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Déficit habitacional do Pará é um dos maiores do país O CONSTRUIR Entrevista Em entrevista exclusiva, o secretário de habitação de Belém, João Klautau, fala sobre o projeto Viver Belém - Minha Casa, Minha Vida, e o papel fundamental das construtoras locais nos esforços de redução do déficit habitacional da capital. www.sindusconpa.org.br BOLETIM INFORMATIVO - ANO 08 - Nº 94/JULHO 2013 SINDUSCON-PA Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará Projeto Viver Belém

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Défi cit habitacional do Pará é um dos maiores do país

O CONSTRUIR

Entrevista Em entrevista exclusiva, o secretário de habitação de Belém, João Klautau, fala sobre o projeto Viver Belém - Minha Casa, Minha Vida, e o papel fundamental das construtoras locais nos esforços de redução do défi cit habitacional da capital.

www.sindusconpa.org.br

BOLETIM INFORMATIVO - ANO 08 - Nº 94/JULHO 2013SINDUSCON-PA

Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará

Projeto Viver Belém

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SINDUSCON-PASindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará

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EXPEDIENTESede Administrativa: Tv. Quintino Bocaiúva, 1588, 1 Andar, Nazaré – BelémCentral Belém: Av. Nazaré, 649 – Nazaré - (91) 3241-8383Central Parauapebas: Rua 24 de março, 02 – Rio VerdeCentral Marabá: Folha 26, Quadra 14 – Lote 1, Sala 103 - Edifício Amazon Center - Nova MarabáProjeto Gráfico: Belle Époque Produtora/Gilvan Capistrano – Edição: Belle Époque/Gil SóterRedação: Gil Sóter/Gilvan Capistrano Fotos: Gil Sóter/Divulgação Diagramação: Fábio BeltrãoCoordenação: Eliana Veloso Farias www.sindusconpa.org.br

O Pará é um dos estados com maior déficit habitacional do país. São milhares de famílias sem moradia, ou morando em residências inadequadas, o que afeta diretamente a qualidade de vida e a auto-estima dessa população. Nesse contexto, a construção civil tem um papel fundamental na elaboração e execução de projetos que possam reverter esse cenário e oferecer habitações dignas a essas famílias. A matéria de capa desta edição do informativo aborda o assunto e pontua os entraves que a construção civil enfrenta para realizar tais empreendimentos, sobretudo, no estado e na capital paraense.

Em entrevista exclusiva ao O Construir, o secretário de habita-ção de Belém, João Klautau, fala sobre o déficit habitacional da capital, sobre o programa Viver Belém – Minha Casa, Minha Vida, e sobre as medidas de estímulos ao mercado da construção civil para que as em-presas locais possam executar as obras habitacionais.

Esta edição traz ainda a inauguração da segunda fase do projeto Construção Saudável, que visitou o canteiro de obras da Mape Enge-nharia e informou trabalhadores sobre doenças como o tabagismo, o alcoolismo e DSTs.

Outro destaque é a nova NRB 15.575. A norma passa a nortear tecnicamente o mercado e induzir a uma melhoria da qualidade das construções.

Boa leitura!A Diretoria.

Segundo empreendimento do Viver Belém prevê a construção de 1.200 casas O segundo empreendimento do programa Viver Belém – Minha Casa, Minha

Vida já está garantido. O prefeito Zenaldo Coutinho assinou, no último dia 10, um Termo de Compromisso para construção de 1.216 unidades habitacionais. O valor do investimento é de aproximadamente R$ 134 milhões. O projeto prevê a constru-ção de escola e creche, posto de saúde, posto policial, academias ao ar livre, qua-dra poliesportiva e centro comunitário. Zenaldo também fez questão de destacar que a Prefeitura de Belém está abrindo mão de aproximadamente R$ 10 milhões com a desoneração de tributos, como estímulo às empresas interessadas em in-vestir em projetos de moradia. As inscrições para o programa podem ser feitas via internet, no site www.belem.pa.gov.br/viverbelem. Podem se inscrever as famílias com renda mensal de até R$ 1.600, sem moradia própria e que não tenham rece-bido quaisquer benefícios de natureza habitacional.

