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1981 Novembro Viver o Advento Salário justo é aquele que não obriga a mulher a trabalhar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Viver segundo o Espírito nos leva à ação . . . 6 Recordando João XXIII . ... . .... . ...... . 8 A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . . . ll O cêntuplo .... . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Ainda o terço .. . .. . 17 A partilha, um ofertório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . lS Ato de ...... . ............... .. •.•..•. . ..... 20 Um encontro é coisa rara . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Saiu "O Dever de Sentar-se " Quando os filhos orientam os pais ... Notícias dos Selares 23 25 27

1981 Novembro - ENS

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1981

Novembro

Viver o Advento

Salário justo é aquele que não obriga a mulher a trabalhar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

Viver segundo o Espírito nos leva à ação . . . 6

Recordando João XXIII . ... . .... . ...... . 8

A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . . . ll

O cêntuplo .... . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Ainda o terço .. . .. . 17

A partilha, um ofertório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . lS

Ato de Jé ...... . ............... .. •.•..•. . ..... 20

Um encontro é coisa rara . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

Saiu "O Dever de Sentar-se"

Quando os filhos orientam os pais ...

Notícias dos Selares

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RETIROS

NOVEMBRO - 6 a 8 - no Rio de Janeiro

7 e 8 - em Campinas

13 a 15 - em Florianópolis

27 a 29 - em Porto Alegre

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EDITORIAL

VIVER. O ADVENTO

"O Advento celebra a vinda de Jesus Cristo, no tempo e na história dos homens, para trazer-lhes a salvação. É, portanto, o tempo da expectativa, e ·o cristão é chamado -a vivê-lo em pleni­tude para poder receber dignamente o Senhor no momento em que vier".

Duas são as características do Advento: preparação para o "natalício de Nosso Senhor Jesus Cristo", espera da segunda vin­da do Redentor.

Preparação e espera, duas palavras que, se encarnadas, exi­gem uma atitude: conversão.

A conversão é um acontecimento e é um processo. Aconte­cimento que se prolonga pela vida afora, daí ser um processo. Porém, "conversão", "acontecimento" e "processo" exigem um re­construir.

"Reconstruir o homem de dentro para fora" (Paulo VI). Re­construir o homem implica em renovar o homem.

A renovação interior de si mesmo não exclui, é óbvio, o tra­balho cristão na demolição das estruturas caducas, anti-sociais (entendam bem), anti-evangélicas. O que se deseja frisar é o seguinte: o que importa, em primeiro lugar, é demolir as nossas estruturas caducas e anti-evangélicas.

É de dentro que se começa. Revisão corajosa. Denúncia sem medo. Sem subterfúgios. Denúncia de muita situação que um "homem novo" não pode, absolutamente, aceitar.

Devemos contestar não as estruturas, mas o "homem velho" que está instalado dentro de nós. As vezes (e por que não dizer quase sempre), a contestação e o emaranhar-se nas coisas e si­tuações externas se apresentam como um fácil álibi para a nossa falta de coragem na luta contra nós mesmos.

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Como está errado quem quer debatlir o Evangelho, mas sem se comprometer, antes, pessoalmente. . . O Evangelho foi escrito para ser vivido. Jesus falou da casa construída sobre a areia ... é a situação dos que não vivem de acordo com o que ouvem e pregam.

Por que tantas experiências e tantos movimentos caíram no vazio? É que faltou o essencial. Faltou o "reconstruir o homem de dentro para fora". Quando faltos de vida, os movimentos, as ex­periências, em vez de "mudar os corações" criam "fantoches", "marionetes" da vida espiritual.

As experiências, os movimentos, na Igreja, são relativos. So­mente Deus e a "experiência de Deus" são absolutos. Só a "ex­periência de Deus" dá valor, dá sentido às outras experiências. É a "experiência de Deus" que somos chamados a fazer neste Advento.

Portanto, é hora de refletir. É hora de fazer uma parada. · É um período de revisão religiosa e moral de nossa vida. Para tanto, é necessário preparar e esperar.

- Preparar como?

"Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizendo: 'Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo'. Pois foi dele que falou o profeta Isaías, ao dizer: 'Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, aplainai as suas veredas'" (Mt. 3, 1-2)

- Esperar como?

"Quando começarem a acontecer estas coisas, erguei-vos e le­vantai a cabeça, pois está próxima a vossa libertação. Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados pela devassidão, a embriaguez, as preocupações da vida, e não se abata repentina­mente sobre vós aquele Dia, como um laço; pois ele sobrevirá a todos os habitantes da face de toda a terra. Ficai acordados, portanto, orando em todo momento, para terdes a força de es­capar de tudo o que deve acontecer, e ficar de pé diante do Filho do Homem". (Lc 21, 28. 34-36)

As atitudes interiores que nos preparam melhor para esta vinda podem ser assim expressas:

- Manter-se vigilante na fé, na oração, em uma abertura atenta e disponível para reconhecer os "sinais" da vinda do Senhor em todas as circunstâncias e momentos da vida e até o fim dos tempos.

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- Andar no caminho traçado por Deus, sem se extraviar por caminhos tortuosos : "converter-se" para seguir Jesus para o Reino do P ai.

- Dar testemunho da alegria que Jesus Salvador nos traz, com a caridade afável e paciente para com os outros, com a aber­tura para todas as iniciativas de bem, através das quais já se constrói o Reino futuro na alegria sem fim.

- Manter um coração pobre e vazio de si, imitando José, Nossa Senhora, João Batista, os outros "pobres" do Evangelho, que, precisamente por isso, souberam reconhecer em Jesus o Filho de Deus que veio salvar os homens.

- Participar da celebração eucarística neste Tempo do Ad­vento significa acolher e reconhecer o Senhor, que continuamente vem ficar no meio de nós, e segui-lo no caminho que leva ao Pai ; a fim de que, com sua vinda gloriosa no fim dos tempos, ele nos introduza todos juntos no Reino, para fazer-nos "tomar parte na vida eterna, com os bem-aventurados e santo·s do céu".

Examine-se:

- Quando você ouve a "Palavra de Deus", você permite que ela penetre e transforme sua vida?

- Você está atento para que o egoísmo não dirija suas ati-tudes? -

- ''0 homem não pode tornar-se escravo das coisas mate­riais, do consumismo, dos s'stemas econômicos"; você consegue se desapegar disto, principalmente em favor dos mais necessi­tados?

Não seria o momento de refletirmos novamente sobre a virtude da sobriedade?

- O Papa apela para o mundo inteiro em favor do pobre; da dignidade humana, e por uma sociedade mais justa. O que você faz para que o abismo existente entre ricos e pobres dimi­nua, para que diminua esta desigualdade? Você só reza, ou faz alguma coisa? Qual o seu gesto concreto: ... como indivíduo? .. . como casal? . .. como equipe?

