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    O sistema do Arquivo Municipal de Sines nos sculosXVII-XIX

    Sandra Cristina Patrcio da SilvaArquivo Municipal de Sines

    Largo Ramos da Costa

    7520-159 Sines

    Tel: 269860090

    E-mail: [email protected]

    RESUMOEste comunicao pretende apresentar elementos paramelhor compreender o sistema de arquivo da CmaraMunicipal de Sines atravs da anlise das tipologias

    documentais produzidas pela mesma entidade entre asegunda metade do sculo XVII e o sculo XVIII.

    PALAVRAS-CHAVE: sistema de arquivo, anlisediplomtica, tipologia documental, poca Moderna

    INTRODUOO pequeno trabalho que aqui se apresenta recupera, emgrande parte, um trabalho realizado em 2008 no mbitodo mestrado em Cincias da Informao e daDocumentao na Universidade de vora.

    Na primeira parte discute-se a organizao arquivsticaoriginal do Arquivo Municipal de Sines. A segunda

    parte pretende caracterizar o concelho de Sinesenquanto unidade administrativa, dando relevo aoselementos que possam permitir a interpretao dosistema documental produzido pelo municpio

    Na ltima parte do trabalho, analisam-se documentosseleccionados aleatoriamente nas seguintes unidades deinstalao: Livro de vereaes (N 4, 1702-1710); Livrodas posturas (1703-1798); Livro de registo de leis eordens (livro n 1, 1655-1678); Livro de registo dasarremataes das rendas e bens do concelho (livro 1,1731-1751); Tombo dos Bens do Concelho (1767-1848)e o Livro dos Provimentos (livro 1, 1712-1747). Estesdocumentos podem ser consultados no Arquivo

    Municipal de Sines.

    A ORGANIZAO ARQUIVSTICA ORIGINAL

    O Arquivo Municipal permaneceu at extino doConcelho, em 1855, na casa da cmara, situada naPraa, defronte ao pelourinho, na actual Praa TomsRibeiro.

    Em 1850 Lus Francisco Lopes refere-se a "dez livrosde sesses" e ao foral. No se refere a outras sries quechegaram at aos dias de hoje, como o livro de posturasou os termos de arrematao, talvez por no osconsiderar relevantes. No entanto, na sua obra BreveNotcia de Sines utiliza a documentao da CmaraMunicipal, quer para recolher informao quer para

    confirmar afirmaes. Assim, no cita o Tombo da vila,mas explica que A Camara no tem uma demarcaoexacta do seu Municipio(LOPES, 1985,P.37), numaaluso a um documento redigido principalmente nosculo XVIII, o qual utilizava as medidas antigas elocalizava a propriedade atravs de referncias a

    acidentes geogrficos e aos nomes dos seus habitantes.

    Mas Francisco Lus Lopes refere-se a um outro Tombo,mais antigo, e hoje desaparecido (Lopes, 1985, p. 39).Ao mencionar o castelo, cita um passo de um trasladodo tombo, encontrado no Livro da Cmara da Villade 1631. O mesmo livro citado mais adiante, quanto oautor se refere capela de Nossa Senhora das Salas(LOPES, 1985, p.68).

    Refere-se ainda a receitas e despesas da Cmara,informao contida em documentos como livros deregisto de receita e despesa ou oramentos, hojetambm desaparecidos (LOPES, 1985, pp.59-61). Outrafonte de informao, que podemos ainda hoje consultar, o livro dos Expostos, um registo das crianasexpostas, os seus sinais e as amas a quem foramentregues. O quadro apresentado apresenta um limitecronolgico (1836-1849), prximo aos limitescronolgicos do documento (LOPES, 1985, p. 63).

    Contudo, as fontes de informao mais utilizadas porFrancisco Lus Lopes so as orais, a partir dostestemunhos dos prceres da terra, como Joo de JesusEstrela, Daniel Jos de Matos ou Carlos Pidwell(LOPES, 1985, pp.123-124).

    Antnio Macedo e Silva, em 1869, publica um conjuntode posturas municipais promulgadas em 14 de Abril de1849 (SILVA, 1869, pp. 145-149). Graas aos Annaesdo Municipio de Santiago do Cacem possvel hojeconhecer estes documentos, j que desapareceram.

    A organizao original dos documentos manteve-se,possivelmente, at extino do concelho. O arquivofoi enviado para Santiago do Cacm. No mesmo ano emque o concelho foi restaurado, em 1914, em Julho, oarquivo regressou a Sines. Era devolvido um dossmbolos de autonomia e de capacidade de gesto de umterritrio, os documentos comprovativos dos direitosdos muncipes e da autarquia.

    Na dcada de 40 do sculo XIX foi conferida umaordem aos documentos que depois se perdeu. Na maior

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    parte dos livros encontra-se uma etiqueta com umnmero identificativo da ordem de arrumao, com aseguinte ordem:

    1- Posturas. 1703/1798. Um livro.2- Registo de leis e ordens. 1655/1821. Treze livros.3- Actas das vereaes. 1667/1852. Quinze livros.4- Provimentos. 1712/1824

    5-

    No foi encontrado.6- No foi encontrado.7- No foi encontrado.8- Arrematao das rendas do concelho. 1731/18499- Copiador de ofcios. 1845/1850. Um livro.10- Criao de expostos. 1834/1851. Um livro11- Termos de fiana aos socorros dos lavradores.

    1835/183512- Matrcula de barcos de pesca. 1840/1841. Um

    livro.13- Matrculas de jurados. 1835/185514- Tombo dos bens do concelho. 1767/1848. Um

    livro.

    O arquivo da Cmara Municipal de Sines cresceuexponencialmente ao longo do sculo XX. Dos 52livros e cinco cadernos iniciais passaram-se a 15,25metros lineares, dimenso da documentao produzidadurante a Primeira Repblica (1914-1926) e a DitaduraMilitar e o Estado Novo (1926-1974). Sabe-se queaquando da restaurao do concelho, em 1914, os paosdo concelho funcionaram provisoriamente no primeiroandar do castelo. Em 1916 foi adquirido um palaceteem So Sebastio onde se instalaram os paos doconcelho, as escolas primrias, a Repartio dasFinanas e o Registo Civil. Os documentos de arquivo

    mais antigos conservaram-se no sto do edifcio at sua demolio nos anos 70 pelo Gabinete da rea deSines fez obras profundas e nele se instalou. A CmaraMunicipal de Sines funcionou, at 1977, na rua TefiloBraga, e o seu arquivo na Rua Pro de Alenquer. Nosanos 80 o Arquivo foi transferido do sto dos Paos doConcelho para um anexo onde o arquivo intermdio domunicpio funciona at hoje.