Marcelo Gil Castelo BrancoPresidente

Fernando de Almeida TeixeiraVice-Presidente

Manoel Pereira dos Santos JúniorDiretor de Obras Públicas de Edificações

Luiz Pires Maia JúniorDiretor Adjunto de Obras Públicas de Edificações

Lázaro Ferreira de CastroDiretor de Obras Públicas Rodoviárias

Paulo Maurício Oliveira SalesDiretor Adjunto de Obras Públicas Rodoviárias

Paulo Guilherme Cavalleiro de MacedoDiretor de Obras Públicas de Saneamento e Urbanismo

Wagner Jaccoud BitarDiretor de Obras e Serviços da Iniciativa Privada

João Ricardo Domingues LoboDiretor de Indústria Imobiliária

Alex Dias CarvalhoDiretor Adjunto de Indústria Imobiliária

Fernando José Hoyos BentesDiretor de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente

Luiz Carlos Corrêa de OliveiraDiretor Adjunto de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente

Paulo Henrique Domingues LoboDiretor de Materiais de Construção

Jorge Manoel Coutinho FerreiraDiretor Adjunto de Materiais de Construção

Luiz Sérgio Campos LisboaDiretor de Economia e Estatística

Armando Câmara Uchôa JúniorDiretor Adjunto de Economia e Estatística

Daniel de Oliveira Sobrinho Diretor do Setor Elétrico

Oriovaldo MateusDiretor Regional Sul do Pará

SUPLENTES DE DIRETORIA

José Maria dos Reis Cardoso1º SuplenteÁlvaro Gomes Tandaya Neto2° SuplenteAlexandre de Souza Coelho3° Suplente

CONSELHO FISCAL

Lutfala de Castro BitarJefferson Rodrigues BrasilAntônio Clementino Rezende dos SantosClóvis Acatauassú Freire Antônio Fernando Wanderley MoreiraJosé Nicolau Netto Sabádo

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Campanha

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diz que a palestra é muito importante para informar os funcionários sobre serviços de saúde. “Muita gen-te não tem informação sobre o assunto. É importante os trabalhadores serem informados como podem ter acesso à saúde e a quem procurar quando são aco-metidos por doenças”, destaca.

Os temas foram escolhidos a partir de pesquisas realizadas em 2012 com os traba-lhadores. DST’s representaram interesse de 43,13%; em segundo lugar está o tabagismo (11,67%). seguido do alcoolismo (10,14%).

ServiçoA campanha atende necessidades da empresa

quanto às iniciativas de conteúdo, como complemento à saúde do trabalhador. Para solicitar a palestra, entre em contato com o Sinduscon-PA pelo fone 3241-8383.

Saúde do trabalhador é um assunto fundamen-tal para a construção civil. E possibilitar o acesso a in-formações sobre métodos de prevenção e doenças é o objetivo do projeto Construção Saudável, que inau-gurou, no último dia 19 de julho, a segunda fase da campanha no canteiro de obras da Mape Engenharia, no Tribunal de Contas do Estado, em Belém.

Os colaboradores puderam conferir informações a respeito de males como o tabagismo, o alcoolismo e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). “Solicitei a palestra para os nossos funcionários porque percebi que muitos faltavam na segunda-feira, após beber demais no final de semana. Isso representava um grande prejuízo para empresa e afeta, sem dúvida, a saúde dos traba-lhadores”, afirma Ricardo Vieira dos Santos, técnico de segurança do trabalho.

Ministrada por Jackeline Boiba, da área de saú-de do Sinduscon-PA, a palestra integra a segunda fase da campanha do projeto Construção Saudável. “Muitos dos trabalhadores, inicialmente, questionam a razão de estarem na palestra. Mas ao final, perce-bem que ter acesso a esse conhecimento e levar até mesmo para família deles as informações faz toda a diferença. O resultado mais significativo para as em-presas é a redução de faltas por motivo de doença”, avalia Jackeline.

O mestre de obras Valdir Silva de Oliveira apro-vou a iniciativa. “Achei interessante o tema e a palestra foi muito boa. O tema que mais me chamou atenção foi o tabagismo, porque vários amigos nossos fumam no canteiro, e isso prejudica a saúde deles, que fumam, e também de quem não fuma. É um alerta a todos”, diz o trabalhador, que atua na construção civil há 14 anos.