Viva o advento e prepare-se para ser feliz no Natal de Nos­so Senhor Jesus Cristo.

Pe. José Carlos Di Mambro, CP Conselheiro Espiritual do Setor de São Carlos

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A PALAVRA.DO PAPA

SALARIO JUSTO t AQUELE QUE NÃO OBRIGA A

MULHER A TRABALHAR

A justiça de um sistema soc1o-econômico e, em qualquer hi­pótese, o seu justo funcionamento, devem ser apreciados, no fim de contas, segundo a maneira como é equitativamente remunera­do o trabalho nesse sistema. Quanto a este ponto, nós chegamos de novo ao primeiro princípio de toda a ordem ético-social, ou seja, ao princípio do uso comum dos bens. Em todo e qualquer sistema, independentemente das relações fundamentais existentes entre o capital e o trabalho, o salário, isto é a remuneração do trabalho, permanece um meio concreto pelo qual a grande maio­ria dos homens pode ter acesso àqueles bens que estão destinados ao uso comum, quer se trate dos bens da natureza, quer dos bens que são fruto da produção. Uns e outros tornam-se acessíveis ao homem do trabalho graças ao salário, que ele recebe como re­muneração do seu trabalho. Daqui vem que o justo salário se torna em todos os casos a verificação concreta da justiça de cada sistema sócio-econômico e, em qualquer hipótese, do seu justo funcionamento. Não é o único meio de verificação, mas é parti­cularmente importante; ele é mesmo, num certo sentido, a verifi­cação-chave.

Esta verificação diz respeito sobretudo à família. Uma justa remuneração do trabalho das pessoas adultas, que tenham respo,n­sabilidades de família, é aquela que for suficiente para fundar e manter dignamente uma família e para assegurar o seu futuro. Tal remuneração poderá efetuar-se ou por meio do chamado sa­lário familiar, isto é, um salário único atribuído ao chefe de fa­mília pelo seu trabalho, e que seja suficiente para as necessidades da sua família, sem que a sua esposa seja obrigada a assumir um trabalho retribuído fora do lar; ·ou então por meio de· outras me­didas sociais, como sejam abonos familiares ou os subsídios para as mães que se dedicam exclusivamente à família, subsídios estes

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que devem corresponder às necessidades efetivas, quer dizer, ao número de pessoas a seu cargo e durante todo o tempo em que elas não estejam em condições de assumir dignamente a respon­sabilidade da sua própria vida.

A experiência confirma que é necessário aplicar-se em pro! da revalorização social das funções maternas, dos trabalhos que a elas andam ligados e da necessidade de cuidados, de amor e de carinho que têm os filhos, para se poderem desenvolver como pessoas responsáveis, moral e religiosamente amadurecidas e psi­cologicamente equilibradas. Reverterá em honra para a socieda­de o tornar possível à mãe - sem pôr obstáculos à sua liberdade, sem discriminação psicológica ou prática e sem que ela fique numa situação de desdouro em relação às outras mulheres -cuidar dos seus filhos e dedicar-se à educação deles, segundo as diferentes necessidades da sua idade. O abandono forçoso de tais tarefas, por ter de arranjar um trabalho retribuído fora de casa, é algo não-correto, sob o ponto de vista do bem da sociedade e da família, se isso estiver em contradição ou tornar difíceis tais objetivos primários da missão materna.

Nesta ordem de idéias, deve realçar-se que, numa visão mais geral, é necessário organizar e adaptar todo o processo do traba­lho, de tal sorte que sejam respeitadas as exigências da pessoa e as suas formas de vida, antes de mais nada da sua vida do­méstica, tendo em conta a idade e o sexo de cada uma delas. É um fato que, em muitas sociedades, as mulheres trabalham em quase todos os setores da vida. Convém, no entanto, que elas possam desempenhar plenamente as suas funções , segundo a ín­dole que lhes é própria, sem discriminações e sem exclusão dos empregos para que tenham capacidade, como também sem faltar ao respeito pelas suas aspirações familiares e pelo papel específico que lhes cabe no contribuir para o bem comum da sociedade jun­tamente com o homem. A verdadeim promoção da mulher exi­ge que o trabalho seja estruturado de tal maneira que ela não se veja obrigada a pagar a própria promoção com o ter de aban­donar a sua especificidade e com detrimento da sua família , na qual ela, como mãe, tem um papel insubstituível.

("Laborem Exercens", 19)

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VIVER SEGUNDO O ESPIRITO

NOS LEVA A AÇÃO

O Movimento das Equipes de Nossa Senhora caracteriza-se por buscar a espiritualidade conjugal e familiar. O problema . surge exatamente ao tentarmos conceituar esta espiritualidade e, mais ainda, ao tentarmos vivê-la.

Uma reflexão simplista poderia levar-nos a afirmar que a espiritualidade consiste numa maior vivência em contato com o Espírito Santo. Mas est aríamos, ao fazer esta afirmação, realmen­te conscientes do que representa este Espírito em nossa vida?

Não seria Ele visto tão-somente como aquela força que atua em nós ocasionalmente, como forma de suprir nossa natural inca­pacidade de resolver problemas e situações inesperadas, ignoran­ào com isto que o Espírito nos é dado para que vivamo·s dele em cada instante?

Ora, viver dele a cada instante nada mais. signif:ca do que viver o Evangelho. Não apenas como casal ou como pais de fa­mília, mas como membros de uma comunidade maior. E, em conseqüência de nossa vinculação a uma Equipe de Nossa Se­nhora, com uma responsabilidade maior.

Responsabilidade esta não apenas de atuação indireta, atra­vés do testemunho de nossa vida familiar, mas muito maior do que isto, de atuação direta em nossa comunidade, numa ação mul­tiplicadora do esforço evangélico, assumindo as tarefas que nos cabem como cristãos no mundo atual.

Viver no Espírito é viver como cristãos. O que significa viver plenamente a dupla exigência do amor à qual Cristo nos convida: "Amarás o Senhor teu Deus, de todo teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e com todas as tuas for­ças ... Amarás o teu próximo como a ti mesmo." (Me. 12, 30-31).

Esta exigência evangélica nos leva necessariamente à ação, embora o nosso movimento não seja um "movimento de ação".

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Isto é, as Equipes de Nossa Senhora não são um movimento que tenha, como tal, uma organização apostólica precisa e definida: o movimento busca, antes de mais nada, a formação e a vivência espiritual de seus membros. Mas esta espirituardade deverá conduzir-nos a uma ação apostólica e a um compromisso efetivo dentro da grande comunidade que é a Igreja. Fugir a isto é distorcer o significado da espiritualidade; é trair o espírito do Movimento.

