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    1Novas Tecnologias na EducaoCINTED-UFRGS

    Aprendizagem Colaborativa Em Construo Coletiva Multimdia

    Andria Machado OliveiraPGIE-UFRGS/NESTA-UFRGS/Colgio Marista Rosrio

    [email protected] Justin Cerveira Kampff

    PGIE-UFRGS/Colgio Marista [email protected]

    Roxane Leandra dos Santos MirandaColgio Marista [email protected]

    Mafalda RosoColgio Marista [email protected]

    ResumoO presente trabalho apresenta livros multimdia construdos de modo colaborativo,cooperativo e hipermiditico. O projeto, envolvendo 5, 6 e 7 sries do Ensino

    Fundamental, consistiu no desenvolvimento de trs livros, cada um elaborado de formacolaborativa por todas as turmas de uma dada srie, focando a percepo dos alunos sobretemas como liberdade, drogas, corrupo, relacionamentos, escolhas ticas ou no. Utilizou-se a abordagem de uma metodologia hipermdia produzida a partir da hibridizao daslinguagens verbal, visual e sonora. Cada obra possui vrios finais diferentes que revelam apercepo crtica e a postura de cada grupo diante de temas controversos, dos quais elesmesmos podem ser protagonistas.

    Palavras-chave: aprendizagem colaborativa, multimdia, construo coletiva.

    Collaborative Learning In Multimedia Collective Production

    Abstract

    This paper presents multimedia books produced in a collaborative, cooperative andhypermediatic way. The project involving the students attending 5th., 6th., and 7th. Grades ofelementary school, included the development of three books, each of them cooperativelyproduced by all the groups of certain grade, focusing the students perceptions on subjectssuch as freedom, drugs, corruption, relationships, ethic and non-ethic choices. Ahypermediatic methodology produced from the hybridization of verbal, visual and soundlanguages was used. Each work has several different endings revealing each groups criticalthinking and positioning on controversial topics, where the students themselves may beprotagonists.

    Keywords: collaborative learning, multimedia, collective production.

    1. Introduo

    O presente trabalho aborda a construo de livros multimdia coletivos a partir de seusprocedimentos colaborativos, cooperativos e hipermiditicos. Os livros elaboradosoportunizam ao leitor uma postura ativa ao l-los, pois so livros nos quais o leitor podemovimentar-se em sua leitura, a partir da escolha dos caminhos a seguir. O projeto,

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    envolvendo 5, 6 e 7 sries do Ensino Fundamental, consistiu no desenvolvimento de trslivros, cada um elaborado de forma colaborativa por todas as turmas de uma dada srie,focando temas transversais. O tema de cada livro surgiu a partir de discusses realizadas emtodas as disciplinas de uma mesma srie, envolvendo todos os alunos e professores da srie.O texto do livro foi construdo por todos os alunos de cada srie na disciplina de LnguaPortuguesa; e, a produo das imagens, diagramao e programao multimdia foram

    produzidas, no primeiro momento por todos os alunos para criao dos personagens e nosegundo momento por alguns alunos da srie que, voluntariamente, dispuseram-se atrabalhar extraclasse com a orientao das professoras de Educao Artstica. Cada obrapossui vrios finais diferentes que revelam reflexo crtica e tomada de conscincia de cadagrupo diante temas controversos, dos quais eles mesmos podem ser protagonistas. Acooperao entre todos os alunos de uma mesma srie propiciou a produo de textos maiscriativos e imagens inditas, uma vez que a construo dos livros ocorreu de modo coletivodesde a escolha do tema at o produto final. Ainda, ressalta-se, na construo dos livros, apossibilidade da abordagem de uma metodologia hipermdia produzida a partir dahibridizao das linguagens verbal, visual e sonora.

    2. Motivao do Projeto

    Esse projeto nasceu do interesse de um grupo de educadores do ensino fundamental emvivenciar novas abordagens pedaggicas de modo colaborativo, compreendendo oconhecimento como um todo complexo (Morin, 2000). O que hoje, para muitos, j so

    jarges na rea da Educao, em uma escola atualizada com o mundo contemporneorenova-se, na medida em que se discutem, com seriedade e profundidade, questes relativasa: como propiciar o trabalho com projetos envolventes; como permitir interaessignificativas atravs de trabalhos em grupo; como promover situaes colaborativas,cooperativas e produtivas; como abordar temas transversais; como criar condies para umaao interdisciplinar; como levar os alunos a posicionarem-se de maneira tica-esttica

    frente a diferentes questes sociais; como oportunizar uma apropriao adequada das novastecnologias em prol da aprendizagem.