O assunto também interessou a jovens traba-lhadores, como Ingrid Monteiro de Freitas. Atuando há três meses na área de segurança do trabalho, ela

Construção Saudável inaugura a segunda fase da campanha

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masao Yoshida, o engenheiro que salvou o mundo

Em março de 2011, um gigantesco tsunami atingiu a usina nuclear de Fukushima no Japão. A região foi devastada e o perigo da radiação da usina era real, pois o sistema de refrigeração da usina havia sido totalmente destruí-do pela onda gigante e foi dado ao mundo o alerta atômico, já que os reatores poderiam explodir a qualquer momento, se atingissem uma temperatura acima da permitida.

A explosão dos reatores causaria problemas em todo o mundo, os territórios mais próximos seriam devastados, os mais distantes sofreriam doenças epidêmicas e outros, efeitos do ar radioativo e da poeira atômica. Para sermos verdadeiros, não temos a dimensão exata do que teria ocorri-do, se os reatores nucleares tivessem explodido devido à destruição de seu sistema de refrigeração.

Quem evitou que esta gigantesca desgraça tivesse ocorrido foi o en-genheiro Masao Yoshida, diretor da usina nuclear de Fukushima que, mesmo conhecendo todos os riscos, comandou e montou o sistema de bombeamento de água do oceano, ainda que sabendo que os níveis de radiação já haviam atingido índices mortais aos seres humanos, não de forma imediata, mas se ali permanecessem, a morte seria inevitável, optou e conduziu a sua equipe para que ali ficassem e fizessem o resfriamento dos reatores nucleares com água bombeada do oceano, impedindo assim a sua explosão, enquanto outra parte da equipe recuperava o sistema de refrigeração.

Decidir isso naquele momento, diante de tudo o que via e acontecia em seu entorno, só mostrou ao mundo o verdadeiro espírito de ser engenheiro.

Masao Yoshida faleceu no dia 9 de julho de 2013, de câncer, porém, antes de falecer declarou que o seu câncer nada tinha a ver com o evento de 2011. Não desejava ser mártir, preferiu ser reconhecido apenas como enge-nheiro, mas para nós, engenheiros, será lembrado sempre como o engenheiro que salvou o mundo.

Engº. José Maria da Costa Mendonça22/7/2013

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End.: ROD. PA-150 (ALÇA VIÁRIA) KM 2,5 S/N - MARITUBA/PATEL/FAX.: (91) 3184-8500 / 3184-8560

No começo de 2013, o Pará registrava um déficit habitacional de 290 mil unidades, de acordo com dados da Cohab, a Companhia de Habitação do Pará. A partir da implantação de políticas públicas como o programa do governo federal “Minha Casa, Minha Vida”, a realidade começa a se reconfigurar. Segundo dados recentes da Fundação Getúlio Var-gas, divulgados em julho, o número de famílias vi-vendo em coabitação involuntária recuou 23,1% no Pará em 2011.

De acordo com o estudo, o recuo é resultado do programa “Minha Casa, Minha Vida” e também das facilidades no acesso ao financiamento, com redução nos juros e alargamento nos prazos de pagamento. O número de famílias nessa situação no Pará caiu de 142,5 mil, em 2009, para 109,5 mil ao fim de 2011.

No entanto, o ritmo de queda no Pará foi apenas o 15º do país e abaixo da média nacional (26,2%). Em estados vizinhos, como Maranhão e Amazonas, a redução foi de quase o dobro, 43,3% e 41,9%, res-pectivamente. A concentração de famílias comparti-lhando a mesma casa, mas com intenção de ter o próprio imóvel, ainda é uma das mais altas do Brasil. Só fica atrás da quantidade absoluta apontada nos Estados de São Paulo (265,8 mil famílias), Minas Gerais (164,2 mil) e Bahia (163 mil). Em todo o Bra-sil, são 1,674 milhão.

A pesquisa revela que o déficit habitacional paraense é de 12,7%, correspondente a 290 mil mo-radias, sendo 109,5 mil por coabitação involuntária e 180,5 mil por condições inadequadas do imóvel.

Segundo o consultor econômico do Sindus-con-PA, José Roberto, a baixa redução do número de coabitações involuntárias e o elevado número

de famílias morando nessas condições se deve ao planejamento inicial do programa no Pará. De acordo com o consultor, o programa foi elaborado para atingir, sobretudo, famílias com renda entre 1 e 3 salários mí-nimos, a chamada faixa um, que concentra os casos de coabitação involuntária e habitação em residências inadequadas. No entanto, no estado, o programa aca-bou atingindo outro perfil.