O fato de o nosso Movimento não ser de ação não pode ser usado como justificativa para nos acomodarmos. Os movimentos de ação aguardam nosso apoio e nossa atividade. E, mesmo fora deles, muitas outras iniciativas devem ser tomadas, e a nossa sen­sibilidade de cristãos, aliada à inspiração do Espírito Santo, é que irá nos indicar os campos em que há maior necessidade de nosso trabalho. Estes campos de atuação estão muito claramente de­finidos para os movimentos de espiritualidade familiar nas ho­milias que nosso amado João Paulo II dirigiu aos brasileiros.

A nossa privilegiada condição de cristãos e equipistas im­plica num aprofundamento de nossa vivência em dois aspectos: na oração, que deve apoiar e orientar nossa ação, e na ação, que irá estimular e vivificar nossa oração.

Gelça e José Regys Prestes Equipe 10 de Caxias do Sul

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RECORDANDO JOAO XXIII

Por ocasião do centenário de seu nascimento. Em 25 de novembro de 1881, nascia em Sotto ii Monte, província de Bér­gamo, Angelo Giuseppe Roncalli .

O Bom Papa João e o Papa do Concílio

Escreve o Cardeal Garrone, no Osservatore Romano:

João XXIII foi profundamente "conservador" e, ao mesmo tempo, tranqüilamente revolucionário. De fato, nada mudou ex­teriormente no Vaticano durante o seu reinado. Aceitou a ca­deira que lhe ofereciam apesar, dizia ele, de o fazer enjoar, quan­do o balançava por cima das multidões; e continuou a usar a tiara. Conservou a Guarda palatina; ficou rodeado pela nobreza roma­na; nada, durante o seu pontificado, mudou na decoração do Va­ticano. . . Tudo isto coisas que o seu sucessor não hesitou em sa­crificar. Continuou a ser, na paciente submissão aos costumes se­culares, não raro pesados para ele, o sacerdote exemplar, aquele de quem o "Diário da alma" nos revelou a candura admirável, tão regular no Vaticano como o foi no seus tempos de seminário.

E, no entanto, em profundidade, o ardor espiritual desta alma, inteiramente aberta à luz do Espírito Santo, levava-o a derrubar sem rumor nem ostentação outras fronteiras. A permanência de um fausto que parecia não o incomodar, porque o t inha recebido e aceito do passado, unia-se uma bonomia paternal, a do "pas­tor": nada nem ninguém o podia impedir de conversar diretamen­te com os mais humildes e de pedir notícias à filha de Kruchev sobre a saúde dos filhos. Mas o impulso determinado pelas suas Encíclicas sociais é ainda hoje sensível. O outro impulso que re­presentou a convocação de um Concílio, sua amplidão e alcance, dizem bastante o quanto este homem, indiferente às novidades

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superficiais, era capaz de responder pacificamente às convocações da graça e de correr risco em favor da Igreja.

A pessoa de João XXIII ilumina-se inteiramente, e sem para­doxo algum, para aquele que deseja comungar um momento no seu ritmo interior e percorrer este "Diário da alma" onde o Papa se interroga diante de Deus, ou melhor, presta simplesmente con­tas Aquele que procurou escutar e servir ao longo dos seus dias. Ele servia com simplicidade, sem ambição de brilhar, pronto a todas as audácias, empurrando o seu arado em linha muito reta, como o bom camponês, e trazendo-o de volta com toda a naturali­dade no fim do sulco.

João XXIII colocou nas mãos do Senhor, com a sua pessoa, um instrumento amaciado por uma vida inteira perfeitamente dó­cil, instrumento de natural generosidade. E Deus serviu-se dele para fazer amar à Igreja e ao mundo um Papa que fosse um ver­dadeiro Pastor e para fazer ousar à Igreja o que um servidor menos simplesmente entregue, mais preocupado com reflexão e especulação, jamais teria conceb:do nem, talvez, empreendido.

João XXIII e a Família

Salienta o Papa João Paulo II a influência da família na fé e na personalidade de João XXIII:

Se nos perguntamos onde e como adquiriu o Papa João esses dotes de bondade e paternidade, unidas estas a uma fé cristã sem­pre íntegra e pura, é fácil de responder: na família.

Ele mesmo, por toda sua longa vida e num grandíssimo nú­mero de escritos, particulares e oficiais, recorda, comovida e re­conhecidamente, o seu patriarcal lar doméstico, os anos da me­ninice e da adolescência, passados num ambiente límpido e se­reno, em que o estilo era a graça de Deus, vivida com simplici­dade e coerência, a regra de vida era o catecismo e a instrução paroquial, o conforto era a oração, especialmente a missa festiva e o terço vespertino, e o empenho quotidiano era a caridade: "Éramos pobres, escrevia o Papa João, mas contentes com a nos­sa condição, confiados na ajuda da Providência. Quando um men­digo se apresentava à porta da cozinha, or.1de uns 20 jovens espe­ravam a tijela de caldo, havia sempre um lugar a mais. A minha mãe apressava-se em mandar sentar o hóspede ao nosso lado." (Diário da alma)

A catequese familiar e paroquial foi o seu alimento espiri­tual: a fidelidade às práticas de piedade e às cerimônias da Igreja

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foi o seu empenho constante, porque teve nos pais o exemplo, o estímulo e a sua primeira escola de teologia. Com doce afabili­dade, rec()rdava: "A querida imagem de Nossa Senhora, sob o título de 'Auxiliadora', foi por mu:tos anos familiar aos nossos olhos de criança e adolescente na casa dos nosso·s pais."

Na noite de Natal de 1959, ele com viva saudade voltava aos tempos longínquos e com simplicidade e sabedoria traçava as linhas da doutrina cristã acerca da família: "Como eram bem vividas as grandes realidades da família cristã! Noivado no re­flexo da luz de Deus, matrimônio sagrado e inviolável no res­peito das quatro notas características: fidelidade, castidade, amor mútuo e santo temor de Deus; espírito de prudência e de sacrifí­cio na educação atenta dos filhos; e sempre, em todas as circuns­tâncias, amor do próximo, perdão, espírito de paciência, confiança e respeito para com os outros. É assim que se edifica uma casa que não vem a desmoronar."

Algumas palavras de João XXIII sobre a Família:

"A família é dom de Deus, encerra uma vocação que vem do alto, a qual não se improvisa."

"Na família, dá-se a mais admirável e intima cooperação do homem com Deus."

"O segredo da verdadeira paz, do mútuo e duradouro acordo, da docilidade dos filhos, do florescer de costumes delicados, está na imitação contínua e generosa da doçura e da modéstia da Fa­mília de Nazaré."

"Nas famílias onde o pai reza e tem fé alegre e consciente, freqüenta as instruÇões catequéticas e a elas leva os filhos, não h~verá tempestades nem desolações de uma juventude rebelde e sem amor."

"A voz da mãe, quando anima, convida e . repreende, perma­nece esculpida profundamente no coração dos seus, e não se es­quece nunca. Oh, só Deus conhece o bem despertado por esta voz, e a utilidade que ela procura à Igreja e à sociedade humana."