    Nesse perodo os documentos dos sculos XVII, XVIII eXIX foram tratados pela Sra. Isabel Baptista,responsvel pelo Arquivo e a grande responsvel pelasua salvaguarda. Em 2006 abriu as portas o novo

    Arquivo Histrico, no Centro de Artes de Sines, onde adocumentao se encontra disponvel ao pblico.

    O fundo da Cmara Municipal de Sines est organizadode acordo com um plano de classificao funcional.Assim sendo, parte do princpio de que existem funesexistentes desde o incio do municpio e que, portanto,continuam a dar origem a documentos de arquivo. Soexemplos as actas das sesses, decorrentes da funo deorganizao e funcionamento da instituio. Outrasfunes e actividades nasceram e morreram ao longo dotempo, nelas se baseando um plano de classificaonico, independentemente do critrio cronolgico.

    BREVE HISTRIA DO CONCELHO DE SINES

    A vila de Sines, hoje cidade, situava-se na Comarca deOurique, uma rea onde a Ordem de Santiago de Espadadetinha vastos domnios senhoriais e jurisdicionais.Outros grandes proprietrios na Comarca eram os

    senhorios laicos, por via de doaes rgias, e asinstituies eclesisticas (conventos femininos einstituies para-eclesisticas).

    A partir de 1550 a Coroa torna-se administradora dosBens da Ordem de Santiago, e, como tal, pode delegar afruio do seu domnio territorial e o domniojurisdicional da vila de Sines a donatrios.

    A propriedade fundiria da Ordem no concelho pareceter correspondido da comenda da vila. As comendastinham sido, durante a Idade Mdia, unidadesadministrativas, militares e econmicas administradaspor um membro da Ordem em representao do Mestre.

    A transformao das ordens militares em grandessenhorios eclesisticos cada vez mais dependentes daCoroa tornou estas instituies, durante a pocaModerna, em conjuntos de bens e rendas doados aparticulares como forma de recompensa por serviosprestados. Os bens das comendas integravam bensfundirios, rendas e direitos de origem eclesistica ou

    no usufrudos pelas ordens e que transitaram destaforma para a posse dos laicos.

    O foral novo de Sines, de 1512 refere-se Ordem comodetentora do domnio territorial de Sines e receptora dadzima velha do pescado. A comenda de Sines integravaestes bens e direitos: (...) terras foreiras e regemgo dadopellos comendadores a sua disposiom e as pessoas quequerem e pollo preo com que se avem como cousapropria da dita hordem.

    Nos incios do sculo XVII o rendimento da comendaatingia os 600$000, dos quais grande parte eraproveniente da dzima do pescado (MARCAD, 1971,p. 73). O valor da mesma manteve-se pelo menos atmeados do sculo XVIII (idem).

    Tambm o domnio jurisdicional da Ordem de Santiagoem Sines foi transferido para uma casa senhorial laica,por doao rgia. Em 1554 D. Joo III doa ao duque deAveiro, filho do ltimo mestre da Ordem de Santiago deEspada, o senhorio jurisdicional da vila. A casa deAveiro passa a deter ento, at sua extino em 1758, aiseno de correio, o direito de conhecimento dasapelaes dos juzes ordinrios de Sines e a dada dasjustias e dos ofcios. Em 1758 o senhorio pertencia aoMarqus de Gouveia (FALCO, 1987, p.19), embora se

    desconhea a sua natureza.Para esta casa senhorial transitou a jurisdio detida pelaOrdem em Sines: mero e misto imperio, a jurisdiomxima. No entanto no dispomos de informaessuficientes que nos permitam esclarecer se a Casa deAveiro detinha tambm propriedade no concelho.

    A nomeao do alcaide-mor da vila, uma prerrogativa domestrado da Ordem de Santiago, pertencia ao monarcaenquanto governador e prepetuo admenistrador domestrado. No entanto a comenda de Sines pertencia aum donatrio. O monarca nomeava ainda o juiz daalfndega, o capito da vila, o juiz dos direitos reais, os

    tabelies (SOLEDADE, 1999, p.66).

    Para o sculo XVII existem poucas informaes acercado concelho. O relatrio do engenheiro militarAlexandre Massaii sobre o litoral alentejano, jelaborado depois da construo dos fortes de dentro e da

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    ilha em Porto Covo, d o nmero aproximado de 300vizinhos para o concelho (GUEDES, 1989, p.33).

    Este foi um sculo de contraco demogrfica a nvelnacional bem como de convulses polticas e militares.Em 1708, contudo, o padre Costa j refere o nmero de500 vizinhos para o concelho (COSTA, 1710), o que,com as devidas reservas relativas a estes nmeros,

    evidencia um ciclo de crescimento.Apesar disso, em 1758, aps o terramoto de 1755 e adestruio causada no concelho, o nmero de fogosregride para 480 vizinhos (FALCO, 1987, p.19). Nosfinais do sculo a vila tinha crescido somente dezasseisfogos (SOLEDADE, 1999, p.137).

    As revolues liberais significaram a criao do Estado-Nao. O espao administrativo foi reestruturado nosentido de racionalizar as relaes entre o Estado e oscidados liberais. Por outro lado, os dinamismoseconmicos da Regenerao valorizaram odesenvolvimento das produes alentejanas ao nvel de

    matrias-primas como o trigo, a cortia e o peixe, bemcomo o produto resultante da sua transformao(farinhas, pranchas de cortia e rolhas, conservas depeixe). Os grandes concelhos agrcolas alentejanosprocuraram rentabilizar a sua vocao agrcola.

    Foi neste contexto que o concelho de Sines, tal como osconcelhos de Vila Nova de Milfontes e Colos, foramextintos e incorporados em concelhos vizinhos, de reasuperior. Assim, o concelho de Sines foi incorporado node Santiago do Cacm, e Vila Nova de Milfontes, Colose o Cercal passaram a fazer parte do concelho deOdemira.

    Na segunda metade do sculo XIX Portugal conheceuum sensvel aumento demogrfico e das actividadeseconmicas (agricultura, indstria e comrcio) e deconstruo de vias de comunicao (estradas, caminhosde ferro, melhorias nos portos).

    Sines acompanhou o crescimento do pas. Em 1849 avila tinha 353 fogos e o termo 324, segundo FranciscoLus Lopes. A densidade populacional ficava-se pelos3,89 habitantes por fogo. Os locais mais povoados, almda vila, eram o Porto Cvo (50 fogos), o Vale da Roca eBurrinho (36).

    O porto de Sines recebia embarcaes de longo curso ede cabotagem. O comrcio inclua a exportao decortia, laranja e peixe, tanto para portos nacionais comopara portos estrangeiros.

