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19 A 25 DE NOVEMBRO DE 2017 - Nº 812 ESCOLA ESCOLA www.tribunadoplanalto.com.br/escola O SUPERINTENDENTE DE ENSINO MÉDIO DA SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DEFENDE MUDANÇAS PROFUNDAS NESSA FASE DA EDUCAÇÃO BÁSICA Páginas 4 e 5 ESTA SEMANA SERÃO CONHECIDOS OS ESTUDANTES QUE GANHARÃO MEDALHAS, CERTIFICADOS E BICICLETAS POR TEREM PRODUZIDO BONS TEXTOS NA 18ª EDIÇÃO DO CONCURSO Página 3 ‘O estudante está sedento por interagir, dialogar, opinar’ João Batista Peres Júnior Mônica Salvador artigo - ítalo Wolff ENTREVISTA Página 6 Página 8 Cerca de 100 crianças e adolescentes da rede de ensino e comunidade das regiões Noroeste e Sul de Goiânia participaram de evento competitivo semestral que inclui alunos dos núcleos de iniciação de natação do Clube do Povo e Sindigoiânia. Página 7 Matrículas começam dia 27 na rede estadual novos alunos Hora de premiar os melhores Gibinha Vôlei nas escolas goianas e Educação m Foco Página 2 O goianês: toma lá, jacaré, que a lagoa já secou. Festival reúne alunos da iniciação esportiva secretaria Municipal de educação e esporte Viagem aos EUA prograMa goiÁs seM fronteiras Os 125 estudantes selecionados pelo programa Goiás Sem Fronteiras agradeceram ao governador Marconi Perillo a oportunidade de estudar durante um mês no exterior.

19 A 25 DE NOVEMBRO Hora de premiar os melhorestribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2017/11/Escola_812.pdf · evento competitivo semestral que inclui alunos dos núcleos de

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19 A 25 DE NOVEMBRO DE 2017 - Nº 812E S C O L AE S C O L A

www.tribunadoplanalto.com.br/escola

O superintendente de ensinO MédiO da secretaria estadual de educaçãO defende Mudanças prOfundas

nessa fase da educaçãO básicaPáginas 4 e 5

esta seMana serãO cOnhecidOs Os estudantes que ganharãO Medalhas, certificadOs e bicicletas pOr tereM prOduzidO bOns textOs na 18ª ediçãO dO cOncursO Página 3

‘O estudante está sedento por interagir, dialogar, opinar’

João Batista Peres Júnior

Mônica Salvador

artigo - ítalo Wolff

ENTREVISTA

Página 6

Página 8

cerca de 100 crianças e adolescentes da rede de ensino e comunidade das regiões noroeste e sul de goiânia participaram de evento competitivo semestral que inclui alunos dos núcleos de iniciação de natação do clube do povo e sindigoiânia. Página 7

Matrículas começamdia 27 na rede estadual

novos alunos

Hora de premiar os melhores

Gibinha Vôlei nas escolas goianas

eEducação m Foco

Página 2

O goianês: toma lá, jacaré, que a lagoa já secou.

Festival reúne alunos da iniciação esportiva

secretaria Municipal de educação e esporte

Viagem aos EUAprograMa goiÁs seM fronteiras

Os 125 estudantes selecionados pelo programa goiás sem fronteiras agradeceram ao governador Marconi perillo a oportunidade de estudar durante um mês no exterior.

GOIÂNIA, 19 A 25 DE NOVEMBRO DE 2017 / www.tribunadoplanalto.com.br/escola2 E S C O L AE S C O L A

Gibinha Vôlei nas escolas goianas

Referência quando o assunto é vôlei, o ex-atleta da seleção brasileira Giba esteve em Goiânia na semana passada. Ele apresentou à secretária de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce), Raquel Teixeira, o projeto social Gibinha Vôlei, que tem como objetivo incentivar a prática esportiva e combater a obesidade infantil. Giba e Seduce fecharam parceria. Assim, Goiás será o terceiro Estado a receber a iniciativa. O Gibinha Vôlei contemplará alunos entre seis e 15 anos de idade. O próprio Giba participará das capacitações aos professores que vão tocar o projeto, incentivando a prática esportiva, a alimentação saudável e envolvimentos dos pais dos alunos. Além de toda a ação social, o campeão olímpico também vê o projeto como uma oportunidade a mais de descobrir novos talentos. “A ideia principal não é essa, mas sempre pode surgir um atleta ou outro”.

ensino médio em debate

O ensino médio, antigo Segundo Grau, é uma fase da educação básica que ficou perdida no tempo. Raras são as escolas públicas que oferecem um ensino de qualidade nos três anos que compõem a fase anterior à entrada do estudante na educação superior. Podemos estudar e levantar várias hipóteses para descobrir o que levou o país a desprezar essa fase tão importante da educação. Certamente a falta de planejamento – que via de regra atinge a administração pública no Brasil – e os parcos investimentos contribuíram decisivamente para que chegássemos a esse quadro estarrecedor: alunos concluintes da educação básica sem os mínimos conhecimentos de matemática, língua portuguesa e redação, alto índice de evasão e desistência, péssimos resultados dos estudantes brasileiros em avaliações internacionais.

Qual a parte de responsabilidade da escola, do sistema escolar, da gestão escolar e do professor nesse quadro de absoluta incompetência? Com certeza a escola também não desempenhou nas últimas décadas seu papel como deveria – daí não admitirmos colocar a culpa exclusivamente nos governos e administração pública. A escola pecou ao acomodar-se, quando não apresentou projetos executáveis. Mas como não podemos nos dar ao luxo de abdicar da boa educação, mais cedo ou mais tarde, a reação precisa começar. A reforma do ensino médio representa uma tentativa de evolução. A escola precisa abraçar as mudanças, querer fazer uma educação melhor, porque, como sabemos, não há salvação a um povo com mal educação.