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A ECIR CONVERSA COM VOC~S

Há já alguns anos, no mês de outubro, celebra-se em muitos lugares a Semana da Família. A Igreja quer assim assinalar de modo especial sua preocupação com a Família. E o próprio Papa João Paulo II nos exorta a não relegarmos a Pastoral Familiar a um segundo plano.

Com certeza, os próximos números da Carta Mensal registra­rão vários testemunhos da forma com que nossos casais respon­deram a esse apelo da Igreja.

Nesse momento, ocorrem-nos duas considerações. A primei­ra: o casal equipista tem muito a ver com essas promoções que visam o bem das famílias. Sempre é bom recordar-se que o Movimento quer que seus casais, na linha mesma de sua vocação - vocação que transcende os limites de sua própria família, e d.a sua equipe - se comprometam na evangelização de todas as famílias. Isto não é algo de secundário, acidental, mas insere-se como atitude vital, tão vital como o ar que respiramos.

A segunda consideração é sobre os frutos dessa Semana da Família. É um justo anseio que esse momento forte tenha re­percussão, perdure. Mais uma vez, salienta-se o papel que nos­sos casais devem desempenhar nessa perspectiva. Exo-rtamos to­dos a fazerem beneficiar outras famílias das riquezas de sua vida espiritual, sem avareza, com prodigalidade. Como Igreja, que ca­da um de nós assuma o lema "Deixe Viver" e o leve a todos os ambientes o-nde tem possibilidade de atuar. Que as iniciativas tomadas sejam divulgadas, a fim de que a criatividade de uns possa insp ·rar outros, incitando-os a procurar responder aos ape­los do Senhor.

o

Outro assunto. No ano passado, desenvolvemos uma campa­nha visando recristianizar nossas férias. Com isso, procuramos

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ajudar a todos aqueles que encontram dificuldade em manter em bom nível sua vida de relação com Deus nesse período das férias. Muito resultado foi conseguido. Em muitas cidades, promoveram­-se reuniões informais, realizaram-se reuniões mistas com aqueles que não saíram. Nos locais de veraneio, procurou-se reunir os equipistas presentes; em alguns lugares, afixaram-se avisos nas igrejas anunciando programações específicas para os casais equi-pistas. ·

Não é cedo para se ir pensando no que poderá ser planejado nas próximas férias. Desejamos que a motivação perdure e seja enriquecida com outras iniciativas a fim de que, terminado o pe­ríodo de férias não tenhamos, na primeira partilha, aquela sen­sação de termos traído a Deus porque não Lhe reservamos o lu­gar que Lhe pertencia.

A ECIR

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O C~NTUPLO

Testemunho de um Conselheiro Espiritual

Depoimentos pessoais

Faz 16 anos que conheço as Equipes de Nossa Senhora e atuo nelas.

A primeira notícia que tive das Equipes de Nossa Senhora não me entusiasmou muito.

Foi assim. Um paroquiano, que era equipista, falou-me que fazia parte de um movimento de casais, que se reuniam uma vez por mês e lá faziam um jantar, rezavam e trocavam idéias; eu pensei tratar-se de algo parecido com o Rotary.

Mas quando, alguns anos depois, um casal que eu muito es­timava procurou-me para fundar, em minha paróquia, a segunda equipe em Porto Alegre, dando-me melhores explicações, eu mu­dei de idéia.

Ao participar da primeira reunião, eu senti algo diferente; senti que se tratava de um movimento bom, de muita espiritua­lidade; que valorizava o sacramento do matrimônio; que santifi­caria o casal e as famílias. Então, nas informações sobre as Equi­pes de Nossa Senhora, é melhor ter a atitude de Felipe, quando convidou Natanael para participar da equipe de Jesus: "Vem e vê" (Jo 2, 46).

As ENS são especificamente um movimento de espirituali­dade conjugal e familiar. Eu acrescentaria: e também sacer­dotal, ao menos em alguns casos.

Antes de participar das Equipes, por causa das inúmeras e absorventes atividades paroquia:s, por estar à testa de uma pa­róquia nova, extensa, populosa e com tudo por fazer, pois nem moradia tinha e a capelinha estava rachada, ameaçando ruir, andei negligenciando e até omitindo alguns dos meus meios de aperfei· çoamento, próprios do meu estado sacerdotal. Ao entrar em contato com as Equipes, eu percebi que deveria retomar e aperfeiçoar essas

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práticas espirituais, sob pena de ficar para trás espiritualmente em relação aos equipistas.

Também na parte humana, devo muito às Equipes de Nossa Senhora, pois me arrancaram do isolamento em que me encon­trava. Longe dos meus familiares e parentes, sem família pró­pria, com poucas horas de convívio com os amigos e muito tra­balho, eü estava me sentindo quase soZinho. isolado dos supe­riores, longe dos colegas sacerdotes e às vezes abandonado até pelos paroquianos, sem encontrar alguém com quem me desa­bafar.

Eu estava nesta situação quando, por graça de Deus, conheci as Equipes de Nossa Senhora. Nelas me senti dentro de uma família, da minha própria família humana e cristã. Na minha vida sacerdotal, como Jesus, eu havia encontrado ·o meu lar de Betania.

Eu, que por amor ao reino de Deus abandonei a minha fa­mília e um lar próprio, encontrei nas Equipes o cêntuplo que promete o Evangelho, em pais, mães, irmãos e irmãs.

Tenho a certeza de que padres que abandonaram o sacerdó­cio não o teriam feito, ao menos diversos, se tivessem tido a graça de conhecer e fazer parte das Equipes de Nossa Senho·ra.

Por isso, meus caros equipistas, vocês não sabem o bem imen­so que estão fazendo aos seus Conselheiros Espirituais quando cumprem fielmente os meios de aperfeiçoamento, quando pro­curam progredir espiritualmente, porque assim estarão ajudando também os Conselheiros a crescer. Os t ições, quando unidos, se abrasam mutuamente e fazem crescer as chamas, e suas brasas brilham fulvamente. Ao passo que, separados, as chamas vão diminuindo e as brasas se transformam em carvões preto·s e frios.

Quando, com as equipes a que dou assistência, estudei "O Es­pírito e as grandes linhas do Movimento" e cheguei a conhecer profundamente a mística das ENS, delirei com a fantástica rea­lidade do Cristo comunitário presente na equipe, ou melhor, nos equipistas, e não apenas no tempo das reuniões.

Nas Equipes se pode viver a promessa da presença de Cristo, promessa que Ele assim exprimiu: "Onde dois ou três, estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles" (Mt 18, 20).

Eu vou, com muita alegria, para as reuniões das minhas 5 equipes, porque creio nessa misteriosa presença de Cristo. Como Maria de Betania, fico aos pés, ao lado de . Jesus, a escutar suas palavras no Evangelho, a ouvir sua voz e conselhos, quando Ele fala pela boca de um dos presentes.