    HISTRIA ADMINISTRATIVAAs instituies locais portuguesas da poca Modernadistinguiam-se das suas congneres europeias, e atibricas, pelo facto de apresentarem uma relativauniformidade e de estarem, do ponto de vista terico,sujeitas mesma legislao. A diversificao, noentanto, era visvel em vrios aspectos: dimenses dosterritrios variveis; os concelhos mais recentestendiam a ser presididos por juzes de fora; um nmero

    varivel de municpios estava sujeito confirmao dejustias e apresentao de oficiais pelos senhores,detentores da jurisdio em segunda instncia.Procura-se aqui contextualizar as tipologiasdocumentais produzidas pela Cmara Municipal deSines atravs da histria administrativa dos municpios

    modernos portugueses.

    Os oficiais honorrios, os vereadores, eram eleitos deentre os habitantes do concelho que no praticassemofcios mecnicos nem tivessem sangue infecto. EmSines havia dois vereadores dos trs previstos e um juizordinrio. As suas competncias so as seguintes(Ordenaes Filipinas, 1,66):

    a)

    Polticas: defesa da jurisdio do concelho(n.13), elaborao ou modificao das posturas(n.28);

    b) Econmicas: guarda e gesto dos bens doconcelho (ns2,6,12), superviso das obras doconcelho (n.24); fomento da arborizao(n.26), garantia do abastecimento (n.8),tabelamento dos preos e salrios (n.32 ss);

    c) Financeiras: decidir sobre despesas doconcelho e faz-las escriturar, propor aoscorregedores ou Desembargo do Pao olanamento de fintas, gerir fundos especiais(ns.35,40,44);

    d) Judiciais: julgar os factos de almotaaria einjrias verbais (n.5).

    Juntamente com os vereadores eram eleitos o almotac(I,69) e o procurador do concelho (I,69). O primeirotinha vrias competncias no domnio do abastecimentoe da regulamentao edilcia. Os muncipes podiamapelar para a Cmara e posteriormente para oDesembargo do Pao. So as seguintes:

    a) Inspeco dos mercados (I,68);b) Garantia do abastecimento (n4,8 ss,12);c) Verificao dos pesos e medidas (ns

    5,10,16,17);d) Fiscalizao das posturas sobre os mercados e

    regimentos de instalaes artesanais (n.11);e) Limpeza e regulamentao urbanstica(ns.18ss, 22ss);

    f) Justia no que respeita aos feitos das coimas(ns112);

    g) Julgamento dos feitos sobre limitaes propriedade urbana decorrente de relaes devizinhana (ns22).

    Quanto aoprocurador do concelho (I, 64) cabe-lhe agirem nome do concelho nos feitos relativos a rendas ebens concelhios (I, prembulo), arrecadar e guardar asteras do concelho (n.3) e desempenhar as funes dotesoureiro (I, 70, 2). No temos a certeza da existnciade um tesoureiro municipal.

    As eleies dos oficiais municipais sofreram umaelitizao. As Ordenaes Filipinas, publicadas em1603, determinavam que a eleio cabia aos eleitoresescolhidos pela reunio da cmara, devendo recair nosmelhores dos lugares. Faziam-se de trs em trs anos,e escolhia-se a composio da cmara para cada ano.Estas disposies foram modificadas para acentuar aelitizao e a hereditariedade dos ofcios municipais e atutela da sua eleio pelos magistrados e pelossenhorios, sendo as modificaes reunidas noRegimento de 8 de Julho de 1670.

    Os ouvidores ou corregedores escolhiam informantesque elaboravam a lista dos elegveis. Os eleitores eramconvocados para escolher aqueles que, dentro dosarrolados, deveriam exercer cada ofcio. As listas doselegveis, todos os mais nobres e da governana da

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    terra, sem raa alguma, eram enviadas paraconfirmao ao Desembargo do Pao ou aos senhores,como se tratava do caso de Sines.

    O escrivo da cmara (I, 71) era oficial remunerado. Assuas funes residiam na reduo a escrito doexpediente da vereao, sendo que possivelmenteacumulava o cargo de escrivo da almotaaria. Tudo

    indica que o escrivo da cmara era em simultneo oescrivo das sisas, dos rfos e do judicial e notas.Outros oficiais remunerados eram o meirinho e, como jreferimos, o tesoureiro. Mas no podemos dar a certezada sua existncia neste momento.

    Existe sim a certeza da existncia de um porteiroresponsvel pelas relaes entre o municpio, apopulao e outras entidades. O porteiro lanava ospreges relativos s sesses da cmara alargadas, aosavisos. Os oficiais da justia tinham funes muitodiversificadas, mais abrangentes do que os assuntosjurdicos.

    O juiz ordinrio (I, 65,4 ss) administrava a jurisdioordinria do concelho em primeira instncia, comapelao ao distrito. Eram oficiais honorrios e eleitos,muitas vezes no letrados. As primeiras alteraes a estequadro deram-se na segunda metade do XVIII. Umalvar pombalino de 5 de Setembro de 1774 proibia aosvereadores mais velhos o conhecimento final das causascveis e crimes, para obviar ao facto de substituremfrequentemente os juzes de fora. Contudo, foi revogadoem 1778.

    As suas funes eram as seguintes:

    a)

    Manuteno da ordem pblica (I,65);b) Defesa da jurisdio real (n.16);c) Conteno dos abusos dos poderosos (n.17);d) Polcia das estalagens (n.21);e) Batidas aos lobos (21);f) Assistir aos vereadores e aos almotacs.

    O juiz de fora, representante perifrico da justia do rei,formal, era de nomeao rgia. O juiz de fora queexercia funes em Sines era tambm juiz de fora deSantiago do Cacm, com carta na chancelaria de D.Afonso VI. As suas funes eram as seguintes:

    a)

    Lanamento das sisas;b) Superintendncia da cobrana do real de gua.

    No sculo XVIII as competncias do juiz de fora soalargadas, num contexto de centralizao poltica:vigilncia do contrabando, da edio de panfletossatricos, julgamento dos feitos da alfndega na falta dejuiz prprio, inspeco dos passaportes, arrecadao dosubsdio literrio. So ainda delegados locais daIntendncia de Polcia.

    No mesmo perodo o nmero de juzes de fora

    aumentou, embora em vrios concelhos, como o deSines, o juiz de fora no fosse residente. Em 1811 amaior parte do pas tinha concelhos presididos por juzesordinrios. Vrios factores condicionavam a actuaodos juzes de fora: a actuao por trinios levava-os aambientarem-se nos concelhos e a defender os interesses

    locais; as grandes extenses dos concelhos significavamas suas deambulaes permanentes.

    Os corregedores tinham jurisdio no mbito da justia:inquirio das justias locais, avocao dos feitos dosjuzes ordinrios e o conhecimento dos agravos srespectivas decises (verificao da eleio dos juzes evereadores, matrias de polcia). Tornam-se, na segunda

    metade do sculo XVIII, o principal instrumento deactuao da Coroa na esfera local.

