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Abril 20072

Postos & Serviços é umapublicação mensal doSindicato do Comércio Varejistade Derivados de Petróleo, Lava-rápidos e Estacionamentos deSantos e Região (Resan).Rua Manoel Tourinho, 269Macuco - Santos/SP11015-031Tel: (13) [email protected]

PresidenteJosé Camargo Hernandes

Jornalista responsável, textos eeditoração eletrônicaChristiane Lourenço(MT b. 23.998/SP)[email protected]

Colaboração: Roberta Torree Luiz Alberto CarvalhoImpressão: Demar GráficaTiragem: 1.600 exemplaresDistribuição GratuitaFotos: Divulgação e Resan

As opiniões emitidas emartigos assinados são de totalresponsabilidade de seusautores. Reproduçãoautorizada desde que citada afonte. O Resan e osprodutores da revista não seresponsabilizam pelaveracidade das informações equalidade dos produtos eserviços divulgados emanúncios veiculados nesteinformativo.

EDIÇÃO ABRIL / 2007

É mais fácil ver oserros dos outros queos próprios; é muito

difícil enxergar ospróprios defeitos.Espalham-se os

defeitos dos outroscomo palha ao vento,mas escondem-se ospróprios erros como

um jogador trapaceiro(Buda Gautama Sakyamuni)

EDITORIAL

‘Boi de piranha’........................3

ACESSÓRIOS

Sortimento e novidades garantem

lucro adicional aos postos....9

ÁLCOOL

Preços disparam no mercado a

partir do final de março..........9

RESOLUÇÕES

ANP publica as regras mais

aguardadas pela revenda......10

QUALIDADE

Resan orienta revendedor a

não abandonar as amostras-

testemunhas ...........................11

SEGURANÇA

Polícia Civil garante que assal-

tos contra postos estão sob

controle na região .........12 e 13

PESQUISASensor detecta combustível

adulterado .............................13

FROTA

Apesar do aumento da frota,

vendas não aumentam....14 e 15

COLUNA

Cláudio Correra ....................16

INDICADORES

Ranking de preços ..............17

ANIVERSÁRIO

Confira nomes da 2ª quinzena de

abril e 1ª de maio ..................18

Agenda e circulares

COMPORTAMENTO

Mulher combina com pista de

posto de combustível...........19

10 ANOSLEI DO PETRÓLEO

DA

IPEM AFASTACOMERCIANTES DOMERCADO

Páginas 7 e 8

MAUS

Matéria especial sobre as vantagens edesvantagens desde a

desregulamentação do setor, da libera-ção dos preços. Veja a opinião dos

principais líderes da revenda no País.Páginas 4, 5 e 6

PENTE FINO

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EDITORIAL

JOSÉ CAMARGO HERNANDES

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‘BOI DE PIRANHA’Os 10 anos de abertura do mercado de combustíveis no Brasil não trouxeram bons frutospara a revenda. O elo mais fraco da cadeia é o que mais prejuízos acumulou desde então

Já se vão quase dez anos desde que aLei nº 9.478 (Lei do Petróleo), de 6de agosto de 1997, foi publicada e ini-ciou o processo de flexibilização domercado de derivados de petróleo noBrasil. Para quem não se lembra, a re-venda até aquele momento, com rela-ção ao comércio de combustíveis, ape-nas cumpria a tabela de preçosestabelecida pela antigo DNC e, con-seqüentemente, tinha sua margem delucro engessada por aquele departa-mento federal.

Era, portanto, antiga a aspiração dovarejo que sonhava em ter o controletotal de seus negócios no que se refe-ria a preços e, com isso, poder estabe-lecer sua lucratividade.

Passados dez anos, talvez o sonhotenha se transformado em pesadelo.

Se procurarmos investigar os impac-tos e limitações decorrentes àdesregulamentação que foi empreendidano setor desde a publicação da lei, pode-mos constatar que a tão desejada liber-dade ocorreu de forma precipitada, an-tes que se preparasse a legislação substi-tuta que desse equilíbrio ao mercado.

O vazio legal que se criou fez comque, na prática, prosperasse país afo-ra uma verdadeira indústria deliminares cujas conseqüências forambrutalmente danosas para a revenda,particularmente no que se refere a qua-lidade e preços dos combustíveis .

Por ser frágil e em alguns casosomissa, a Lei 9478 possibilitou a en-trada de agentes estranhos à revendano setor como os supermercados e aspróprias empresas de transportes.

A utilização ardilosa de brechas nalegislação por parte de espertalhões eaventureiros acabou por prejudicarirreversivelmente o elo mais fraco dacadeia: o revendedor honesto.

Restou, assim, a muitos pequenoscomerciantes fechar suas portas. Al-guns revendedores desesperados epressionados pelas contas no verme-lho acabaram sucumbindo à tentação

e passaram a se utilizar dos mesmosrecursos espúrios.

O exemplo mais eloqüente da aber-tura do mercado, sem a consolidaçãoda legislação que o nortearia, foi a libe-ração dos preços da gasolina e do ál-cool em abril de 1996 e do diesel so-mente em julho de 2001. Na verdade,entre o fim do tabelamento e a entradaem vigor da lei, a raposa tomou contado galinheiro. Era o tempo do vale tudo.

Até hoje a ANP se ressente da fra-queza da legislação. Quer um exem-plo? A Agência considerou irregular aparticipação da BR Distribuidora em li-citações para fornecimento de combus-tíveis através de postos revendedoresa grandes consumidores. Ou seja, aprópria companhia estatal insistiu emcontrariar as normas do órgão regula-dor do mercado. Assim como no pas-sado recente muitas distribuidoras pro-curaram a Justiça para se beneficiar debrechas na legislação (liminares de PIS/Cofins, Cide e ICMS), a BR faz o mes-mo para auferir vantagem quando, naverdade, está claramente invadindo omercado da revenda, que se caracteri-za pela entrega do combustível no bicoda bomba para o consumidor final -faz isso através do CTF.

Quer outro exemplo ? O Projeto Cais.Quer mais?Transportadoras, que no passado

usavam combustível para consumopróprio, hoje vendem para terceiros...Alguns TRR’s querem fazer papel derevendedor, fornecendo até diesel parapequenas embarcações... Distribuido-ras que instalam pontos de abasteci-mento indiscriminadamente...

Mesmo promovendo sucessivos au-mentos de preços e estabelecendo na prá-tica um verdadeiro cartel, até os usineirosforam chamados pelo presidente da Re-pública de heróis. Há anos, o mesmo Lulanos chamou de bandidos.

Quem são os verdadeiros heróis na-cionais? Lamento que sejamos esque-cidos mesmo quando somos os res-

ponsáveis pela geração de empregospara mais de 300 mil trabalhadores,com carteira assinada, benefícios, etc.

Quantas usinas de álcool exis-tem no Brasil? Quantos empregoselas geram?

Lastimavelmente somos o chama-do ‘boi de piranha’.

Todo mundo vem morder um pe-daço de nosso corpo debilitado. Nãobastassem algumas distribuidoras,TRR’s, supermercados, transportado-ras, que abocanharam uma fatia domercado varejista, entre 2% e 3% dasnossas margens estão sendo tambémbeliscadas pelos cartões de crédito,tickets-card...

Enfim, continuaremos sobreviven-do e combativos. Estes são osrevendedores brsileiros, os verdadei-ros heróis!!

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ESPECIAL - DEZ ANOS DA LEI DO PETRÓLEO

Dez anos depois da abertura do mercado de combustíveisno Brasil, a história mostra que até agora a revenda varejis-ta arcou com os principais prejuízos deste processo. Aoinvés de incentivar a concorrência macro, com a participa-ção de empresas estrangeiras na produção de derivados depetróleo, a desregulamentação do setor facilitou, sobretu-do, o esmagamento dos que estão na ponta da cadeia eco-nômica, os donos de postos.

A revenda já passou pelas acusações de formação de cartel,pela redução de suas margens, sobreviveu às liminares quefavoreceram as sonegações de impostos, concorreu desleal-mente com o baixo preço de produtos adulterados, enfrentouos supermercados, se rendeu às exigências ambientais, masbravamente reagiu a todos obstáculos, entre eles a clara inten-ção das distribuidoras de avançar sobre o varejo, numa tenta-tiva de verticalização do mercado.

Os pontos de abastecimento que abocanham parte dosmelhores clientes e quase sempre desrespeitam as regras dojogo e abastecem frota alheia também ajudaram a escreveruma história de percalços. Nessa lista inclui-se, ainda, o Pro-jeto Cais e os postos-escola. Enfim, a retrospectiva do merca-do de petróleo inclui muitos aspectos negativos, mas há tam-bém os positivos, como a criação da Agência Nacional dePetróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (ANP).

Postos & Serviços entrevistou as principais lideranças darevenda do País para traçar uma análise criteriosa desta déca-da de transformações e apontar as saídas para muitos dosproblemas que ainda afligem o mercado.

