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64 A epistemologia da complexidade e a ciência da informação A epistemologia da complexidade e a ciência da informação Marivalde Moacir Francelin Marivalde Moacir Francelin Mestrando em biblioteconomia e ciência da informação da PUC-Campinas E-mail: [email protected] UMA INTRODUÇÃO À CIÊNCIA NO UMA INTRODUÇÃO À CIÊNCIA NOVA: A: A CER A CERTEZA D TEZA DA INCER A INCERTEZA TEZA O presente texto traz rápida e até superficial visita à vasta obra de Edgar Morin (Pena-Vega; Nascimento, 1999), sociólogo francês que possui e situa boa parte de sua produção no campo das novas percepções e concepções científicas ocorridas ao longo do século XX e sobre o que isto pode interessar à ciência da informação. Morin (2002a) traz, junto às suas análises epistemológicas e paradigmáticas, uma proposta de interpretação de mundo e dos fenômenos que nele ocorrem, ou seja, o pensamento complexo. Em resumo, a complexidade proposta por Edgar Morin se refere a um conjunto de eventos, principalmente aqueles ligados à área científica, que ocorreram no final do século XIX e que foram sendo debatidos, combatidos e assimilados no decorrer do século XX. Pode-se dizer que o que houve na realidade foi um certo tipo de Revolução (Japiassu, 1985; Kuhn, 2001; Epstein, 1988), pois foram quase três séculos de determinismo, de racionalismo, de univocidade, de concepção mecânica de mundo e, principalmente, da certeza que se transferia ao experimento científico; tudo isso cai por terra com as descobertas da própria ciência (Morin, 2002; 2002a; 1999a). Primeiramente, tem-se a revelação de que existem fenômenos que não se consegue explicar. O próprio ser humano é um deles, o universo também, a vida e a morte, o amor, o ódio (a reaproximação da filosofia e da ciência) (Moles, 1971). Depois, descobre-se que o mundo pode ser um sistema (Von Bertalanffy, 1977), um ecossistema, e que suas partes (fragmentos) não estão nem podem ser vistas e estudadas sem a compreensão e aceitação do todo onde figuram. Claro que não se pode explicar de maneira lógica as relações e inter-relações deste todo e de suas partes e vice-versa. É por isso que se chama pensamento complexo, pois parece não haver uma lógica para estas relações aparentemente sistêmicas, é o que Morin (1999a; 2002a) denomina a “ordem dentro da desordem” ou a “certeza da incerteza”, e é justamente por este motivo que se chama complexidade. Pode ser que a maneira como era vista a ciência dita clássica ou moderna (para quem aceita o pós-moderno como período vigente) (Santos, 2000), via o homem e o Resumo A ciência, ao longo do século XX, passou por um amplo debate sobre os seus princípios básicos de construção. O racionalismo, o determinismo e o mecanicismo foram superados pela incerteza proposta pela própria ciência, dando origem a possíveis rupturas epistemológicas e a busca por "novos" paradigmas. Este trabalho propõe-se a apresentar o pensamento complexo moriniano, utilizando-se como justificativa o pressuposto de "instinto formativo" bachelardiano para tentar aproximar a ciência da informação da chamada "ciência nova". Palavras-chave Ciência da informação; Epistemologia; Edgar Morin; Gaston Bachelard. Epistemology of complexity and information science Abstract Throughout the 20 th century, science went through a wide debate about its basic construction principles. Rationalism, determinism and mechanicism were left aside owing to the uncertainty aroused by science itself. This was the reason for possible epistemological ruptures and the search for "new" paradigms. This paper intends to present the complex Morinean thought, utilizing as a justification the presuposition of Bachelardean "formative instinct" in order to make an attempt to have a closer relation between information science and the so called "new science". Keywords Information science; Epistemology; Edgar Morin; Gaston Bachelard. Ci. Inf., Brasília, v. 32, n. 2, p. 64-68, maio/ago. 2003

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    A epistemologia da complexidade e a cincia da informaoA epistemologia da complexidade e a cincia da informao

    Marivalde Moacir FrancelinMarivalde Moacir FrancelinMestrando em biblioteconomia e cincia da informao daPUC-CampinasE-mail: [email protected]

    UMA INTRODUO CINCIA NOUMA INTRODUO CINCIA NOVVA:A:A CERA CERTEZA DTEZA DA INCERA INCERTEZATEZA

    O presente texto traz rpida e at superficial visita vasta obra de Edgar Morin (Pena-Vega; Nascimento,1999), socilogo francs que possui e situa boa parte desua produo no campo das novas percepes econcepes cientficas ocorridas ao longo do sculo XXe sobre o que isto pode interessar cincia da informao.Morin (2002a) traz, junto s suas anlises epistemolgicase paradigmticas, uma proposta de interpretao demundo e dos fenmenos que nele ocorrem, ou seja, opensamento complexo.

