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Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho
PROCESSO Nº TST-RR-1500-34.2011.5.09.0651
Firmado por assinatura digital em 13/04/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
A C Ó R D Ã O
(8ª Turma) GMMCP/ehs/apg
I - AGRAVO DE INSTRUMENTO - PRESCRIÇÃO - AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO – ALTERAÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA
Por divisar possível contrariedade às
Súmulas nos
241 e 294 do TST, dá-se
provimento ao Agravo de Instrumento
para determinar o processamento do
recurso denegado.
II – RECURSO DE REVISTA - LITISPENDÊNCIA No que se refere à litispendência, a Corte Regional verificou estar presente a tríplice identidade, nos termos do art. 301, § 2º, do Código de Processo Civil. PRESCRIÇÃO - AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO – ALTERAÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA Nos termos da jurisprudência desta Eg. Corte Superior, aplica-se a prescrição
parcial à pretensão de integração do auxílio-alimentação, no caso de alteração da natureza do benefício - de salarial para indenizatória -, seja por norma coletiva ou por adesão posterior ao PAT. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO – NATUREZA SALARIAL - ADESÃO AO PAT APÓS A ADMISSÃO DO TRABALHADOR - ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 413 DA SBDI-1
A pactuação em norma coletiva que
confere caráter indenizatório à verba
“auxílio-alimentação” ou a adesão
posterior do empregador ao Programa de
Alimentação do Trabalhador - PAT não
alteram a natureza salarial da parcela,
instituída anteriormente, para os
empregados que, habitualmente, já
percebiam o benefício, a teor das
Súmulas nos 51, item I, e 241 do TST.
Orientação Jurisprudencial nº 413 da
SBDI-1.
PRESCRIÇÃO - DIFERENÇAS DECORRENTES DO
CONGELAMENTO DA PARCELA “ANUÊNIOS”
Cuida-se de pretensão a diferenças de
anuênios, a partir do congelamento dos
valores atinentes à parcela, ocorrido
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em 1997, por ato do empregador. Assim,
a pretensão deduzida em juízo em 2011
está fulminada pela prescrição total.
DEPÓSITOS DO FGTS
O apelo não atende aos requisitos do
artigo 896 da CLT.
VERBAS RESCISÓRIAS COMPLEMENTARES
A mera indicação de violação ao artigo
7º da Constituição da República, sem a
especificação dos parágrafos e/ou
alíneas tidos por violados, não atende
aos ditames da Súmula nº 221 do TST.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Ausente a assistência sindical,
indevidos os honorários advocatícios,
nos termos da Súmula nº 219 do TST.
Recurso de Revista conhecido
parcialmente e provido.
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso
de Revista n° TST-RR-1500-34.2011.5.09.0651, em que é Recorrente LUIZ
CARLOS MARACH e Recorridos COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA - COPEL E
OUTROS.
Agrava de Instrumento o Reclamante (fls. 1541/1567)
ao despacho de fls. 1527/1538, que negou seguimento ao Recurso de Revista
(fls. 1028/1050).
Contraminuta e contrarrazões, às fls. 1595/1601.
O D. Ministério Público do Trabalho não foi ouvido,
nos termos regimentais.
É o relatório.
V O T O
I - CONHECIMENTO
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Conheço do Agravo de Instrumento, porque tempestivo
(fls. 1540 e 1541), dispensado o preparo (fls. 698/699) e subscrito por
profissional habilitado (fl. 22).
II - MÉRITO
O Juízo primeiro de admissibilidade negou seguimento
ao Recurso de Revista, nestes termos:
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Recurso tempestivo (decisão publicada em 19/04/2013 - fl. 1018; recurso
apresentado em 29/04/2013 - fl. 1026).
Representação processual regular (fl. 20).
Preparo inexigível.
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Formação,
Suspensão e Extinção do Processo / Litispendência.
Alegação(ões):
- violação do(s) artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal.
- violação da (o) Código de Processo Civil, artigo 301, §1º; artigo 301, §2º;
artigo 301, §3º.
O recorrente afirma que "não há o que se falar em litispendência entre o
presente processo e os autos no 18879-2011-651-09-00, no que se refere ao pedido
de condenação da Reclamada ao pagamento da indenização do FGTS e das
diferenças das verbas rescisórias, uma vez que não existe a tríplice identidade
prevista no art. 301 do CPC (partes, causa de pedir e pedido)."
Fundamentos do acórdão recorrido:
"(...).
Na petição inicial, o autor relatou que ajuizou reclamatória trabalhista, sob o
nº 18879-2011-651-09-00-0 em trâmite na 17ª Vara do Trabalho em que postulou,
dentre outros pedidos, a decretação de nulidade do seu pedido de demissão e a
reversão em despedida sem justa causa, com a condenação das rés ao pagamento da
multa de 40% do FGTS. Na presente ação, requereu o seguinte: a) reconhecimento
da declaração da responsabilidade solidária dos réus, b) a declaração de nulidade
das férias 'fragmentadas' de todo o período contratual (14.07.1987 a 15.12.2010),
acrescidas de 1/3 constitucional, em dobro (item 1); c) condenação ao pagamento da
multa prevista na cláusula 35 do ACT, por cláusula descumprida (item 3); d) o
pagamento da multa da participação dos lucros e resultados do ano de 2010 (item 4);
d) pagamento do auxílio alimentação referente ao período posterior a 1994, com
reflexos em férias acrescidas de 1/3, FGTS, 13º salário e aviso prévio e demais
verbas a que faz jus o autor (item 5); e) pagamento de diferenças de
anuênio/adicional por tempo de serviço decorrentes de pagamentos com base em
remuneração menor e reflexos em DSR e, com este em férias mais 1/3, 13º salário,
FGTS (depósito + multa), aviso prévio, recolhimento de INSS e previdência
complementar (item 6); f) pagamento de verbas rescisórias (item 7); g) FGTS e mais
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multa de 40% (item 7); h) assistência judiciária (item 9) e i) honorários advocatícios
(item 10) - fls. 3/19).
Consoante já delineado, o MM. Juízo de origem declarou a litispendência em
relação às diferenças de verbas resilitórias e indenização de 40% do FGTS.
Na peça vestibular dos autos nº 18879-2011-651-09-00-0 em trâmite na 17ª
Vara do Trabalho, consta os seguintes pedidos:
a) A anulação da sua adesão ao PDV da Circular no 33, de 13.05.2010, por
vício na manifestação de vontade, e conseqüentemente a condenação das rés ao
pagamento da diferença de indenizações previstas nos PDVs instituídos pelas
Circulares no 33/2010 e no 31/2011. De forma alternativa, postulou seja aceito o
pedido de desistência da sua adesão ao PDV da Circular no 33, de 13.05.2010, em
razão do seu requerimento encaminhado para o Sr. René Miguel Jorge Bonato, e
tendo em vista que foi deferido aos demais empregados das rés, para ao final
condenar as rés ao pagamento da diferença de indenizações previstas nos PDVs
instituídos pelas Circulares no 33/2010 e no 31/2011. Requereu, ainda, de forma
alternativa, a extensão dos benefícios do PDV da Circular no 31/2011 ao autor
(conforme item 9.13 Circular no 89/2009). Finalizou com o pedido de condenação
das rés ao pagamento da diferença de indenizações previstas nos PDVs instituídos
pelas Circulares no 33/2010 e no 31/2011, a ser apurada em liquidação de sentença,
considerando os índices de atualizações legais (fls. 653/654).
b) no tópico 2, requereu a decretação da nulidade do pedido de demissão, com
a reversão em despedida sem justa causa, com a condenação das rés ao pagamento
da multa de 40% do FGTS, acrescida de juros e correção monetária, a ser paga
diretamente ao autor(fls. 655/656).
c) a declaração de nulidade da adesão do autor ao PDV, inclusive no que
tange a ilegal e arbitrária "quitação do contrato de trabalho". De forma sucessiva,
requereu o recebimento dos demais pedidos formulados nesta RT, por não
integrarem a quitação do instrumento de rescisão (fls. 656/658).
d) pagamento de horas extras (alíneas 'a', 'b', 'c' e 'd' da fl. 659) e reflexos (fl.
660).
e) pagamento de indenização por dano moral e assédio moral, no valor total
de cem remunerações ou outro valor a ser arbitrado e de forma alternativa, requereu
o pagamento da indenização por dano moral, no valor de 50 remunerações ou outro
valor a ser arbitrado (alíneas 'a', 'b' e 'c' do item 5 - fl. 664/665).
f) mencionou que sempre recebeu auxílio-alimentação, mesmo antes da sua
adesão ao PAT. Postulou a condenação ao pagamento das parcelas de depósito do
FGTS, referente ao valor do vale-refeição, durante todo o contrato de trabalho e o
reconhecimento do auxílio-alimentação como integrante da remuneração para fins
de condenação da ré no tocante ao plano de previdência complementar. Também
pretendeu o reconhecimento do auxílio-alimentação como integrante da
remuneração e, por conseguinte, requereu o pagamento de diferenças e o
reconhecimento do auxílio-alimentação como integrante da remuneração, para fins
de condenação a todas demais verbas trabalhistas e rescisórias, tais como férias,
décimo terceiro salário, terço constitucional, horas extras, FGTS (depósito+ multa)
indenização de acordo coletivo, participação nos lucros, durante todo o período de
trabalho etc, a ser apurado em liquidação de sentença (fls. 667/668).
g) nos itens 7 e 8, argumentou que as verbas rescisórias não levaram em
consideração o valor total da remuneração, isto é, somente utilizou o salário
nominal, não computando as horas extras praticadas e reflexos, razão pela qual
requereu o recálculo das verbas rescisórias, como aviso prévio, férias acrescidas de
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terço constitucional, 13º salário, saldo de salário, FGTS e multa, etc. Postulou o
pagamento de FGTS e multa de 40% sobre as verbas pleiteadas e deferidas e que
haja incidência de FGTS, este e mais a multa de 40%, a ser pago diretamente ao
autor (fl. 668).
h) assistência judiciária gratuita e honorários advocatícios (fls. 669/670).