Até meados dos anos 90, o setor era mantido por subsídi-os do Governo que, por sua vez, distorciam os preços con-trolados. As importações, exportações e a cadeia produtivasempre estiveram sob o monopólio da Petrobras. A mudançaveio com a promulgação da Lei 9.478, em agosto de 1997,com a criação de bases para abertura dos segmentos de ex-ploração e produção, refino, transporte, importação e expor-tação de gás natural, petróleo e seus derivados.

O processo de desregulamentação de preços de combustí-veis foi concluído em janeiro de 2002, com a substituição daPPE (Parcela de Preço Específica) pela CIDE (Contribuiçãode Intervenção no Domínio Econômico), a liberação dos pre-ços nas refinarias e centrais produtoras, a queda das barreirasà importação e a eliminação dos subsídios ainda existentes.

Paulo Miranda, presidente em exercício da Federação Na-cional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes(Fecombustíveis), diz que ainda hoje é difícil avaliar se o re-sultado da liberação do mercado é positivo. “Tivemos muitosproblemas, mas alguns avanços”, entre eles, a criação da ANP.

“A forma como a agência tem se conduzido nesse proces-so, mais aberta, democrática, e disposta a discutir com osveios do mercado os problemas do setor é fundamental”. Umtermômetro da transparência maior que vivemos, segundo Pau-

lo Miranda, são as audiências públicas convocadas pela ANPsempre que há uma nova resolução em discussão.

“IMATURIDADE”Entretanto, o calcanhar de Aquiles deste processo conti-

nua a ser a falta de orçamento, o contingenciamento de ver-bas pelo Governo Federal. “A ANP precisa ser independentepara evitar que o Governo seja pressionado pela Petrobras”.

A abertura do mercado também ficou aquém das expecta-tivas de dez anos atrás. Na verdade, nenhuma empresa atéhoje se dispôs a competir com a Petrobras. “Há algumas par-cerias na prospecção de petróleo, mas na área de refino nãoexiste outra refinaria. Vivemos um monopólio de fato. Apesarda lei que abriu o mercado para investimentos estrangeiros, defato isso não aconteceu”, concluiu Paulo Miranda.

Roberto Fregonese, presidente do Sindicato de Combustí-veis do Paraná, acredita que a própria imaturidade da revendafez com que “ao invés do Governo ser o tutor dessa situação,fôssemos tutelados pelas distribuidoras, por empresas que vi-eram para mercado para lesar o fisco e que acabaram levandoo revendedor à reboque”.

Na sua opinião, o setor foi desregulamentado antes que asregras fossem criadas. “Até hoje não temos regras claras. Umexemplo é a pesquisa de preços da ANP que detecta irregulari-dades no mercado e nada acontece. A venda de combustíveisa preço inferior ao de compra é tratada com normalidade. Issoprovoca descrédito. O marco regulatório não existe dentro dosetor”, critica Fregonese, há 33 anos na revenda

ABERTURA DO MERCADODez anos depois da desregulamentação, a revenda de combustíveis faz uma análise crítica do setor

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COMBATIVA, REVENDA MARCOU POSIÇÃOSindicatos e Fecombustíveis impediram o avanço das distribuidoras sobre o mercado varejista

Até agora, dez anos depois do início daabertura do mercado, a revenda vemse mostrando combativa. E é assim queserá, prometem os líderes do setor deNorte a Sul do País. Na época da apro-vação da Lei do Petróleo, a proibiçãoda verticalização foi uma vitória do va-rejo. Em todos os demais países, comoos Estados Unidos e os principais eu-ropeus, a revenda acabou.

Em alguns estados americanos,75% dos postos são de propriedade dascompanhias. No Chile, apenas 14%estão nas mãos dos revendedores. NoBrasil, a forte atuação política dos sin-dicatos e da Fecombustíveis impediu oavanço dos gigantes.

Márcio Amado Libério, presidente dosindicato do Maranhão, também cita assucessivas tentativas das distribuidorasde driblarem a lei, como a participação,por exemplo, da BR em concorrênciaspúblicas para fornecimento de combus-tíveis usando os postos da sua rede paraa distribuição do produto. “ A legislaçãoprecisaria ser mais rígida”.

Ele também cita a guerra de preçosfomentada pelas companhias que seduzemmuitos revendedores, forçando uma rea-ção em cadeia que termina com a quedada margem de revenda em todo a regiãocircunvizinha ao posto que foi aliciado.

“Hoje, em São Luiz, trabalhamoscom margem de 17% a 20%, mas ela

“O atacado sempre vaiquerer pegar uma fatiado varejo. Além da faltade definição do que é

ser revendedor ou dis-tribuidora, falta pulso

da agência (ANP). Nemsempre as portarias sãoobedecidas. Como exis-te monopólio no refino,consequente mente umapreocupação das compa-nhias é com os canais de

distribuição. Essa compra daIpiranga pela BR nada mais édo que o interesse da compa-nhia em ter pelo menos a me-tade dos canais de distribui-ção (postos) para colocar o

produto dela. Isso faz com queela avance no mercado, sobreos concorrentes. O risco vem

como projetos como o dascentrais avançadas de inspe-ção e serviços (Cais)”, Paulo

Miranda,Presidente em exercício da Fecombustíveis

“Não conheço fiscalizaçãotão rígida nas distribuido-

ras quanto nos postos.Alguns TRR´s e os pontos

de abastecimento , porexemplo, chegam ao ab-

surdo de não se cadastra-rem na ANP. Isso faz comque mercado não seja co-

nhecido; seja obscuro,clandestino. Não aceitoque um TRR defenda onão-cadastramento dosPA´s. A questão é ambiental:quem será responsabilizadopelas contaminações? Hoje,

para operar, o posto paga Taxado Ibama, é fiscalizado pelos

órgão ambiental de cada esta-do, faz o licenciamento, enquan-to os PA´s não precisam nem seadequar e nem ter licença paraoperar. Por quê, se eles traba-

lham com os mesmos produtos?Essa é das grandes aberrações

que temos no mercado”.Valter Tannos Freitas,

Presidente do Sindicato da Bahia

já esteve entre 6% e 7%”, lembra.Roberto Fregonese, do Paraná,

pede mais poder de polícia à ANP. “Aagência se prende aos autos de infra-ção aos revendedores que, por exem-plo, estejam sem uma das placas obri-gatórias no posto, mas não inibe osagentes que sonegam e adulteramcombustíveis”.

ESPECIAL - DEZ ANOS DA LEI DO PETRÓLEO

Paulo Miranda é presidente emexercício da Fecombustíveis

Márcio AmadoLibério, doMaranhão

Valter TannosFreitas, daBahia

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A entrada dos biocombustíveis nessecenário preocupa a revenda. Ao mes-mo tempo em que o presidente Lula falaem gerar milhares de empregos com aprodução da matéria-prima para osbiocombustíveis, essa pluralidade deprodutores inviabilizará o controle so-bre o produto final, o biodiesel. “Cente-nas de produtores podem colocar nomercado o produto de forma clandesti-na, sem pagar imposto. A prova cabalque o Governo não tem controle é oálcool, cuja metade da produção está nocampo da informalidade, sem recolherparte do ICMS e Pis-Cofins”, explicou

Paulo Miranda. Para ele, no atual mo-mento, os grandes produtores de sojasó terão escala suficiente para produziróleo competitivo com a sonegação.

Roberto Fregonese completa: “Obiodiesel vai ser muito mais prejudicialpara o mercado do que foi o álcool. Asfraudes serão maiores, em função desonegação. No Paraná, há casos detransportadoras que andam com 50%de óleo vegetal clandestino nos tanques.Isso cria concorrência desleal e um des-vio de finalidade já que há cooperativasque produzem o biodiesel e vendem di-retamente para o transportador”.

“A abertura do mercado foi um desastre. O povo está sendoexplorado da forma mais absurda. A gasolina subiu de US$ 0,60(R$ 1,36) para US 1,20 (R$ 2,73) ou mais. A Petrobras cobra pre-

ços internacionais; e o Governo impôs uma carga tributáriacada dia maior sobre os combustíveis. O que foi conseguido

desde então é uma desorganização do mercado, com adultera-ção, sonegação e todo tipo de desvio de conduta. Não consigolembrar de nada positivo. Nos lugares onde ocorreu a liberaçãodo mercado, o desastre foi igual. Na Argentina, a gasolina custaa metade do preço do que no Brasil, mas lá a culpa não é da le-gislação, mas da total incapacidade do poder aquisitivo popularde pagar o combustível. O Brasil repetiu o quadro da Europa,com exceção que aqui o revendedor ainda não foi eliminado”.

Antônio Goidanich, presidente do Sindicato do Rio Grande do Sule secretário-executivo da CLAEC,

ESPECIAL - DEZ ANOS DA LEI DO PETRÓLEO

BIOCOMBUSTÍVEIS SÃO ONOVO DESAFIO DO SETORLíderes sindicais temem que situação fique aindamais descontrolada do que no caso do álcool

CONCORRÊNCIADESLEAL FORÇAQUEDA DOS PREÇOS

OO fim do tabelamento de preços éirreversível. Entretanto, a revendavive uma pseudo liberdade. Ummercado livre pressupõe que ospostos poderão desenvolver sua pró-pria planilha, achar seu custo e pas-sar então formar seu preço. A ver-dade é que as irregularidades aca-bam impedindo o dono do posto derespeitar essa planilha, uma vez queo mercado não paga o preço justoporque ainda enfrenta competiçãocom álcool que chega ao varejo semimpostos, por exemplo.