    Em resumo, a complexidade proposta por Edgar Morinse refere a um conjunto de eventos, principalmenteaqueles ligados rea cientfica, que ocorreram no finaldo sculo XIX e que foram sendo debatidos, combatidose assimilados no decorrer do sculo XX. Pode-se dizerque o que houve na realidade foi um certo tipo deRevoluo (Japiassu, 1985; Kuhn, 2001; Epstein, 1988),pois foram quase trs sculos de determinismo, deracionalismo, de univocidade, de concepo mecnicade mundo e, principalmente, da certeza que se transferiaao experimento cientfico; tudo isso cai por terra com asdescobertas da prpria cincia (Morin, 2002; 2002a;1999a).

    Primeiramente, tem-se a revelao de que existemfenmenos que no se consegue explicar. O prprio serhumano um deles, o universo tambm, a vida e a morte,o amor, o dio (a reaproximao da filosofia e da cincia)(Moles, 1971). Depois, descobre-se que o mundo podeser um sistema (Von Bertalanffy, 1977), um ecossistema,e que suas partes (fragmentos) no esto nem podem servistas e estudadas sem a compreenso e aceitao dotodo onde figuram. Claro que no se pode explicar demaneira lgica as relaes e inter-relaes deste todo ede suas partes e vice-versa. por isso que se chamapensamento complexo, pois parece no haver uma lgicapara estas relaes aparentemente sistmicas, o queMorin (1999a; 2002a) denomina a ordem dentro dadesordem ou a certeza da incerteza, e justamentepor este motivo que se chama complexidade.

    Pode ser que a maneira como era vista a cincia ditaclssica ou moderna (para quem aceita o ps-modernocomo perodo vigente) (Santos, 2000), via o homem e o

    Resumo

    A cincia, ao longo do sculo XX, passou por um amplodebate sobre os seus princpios bsicos de construo.O racionalismo, o determinismo e o mecanicismo foramsuperados pela incerteza proposta pela prpria cincia,dando origem a possveis rupturas epistemolgicas e abusca por "novos" paradigmas. Este trabalho prope-se aapresentar o pensamento complexo moriniano, utilizando-secomo justificativa o pressuposto de "instinto formativo"bachelardiano para tentar aproximar a cincia da informaoda chamada "cincia nova".

    Palavras-chave

    Cincia da informao; Epistemologia; Edgar Morin; GastonBachelard.

    Epistemology of complexity and informationscience

    Abstract

    Throughout the 20th century, science went through a widedebate about its basic construction principles. Rationalism,determinism and mechanicism were left aside owing to theuncertainty aroused by science itself. This was the reason forpossible epistemological ruptures and the search for "new"paradigms. This paper intends to present the complexMorinean thought, utilizing as a justification the presupositionof Bachelardean "formative instinct" in order to make anattempt to have a closer relation between information scienceand the so called "new science".

    Keywords

    Information science; Epistemology; Edgar Morin; GastonBachelard.

    Ci. Inf., Braslia, v. 32, n. 2, p. 64-68, maio/ago. 2003

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    universo, compreendendo aqui todos os eventos naturaise, supostamente, no naturais que ocorriam sua volta,era quase unvoca, ou seja, acreditava em um mundomecnico, em um ser humano mecnico e em umarelao mecnica entre ser humano e o mundo, e quetudo isso poderia ser explicado (Moles, 1971; Price, 1976).A cincia nova surge para dizer no, o ser humano no mecnico, tambm vive de incertezas e de desordem; omundo funciona por meio de um conglomerado catico(Prigogine, 2002; 1996) e que a mente humana no podeconceb-lo com exatido em suas estruturas, pois podemno ser fixas, talvez sejam mutantes, imprevisveis e auto-organizveis, ou seja, em um sistema aparentementecatico, o mundo se auto-regula e se auto-organiza (Morin,1999a; 2002a).

    possvel que a inteno de Edgar Morin, ao longo desua obra, quando expe o pensamento complexo, sejajustamente a de alertar para a prpria existncia dacomplexidade, contrapondo-se ao convencionalismocientfico. Neste sentido, infere-se que muitas coisaspodem ter sido decididas e feitas por conveno, o prprioconservadorismo pode ser uma conveno, um certo tipode instinto conservativo em oposio ao instintoformativo (Bachelard, 2001).