    At 1790 o Reino dividia-se em jurisdies dascorreies, nas terras da Coroa, e nas ouvidorias, nasterras de donatrios. A legislao de 1790-92 extinguiuos ouvidores, embora apenas mudasse a sua designao.

    Os provedores tinham competncias no mbito dafiscalizao da cobrana dos impostos devidos coroa,assim como fiscalizavam as finanas municipais, assimcomo lhes dizia respeito a fiscalizao das misericrdias,confrarias e legados pios. Sines integrava-se naprovedoria de Ourique, a qual correspondia, grosso

    modo, ao territrio da comarca do mesmo nome.

    Assim, na segunda metade do sculo XVIII reforam-seas disposies no sentido de reforar o controlo docentro sobre os poderes locais. Antes do perodopombalino estas caractersticas explicam-se pelodeclnio do poder senhorial e reforo do real, peloaumento do nmero de juzes de fora.

    Ser a legislao de 1790-92 a marcar a viragem. A Leide 1790 extinguia as justias senhoriais e as ouvidorias,assim como a iseno de correio. No entanto, osdonatrios poderiam continuar a prover os lugares dejuzes de fora, desde que os candidatos fossem bacharisem leis. Os ouvidores das terras de donatrios seriamsubstitudos por juzes de fora.

    HISTRIA ADMINISTRATIVA DAS AUTARQUIAS NOLIBERALISMOA Revoluo Liberal de 1820 abriu um novo perodo dahistria de Portugal no que se refere s estruturaspolticas e administrativas. O aparelho administrativodo Antigo Regime reflectia os princpios da monarquiaabsoluta de concentrao dos poderes. Assim, tambmos magistrados renem funes administrativas,judiciais e fiscais.

    O princpio liberal da diviso dos poderes contraria atradio absolutista. Por outro lado, a vontade dedisciplinar e ordenar o territrio traduz-se na utilizaoda escrita e a cultura escrita como veculo decomunicao entre autoridades e como forma de provadas relaes entre os cidados e o Estado.

    O Decreto n 23 de 16 de Maio de 1832 cria novascircunscries administrativas, cujas designaes dedistrito, concelho e parquia s se fixam em 1842. Noque concerne os municpios o seu quadro administrativoalterou-se substancialmente com a perda da suaautonomia administrativa e a incluso na nvelAdministrao Pblica. A sua autonomia flutuar, no

    sculo XIX, entre a centralizao predominante e astentativas de descentralizao.

    O concelho de Sines foi extinto definitivamente em1855, no contexto de uma racionalizao do espaopoltico do pas. A organizao poltica liberal pautou-

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    se pela centralizao poltico-administrativa. Teveincio com a legislao de Mouzinho de Albuquerque,em 1834. Os rgos municipais so a cmara a Junta daParquia, eleitos.

    O decreto de 18 de Julho de 1835 divide o pas emdistritos, concelhos e freguesias e cria as figuras dogovernador civil e do administrador do concelho, e

    comissrio da parquia, representantes do poder central.Em 1836 os municpios recuperam a autonomiaexecutiva atravs do Cdigo AdministrativoSetembrista, promulgado em 31 de Dezembro de 1836.Nesse ano o concelho de Sines extinto em 6 deNovembro de 1836, sendo restaurado logo em 12 deJulho de 1837. As cmaras so eleitas anualmente e opresidente eleito pelos vereadores. Os presidentes tmcapacidade executiva e as cmaras podem lanar fintas,contribuies directas, indirectas ou mistas.

    J o Cdigo Administrativo de 1842, de 18 de Maro,promove a centralizao. As cmaras municipais soeleitas bianualmente, com base no voto censitrio. Nosconcelhos com menos de trs mil fogos, como era ocaso de Sines, elegiam-se cinco vereadores. O vereadormais votado era eleito presidente. Todas as decisescamarrias so obrigatoriamente aprovadas pelosgovernos civis, antes da sua entrada em vigor. Osconselhos municipais, dos quais tambm encontramosdocumentao em Sines, so compostos pelos maiorescontribuintes do concelho e so responsveis pelashipotecas e emprstimos contrados.

    Muitas das funes medievais se mantiveram durante oliberalismo, embora as deliberaes municipaiscarecessem de autorizao superior. Assim, as

    competncias ao nvel da regulao do comrcio, dalimpeza e sade pblicas, a conservao das ruas,passeios e edifcios do municpio, bem como asolicitao de emprstimos, a constituio de hipotecas,a aquisio e alienao de propriedade e a criao eadministrao das escolas eram assuntos, por vezes,difceis de resolver.

    Os documentos daqui resultantes eram produzidos econservados pelas secretarias. A secretaria da CmaraMunicipal responsvel pela redaco das actas dassesses da Cmara, pelo expediente e pelo arquivo.As reformas dos concelhos na tentativa dauniformizao administrativa conduzem extino devrias unidades administrativas centenrias. O de Sines extinto em 6 de Novembro de1836, sendo restauradologo em 12 de Julho de 1837. No entanto, o concelho deSines foi extinto pelo Decreto de 24 de Agosto de 1855e s foi restaurado definitivamente em 1914. Assim, aextino do concelho de Sines deu-se no quadro doCdigo Administrativo de 1842.

    TIPOLOGIAS DOCUMENTAIS PRODUZIDAS PELACMARA MUNICIPAL DE SINES

    A definio das tipologias documentais produzidas foi

    realizada atravs da anlise da documentaoproduzida, para, numa segunda fase, atribuir um ttuloautorizado. Para esta segunda tarefa foi utilizada a listade tipologias documentais elaborada por FernandaRibeiro na sua obra Indexao e Controlo deAutoridade em Arquivos(RIBEIRO, 1996, pp.148-151).

    Outra de fonte de informao a tabela de seleco emanexo Portaria n 1253/2009 de 14 de Outubro. Aanlise teve em conta, como fontes de informao, ottulo do livro, o termo de abertura, o ttulo dodocumento e o sumrio. Procurou-se elencar todas astipologias existentes nas seguintes unidades deinstalao:

    Livro de vereaes. N 4, 1702-1710; Livro das posturas. 1703-1798; Livro de registo de leis e ordens. N 1, 1655-

    1678; Livro de registo das arremataes das rendas e

    bens do concelho. N 1, 1731-1751; Tombo dos Bens do Concelho. 1767-1848;

    Livro dos Provimentos. N 1, 1712-1747; Copiador de ofcios, 1845-1850; Matrcula de barcos de pesca, 1840-1841; Termos das fianas dos socorros dos

    lavradores, 1835-1835; Criao de expostos, 1834-1851;

    Quitao de legados pios. 1881-1948

    Acta de reunio (PT/CMSNS/CMSNS/FOR//1)As actas so documentos em que se registam osresumos das ocorrncias de uma reunio, assembleia ousesso, registando-se ainda as deliberaes tomadaspelos seus membros. So lavradas em livros prprios, epodem formar coleces, tendo em conta que soreunidas de acordo com o facto de constiturem resumosdas ocorrncias em reunies.