“A abertura de mercado pro-moveu um crescimentodesordenado. As prefeituras nãoentendem o risco que representaa atividade de combustíveis e li-beram a construção de postos emqualquer esquina. Isso fez quecom passássemos de 20 a 22 milpostos em 1997 para mais de 34mil nos dias de hoje”, ponderaPaulo Miranda. Sem nenhum tipode regulamentação e disciplina,esse crescimento faz com que hajaconcorrência predatória. “Infeliz-mente vimos o mercado sendousado para lavar dinheiro ou porquem aproveita a oportunidade delucrar com a sonegação”.

Uma frase atribuída a Gil Siuffo,presidente da Fecombustíveis, é ci-tada por Fregonese para mostrar adesigualdade de forças agindo nosetor: “ Não posso colocar o Popópara lutar com o Mike Tyson´. Épreciso ter igualdade de condiçõespara competir. Não tenho comocompetir com refinaria, distribui-dora ou usina de álcool. Essapseudo proteção que pedimos àANP é para que mercado fique re-gular. Ninguém conhece mais osetor do que o dono de posto; elesabe quando há fraude, manipula-ção pela distribuidora, quando oTRR entra na sua área... Queremosregras claras, coisas fáceis de se-rem cumpridas”.

Fregonese: biodiesel clandestino Goidanich: preços estão muito altos

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Não é promessa e nem ameaça: o Ipem-SP já intensificou sua fiscalização empostos de combustíveis e caminhões-tanque com o objetivo de proteger oconsumidor contra fraudes. Há casos,em que o papel se inverte e o beneficia-do pelas operações é o dono do postoque trabalha honestamente. Em umaentrevista exclusiva com o superinten-dente do órgão, Antônio LourençoPancieri, Postos & Serviços descobriuque para acabar com a concorrênciadesleal que ameaça o mercado, este anoo Ipem chegou ao extremo de arrancarbombas de gasolina de um posto aquido litoral. O motivo? Graves desvios naaferição volumétrica da bomba.

Nesta seqüência de fotos, pode-seconstatar a operação de remoção deuma bomba que foi levada para análiseno laboratório do Ipem. A medida iné-dita ocorreu em função da falta de 4 acada 20 litros de combustíveis medi-dos no teste volumétrico. A reincidên-cia e o rompimento sucessivo de la-cres também justificaram a ação.

“Esta é uma punição exemplar paratentar inibir este tipo de prática já queinterditávamos a bomba e eles rompiamos lacres e continuavam abastecendo”.

Se de um lado a fiscalização é co-ercitiva e tem o objetivo de evitar pre-juízos ao consumidor, por outro essetrabalho também tem um viés de de-fesa dos revendedores com boas prá-ticas de comercialização, justificouPancieri.

Segundo ele, é preciso banir domercado varejista a prática perniciosa.“Na medida em que esses tipos de er-ros ocorrem, o comerciante que tra-balha sério não tem como concorrercom os inescrupulosos, que não repre-sentam a classe”.

O rigor, no entanto, não poderia le-var a injustiças? Pancieri garante quesua equipe está preparada para distin-guir “erros técnicos de erros de má fé”.

Atualmente, o que mais preocupao superintendente é a mediçãovolumétrica porque ela impõe prejuízoimediato ao consumidor. É lógico quea falta do lacre em blocos medidoresda bomba e outras questões técnicassão importantes, mas o volume medi-do é o objetivo central da fiscalização.Vamos checar tudo: se as instalaçõessão adequadas, se a bomba está embom estado, se as luzes do painel es-tão funcionando...”.

OUVIDORIA

Pancieri falou da importância quetem dado à Ouvidoria (0800-0130522)do instituto, por onde chegam as de-núncias mais graves. “Quando o con-sumidor denuncia, sabemos que have-rá grande probabilidade de nos depa-rarmos com irregularidades”.

FINAIS DE SEMANA

Não deverá ser surpresa para nin-guém se a fiscalização baixar num pos-to à noite, aos sábados, domingos ouferiados. O objetivo, nestes casos, con-tinua sendo a fiscalização metrológica.

No início do mês passado, a RádioBandeirantes denunciou que um funci-onário de empresa credenciada ao Ipemse oferecia para fazer regulagem debomba medidora para reduzir o volumedispensado nos tanques a cada litro acu-sado no painel. Na prática, às sextas-feiras a bomba era programada pararoubar combustível até o domingo.Tudo era feito sem prejuízos ao lacreda vistoria e confiando que nos finaisde semana não haveria fiscalização.

“As operações fora do horário co-mercial serão uma rotina não só empostos, mas em outros comércios. Sa-bemos que a irregularidade não é umaprática que ocorre das 8 às 18 horas. Afiscalização tem que ser inteligente nahora de planejar suas operações”.

BALANÇO DE 2006

Bombas autuadas: 453

Bombas interditadas: 606

Bombas verificadas*: 74.946

(*) O número contempla verificações de bombasde combustíveis líquido e gás

LINHA DURA“O COMERCIANTE QUE TRABALHA SÉRIO NÃO TEM

COMO CONCORRER COM OS INESCRUPULOSOS, QUE

NÃO REPRESENTAM A CLASSE” ANTÔNIO PANCIERI ,SUPERINTENDENTE DO IPEM

RIGOR AUMENTA: Fiscais do Ipem arrancaram uma bomba suspeita de fraude de um posto do litoral, no início do ano

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Até os fiscais do Ipem ficaram sur-presos com a audácia de um proprie-tário de caminhão que instalou um dis-positivo capaz de roubar combustívelatravés de três bombonas escondidasnos compartimentos do tanque. Antô-nio Carlos Dias, técnico responsávelpela operação, contou que só flagrou airregularidade porque desconfiou dofato de o motorista trafegar pela rodo-via com o terceiro eixo levantado e tê-lo baixado quando foi forçado a pararno pátio da Balança para a fiscalização.

Ao ser questionado se o caminhãoestava abastecido, o motorista não mos-trou a nota fiscal e acabou confessandoque estava vazio. Os técnicos resolve-ram abrir o tanque. Com a desconfian-ça, um dos funcionários do Ipem pas-sou a mão pela parte interna do cofre deexpansão e descobriu um fio de aço que,quando acionado, abria os compartimen-tos em que o combustível era armaze-nado sem que pudesse ser visto.

“Nós já tínhamos ouvido falar destafraude, mas nunca havíamos flagradoem São Paulo. Neste caso, o caminhãoera de Paulínea, mas foi verificado emMinas Gerais”, explicou Dias.

PERDAS

Nos cálculos do agente do Ipem,considerando os 220 dias úteis exis-tentes num ano, se o motorista fizesseduas viagens diárias, o desvio de com-bustível chegaria a 360 litros (180 porviagem). No ano seriam 79 mil litros,algo em torno de R$ 160 mil. “É signi-ficativo”, completou Dias.

OUTRA FRAUDE

Uma outra fraude detectada em SãoPaulo foi a de um caminhão com fun-do falso. Um sistema de flauta (vejafotos) fazia a ligação de um tanque paraoutro. O crime consistia em não des-carregar todo produto, que ficava ar-mazenado nos dutos através dos re-gistros instalados. O volume, nestecaso, era maior do que o registrado nasbombonas. Chegava a 500 litros a cadacompartimento de 5 mil litros.

Na última edição de Postos & Serviços registramos umaoperação do Ipem que apreendeu caminhão-tanque quecontinha dispositivo para roubar 180 litros de combustíveisa cada viagem. Veja como isso acontece!

DICAS DO IPEM- Exija o Certificado de VerificaçãoVolumétrica, que deve ser renovadouma vez por ano ou a cada dois anosdependendo da idade do tanque;- O motorista deve portar também Certi-ficado de Inspeção para o Transporte

de Produtos Perigosos;- Se tiver dúvida sobre a existênciade mais produto no caminhão, subano tanque e mande o motorista des-locar o veículo para frente e para trása fim de escutar barulho de líquidose movendo.

Cerca de 80 frentistas egerentes de postos daregião estiveram em trei-namento no Resan emmeados de março, a con-vite da BR Distribuidora.Trata-se da campanhaTroca Mais, desenvolvidapela Agência Premium,parceira da Petrobrasnum trabalho de motiva-ção de frentistas. A cam-panha é uma espécie de programa demilhagens em que o funcionário doposto acumula pontos de acordocom as vendas efetuadas, podendoser premiado. Periodicamente, osorganizadores da campanha fazemum treinamento que inclui informa-

ções sobre os lubrificantes, explicouJoel Paiva Pereira, assessor comerci-al da BR Distribuidora, que acompa-nhou o grupo em Santos.