Na decisão prolatada nos autos nº 18879-2011-651-09-00-0, o MM. Juízo de
origem entendeu que "(...) ficou comprovada que a adesão ao PDV, conforme
documento de fl. 683, decorreu de livre opção pelo demandante, razão pela qual se
rejeita o pedido de declaração de nulidade da adesão ao PDV constante da Circular
33/2010, de 13.05.2010, bem como o pedido sucessivo de desistência ao PDV"
(destaquei). Finalizou que "Reconhecida a validade da adesão do Autor ao PDV
33/2010, não há que se falar em extensão ao Autor dos benefícios do PDV Circular
31/2011. Há que se observar que nada obriga o empregador a adotar
permanentemente medidas de incentivo à resilição dos contratos, até porque a
concessão de tais indenizações ou premiações se inserem no seu poder diretivo. Há
que se observar que o demandante foi dispensado em 15.12.2010 e as suas
condições de dispensa e os requisitos do PDV 033/2010 são diversos dos fixados no
PDV 031/2010, além de evidentemente se referirem a períodos de vigência
diversos. Rejeita-se, pois o pedido sucessivo de extensão dos benefícios do PDV
31/2011 e de diferença de indenização por adesão ao Plano de Demissão
Voluntária." (fls. 686/687 - destaquei).
No tocante ao pedido de FGTS e multa de 40%, com acerto a r. decisão,
porquanto na r. sentença prolatada nos autos de nº 18879-2011-651-09-00-0, ainda
que pendente de julgamento de recurso, houve o reconhecimento de que o
desligamento decorreu de iniciativa do autor por adesão ao plano de demissão
voluntária, hipótese em que é indevida a indenização de 40% do FGTS.
Em relação ao pedido de diferenças - depósitos do FGTS, o MM. Juízo de
primeiro grau esclareceu em embargos de declaração de fl. 919, que restou
prejudicado em face da rejeição integral das parcelas salariais pleiteadas. É o que se
verifica no item 4 da fl. 880 e na sentença de embargos de declaração à fl. 919.
No que tange ao pleito de verbas rescisórias, consta no item 7 da presente
ação, o seguinte:
"A verbas rescisórias não levaram em consideração o valor total da
remuneração, isto é, somente utilizou o salário nominal do Reclamante, não
computando as horas extras praticadas e reflexos, pelo que se requer o recálculo das
verbas rescisórias, como aviso prévio, férias, terço constitucional, 13º salário, saldo
de salário, FGTS e multa, etc." (fl. 668).
Nos autos nº 18879-2011-651-09-00-0, o MM. Juízo de origem rejeitou o
pedido de pagamento de horas extras e reflexos (item 4 - fls. 688/691) e no item 5,
decidiu que (fl. 691):
O Autor alega (fl. 30) que as verbas rescisórias não levaram em consideração
o valor total da remuneração, pois utilizou apenas o salário nominal e não computou
as horas extras praticadas e reflexos. Requer o recálculo das verbas rescisórias,
como férias acrescidas do terço constitucional, 13º salário, saldo de salário, FGTS e
respectiva indenização de 40%.
As Rés alegam (fl. 441) que do TRCT constam as verbas a que fazia jus o
demandante e não havia pagamento de horas extras e reflexos pelo fato de que nos
cartões ponto não havia a anotação de jornada suplementar ou extraordinária.
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As diferenças ora postuladas decorrem apenas da alegação da existência das
horas extras postuladas, matéria que já foi objeto de análise do item precedente,
razão pela qual resta prejudicada a análise do pedido neste item.
Prejudicado.
Diante do exposto, o pedido já foi apreciado naqueles autos com a rejeição
integral do pedido de horas extras.
Por tais fundamentos, mantenho o decidido."
O entendimento da egrégia Turma está assentado no substrato
fático-probatório acima exposto. Nesse passo, para se chegar a uma conclusão
diversa seria necessário revolver fatos e provas, propósito insuscetível de ser
alcançado nessa fase processual, à luz da jurisprudência firmada na Súmula nº 126
do colendo Tribunal Superior do Trabalho. Segue-se, dai, que as alegações recursais
não encontram respaldo na moldura fática retratada na decisão recorrida, afastando
as teses de violação de disposições constitucional e infraconstitucionais.
Remuneração, Verbas Indenizatórias e Benefícios / Ajuda/Tíquete
Alimentação.
Alegação(ões):
- contrariedade à(s) Súmula(s) nº 51; nº 241; nº 294 do colendo Tribunal
Superior do Trabalho.
- violação do(s) artigo 7º, inciso VI; artigo 7º, inciso XXIX, da Constituição
Federal.
- violação da (o) Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 458; artigo 468.
- divergência jurisprudencial.
O recorrente postula a revisão do acórdão para que seja afastada a prescrição
declarada e se reconheça a natureza salarial do auxílio-alimentação.
Fundamentos do acórdão recorrido:
"(...).
É entendimento desta Turma que a natureza salarial do auxílio-alimentação e
auxílio cesta-alimentação pode ser afastada mediante negociação coletiva ou
perante a demonstração da inscrição do empregador junto ao PAT.
Os instrumentos normativos afastaram o caráter salarial da parcela
alimentação, tendo em vista a expressa menção de adesão ao PAT, o que deve
prevalecer por força do artigo 7º, XXVI, da CF. A alimentação fornecida por meio
do Programa de Alimentação do Trabalhador não integra a remuneração do
empregado, para quaisquer efeitos, ante o contido no artigo 3º da Lei nº 6.321/1976,
e no artigo 6º do Decreto nº 05/1991, que a regulamentou. Assim, somente se não
presentes uma destas hipóteses, seria o caso de aplicar o artigo 458 da CLT e o
entendimento da Súmula nº 241 do TST.
Portanto, a parcela "in natura", quando concedida pela empresa, nos moldes
desse Programa, não possui natureza salarial, conforme entendimento pacificado na
Orientação Jurisprudencial nº 133 da SBDI-1 do TST, "in verbis':
"133. Ajuda Alimentação. PAT. Lei nº 6321/76. Não Integração ao Salário. A
ajuda alimentação fornecida por empresa participante do programa de alimentação
ao trabalhador, instituído pela Lei nº 6321/1976, não tem caráter salarial. Portanto,
não integra o salário para nenhum efeito legal."
Embora o autor tenha sido admitido em 14.07.1987, a prescrição está fixada
para parcelas anteriores 11.11.2006 (fl. 878). Desse modo, a parcela alimentação
paga anteriormente, em face da adesão da ré ao PAT, não decorria de preceito legal
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e, portanto, incide a prescrição total, não se cogitando a incidência da prescrição
parcial, ante o entendimento sedimentado na Súmula nº 294 "in fine" do C. TST.
Além disso, esta Turma entende que embora o autor tenha sido empregado da
ré, até dezembro de 1996, antes da adesão ao PAT, o auxílio-alimentação era pago
pela Fundação Copel. Tratava-se, assim, de parcela disciplinada no plano de
benefícios de uma fundação de cunho privado, paga aos participantes que aderiram
voluntariamente, o que afasta a natureza salarial do auxílio alimentação naquele
período, tornando inaplicável o artigo 458 da CLT.
Por tais fundamentos, mantenho a r. sentença."
Da leitura do excerto do acórdão acima reproduzido, infere-se que a decisão
está em consonância com a diretriz consagrada na Súmula nº 294, primeira parte, e
na Orientação Jurisprudencial nº 133 da Subseção 1 Especializada em Dissídios
Individuais, ambas do colendo Tribunal Superior do Trabalho. Consequentemente,
o recurso de revista não comporta processamento porque não configuradas as
alegadas contrariedade aos três verbetes sumulares apontados, violação de
disposições constitucionais e infraconstitucionais ou divergência entre julgados.
Saliente-se que os arestos colacionados pela recorrente não se prestam ao fim
colimado oriundos de Turmas da Corte Superior da Justiça do Trabalho ou deste
Tribunal Regional, a teor do disposto no artigo 896, alínea "a", da Consolidação das
Leis do Trabalho, ou porque não contêm a fonte oficial ou o repositório autorizado
de jurisprudência em que teriam sido publicados, desatendendo a diretriz firmada
nos itens I e IV da Súmula n.º 337 do colendo Tribunal Superior do Trabalho.
Remuneração, Verbas Indenizatórias e Benefícios / Gratificações /
Gratificação por Tempo de Serviço.
Alegação(ões):
- contrariedade à(s) Súmula(s) nº 51; nº 241; nº 294 do colendo Tribunal
Superior do Trabalho.
- violação do(s) artigo 7º, inciso VI; artigo 7º, inciso XXIX, da Constituição
Federal.
- violação da (o) Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 458; artigo 468.
- divergência jurisprudencial.
O recorrente requer seja afastada a prescrição declarada, bem como a
condenação das reclamadas ao pagamento das diferenças da verba anuênio.
Fundamentos do acórdão recorrido:
"(...).