Nesta edição, ESCOLA traz uma entrevista com o superintendente de Ensino Médio da Secretaria Estadual de Educação, João Batista Peres Junior, cuja leitura deixa transparecer que o Estado de Goiás não está acomodado, quer, de fato, melhorar o ensino oferecido nesta fase decisiva da educação brasileira.

Manoel Messias Rodrigues - Editor

Cada vez mais tem se difundido iniciativas, tanto públicas quanto populares, que visam o incentivo à leitura. Facilitar o acesso aos livros tem sido o caminho. Focada nesse objetivo, a Secretaria de Educação de Aparecida de Goiânia entregou, dia 9, mais uma “Geladeira Literária”, dessa vez na Escola Municipal Serra das Areias. Desde que teve início, em abril, o projeto já disponibilizou 14 geladeiras pela cidade. Além de escolas, a ideia é levar a Geladeira Literária para terminais de ônibus, Cais e unidades básicas de saúde para promover o interesse pela leitura entre crianças, jovens e também adultos. O projeto é feito pela Educação em parceria com a Secretaria Executiva de Cultura do município.

As cidades de Minaçu e Mara Rosa, no norte do Estado, passaram a contar, desde a semana passada, com cursos gratuitos de qualificação profissional oferecidos pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento (SED), por meio da Rede Itego, através do Colégio Tecnológico do Estado de Goiás (Cotec). Os Cotecs são unidades de ensino descentralizadas com cursos que visam atender cada região e seus potenciais empreendedores de acordo com sua vocação. Em Mara Rosa e Minaçu estão sendo disponibilizadas, aproximadamente, 240 vagas para os cursos de Auxiliar Administrativo, Cuidador de Idoso, Técnicas de Atendimento ao Cliente, Assistente Administrativo, Vendedor, Assistente de Contabilidade e Frentista. Todos cursos são gratuitos. Informações: (62) 3362-5800.

Estudantes do Colégio Estadual José Lobo, em Goiânia, estão realizando, desde a semana passada, trabalhos literários que incentivam a recuperação de notas baixas do primeiro e segundo bimestres. Poesias de escritores goianos Bernardo Élis, Cora Coralina e Hugo de Carvalho Ramos e de outros brasileiros, como José Lins do Rego e Machado de Assis, foram reproduzidas em apresentações de palco e também em maquetes, relembrando o contexto histórico vivido por eles.

Os alunos da Escola Municipal João Braz participaram, dia 14, da última aula do projeto “Educ@ção Digit@l: tecnologias e conhecimentos”, desenvolvido por uma equipe do Núcleo de Tecnologia Educacional da Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME). Na ocasião, os educandos do sexto ao nono ano construíram semáforos utilizando conhecimentos da robótica e automação. O projeto, realizado desde setembro na Escola Municipal João Braz, no Jardim São Judas Tadeu, tem como objetivo ampliar o universo de conhecimento dos alunos sobre o uso de tecnologias e inserir nas práticas cotidianas. Com duas aulas por semana e carga horária de 100 horas, as ações foram trabalhadas em formato de oficinas, palestras e mostras.

Qualificação profissional em Minaçu e Mara Rosa

Recuperação de notas

Geladeira literária

Educ@ção Digit@leEducação

m FocoLCarta ao eitor

editado e impresso por rede de notícia planalto ltda-Me - Wsc barbosa Jornalismo - Me

Fundador e Diretor-Presidente Sebastião Barbosa da Silva

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Também na semana passada, dia 14, foi inaugurado o Itego Sarah Kubitschek de Santo Antônio do Descoberto, no Entorno do Distrito Federal. É a 19ª unidade do Itego entregue pelo governo do Estado, que conta com 12 salas de aula, oito laboratórios, um auditório, uma biblioteca, uma quadra poliesportiva, um refeitório e uma área de convivência. Serão oferecidos cursos em três eixos tecnológicos principais: Produção e Design (nas áreas

de moda e vestuário); Produção de Alimentos; e Gestão Administrativa e Tecnologia da Informação. “Esta é uma obra muito importante para o presente e para o futuro. Institutos como este vão formando a Rede Itego, garantindo que Goiás seja um Estado Inovador”, destacou o governador Marconi Perillo.

Mais um Itego, dessa vez em Santo Antônio do Descoberto

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Hora de premiar os melhores

Fabiola Rodrigues

O Concurso de Redação Goiânia na Ponta do Lápis chega à etapa se-

mifinal nesta semana, com a premiação de 125 estudantes das cinco categorias, com me-dalhas, certificados e bicicle-tas. A solenidade será realizada dia 23 de novembro, às 9 horas da manhã, no Centro Cultural Goiânia Ouro, em Goiânia. Já a grande final será no dia 30 de novembro, no mesmo horário e local, e 15 alunos finalistas também ganharão prêmios como smartphones, notebook, TVs, bolsas de estudos da Facul-dade Sul-Americana (Fasam), além de medalha e certificado.

As correções das redações do concurso foram realizadas por uma equipe de professo-res da Fasam, que selecionou os melhores textos, levando em conta para critério de es-colha dos textos a ortografia, concordância verbal, aspectos gramaticais, capacidade de or-ganização do pensamento, ori-ginalidade e pertinência em relação ao tema proposto.

As premiações estão divi-didas em cinco categorias de A até E. Na categoria A, estão os estudantes do ciclo II do ensi-

no fundamental da rede mu-nicipal, do 4º ao 6º ano. Na ca-tegoria B, alunos do ciclo III do ensino fundamental da rede municipal, 7º ao 9º ano. Na ca-tegoria C, estão os estudantes da Educação de Adolescentes e de Jovens e Adultos (Eaja) da rede municipal. Na categoria D, alunos do 4º ao 9º ano do ensi-no fundamental da rede parti-cular. E a última categoria é a E, reservada para o ensino médio da rede particular.

Realizado pela Tribuna do Planalto, o concurso este ano trouxe o tema “Como a inter-net tem interferido na rela-ção entre as pessoas?” e levou estudantes goianienses das

redes municipal e particular a dialogarem e refletir a respei-to da valorização interpessoal mútua, por meio de debates em sala de aula, leitura e es-crita.