FRAUDE DESVENDADA

BR DISTRIBUIDORA FAZ TREINAMENTO DEFRENTISTAS DA REGIÃO NO RESAN

A sede do sindicato está sempredisponível para treinamentos da

mão-de-obra regional

Fiscais encontraram um cabo de aço no interior do tanque

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Quanto maior a opção de acessórios eartigos automobilísticos, maior a par-ticipação das chamadas bugigangasno faturamento do posto. Além doslubrificantes, aditivos, extintores,shampoos e filtros, há quem não fiquesem um perfume para carros, líquidodesembaçador para pára-brisas,bloquinhos de anotações, canetas,imãs e até chaveiros. Expostos geral-mente no caixa do posto, os acessóri-os no Auto Posto Vasconcelos, emEldorado, já representam 10% do lu-cro mensal do estabelecimento.

O revendedor Aurélio Leitão deVasconcelos Costa aposta nessesprodutos para aumentar o fluxo decaixa. “Não dá para sobreviver so-mente da venda de combustíveis.Esses aparatos complementam alucratividade do posto”.

Outro empresário que recomendao investimento em acessórios éNapoleão Fernandes Morais, do AutoPosto Oceano Atlântico, em Santos.Do faturamento final, diz, 40% de-vem-se ao minimercado de acessóri-os automobilísticos. Napoleão vende,em média, 900 litros de óleos lubrifi-cantes e aproximadamente 300 chei-rinhos para automóveis por mês.“Costumo comprar mais ou menos oque vendo para não perder dinheiro”.

Ivonete de Fátima Ribeiro, gerentedo Auto Posto Alvorada, em Registro,fatura aproximadamente R$ 9 mil pormês com estes produtos. De todos ositens comercializados, o mais vendidoe procurado é mesmo o óleo lubrifi-cante. Como não poderia deixar deser, o lubrificante aparece no topo dalista de maior venda de quase todos ospostos consultados por Postos &Serviços, entre eles o Posto e Gara-gem Apolo, em Santos, o Auto PostoMalibú, em São Vicente, e o BomAmigo, em Guarujá.

Para os revendedores, a vantagemmaior de se comercializar esses aces-sórios é oferecer um atendimentocompleto ao cliente. “Faz parte dobom atendimento termos esses pro-dutos no estoque”, analisa JoséQueiroz, sócio do Garage Apolo.

“O posto tem que ser completo.Já pensou se a palheta do carro dealgum cliente quebra em um dia dechuva e ele vem no posto para trocare eu não tenho o produto para ofere-cer? Ele nunca mais voltará aqui”,conclui Napoleão Morais.

NÃO DESCUIDE DOS ACESSÓRIOSELES SÃO LUCRATIVOS!

Em alguns postos, supérfluos e acessórios representam até 40% do faturamento

Em uma semana, entre o final de mar-ço e os primeiros dias de abril, orevendedor recebeu o álcool da distri-buidora com uma média de 10% dereajuste nos preços, refletindo a dispa-rada da cotação do produto nas usinas.

Para o varejo, o reflexo se deu emmenos de uma semana após os reajus-tes nas usinas, segundo dados do Cen-tro de Estudos Avançados em Econo-mia Aplicada (Cepea), da Escola Supe-rior de Agricultura Luiz de Queiroz(Esalq), que acompanha a evolução dos

preços. A pesquisa apontou a tendên-cia de aumento do hidratado na últimasemana de março, final da entressafrada cana-de-açúcar.

O álcool hidratado, entre 26 e 30 demarço, foi cotado a R$ 0,96449, en-quanto na semana entre 19 e 23 domesmo mês o preço médio era de R$0,89. O anidro também foi reajustado(de R$ 0,97025 para R$ 1,07044), oque já trouxe impacto para o preço fi-nal da gasolina que chegou ao varejono começo do mês.

DISTRIBUIDORAS

O que antes a BR, por exemplo,cobrava R$ 1,21 por litro do hidratadoentregue em um posto de Santos nodia 27 do mês passado, no dia 3 de abrilo mesmo produto era repassado a R$1,32. Outras companhias, como Ale,Texaco, Esso e Ipiranga também au-mentaram seus preços para mais de R$1,33 no mesmo período. A média cal-culada por Postos & Serviços foi deum acréscimo de R$ 0,11 por litro.

POSTOS RECEBEM ÁLCOOL R$ 0,11 MAIS CAROReajuste nas usinas no final de março refletiu no varejo logo nos primeiros dias de abril

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LEGISLAÇÃO

As quatro resoluções que a AgênciaNacional de Petróleo, Gás Natural eBiocombustíveis (ANP) prometeu aomercado revendedor como importantesinstrumentos de regulamentação dasatividades do setor petrolífero forampublicadas em março.

Uma delas, a que impede acomercialização de combustíveis entredistribuidoras, já gerou até uma liminarconseguida por uma distribuidora demédio porte que quer continuar a venderproduto para outras companhias.

As demais resoluções regulamen-tam o funcionamento de TRR’s (no.8), acaba com a obrigatoriedade daamostra-testemunha (no.9) e, por fim,a de número 12 cria novas regras paraoperação e desativação das instalaçõesde Ponto de Abastecimento e requisi-tos necessários a sua autorização.

DISTRIBUIDORAS

A Resolução 7 foi publicada noDiário Oficial da União no dia 8 demarço, definindo assim regras quebuscam corr ig i r d is torções nacomercialização, sem procedimen-tos de controle, de combustíveisautomotivos entre distribuidoras.Para o revendedor, no entanto, aresolução veda a comercializaçãode combustíveis de companhiascom as quais ele não mantém acor-do comercial. Ou seja, não podeostentar uma bandeira e comprarde outra, conforme previsto no art.11 da Portaria ANP nº 116, de 5de julho de 2000”.

O alerta serve principalmentepara os postos bandeira branca quesomente terão plena liberdade paraadquirir produtos da distribuidora quelhes convier após ter obtido o res-pectivo registro na ANP como ban-deira branca. Até que este registroseja liberado somente poderão com-prar da distribuidora da bandeira aque estiverem vinculados.

TRR’Apesar da pressão dos TRR’s, a nova

resolução (8/07) mantém a proibição deque eles adquiram óleo diesel, lubrifican-

tes e graxas direto de produtor nacional,importador ou do mercado externo. En-tretanto, o texto publicado permite que umTRR abasteça embarcações mesmo ondehaja um posto marítimo ou fluvial. “OResan trabalhará pela revisão deste tre-cho da resolução por entender que incita-rá a concorrência desleal”, disse JoséCamargo Hernandes. Ele continua: “Umposto marítimo ou fluvial exige um enor-me investimento em equipamentos e noatendimento às exigências ambientais. Daforma como ficou na lei, o TRR será umposto revendedor ambulante. A nossa pro-posta era permitir o abastecimento ape-nas em situações especiais, como a bal-sas no meio do Rio Amazonas, por exem-plo. Do jeito tá escrito até um barquinhode 100 ou 200 litros (de combustíveis)poderá ser abastecido por um TRR”.

PA’S

A Resolução 12/07, pela qual ficaestabelecida a regulamentação paraoperação e desativação das instalaçõesde Pontos de Abastecimento (PA’s),foi publicada dia 21 de março. Segun-do o advogado e consultor jurídico daFecombustíveis, LeonardoCanabrava, a redação do texto finalaprovado permite abastecer os ‘agre-gados’, o que não é bom para a re-venda. Por outro lado, a resolução trazdispositivos que devem impedir a pro-liferação do projeto CAIS.

COMO O PROJETO CAISSERÁ BRECADO

Resolução 12/07Art. 10 No caso de o detentor das instala-ções estar identificado em forma de grupofechado de pessoas físicas ou jurídicas,previamente associadas em forma de co-operativa, consórcio ou condomínio,à exceção de condomínio edilício, poderãoser abastecidos na Instalação do Ponto deAbastecimento os equipamentos móveis,veículos automotores terrestres, aerona-ves, embarcações ou locomotivasque estejam registrados em nome das pes-soas físicas ou jurídicas que o integram eem nome do próprio grupo fechado.(...)§ 3º É vedado ao distribuidor, ao transpor-tador-revendedorretalhista e aorevendedor varejista de combustíveisautomotivos a participação, direta ou indi-reta, em cooperativas, consórcios ou con-domínios de que trata o caput deste artigo.(...)Art. 12 É vedado o compartilhamento dasinstalações de Ponto de Abastecimento pordiferentes detentores de instalações.Parágrafo único. Excetua-se a instalaçãode propriedade de pessoa jurídica de di-reito público para compartilhamento comoutra pessoa jurídica de direito público.

NOVAS RESOLUÇÕES DA ANP JÁ ESTÃO EM VIGOR

A nova resolução dos PA’s permitirá abastecer os “agregados”, mas deverá impor restrições às Cais

A íntegra desta resolução, bem como aResolução nº 08 de 06/03/2007 queestabelece regras para os TRR’s, estãodisponíveis no site da ANP (www.anp.gov.br)ou no Portal Resan (www.resan.com.br). Emambos os endereços clique o item legislação.