Consta da r. sentença (fls. 879/880):
O Autor alega (fl. 9) que tinha direito a anuênio em valor correspondente a
1% do salário por ano de efetivo exercício, e que a partir de 1997 foi suprimida a
aquisição dos anuênios completados a partir de 1997. Afirma que a Ré "congelou" o
pagamento da verba, ou seja, não mais acresceu 1%, sobre o valor da remuneração,
por ano de trabalho, mas simplesmente continuou pagando os percentuais até então
adquiridos pelos empregados. Afirma tratar-se de benefício que se integrou ao
contrato de trabalho nos termos da Súmula 51 do TST.
As Rés sustentam (fls. 359) que o pedido se encontra totalmente prescrito nos
termos da Súmula 294 do TST. Sustenta que a partir do ACT 1998 o ATS, no
porcentual acumulado até então por cada empregado, foi convertido em valor fixo,
mediante indenização compensatória do direito à progressão, cujo pagamento
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ocorreu em outubro-1998, a título de "Compensação Adic. Tempo serviço" (código
1351).
Verifica-se que, ao contrário do alegado pelo Autor, o adicional por tempo de
serviço foi instituído por força do ACT 1974 (v. g. cláusula 2ª), o qual estipulava a
concessão de adicional de 2,5% a cada cinco anos de efetivo serviço.
Pelo que se depreende da petição inicial, a Ré teria congelado o número de
anos para efeito de contagem do adicional por tempo de serviço a partir de 1997.
Trata-se de ato único e unilateral do empregador, pelo qual foi alterado o critério de
cálculo do adicional por tempo de serviço.
O demandante foi admitido em 14.07.1987, de sorte que faria jus ao
acréscimo de mais 1% de anuênios em 14.07.1999, com pagamento devido a partir
do quinto dia útil de agosto de 1999 (CLT, art. 459), data inicial da exigibilidade do
respectivo direito. Por esse motivo, o prazo para ajuizamento de demanda em que
postularia o reconhecimento de ilegalidade da alteração contratual encerrou-se em
14.07.2004 e esta demanda foi proposta apenas em 11.11.2011, mais de cinco anos
depois da alegada lesão.
Por se tratar de ato único do empregador, aplica-se na hipótese a Súmula 294
do TST, razão pela qual se extingue o pedido com julgamento do mérito.
Em sentença de embargos de declaração, consoante já delineado, determinou
a retificação do item III do dispositivo da sentença que passa a vigorara nos
seguintes termos: "III) EXTINGUIR o processo, com julgamento do mérito, no que
se refere aos pedidos de diferenças salariais decorrentes de redução de salário a
partir de 1994 e de diferenças de anuênios decorrentes do congelamento do
porcentual a partir de 1997, com base no art. 269, IV, do CPC" (fl. 930).
Conforme reconhecido na sentença, a forma de pagamento do adicional por
tempo de serviço foi expressamente pactuada mediante negociação coletiva com a
representação das respectivas categorias profissionais. A Constituição Federal, em
seu art.7º, VI, autoriza o sindicato a transigir inclusive quanto à irredutibilidade
salarial. Da mesma forma, estão autorizados os sindicatos a celebrar acordos com
empregadores com vistas ao pagamento e quitação de verbas como essa em apreço.
Ademais, há que se considerar legítima a cláusula que estipula os critérios e a
forma de pagamento do referido adicional, pois, deve preponderar a vontade da
categoria discutida em detrimento da vontade individual.
Não há que se cogitar, portanto, que houve violação ao disposto no artigo 468
da CLT. Igualmente descabe a aplicação da Súmula nº 51 do TST, pois, não houve
revogação ou alteração de vantagens por meio de norma regulamentar, mas por
força de negociação coletiva.
Assim, o entendimento preconizado por esse Colegiado é no sentido de que o
adicional por tempo de serviço, benesse prevista em norma coletiva, não integra de
forma definitiva o contrato de trabalho do autor, principalmente quando há
negociação coletiva posterior extinguindo expressamente o benefício anteriormente
pactuado.
Ressalte-se que as condições de trabalho alcançadas por força de normas
coletivas vigoram durante o prazo de vigência destas, não integrando, de forma
definitiva, os contratos individuais. A norma coletiva tem sua eficácia limitada, nos
termos da própria CLT (art. 614, § 3.º). No presente caso, o adicional por tempo de
serviço previsto em acordos coletivos anteriores foi alterado pelo ACT 98/99, de
forma perfeitamente válida, diante do princípio da autonomia privada coletiva (art.
7.º, inciso XXVI, da CF/88).
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
Não há de se falar, pois, em ofensa ao disposto no art. 614, § 3.º, da CLT (§
3.º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a 2
(dois) anos), tampouco no art. 5.º, XXXVI, da CF/88 (XXXVI - a lei não
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada).
Por derradeiro, saliente-se que o congelamento da parcela atinente ao
adicional por tempo de serviço, transformada em vantagem pessoal em 1998,
implica alteração do pactuado, não decorrente de lei. O adicional consubstancia-se
numa prestação sucessiva que era paga mensalmente. O congelamento do valor do
anuênio implicou em alteração do que havia sido pactuado entre as partes. Dessarte,
por força da Súmula 294/TST, há de se observar a incidência da prescrição total
sobre o direito de ação quanto às diferenças de adicional por tempo de serviço.
(SÚMULA 294. PRESCRIÇÃO. ALTERAÇÃO CONTRATUAL.
TRABALHADOR URBANO - CANCELA OS ENUNCIADOS N.ºS 168 (RA
102/1982, DJ 11.10.1982 E DJ 15.10.1982) E 198 (RES. 4/1985, DJ 01.04.1985).
Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de
alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja
também assegurado por preceito de lei.)
Portanto, como o direito ao anuênio não estava assegurado por preceito legal,
correta a r. sentença que reconheceu que incidiu a prescrição total sobre o referido
pleito, nos termos da referida Súmula n.º 294 do TST. Isso porque a alteração do
pactuado (que acarretou o congelamento do valor do anuênio) ocorreu em 1996, ou
seja, em período já alcançado pela prescrição, pois a presente ação foi ajuizada
somente em 11.11.2011.
Não fosse isso, ainda, as Convenções Coletivas devem ser observadas por
esta Justiça do Trabalho, porque existente comando constitucional neste sentido
(art. 7.º, XXVI). Dessarte, a parcela prevista no instrumento coletivo está sujeita a
supressão em face da vigência limitada temporalmente.
Trata-se, na verdade, da aplicação analógica da Súmula n.º 277 do C. TST,
cujo teor é o seguinte: "As condições de trabalho alcançadas por força de sentença
normativa vigoram no prazo assinado, não integrando, de forma definitiva, os
contratos".
Saliente-se, ainda, que na hipótese dos autos não houve revogação ou
alteração de vantagens por meio de normas regulamentares, mas sim trata-se de
direito instituído e posteriormente alterado pela via da negociação coletiva, razão
porque é inaplicável ao caso, também, o entendimento constante na Súmula n.º 51
do C. TST.
A ré observou o que estabeleciam os instrumentos coletivos de trabalho e a
legislação.
Por tais fundamentos, mantenho a r. sentença."
Infere-se que a decisão está em consonância com as diretrizes consagradas
nas Súmulas nºs 277 e 294. Consequentemente, o recurso de revista não comporta
processamento fundado em contrariedade aos citados verbetes sumulares, violação
de disposições da Constituição da República ou da legislação federal e divergência
jurisprudencial.
Remuneração, Verbas Indenizatórias e Benefícios / Salário/Diferença
Salarial / Integração em verbas rescisórias.
Contrato Individual de Trabalho / FGTS.
Alegação(ões):
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O recorrente pede que as verbas pleiteadas sejam computadas nas verbas
rescisórias e FGTS.
Neste tema, a análise da admissibilidade do recurso de revista ficou
prejudicada porque a pretensão está condicionada à reforma do acórdão, quanto aos
temas examinados anteriormente.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Partes e
Procuradores / Sucumbência / Honorários Advocatícios.
Alegação(ões):
- violação do(s) artigo 133 da Constituição Federal.
- violação da (o) Código Civil, artigo 186; artigo 187; artigo 389; artigo 402;
artigo 404; artigo 927.
O recorrente postula que as reclamadas sejam condenadas ao pagamento das
despesas relacionadas à contratação de advogado.
Fundamentos do acórdão recorrido:
"(...).
Nesta Justiça Especializada, os honorários advocatícios são regidos pela Lei
nº 5.584/70, sendo inaplicáveis os arts. 389, 402 e 404 do Código Civil Brasileiro
ou, ainda, o princípio da sucumbência.
Por seu turno, ressalvada minha posição contrária de que os honorários no
processo do trabalho são devidos apenas com base na Lei nº 1.060/50, na medida em
que a Lei nº 10.537/02 revogou o artigo 14 da Lei n.º 5.584/70 (o qual, aliás, embora
previsse a assistência sindical, não retirava possibilidade de assistência particular,
pois, do contrário, violaria o art. 5º, LXXIV, da CF), curvo-me ao entendimento
pacificado desta E. Turma, de que o art. 14 da Lei nº 5.584/70 traz os dois requisitos
necessários para a concessão dos honorários advocatícios: a assistência por
sindicato da categoria profissional e a comprovação de percepção de salário inferior
ao dobro do mínimo legal, ou encontrar-se o empregado em situação econômica que
não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva
família. A orientação estabelecida pela Súmula nº 219 do C. TST, mantida pela
Súmula nº 329 daquela Corte, confirma a exigência de preenchimento de ambos os
pressupostos, além da sucumbência.