ReferencialOs estudantes participam

do Goiânia na Ponta do Lápis por acreditarem na idoneida-de da competição. A coordena-dora de projetos da Unidade Regional Brasil Di Ramos Caia-do, Carla Bernardes, conta que alguns concursos causam frus-tração e baixa autoestima no estudante, por ele não viven-ciar até o fim as fases descritas em certos regulamentos.

“O aluno gosta de estar en-volvido e saber os resultados. A Tribuna do Planalto nos ajuda muito fazendo com que pos-sam viver todas as etapas de perto. Desde a divulgação dos professores até a premiação. Os prêmios são o reconheci-mento do esforço que tiveram durante meses. Isso inspira”, diz a coordenadora.

Carla Bernardes lembra ainda que, quando o estudante participa das finais, a vontade que ele tem de se envolver nas próximas edições aumenta.

“Acompanho o concurso há quatro anos. O professor e o aluno sentem prazer em estar participando deste modelo de

ensino-aprendizado diferente, sabendo que alcançam resul-tados reais quanto ao conheci-mento”, relata a coordenadora.

E para não perder a expec-tativa, Carla Bernardes deixa claro que acredita que muitos estudantes da coordenadoria dela serão premiados.

“Sabemos que quando o estudante se envolve, ele é o maior beneficiado. Sempre incentivamos ao máximo a maior participação possível de cada um. Espero que nosso alu-no nos represente, porque tra-balhamos com os professores para que dessem todo suporte e apoio. Chegou a hora”, diz.

Tem professor que se torna destaque entre os premiados no Concurso de Redação Goi-ânia na Ponta do Lápis. Este é o caso da professora de Portu-guês Doraney Oliveira, que dá aulas há mais de 26 anos na rede municipal e desde as pri-meiras edições do concurso, há quase duas décadas, incentiva os alunos a participarem da competição.

Assim como o estudante de cada categoria que fica em pri-meiro lugar na final é premia-

do com notebook, o professor ganha também. A professora se tornou, então, ao longo dos anos uma das mais premia-das, porque geralmente todo ano tem aluno dela entre os melhores. As conquistas vêm de muita dedicação em sala de aula.

“Quando um estudante meu vai produzir um texto, ele se sente capaz, porque ten-to envolvê-lo ao máximo nas atividades. Só aprende a fazer, refazendo e isso é bom para

desenvolvimento do aprendi-zado”, diz Doraney Oliveira.

A professora revela que o segredo do sucesso de sempre conduzir os estudantes a che-garem às finais é a dedicação. Ao ela preparar a turma para participar do concurso, ela não hesita em dedicar-se a aluno, por aluno e corrigir várias ve-zes cada redação.

“Incentivar o ser humano que ele é capaz e motivá-lo é fundamental. Quando o pro-fessor confia que o estudante pode vencer, ele chega ao bom resultado. Gosto muito de tra-balhar também a parte emo-cional”, conta.

Ministrar aulas que melho-ram a produção de texto do es-

tudante é uma das principais funções da professora. Os es-tudantes não se deparam com enormes dificuldades por ser uma didática de ensino dela.

“Os alunos não escrevem

somente para o concurso. Es-crever faz parte da rotina de es-tudos deles. Dentro dessa pro-posta, eu os instigo a fazerem o melhor sempre”, comenta a professora.

esta seMana serãO cOnhecidOs Os estudantes que ganharãO Medalhas, certificadOs e bicicletas pOr tereM prOduzidO bOns

textOs na 18ª ediçãO dO cOncursO

“O segredo do sucesso é a dedicação”

Anualmente, o evento premia estudantes das redes pública e particular de Goiânia

Premiação é recompensa ao esforço dos estudantes

Professora DoraneyOliveira: motivação

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Fabiola Rodrigues e Manoel Messias Rodrigues

Uma verdadeira revolução irá acontecer no ensino médio brasileiro, aquela fase da educação básica que nas últimas décadas se tornou o patinho feio da

educação no País, sem projetos de melhoria, com alto índice de evasão, baixo nível de aprendizado, um mero nível a ser transposto para pegar um diploma ou tentar ingressar no ensino superior. Tudo isso deve ser superado. É o que promete a reforma do ensino médio, proposta pelo Governo federal e sancionada pelo presidente Temer após aprovação do Congresso Nacional. Como se trata de uma lei complexa, a entrada efetiva em vigor das mudanças ainda demora, porque depende de decisões de vários órgãos, como o Conselho Nacional de Educação. Mas os estados já estão se preparando para as mudanças, que serão muitas, pois deve surgir um novo ensino médio, mais flexível e moderno, para tentar acompanhar as novidades dos dias atuais. Para falar sobre o tema, o ESCOLA traz esta semana entrevista exclusiva com o superintendente de Ensino Médio da Secretaria Estadual de Educação, João Batista Peres Júnior, que assumiu o cargo em agosto e tem vários projetos para esse importante nível de ensino, incluindo aulas interativas, via satélite, para os estudantes do noturno e liberação do uso do celular em sala de aula.

bJoão atista Peres Júnior

Superintendente de Ensino Médio da Seduce

ENTREVISTA

E S C O L AE S C O L A Que diagnóstico o Senhor faz do ensino médio em Goiás?João Batista Peres Júnior – Ao longo dos anos, os grandes investimentos do Ministério da Educação foram feitos no ensi-no fundamental e somente nos dois últimos anos surgiram dis-cussões efetivas acerca do ensi-no médio e a maior prova dis-so é a reforma que este ensino está passando. O cenário desse ensino é complicado em todo o País, com muita evasão, ensi-no de má qualidade no geral, problemas com contratações de professores. Goiás é um Estado muito grande, com municípios a 650 quilômetros da Capital, sofre com falta de professores na área de exatas, matemática, física.