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Já está em vigor a Resolução ANP 9/07, mais conhecida como a resoluçãoda amostra-testemunha. Entre outrasregras, ela libera os postosrevendedores da obrigatoriedade dacoleta e armazenamento de amostrasde combustíveis. Entretanto, o Resanreafirma a necessidade de o procedi-mento continuar a ser feito como pro-va da qualidade do produto compradoda distribuidora.

Pela resolução, o revendedor vare-jista que não efetuar a análise dos com-bustíveis deverá preencher obrigato-riamente o Registro de Análise da Qua-lidade com os dados enviados pelo dis-tribuidor, assumindo a responsabilida-de pelo produto.

No caso de recebimento de gasoli-na em que o revendedor varejista tenhaoptado pela não-realização da análise,ele deverá solicitar à distribuidora queinforme o teor de álcool etílico anidrocombustível – AEAC contido no pro-duto de modo que possa ser transcritono Registro de Análise da Qualidade.

Os Registros de Análise da Quali-dade correspondentes ao recebimentode combustível dos últimos seis me-ses deverão ser, obrigatoriamente,mantidos nas dependências do posto.

OPINIÕES

“Fazemos a coleta não só pela obri-gação, mas principalmente para com-provar a qualidade do combustível epara prestar contas ao cliente”, disseJesus dos Santos Rodrigues, gerentedo Auto Posto Bem Bom, em PraiaGrande, e responsável pela coleta dasamostras-testemunhas.

No Bem Bom, todas as amostras etestes de proveta ficam expostos emuma mesa na pista do posto para queo consumidor visualize com facilidadeos produtos. “O cliente tem que con-fiar no combustível que compra”.

Antonio Alves de Lima, gerente doAuto Posto Barão do Litoral, emGuarujá, diz que a coleta é simples, nãodá trabalho e que é uma garantia deque o produto não está adulterado. Lá,os frascos com os combustíveis tam-

bém ficam à mostra.O revendedor Alfredo Manini Filho,

do Auto Posto Village, em São Vicente,também optou por não parar de tiraras amostras. Ele, que trabalha com, nomínimo, duas distribuidoras, afirma

que a amostra-testemunha é uma pro-va a favor do posto. “É preciso estarsempre amparado. Em qualquer anor-malidade, através da amostra, eu con-sigo identificar qual a distribuidora ven-deu produto irregular”.

SAIU NASAIU NASAIU NASAIU NASAIU NAIMPRENSABoicote de postospode deixarBuenos Aires semcombustível

A cidade de Buenos Aires corre o ris-co de ficar sem combustíveis por cau-sa de um boicote que os donos dospostos de serviços decidiram fazer napróxima quinta e sexta-feira. A Fede-ração dos Vendedores de Combustí-vel (Fecra) quer protestar contra a fal-ta de uma resposta do governo pararecompor a rentabilidade do setor.

“Atravessamos a pior crise dahistória de nossa atividade com ofechamento de milhares de postosde gasolina em todo o país”, afir-ma o presidente da entidade, Ro-sario Sica. Os números da entida-de dizem que nos últimos trêsanos, dois mil postos foram à fa-lência e outros 1.500 encontram-se em sérias dificuldades.

Sica avalia que na cadeia de com-bustíveis, “só quem está ganhandoé o exportador porque seu preço su-biu até 200%, mas o nosso do mer-cado interno, não”. Para complicar asituação, os frentistas reivindicamum aumento salarial de 19%. “As rei-vindicações são justas, mas são im-possíveis de serem atendidas nas

atuais condições”, justifica.Para driblar a baixa rentabilidade,

no interior do país, a Confederação deEntidades de Comércio deHidrocarbonetos (Cecha), autoridadedos empresários desse setor, come-çou a aplicar aumentos de até 10%nos produtos. A alta entre 0,50 e 0,20centavos de peso por litro estádisfarçada como um serviço adicional.

Estadão, 27/3/07

NÃO ABANDONE AS AMOSTRAS-TESTEMUNHASCaso contrário, o posto assumirá a responsabilidade pelo produto no lugar da distribuidora

Uma das resoluções desobriga o revendedor de coletar a amostra-testemunha

A Secretaria da Fazenda, por meio desuas Delegacias Regionais Tributárias(DRTs) em todo o Estado, cassou nomês de março a inscrição estadual demais 12 postos de combustível. Des-ses estabelecimentos, três são daCapital, e das regionais de RibeirãoPreto (três), Marília (dois), Araraquara(um), Guarulhos (um), Jundiaí (um) eVale do Paraíba (um). De janeiro a mar-ço de 2007, a Fazenda já cassou a ins-crição estadual de 38 postos. Com isso,o número de estabelecimentos que per-deram o registro no cadastro dos con-tribuintes do ICMS (Imposto sobre Cir-culação de Mercadorias e Serviços)soma 328 postos. Desse total, 322 sãopostos revendedores de combustíveise seis distribuidoras/transportadoras.Portal do Governo de SP, 4/4/07

Postos de combustível continuam namira da ‘Operação de Olho na Bomba’

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SEGURANÇA

POLÍCIA FAZ CAMPANASDelegado seccional de Santos diz que assaltos em postos estão sob controle

Os assaltos a postos na área continen-tal de São Vicente, noticiados na últi-ma edição de Postos & Serviços, re-sultaram em uma ação imediata da Po-lícia Civil que montou campanas paraprender os marginais. O delegadoseccional do Deinter-6, ElpídioFerrarezzi, que está à frente de 33 de-legacias entre Bertioga a Praia Grande,acionou, inclusive, o setor de inteligên-cia da corporação para fazer uma radi-ografia dos roubos ocorridos em pos-tos de combustíveis da região. O nú-mero oficial aponta queda de 12% nasocorrências entre 2005 e 2006.

Ferrarezzi reconhece que os postossão alvos dos assaltantes devido à exis-tência permanente de dinheiro nos cai-xas, mesmo que em pouca quantidade.Por outro lado, ele não concorda que asituação esteja alarmante. “Em 2005 ti-vemos 111 roubos a postos e, em 2006,

foram 98. Na média, são oito assaltospor mês e se levarmos em considera-ção o grande número de estabelecimen-tos na região não se pode dizer que asegurança está fora de controle”.

Em São Vicente, o delegado titulardo 3º. Distrito Policial, Marcos Alexan-dre Alfino, explica que as investigações

sobre os assaltos acabaram resultandona prisão em flagrante de quatro ou-tros marginais, que não estavam, noentanto, envolvidos nas ocorrências dosauto postos Continental e Fortaleza.

Aliás, Alfino não se negou a res-ponder as informações sobre essesassaltos conforme P&S publicou er-roneamente na última edição.

“Como os autores não foram identi-ficados, passamos a realizar diligênciasem datas e horários alternativos, porémsempre em sintonia com aqueles queocorreram os roubos, campana fixa,com a finalidade de prender em flagranteos autores de futuros roubos. Porém,como as atividades criminosas cessa-ram, não obtivemos êxito em atingirnossos objetivos”, completou Alfino.

O delegado explicou, ainda, que nocaso do arrombamento do caixa eletrô-nico do Auto Posto Fortaleza, a PolíciaCivil já havia identificado e prendido ummarginal que investiu contra o mesmoequipamento no ano passado, na épocados ataques de uma facção criminosa.

“Na tentativa de roubo praticado comuma retroescavadeira contra o caixa ele-trônico, o objetivo não era o posto e, sim,a máquina do banco, que por sinal foi

instalada sem nenhum dispositivo ouguarda de segurança, e ainda,

sem a consulta dos respon-sáveis pela manutenção

da segurança na re-gião”, comple-

mentou Alfino.

“A segurança é dever do Estado,mas responsabilidade de todosnós”. A frase é do delegadoseccional de Polícia Civil, ElpídioFerrarezzi, que reclama do desinte-resse de muitos empresários daregião de não registrarem boletinsde ocorrência. O mapeamento doscrimes por tipo, local e horários sópode ser feito a partir do registrodas ocorrências nas delegacias.Ele explica que os BO’s não ficamapenas nas delegacias para a inves-tigação local, mas seguem para aDelegacia de Investigações Gerais(DIG), responsável pelo cruzamen-to de dados e identificação de pro-váveis quadrilhas.

RESISTÊNCIA

Outro ponto negativo no esclareci-mento de assaltos e mesmo no an-damento dos inquéritos policiais é aresistência de testemunhas em re-conhecer os assaltantes nos distri-

tos, seja pelo álbum de fotos oupessoalmente.“Temos que mostrar a materialidadedo crime e o reconhecimento dosautores para não corrermos orisco de o inquérito policial nãodar em nada”, complementa.As provas contidas nos autossão fundamentais para a açãopenal que poderá resultar nacondenação dos acusadospela Justiça.Ferrarezzi garante quea legislação atual pre-vê a preservação dosnomes das testemu-nhas, inclusive semque sejam citadosabertamente noinquérito. Mesmoo reconhecimentofotográfico não éfeito no cara-a-cara com o ban-dido.