No caso, não se verifica a ocorrência concomitante dos requisitos da Lei nº
5.584/70, bem como os pressupostos materiais constantes das aludidas Súmulas nºs
219 e 329 do C. Tribunal Superior do Trabalho. Embora conste dos autos declaração
do autor de que não possui condições de demandar judicialmente sem prejuízo de
seu sustento próprio ou de sua família (fl. 17), não está assistido por entidade
sindical. Assim, não preenchidos os requisitos legais, indevidos os honorários
advocatícios.
Mantenho."
O entendimento adotado pela Turma encontra respaldo nas diretrizes
firmadas nas Súmulas nºs 219 e 329. Nesse passo, havendo convergência entre a
tese adotada no acórdão recorrido e a jurisprudência uniformizada no referido
verbete, não é possívelr econhecer a existência de violação de disposições
constitucional ou infraconstitucionais.
CONCLUSÃO
Denego seguimento. (fls. 1527/1538)
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Em Recurso de Revista, o Reclamante afirma não haver
litispendência relativamente ao pedido de condenação da Reclamada ao
pagamento de FGTS, multa de 40% e verbas rescisórias. No tema, invoca
o artigo 5º, LV, da Constituição. Alega ser devido o auxílio alimentação
durante todo o período, após 1994, com reflexo em férias mais um terço,
FGTS, 13º e aviso prévio e demais verbas. Sustenta ser aplicável a
prescrição parcial. No tema, invoca os artigos 458, 468 da CLT, 7º, VI,
da Constituição, as Súmulas nos 51, 241, 294 do TST. Traz arestos. Assevera
serem devidas diferenças de anuênios, cujo pagamento teria sido feito
a menor. Argui não ser aplicável a prescrição total. No tema, invoca os
artigos 458, 468 da CLT, 7º, VI e XXIX, da Constituição. Argumenta ser
devido o pagamento de depósitos do FGTS. No tema, traz arestos. Aduz que
somente utilizou-se do salário nominal do Reclamante, não computando as
verbas pleiteadas e reflexos. Requer o recálculo das verbas rescisórias,
como aviso prévio, férias, terço constitucional, 13º salário, saldo de
salário, FGTS e indenização. No tema, invoca o artigo 7º da Constituição.
Pleiteia a concessão de honorários advocatícios. No tema, invoca os
artigos 186, 187, 402, 404, 927 do Código Civil e 133 da Constituição.
Em Agravo de Instrumento, renova as alegações da
revista, à exceção do tema “verbas rescisórias – recálculo”.
Para melhor exame da controvérsia e por vislumbrar
contrariedade às Súmulas nos
241 e 294 do TST, dou provimento ao Agravo
de Instrumento para mandar processar o Recurso de Revista e determinar
seja publicada certidão, para efeito de intimação das partes, dela
constando que o julgamento do recurso dar-se-á na primeira sessão
ordinária subsequente à data da publicação, nos termos da Resolução
Administrativa nº 928/2003 desta Corte.
II – RECURSO DE REVISTA
REQUISITOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE
Preenchidos os requisitos extrínsecos de
admissibilidade, tempestividade (fls. 1020 e 1028), representação
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processual (fl. 20), dispensado o preparo (fls. 698/699), passo ao exame
dos intrínsecos.
1 - LITISPENDÊNCIA
Conhecimento
Eis o acórdão regional, no pertinente:
Na petição inicial, o autor relatou que ajuizou reclamatória trabalhista, sob o
nº 18879-2011-651-09-00-0 em trâmite na 17ª Vara do Trabalho em que postulou,
dentre outros pedidos, a decretação de nulidade do seu pedido de demissão e a
reversão em despedida sem justa causa, com a condenação das rés ao pagamento da
multa de 40% do FGTS. Na presente ação, requereu o seguinte: a) reconhecimento
da declaração da responsabilidade solidária dos réus, b) a declaração de nulidade
das férias 'fragmentadas' de todo o período contratual (14.07.1987 a 15.12.2010),
acrescidas de 1/3 constitucional, em dobro (item 1); c) condenação ao pagamento da
multa prevista na cláusula 35 do ACT, por cláusula descumprida (item 3); d) o
pagamento da multa da participação dos lucros e resultados do ano de 2010 (item 4);
d) pagamento do auxílio alimentação referente ao período posterior a 1994, com
reflexos em férias acrescidas de 1/3, FGTS, 13º salário e aviso prévio e demais
verbas a que faz jus o autor (item 5); e) pagamento de diferenças de
anuênio/adicional por tempo de serviço decorrentes de pagamentos com base em
remuneração menor e reflexos em DSR e, com este em férias mais 1/3, 13º salário,
FGTS (depósito + multa), aviso prévio, recolhimento de INSS e previdência
complementar (item 6); f) pagamento de verbas rescisórias (item 7); g) FGTS e mais
multa de 40% (item 7); h) assistência judiciária (item 9) e i) honorários advocatícios
(item 10) - fls. 3/19).
Consoante já delineado, o MM. Juízo de origem declarou a litispendência em
relação às diferenças de verbas resilitórias e indenização de 40% do FGTS.
Na peça vestibular dos autos nº 18879-2011-651-09-00-0 em trâmite na 17ª
Vara do Trabalho, consta os seguintes pedidos:
a) A anulação da sua adesão ao PDV da Circular no 33, de 13.05.2010, por
vício na manifestação de vontade, e conseqüentemente a condenação das rés ao
pagamento da diferença de indenizações previstas nos PDVs instituídos pelas
Circulares no 33/2010 e no 31/2011. De forma alternativa, postulou seja aceito o
pedido de desistência da sua adesão ao PDV da Circular no 33, de 13.05.2010, em
razão do seu requerimento encaminhado para o Sr. René Miguel Jorge Bonato, e
tendo em vista que foi deferido aos demais empregados das rés, para ao final
condenar as rés ao pagamento da diferença de indenizações previstas nos PDVs
instituídos pelas Circulares no 33/2010 e no 31/2011. Requereu, ainda, de forma
alternativa, a extensão dos benefícios do PDV da Circular no 31/2011 ao autor
(conforme item 9.13 Circular no 89/2009). Finalizou com o pedido de condenação
das rés ao pagamento da diferença de indenizações previstas nos PDVs instituídos
pelas Circulares no 33/2010 e no 31/2011, a ser apurada em liquidação de sentença,
considerando os índices de atualizações legais (fls. 653/654).
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
b) no tópico 2, requereu a decretação da nulidade do pedido de demissão, com
a reversão em despedida sem justa causa, com a condenação das rés ao pagamento
da multa de 40% do FGTS, acrescida de juros e correção monetária, a ser paga
diretamente ao autor(fls. 655/656).
c) a declaração de nulidade da adesão do autor ao PDV, inclusive no que
tange a ilegal e arbitrária "quitação do contrato de trabalho". De forma sucessiva,
requereu o recebimento dos demais pedidos formulados nesta RT, por não
integrarem a quitação do instrumento de rescisão (fls. 656/658).
d) pagamento de horas extras (alíneas 'a', 'b', 'c' e 'd' da fl. 659) e reflexos (fl.
660).
e) pagamento de indenização por dano moral e assédio moral, no valor total
de cem remunerações ou outro valor a ser arbitrado e de forma alternativa, requereu
o pagamento da indenização por dano moral, no valor de 50 remunerações ou outro
valor a ser arbitrado (alíneas 'a', 'b' e 'c' do item 5 - fl. 664/665).
f) mencionou que sempre recebeu auxílio-alimentação, mesmo antes da sua
adesão ao PAT. Postulou a condenação ao pagamento das parcelas de depósito do
FGTS, referente ao valor do vale-refeição, durante todo o contrato de trabalho e o
reconhecimento do auxílio-alimentação como integrante da remuneração para fins
de condenação da ré no tocante ao plano de previdência complementar. Também
pretendeu o reconhecimento do auxílio-alimentação como integrante da
remuneração e, por conseguinte, requereu o pagamento de diferenças e o
reconhecimento do auxílio-alimentação como integrante da remuneração, para fins
de condenação a todas demais verbas trabalhistas e rescisórias, tais como férias,
décimo terceiro salário, terço constitucional, horas extras, FGTS (depósito+ multa)
indenização de acordo coletivo, participação nos lucros, durante todo o período de
trabalho etc, a ser apurado em liquidação de sentença (fls. 667/668).
g) nos itens 7 e 8, argumentou que as verbas rescisórias não levaram em
consideração o valor total da remuneração, isto é, somente utilizou o salário
nominal, não computando as horas extras praticadas e reflexos, razão pela qual
requereu o recálculo das verbas rescisórias, como aviso prévio, férias acrescidas de
terço constitucional, 13º salário, saldo de salário, FGTS e multa, etc. Postulou o
pagamento de FGTS e multa de 40% sobre as verbas pleiteadas e deferidas e que
haja incidência de FGTS, este e mais a multa de 40%, a ser pago diretamente ao
autor (fl. 668).
h) assistência judiciária gratuita e honorários advocatícios (fls. 669/670).