    A Cmara Municipal de Sines, entre os sculos XVII eXVIII, designa-as enquanto termos, acto que, do ponto

    de vista diplomtico, tem a mesma natureza dedocumento diplomtico testemunhal de assentamento(BELLOTO, 2002, pp. 48 e 88), a qual atribuda acta. Os termos distinguem-se das actas na medida emque constituem declaraes que registam um actoadministrativo, contratual, de ajuste ou uma vontade.Assim sendo, pode considerar-se que os termos daCmara Municipal de Sines so actas, sempre queregistam os acontecimentos de uma sesso, ou termos,sempre que dizem respeito ao registo de actos (registosde uma aco da Administrao).

    Cada termo de vereao apresentava, no protocolo

    inicial, as datas tpica e cronolgica, a intitulao daautoridade municipal e a identificao dos presentes(juiz de fora, vereador mais velho na ausncia do juiz defora. vereadores, procurador do concelho, muncipes).No texto indicava-se o resumo dos assuntos discutidos eas resolues.

    Finalmente, o protocolo final continha o fecho(mandaro fazer este termo que elles assignaro. E euSebastio de Oliveira Fogassa escrivo da camara oescrevi.), assim como as assinaturas, rubricas e sinaisdos presentes, sempre que no sabiam assinar (formasde autentificao). Os livros do sculo XVII e primeira

    metade do sculo XVIII continham um termo deencerramento, o qual referia que, no havendo nada adeliberar, se encerrava a sesso. Os termos deencerramento faziam-se para todas as actas, mesmo quetivesse havido algo a deliberar.

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    Acta de eleio (PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1)

    Documento que regista e resume todas as ocorrnciasdurante a eleio de um oficial. dito tambm termode eleio de almotacs e aferidores e respectivojuramento. Contm uma estrutura semelhante acta dereunio.

    Termo de fiana (PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1)

    Um termo, como j foi explicitado, regista um actoadministrativo, contratual, de ajuste ou de uma vontade.O termo de fiana tem como objectivo registar aexistncia de uma pessoa que garantisse um pagamentoao municpio. Contm um protocolo inicial, do qualconstam as datas tpica e cronolgica, a intitulao daautoridade municipal e a identificao dos presentes(juiz de fora, vereador mais velho na ausncia do juiz defora. vereadores, procurador do concelho, muncipes). Otexto identifica o fiador e as garantias que apresenta, oindivduo que necessita de ver garantido o seupagamento assim como o bem ou servio que se

    pretende garantir. O protocolo final contm o fecho e asformas de autentificao.

    Termo de postura (PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1;PT/CMSNS/CMSNS/OF/9)

    Os termos de postura ou posturas so documentos deregisto de uma deliberao municipal que obriga osmuncipes a uma determinada conduta, ou, pelocontrrio, os probe. O protocolo inicial contm as datascronolgica e tpica, a intitulao da autoridademunicipal e a identificao dos presentes. O textoexplicita o problema ou a situao danosa para oconcelho e os seus habitantes decorrente de um factodeterminado e explicita a medida. O protocolo finalcontm, como habitualmente, o fecho e as formas deautentificao.

    No ltimo termo de postura apresentado, alm dosmembros da cmara, foram ainda convocados anobreza e povo, data a importncia econmica daproibio da entrada de vinho de fora da terra na vila.Possivelmente, muitos dos participantes na sessotinham interesses na produo de vinho, tendo em contaque a vila era exportadora desta cultura (FALCO,1987, pp. 29-30). O mesmo sucedeu quando a posturasobre pagarem para reparo da Ribeira cada barco que

    entrar em Porto Covo foi aprovada.As posturas constituem a evidncia da coexistncia devrias formas de direito, nomeadamente a oral,consuetudinria, consubstanciada nas posturas; e aescrita, oficial e correspondente administraoperifrica da Coroa. A comunidade constituiu-se na basede hegemonia de grupos sociais. Permitiam aregulamentao da vida econmica local, entre outrosaspectos.

    Termo de obrigao (PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1)

    Documento com valor jurdico pelo qual uma pessoa

    fica adstrita execuo de uma tarefa ou pagamento.Inicia-se com o protocolo inicial habitual (datascronolgica e tpica, a intitulao da autoridademunicipal e a identificao dos presentes). O textoapresenta a pessoa adstrita obrigao (nome, profisso,residncia), a obrigao e identifica o fiador (nome,

    residncia) e a obrigao em, si. Termina com o fecho eas assinaturas.

    Termo de posse (PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1

    Documento comprovativo de que o detentor de um cargotomou conhecimento das suas responsabilidades einiciou as suas funes. Inicia-se com o protocolo inicial

    habitual (datas cronolgica e tpica, a intitulao daautoridade municipal e a identificao dos presentes). Otexto identifica o indivduo e as suas obrigaes, assimcomo a forma pela qual foi tomada a obrigao derespeito s responsabilidades (juramento sobre osevangelhos). Termina com o fecho e as assinaturas.

    Termo de corrida e demarcao dos coutos(PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1

    Inserido no livro de registo das vereaes, o termoregistava a deliberao de percorrer o concelho paradelimitar e marcar os coutos do concelho. Contudo, nodescreve a propriedade nem a enumera, limitando-se a

    registar que foi realizada a aco. Inicia-se com oprotocolo inicial habitual (datas cronolgica e tpica, aintitulao da autoridade municipal e a identificao dospresentes). O texto contm ento o registo da corrida edemarcao. No protocolo final encontra-se o fecho eas formas de autentificao.

    Termo de entrega (PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1

    Os documentos coevos referem-se a termo. Os termosdistinguem-se dos autos na medida em que constituemdeclaraes que registam um acto administrativo,contratual, de ajuste ou uma vontade, enquanto os autosrelatam um acontecimento com o fim de conduzir umprocesso ou deciso. Assim sendo, considera-se que adesignao termo deve manter-se.

    O protocolo inicial contm as datas cronolgica e tpica,a intitulao da autoridade municipal e a identificaodos presentes. O texto explicita o objecto ou a quantiaentregue, identifica o indivduo que recebeu a entrega eo objectivo da mesma. No protocolo final encontra-se ofecho e as formas de autentificao.

    Termo de desistncia (PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1

    Documento que regista o acto de desistir de executar

    uma tarefa ou um servio para o concelho. O protocoloinicial contm as datas cronolgica e tpica, a intitulaoda autoridade municipal e a identificao dos presentes.O texto identifica o desistente (nome, profisso eresidncia) e o servio ou tarefa que se havia acordadorealizar. No protocolo final encontra-se o fecho e asformas de autentificao (assinatura dos vereadores edos desistentes).