    A escolha pela proposta de trabalho com projetos surge a partir da necessidade do grupo deprofessores de abordar o conhecimento de modo processual e interdisciplinar. ConformeMachado (1998), o desenvolvimento de projetos no espao educacional traz consigo umasrie de possibilidades pedaggicas relevantes, tais como: respeito individualidade (ritmo,interesses e habilidades dos envolvidos so contemplados em trabalhos dessa ordem);simulao de situaes (em um ambiente de desenvolvimento de projetos, possvel criarsituaes imaginrias, permitindo a visualizao de conceitos e a vivncia de situaesdiferenciadas); fornecer rico matria aos alunos (em quantidade e qualidade, possibilitandopesquisa, aprofundamento, anlise e depurao de idias); proporcionar um ambiente querealmente possa estimular e, por conseqncia, motivar (envolver os alunos em seuprocesso de aprendizagem, de maneira que participem ativamente em todas as fases deaquisio de informaes e construo do conhecimento); fornecer suporte durante todo oprocesso, atravs dos membros dos grupos e do professor mediador (desenvolvendoatividades apoiadas por um professor inovador e orientador, permitindo aos alunos ganhossignificativos de aprendizagem).

    Observa-se que as Tecnologias da Informao e da Comunicao, em especial, as quesuportam multimdia, oferecem apoio adequado ao trabalho por projetos, por possibilitaremo atendimento dos aspectos descritos acima (Kampff, 2001).

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    Estudiosos do tema mostram que escrita, leitura, viso, audio, criao eaprendizagem so capturadas por uma informtica cada vez mais avanada.Nesse cenrio, insere-se mais um desafio para a escola, ou seja, o de comoincorporar ao seu trabalho, apoiado na oralidade e na escrita, novas formas decomunicar e conhecer. (PCNs 1996b)

    Salienta-se, ainda, que conforme Perrenoud (2000), cabe a escola contribuir para criar uma

    cultura tecnolgica de base, devendo o professor apropriar-se das tecnologias novas quevm alterando, substancialmente, as formas de como as pessoas localizam e acionaminformaes para criar e solucionar problemas, bem como os distintos modos devivenciarem aspectos espao-temporais. Os estmulos aos quais a sociedade expostaimpulsionam uma mudana no papel da escola e, com isso, a necessidade de romper-se comvelhos paradigmas educacionais, centrados em currculos fragmentados, em memorizao etransmisso de informaes. Hoje, busca-se o desenvolvimento da inteligncia de formacoletiva a partir das vivncias do grupo, das trocas de saberes e de reflexes crticas.

    Toda educao verdadeiramente comprometida com o exerccio da cidadaniaprecisa criar condies para o desenvolvimento da capacidade de uso eficazda linguagem que satisfaa necessidades pessoais que podem estarrelacionadas s aes efetivas do cotidiano, transmisso e busca de

    informao, ao exerccio da reflexo. (PCNs 1996a).

    Deste modo, priorizando uma construo coletiva, os professores de cada srie discutiramcom suas turmas a possibilidade de elaborarem um livro multimdia que abordasse um tematransversal (PCNs, 1996c), buscando definir o tema conjuntamente.

    A discusso levou as turmas a aprofundarem seus conhecimentos sobre o tema enfocado e acriarem/simularem diversas situaes de conflito, descritas em seus textos ficcionais.

    Percebe-se, neste contexto, o desempenho de uma inteligncia coletiva no sentido de umaeducao colaborativa, j que a construo do livro dependia da participao e colaboraode todos os alunos de cada srie, realizando-se uma autoria coletiva. Tal educao tem a

    horizontalidade do saber como prtica pedaggica, possibilitando aes de cidadania namedida em que a produo do sujeito intervm na configurao do coletivo, recriando-oconstantemente. Nesta prtica pedaggica, torna-se visvel que a colaborao de cadasujeito-aluno imprescindvel na produo do livro final.

    A educao para a participao, para a cooperao e para o comprometimento com ocoletivo vem a corporificar o conhecimento como rede, de maneira descentralizada einventiva. No projeto referido, buscando desencadear aes que permitissem articular osdiversos elementos apresentados acima, promoveu-se uma integrao mais ampla entrealunos/alunos, alunos/professores e professores/professores, no apenas pelos alunos deuma determinada turma, mas por todos os alunos e professores de uma mesma srie.