“Logo que o programa foi lançado no Pará, ele atingiu fortemente as faixas dois e três, que são aque-las que recebem de três a cinco salários mínimos e de cinco a dez salários, respectivamente. Esse não é grupo das coabitações, que costuma ser o da faixa um, que tem renda mensal de um a três salários, que são as famílias mais precárias. Ou seja, o programa não impactou para onde ele foi criado”, avalia.

“Só recentemente que começou a se corrigir essa distorção, sendo direcionado para essa faixa de renda. As próximas pesquisas já devem apresentar um cenário mais positivo”, completa o consultor econômico.

apesar dos avanços na redução, déficit habitacional do pará ainda é alto

José Roberto Rodrigues – assessor econômico do Sinduscon-PA

Engº. José Maria da Costa Mendonça

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Desde 2009, quando foi lançado, o programa contabiliza 2,67 milhões de unidades contratadas, das quais 1,22 milhão foram entregues. No Pará, segundo os dados do Ministério das Cidades, foram entregues até o fi m do ano passado 18,37 mil unidades habita-cionais das 70,32 mil contratadas pelo investimento de R$ 3,7 bilhões. Considerando o crédito com recursos da poupança, o número de unidades fi nanciadas sal-tou de 61,1 mil em 2005 para 453,2 mil em 2012.

EntravesAlém de conseguir atrair o público alvo mais ca-

rente, o programa também precisa trabalhar para re-verter a discrepância entre verbas disponibilizadas e o custo real para os empreendimentos, questão que, segundo o pesquisador Luís Maurício Maués, difi culta que as construtoras possam realizar os projetos.

No estudo coordenado pelo pesquisador, que avaliou os preços de execução do “Minha Casa, Mi-nha Vida” em 17 municípios do Pará entre 2011 e 2012, o avanço do programa esbarra na inviabilida-de financeira. “Os recursos financeiros para a exe-cução dos empreendimentos não são suficientes. O valor liberado é viável apenas para o custo material e de mão-de-obra das construções, mas não cobrem os custos com o investimento em infraestrutura, que corresponde a terreno, urbanização, saneamento, água, eletricidade, enfim, toda a estrutura de funcio-namento”, analisa.

Realizado a pedido do Sinduscon-PA e apresen-tado na IX Encontro da Associação Nacional dos En-genheiros e Arquitetos da Caixa, em agosto de 2012, o levantamento aponta que a Região Metropolitana de Belém e o município de Altamira são os locais onde a discrepância entre verba disponível e custo real mais afeta a execução do programa. Em Belém, o custo to-tal para a execução de uma casa de 36 m², dentro do “Minha Casa, Minha Vida”, seria de mais de R$ 78 mil, quando o valor liberado seria de apenas R$ 55 mil, re-

sultando em um défi cit de R$ 23 mil. Já em Altamira, a discrepância seria ainda maior: o custo seria de mais de R$ 77 mil contra um investimento de R$ 52 mil, resultando em um défi cit de mais de R$ 25 mil. (confi ra a tabela na próxima página)

Para o presidente do Sinduscon-PA, Marcelo Castelo Branco, a carência de infraestrutura básicas nas áreas de construção do programa é o grande empecilho no combate real ao défi cit habitacional. “Em nosso estado e mais particularmente em nossa capital, acredito que o grande empecilho seja a au-sência de áreas dotadas de infraestrutura, condição indispensável para moradias dignas. Entendo que uma atuação voltada a dotar essas áreas dessas condições aliadas à redução da enorme burocracia que trava o andamento dos projetos seja o início de uma grande virada na solução desses graves pro-blemas. A Companhia de Habitação do Pará tem fo-cado sua atuação nessa direção, tendo amparo da Caixa Econômica Federal”,

“É preciso criar parcerias mais fortes com o governo do estado e prefeituras para viabilizar, de fato, a construção das habitações do programa e combater o défi cit habitacional no estado”, reforça Luís Maurício.