    Termo de arrematao (PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1)

    Documento que regista uma venda judicial em hastapblica de servios pblicos e cobrana de taxas eimpostos por parte do concelho. Assim, existem termos

    de arrematao da renda da imposio, da renda daalmotaaria, da venda de carne, da renda do real dgua,da renda da Ribeira, dos coutos, das vigias da guarda dacosta, da renda da adua e da administrao depropriedades do concelho. Nas margens de algunsdocumentos foram anotadas as datas e as quantias dos

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    pagamentos. A arrematao das rendas do concelho estregulamentada nas Ordenaes Filipinas (Livro I, ttuloLXVI, pargrafo 12).

    O protocolo inicial contm as datas cronolgica e tpica,a intitulao da autoridade municipal e a identificaodos presentes. O texto identifica o prestador do servio(nome, profisso, residncia), o servio prestado e a

    quantia a cobrar. No protocolo final encontra-se o fechoe as formas de autentificao (vereadores, prestadores doservio, testemunhas).

    Auto de provimento (PT/CMSNS/CMSNS/OF/12)

    Documento segundo o qual o corregedor verificava ofuncionamento da cmara municipal e apontavammedidas para o provimento da terra. Em Sines ocorregedor era denominado ouvidor. Compunha-se deum auto de provimento assim como de anotaes, semttulo, constatando, em comparao com os anterioresprovimentos, se as medidas apontadas tinham sidoaplicadas.

    Os autos continham as perguntas normalizadas doouvidor, as quais se repetem em todos os autos comrespostas semelhantes: senhorio da vila (lhes foipreguntado a quem hera esta villa diseram que do Duquede Aveiroo; sobre o detentor da capacidade para proverlugar e arrecadar rendimentos, o rei (e se eraadministrada por El Rei nosso Senhor que Deos guardese tinha castello disseram que sim), a existncia decastelo, o nmero de escrives do judicial e notas, aexistncia de depositrio do cofre dos rfos, e questesacerca da necessidade de realizar obras pblicas.

    O protocolo inicial contm as datas cronolgica e tpica,a intitulao da autoridade municipal e a identificaodos presentes. O texto refere-se aos objectivos dacorreio e enumera as perguntas a fazer aos oficiais dacmara. No protocolo final encontra-se o fecho e asformas de autentificao (assinatura do corregedor).

    Termo de corrida aos lobos(PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1)

    Inserido no livro de registo das vereaes, o termoregistava a deliberao de percorrer o concelho paracaar os lobos, um perigo para o mundo rural. AsOrdenaes Filipinas (Livro I, ttulo LXV, pargrafo

    21) oferecem recompensar a quem matasse lobos.O protocolo inicial contm as datas cronolgica e tpica,a intitulao da autoridade municipal e a identificaodos presentes. Quanto ao texto, indica a corrida aoslobos como iniciativa do procurador do concelho. Acmara organizava uma batida aos lobos, apregoada pelavila para reunir habitantes. J no termo, tambm os seushabitantes se reuniam. No protocolo final encontra-se ofecho e as formas de autentificao (assinaturas dosvereadores e do juiz de fora, cruz do procurador doconcelho).

    Termo de reconhecimento

    (PT/CMSNS/CMSNS/PAT/2)

    No Tombo dos bens do concelho renem-se os actosreferentes administrao dos bens imveis doconcelho. O termo de reconhecimento um documentoem que os proprietrios do domnio til e do domnio

    directo reconhecem os seus direitos e deveres sobre umapropriedade. Assim, a Cmara Municipal de Sines e osforeiros estabeleciam a natureza dos seus direitos depropriedade, sendo o concelho o senhorio directo. Otermo indicava o foro a pagar.

    Para garantir o seu rendimento, a Cmara cedia ousufruto do moinho a troco de uma quantia paga

    anualmente (o juro), no dia da padroeira da vila, 15 deAgosto. Esta era a data de pagamento dos foros Cmara, quer fossem em dinheiro quer fossem emgneros.

    Mas o municpio procurava ainda assegurar que o direitocedido sobre a propriedade (domnio til) no fossevendido ou trocado pelo foreiro a pessoas privilegiadasque reivindicassem a posse do moinho: e que tambmprotestava cazo que haja de fazer a dita venda ou trocano ser a pesoa poderosa ou das reprovadas pella lei.

    Por outro lado, neste contrato, garantia-se ainda opagamento do laudmio, uma quantia paga sempre que o

    domnio til era cedido a outro foreiro. Muitas vezes osforeiros cediam o seu domnio a outro sem avisar osenhorio.

    De facto, o concelho procedeu elaborao do seutombo para delimitar claramente os limites daspropriedades concelhias, registar o nome dos foreiros e oforo a pagar. No prximo nmero publicaremos aconfrontao do moinho, isto , a definio das suasextremas.

    O protocolo inicial contm as datas cronolgica e tpica,a intitulao da autoridade municipal e a identificaodos presentes. O texto identifica o proprietrio dodomnio til e do domnio directo, os direitos e deveresde cada um. No protocolo final pode ler-se o fecho e asformas de autentificao (assinatura do juiz de fora e doforeiro).

    Termo de medio e tombaoPT/CMSNS/CMSNS/PAT/2

    Os actos de medio das propriedades concelhias, bemcomo das propriedades senhoriais e de outrasinstituies (como as misericrdias), tinham um ritualbem definido. Cada parte interessada nomeava umlouvado para fazer a medio, com o objectivo de

    garantir a correco e a justia do acto. Este indivduoarbitrava a medio do terreno.

    O juramento sobre os Evangelhos sacralizava o acto eprocurava impedir eventuais injustias. Durante oAntigo Regime (entre o sculo XVI at ao sculo XIX,em Portugal), um perodo em que a esfera civil e a esferareligiosa tinham relaes muito estreitas e que areligiosidade fazia parte da vida quotidiana, asacralizao da vida pblica era omnipresente. Soexemplos as tomadas de posse das vereaes, doprocurador do concelho e dos juzes de fora.

    A estrutura diplomtica do documento semelhante ao

    anterior.

    Assento das sisas dos bens de raiz(PT/CMSNS/CMSNS/GF/3)

    O registo do pagamento das sisas fazia-se em livro

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    prprio. Os registos no tinham ttulo prprio, da queneste trabalho cada registo seja designado por assento.Cada assento contm, no protocolo inicial, as datastpica e cronolgica, a intitulao da autoridaderesponsvel pela cobrana, a identificao docontribuinte (nome e profisso). O texto contm aidentificao do bem de raiz comprado (nome elocalizao) e o valor da compra, sobre o qual a sisa era

    calculada. No protocolo final pode ler-se o fecho e asformas de autentificao (assinatura do juiz das sisas edo contribuinte).