Por que isso acontece?Na universidade, o professor

não é preparado para enfrentar a sala de aula. As instituições de ensino não preparam o licen-ciado para entrar em sala de aula, não preparam para entrar na escola. E aí temos duas figu-ras: a figura do educador e a do professor que cumpre horas na instituição de ensino. O profes-sor que nasce para educar não precisa passar pela universida-de. O notório saber é um exem-

Fotos: Mônica Salvador

plo, quando ele dá aula, conse-gue transmitir o conhecimento. E temos a figura do concursado, licenciado, em que há três tipos: o professor educador, que é de excelência, um ótimo profes-sor, que está ali para ensinar com qualidade, que inventa e reinventa porque ele é um edu-cador; temos o professor que passou num concurso e quer receber o salário e está ali como cargo, não como professor, é aquele professor ruim, que o aluno não aprende, que passa um exercício e fica à toa, sempre reclama de tudo, do governo, da secretaria, da metodologia de ensino; e aquele que chega em sala de aula e vê que não é aqui-lo que quer e pede exoneração,

procura outro emprego. Então, ficamos com o educador e com o que atrapalha, que é um pro-blema. Temos professores que precisam ser melhor formados nas instituições.

Como enfrentar essa realidade?

Pensando na dificuldade de encontrar profissional para a sala de aula, estamos finalizan-do um projeto, que já existe em Manaus e no Piauí, de aulas via satélite. Não é Ensino a Distân-cia (EaD). Ele é um estúdio in-terativo, que transmite aula ao vivo para uma central, que pode estar em qualquer cidade do País. E a central fará a retrans-missão em tempo real para as escolas, através de antena para-bólica. O estudante do municí-pio mais distante, em qualquer ponto do Estado, terá uma aula de qualidade e interativa com o melhor professor, com um mediador em sala que poderá intervir. Acredito que será uma grande revolução para o ensino em Goiás. E isso soluciona pro-blemas de falta de professores em determinadas áreas do co-nhecimento. Em certos lugares não tem ninguém que possa dar uma aula de matemática, então, como o aluno não pode ficar sem a aula, outro acaba dando.

Precisamos pensar em ferramentas tec-nológicas, para que todos os estudantes, da capital ou do interior, pos-sam receber o mesmo apren-dizado de alta qualidade.

A reforma do ensino médio em curso resolverá esses problemas?

Se a reforma do ensino mé-dio está trazendo para dentro do ensino médio regular a edu-cação profissional, o mundo do trabalho, devemos unir as equipes pedagógicas em prol da qualidade do ensino. Todos devem pensar juntos os rumos do ensino médio, que deve ser voltado para o mercado de tra-balho, com cursos técnicos, com itinerários formativos, com conteúdo de trabalho nas disci-plinas do ensino médio. Assim o estudante pode ter mais op-ções de aprender, e isso ajudará a combater a evasão. Estamos trabalhando nessa perspecti-va aqui na Secretaria Estadual de Educação. O estudante não aguenta mais ficar em sala de aula só copiando matéria do quadro. Ninguém aguenta isso.

O jovem está sedento por inte-ragir, dialogar, opinar. Às vezes 15 minutos navegando na in-ternet tem mais conhecimento do que quatro horas em sala de aula.

A escola precisa se modernizar?

Infelizmente, na maioria das escolas em todo o Brasil, o aluno é proibido de usar o celu-lar, e isso é um retrocesso da épo-ca da pedra lascada. O que nós, como educadores, temos que fazer é saber usar a tecnologia para o bem da aprendizagem e não proibir o uso dos aparelhos eletrônicos. Com a proibição, o aluno já entra no ambiente es-colar mau humorado. Por que o professor não interagir com os alunos criando grupo de whatsapp, passando exercícios ao longo do dia, valendo nota? Esse tipo de interação precisa acontecer. Precisamos oferecer para o estudante uma atração, caso contrário qualquer outra circunstância chamará mais a atenção dele.

Será baixada uma norma permitindo o uso de celulares?

Não. A gente precisa discu-tir, por isso estamos trazendo essa discussão para nossa rede de ensino, queremos sensibili-zá-la, porque não adianta sim-plesmente liberar o uso e não ter uma ferramenta para o alu-no utilizar o aparelho, senão ele ficará o tempo todo nas redes sociais… A nossa equipe de TI

(tecnologia da informa-ção) está desenvol-

vendo ferramen-tas para essa

interação en-tre o aluno e a sala de aula. Poste-riormente,

cada escola deve mudar

seu regimento para permitir o uso

desses aparelhos tecno-lógicos. Para melhorar o ensino médio, nós precisamos traba-lhar com essas atrações para o aluno.

Isso já está conectado com as mudanças no ensino médio, que deve ficar mais flexível?

Uma das grandes qualida-des da reforma é a flexibiliza-ção curricular, acabar com a obrigatoriedade das 13 maté-rias engessadas, e com isso po-derão ser instaurados projetos, trabalhos extraclasse, conteú-dos diversificados. Poder traba-lhar diversidade de temáticas que envolvam o aluno é magní-fico. O professor passa a ensinar com mais autonomia e liberda-de, pode desenvolver projetos com os estudantes, que envol-vam a realidade do estudante, da comunidade.

Goiás se ajusta ao novo ensino médio

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“O estudante não aguenta mais ficar em

sala de aula só copiando matéria do quadro.

Ninguém aguenta isso”

Como a secretaria conseguirá oferecer os novos conteúdos que serão trazidos com a reforma, já que precisará de mais professores em áreas diversas, inclusive para atender à necessidade do ensino profissionalizante?

Paralelamente à reforma do ensino médio, foram cria-dos três Grupos de Trabalho, direcionados pelo MEC: o GT do Ensino Médio, o GT da Edu-cação Profissional e o GT da Es-cola de Tempo Integral. Todos os estados têm um trio, repre-sentando essas três áreas. Em Goiás, estou no GT da Educação Profissional. E todos se reúnem em São Paulo a cada dois meses, onde ficamos no Insper, uma instituição muito conceituada, com uma estrutura muito boa, onde especialistas estão fazen-do essa formação e orientando esse trio de cada Estado, para pensar o planejamento do en-sino médio. Estamos pensando os desdobramentos da lei. Den-tro de cada GT tem vários gru-pos, como o grupo de captação de recursos, o grupo de sugerir projetos para os estados terem estrutura para executar a lei. A educação profissional precisa de laboratórios, não tem como dar um curso sem a prática.