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Por tudo isto eu não súu apenas um admirador das ENS, eu não sou apenas um incentivador das ENS, eu não sou apenas um entusiasta das ENS, mas chego a ser quase um fanático pelas ENS!

Aos Conselheiros

E agora umas palavras aos meus caros colegas Conselheiros:

Quero tranqüilizar vossas consciências porventura inquietas com a possível suposição e tentação de acreditar que, enquanto estais em reunião de equipe, estais "perdendo" tantas horas com rüeia dúzia de casais, quando há inúmeros outros que precisam, mais do que os equipistas, de vossa presença e ajuda, quando há incalculáveis e inad:áveis outros trabalhos paroquiais!

Vejamos primeiro o exemplo do nosso divino Mestre:

Ele tinha, não uma paróquia, mas o mundo todo para aten­der, converter e salvar. Era tanto o trabalho, que nem tinha tempo para comer e descansar. Sem abandonar os fiéis que o seguiam, soube "perder" bastante tempo para estar com a sua equipe, que não era de 14 ou 16 pessoas, mas de apenas 12, os apóstolos, que passaram a formar a sua família, que eram seu pai, sua mãe, seus irmãos. Eram os que iam continuar e multi­plicar a sua obra.

Para completar e corroborar o exemplo de Cristo, ouçam o que afirmou o Papa Paulo VI na peregrinação das Equipes a Roma, em 22 de setembro de 1976: "Aos sacerdotes capelães das Equipes, "rogo eu, presbítero como eles, testemunha dos sofri­mentos de Cristo, e participante da glória que se há-de manifes­tar": não hesiteis em dar o melhor da vossa competência, das vossas forças e do vosso zelo pastoral a este privilegiado campo

I-' apostólico. Nele encontrareis uma parcela da Igreja de que vós sois pastores. Não cedais à tentação de crer que o vosso traba­lho pastoral se limita a um pequeno grupo de cristãos. A vossa ação multiplicar-se-á mediante a irradiação de tanto·s lares."

I• Noutra ocasião, Paulo VI lembrou que o Conselheiro Espiri-tual é a alma da equipe. O que a alma é para o corpo, o Conse­lheiro seja para a equipe.

Em anos passados, éramos chamados assistentes.

No campo se assiste ao futebol, em casa assistimos aos pro­gramas de televisão, mas tal assistente tem apenas direito de tor­cer, aprovar, desaprovar, concordar ou discordar.

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Hoje somos os Conselheiros Espirituais. Somos quem age, atua, aconselha, guia, conduz e orienta. Mas não somos conse­lheiros sociais, matrimoniais, comerciais, industriais, medicinais, familiares, etc. - somos conselheiros espirituais. A espirituali­dade é nossa especialidade e nossa profissão. Devemos ser mes­tres na difícil arte da santificação dos casais.

No entanto, não devemos pensar que sabemos tudo, que te­mos a fórmula para resolver todos os problemas, que em qualquer momento podemos tirar do bolso do colete a receita para tudo. Quem sabe, um equipista presente à reunião e unido ao Cristo comunitário, um equipista que também recebeu o Espírito Santo, saiba, melhor do que nós, ajudar, orientar e aconselhar outro equi­pista, que tem dificuldades de relacionamento com a esposa, uma situação econômica difícil ou preocupações com o namoro da filha.

Além de orientar a espiritualidade dos equipistas, temos a missão de, como representantes da Igreja, preservar e zelar pela ortodoxia da fé e da moral. Temos que ser os mestres de ..,. religião, principalmente agora, na parte do "Crer e Viver" do livrinho "Reunidos em nome de Cristo".

Devemos ser os transmissores dos planos, das resoluções e do.s atividades da Igreja, da diocese e da paróquia. Temos que ser os porta-vozes da Igreja, mestra e mãe, mantendo os equipis­tas sempre atualizados também no campo eclesiástico.

Devemos ser o sal que dá sabor às cousas de Deus e que im­pede a decomposição. Temos que ser a luz que ilumina os equi­pistas em meio a este mundo de trevas.

Na equipe, temos que ser a mola que, silenciosa mas con­tinuamente, impulsiona os componentes. Temos que ser o trator que empurra e arrasta os participantes que começam a parar. Temos que ser o guindaste hercúleo que ergue a equipe que deixou de se elevar.

. "'

Temos que ser o fogo, a chama que incendeia os tições reu- c nidos.

Temos que ser a alma que transmite vida a toda a equipe, que torna a equipe viva, quente, atuante e que a torna sempre mais santa. '

Por último, não deixemos de ler, estudar e aprofundar o li­vrinho que foi especialmente redigido para nós e que tem como título: "O papel do Conselheiro Espiritual nas Equipes de Nossa Senhora".

Pe. Antonio Lorenzatto

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AINDA O TERÇO

O Pe. Mohana acredita numa "psicologia do ter· ço". Eis o que escreve sobre o efeito do terço nos grandes traumas.

Defrontar-se com a morte tornou-se hoje tão freqüente, tão desintegrante, que surgiu já uma nova especialidade médica re­lacionada com tudo quanto diz respeito à morte, não apenas ao moribundo: a tanalogia.

Um dos problemas que nos desafiam, a nós que ficamos para partir depois do parente cujo corpo está na capela do necrotério, é precisamente a dor das primeiras horas, como também, depo:s,

1 ~ a saudade da ausência.

Não foram duas nem três vezes que os familiares estavam a chorar, alguns em desespero, quando comecei a rezar o terço, em voz alta, antecedendo os mistérios dolorosos aos mistérios glorio­sos de Cristo. É sempre impressionante a mudança. E não se trata de anestesia psicológica. Não. A proporção que a sauda­ção angélica se difunde no ambiente, sobrepassando pelo corpo daquele que partiu primeiro; à proporção que se vai infiltrando n a gruta penumbrada de cada coração, a chama da fé vai se alteando, e nos rostos que se vão desnublando, vislumbrando a face do Pai - "Pai Nosso que estais no céu", repetimos várias vezes no terço, - destino dos que atravessam o umbral da morte,

I • a esperança vai despontando no olhar de todos, e se acalmam, e se confortam, e repetem sem cansaço a balada da Virgem, sen­tindo no coração um mundo inesperado, feito de confiança, de dignidade, de fortaleza, que muitos não sabiam estar tão perto e custar tão pouco.