DELEGADO SECCIONAL PEDE PARA QUEREVENDEDORES FAÇAM SEMPRE O ‘BO’

Ferrarezziresponde

pela PolíciaCivil entre

Bertiogae PraiaGrande

Retroescavadeira arrombou caixa em SV

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Mais um assalto ao Auto Posto JardimAnchieta, no dia 30 de março, uma sex-ta-feira, engrossa as estatísticas da in-segurança que ameaça a revenda. Destavez, três homens e uma mulher só fo-ram presos porque o carro em que esta-vam após o roubo seguiu pela rodoviafazendo arruaça e um motoqueiro alertoua Polícia Rodoviária que o SantanaQuantum vermelho que estava logo atráschegou até a jogar objetos pela janela.Foi assim, na sorte, que a polícia pren-deu o bando responsável pelo assalto quedeu um grande prejuízo ao posto.

O veículo foi interceptado na altu-ra da Linha Amarela, em São Vicente,quando foram recuperados documen-tos e uma parte do dinheiro roubado eapreendidas duas pistolas de calibre380. A ocorrência foi registrada no 5.Distrito Policial de Santos pelo delega-do Niêmer Nunes Júnior. O grupo foiautuado em flagrante por roubo quali-ficado e formação de quadrilha.

POLICIAMENTO OSTENSIVO

“Todo trabalho da Polícia Civil não édesprezado pelo sindicado e pelosrevendedores. Nós reconhecemos o em-penho dos investigadores em prender asquadrilhas. O fato é que precisamos de

mais policiamento osten-sivo preventivo porquedepois do crime consu-mado, é muito difícil en-contrar os marginais erecuperar o produto doroubo”, argumenta opresidente do Resan,José CamargoHernandes, que cita oseu próprio exemplo, doAuto Posto JardimAnchieta, para mostrara ousadia dos bandidos.

A maior preocupa-ção, no entanto, é coma vida dos revendedorese dos funcionários.

REGISTRAR BO’S

Aliás, Hernandes tem conversadocom revendedores de outros estadose até do Interior de São Paulo, ondea situação não é diferente. Apesar dascobranças feitas às polícias para quehaja mais policiamento preventivo etambém invetigações que resultem naprisão dos marginais, Hernandes tam-bém pede aos donos de postos queatendam ao apelo do delegadoseccional de Polícia Civi l ,

Elpídio Ferrarezzi, para que não dei-xem de registrar boletim de ocorrên-cia mesmo quando se tratar de umassalto com prejuízo pequeno.

“De nada adianta a gente reclamarque falta policiamento ostensivo, sequando somos assaltados não registra-mos a ocorrência. Vamos cumprir como que a Polícia nos pede para, depois,podermos reivindicar mais segurança”,conclui Hernandes.

POSTOS SÃO ALVOS DE NOVOS ASSALTOS

Já é possível verificar se o posto degasolina vende um produto honestologo depois de encher o tanque, commeio giro na chave de ignição, semsequer ligar o motor. A técnica, queestá sendo disponibilizada por pesqui-sadores da Unicamp, baseia-se em umsensor instalado em fibras ópticas es-peciais fabricadas na Faculdade deEngenharia Mecânica (FEM).

Utilizada pela primeira vez para estafinalidade, a fibra óptica permite mediras concentrações na mistura de álcool egasolina, a eventual adição de água nocaso do álcool puro ou a presença deprodutos estranhos em gasolina adulte-rada. “A grande vantagem é que esse sis-tema mede os valores em tempo real.

PESQUISADORES DA UNICAMP DESENVOLVEM SENSORCAPAZ DE DETECTAR FRAUDE EM COMBUSTÍVEL

Não é preciso coletar uma amostra paraanalisá-la em laboratório”, afirma o pro-fessor Carlos Kenichi Suzuki, do Depar-tamento de Engenharia de Materiais.

Mais do que detectar uma possívelfraude contra o consumidor, a mesmatécnica pode ser usada em cada passoda cadeia produtiva. Calibrado paraidentificar os componentes a cada se-gundo ou microssegundo, o sensorpermite conferir a qualidade do com-bustível enquanto corre pelo duto naindústria, nos depósitos das agênciasde distribuição, na chegada ao postode gasolina, até o consumidor final.

O professor Suzuki explica que veí-culos “flex” já possuem um sensor, masque fica instalado no escapamento para

determinar o nível de gasolina e de álco-ol na emissão dos gases. E, ainda assim,a medição é feita eletronicamente em ummicroprocessador. “O ideal é ter o sensorno momento de entrada do combustívele não apenas na sua queima”, observa.

O único problema é que a chegadadesta técnica até o consumidor não de-pende dos pesquisadores da Unicamp, masde empresas que se disponham a investirpara transformá-la em produto. “Não énossa preocupação montar uma ‘caixa-preta’ para colocar o sensor ecomercializá-lo. Para nós, pesquisadores,o sensor de combustível é apenas umaaplicação a mais, dentre muitas que des-cobrimos para as fibras ópticas especiaisque produzimos”, diz Carlos Suzuki.

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A frota de veículos no Estado de SãoPaulo cresceu 26% nos últimos qua-tro anos, segundo dados do Departa-mento Nacional de Trânsito(Denatran). No total, são 3,2 milhõesde automóveis, motos, caminhões eônibus a mais circulando nas ruas erodovias paulistas. Bom negócio paraa revenda de combustíveis, certo? Er-rado! Postos & Serviços fez o cruza-mento de dados com o volume de com-bustíveis vendidos. Nem de longe, noentanto, o setor acompanhou essepercentual. Por quê?

O não-acompanhamento das ven-das de combustíveis na mesma pro-porção do crescimento da frota paulistase explica pela substituição dos carrospelas motos, muito mais econômicas.Em Santos, por exemplo, eram 29.500motos em 2002 contra 44.744 no anopassado. Em São Vicente, o númeropassou de 11 mil para 23,3 mil.

Na maioria das cidades, olicenciamento de novas motos dobrou.Até mesmo no Vale do Ribeira houve uma

explosão nas estatísticas. Cidades peque-nas como Cajati que, em 2002, tinha 534motos chegou em 2006 com 1.308. EmRegistro, o crescimento no período foide 2.177 para 3.629 unidades.

A conclusão é óbvia: o alto preçoda gasolina espantou os fregueses.Quem pode, deixa o carro na gara-gem e sai de moto para trabalhar oumesmo passear. No final do mês, aoinvés dos 100 litros de combustível

que abastecia o carro, ape-nas 20% disso foram neces-sários para rodar os mes-mos quilômetros, só que emduas rodas.

“As pessoas não deixaramde ter carro, mas o utilizamapenas para viajar. A moto épara a rotina do dia-a-dia. Omovimento no posto está igualou maior do que em anos an-

teriores; o fluxo de veículos continuagrande, mas a galonagem é a mesmapor conta das motos e do abastecimen-to de carros com R$ 10,00 ou R$20,00”, analisa Dílson Fonseca, geren-te do Auto Posto Montana de Registro.

Essa mesma análise justifica, assim,o crescimento tímido das vendas na-cionais de combustíveis. A Petrobrasestima um aumento de 3% no consu-mo a cada ano. Mas, em 2006, porvários meses, a ANP divulgou balançonegativo. Em outubro, por exemplo, oconsumo da gasolina C, o segundoprincipal produto do portfólio daPetrobras (só perde para o diesel), atin-giu 2 bilhões de litros, com queda de3,06% em relação a setembro do mes-mo ano. De janeiro a outubro de 2006em comparação ao acumulado de 2005,houve aumento de apenas 2,03%.

O crescimento nas vendas estásempre atrelado ao desempenho daeconomia. “Quando tem dinheiro nobolso, o consumidor viaja, passeia maise, consequentemente sai mais de car-ro. Quando não, o carro fica na gara-gem. Entretanto, o prazer de ter umcarro é único para o brasileiro, mesmoque ele continue indo trabalhar de ôni-

bus”, analisa JoséCamargo Hernandes,presidente do Resan.

FROTA CRESCE, MAS VENDAS NÃO AUMENTAMEnquanto a Petrobras estima aumento de apenas 3% no consumo de combustível aoano, trânsito paulista recebeu mais de 3 milhões de novos veículos. Qual o mistério?

Só em Santos, onúmero de motospassou de 29,5 milpara mais de 44,7mil. No Vale doRibeira, porexemplo, Registrotinha 2.177 motose hoje possui3.629 unidades

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Segundo a pesquisa daSeade, o número de veí-culos no Estado de São

Paulo cresceu quatro ve-zes mais do que a popula-ção paulista entre 2002 e2006. Aqui na BaixadaSantista, a frota apenas

de carros passou de210.303 para 252.237,

enquanto a de caminhõespulou de 13.116 para

15.932 e a de motos, de66,6 mil para 123.270.

Em municípios menores,do Vale do Ribeira, tam-bém houve um aumento

na frota licenciada.