Requer muito investimento…

Em Goiás, ainda este mês a secretária Raquel [Teixeira]vai entregar 25 laboratórios para escolas. Laboratórios de informática, de enfermagem, de panificação, de segurança do trabalho, porque os cursos técnicos iniciaram e a gente conseguiu esses laboratórios. Na Seduce, a gente está fazen-do um projeto-piloto com es-trutura exclusiva para cursos técnicos: a gente pega uma es-cola bem localizada, com pou-cos alunos ou ociosa, que fun-cionará na região como escola totalmente técnica, para aten-der os estudantes das escolas das proximidades, uma base potencializada. Hoje os cursos técnicos funcionam dentro da escola regular. Os novos labora-tórios terão mais mobilidade, para poder oferecer mais cur-sos a mais escolas. Mas nas es-colas técnicas potencializadas podemos agregar muito mais ferramentas, porque todas as salas serão voltadas para o técnico, o es-paço não é divi-do com colégio estadual.

Como contratar professores no novo modelo de ensino médio?

Tem que mudar a forma de contratação. O processo sele-tivo simplificado de professor

não tem o perfil de contratação da educação profissional. Na educação profissionalizante, o professor não é licenciado, por-que não precisa do professor de português, de história, pois isso o aluno já vê no regular. Na educação profissional, o pro-fessor é o profissional liberal, é o engenheiro, é o eletricista, é o mestre de obras, é o enfer-meiro, é o que está no mercado de trabalho. Ele não vem dar aula com o valor do processo seletivo do licenciado, porque ele não está à toa. Ele terá um tempo pra vir dar aula e voltar, porque está ganhando bem no mercado. E ele jamais virá para ficar preso dentro da escola, porque ele tem a atividade dele na iniciativa privada. Existe uma forma de contratação de-nominada de edital de creden-ciamento de chamada pública, já utilizado na Secretaria de Saúde. É feito o edital de cha-mada pública e o profissional se inscreve no cadastro. Caso ele atenda às exigências, pode-rá ser contratado para presta-ção de serviço. Isso já é usado pelo Senai, onde o professor é chamado de instrutor. Con-trata-se o profissional como horista, que receberá por hora, ganhará enquanto deu o traba-lho dele, não tem vínculo de fi-car na escola por 40 horas, por exemplo, porque é uma área muito dinâmica.

E o ensino médio noturno, como está?

Quando se fala do problema do ensino médio, muito maior é o ensino médio noturno. É outra história. É uma proble-mática maior ainda. No Brasil, nós mentimos de fazer ensino médio noturno. É uma menti-

ra. Estou falando isso porque é o óbvio,

porque a carga horária do en-sino diurno é a mesma do noturno, mas é impossível

se conseguir fechar as 200

horas anuais no período da noite. Para

conseguir isso, a aula teria que começar às 19h e terminar meia-noite. Ninguém faz isso.

Por quê?O estudante da noite é tra-

balhador e já chega na sala de aula muito cansado. Quando termina o intervalo, quer ir embora, não tem atração den-tro da sala de aula, o aluno está lá dormindo. O País brinca de fazer ensino médio noturno. Com a reforma em andamen-to, existe um artigo na lei para essa modalidade de ensino, que diz que as secretarias de ensi-no e seus conselhos estaduais podem se organizar e legislar de maneira independente. A nossa equipe, a Seduce, vem há dois meses trabalhando um projeto para ser apresentado para a secretária Raquel Teixei-ra, que, se aprovado pelo Con-selho Estadual de Educação, teremos um ensino médio no-turno com uma carga horária menor, com uma flexibilidade maior, com foco em trabalhar projetos e com conteúdos mais didáticos. Seremos o primeiro Estado a ter um projeto como esse no Brasil, teremos essa ou-sadia.

Terá aulas à distância?Claro. Esse ponto é funda-

mental para o ensino médio ficar mais atrativo. Fizemos

uma proposta de EaD para a se-cretária Raquel. Ela comprou a ideia, levou para o governador, criou uma gerência de Educa-ção a Distância. E a secretária mandou montar um centro de Educação a Distância, que fun-cionará na Rua 26A, no Setor Aeroporto, em Goiânia. São 20 salas. Esse centro já está prati-camente pronto. Lá será o Cen-tro de Educação a Distância e Formação, com cursos durante o dia e à noite, com educação a distância e presencial. Com a reforma, muitos conteúdos curriculares, que são muito simples, serão colocados na plataforma para ser estudado à distância. Isso já está fun-cionando, curso técnico para comunidades rurais distantes. A nova lei permite até 20% do conteúdo do ensino médio em EaD. Então, claro que tudo que a gente puder fazer para tirar o aluno do banco da sala, pre-cisamos fazer, para diminuir o tempo dele na sala, princi-palmente no noturno. Mas o diurno também precisa ter. Evidentemente que tudo com muito critério e qualidade, por-que não adianta colocar texto, é preciso trabalhar conteúdo

que atraia o aluno, com áudio, imagens, fotos, desenhos, víde-os interativos, uma comunica-ção visual, brincadeira. Inclu-sive jogos podem ser usados como ferramenta educacional, a gamificação, que estimula a competição.

Essa é outra medida que antecipa a reforma?

A reforma foi posta e apro-vada, porém, estamos autoriza-dos a trabalhar em cima da re-forma desde que não botamos o dedo no núcleo comum, a base curricular, porque ela está vinculada à base nacional cur-ricular comum, que está sen-do discutida ainda. Enquan-to ela não for finalizada, não podemos sair das disciplinas. Então, diante da flexibilização da reforma, estamos fazendo agora porque a própria nova reforma nos abriu horizontes. Outro ponto é que estamos já flexibilizando a rede para que ela possa trabalhar com a fle-xibilização curricular, sair da disciplina, trabalhar projetos, núcleo diversificado, projeto de vida para o aluno, preparar o aluno e dar liberdade para ele escolher o que quer. Acredito que esse projeto será algo ino-vador, pois será mais atrativo, com carga horária menor.

