cocaína. Rela-tor do processo, o ministro Gilmar Mendes citou os princípios da digni-dade humana e da presunção da inocência, segundo o qual um réu só será considerado culpado após a condenação definitiva. “A norma estabelece um tipo de regime de prisão preventiva obrigatória, em que a liberdade seria uma exceção”, disse.

Seguiram o voto do relator os ministros Rosa Weber, Dias Toffoli, Ce-zar Peluso, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Ayres Britto. Lewan-dowski observou que a lei não pode restringir a liberdade do juiz de deci-dir qualquer caso com base no Código Penal. Celso de Mello acrescentou que “a gravidade do delito não basta para justificar a privação da liberdade individual do suposto autor do crime.” Somente os ministros Luiz Fux, Jo-aquim Barbosa e Marco Aurélio manifestaram-se pela constitucionalidade da norma.

Marco Aurélio, porém, votou pela decretação da liberdade do réu por excesso de prazo da prisão provisória. Barbosa, por sua vez, sugeriu a soltura, sob o argumento de que a prisão não foi devidamente fundamen-tada. Os demais ministros, embora tenham considerado inconstitucional o artigo 44, não concederam liberdade ao autor da ação, uma vez que, na avaliação da maioria, a decisão sobre a possível revogação da prisão é de competência exclusiva do juiz do caso.

Há dois anos, o Supremo já havia derrubado outro artigo da Lei de Drogas. Na ocasião, os ministros firmaram o entendimento de que as pe-nas restritivas de liberdade podem ser substituídas por medidas alternati-

JUDICIÁRIO

STF afrouxa rigor contra traficantes Ministros decidem que até mesmo presos em flagrante por venda

de entorpecentes podem responder ao inquérito em liberdade

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