Na decisão prolatada nos autos nº 18879-2011-651-09-00-0, o MM. Juízo de
origem entendeu que "(...) ficou comprovada que a adesão ao PDV, conforme
documento de fl. 683, decorreu de livre opção pelo demandante, razão pela qual se
rejeita o pedido de declaração de nulidade da adesão ao PDV constante da Circular
33/2010, de 13.05.2010, bem como o pedido sucessivo de desistência ao PDV"
(destaquei). Finalizou que "Reconhecida a validade da adesão do Autor ao PDV
33/2010, não há que se falar em extensão ao Autor dos benefícios do PDV Circular
31/2011. Há que se observar que nada obriga o empregador a adotar
permanentemente medidas de incentivo à resilição dos contratos, até porque a
concessão de tais indenizações ou premiações se inserem no seu poder diretivo. Há
que se observar que o demandante foi dispensado em 15.12.2010 e as suas
condições de dispensa e os requisitos do PDV 033/2010 são diversos dos fixados no
PDV 031/2010, além de evidentemente se referirem a períodos de vigência
diversos. Rejeita-se, pois o pedido sucessivo de extensão dos benefícios do PDV
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31/2011 e de diferença de indenização por adesão ao Plano de Demissão
Voluntária." (fls. 686/687 - destaquei).
No tocante ao pedido de FGTS e multa de 40%, com acerto a r. decisão,
porquanto na r. sentença prolatada nos autos de nº 18879-2011-651-09-00-0, ainda
que pendente de julgamento de recurso, houve o reconhecimento de que o
desligamento decorreu de iniciativa do autor por adesão ao plano de demissão
voluntária, hipótese em que é indevida a indenização de 40% do FGTS.
Em relação ao pedido de diferenças - depósitos do FGTS, o MM. Juízo de
primeiro grau esclareceu em embargos de declaração de fl. 919, que restou
prejudicado em face da rejeição integral das parcelas salariais pleiteadas. É o que se
verifica no item 4 da fl. 880 e na sentença de embargos de declaração à fl. 919.
No que tange ao pleito de verbas rescisórias, consta no item 7 da presente
ação, o seguinte:
"A verbas rescisórias não levaram em consideração o valor total da
remuneração, isto é, somente utilizou o salário nominal do Reclamante, não
computando as horas extras praticadas e reflexos, pelo que se requer o recálculo das
verbas rescisórias, como aviso prévio, férias, terço constitucional, 13º salário, saldo
de salário, FGTS e multa, etc." (fl. 668).
Nos autos nº 18879-2011-651-09-00-0, o MM. Juízo de origem rejeitou o
pedido de pagamento de horas extras e reflexos (item 4 - fls. 688/691) e no item 5,
decidiu que (fl. 691):
O Autor alega (fl. 30) que as verbas rescisórias não levaram em consideração
o valor total da remuneração, pois utilizou apenas o salário nominal e não computou
as horas extras praticadas e reflexos. Requer o recálculo das verbas rescisórias,
como férias acrescidas do terço constitucional, 13º salário, saldo de salário, FGTS e
respectiva indenização de 40%.
As Rés alegam (fl. 441) que do TRCT constam as verbas a que fazia jus o
demandante e não havia pagamento de horas extras e reflexos pelo fato de que nos
cartões ponto não havia a anotação de jornada suplementar ou extraordinária.
As diferenças ora postuladas decorrem apenas da alegação da existência das
horas extras postuladas, matéria que já foi objeto de análise do item precedente,
razão pela qual resta prejudicada a análise do pedido neste item.
Prejudicado.
Diante do exposto, o pedido já foi apreciado naqueles autos com a rejeição
integral do pedido de horas extras.
Por tais fundamentos, mantenho o decidido. (fls. 992/999)
Em Recurso de Revista, o Reclamante afirma não haver
litispendência relativamente ao pedido de condenação da Reclamada ao
pagamento de FGTS, multa de 40% e verbas rescisórias. No tema, invoca
o artigo 5º, LV, da Constituição.
No que se refere à litispendência, a Corte Regional
verificou estar presente a tríplice identidade, nos termos do art. 301,
§ 2º, do Código de Processo Civil.
Não conheço.
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2 – AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO – PRESCRIÇÃO – NATUREZA
JURÍDICA
a) Conhecimento
Eis o acórdão regional, no pertinente:
É entendimento desta Turma que a natureza salarial do auxílio-alimentação e
auxílio cesta-alimentação pode ser afastada mediante negociação coletiva ou
perante a demonstração da inscrição do empregador junto ao PAT.
Os instrumentos normativos afastaram o caráter salarial da parcela
alimentação, tendo em vista a expressa menção de adesão ao PAT, o que deve
prevalecer por força do artigo 7º, XXVI, da CF. A alimentação fornecida por meio
do Programa de Alimentação do Trabalhador não integra a remuneração do
empregado, para quaisquer efeitos, ante o contido no artigo 3º da Lei nº 6.321/1976,
e no artigo 6º do Decreto nº 05/1991, que a regulamentou. Assim, somente se não
presentes uma destas hipóteses, seria o caso de aplicar o artigo 458 da CLT e o
entendimento da Súmula nº 241 do TST.
Portanto, a parcela "in natura", quando concedida pela empresa, nos moldes
desse Programa, não possui natureza salarial, conforme entendimento pacificado na
Orientação Jurisprudencial nº 133 da SBDI-1 do TST, "in verbis':
"133. Ajuda Alimentação. PAT. Lei nº 6321/76. Não Integração ao Salário. A
ajuda alimentação fornecida por empresa participante do programa de alimentação
ao trabalhador, instituído pela Lei nº 6321/1976, não tem caráter salarial. Portanto,
não integra o salário para nenhum efeito legal."
Embora o autor tenha sido admitido em 14.07.1987, a prescrição está fixada
para parcelas anteriores 11.11.2006 (fl. 878). Desse modo, a parcela alimentação
paga anteriormente, em face da adesão da ré ao PAT, não decorria de preceito legal
e, portanto, incide a prescrição total, não se cogitando a incidência da prescrição
parcial, ante o entendimento sedimentado na Súmula nº 294 "in fine" do C. TST.
Além disso, esta Turma entende que embora o autor tenha sido empregado da
ré, até dezembro de 1996, antes da adesão ao PAT, o auxílio-alimentação era pago
pela Fundação Copel. Tratava-se, assim, de parcela disciplinada no plano de
benefícios de uma fundação de cunho privado, paga aos participantes que aderiram
voluntariamente, o que afasta a natureza salarial do auxílio alimentação naquele
período, tornando inaplicável o artigo 458 da CLT.
Por tais fundamentos, mantenho a r. sentença. (fls. 1000/1003)
Em Recurso de Revista, o Reclamante afirma ser devido
o auxílio-alimentação durante todo o período, após 1994, com reflexo em
férias mais um terço, FGTS, 13º e aviso prévio e demais verbas. Requer
a aplicação da prescrição parcial. No tema, invoca os artigos 458, 468,
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da CLT, 7º, VI, da Constituição, as Súmulas nos 51, 241, 294 do TST. Traz
arestos.
Resta incontroverso que o Reclamante foi admitido em
14/7/1987 e que o vínculo de emprego cessou em 15/12/2010. Registrou-se
que a filiação da Reclamada ao PAT deu-se em 1999, e que a norma coletiva
mais antiga que trata do fornecimento de tíquetes-alimentação data de
acordo coletivo de trabalho 1998/1999.
Evidenciado que o Reclamante percebia habitualmente
o auxílio-alimentação anteriormente à inscrição da Reclamada no PAT e
à previsão em norma coletiva fixando o caráter indenizatório da parcela,
deve ser reconhecida sua natureza salarial durante todo o contrato. O
v. acórdão regional decidiu em contrário à jurisprudência
consubstanciada na Orientação Jurisprudencial nº 413 da SBDI-1:
A pactuação em norma coletiva conferindo caráter indenizatório à verba
“auxílio-alimentação” ou a adesão posterior do empregador ao Programa de
Alimentação do Trabalhador - PAT - não altera a natureza salarial da parcela,
instituída anteriormente, para aqueles empregados que, habitualmente, já percebiam
o benefício, a teor das Súmulas nos
51, I, e 241 do TST.
Esta Corte Superior afirma a aplicação da prescrição
parcial à pretensão de integração do auxílio-alimentação, no caso de
alteração da natureza do benefício - de salarial para indenizatória -,
seja por norma coletiva ou por adesão posterior ao PAT, como é caso
retratado nos autos. Nesse sentido, precedentes da C. SBDI-1:
RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI 11.496/2007.
PRESCRIÇÃO PARCIAL QUINQUENAL. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO.
INTEGRAÇÃO NO CÁLCULO DE OUTRAS PARCELAS. Hipótese em que os
reclamantes continuaram a trabalhar e receber o auxílio-alimentação após a
reclamada encetar a transformação de sua natureza jurídica de salarial para
indenizatória. Não havendo supressão do pagamento do auxílio-alimentação, não há
de se falar em alteração do pactuado, e sim em não reconhecimento pelo
empregador da natureza salarial da verba para fins de integração no cálculo de
outras parcelas, razão pela qual aplicável a prescrição parcial quinquenal, na medida
em que vigente o contrato de trabalho. Considerando que a parcela vem sendo paga
durante toda a contratualidade, é evidente que a lesão se renova a cada mês em que o
empregador deixa de efetuar a mencionada integração. Há precedentes. Recurso de
embargos conhecido e provido. (E-RR-72400-51.2008.5.19.0010,
Relator Ministro Augusto Cesar Leite de Carvalho, DEJT de
3/5/2013)
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RECURSO DE EMBARGOS. CEF. PRESCRIÇÃO.
AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. NATUREZA JURÍDICA SALARIAL.