    Outro aspecto importante na abordagem da construo do livro multimdia o uso dediversas linguagens. Alm da produo textual, o projeto props-se a trabalhar com outraslinguagens, indo do desenho s composies multimdia, buscando explorar o senso estticoe a sensibilidade dos alunos. Com vrios alunos, portanto, com diferentes traos, cuidou-separa validar as diversas expresses artsticas apresentadas pelo grupo envolvido. Osdesenhos produzidos (primeiramente mo), as imagens da internet e do banco de imagensda escola foram trabalhados em cores e efeitos em softwares de edio grfica. Na produofinal do livro utilizou-se animao das imagens com o som, propiciando que a expressodas diversas caractersticas imagticas e sonoras se transformassem em co-autoria.

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    Portanto, ao longo do projeto, priorizou-se construir um conhecimento com linguagemhbrida de imagem, som e texto, visando-se um jogo intelectual e intuitivo sobreargumentos ticos e estticos. De acordo com Sergio Bairon (2004), h atualmentepossibilidades de uma metodologia hipermdia de pesquisa cientfica que ultrapassa adiviso: cincia (escrita e leitura) e a arte (imagem e som). Modos de compartilharambientes digitais dialgicos, no lineares, interativos reticulados (umcontexto imagtico

    no qual habitaro as interaes), compostos por subjetividades interconectadas. Visou-seinvestigar como produzir construes imagticas nos encontros e desencontros dasinterpretaes associativas, no se limitando a representaes e clichs, mas imergindo nossentidos repletos de significaes. Nas imagens digitais habitam uma usina de signos quedevem ser navegados e (re)significados.

    A imagem digital surge como atualizaes provisrias de um campo de possibilidades,deslocando a linearidade para uma rede de multiplicidades. A imagem tornando-se auto-refente sem a conexo obrigatria com o objeto exterior. De acordo com Tania Fonseca,podemos supor que as potncias de imagens digitalizadas instauram um novo regimesemitico em que o referente anulado remetendo as imagens a si prprias (2005, p. 127).A imagem no est mais no que visvel, todavia na remixagem e na simulao. Esclarece-

    se, entretanto, que a imagem digital tambm precisa ser trabalhada para superar a condiodo clich. Para Andr Parente, de fato ns temos duas maneiras de pensar a imagem: aimagem como iluso que deve ser submetida ao inteligvel, que a domestica, a ensina afalar, e a imagem como puro sensvel e ser de sensao que afirma o real como novo(1993, p.30). Busca-se extrair imagens jamais vu das imagens dj vu do mundorepresentao. Imagens que sendo digitalizadas se desprendem do objeto externo, tornando-se meta-imagens de um universo plstico que se atualiza conforme o contexto exigido.

    Afirma-se, aqui, a importncia de prticas pedaggicas que se fundamentam sobremetodologias hipermdia que buscam visualizar configuraes espaciais e temporais quesubvertam estruturas lineares e dicotmicas atravs de formas de expresso construdas namultiplicidade (Oliveira, 2006). Com a combinao de textos, imagens, sons e efeitos de

    animao, a editorao final de cada livro foi realizada em um software de autoriamultimdia, criando coletivamente um livro digital que oportuniza ao leitor interagir e fazerescolhas e reflexes. O programa utilizado na edio do livro, que possibilita a escolha devrios caminhos, foi o Everest, produzido no Brasil.

    3. Livros Coletivos

    A proposta de trabalho desencadeadora do projeto foi a elaborao de um livro multimdiacoletivo por srie, escrito de forma coletiva por todas as suas turmas.

    Participaram do projeto as turmas de 5, 6 e 7 srie do Ensino Fundamental, envolvendosete turmas por srie, num total de vinte e uma turmas atuantes do projeto, comaproximadamente setecentos alunos. A cada turma, de acordo com a temtica (tematransversal) escolhida pela srie, coube o desenvolvimento de um captulo, coerente com oconjunto da obra.

    Para descrever a organizao do projeto, apresenta-se, a seguir, uma diferenciao entre osmomentos de concepo do texto, da organizao e ilustrao das cenas, e da montagemdos livros multimdias.

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    3.1 Elaborao do texto

    Os professores e alunos de cada srie estabeleceram a temtica a ser desenvolvida a partirde discusses reflexivas.

    Em discusso com a primeira turma (N1), levantaram problemas sobre a temtica abordadae como tais problemas apresentam-se e so vivenciados em situaes reais pelas pessoas. Apartir da, destacaram-se elementos para que a primeira turma (N1) pudesse iniciar o livro(captulo 1). Os professores, que iniciaram o processo, promoveram uma discusso amplana turma, favorecendo a organizao das idias surgidas e definindo um grupo para elaborara redao do captulo em questo. Cabe destacar que, alm de criar personagens, contextose situaes de conflito, os escritores deveriam finalizar o captulo com uma grande questo(situao apresentada) que possibilitasse escolhas e encaminhamentos bem diferenciados.