    Parece que a aproximao de Bachelard e Morin talvezseja bem-vinda neste momento, pois entende-se que podeser a partir de um instinto conservativo que se mantevepor tanto tempo a premissa racionalista e deterministada cincia e, mesmo com a prpria cincia aceitando aimprevisibilidade do mundo (veja-se, por exemplo, afsica) (Prigogine; Stengers, 1984), o debate em tornodos novos paradigmas e das possveis rupturasepistemolgicas ocorridas na cincia quase queatravessou o sculo XX (Santos, 2002; 2001; 2000).

    Talvez, tal inferncia possa ser entendida a partir dealgumas publicaes com maior abrangncia no meiocientfico, como a obra clssica de Thomas KuhnA estrutura das revolues cientficas, de 1962. Outrasduas obras importantes pertencem ao historiador dacincia Alexandre Koyr, Do mundo fechado ao universoinfinito e Estudos de histria do pensamento cientfico,a primeira de 1962 e a segunda de 1973. Tambm seencontram Abraham Antoine Moles, com A criaocientfica, de 1971, Gaston Bachelard, com A formaodo esprito cientfico, de 1938, e Hilton Japiassu, comA revoluo cientfica moderna, de 1985. Esta descriopode parecer injusta, pois sabe-se que muitas outras obraspoderiam e deveriam ser citadas, porm espera-se quehaja certa concordncia pelo menos quanto importncia

    dos autores e das obras relacionadas anteriormente e desua contribuio no debate sobre a constituio de umacincia nova.

    Nesse sentido, entende-se que talvez seja o momento dese imbuir no instinto formativo proposto por Bachelarde tentar entender esta intrigante Teoria da Complexidadeproposta por Edgar Morin e o que este ltimo quer dizercom as [...] trs teorias que constituem uma via deinteligibilidade para este novo mundo que se ergue diantede ns (Morin, 1999a, p.29) e o que isto tem a ver coma cincia da informao.

    UM CONTEXTO EPISTEMOLGICO PARA AUM CONTEXTO EPISTEMOLGICO PARA ACINCIA DA INFORMAOCINCIA DA INFORMAO

    Ao se considerarem o instinto formativo e o instintoconservativo expostos por Bachelard (2001), parece quea epistemologia da cincia da informao talvez notenha a mesma preocupao j expressa por Japiassu(1981), quando este se refere a uma epistemologia dascincias humanas, pois entende-se que a cincia dainformao limita-se ao instinto conservativo,principalmente quando (apenas) relacionada a questestcnicas e mecnicas que, inquestionavelmente, fazemparte de sua estrutura, porm no so exclusivas em suaformao (Machlup, 1983; Mansfield, 1983; Saracevic,1996; 1995).

    A cincia da informao pode ser considerada umadisciplina cientfica em plena fase de constituio,tentando, como outras disciplinas, estabelecer-se em umperodo turbulento para cincia, que toma caractersticasde nova atravs de rupturas epistemolgicas eparadigmticas ocorridas no decorrer do sculo XX(Wersig, 1993; Gomes, 1993; Galvo, 1998; Pinheiro,1995; Loureiro, 1995). Portanto, entende-se que umesprito conservador tomado neste momento pela cinciada informao apenas serve para dificultar a construodo estatuto cientfico desta disciplina. A cincia dainformao, na postura de seus pesquisadores, professorese alunos, teria de ser representada pelo instinto formativobachelardiano, segundo o qual poderia fazer uso de suasrelaes (inter)disciplinares para estruturar-se edesenvolver-se a partir de uma nova concepoparadigmtica e epistemolgica.

    Conservar um esprito investigativo preocupado apenascom o processo de tratamento e disponibilizao dainformao ao indivduo talvez seja outro motivo parauma reflexo da cincia da informao, pois a informaotomou propores tais no mundo contemporneo

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    (Mattelart, 2002; Dupas, 2000), que uma disciplina quese prope estud-la em seu contexto de atividade nopode omitir-se ao estudo do indivduo e tambm docontexto que o envolve.

    H algum tempo existe certo desconforto com a situaodos estoques de informao. Tal questo foi longamentedebatida, solues surgiram das mais diversas fontes,quase todas propondo e realizando a facilidade de acessoa tais informaes. Diversos programas surgiram paraacompanhar a onda da socializao informacionalfundamentada em um idealismo fortuito e, por vezes,ilusrio. Parece que parte dos cientistas da informaoapoiaram programas que propunham socializar ainformao, isto no em nvel micro, mas em macro, ouseja, o ensejo da socializao da informao embaladapela construo de grandes sociedades de informao.