FROTA CRESCE4 VEZES EMSÃO PAULO

Sérgio de Mattos, revendedor há 42anos, é o novo presidente do Minaspetro(Sindicato do Comércio Varejista deDerivados de Petróleo de Minas Gerais),substituindo a Paulo Miranda Soares,presidente em exercício daFecombustíveis. A nova diretoria, eleitapara o triênio 2007-2010, tomou posseno último dia 23 de março, em solenidaderealizada na recém inaugurada sede doMinaspetro, em Belo Horizonte. Asolenidade de posse foi prestigiada pormais de 200 pessoas, entre elas JoséCamargo Hernandes, presidente doResan e Manoel Fonseca da Costa, doSindcomb (Município do Rio de Janeiro).MATO GROSSOJosé Fernando Chaparro foi reeleitopresidente do Sindipetróleo-MT.

O advogado tributarista Denis deMiranda Fiúza é o novo advogado doResan. Professor de Direito Tributárioda UniSantos, dos cursos de graduaçãode Direito e do MBA Executivo emComércio Exterior e NegóciosInternacionais, ele assume o lugar deCléucio Nunes, que desde o anopassado está prestando serviços aoMinistério da Educação e acaba detransferir residência definitivamentepara Brasília.

Fiúza mantém escritório em Santoshá 17 anos e é também mestre em Di-reito Internacional pela UniSantos, alémde professor da Escola Superior de Ad-vocacia e chefe da Comissão de DireitoTributário da OAB Subseção Santos.

O advogado irá acompanhar proces-sos gerados após representações do Resancomo o dos tanques suplementares emcaminhões e o descumprimento da legis-lação por hipermercados que mantêmpostos em seus estacionamentos com amesma inscrição estadual, além das di-versas ações judiciais já em andamento.

Os revendedores do Pará conse-guiram uma vitória contra averticalização. O sindicato da catego-ria (Sindepa) ingressou com umaimpugnação à participação da BRDistribuidora em uma licitação pro-movida pela Secretaria da ReceitaFederal naquela região. A Fazendadecidiu deferir em parte as argumen-tações da revenda, no sentido deincluir dispositivo no edital que impe-ça a participação direta de distribui-doras de combustível.

PARÁ BRECA LICITAÇÃO QUEFAVORECIA BR DISTRIBUIDORA

RESAN CONTRATANOVO ADVOGADOTRIBUTARISTA

MINASPETRO ELEGESÉRGIO DE MATTOSCOMO NOVO PRESIDENTE

Sérgio de Mattos, Aldo Guarda, LeonardoCanabrava, Paulo Miranda e José Hernandes

A nova diretoria eleita do Resanpara a gestão 2007/2010 tomaráposse no próximo dia 4 de maio,às 19h30, nos salões do MendesPlaza Hotel, em Santos. A soleni-dade , que reun i r á o quad roassociativo e autoridades, tambémlembrará os 14 anos de fundaçãodo sindicato. Na oportunidade, opres idente da Fecombust íve is ,Luiz Gil Siuffo Pereira, será ho-menageado com o prêmio GrandeMérito Resan pelos seus 50 anosdedicados à revenda, 20 de lescomo líder máximo da categoriaà frente da Federação.

DIRETORIA DO RESANTOMA POSSE EHOMENAGEIA GIL SIUFFO

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CONVENIÊNCIA É NOTÍCIACONVENIÊNCIA É NOTÍCIACONVENIÊNCIA É NOTÍCIACONVENIÊNCIA É NOTÍCIACONVENIÊNCIA É NOTÍCIAPor Cláudio Correra, diretor da MPP Marketing e professor da PUC/SP ([email protected])

“A cultura do varejo em nosso país aindarotula o empresário com a conotação de “co-merciante”, aquele atravessador que quer ti-rar o rico dinheirinho da comunidade, ven-dendo caro e nem sempre aquilo que o clien-te quer comprar.

É preciso entender que o varejo, e não ocomércio, como ainda é chamado na maioriadas cidades brasileiras, é sim uma das ativi-dades econômicas mais antigas e promisso-ras do planeta, por aproximar pessoas e ofe-recer-lhes produtos e serviços que variamdesde as necessidades básicas, como as maislúdicas que se possa imaginar, satisfazendoa todos os gostos nos mais diferentes mo-mentos de compra.

Ser comerciante pode não ser a melhordas profissões e também não exige qualifica-ção, mas exige, sim, esperteza, boa conversa,24 horas diárias de dedicação ao negóciopara não ser “roubado”, etc. Muitos fizeramfortuna provando dessa receita milenar, ou-tros criaram e formaram seus filhos e têm muitoorgulho disso, mas poucos deixaram “umnegócio” para seus descendentes, até por-que o sonho do comerciante sempre foi terfilhos doutores, mesmo que pobres.

Outros, com um visão de sobrevivênciados filhos e genros, abriram filiais para que

eles pudessem ter seu ganha pão e futurogarantidos, mas a maioria esqueceu de per-guntar a eles se estavam dispostos a seguiro caminho da intuição comercial e dedicaçãoplena ao “balcão”. A maioria acabou em fra-casso e, para não ficar mal na cidade, se saimelhor com desculpas do tipo “o ponto nãoera bom”, “a economia e as políticas do go-verno não ajudaram”, e daí por diante.

O cenário mudou com a figura do varejis-ta-profissional, atento às movimentações domercado, à busca de novidades para ser reco-nhecido como o primeiro a entregar valor aocliente e não simplesmente produtos que po-dem ser comprados em qualquer lugar.

Fazer dinheiro no varejo ficou mais difí-cil, mas em compensação os mais prepara-dos que estendem seu olhar além do próprioumbigo, ganham dinheiro, crescem e até po-dem ser comprados por grandes grupos.

O varejo é uma atividade que pode secomeçar pequeno, aos 15, aos 40 ou alémdos 60 anos de idade e se tornar grande ebem sucedido. Esse negócio de lojinha decomerciante é coisa do passado. O mundomoderno impôs ao varejo um novo papel, oda tecnologia, de lojas limpas, organizadas,que oferecem produtos que os consumido-res querem comprar, serviços na forma de

excelente atendimento, facilidades em meiosde pagamento, rapidez ... Até o estaciona-mento na porta do estabelecimento é valori-zado atualmente... ou sempre foi e nós nuncanos demos conta disso.

O mercado de serviços automotivos ain-da é tratado por muitos como posto de gaso-lina e operado como antigamente, quandonós andávamos com carros, ou melhor, car-roças de baixa tecnologia. Hoje circulamosem automóveis, picapes, e até caminhõescom recursos e conforto que valorizam omotorista, enquanto boa parte dos pontosde venda que os atendem ainda está focadoem seguir os preços da concorrência semapresentar diferenciais de marketing.

O destaque atual de varejo/serviços é oda companhia área Gol, nascida há pouco maisde cinco anos, fruto de uma fortuna feita comlinhas de ônibus, nascida no interior de Mi-nas Gerais. Presidida por um filho bem prepa-rado, hoje com apenas 38 anos de idade, aempresa já é a segunda maior do setor nopaís, dá lucro, voa com suas aeronaveslotadas, mesmo depois de ter sofrido o maioracidente da história da aviação brasileira hácerca de seis meses. Até há pouco tempo, oexemplo era o comandante Rolim, que revolu-cionou o mercado aéreo com a TAM”.

“Somos varejistas ou donos de lojinhas?”

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Confira os índices máximose mínimos e as variações depreços e custos de combus-tíveis, segundo dados ofici-ais da Agência Nacional dePetróleo (ANP).Os índices citados são refe-rentes à média nacional, doEstado de São Paulo e decinco cidades da BaixadaSantista (Santos, São Vicente,Praia Grande, Itanhaém,Cubatão e Guarujá) e de-vem ser utilizados apenascomo fonte de informaçãopara o gerenciamento dospostos revendedores.

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INDICADORES

RANKING DE CUSTOS E PREÇOSFEVEREIRO X MARÇO

METODOLOGIA:O Levantamento de Preços e de Margens de Comercialização de Combustíveis abrange GasolinaComum, Álcool Etílico Hidratado Combustível e Óleo Diesel Comum, pesquisados em 411 municípiosem todo o Brasil, inclusive Estado de São Paulo e as cidades de Santos, São Vicente, PraiaGrande, Itanhaém, Cubatão e Guarujá. O serviço é realizado pela empresa Polis Pesquisa LTDA.,de acordo com procedimentos estabelecidos pela Portaria ANP Nº 202, de 15/08/00. O trabalhoparalelo desenvolvido pelo Resan consiste em compilar os dados e calcular as médias de preços ecustos praticados pela revenda e pelas distribuidoras, sempre com base nos dados fornecidos pelosite da ANP. Mais informações pelo www.anp.gov.br ou pelo 0800-900267.