    Copiador geral de correspondncia expedida(PT/CMSNS/CMSNS/GDC/6)

    O documento mais antigo desta srie data do perodoliberal: 1845. Trata-se de transcries de excertos dacorrespondncia expedida, organizadas por nmero deofcio e data. Um copiador um documento nodiplomtico testemunhal de assentamento, anlogo aoregisto. Os actos, factos, ttulos e documentos sotranscritos ou resumidos, -lhes atribudo um nmero de

    ordem e inscrita a data com vista a autentific-los. Osactos autenticados desta forma so variados.

    Matrcula de barcos de pesca(PT/CMSNS/CMSNS/DE/1/1)

    Registo dos barcos de pesca e da respectiva tripulao,segundo o decreto de 6 de Novembro de 1830. Cadaregisto contm o nome da embarcao; o nome doproprietrio; o nmero de pescadores e seus respectivosnomes, naturalidades, idades, filiaes, sinaisparticulares e residncia. Este documento anlogo aoregisto, pois o seu objectivo a inscrio do acto da

    identificao dos barcos. um documento no-diplomtico testemunhal de assentamento.

    Termos das fianas dos socorros dos lavradores(PT/CMSNS/CMSNS/DE/2/1)

    Contm os registos dos actos dos emprstimos sem jurosfeitos pelo Estado portugus aos lavradores. Cada termoidentifica o lavrador (nome, residncia); a quantiaemprestada e o fiador, os termos do pagamento e astestemunhas no corpo do texto. validado, no protocolofinal, pelo presidente da cmara, o fiscal, os vereadores,o devedor, o fiador e as testemunhas.

    O termo um documento diplomtico testemunhal deassentamento em forma de declarao escrita quedescreve um acto contratual.

    Criao de expostos (PT/CMSNS/CMSNS/AS/1/1)

    Registo dos termos de entrega dos expostos a amas-de-leite pagas pelo municpio. O protocolo inicial contm asdatas cronolgica e tpica, a intitulao da autoridademunicipal e a identificao dos presentes. O textoidentifica a situao em que a criana foi exposta(identificao de quem a entregou, hora em que foiencontrada na roda, sinais identificativos), a data e horado baptismo, os padrinhos, a nomeao da ama de leite e

    o seu vencimento. margem do texto indica-se odestino da criana (morte ou chegada idade de seteanos). No protocolo final pode ler-se o fecho e as formasde autentificao (subscrio do secretario e assinaturasou subscries da ama e do Administrador doConcelho).

    A funo de criao de expostos foi partilhada entre oAdministrador do Concelho e a Cmara Municipal nossculos XVIII e XIX. No sculo XVIII era documentadaatravs de uma acta de sesso de cmara. A informaoregistada dizia respeito ao nome do indivduo queencontrou a criana, o nome da ama e o pagamentorecebido.

    Podem encontrar-se nos livros:- PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1/8/ Termo de 4 de Maio de1741

    - PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1/8/Termo de 18 de Abrilde 1745- PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1/8/Termo de 26 de Abrilde 1745- PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1/8/Termo de 22 de Abrilde 1746- PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1/9/ Termo de 30 de Janeirode 1748

    - PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1/9/Termo de 24 deDezembro de 1750- PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1/9/Termo 11 de Junho de1752- PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1/9/Termo de 19 de Marode 1753- PT/CMSNS/CMSNS/FOR/1/9/Termo de 13 deFevereiro de 1754.

    A existncia de somente dez termos durante o sculoXVIII pode significar que existiriam outros livrosespecficos para o assentamento do movimento dosexpostos e das despesas realizadas, mas que nochegaram at ns. Os registos encontradoscorresponderiam, assim, a assentos espordicos.

    Quitao de legados pios (PT/CMSNS/CMSNS/AS/2)

    Documentos certificativos de como as ltimas vontadesdos testadores do ponto de vista religioso e caritativoforam cumpridas. Os processos so constitudos por:certido de enterramento e testamento do testador;certides paroquiais de como as disposiestestamentrias foram cumpridas; pedidos de tomada decontas dos testamenteiros; termo de apresentao equitao do administrador do concelho a certificar o

    cumprimento dos legados pios. Cada documento doprocesso era emitido anualmente. O testador nomeavaum testamenteiro que devia cumprir os seus legadospios.

    A documentao foi recebida pela Administrao doConcelho de Santiago do Cacm. Quando o concelho deSines foi restaurado em 1914 os documentos transitarampara o Administrador do Concelho de Sines. Com asupresso deste agente, a documentao transita para aCmara Municipal de Sines, que a produtora do ltimoprocesso.

    Os processos so documentos compostos no-

    diplomticos testemunhais de assentamento.Testemunham o desenvolvimento de um procedimentoadministrativo e judicial, do qual se agregam vriosdocumentos. O carcter ntegro do conjunto determina asua validade.

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    Cadernos de recenseamento eleitoral(PT/CMSNS/CMSNS/RAE/2)

    Contm os recenseamentos para a eleio da CmaraMunicipal, juzes de paz, juzes ordinrios, juntas deparquia, regedores, juzes eleitos e Concelho Municipal(nmero de ordem, nome, ocupao valor dos impostospagos e observaes); cidados "habis" para serem

    eleitos membros das Juntas Gerais de Distrito (nmerode ordem, nome, ocupao, valor dos impostos pagos eobservaes) e cidados propostos para administradoresdo concelho (nmero de ordem, nome, idade, estadoconjugal, profisso, rendimento anual e observaes).Cada folha de recenseamento contm um termo deencerramento.

    Os recenseamentos so documentos no diplomticosque seguem um modelo predefinido e tem valortestemunhal de assentamento. Compem-se de quadroscom o conjunto de dados e so finalizados com umprotocolo final do qual constam as datas cronolgica etpica, a intitulao da autoridade municipal e a

    validao.

    Matrcula de jurados (PT/CMSNS/CMSNS/RAE/3/1)

    Registo dos cidados habilitados para exercer a funode jurado. Cada registo precedido de uma acta deapuramento. At 1839 os registos tm somente o nomedo jurado e o local de residncia, para, a partir da mesmadata, serem mais completos. Assim, nos registos figuramtambm os valores da dcima e vrias observaes(ocupao, razes para a excluso).

    Este documento pode caracterizar-se como nodiplomtico testemunhal de assentamento, com efeitosnos direitos de voto dos seus sujeitos.

    Carta precatria (PT/CMSNS/CMSNS/OF/11)

    Documento diplomtico informativo, horizontal, queconsiste num pedido de uma autoridade judicial a outrano que concerne a citaes e inquiries necessrias aum processo. O protocolo inicial inicia-se com aintitulao da autoridade judicial. O texto contm oobjecto da carta precatria. O protocolo final contm ofecho com a afirmao de registo completo do contedo,identificao do escrivo e respectiva assinatura.