Marcelo Gil Castelo Branco, presidente do Sinduscon-PA

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Custo da Unidade Habitacional R$ 34.485,43 BDI R$ 5.517,67 Custo de Elaboração de projeto R$ 896,00 Custo de Documentação R$ 198,00 Custo com Seguro R$ 624,00Custo Projetos Social - PTTS R$ 780,00 Custo Operacional CAIXA R$ 624,00Custo do Lote R$ 20.800,00 Custo da Infra estrutura R$ 11.452,40 Custo de Equipamentos Comunitário R$ 416,00 Custo de Transporte R$ 784,08 Custo de Alimentação R$ 1.069,20 Custo de EPI R$ 118,58

Custo Total R$ 77.765,35 Valor da Habitação R$ 52.000,00Diferença R$ 25.765,35

Custo da Unidade Habitacional R$ 29.536,89BDI R$ 7.040,00 Custo de Elaboração de projeto R$ 896,00 Custo de Documentação R$ 198,00 Custo com Seguro R$ 660,00 Custo Projetos Social - PTTS R$ 825,00 Custo Operacional CAIXA R$ 660,00 Custo do Lote R$ 26.000,00 Custo da Infra estrutura R$ 10.339,00 Custo de Equipamentos Comunitário R$ 440,00 Custo de Transporte R$ 784,08 Custo de Alimentação R$ 1.069,20 Custo de EPI R$ 118,58

Custo Total R$ 78.566,75 Valor da Habitação R$ 55.000,00 Diferença R$ 23.566,75

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avaliação dos preços de execução do programa mCmV no pará

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Em entrevista exclusiva ao informativo O Construir, o secretário de habitação de Belém, João Cláudio Klautau, fala sobre o déficit habitacional da capital pa-raense, as principais ações da prefeitura no enfrenta-mento do problema e a participação das construtoras paraenses nesse processo.

Além da ausência de moradia, existe também um déficit na qualidade da habitação. Qual o perfil dessas casas inadequadas, bem como dos mora-dores dessas residências em Belém?

Segundo o Censo Demográfico de 2010 do IBGE, o Déficit Habitacional Básico de Belém em área urbana é de 68.822 moradias. Quanto ao déficit qualitativo, este chega a 167.195 domicílios, sendo os principais componentes da inadequação habitacional os seguin-tes: carência de infraestrutura, adensamento excessi-vo de moradores, problemas de natureza fundiária e domicílios sem unidade sanitária domiciliar exclusiva. Quanto aos moradores, cerca de 80% apresentam renda entre 0 e 3 salários mínimos.

O programa do governo federal “Minha Casa, Minha Vida” é, pela sua concepção, uma das fer-ramentas para a redução do déficit habitacional no Brasil. O município de Belém receberá mais recursos para investimentos na habitação local? Quando começam as obras, quanto será investido e onde serão realizados os empreendimentos?

Com o lançamento do programa municipal de habi-tação denominado “Viver Belém”, o primeiro empreen-dimento denominado “Viver Maracá” já foi contratado com a Caixa e será construído em Icoaraci, na Estrada do Outeiro, próximo à Rua Maracacuera, com 550 uni-dades habitacionais. Além de Icoaraci, estão em análise empreendimentos no Tapanã, Aurá, Outeiro, Mosquei-ro, Val-de-Cães, Águas Lindas e Tenoné. A princípio, estão previstas 10 mil unidades com recursos do FAR (Fundo de Arrendamento Residencial, do Ministério das Cidades) na ordem de R$ 620 milhões. A previsão

é dar moradia para 50 mil pessoas, ou seja, cerca de 10 mil famílias beneficiadas, nos próximos 4 anos, que é o prazo previsto para entrega das unidades.

Essas obras serão edificadas com a participa-ção das construtoras paraenses? Como o senhor avalia o desempenho das construtoras locais em projetos desse porte?

Esperamos a participação maciça das construtoras paraenses no desenvolvimento do programa em nos-so município, e a prefeitura de Belém está oferecendo incentivos para que isso ocorra, inclusive com a pro-mulgação da Lei Municipal n° 9.014, de 14/Jun/2013, que criou o “Viver Belém”, oferece isenção de ISS, ITBI e IPTU, além de possibilitar outras alternativas ur-banísticas para a produção desses empreendimentos. A nossa avaliação das construtoras paraenses é que elas têm dado grande contribuição na realização do programa no Pará, apresentando excelente desempe-nho tanto na produção quanto na entrega das unida-des habitacionais já concluídas em outros municípios do estado. Na verdade, as construtoras paraenses serão as responsáveis por alavancar a produção de moradias em nossa capital.