    As turmas posteriores (N2 e N3) realizaram a leitura do captulo 1 e, partindo dele,escreveram dois segundos captulos para o livro, um para cada caminho que poderia ser

    escolhido pelo leitor no final da leitura do captulo 1, finalizando-os, novamente, comquestes para escolha. As turmas N4 e N5 leram o captulo 1 (escrito por N1) e o captulo 2(escrito por N2) e escreveram duas verses para o captulo 3, possveis de serem lidasconforme as escolhas do leitor no momento da interao com o livro. De forma anloga, asturmas N6 e N7 partiram dos captulos escritos por N1 e N3.

    De maneira bastante simplificada, apresenta-se, abaixo, um pequeno exemplo deencaminhamento para a construo dos captulos, considerando como temtica o uso de

    drogas ilcitas:

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    Turma N1: Descrever, com riqueza de detalhes, o ambiente familiar e social de

    um adolescente at o surgimento da possibilidade de experimentar drogas.

    Questo: ele aceita? o Turma N2: Sim. Descrever as situaes decorrentes. Numdeterminado momento, oferecida ajuda para a sua recuperao. Questo: ele aceita?

    _ Turma N4 Sim, se recupera. Tecer consideraes futuras.

    _ Turma N5: No, continua com as drogas. Que fim ter? o Turma N3: No. Descrever asconseqncias disso no seu grupo de amigos. Mantm a mesma postura no seu grupo?

    _ Turma N6: Sim, acaba por envolver-se em outras situaes indesejveis. O que acontece?

    _ Turma N7: No, abandona o grupo ou promove situaes para ajud-los...

    3.2 Organizao e ilustrao das cenas

    Com o texto elaborado, foram realizados os trabalhos de roteirizao das cenas e criao deilustraes que comandaram todo o processo de criao. At este momento todos os alunosda srie participaram efetivamente do projeto. A partir de ento foram organizadas oficinasextraclasse para discusso, escolhas, aproveitamento de imagens e criao final dasilustraes. Das vinte e uma turmas abarcadas, as oficinas contaram com,aproximadamente, sessenta alunos voluntrios que trabalharam na produo do materialgrfico. Sob a orientao constante dos professores da disciplina de Educao Artstica ogrupo desenvolveu o material grfico utilizando os trabalhos do grande grupo (todos alunosda srie), criando partir deles e procurando novas formas e imagens. Nesta etapa os alunosutilizaram papel e lpis grafite. medida que desenhavam, as imagens eram digitalizadas e

    trabalhadas com softwares para edio de imagem (Paint e PhotoShop). Como as imagensforam desenhadas por diversos alunos e, posteriormente, todos os desenhos erammanipulados no computador por todos os alunos envolvidos, as imagens se tornaramcoletivas, incorporando ainda mais o sentido de coletivo que o projeto abrange. Cadaimagem ilustrada mo gerou ainda um novo conjunto de imagens com diversostratamentos de cores, filtros e enquadramentos para a diagramao posterior (Figura 2).

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    Figura 2 - Ilustraes dos livros coletivos

    3.3 Diagramao final: textos, imagens, animaes e sons

    Com o material grfico em produo, um grupo de alunos responsabilizou-se por organizaro livro multimdia, respeitando a roteirizao, mas no se limitando a ela. Esse grupo,utilizando o software Everest (ferramenta de autoria multimdia), organizou cada cena, apartir de composies das imagens trabalhadas, incluindo novos elementos quandodesejados, tais como sons e animaes. Alm disso, diagramaram o texto, buscandoharmoniz-lo com a imagem final de cada cena. Para facilitar a navegao, incluram eprogramaram botes para tocar e parar as msicas, para avanar e retroceder na histria,para voltar ao menu principal e para fazer as escolhas em momentos decisivos.

    3.4 Produto Final

    Os livros multimdia foram gravados em CDRoms e distribudos para os alunos queparticiparam do projeto. Tambm foram disponibilizados na Biblioteca da escola e expostosna Feira do Livro de Porto Alegre. Com uma boa repercusso na comunidade local, devido abordagem de temas transversais e qualidade do material produzido, pretende-se utiliz-los nas aulas de Educao para o Pensar, disciplina que leva os alunos a refletirem eposicionarem-se sobre temas diversos e em outras disciplinas como material didtico.