    As cartas precatrias registadas no Arquivo Municipalde Sines so traslados de cartas originais remetidas oupelo corregedor da comarca ou pelo ouvidor domestrado da Ordem de Santiago. Podem encontrar-sequer nos livros de vereaes quer nos livros de leis eordens.

    Carta executria (PT/CMSNS/CMSNS/OF/11/1/fls.233-248v.)

    Documento diplomtico informativo, horizontal, queconsiste na comunicao de um acto ou facto a serreconhecido e cumprido pelas autoridades depois de umadeciso judicial.

    As cartas existentes no Arquivo Municipal de Sines sotraslados dos originais. Assim, iniciam-se com umsumrio que indica a natureza de cpia autntica e oassunto para s depois iniciar o traslado do documento.O protocolo inicial contm as datas cronolgica e tpica,

    a intitulao da autoridade emissora e a identificao daspartes em litgio. Quanto ao texto, indica os argumentose os factos enunciados pelas partes para fazer valer osdireitos reclamados. No caso deste documento emconcreto trata-se da sucesso da Casa de Aveiro. Contmtraslados de sentenas. Antes do protocolo finalencontram-se as autentificaes de todas as autoridadesque tomaram conhecimento da carta: datas tpicas e

    cronolgicas, subscrio do representante da autoridade.No protocolo final encontra-se o fecho com a afirmaode registo completo do contedo, identificao doescrivo e respectiva assinatura.

    Carta patente (PT/CMSNS/CMSNS/OF/11/1/fls.193v, segundo caderno)

    Documento diplomtico comprobatrio de concesso,descendente. Trata-se de um diploma concedido pelo reiou seus representantes com poder delegado paraconceder ttulos, postos militares e privilgios.

    As cartas existentes no Arquivo Municipal de Sines so

    traslados dos originais. Assim, iniciam-se com umsumrio que indica a natureza de cpia autntica e oassunto para s depois iniciar o traslado do documento.O protocolo inicial contm o nome e a titulao daautoridade. O texto refere o cargo, o nomeado, ajustificao para a concesso e vrias disposies acumprir pelo nomeado e pelas autoridades. O protocolofinal contm as datas tpica e cronolgica bem como asubscrio da autoridade e a assinatura do nomeado.

    Proviso (PT/CMSNS/CMSNS/OF/11/1/fls.193-193v,segundo caderno)

    Documento diplomtico dispositivo de correspondncia,descendente. Trata-se de um acto pelo qual o rei ou umseu representante confere um benefcio ou cargo aoutrem, ou expede instrues.

    As provises existentes no Arquivo Municipal de Sinesso traslados dos originais. Assim, iniciam-se com umsumrio que indica a natureza de cpia autntica e oassunto para s depois iniciar o traslado do documento.O protocolo inicial contm o nome e a titulao daautoridade. O texto refere o cargo, o nomeado, ajustificao para a concesso e vrias disposies acumprir pelo nomeado e pelas autoridades. O protocolofinal contm as datas tpica e cronolgica bem como a

    subscrio da autoridade e a assinatura do nomeado.Processos de aforamento(PT/CMSNS/CMSNS/NOT/2)

    Documentos compostos constitudos pela transcrio davereao de que consta a deciso, acrdos, orequerimento do foreiro, certides, um termo dejuramento, auto de vistoria e medio, o auto dearrematao. Regista uma transferncia de domnio til.O detentor do domnio til e directo de uma propriedadecede o primeiro por um perodo de tempo a troco de umpagamento, um foro. O auto de arrematao contm ascondies que o foreiro deve cumprir (data do

    pagamento, quantia do foro, obrigao de realizarbenfeitorias).

    Concluses

    Como possvel concluir atravs da lista de unidades de

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    instalao apresentada, em cada um dos livros podemencontrar-se vrias tipologias documentais. Significa istoque apesar de o nmero de documentos ser reduzido, ainformao muito rica.

    Nos livros de vereaes encontram-se no s actas dereunio mas tambm termos de posse, termos de corridae demarcao dos coutos, termos de desistncia da

    cobrana de rendas, traslados de leis e ordens, termos defiana, posturas e termos de entrega. Estes termos foramredigidos como consequncia de uma deliberao dacmara, a qual contava, por vezes, com membros danobreza e povo. Da que tenham sido registados nolivro das vereaes, por resultarem de uma nica funoda cmara deliberar acerca de assuntos consideradosda sua competncia pelas Ordenaes.

    Tendo em conta que uma tipologia documental umconjunto de elementos formais que caracterizam umdocumento de acordo com as funes a que se destina(DIRECO GERAL DE ARQUIVOS, 1998), todos osdocumentos citados tm em comum a sua estrutura

    diplomtica, a denominao termo, e o facto de todosesse encontrarem registados nas mesmas unidades deinstalao. Sendo assim, alm de se constiturem comotipologias documentais, do ponto de vista arquivsticoesto relacionadas com uma mesma funo da autarquia.

    Cada um destes documentos podia considerar-se srie ousubsrie, tendo em conta que uma srie um conjunto dedocumentos organizados como uma unidade porresultarem de uma mesma actividade ou tipologiaparticular (DIRECO GERAL DE ARQUIVOS,2007, p.55). No entanto, no foram entendidos de formaautnoma, mas sim enquanto resultado de uma mesma

    funo. Desta forma, as vereaes podero constituiruma srie com vrias subsries no seu interior.

    A partir do Liberalismo surgem novas sries edesaparecem outras. Conhece-se somente um livro dasrie copiador geral de correspondncia (1845/1850),mas possvel que tenham existido outros. Outrasperdas aconteceram nos livros das actas das vereaes(1841-1848; 1852-1855) e nos livros de registo dorecenseamento eleitoral, aco apenas documentadaentre os anos 1837 e 1841. Por outro lado, osdocumentos do Conselho Municipal so diminutos, eexcluem actas de reunio ou correspondncia, paraterem sido conservados somente os autos de apuramento

    dos membros do organismo.

    tambm interessante notar que os documentosrelativos gesto financeira e contabilstica domunicpio no foram conservados, nem na pocaModerna nem no perodo liberal. Assim, deveriamexistir livros de registo de receitas e despesa, inventriosde bens ou oramentos ou outros documentos anlogos.Da mesma forma as funes de licenciamento efiscalizao surgem apenas, no autonomizadas, noslivros de registo das actas das vereaes.

    Referncias

    Documentos de arquivo

    Registo de Leis e Ordens. PT/CMSNS/CMSNS/OF/11,fl. 28v, 125-126v.

    Bibliografia

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