    Aparentemente, pode ser que a quantidade de informaodisponilizada no signifique necessariamente socializar,pois entende-se que, neste ltimo caso, teria de havercerta reciprocidade. Portanto, a informao, para sersocializada, precisaria ser aceita pelo indivduo, e, paraque isto ocorresse, os responsveis por este projeto desocializao tambm deveriam saber se o indivduopossui a disposio de receber a informaodisponibilizada (Baudrillard, 1994) e se o simples fatode o indivduo aceitar a informao poderia significar asocializao realmente, um crculo vicioso, um andars cegas. Se isto no partir de maior esclarecimento, ainformao pode continuar sendo estoque, o que, decerta maneira, mantm o instinto conservativo da cinciada informao.

    Aceitando-se o objeto de estudo da cincia da informaoem seu contexto, talvez no seja tarefa difcil detectar arelao entre a Trindade profana proposta por Morin(1999a) e a cincia da informao. So trs teorias jconhecidas da cincia da informao que fazem partedesta Trindade: a teoria de sistemas, a ciberntica e ateoria da informao. Vale lembrar que Morin (1999a)reputa, funo da teoria de sistemas, da ciberntica eda teoria da informao, uma possvel via deentendimento de mundo que considera complexo, nosuas relaes, pois isto no seria possvel devido slimitaes da capacidade humana e dos fenmenosinexplicveis propostos pela natureza, mas sim analisara complexidade que permeia estas relaes.

    O que talvez Morin (1999a) queira esclarecer por meiodestas trs teorias que a informao, como a prpriacincia da informao a entende, esteja presente em

    quase todas as fases da auto-organizao de mundoproposta pelo autor e justamente naquilo em que a cinciada informao talvez no conceba tal ocorrncia, ou seja,no rudo da mensagem entre emissor e receptor atravsde um canal, [...] (ordem a partir do rudo), no apenasda desordem, mas a partir do rudo (Morin, 1999a, p.29).Portanto, parece ser interessante cincia da informaouma aproximao do instinto formativo bachelardianoda complexidade morinana e sua Trindade profana(teoria da informao, ciberntica e teoria de sistemas),pois entende-se que este possa ser o caminho parapossvel compreenso de determinados contextos decomplexidade que possam envolver a atividadeinformacional.

    CONSIDERAES FINAISCONSIDERAES FINAIS

    Tomar-se- como reflexo conclusiva e possvelexemplificao o prprio rudo que, no processoinformacional, pode ser caracterizado como umaanomalia na transmisso de informaes. Trata-se deum fator prejudicial na percepo da informao peloindivduo ao qual se deseja transmitir algo.

    Parece que, quando ocorre certo tipo de eventocaracterizado como rudo, a informao se fragmenta, eparte destes fragmentos pode perder seu sentido,provocando desordem em um processo supostamenteordenado. No querendo entrar na discusso sobre aquesto de existir ou no rudo em todo o processoinformacional, parte-se do pressuposto utilizado porMorin (1999a; 2002a) sobre ordem e desordem, por meiodo qual o rudo tambm pode ser uma informao dentrode outra informao, ou seja, a informao dainformao. Sendo o rudo uma possvel desordem, istoquer dizer que ele possui uma ordem (ordem a partir dorudo) e, dessa maneira, o rudo tambm pode ser umainformao.

    Isto significa que o rudo, atravs de determinado focode interpretao, pode servir para ilustrar um possvelproblema da prpria cincia da informao, no qualtalvez figure a necessidade de esta ltima utilizar a receitaque ela mesma props biblioteconomia, ou seja, reverseus princpios e fundamentos de construo cientfica,principalmente os relacionados ao mecanicismo, poisentende-se que, teoricamente, os processos que fazemparte e que envolvem a informao poderiam ser tratadosno apenas pela tica lgica, mas tambm pela ticailgica, levando-se em considerao fatores como o rudo,a desordem e a complexidade.

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    Por este motivo, prope-se a retomada do instintoformativo bachelardiano pela cincia da informao paraque possa fazer incurses tericas a campos que seencontram relacionados, direta ou indiretamente, reade cincia da informao.

    Talvez por ser outro momento, faz-se necessriocompreender que existem novas estruturas (inter-trans-multi-pluri)disciplinares presentes no debate sobre aconstruo cientfica, e entende-se que a partir destasrelaes que se pode ingressar na busca de novosparadigmas e proceder a um estudo epistemolgico emcincia da informao que no reprima o seucrescimento espiritual (Bachelard, 2001), mas que possadar condies sistmicas para a construo cientficaem cincia da informao. Seguindo Morin (1999a),entende-se que a possvel esterilidade de uma pesquisapode estar de acordo com o grau de isolamento queprope ao objeto a ser pesquisado.

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    Artigo recebido em 21-02-2003 e aceito para publicao em 07-05-2003

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