REFLEXOS. Reconhecida a natureza salarial da parcela "auxílio alimentação", a
teor da Orientação Jurisprudencial nº 413 da c. SBDI-1 do TST, não há de se falar na
incidência de prescrição total em relação à pretensão da autora de obter o
reconhecimento do seu direito às diferenças decorrentes dos reflexos dessa verba
sobre as demais parcelas contratuais. Em se tratando de pedido de diferenças de
salário, de contrato em curso, a prescrição aplicável é sempre parcial e quinquenal.
Recurso de embargos conhecido e provido. (E-RR-10640-62.2009.5.23.0008, Relator Ministro Aloysio
Corrêa da Veiga, DEJT de 16/8/2013)
Acrescento ementas de Turmas deste Eg. Tribunal:
RECURSO DE REVISTA DA RECLAMANTE. 1. PRESCRIÇÃO
TOTAL. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. NATUREZA JURÍDICA. Discute-se,
no presente caso, se incide a prescrição total ou parcial sobre a pretensão de
integração do auxílio-alimentação pago pela CEF no cálculo de outras verbas. É
cediço que o referido benefício, parcela de trato sucessivo instituída por norma
regulamentar, era concedido com natureza salarial. Posteriormente, foi-lhe
conferido caráter indenizatório em decorrência de negociação coletiva de trabalho.
Tendo em vista que o auxílio-alimentação continuou a ser pago após a modificação
da sua natureza jurídica, não há falar em alteração do pactuado e ato único. Recurso
de revista conhecido e provido. (RR-551500-65.2009.5.09.0678, 8ª Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT de
7/1/2014)
PRESCRIÇÃO PARCIAL. NATUREZA JURÍDICA DO
AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO INSTITUÍDO PELA EMPREGADORA POR
NORMA REGULAMENTAR. ALTERAÇÃO DO PACTUADO PELA
SUPERVENIÊNCIA ADESÃO DA EMPRESA AO PAT. CONTRATO DE
TRABALHO EM VIGÊNCIA. Discute-se, no caso, a prescrição aplicável a pedido
formulado por empregada da Caixa Econômica Federal, cujo contrato de trabalho
ainda se encontra em vigor, de integração ao salário do auxílio-alimentação
instituído pela reclamada em norma regulamentar, ao qual foi atribuída natureza
indenizatória supervenientemente à admissão da empregada, mediante adesão da
empresa ao Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT. Nesse passo,
registra-se que o auxílio-alimentação, uma vez instituído pela empresa por norma
regulamentar e pago de forma habitual, incorpora-se ao contrato de trabalho de seus
empregados, por possuir natureza salarial, conforme preconiza a Súmula nº 241
desta Corte, segundo a qual "o vale para refeição, fornecido por força do contrato de
trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para todos
os efeitos legais". Assim, a alteração contratual procedida pela reclamada, mesmo
que por força de norma coletiva ou adesão ao PAT, não pode atingir os funcionários
anteriormente admitidos, situação da reclamante, por força dos princípios da
inalterabilidade contratual lesiva, insculpido no artigo 468 da CLT, e do respeito ao
direito adquirido, consagrado no artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal,
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mantendo-se, portanto, o caráter salarial da parcela e sendo devidos os reflexos em
todas as verbas de natureza salarial. A propósito, a matéria em discussão está
pacificada no âmbito desta Corte, com a edição da Orientação Jurisprudencial nº
413 da SBDI-1, segundo a qual “a pactuação em norma coletiva conferindo caráter
indenizatório à verba 'auxílio-alimentação' ou a adesão posterior do empregador ao
Programa de Alimentação do Trabalhador ‘PAT’ não altera a natureza salarial da
parcela, instituída anteriormente, para aqueles empregados que, habitualmente, já
percebiam o benefício, a teor das Súmulas nos 51, I, e 241 do TST". Dessa forma, a
verba em discussão possui natureza salarial e integra a remuneração da empregada
para todos os efeitos legais, levando-se à conclusão de que incide à hipótese o
disposto na parte final da Súmula nº 294 do TST, que consagra a inaplicabilidade da
prescrição total quando o pedido de prestações sucessivas decorrentes da alteração
do pactuado estiver também assegurado por preceito de lei. Isso porque a
modificação da natureza jurídica da parcela em nada modificou o direito dos
trabalhadores, que continuaram percebendo o auxílio, deixando de receber apenas a
integração da verba em outras parcelas, pelo que, desse modo, a alteração apenas da
natureza jurídica da parcela, que continuou a ser paga, acarreta a aplicação da
prescrição parcial quinquenal, já que vigente o contrato de trabalho. Salienta-se que
a Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, em sua composição completa,
na sessão realizada em 18/4/2013, firmou entendimento, por maioria, no sentido da
incidência da prescrição parcial do direito de ação ao pleito de integração do
auxílio-alimentação, na hipótese em que foi alterada a natureza do benefício de
salarial para indenizatória, como a dos autos. Recurso de revista conhecido e
provido. (RR-2127-56.2012.5.18.0003, 2ª Turma, Relator
Ministro José Roberto Freire Pimenta, DEJT de 19/12/2013)
Estas, envolvendo a ora Reclamada:
. II - RECURSO DE REVISTA DA PRIMEIRA RECLAMADA – (...)
AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO - ALTERAÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA -
PRESCRIÇÃO Nos termos da jurisprudência desta Eg. Corte Superior, aplica-se a
prescrição parcial à pretensão de integração do auxílio-alimentação, no caso de
alteração da natureza do benefício - de salarial para indenizatória -, seja por norma
coletiva ou por adesão posterior ao PAT. (...)
(RR-27-59.2013.5.09.0128, 8ª Turma, Relatora Ministra
Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT 30/6/2015)
I-AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. (...).
AUXÍLIO - ALIMENTAÇÃO. NATUREZA JURÍDICA. PRESCRIÇÃO.
INTEGRAÇÃO. Ficou consignado expressamente no acórdão regional que "o
contrato de trabalho vigorou de 17.08.79 a 15.03.10 (TRCT à fl. 24)" (fl. 266) e que
"é incontroversa a adesão da primeira ré ao Programa de Alimentação ao
Trabalhador - PAT em 1997" (fl. 271). Concluiu, ainda, o egrégio Tribunal
Regional, que "o auxílio-alimentação deixou de ser fornecido em pecúnia e passou a
ser entregue em forma de tíquete, com vinculação ao Programa de Alimentação do
Trabalhador" (fl. 269). Nesse contexto, a prescrição a ser aplicada ao caso é apenas
parcial, porquanto, constatado que tal parcela continuou sendo paga após a
modificação da natureza jurídica, resta claro que não se trata, no caso, de alteração
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do pactuado, mas sim de negativa da empresa de reconhecer a natureza salarial da
parcela em comento. Assim, uma vez instituída a verba pela empresa e paga de
forma habitual, essa tem caráter salarial, integrando a remuneração do empregado
para todos os efeitos legais (dicção da Súmula nº 241 do TST), sendo irrelevante se
houve alteração posterior da natureza jurídica da parcela, conforme preconiza a
Orientação Jurisprudencial nº 413 da SBDI-1, que é expressa no sentido de que "a
pactuação em norma coletiva conferindo caráter indenizatório à verba '
auxílio-alimentação' ou a adesão posterior do empregador ao Programa de
Alimentação do Trabalhador - PAT - não altera a natureza salarial da parcela,
instituída anteriormente, para aqueles empregados que, habitualmente, já percebiam
o benefício, a teor das Súmulas nos 51, I, e 241 do TST". Recurso de revista
conhecido por contrariedade à Súmula nº 241 e por má aplicação da Súmula nº 294,
ambas do TST e provido. (...) CONCLUSÃO: Agravo de instrumento
conhecido e provido. Recurso de revista parcialmente conhecido e provido. (RR-843-24.2010.5.09.0006, 3ª Turma, Relator Ministro
Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT 19/6/2015)
(...). PRESCRIÇÃO. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. NATUREZA
JURÍDICA. 1. Caracteriza lesão de caráter continuado ao direito dos empregados
que já auferiam a vantagem auxílio-alimentação com natureza salarial ato
empresarial que pretende simplesmente alterar a natureza da parcela de salarial para
indenizatória. 2. A natureza das verbas trabalhistas decorre da lei (artigos 457 e 458
da CLT). A tentativa de descaracterizar a natureza salarial da parcela que assim
vinha sendo paga não configura alteração do pactuado, mas simples ato írrito,
porque contrário à lei (artigo 9º da CLT). 3. Não há falar na incidência da prescrição
total prevista na Súmula n.º 294 desta Corte superior, porque a hipótese dos autos
não diz respeito a alteração das condições do pactuado, mas sim à recusa do
empregador em reconhecer a natureza salarial da parcela paga, nessa condição,
desde o advento do contrato de emprego. Precedentes da SBDI-I desta Corte
uniformizadora. 4. Recurso de revista não conhecido. (...).
(RR-376-61.2013.5.09.0096, 1ª Turma, Relator Ministro
Lelio Bentes Corrêa, DEJT 5/6/2015)
(...) C) RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA PRIMEIRA
RECLAMADA (COPEL). 1. PRESCRIÇÃO. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. É
entendimento desta Corte, a partir de decisão da SDI-1, que não é aplicável a
prescrição total, prevista na Súmula 294 do TST, à pretensão de reconhecimento da
natureza jurídica salarial do auxílio-alimentação, o qual, ao longo do contrato,
passou a ser pago como parcela indenizatória, por força de previsão em norma
coletiva ou de adesão ao PAT. Precedentes. Recurso de revista não conhecido. (...). (RR-281-84.2010.5.09.0662, 8ª Turma, Relatora
Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 19/12/2014)
AGRAVO DE INSTRUMENTO DO RECLAMANTE.
AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. INTEGRAÇÃO. PRESCRIÇÃO. Demonstrada a de
divergência jurisprudencial, deve ser provido o Agravo de Instrumento,
determinando-se o processamento do Recurso de Revista. Agravo de Instrumento
provido. RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE.
AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. INTEGRAÇÃO. PRESCRIÇÃO. Nos termos da
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Orientação Jurisprudencial n.º 413 da SBDI-1: -A pactuação em norma coletiva
conferindo caráter indenizatório à verba 'auxílio-alimentação' ou a adesão posterior
do empregador ao Programa de Alimentação do Trabalhador -- PAT -- não altera a
natureza salarial da parcela, instituída anteriormente, para aqueles empregados que,
habitualmente, já percebiam o benefício, conforme as Súmulas n.ºs 51, I, e 241 do
TST-. Dessarte, sendo incontroverso que o Reclamante foi contratado em 1987 e
percebeu, até o ano de 1997, o auxílio- alimentação, pago de forma espontânea pelo
empregador, o reconhecimento da natureza salarial da aludida verba é medida que
se impõe. Assim sendo, não há como se cogitar da prescrição total da pretensão do
Obreiro à integração da referida verba, visto que, tendo a parcela em debate aderido
ao seu contrato de trabalho como verba salarial, o não pagamento do auxílio-
alimentação nos referidos termos acarreta o descumprimento de obrigação
decorrente do contrato de trabalho, e não a alteração lesiva do contrato de trabalho.
Recurso de Revista conhecido em parte e provido. (...).(RR-1011-35.2010.5.09.0585, 4ª Turma, Relatora
Ministra Maria de Assis Calsing, DEJT 1º/7/2014)
Desse modo, ao aplicar a prescrição total à pretensão
da Reclamante, o Tribunal Regional decidiu em desacordo com a
jurisprudência consolidada desta Corte.
Conheço do Recurso de Revista, por contrariedade à
Súmula nº 294 do TST, por má-aplicação, e por contrariedade à Súmula nº
241.
b) Mérito
Ante o conhecimento do Recurso de Revista por
contrariedade a súmulas do TST, dou-lhe provimento para, afastando a
prescrição total e reconhecendo a natureza salarial da parcela
"auxílio-alimentação", determinar sua integração à remuneração do
Reclamante.
3 – ANUÊNIOS – PRESCRIÇÃO TOTAL
Conhecimento
Eis o acórdão regional no pertinente:
Consta da r. sentença (fls. 879/880):
O Autor alega (fl. 9) que tinha direito a anuênio em valor correspondente a
1% do salário por ano de efetivo exercício, e que a partir de 1997 foi suprimida a
aquisição dos anuênios completados a partir de 1997. Afirma que a Ré "congelou" o
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pagamento da verba, ou seja, não mais acresceu 1%, sobre o valor da remuneração,
por ano de trabalho, mas simplesmente continuou pagando os percentuais até então
adquiridos pelos empregados. Afirma tratar-se de benefício que se integrou ao
contrato de trabalho nos termos da Súmula 51 do TST.
As Rés sustentam (fls. 359) que o pedido se encontra totalmente prescrito nos
termos da Súmula 294 do TST. Sustenta que a partir do ACT 1998 o ATS, no
porcentual acumulado até então por cada empregado, foi convertido em valor fixo,
mediante indenização compensatória do direito à progressão, cujo pagamento
ocorreu em outubro-1998, a título de "Compensação Adic. Tempo serviço" (código
1351).
Verifica-se que, ao contrário do alegado pelo Autor, o adicional por tempo de
serviço foi instituído por força do ACT 1974 (v. g. cláusula 2ª), o qual estipulava a
concessão de adicional de 2,5% a cada cinco anos de efetivo serviço.
Pelo que se depreende da petição inicial, a Ré teria congelado o número de
anos para efeito de contagem do adicional por tempo de serviço a partir de 1997.
Trata-se de ato único e unilateral do empregador, pelo qual foi alterado o critério de
cálculo do adicional por tempo de serviço.
O demandante foi admitido em 14.07.1987, de sorte que faria jus ao
acréscimo de mais 1% de anuênios em 14.07.1999, com pagamento devido a partir
do quinto dia útil de agosto de 1999 (CLT, art. 459), data inicial da exigibilidade do
respectivo direito. Por esse motivo, o prazo para ajuizamento de demanda em que
postularia o reconhecimento de ilegalidade da alteração contratual encerrou-se em
14.07.2004 e esta demanda foi proposta apenas em 11.11.2011, mais de cinco anos
depois da alegada lesão.
Por se tratar de ato único do empregador, aplica-se na hipótese a Súmula 294
do TST, razão pela qual se extingue o pedido com julgamento do mérito.
Em sentença de embargos de declaração, consoante já delineado, determinou
a retificação do item III do dispositivo da sentença que passa a vigorara nos
seguintes termos: "III) EXTINGUIR o processo, com julgamento do mérito, no que
se refere aos pedidos de diferenças salariais decorrentes de redução de salário a
partir de 1994 e de diferenças de anuênios decorrentes do congelamento do
porcentual a partir de 1997, com base no art. 269, IV, do CPC" (fl. 930).
Conforme reconhecido na sentença, a forma de pagamento do adicional por
tempo de serviço foi expressamente pactuada mediante negociação coletiva com a
representação das respectivas categorias profissionais. A Constituição Federal, em
seu art.7º, VI, autoriza o sindicato a transigir inclusive quanto à irredutibilidade
salarial. Da mesma forma, estão autorizados os sindicatos a celebrar acordos com
empregadores com vistas ao pagamento e quitação de verbas como essa em apreço.
Ademais, há que se considerar legítima a cláusula que estipula os critérios e a
forma de pagamento do referido adicional, pois, deve preponderar a vontade da
categoria discutida em detrimento da vontade individual.
Não há que se cogitar, portanto, que houve violação ao disposto no artigo 468
da CLT. Igualmente descabe a aplicação da Súmula nº 51 do TST, pois, não houve
revogação ou alteração de vantagens por meio de norma regulamentar, mas por
força de negociação coletiva.
Assim, o entendimento preconizado por esse Colegiado é no sentido de que o
adicional por tempo de serviço, benesse prevista em norma coletiva, não integra de
forma definitiva o contrato de trabalho do autor, principalmente quando há
negociação coletiva posterior extinguindo expressamente o benefício anteriormente
pactuado.
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Ressalte-se que as condições de trabalho alcançadas por força de normas
coletivas vigoram durante o prazo de vigência destas, não integrando, de forma
definitiva, os contratos individuais. A norma coletiva tem sua eficácia limitada, nos
termos da própria CLT (art. 614, § 3.º). No presente caso, o adicional por tempo de
serviço previsto em acordos coletivos anteriores foi alterado pelo ACT 98/99, de
forma perfeitamente válida, diante do princípio da autonomia privada coletiva (art.
7.º, inciso XXVI, da CF/88).
Não há de se falar, pois, em ofensa ao disposto no art. 614, § 3.º, da CLT (§
3.º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a 2
(dois) anos), tampouco no art. 5.º, XXXVI, da CF/88 (XXXVI - a lei não
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada).
Por derradeiro, saliente-se que o congelamento da parcela atinente ao
adicional por tempo de serviço, transformada em vantagem pessoal em 1998,
implica alteração do pactuado, não decorrente de lei. O adicional consubstancia-se
numa prestação sucessiva que era paga mensalmente. O congelamento do valor do
anuênio implicou em alteração do que havia sido pactuado entre as partes. Dessarte,
por força da Súmula 294/TST, há de se observar a incidência da prescrição total
sobre o direito de ação quanto às diferenças de adicional por tempo de serviço.
(SÚMULA 294. PRESCRIÇÃO. ALTERAÇÃO CONTRATUAL.
TRABALHADOR URBANO - CANCELA OS ENUNCIADOS N.ºS 168 (RA
102/1982, DJ 11.10.1982 E DJ 15.10.1982) E 198 (RES. 4/1985, DJ 01.04.1985).
Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de
alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja
também assegurado por preceito de lei.)
Portanto, como o direito ao anuênio não estava assegurado por preceito legal,
correta a r. sentença que reconheceu que incidiu a prescrição total sobre o referido
pleito, nos termos da referida Súmula n.º 294 do TST. Isso porque a alteração do
pactuado (que acarretou o congelamento do valor do anuênio) ocorreu em 1996, ou
seja, em período já alcançado pela prescrição, pois a presente ação foi ajuizada
somente em 11.11.2011.
Não fosse isso, ainda, as Convenções Coletivas devem ser observadas por
esta Justiça do Trabalho, porque existente comando constitucional neste sentido
(art. 7.º, XXVI). Dessarte, a parcela prevista no instrumento coletivo está sujeita a
supressão em face da vigência limitada temporalmente.
Trata-se, na verdade, da aplicação analógica da Súmula n.º 277 do C. TST,
cujo teor é o seguinte: "As condições de trabalho alcançadas por força de sentença
normativa vigoram no prazo assinado, não integrando, de forma definitiva, os
contratos".
Saliente-se, ainda, que na hipótese dos autos não houve revogação ou
alteração de vantagens por meio de normas regulamentares, mas sim trata-se de
direito instituído e posteriormente alterado pela via da negociação coletiva, razão
porque é inaplicável ao caso, também, o entendimento constante na Súmula n.º 51
do C. TST.
A ré observou o que estabeleciam os instrumentos coletivos de trabalho e a
legislação.