E, diga-se, nessas horas excepcionalmente golpeantes, a ex­periência ensina que nem é preciso meditarmos explicitamente os mistérios cristãos habitualmente considerados. A simples contem-

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plação, sem reflexão, basta para reverdejar o coração regado de lágrimas. Nessa hora em que o cérebro está vastamente blo­queado, a facilidade do terço é esplendidamente funcional. O coração, gravemente ferido, deixa-se embalar ao som dos versí­culos angélicos e evangélico·s, repletos de alentadora riqueza, de tanta beleza verbal, é invadido por uma torrente de luzes tôni­cas. "Bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus .. . " Para o cris­tão, em qualquer calvário, mas especialmente no calvário criado pela morte de um ente querido, basta esta palavra - Jesus -e os espinhos da coroa entremeiam-se de pétalas. "Santa Maria, mãe de Deus - Deus - nossa origem e nosso destino - haverá confir­mação de fé mais docemente proclamada, capaz de fazer incidir nas lágrimas da saudade o clarão da aurora sem ocaso? E, para culminar, o vigor - "rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte". O receio, o medo, o tormento, todo esse vendaval inte­rior amaina, serena, sossega. E aqueles que choravam voltam a respirar. O terço restitui aos aflitos a dignidade de peregrinos que têm por herança a vida, não a morte.

João Mohana

("Descubra o valor do terço", Eàições Loyola)

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A PARTILHA, UM OFERTóRIO

Partilha significa dividir, repartir. Assim, quando o casal reparte com os irmãos a sua vida espiritual vivida durante o in­tervalo entre uma reunião e outra, o que faz é uma ablação, um ofertório, um oferecimento a Cristo, presta contas a Ele. Os outros casais part:cipam deste ofertório ajudando, buscando cau­sas, removendo obstáculos, para que os objetivos propostos sejam conseguidos.

Partilha é o momento de se fazer em público o exame de consciência do mês, de se agradecer a Deus o carinho e amor com que ajudou o casal a crescer na vida da graça, péirticipando da amizade de Deus.

Partilha é o momento de se louvar a Deus, por causa da Sua escolha, não da nossa, em pertencer a uma equipe, sendo que muitos dela não têm o privilégio de participar. "Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que vos escolhi, para irdes e produ­zirdes fruto" (J o 15, 16).

Partilha não é o momento das choramingas e das desculpas por causa disto ou daquilo, não é o momento mais rápido da reu­nião com os "sim" ou "não" ditos secamente, amorfos e sem vida, sem alma e sem amor.

É o momento para dizer: "Meu Deus, como sois bom e amável, porque, com o auxílio de vossa graça, neste mês, con­segui dar mais alguns passos, seguros ou pusilânimes, mas passos verdadeiros no caminho da santidade. Aceitai os meus progres­sos, falhas e retrocessos como um ofertório que não é só meu, mas de toda a minha equipe. Que eu seja fiel como a Virgem o foi. Amém!"

Mons. Castanho Conselheiro Espir.l.tual do Setor de Sorocaba

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ATO DE FÉ

de Frei Estevão, por ocasião da volta de sua mãe ao Pai Eterno, três dias apenas após seu jubileu sa­cerdotal.

Amigos, o ato de fé que tantas vezes preguei para vocês, hoje é a minha vez de fazê-lo, e o faço com tranqüilidade e absoluta certeza. Eu creio na vida eterna. Eu creio que mamãe está viva e mais do que nunca presente, mais do que nunca rezando por mim e pela irmã Rosária, pela Elza e pelo Zezinho, porque está no seio de Deus e Deus está aqui. Em qualquer lugar onde eu esteja, Deus está e mamãe também.

Eu sei que essa vida inteira de sofrimento que ela levou teve um sentido porque desembocou direto na visão de Deus. Mamãe não precisa de purificação, purificou-se a vida inteira no cami­nho do seu calvário, que ela subiu na paciência e na paz, sempre, todos os dias. O terço que estava continuamente enrolado em suas mãos, e que ela rezava sem parar, e a comunhão cotidiana, até ontem mesmo, arrastaram-na direto para o céu.

Desde o dia em que eu entrei na Escola Apostólica ela rezou por mim, e foi por isso que eu pude celebrar meus 25 anos de sacerdócio sem ficar parado pelo meio do caminho. A última Missa que celebrei para ela foi a dos 25 anos e, na hora do ofer­tório, entregando-me uma rosa, ela disse: acompanhei você até hoje, vou acompanhar até a eternidade. Durante a Missa eu pensei: papai me esperou sacerdote, esperou os votos perpétuos da irmã Rosária, depois foi para Deus. Será que mamãe tam­bém esperou esta festa?

Clima de festa, aqui, no sábado; em São Paulo, no domingo. Irmã Rosária pede para que ela durma - prá que dormir, não é festa? E ela foi fazer a festa maior lá no céu. No mesmo sába-

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do à tarde, piorou. Quando parti, disse-me: quando você voltar vai me achar na eternidade. Deixa disso mamãe, Deus é quem sabe. No domingo ainda disse: a Missa já terminou, agora estou pronta. Faz 23 anos que papai faleceu, nos últimos 15 dias, quan­tas vezes ela falou: que saudades do meu companheiro. Agora já se reencontraram.

Terça-feira voltei, e ainda deu tempo: a bênção mamãe, e com uma dificuldade enorme, apenas movendo os lábios: Deus te abençoe. Pedi a Deus que esperasse mais um pouco, que não a levasse assim tão perto da festa. Pai Nosso que estais no céu, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. Deus já fez muito deixando-a esperar essa Missa dos meus 25 anos de padre.

As duas lembranças estarão agora tão amarradas que isso vai marcar definitivamente minha vida de sacerdote. E é cer­tamente isso que Deus quis, tenho que procurar ser fiel, não po­derei decepcionar mamãe nunca. Em todo lugar e a todo mo­mento, ela estará sempre comigo, lembrando meu compromisso e rezando por mim. Foi até hoje, e agora mais ainda, a minha intercessora, a minha santa padroeira.

Arrumei a igreja com carinho para a minha missa e não sabia que a estava arrumando também para ela. Hoje estava marcado para ela ir à Santa Casa e depois passar aqui para ver a igreja. Veio sim, mas para vê-la com outros olhos. E aí está, é a Missa que continua, com a mesma ornamentação, as mesmas flores; é a consumação do sacrifício. É a festa que continua, agora lá no céu, na companhia do papai, dos três anji­nhos que se foram cedo, das irmãs Maria e Aracy. A surpresa: oh! vocês já por aqui? porque não me falaram nada?

Obrigado, Deus, por esta mãe, pela sua vida, pelos seus so­frimentos, pelas suas orações. Obrigado, mamãe. A bênção, ma­mãe. Quando a senhora quiser levar-me, estou pronto também.