O sistema seriado anual também mudará?

Hoje o ensino médio no-turno tem uma evasão muito grande no País todo. As pessoas entram, não aprendem e de-sistem. Para atacar isso, outro ponto é sair do sistema anual para o semestral, flexibilizar. O formato anual é um fator de evasão e aí se perde um ano para recuperar. No regime se-mestral, o aluno tende a des-pertar mais rapidamente para o aprendizado, para não perder o semestre e, assim, completar o ano. No regime semestral, o aluno que está com dificulda-de, que geralmente desiste, não vai desistir, porque o professor estará mais atento e próximo a ele, em um período menor de tempo, já que as avaliações são mais próximas no regime semestral, sem contar que a di-ficuldade dele será detectada muito mais rapidamente.

O brasil brinca de

fazer ensino médio noturno

estamos pensando os

desdobramentos da lei da reforma do ensino médio

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Eliminar filas nas escolas, democratizar o acesso e garantir o aproveitamen-

to total da capacidade física das unidades escolares. Esses são os objetivos do processo de matrí-cula informatizada implanta-do pela Seduce. E o período de matrícula para novos alunos na rede pública estadual será iniciado no próximo dia 27 de novembro.

Quem deseja uma vaga para 2018/1 deve acessar o endere-ço eletrônico (www.matricula.go.gov.br) até 29 de dezembro e fazer a solicitação de uma vaga. O pedido será feito exclusiva-mente pela internet.

A matrícula pelo meio ele-trônico é destinada apenas para novos alunos. Quer dizer, aqueles estudantes oriundos de outras redes de ensino (mu-nicipal, federal e privada) e também de outros estados. Há ainda aqueles que estão ini-ciando a vida escolar, além dos alunos que deixaram de estu-dar e desejam retornar agora.

O processo da matrícula não garante a vaga na primei-ra opção do aluno. Por isso, é necessário informar três op-ções de unidades para facili-tar o processo de alocação do aluno. Assim, o sistema fará a alocação conforme o número de vagas disponibilizado, na sequência de escolas informa-das. O histórico da matrícula na rede estadual mostra que entre 94% e 97% dos alunos conseguem vaga na escola de preferência do estudante. As es-colas de Tempo Integral partici-pam do processo de Matrícula Informatizada. Já as unidades conveniadas e militares não

novos alunos

Entre 94% e 97% dos alunos conseguem vaga na escola de sua preferência

Matrículas começamdia 27 na rede estadualinteressadO deve infOrMar três Opções de unidades para facilitar O prOcessO de alOcaçãO dO alunODivulgação

1º Inscreva-se pela internet (www.matricula.go.gov.br) Período: 27/11 a 29/12Tenha em mãos: Nomes completos do aluno, da mãe e/ou do responsável legal; CPF do aluno ou responsável, e sua data de nascimento;Etapa, ano e turno desejados Três opções de escolas; Telefone, email, CEP e endereço do aluno.Após finalizar o cadastro, aguarde a emissão do Comprovante de Solicitação de Matrícula.

2º Confirme a vaga pelo site e efetue a matrícula na escola Período: 15 a 19 de janeiro de 2018 Informe número da solicitação e data da nascimento do aluno para verificar a escola que disponibilizou a vaga. Com a informação, procure pessoalmente a escola para a efetivação da matrícula.

Documentação necessária na hora da matrícula Certidão de Nascimento Comprovante de endereço; CPF e RG do responsável pelo aluno; Histórico escolar. Os alunos que já estudaram anteriormente também devem apresentar: histórico escolar; ficha individual e/ou declaração de transferência.

www.matricula.go.gov.br

passo a passo para a matrícula

Recentemente o profes-sor Lyle Campbell, da Universidade do

Hawaii, ministrou uma pa-lestra na Universidade Fe-deral de Goiás (UFG) sobre a extinção acelerada pela qual 46% dos idiomas do mundo estão passando. O pro-jeto chefiado pelo professor compila 3.500 línguas ameaçadas ou extintas ao redor do mundo – no site www.endangeredlanguages.com um mapa exibe os locais onde as línguas são ou eram faladas com informações e documentos sobre elas. Segundo o pesquisador, um terço das línguas mortas foram extintas nos últimos 50 anos, e muitas outras vão entrar nesse catálogo em breve.

No site dedicado à preservação dessas línguas explica-se que idiomas começam a se tornar ameaçados quando a transmissão intergeracional diminui. Isso é, quando a língua deixa de ser passada de pais para filhos como primeiro idioma. Um exemplo local retirado do mapa: o idioma Avá, falado em Goiás por povos nativos, tem apenas 16 falantes. Há algumas razões para nos importarmos com a preservação desse aspecto cultural.

A primeira é que a língua guarda informações sobre quem a fala e sobre o mundo. Quando um idioma se extingue sem docu-mentação, a literatura, a tradição oral e a história de um povo são extintas com ele. Bem como o conhecimento do mundo natu-ral e cultural codificado no idioma pode ser perdido. Além disso, a classificação das línguas parentes nos ensina sobre a história dos grupos humanos e sobre a forma como eles estão relaciona-dos um com o outro. Muito do que sabemos sobre a dispersão das etnias e de antigos movimentos de migração vem da comparação de idiomas relacionados.

Coincidentemente, dois servidores técnico-administrativos aposentados da UFG lançaram recentemente um livro eletrônico que pode ser definido como um “dicionário de goianês”. Armando Honorio da Silva e Ismael David Nogueira reuniram 4.000 pala-vras e 300 expressões típicas da zona rural. O livro está disponí-vel gratuitamente na internet e se chama “Termos e expressões do coloquial do cotidiano da zona rural no Brasil central no século XX” 2. Segundo os autores, tem como principal objetivo registrar e preservar a memória popular.