Por tais fundamentos, mantenho a r. sentença. (fls. 1004/1008)
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Em Recurso de Revista, o Reclamante afirma serem
devidas diferenças de anuênios, decorrentes de pagamento feito a menor.
Alega não haver prescrição. No tema, invoca os artigos 458, 468 da CLT,
7º, VI e XXIX, da Constituição, a Súmula nº 294 do TST.
Cuida-se de pretensão a diferenças de anuênios, a
partir do congelamento dos valores, ocorrido em 1997, por ato do
empregador. Assim, a pretensão deduzida em juízo em 2011 está fulminada
pela prescrição total. Nesse sentido:
PRESCRIÇÃO - DIFERENÇAS DECORRENTES DO CONGELAMENTO
DA PARCELA “ANUÊNIOS”. O Reclamante sempre recebeu a verba “anuênio”,
correspondente a 1% (um por cento) por ano completo de serviço prestado à
Reclamada, até o limite de 30% (trinta por cento), desde a contratação até 1998,
quando o valor foi congelado. A pretensão deduzida em juízo em 2009 está
fulminada pela prescrição total. (RR-184800-33.2009.5.09.0242,
Relator Desembargador Convocado João Pedro Silvestrin, 8ª
Turma, DEJT 7/11/2014)
ANUÊNIOS. PRESCRIÇÃO. A pretensão atinente aos anuênios, no caso
concreto, envolve alteração do pactuado em norma coletiva. Assim, considerando
que as referidas verbas não estão asseguradas por preceito de lei e a alteração
ocorreu em 1998, incide a prescrição total, nos termos da parte inicial da Súmula nº
294 do TST, tendo em vista que o ajuizamento da presente reclamação trabalhista
somente ocorreu em 2010. Recurso de revista não conhecido. (...) Recurso de
revista não conhecido. (RR-692-79.2010.5.09.0872, Relatora
Ministra Dora Maria da Costa, 8ª Turma, DEJT 8/11/2013)
PRESCRIÇÃO. DIFERENÇAS DE ANUÊNIO. COPEL. A alteração no
pagamento da parcela, que não é assegurada por lei, ocorreu em 1998. A pretensão
prescreveu em 2003, ou seja, cinco anos a contar da supressão do pagamento do
anuênio. Portanto, a reclamatória, quanto à supressão do reajuste dos anuênios
deveria ter sido ajuizada até outubro de 2003, já que incidente a prescrição total, a
teor da Súmula nº 294 do C. TST. Todavia, no caso, o aforamento ocorreu em 2012.
Recurso de revista conhecido e provido. (RR-1128-82.2012.5.09.0091, Relator Ministro Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª Turma, DEJT
8/11/2013)
PRESCRIÇÃO. DIFERENÇAS SALARIAIS. ADICIONAL POR TEMPO
DE SERVIÇO. CONGELAMENTO. Nos termos da Súmula 294/TST, ‘tratando-se
de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração do
pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também
assegurado por preceito de lei’. Verificada a ausência de previsão legal ou
regulamentar e transcorridos mais de cinco anos entre a alteração do pagamento do
adicional por tempo de serviço e a propositura da reclamação, correta a declaração
de prescrição total da pretensão. (...). Agravos de instrumento conhecidos e
desprovidos. (AIRR-699-71.2010.5.09.0872, Relator Ministro
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PROCESSO Nº TST-RR-1500-34.2011.5.09.0651
Firmado por assinatura digital em 13/04/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 3ª Turma, DEJT
6/9/2012)
Não conheço.
4 – DEPÓSITOS DO FGTS - REFLEXOS
Conhecimento
Eis o acórdão regional, no pertinente:
d. FGTS O autor alega que a condenação da ré ao pagamento das férias
vencidas, da verba auxílio alimentação e da verba anuênio, ensejará reflexos nos
valores do FGTS e da indenização de 40%.
Contudo, consoante já delineado, esse Colegiado entendeu pela manutenção
da r. sentença quanto aos pedidos de diferenças de auxílio alimentação e anuênio.
No tocante às férias, será apreciado no tópico específico, já que há insurgência das
rés contra o deferimento das férias ao autor.
Nada a alterar, por ora. (fls. 1008/1009)
Afirma ser devido o pagamento de depósitos do FGTS.
Aduz que a condenação da Reclamada ao pagamento das férias vencidas, da
verba auxílio-alimentação e anuênio, ensejará reflexos nos valores do
FGTS e da indenização de 40% (indenização). No tema, traz arestos.
Os arestos de fls. 1046/1047 são oriundos do Tribunal
prolator da decisão recorrida, em desatendimento ao artigo 896 da CLT.
Não conheço.
5 – VERBAS RESCISÓRIAS COMPLEMENTARES
Conhecimento
Eis o acórdão regional, no pertinente:
e. VERBAS RESCISÓRIAS COMPLEMENTARES
O autor assevera que as verbas rescisórias não levara em consideração o valor
total da remuneração, pois somente utilizou o salário nominal, sem computar as
verbas pleiteadas - férias vencidas, auxílio alimentação e anuênio.
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Consoante já apreciado em tópico específico, restou mantida a r. decisão que
entendeu como configurada a litispendência em relação às “diferenças de verbas
resilitórias”. Ademais, não houve condenação das verbas citadas, o que não altera o
decidido.
Nada a reparar. (fl. 1009)
Em Recurso de Revista, o Reclamante aduz que somente
utilizou-se do salário nominal do Reclamante, não computando as verbas
pleiteadas e reflexos. Requer o recálculo das verbas rescisórias, como
aviso prévio, férias, terço constitucional, 13º salário, saldo de
salário, FGTS e indenização. No tema, invoca o artigo 7º da Constituição.
A mera indicação de violação ao art. 7º da Constituição
da República sem a especificação dos parágrafos e/ou alíneas tidos por
violados não atende aos ditames da Súmula nº 221 do TST. Sem essa
indicação, o entendimento pacificado nesta Corte é de que se deve
interpretar como violado o caput, que não abarca a hipótese dos autos.
Nesse sentido: E-RR-470.868/1998, Relator Ministro Lelio Bentes Corrêa,
DJ 22/4/2005, e A-E-RR-488.004/1998.8, Relatora Ministra Maria Cristina
Peduzzi, DJ 24/2/2006.
Não conheço.
6 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Conhecimento
Eis o acórdão regional no tema:
f. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS O autor pugna pelo deferimento de
honorários advocatícios. Nesta Justiça Especializada, os honorários advocatícios são regidos pela Lei nº
5.584/70, sendo inaplicáveis os arts. 389, 402 e 404 do Código Civil Brasileiro ou,
ainda, o princípio da sucumbência.
Por seu turno, ressalvada minha posição contrária de que os honorários no
processo do trabalho são devidos apenas com base na Lei nº 1.060/50, na medida em
que a Lei nº 10.537/02 revogou o artigo 14 da Lei n.º 5.584/70 (o qual, aliás, embora
previsse a assistência sindical, não retirava possibilidade de assistência particular,
pois, do contrário, violaria o art. 5º, LXXIV, da CF), curvo-me ao entendimento
pacificado desta E. Turma, de que o art. 14 da Lei nº 5.584/70 traz os dois requisitos
necessários para a concessão dos honorários advocatícios: a assistência por
sindicato da categoria profissional e a comprovação de percepção de salário inferior
ao dobro do mínimo legal, ou encontrar-se o empregado em situação econômica que
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não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva
família. A orientação estabelecida pela Súmula nº 219 do C. TST, mantida pela
Súmula nº 329 daquela Corte, confirma a exigência de preenchimento de ambos os
pressupostos, além da sucumbência.
No caso, não se verifica a ocorrência concomitante dos requisitos da Lei nº
5.584/70, bem como os pressupostos materiais constantes das aludidas Súmulas nºs
219 e 329 do C. Tribunal Superior do Trabalho. Embora conste dos autos declaração
do autor de que não possui condições de demandar judicialmente sem prejuízo de
seu sustento próprio ou de sua família (fl. 17), não está assistido por entidade
sindical. Assim, não preenchidos os requisitos legais, indevidos os honorários
advocatícios.
Mantenho. (fls. 1009/1010)
O Reclamante requer a concessão de honorários
advocatícios. No tema, invoca os artigos 186, 187, 402, 404, 927 do Código
Civil e 133 da Constituição.
Ausente a assistência sindical, indevidos os
honorários advocatícios, nos termos da Súmula nº 219 do TST.
Não conheço.
ISTO POSTO
ACORDAM os Ministros da Oitava Turma do Tribunal
Superior do Trabalho, por unanimidade, I – dar provimento ao Agravo de
Instrumento para determinar o processamento do Recurso de Revista e
determinar seja publicada certidão, para efeito de intimação das partes,
dela constando que o julgamento do recurso dar-se-á na primeira sessão
ordinária subsequente à data da publicação, nos termos da Resolução
Administrativa nº 928/2003 desta Corte; II – conhecer do Recurso de
Revista no tema “AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO – PRESCRIÇÃO – NATUREZA JURÍDICA”,
por contrariedade à Súmula nº 294 do TST, por má-aplicação, e por
contrariedade à Súmula nº 241, e, no mérito, dar-lhe provimento para,
afastando a prescrição total e reconhecendo a natureza salarial da
parcela "auxílio-alimentação", determinar sua integração à remuneração
do Reclamante; dele não conhecer nos demais tópicos.
Brasília, 13 de Abril de 2016.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
MARIA CRISTINA IRIGOYEN PEDUZZI
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Ministra Relatora
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