    4. Consideraes Finais

    Fazer da escola um espao de aprendizagem prazerosa e comprometida com a realidadesocial: eis o grande desafio. Ao abordar temas transversais, com grupos que extravasam asparedes da sala de aula e que podem expressar-se por meio de diferentes linguagens, inicia-se essa caminhada. Com trocas mais intensas, discutem-se situaes de conflitos, criam-sesimulaes, permitem-se escolhas e visualizam-se possveis implicaes decorrentes dessas.O desenvolvimento desse projeto oportunizou reflexes e aprendizagens significativas, noapenas aos alunos envolvidos no projeto, mas a todos que interagiram com o produtomultimdia gerado, sensibilizando-os, atravs de diferentes canais sensoriais, para osassuntos abordados.

    Finalizando, salienta-se a importncia das NTICs (Novas Tecnologias de Informao eComunicao) como dispositivos para novas abordagens metodolgicas.

    Como Guattari coloca, nenhum campo de opinio, de pensamento, de imagem, de afectos,de narratividade pode, daqui para frente, ter a pretenso de escapar influncia invasiva daassistncia por computador, dos bancos de dados, da telemtica, etc... (1993, p.177). Osprocesso educativos tm seu engendramento a partir das diversas tecnologias embutidas nasinstituies e que se expressam como equipamentos coletivos de conhecimento. Astecnologias digitais, como equipamentos coletivos de conhecimento, coloca alguns desafios:como ir alm do esttico para interativo; do automatismo para esttica; do autor para autoriacoletiva; do clich para semiose ilimitada na criao signca; da tendncia homogeneizao universalizante (territorialidade) para tendncia heterogeneidade

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    singularizante (desterritorializao) dos sujeitos. Questes que podem ser pensadas a partirde paradigmas tico-esteticos em abordagens transdisciplinares das relaes entre homem-mquina, homem e meio. Um modo de Educao expandida no cotidiano das experinciasvividas, imersa no social em processualidades coletivas fundadas em invenes baseadas nacooperao e colaborao.

    5. Agradecimentos

    Alm das autoras, participaram do desenvolvimento do projeto a professora de EducaoArtstica das 5 sries: Tnia Mattiello Rossetti e as professoras da Disciplina de Portugus:Clarice Pedroso Zanette, Denise Maria Bastos Barros, Helena Zanotelli, Ins FariasPinheiro, Maria Filomena Trindade Winter, Nara Rangel Souto e Nvia Maria HauschildMondardo. Ainda, agradecemos aos alunos que participaram do projeto e instituioColgio Marista Rosrio pelo constante apoio.

    6. Referncias

    BAIRON, Sergio. Tendncias da linguagem cientfica contempornea em expressividade

    digital: uma problematizao. Informtica na Educao: Teoria & Prtica Revista doPGIE da UFRGS. V.07-2, 2004.

    FONSECA, Tania Galli. Poticas do Virtual e os Processos de subjetivao. Informtica naEducao: Teoria & Prtica Revista do PGIE da UFRGS. V.08-1, 2005.

    GUATTARI, Flix. Da produo de subjetividade. In: PARENTE, Andr (org) . ImagemMquina. Rio de Janeiro: Ed.34, 1993.

    KAMPFF, Adriana J. C; DIAS, Mrcia Cantelli. Construo do Conhecimento emAmbientes de Pesquisa e Autoria Multimdia. Caderno Marista de Educao. V.1 N.1. PortoAlegre: Editora CMC, 2001.

    MACHADO, Nilbo. Interdisciplinaridade Aplicada. So Paulo: Ed. rica, 1998.

    MORIN, Edgar. Os sete saberes necessrios educao do futuro. Braslia, DF: Ed. Corteze UNESCO, 2000.

    OLIVEIRA, Andria Machado; FONSECA, Tania Galli. Conversas entre Escher e Deleuze:tecendo percursos para se pensar a subjetivao. Revista Psicologia e Sociedade. Vol.18, n3, set/dez, 2006.

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    Parmetros Curriculares Nacionais Ensino Fundamental Lngua Portuguesa (1996a)http://www.bibvirt.futuro.usp.br/textos/humanas/educacao/pcns/fundamental/portugues.html

    Parmetros Curriculares Nacionais Ensino Fundamental Matemtica (1996b)http://www.bibvirt.futuro.usp.br/textos/humanas/educacao/pcns/fundamental/matematica.html#2.3.1.3.

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    Parmetros Curriculares Nacionais Ensino Fundamental Temas Transversais (1996c)http://www.bibvirt.futuro.usp.br/textos/humanas/educacao/pcns/fundamental/transversais.html

    PERRENOUD, Philippe. Dez novas competncias para ensinar. Porto Alegre: ArtesMdicas Sul, 2000.