Os vocábulos ilustram bem como a língua retrata o povo que a fala. Grande parte dos termos diz respeito ao dia-a-dia no cam-po e refletem o raciocínio sertanejo. Quando um cavalo se apoia nas patas traseiras, por exemplo, diz-se que está pedindo pinga. O dono do boi é que tem de pegar no chifre quer dizer que o respon-sável deve ser o primeiro a se dedicar no ofício. Há um humor característico do sertão: Assanhar as lombrigas é o mesmo que estimular o desejo, tornar atrativo, despertar interesse, provocar falsas expectativas. Outras expressões são pérolas da filosofia interiorana: fazer com os dentes pra comer com as gengivas significa constituir algum patrimônio enquanto é novo para usufruir na velhice. E alguns ainda são exercícios dadaístas de forma: Muito socó prum socó só coçar, ou seja, exagerar, ir além do necessário.

Armando Honorio informou que a motivação para o livro veio do convívio com o colega e que o método de coleta dos termos foi manual. Anotando duas ou três palavras no horário de almo-ço, todos os dias, por oito anos. Ambos vêm do interior e mora-ram em fazendas, garimpo, lavoura. “Já estou com 76 anos”, ele disse. “Nesse curso você consegue muita coisa. Esse livro é o que vimos e ouvimos. Hoje em dia, se você perguntar o significado das palavras aos alunos, eles não sabem. Guardar a cultura é muito importante, se não ela perde mesmo”.

Italo Wolff é jornalista e escreve sobre literatura, música e cinema.

O goianês: toma lá, jacaré, que a lagoa já secou.1

artigo - ítalo Wolff

1 - Diz-se de algo atrativo e favorável que deixou de existir, segundo “Termos e expressões do coloquial do cotidiano da zona rural no Brasil central no século XX”.2 - https://www.cegraf.ufg.br/up/688/o/ebook_isma-el_armando.pdf

integram esse sistema. Por isso, os interessados em ingressar nestas escolas devem se dirigir diretamente a estas unidades.

RenovaçãoA renovação da matrícula

é uma etapa que acontece na Unidade Escolar (SIGE), de acor-do com o cronograma da ma-

trícula. A Unidade Escolar deve notificar os responsáveis sobre a obrigatoriedade da renovação por meio do “Termo de Renova-ção da Matrícula”. Os alunos que não renovarem a matrícula no prazo estipulado irão con-correr vaga com os novos alu-nos, não tendo garantia de vaga na mesma escola.

capilé!Vai um

GOIÂNIA, 19 A 25 DE NOVEMBRO DE 2017 / www.tribunadoplanalto.com.br/escola7 E S C O L AE S C O L A

Dia de natação: Festival reúne alunos da iniciação esportiva

secretaria Municipal de educação e esporte

Alunos de escolinhas de iniciação esportiva em natação disputaram provas competitivas no Clube do Povo

Matrículas começamdia 27 na rede estadual

eventO teve prOvas cOMpetitivas entre Os alunOs das escOlinhas da capital

Daniela Rezende

Com o objetivo de promo-ver a interação entre alu-nos e professores, opor-

tunizar a competição saudável, incentivar a prática e o aper-feiçoamento das técnicas da natação, cerca de 100 crianças e adolescentes da rede e comuni-dade das regiões Noroeste e Sul da Capital participaram na ma-nhã do sábado, 11, do III Festi-val de Interatividade, no Clube do Povo.

Os alunos de três escolinhas de iniciação esportiva em na-tação disputaram provas com-petitivas na piscina. O festival é um evento semestral, que in-clui alunos dos núcleos de ini-ciação de natação do Clube do Povo e SindiGoiânia, coordena-dos pela Gerência de Iniciação Esportiva da Secretaria Muni-cipal de Educação e Esporte (SME).

De acordo com a professora Érica Dias, as aulas de natação nos núcleos oportunizam a vi-vência de um esporte que mui-tos não conhecem. “Muitos alu-nos não têm como pagar uma academia ou escolinha de na-tação e as atividades oferecidas são muito importantes na co-munidade. No Festival, temos como promover a interação en-tre esses alunos”, ressaltou.

“Além de demonstrar para os pais o que aprenderam, as crianças e os jovens participam de uma competição. Aqui não trabalhamos com o princípio de formar atletas e, sim, com a inclusão, a prática da cidada-nia e o incentivo a uma vida mais saudável. Atendemos a faixa etária de 5 a 17 anos e en-sinamos também os alunos a se portarem, interagirem com as famílias e outros aspectos”, afirmou o professor do núcleo do Clube do Povo, Guilherme Gomes de Oliveira.

Wendel Cavalcante, mora-dor do Setor do Alto Vale, pai de Bernardo, 7 anos, levou o filho para o Festival. “Depois que ele começou a participar das au-las de natação, ficou mais ativo com outras crianças, já nada sozinho e aprendeu muito. É bom para sair da rotina e se in-tegrar mais com outras crian-ças”, destacou.

A aluna Vitória Rodrigues, 14 anos, contou que já teve muitos ganhos com a natação.

Secom-Goiânia

Interessados podem procurar os professores responsáveis nos polos, de acordo com as modalidades

VAGAS

locais Modalidadesclube do povo (setor alto do vale) hidroginástica e natação

parque Municipal Odilon soares (setor faiçalville)

pilates, circuito funcional, ginástica localizada, futsal, voleibol e tênis de campo

eseffego (vila nova) atletismo

centro promocional da vila redenção futebol de campo

centro esportivo do setor pedro ludovico atletismo

praça da Juventude (Jardim das aroeiras) futsal

centro esportivo do Jardim guanabara ii artes Marciais

clube do sindigoiânia (parque amazonas) hidroginástica e natação

unidade de saúde (uass) do setor leste uni-versitário

ginástica aeróbica e localizada, alongamento

Mais informações pelo telefone: 3524-7306

“Já frequento as aulas do clube há dois anos e aprendi todos os nados, aperfeiçoando cada vez mais as técnicas. Também ema-greci, tenho desenvolvimento

depois que ele

começou a participar das aulas de natação, ficou mais ativo com outras crianças, já nada sozinho e aprendeu muitoWendel Cavalcante, pai de Bernardo, 7 anos

respiratório melhor, além de ser perto de casa e encontrar as colegas”, relatou.