CONFIRA OS VALORES DE FORMAÇÃODOS PREÇOS DA GASOLINA E DIESEL

Fonte: Fecombustíveis(*) Valores médios estimados

FEVEREIRO (1)Semana 18 A 24

MARÇO (2)Semana 25 A 31

PREÇO AO CONSUMIDOR PREÇO DA DISTRIBUIDORA

PREÇO AO CONSUMIDOR PREÇO DA DISTRIBUIDORA

VARIAÇÕES (2-1)Média

ConsumidorMédia

Distribuidora

Consulte linha completa: www.leone.equipamentos.com.br

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ANIVERSARIANTES

Variedades

PARA ANUNCIAR,LIGUE (11) 5641-4934OU (11) 9904-7083

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AV. ANA COSTA, 136 - VILA MATHIAS - SANTOSTELEFAX (013): 3233-2877

www.labormed-sso.com.br - e-mail: [email protected]

ESTACIONAMENTO PARA CLIENTES NO LOCAL

SAÚDE OCUPACIONAL

MARÇO

Dados fornecidos pela secretaria do Resan:Helena Pinto da Silva - secretária; Marize

Albino Ramos - Central de Dados e Documenta-ção; Maria do Socorro G. Costa - Telemarketing

2ª QUINZENA DE ABRIL

18 Alberto Witkowski

Auto Posto Beira Mar de Itanhaém - Itanhaém

André Rodriguez Pereira

Auto Posto Pariquera-açu - Pariquera-açu

Geraldo Toshiiti Oki

Oki Centro Automotivo - Registro

19 Arazil Samartins

Auto Posto Vale do Itariri - Itariri

Eloy Enriquez Casal

Auto Serviços Indaiá - Santos

Fórmula Indy Comércio e Serviços - Santos

Clean Car Super Lavagem Autom e

Comércio - Santos

Auto Posto Praia Azul - Mongaguá

Auto Posto Via de Rossano - Santos

Nelson Gonçalves Pinto

Auto Posto 7 Passos - Peruíbe

20 Roberto Goiti Hashimoto

Auto Posto Ouro Verde Sete Barras -

Sete Barras

22 Antônio Carlos da Silva Sobrinho

Auto Posto Fortaleza do Litoral - São Vicente

24 Luiz Carlos Matte

Auto Posto Romano - Santos

25 Ademir Corrêa

Auto Posto Umuarama - Santos

Tânia Maria Guzenski

Auto Posto Antônio Emerick - São Vicente

27 Augusto Pignatari Rovai

Raffaele Vestenius Auto Posto Aster - Guarujá

Luigi Vestenius Auto Posto Aster - Guarujá

João Ferrarez Júnior

Auto Posto Miramar - Guarujá

2ª QUINZENA DE ABRIL

1ª QUINZENA DE MAIO1ª QUINZENA DE MAIO

1 Marcos Antônio Dip Abud

Auto Posto Arara Thuany - Guarujá

2 Elisabete Pires Leite Calpena

Posto Conselheiro Nébias - Santos

3 Fábio Pereira Doutor

Michigan Auto Posto - Praia Grande

5 Napoleão Fernandes Morais

Auto Posto Oceano Atlântico - Santos

6 Álvaro Francisco Ameixeiro

Super Posto 800 Milhas - São Vicente

7 Hélio Shogi Sassaki

Sassaki & Filhos - Registro

10 Leandro Ribeiro Goldoni

Comércio e Serviços Automotivos

Tropical - Santos

11 João Luiz Fernandes

Auto Posto Xixová - Praia Grande

12 José Roberto Gonçalves

João Gonçalves Posto de Gasolina -

São Vicente

15 Antônio Luiz Sobrinho

Auto Posto Fortaleza do Litoral -

São Vicente

Marcos Campagnaro

Auto Posto Brumar - Santos

01 Reunião coma Federação dosEmpregados emPostos de Servi-

ços, em Santos, acompanha-do pelo assessor técnicoAvelino Morgado;07 Reunião com o consultorda 1Minuto Conveniência,Décio Zambrini, em Santos;08 Reunião no Sebrae, emSantos, acompanhado doassessor Avelino Morgado;15 Reunião do Grupo deTrabalho da Fecombustíveispara tratar da minuta da reso-lução sobre grande consumi-dor, em São Paulo;- Reunião Plenária daUNISEMPRE, em Santos,representado pelo assessorde comunicação Luiz Antônio;- Reunião com o Sindicatodos Empregados em Postosde Serviços, em Santos, re-presentado pelo diretor FlávioRibas, o assessor AvelinoMorgado e o advogado Dr.José Ivanóe Julião;23 Solenidade de posse daDiretoria do Sindicato de Mi-nas Gerais (MINASPETRO),em Belo Horizonte/MG;28 Reunião Ordinária doConselho Regional do Senac,em São Paulo;

02 IBAMA:Recadastramentodo Relatório de Atividades;- Eleições no RESAN:José Hernandes éreeleito para mais ummandato;- SPC Santos reajustavalor da anuidade.03 ANP edita nova resolu-ção para amostra-testemu-nha.04 Atenção revendedor ban-deira branca.

29 Santa Felipe Rossi

Auto Posto Intermares - Praia Grande

Auto Posto Portal da Praia Grande - PG

30 Manuel Antônio ToméAuto Posto Bertioga - Bertioga

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Já houve tempo em que frentistas-mu-lheres eram vitrines para muitos pos-tos e até um meio de tornar o atendi-mento mais simpático e cordial. O quese vai discutir nesta matéria não é acompetência delas enquanto profissio-nais, mas se a pista de um posto é lu-gar para o chamado sexo frágil.

Outra constatação do mercado é quehouve uma retração no número defrentistas-mulheres nos postos da regiãonos últimos meses. Postos & Serviçossaiu atrás da opinião de revendedores econstatou que ainda há muita divergên-cia sobre contratá-las ou não.

No Auto Posto Tropical, em San-tos, as mulheres nunca chegaram per-to da pista. Segundo o proprietário Ale-xandre Ribeiro Goldoni, a preferênciapor funcionários homens é devido aogrande volume de trabalho pesado queo posto demanda. “Nosso forte é a ven-da de diesel, o que exige muita forçado frentista”. Além disso, diz Goldoniacredita que com uma mulher na pistaa discórdia entre os empregados au-mentaria. “Os homens já não se enten-dem entre si, pois o frentista mais novotem que ajudar o mais velho e não ga-nha nada a mais por isso. Imagine commulheres na pista”.

Artur Schor, do Auto Posto Vila Nova,em Cubatão, também faz parte do grupoque acha que mulher e a profissão defrentista não combina. “O serviço nãoflui”, diz. Não que ele as considere in-competentes, mas receia o assédio dopúblico masculino. Artur não acredita nopoder delas de atrair mais clientes. Pelocontrário. “Caso a moça tenha um mari-do ou namorado ciumento, o posto teráproblemas. Para mim, a relação entremulher e pista de posto não casa”.

Jaciel Antonio Paulino é gerente doMar Azul, em Santos, outro posto quenão contrata mulheres para a pista. Lá,no entanto, a loja de conveniência édelas. Pedro Severino da Silva, do AutoPosto Pedro Lessa, observa que ospostos, em geral, estão com menosmeninas na pista do que há alguns anos.

Lá, a experiência de manter duasfrentistas na equipe não deu certo. Hoje,os homens dominam.

EM CONTRAPARTIDA

Giuliano Gómez, dono do Auto PostoFórmula 3, em Santos, gosta do dife-rencial no atendimento feito pelas mu-lheres e, por isso, há três anos mantémduas frentistas na pista. “Para a abor-dagem do cliente, a mulher é melhor: oprimeiro contato será sempre mais de-licado e atencioso”.

Gómez relata nunca ter tido proble-ma com os demais funcionários, “poistodos sabem que as meninas foramcontratadas para abordar o cliente e oshomens, para fazer o serviço pesado”.No Fórmula 3, inclusive, elas ajudarama aumentar a clientela.

José Luiz Ebole Villa Manim, pro-prietário do Auto Posto Espumas, tam-bém em Santos, compartilha da mes-ma filosofia que Gómez. Ele afirma queos motoristas preferem ser atendidospela mulher e que contratá-las é umamaneira colocar em prática a igualdadede direitos no mercado de trabalho.José Luiz também fala da atenção dis-pensada por elas ao consumidor e ga-

rante que o preconceito e a discórdianão existem em seu estabelecimento,nem por parte dos funcionários e nempor parte dos frequentadores. “Aquitodo mundo se ajuda”.

CONFIANÇA

Kellin Fabiane da Silva Cruz traba-lha como frentista no Auto Posto Es-pumas há cinco anos. Segundo ela, otratamento por parte dos clientes é óti-mo, porém diz ainda sofrer discrimi-nação. “Alguns homens preferem seratendidos por frentistas homens, pornão confiarem 100% no serviço reali-zado por mim”. Até mesmo algumasmulheres gostam mais quando umfrentista as atende, avalia Kellin.

A frentista garante que não faz cor-po mole mesmo nos serviços mais pe-sados. “Não gosto de pedir ajuda paraos meus colegas. Peço em último caso”.A pior tarefa, na opinião dela, é carregarbotijão de gás. “Muitas vezes carregosozinha vários botijões por dia”.

E quanto ao assédio dos homens?“Todos brincam de uma maneira respei-tosa”, responde Kellin, que sabe imporrespeito e não deixa as brincadeirasextrapolarem do que considera saudável.

MULHER COMBINA COM APROFISSÃO DE FRENTISTA?Elas já não são vistas com tanta frequência nas pistas dos postos

Kellin Fabiane: “Só peço ajuda em último caso. Ainda há discriminação”, lamenta

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