MILAGRES Existem dois tipos de pessoas, aquelas qu não acreditam em milagres e aquelas que acreditam em milagres. Eu faço parte do segundo grupo, eu acredito em milagres. Milagre aqui não tem o sentido teológico, convencional, aquilo que vai contra as leis da natureza, porem, ocorrências que nos escapam à capacidade do discernimento, à nossa possibilidade de programação, o inesperado que Carl Gustav Jung teve oportunidade de dizer que se tratava de uma lei que era feita de coincidências e que nós invariavelmente chamamos acaso. Os milagres estudados pelas duas psicólogas tem uma conotação muito diferente desta que eles atribuíram como sendo um estado além da realidade física é aquela ocorrência que nós não programamos,e que não obstante acontece, chamando-nos a atenção para o inabitual.Entre esses fatos eu narrarei com a própria emotividade um deles que me chamou muito a atenção. Trata-se de um homem, um alto executivo de uma empresa norte-americana, que estava diante da pia de pratos sujos da sua casa. Ele olhava pelo retângulo da janela e dizia: - Elsser,porque você me abandonou?Você sabe que nós homens não estamos preparados para a viuvez. As mulheres adaptam-se melhor porque elas têm uma capacidade que nós os homens, não conseguimos manter. Porque você me deixou? Nesse momento ele ouviu uma voz que chamava: - papai, venha me ajudar no curso de literatura inglesa? E outra: Papai, venha fazer a personagem do meu estudo de arte dramática? – Papai.. e a pequenina: - papai, aonde está o John? Ele fechou os olhos e disse: - eu não aguento!esses selvagens que são seus filhos!Como é que você vai embora e me deixa na mão desses selvagens para que eles me perturbem? Você não vê que eu não tenho capacidade de

administrar esta casa, cinco filhos!Esses cinco filhos dão-me muita perturbação.Depois que você morreu eu coloquei uma auxiliar de limpeza, ela vem três dias por semana. Olhe para aí, esses , mal ela acaba de limpar esses selvagens sujam tudo olha para ali, em cima da máquina de lavar, há roupa de dois dias, parece que nessa casa nunca se lavou roupa!Papai, aonde está o John? Era a filhinha de quatro anos.Ele teve o ímpeto de empurrá-la. Estava no momento do stress. Essel, você é uma ingrata. Como é que você teve a coragem de morrer e de deixar o seu marido sem nenhum apoio, e um grita dali, outro grita de acolá, ele fechou os olhos antes de explodir quando tocaram a campainha. Então ele disse: - era só o que faltava! Quando nós estamos a ponto de explodir, acontece tudo que nos leva à explosão. E os quatro, cinco filhos gritando: - pai, papai, e isso e aquilo. Ele passou pela sala de olhos fechados, abriu a porta, era um mendigo! Eu desejava falar com a senhora Esser! Morreu! Oh...mas eu não sabia. Fique sabendo!ah, porque eu moro no outro condado e todo o mês eu venho aqui e ela me dá comida.Eu não tenho lar, não tenho trabalho, e ela é tão generosa, que pena...também acho! Ela sempre me dava alguma coisa.Ele meteu a mão no bolso tirou dois dólares e disse: - tome!compre um cachorro quente. Então o mendigo olhou para ele e disse: - senhor, a senhora Esser sempre abria a geladeira, tirava qualquer coisa, aquecia. Dava-me comida quente, ali naquela mesa. O senhor por favor, não quer abrir a sua geladeira? Não , na geladeira não tem nada.Você não sabe o que é ter uma tribo de selvagens dentro de casa, não tem nada, eles comem até o tapete, até as taboas da mesa. Não tem nada.- Papai, aonde está John?nós estamos brincando de esconder e ele sumiu papai.Deve estar embaixo da cama.Não está! Então deve estar atrás da porta, não está, então veja em baixo do tapete. Já olhei, ele não está. Então me deixe em paz,

vá procurar seu irmão. Senhor, abra a geladeira, deve ter alguma coisa. O senhor coloca no microondas, deixa-me sentar um pouco que eu estou muito cansado. Eu como e depois vou embora. Era assim que a senhora Esser sempre fazia e ademais ela me dava dez dólares.Porque o dinheiro não era dela, era meu.Era muito bom ela dar dez dólares. Senhor, em homenagem à senhora Esser, por favor, abra a geladeira. – Papai! - Abra a geladeira...ele saiu revoltado e a pequenina na calça segurando: - onde está John?Papai, onde está? Quando ele estava chegando à geladeira: - papai eu tenho prova de Inglês amanhã! E o mendigo atrás: - por favor, abra a geladeira! Ele abriu! Dentro da geladeira estava o filho. Havia entrado, a porta da geladeira bateu! Ele estava morrendo. Estava morrendo, já com cianose,o pai deu um grito, carregou a criança. Saiu correndo, felizmente o hospital estava a uma quadra. Ele entrou com a criança no colo direto na emergência. Os médicos começaram a fazer respiração artificial, tiraram o pai dali da sala.Ele chegou na janela e gritou: - Esser! É nosso filho, salve-o não o deixe morrer.Meia hora depois um dos médicos aproximou-se sorrindo. Ele está salvo, John vai viver.Ele não teve nenhuma lesão cerebral felizmente. Por alguns segundos,Se em alguns segundos a mais, o senhor não o houvesse tirado da geladeira a parada cardíaca teria afetado o cérebro e mesmo que ele vivesse ele iria ter somente uma vida vegetativa. Seu filho está salvo.Oh Esser! Muito obrigado Esser. Muito obrigado.Quero agradecer-lhe! Profundamente comovido.Você mandou o mendigo para salvar o nosso filho?Muito obrigado! Ele levou o mendigo para casa. Na geladeira tinha comida sim. Ele colocou no microondas, serviu ao mendigo, considerou o mendigo membro da família. E quando o mendigo se ia, ele disse: - em homenagem a Esser: - dez dólares! O mendigo se foi! E ele escreve:”tenho certeza que foi Esser, minha mulher

morta quem voltou para salvar nosso filho. O fenômeno mediúnico é inerente ao ser humano em todo o lugar, de mil maneiras.”coincidências, milagres”entre aspas. A lei de sincronicidade de Carl Gustav Jung não explica essas ocorrências que passaram à posteridade como sendo milagres, há um agente inteligente, que pensa que planeja, que elabora, que executa. Então não é uma lei de sincronicidade, é uma lei de causa, cujo o efeito é o fato.