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João Claudio Klautau - secretário de habitação de Belém

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Nova NBR 15.575 estabelece exigências de conforto e segurança em imóveis

No dia 19 de julho, a nova Norma de De-sempenho de Edificações, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) en-trou em vigor no Brasil. A NBR 15575 esta-belece exigências de conforto e segurança em imóveis residenciais. Pela primeira vez, uma norma brasileira associa a qualidade de produtos ao resultado que eles conferem ao consumidor, com instruções claras de como fazer essa avaliação.

O Inmetro passará a certifi car produtos da construção civil de acordo com a NBR 15.575. A norma introduziu novos conceitos, como desem-penho acústico, desempenho térmico e vida útil. É a primeira norma a defi nir como um edifício deve se comportar ao longo do tempo para atender às expectativas dos usuários (conforto e segurança no uso), conceitos já aplicado há muito tempo nos países desenvolvidos.

A norma especifica que níveis de segu-rança, conforto e resistência devem pro-porcionar cada um dos sistemas que com-põem um imóvel: estrutura, pisos, vedações, coberturas e instalações. Mais detalhada e abrangente, a norma deve gerar uma alta de 5% a 7% no custo final da obra, segundo es-timativas de especialistas do setor.

“Toda norma que tem como objetivo a maior segurança e melhor habitabilidade das edifi ca-ções é sempre bem aceita, embora impliquem quase sempre em aumento de custos para o consumidor. Convém lembrar que as normas existentes já são extremamente rigorosas e

a orientação do Sinduscon-PA às empresas associadas é o cumprimento fi el das normas construtivas vigentes”, analisa o presidente do Sinduscon-PA, Marcelo Gil Castello Branco.

Entre as alterações mais importantes, o texto estabelece quais são os critérios de es-tabilidade e resistência do imóvel, indicando, inclusive, métodos para medir quais os tipos de impacto que a estrutura deve suportar sem que apresente falhas ou rachaduras.

O sistema de pisos também teve altera-ções. Além de normatizar os sistemas de pi-sos internos, normatiza também os externos. Outro acréscimo foi a definição mais clara do sistema de pisos como a combinação de di-versos elementos, o que inclui o contrapiso, por exemplo, e não somente a camada de re-vestimento ou acabamento. O texto também traz definições mais claras para coeficiente de atrito e resistência ao escorregamento.

A respeito dos sistemas de vedação verti-cal, algumas das principais mudanças foram a adequação de critérios relativos ao desem-penho estrutural e a inclusão dos critérios relativos à segurança ao fogo.

Serviço

O Guia Orientativo sobre a Norma de De-sempenho (ABNT NBR 15.575), lançado pela CBIC, esta disponível para download gratuito no site do Sinduscon/PA,www.sindusconpa.org.br

Secretário fala sobre o défi cit habitacional

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Desoneração da folha de pagamento da construção civil é sancionada

No ultimo dia 19 de julho, foi sancionada a Lei 12.844, que estabelece, entre outras disposições, a desoneração da folha de pagamento na construção civil. Com a medida, a contribuição patronal ao In-stituto Nacional de Segurança Social (INSS) passa de 20% sobre a folha de pagamento para 2% sobre a receita bruta. A desoneração funcionará até 31 de dezembro de 2014.

O texto foi publicado no mesmo dia da san-ção, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). As empresas que tenham recolhido em 22 de julho o RET de 6% deverão aguardar ori-entação da Receita sobre possível compensação ou restituição.

A lei também estipula a redução da alíquota

de 6% para 4% nas incorporações imobiliárias sob o regime do patrimônio de afetação, com efeito ret-roativo a 4 de junho de 2013.

As empresas que tenham aberto CEI de 1/04 até 31/05, e que tenham, em julho, recolhido 20% sobre a folha, agora precisam fazer recolhimento de 2% sobre a receita bruta e pedir compensação ou restituição.