Frei Estevão Nunes

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Um encontro

mas

é co isa rara e maravilhosa presença de uma pessoa junto a outra presentes um ao outro a vida fluindo de um para o outro

podemos estar juntos sem nos encontrarmos morar na mesma casa dia após dia sentando-nos à mesma mesa ajoelhando-nos no mesmo banco lendo os mesmos livros e jamais nos encontrarmos podemos mesmo nos abraçar gestos de amor ternura aparente sem jamais nos encontrarmos

Um encontro

é coisa rara e maravilhosa presença de uma pessoa junto a outra presentes um ao outro a vida fluindo de um para o outro

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Jean Vanier

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SAIU "O DEVER DE SENTAR-SE"

"Como deixar de transmitir aos que nos cercam o que é o dever de sentar-se, essa base da comunicação entre o casal? Não temos o direito de conservar para nós riquezas tão maravilhosas para o amor humano", líamos na Carta de outubro, no artigo "Difund:r o amor".

Eis que agora contamos com um instrumento especificamen­te destinado a nos ajudar a levar aos outros casais toda a riqueza desse meio preconizado pelo nc·sso Movimento para fortalecer e aprofundar o amor conjugal. É "O Dever de Sentar-se - Diá­logo Conjugal" lançado em outubro pelas Edições Paulinas - pu­blicação nossa, das Equipes de Nossa Senho·ra, em parte traduzida do francês, em parte adaptada e, principalmente, enriquecida com muitos testemunhos nossos, daqui do Brasil. Vários equipistas colaboraram nessa edição, o texto passou por muitas mãos, e o resultado ao que parece compensou o trabalho - basta dizer que o texto foi receb~do com entusiasmo pela equipe editorial das Paulinas.

O livrinho (92 páginas) apresenta o dever de sentar-se em todos os seus aspectos e vai sempre do porque ao como, numa abordagem muito didática. Repleto de testemunhos, são exata­mente essas experiências vividas que o tornam tão convincente.

É claro que, além de parentes e amigos, colegas e viz;nhos, encontram-se entre os principais destinatários desta tentativa de difusão da espiritualidade conjugal os noivos, bem como os casais que passam pelos Encontros de Casais. Pedidos de algum vulto podem ser encaminhados seja para a Secretaria, seja dire­tamente às Edições Paulinas. (A brochura está sendo vendida nas livrarias a Cr$ 120,00, mas, para quantidades maiores, a edi­tora concede o habitual desconto.)

Quem já tem em mãos o livrinho pode constatar o quanto vai ser útil para cada um de nós também, pois não são poucos os que têm dificuldade em utilizar esse meio de aperfeiçoamento tão proveitoso para quem sabe dele valer-se. Entre as numerosas ex-

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periências relatadas, vanas poderão ajudar-nos a viver melhor nosso diálogo conjugal mensal, a fazer desse "encontro a três" um tempo for te em nossa vida de casados, a convencer-nos de que não se trata tanto de um "dever" quanto de um verdadeiro pri­vilégio

Decididamente, não podemos desperdiçar as "riquezas tão maravilhosas para o amor humano" que essa descoberta do nosso Movimento encerra - descoberta certamente inspirada pelo Es­pírito para nossos tempos, tão difíceis para o amor e o casamento.

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OPÇAO PELOS JOVENS

QUANDO OS FILHOS ORIENTAM OS PAIS

Experiência realizada por uma equipe de São Paulo e re­latada a titulo de co-participação . Trata-se da Equipe 10 do Setor D.

Foi o que aconteceu na reumao da Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat, com a presença dos filhos (o mais velho com 31 anos e o mais novo com 8 anos) , para um maior entrosa­mento entre todos os filhos dos equipistas, como também para um melhor relacionamento entre pais e filhos.

A "reunião-experiência" transcorreu livre, como numa festa , com os jovens conversando, ouvindo música, tocando violão e os "coroas" batendo papo descontraído, regado a refrigerantes. Após o almoço, os jovens foram convidados a sentar em círculo, e os pais atrás, estes sem permissão para falar.

O suspense era grande, pois os jovens não sabiam o que ia acontecer. Então, aconteceu . .. Um equipista, escolhido como co­ordenador porque os filhos , casados, não estavam e teria facili­dade em ser imparcial, por não ser atingido diretamente com o que ia acontecer, pediu a todos os filhos que dissessem, um de cada vez, por ordem, o que gostariam que seus pais fizessem ou deixassem de fazer, para um melhor entrosamento. Por incrível que pareça, todos falaram, e com a maior seriedade, altamente emocionados, o que viam de errado em seus pais. A emoção foi tanta que muitos pais e filhos choraram.

Ao término da reunião, foi sugerido que os papéis se inver­tessem, passando os pais para o lugar dos filhos, os filhos, por sua vez, ouvindo sem falar, mas não foi possível porque dois casais declararam não terem naquele momento condições emocionais, de­sejando meditar sobre que haviam ouvido.

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Os jovens gostaram tanto de se fazer ouvir que vão progra­mar reuniões periódicas entre eles. Os pais estão felizes com a experiência, já sentindo em casa maior paz e harmonia, melhor relacionamento com os filhos, em razão de aceitarem ouvir o outro lado, e estarem sendo melhor ouvidos.

Doroti e Nelson

Escreve outro casal:

Irmãos das Equipes, vocês não sabem como foi espetacular, como foi gratificante essa reunião. Para nós, pais, que ouvimos, soubemos verdades que nunca haviam passado pela nossa mente. Sentimos quantas vezes estivemos surdos aos reclamos da juven­tude e não demos aos nossos filhos o apoio de que sempre preci­sam. Apoio sem imposições . . .

Acreditamos que foi válida a reunião, mesmo porque, por in­sistência deles, já vamos fazer a segunda. Comunicamos isso a vocês por sentirmos enorme satisfação, que gostaríamos de parti­lhar com todas as Equipes.

Therezinha e Roberto

Esperamos publicar notícia da .segunda reunião, e também quaisquer exper.l.ências que os outros Setores queiram nos co­municar em relação ao entrosamento pa.ls-filhos.

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NOTíCIAS DOS SETORES

RIO DE JANEIRO - Participando

É constante a presença de nossos equipistas em quaisquer promoções da Arquidiocese. No encontro para elaboração do 6.0

Plano de Pastoral de Conjunto, por exemplo, não só o Jefferson participava da mesa, como a representação das E.N.S. era tão grande que iria constituir dois grupos de trabalho: participaram um casal do Setor A, dois do B, dois do C, um do D, um do E, um da Ilha do Governador, mais quatro Conselheiros Espirituais. O Casal Regional, Mary-Nize e Sérgio, que representam o Movi­mento junto à Arquidiocese e estava em São Paulo para o En­contro de Reg· onais com a ECIR, foi indicado para delegado do Movimento junto à equipe de coordenação do 6.0 Plano ao nível dos Movimentos Leigos.

- Dom Gregory com o Setor C

Tendo participado pela segunda vez do EACRE, e grande amigo de equipistas do Rio, D. Afonso Gregory, Bispo-Auxiliar do Rio de Janeiro, brindou com sua gratíssima presença a primei­ra reunião do Setor C com os novos Casais Responsáveis de equi­pe. Dom Gregory, como carinhosamente o chamam os equipis­tas, deu sua assistência espiritual nas leituras da Palavra, na meditação, nas orações, nas intenções, e acompanhou toda a agen­da da reunião, que durou das 20hs às 23hs. Com esta bênção especial, avante, Setor C!