Nas piscinas de 12 e 25 me-tros, os alunos participaram

das provas crawl com prancha, costas com prancha, pernada de crawl sem prancha, pernada de costas sem prancha crawl, costas, peito, borboleta. As ca-

tegorias que integraram o Fes-tival foram Pré-mirim, Mirim, Petiz, Infantil, Infanto-juvenil e Júnior. Todos os alunos recebe-ram medalhas de participação, além das medalhas de premia-ção para 1º, 2º e 3º lugares.

Iniciação EsportivaCerca de 800 pessoas, de-

crianças a idosos, são atendidas gratuitamente com exercícios físicos e atividades esportivas em nove polos espalhados por Goiânia. Para crianças e jovens, de 8 a17 anos, são oferecidos natação, futsal, futebol de cam-po, futebol recreativo, ginástica, artes marciais, voleibol e tênis de campo. Conforme disponibi-lidade de vagas, adultos podem frequentar aulas de hidroginás-tica, atletismo, alongamento, circuito funcional, pilates, gi-nástica aeróbica e localizada.

GOIÂNIA, 19 A 25 DE NOVEMBRO DE 2017 / www.tribunadoplanalto.com.br/escola8 E S C O L AE S C O L A

Os 125 estudantes selecionados pelo programa Goiás Sem Fronteiras lotaram, na tarde da quinta-feira,

16, o Auditório Mauro Borges, do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, para acertar os últimos detalhes da viagem a Nova Jer-sey (EUA), no dia 25 de novembro. Recebi-dos pelo governador Marconi Perillo, os alunos externaram agradecimentos pela oportunidade de estudarem durante um mês com despesas custeadas pelo Gover-no de Goiás.

Felipe Ramos, do Colégio Militar Poli-valente Modelo Vasco dos Reis, discursou em nome dos 125 estudantes seleciona-dos dentre seis mil inscritos. Ele agrade-ceu a Marconi pela chance que os alunos terão de estudar em um país que é refe-rência em educação.

“É uma oportunidade excelente, que talvez nenhum de nós tivesse se não fos-se por meio dessa ajuda do governo. Esta-mos muito gratos. É um sonho”, disse.

Marina Araújo Simões quer cursar Re-lações Internacionais na universidade. Ela estava na companhia da mãe, Cleila de Paula, ansiosa e feliz pela filha com a via-gem que se aproxima. Marina ressaltou que o Goiás Sem Fronteiras demonstra que é possível a um estudante que não tem recursos financeiros suficientes reali-zar o sonho de fazer intercâmbio.

“Não se trata de poder e de dinheiro, mas de esperança, da vontade de estudar e

de uma dose de coragem”, afirmou.Passagem, hospedagem, alimentação,

material didático e roupas de frio serão subsidiadas pelo programa, que garante ainda 100 dólares por semana a cada estu-dante, para custeio de despesas na cidade.

Marconi destacou que o Goiás Sem Fronteiras é a materialização de um com-promisso de seu plano de governo e a pro-va de que a educação pública de qualidade é democratizadora de oportunidades. Res-saltou que a experiência legará aos alunos enriquecimento cultural, e o despertar de novos líderes que contribuirão para o

crescimento continuado do Estado.“Tenho certeza de que vocês que estão

aqui são líderes. Se estão aqui, é porque são os primeiros entre seis mil. A vocês está reservado um capítulo importante da história de Goiás. Aproveitem esse conhe-cimento que terão lá fora. Cheguem aqui, estudem mais ainda, cresçam, ocupem os melhores espaços na educação e no mer-cado de trabalho e nos ajudem a transfor-mar cada vez mais Goiás em um Estado grande, próspero”, declarou, agradecendo aos pais dos estudantes pela confiança depositada no Governo de Goiás.

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Mais 200 estudantes serão selecionados

prograMa goiÁs seM fronteiras

gOvernadOr lançOu OficialMente O prOgraMa JuntO aOs 125 JOvens estudantes que eMbarcarãO para Os eua nO dia 25 de nOveMbrO

Dada a alta demanda de alunos ins-critos, Marconi autorizou o secretário de governo, Tayrone Di Martino, duran-te o evento, a providenciar novo edital para janeiro, para que o governo possa selecionar até 200 novos estudantes pelo Goiás Sem Fronteiras. Ele relem-brou a trajetória de investimentos e programas na área da educação, pesqui-sa e inovação tecnológica desde o pri-meiro ano de seu primeiro mandato à frente do Executivo.

Lembrou a criação da Universidade Estadual de Goiás, que hoje está em 40 regiões de Goiás, com mais de 25 mil alunos atualmente, e o programa Bolsa Universitária, ambos em 1999.

“Chegamos, nos meus governos, a 180 mil estudantes universitários for-mados ou em formação com a Bolsa Universitária”, frisou.

Citou também a criação, na sua se-gunda gestão, da Fundação de Ampa-ro à Pesquisa (Fapeg), que já recebeu R$ 200 milhões de investimentos em pesquisa e inovação, e encaminhou a dezenas de países mais de cem alunos para fazerem mestrado, doutorado e pós-doutorado. Rememorou, em segui-da, a criação do programa Passe Livre Estudantil.

“Todos os estudantes, independente-mente de serem de escolas públicas ou não, da Região Metropolitana, tem direi-to a esse programa. E agora estendemos esse programa a Anápolis e Rio Verde. Com ele, mais de cem mil alunos têm acesso ao passe livre”, lembrou.

“Estamos realizando um sonho de enviar talentos goianos para conhecerem o mundo”, disse Marconi

Mantovani Fernandes