Por fim, é importante esclarecer que a Lei 12.844 estabelece que as empresas de obras de infraestrutura, enquadradas nas regras do texto, também terão a contribuição de 20% sobre a folha de pagamentos substituída por contribuição de 2% sobre a receita bruta de 1º de janeiro de 2014 até 31 de dezembro de 2014.

Confi ra a lei na integra, no link :http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12844.htm

Abertura de CEI Contribuição Previdenciária Prazo para cumprimento das regras (irretratável)

Até 31/03/13 Contribuição de 20% sobre a folha Até o término da obra

De 01/04/13 até 31/05/13 Contribuição de 2% sobre a receita bruta Até o término da obra ou de 20% sobre a folha de pagamento (regime antigo)

De 01/06/13 até o último dia do 3º mês Opção pela contribuição de 2% sobre Até o término da obrasubsequente ao da publicação em lei. a receita bruta

A partir do primeiro dia do 4º mês Contribuição de 2% sobre a receita bruta Até o término da obrasubsequente ao da publicação da Lei

Alex BrandãoAssessor Jurídico do Sinduscon-PA

QuaDRO DE ORIEntaÇÃO

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De 1º a 12 de julho, o Sinduscon-PA promoveu o curso de Segurança em Instalações e Serviços com ele-tricidade - NR 10. Ministrado pelo engenheiro Geraldo Cunha, o curso de aperfeiçoamento atendeu a profissio-nais com experiência na área elétrica.

A NR-10 diz respeito aos trabalhadores que atu-am direta ou indiretamente em instalações elétricas e serviços com eletricidade. Entre os dispositivos da nor-ma, estão as medidas preventivas de controle do risco elétrico, coletivas e individuais, e de outros riscos adi-cionais, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a segurança e a saúde no trabalho.

A NR-10 define condições para construção, mon-tagem, operação, reforma, ampliação, reparação e ins-peção de instalações elétricas e obrigatoriedade de su-pervisão de profissional autorizado, conforme distinções da norma sobre habilitação, qualificação, capacitação e autorização dos trabalhadores.

A norma também exige, para os trabalhadores au-torizados a intervir em instalações elétricas, treinamen-tos específico sobre os riscos decorrentes e as principais medidas de prevenção de acidentes, sendo destacado o Curso Básico de Segurança em Instalações e Servi-ços com Eletricidade, para trabalhadores autorizados, o Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em suas Proximidades, além de treinamento de reciclagem bienal para situações espe-cificadas na norma.

CURSOS CARGA HORÁRIA INSTRUTOR HORÁRIO“ Trabalho em Altura NR-35” 08 Deivison Guerreiro 18h às 22h“Aperfeiçoamento para Mestre de Obras e Encarregados “ 40 Willy Castelo 18h às 22h“Tecnologia de Concreto e Argamassa” 20 Jônatas Moraes 18h às 22h

“A novidade do curso é que houve mudanças na área de primeiros socorros, no que diz respeito a respiração cardiopulmonar. O enfoque foi nos acidentes de trabalho, que, apesar de todas as recomendações, têm acrescido. Os empresários devem estar sensibiliza-dos para a segurança no trabalho, já que os funcioná-rios devem ser liberados para participar dos cursos. A informação é indispensável para evitar os acidentes nos canteiros de obras”, destaca Geraldo Cunha.

Para Luciane Cordeiro Belo, que participou do curso, a qualificação é fundamental para conseguir es-paço no mercado de trabalho. “Estava estagiando e ago-ra procuro emprego. Então me empenho em participar de cursos para me qualificar e estar apta a prestar bons serviços na construção civil”, destaca a jovem, que apro-vou o curso. “Trabalhar com eletricidade exige muitos cuidados, e o curso conseguiu mostrar bem isso”.

Inscrições e informaçõesCentral de Serviços Projeto Construir – Grande BelémAvenida Nazaré, 649 – 3241-8383 - www.sindusconpa.org.br - e-mail: [email protected]

CaLEnDÁRIO agOStOBELÉm

nR-10 é tema de curso no Sinduscon-pa

Page 12: 16131 INFORMATIVO Sinduscon 94 finalizado...Défi cit habitacional do Pará é um dos maiores do país O CONSTRUIR Entrevista Em entrevista exclusiva, o secretário de habitação

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Boletim EconômicoBoletim EconômicoAnálise Econômica Julho de 2013.

Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) destaca a importância da construção civil do Pará nas regiões Norte e Nordeste. Uma característica robusta da Construção Civil do Pará tem sido a criação de empregos com carteira assinada. Em 2011, a mais recen-te pesquisa anual da indústria da construção civil (PAIC) divulgada pelo IBGE em 24 de junho, apontou 76.327 trabalhadores ocupados no setor no Pará, constituindo-se em termo absoluto no contexto da construção civil, como atividade econômica maior geradora de empregos formais da região Norte e a terceira maior geradora de empregos celetistas da região Norte e Nordeste, ficando atrás da Bahia (155.180 postos formais de trabalho), e Pernambuco (140.326, empregos com carteira assinada).

Em relação ao valor do montante da massa salarial, re-tiradas e outras remunerações, o PAIC aponta um total de R$1,321 bilhões na indústria da construção paraen-se, liderando o ranking do Norte e na mesma categoria, abaixo da Bahia, R$2,906 bilhões e de Pernambuco R$2,701 bilhões. Outro indicador que reforça o bom de-sempenho do setor no Pará é o valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção que no ano de 2011 destaca a indústria da construção paraense com um va-lor total de R$6,75 bilhões, ocupando o primeiro lugar no ranking do Norte e o terceiro do Norte e Nordeste, Bahia R$13,99 bilhões e Pernambuco R$13,27 bilhões. Tais indicadores positivos da construção paraense têm sido impulsionados pelo aumento da renda e do crédito.

A economia paraense criou 2.964 empregos for-mais em junho de 2013, diferente do mês de maio, quando foram perdidos 45 postos celetistas. Em com-paração ao mês de junho de 2012, houve uma redu-ção na criação de empregos formais de 51%, quando foram criados 6.050 empregos com carteira assinada. No ano, até o mês de junho, foram criados 8.394 em-pregos formais, menor 62,46% dos empregos celetis-tas criados no mesmo período do ano anterior, 22.964 empregos com carteira assinada. Em 12 meses foram criados 19.671 postos formais, inferiores em 64,12% das vagas formais criadas no mesmo período do ano anterior, 54.827. Os dados são do Cadastro Geral dos

Empregados e Desempregados CAGED e foram divul-gados no último dia 24. A Construção Civil foi responsá-vel por 86,36% dos empregos formais criados na eco-nomia paraense em junho de 2013, com 2.559 vagas. Até junho de 2013, o setor alavancou a tendência de recuperação do mercado de trabalho apresentando um saldo de 7.520 postos, saldo de 7,72% em relação ao estoque de assalariado com carteira assinada do mes-mo período do ano anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação de empregos formais criados pela Construção Civil no Pará foi de 11,48%, o equivalente a 10.755. Em termos absolutos, a Construção Civil lidera o ranking da geração de emprego no Pará.

ÍnD

ICE

S

Variação de junho em relação a maio: 0,28 %

C.U.B de Junho de 2013 R$ 948,57Projeto Custo R$/m2 Projeto Custo R$/m2R - 1B 964,15 R16 - A 1.215,30PP - 4B 919,07 CAL - 8N 1.098,16R - 8B 877,88 CSL - 8N 950,43PIS - B 649,73 CSL-16N 1.272,52R1 - N 1.126,71 CAL - 8A 1.174,70PP - 4N 1.067,21 CSL - 8A 1.033,29R8 - N 948,57 CSL-16A 1.381,61R16 - N 919,65 RP1Q 954,64R1 - A 1.409,10 GI 552,24R8 - A 1.158,14

Fonte: (1) Sinduscon/PA; (2) IBGE, (3) FGV. (*) Sinapi/PA

Índices do mês - Junho de 2013Índice Mês Ano 12 Meses Fonte % % % C.U.B 0,28 0,71 6,45 (1)Sinapi (*) -0,29 0,18 5,24 (2)INCC-DI 1,15 6,02 8,00 (3)INCC-M 1,96 5,61 7,88 (3)Pavimentação 0,35 4,34 8,81 (3)Terraplenagem 0,98 4,49 7,45 (3)INPC 0,28 3,30 6,97 (2)IPCA 0,26 3,15 6,70 (2)IGP-M 0,74 1,74 6,30 (3)

Por José Roberto Marques Rodrigues (Assessor Econômico do Sinduscon-PA)

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