- Informais mistas

Concluindo que o crescimento traz consigo a desvantagem do anonimato (ninguém mais conhece ninguém), a Equipe do Setor A resolveu incluir no seu calendário as "informais mistas", ou

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seja, reumoes informais de equipistas de diversas equipes. For­maram-se quatro grandes grupos reunidos em quatro casas, para um bate-papo gostoso, que se prolongou até a madrugada. Em­bora sem um esquema rígido, as equipes organizadoras das infor­mais mistas colocaram algumas perguntas para encaminhar a conversa, deixadas à escolha do casal animador de cada grupo. Uma delas: "O que é mais importante para você- na sua família , na sua atividade?"

- Retiro

Com 34 casais participantes, o Pe. Djalma Rodrigues, na fa­zenda do Seminário São José, em Itaipava, pregou aos equipistas do Setor C sobre o tema "A experiência de Deus na família". Simples na forma, no vocabulário, as palestras do Pe. Djalma foram de candente atualidade, favorecendo o crescimento dos casais na med;tação e na busca do silêncio interior. No domingo pela manhã, missa campal e, no final do retiro, o terço itinerante, terminado aos pés da imagem de Nossa Senhora, no açude da fazenda. Escrevem Maria Alacoque e Roberto, da Equipe 29/D: "Pe. Djalma conduziu as meditações com maestria, mantendo sus­pensa a "platéia", que em silêncio ia ruminando pensamentos de grande profundidade, ora tirados da Palavra de Deus, ora tira­dos da própria vida. O resultado foi a grande alegria que a todos dominou, como um sinal sensível da graça do Espírito Santo der­ramado nos corações, uma hora especial na vida de cada um, de cada casal e do próprio Movimento. Só resta pedir que ve­nham muitos outros retiros , com muitos outros padres djalmas ... "

NOVA FRIBURGO- Em Fribourg, Suíça

Faziam parte da caravana de 290 pessoas de Nova Friburgo que foram à Suíça, em junho, vários casais equipistas. Escreve um deles: "Ao chegarmos em Fribourg, conhecemos o Pe. Jean Kaelin, um dos organizadores do encontro e Conselheiro Espiri­tual de equipe em Genebra. O Pe. Kaelin, quando soube que éramos das Equipes, não conteve a sua alegria em nos conhecer, não só nos cobrindo de gentilezas, como também nos levando a visitar uma família equipista em Fribourg. Passamos horas de muita alegria com a família Genoud, toda reunida, trocando im­pressões. No final do bate-papo, rezamos juntos o Magnificat, eles em francês e nós em português. Foi sem dúvida um encon­tro emocionante e inesquecível, como inesquecível foi esta via­gem dos friburguenses à Suíça, quando inúmeras famílias de

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Nova Friburgo reencontraram os seus ancestrais que, num lon­gínquo 1819, vieram ao Brasil para fundar Nova Friburgo, numa viagem por eles denominada "le voyage sans retour" (a viagem sem volta)."

CAMPINAS - D. Gabriel em tarde de formação

Escrevem Maria Lúcia e Nilton, da Equipe 18: "Com grande comparecimento dos casais equipistas e num ambiente de alegria e receptividade, mais uma vez fomos agraciados pela veneranda e estimada presença de D. Gabriel Paulino Couto, Bispo de Jun­diaí, ministrando uma palestra de grande proveito para todos. Seguiu-se a missa de transmissão de cargos aos novos Casais Res­ponsáveis, concelebrada pelo Pe. Geraldo, Conselheiro Espiritual do Setor e das Equipes 18 e 20, e Pe. Clodoaldo, Conselheiro Es­piritual da Equipe 28."

SAO CARLOS - Concurso bíblico

Contou com a participação de todas as equipes e fo1 muito concorr;do. Desta vez, as perguntas foram formuladas apenas sobre o Evangelho de São Lucas, o que permitiu aos equipistas um maior aprofundamento do texto. A coordenação esteve a cargo do Cônego Pera, que dirimiu as dúvidas surgidas basean­do-se na Bíblia de Jerusalém. Classificaram-se nos três primei­ros lugares as equipes 5, 12 e 1.

LIMEIRA - Retiro com Frei Almir

Vinte casais participaram do retiro pregado por Frei Almir Ribeiro Guimarães na Chácara São Joaquim, em Valinhos. De­pois das palestras "No silêncio do deserto", "Como anda nossa vida a dois", "Estas comunidades chamadas Equipes de Nossa Senho­ra", "A construção da família, hoje", o retiro foi encerrado com uma procissão à gruta de Nossa Senhora.

SANTOS - Reunião com os Conselheiros

Prestigiada com a presença de Dom David Picão, Conselhei­ro Espiritual do Setor, a reunião contou com a adesão de prati-

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camente todos os · Conselheiros. O Pe. Aquino, o Rubens e o Ca­sal Regional, Thais e Eduardo, também estiveram presentes, de.­monstrando o apreço que o Movimento dispensa aos seus Con­selheiros Espirituais. Um amplo debate sobre o verdadeiro ·po-. s:cionamento das Equipes de Nossa Senhora e o papel do Con­selheiro Espiritual foi a tônica da reunião, em que reinou acen­tuado clima da fraternidade. Foi uma reunião muito proveitosa e da qual se esperam muitos frutos, com o fortalecimento das equipes do Setor.

VALINHOS/VINHEDO - Padre Charbonneau

Adalg'sa e Fabri enviam notícia do "memorável" retiro rea­lizado em agosto em Itaici. Nada menos de 70 casais acorreram para ouvir o Pe. Charbonneau sobre "Família e Matrimônio", "Sacramento e vida conjugal", "Vida matrimonial e vida sexual", "Sacramento, amor e sexo". A palavra do notável sacerdote, co­mo salientam, dispensa maiores comentários. Houve também uma palestra do reitor da PUC-Campinas, Dr. Heitor, e sua es­posa, Da. Lydia Regina, sobre "As pilastras da felicidade" (com­preensão-aceitação-estímulo e d ' álogo-humild.ade-elog:o.). Usando de meios como letras de músicas conhecidas e diapositivos, o casal maravilhou a platéia, atenta durante mais de duas horas.

SAO PAULO/ A - Nova equipe de Setor

Comunica-nos o Casal Regional, Thais e Duprat, a transmis­são de cargos efetivada no Setor A de São Paulo: Por ocasião da missa de agosto da Região, tomou posse O· novo Casal Responsável pelo Setor A, Mariinha e Ylves Guimarães, em substituição ao casal Maria Ivone e Ruy Scattone, que, durante três anos, esteve à frente do Setor, emprestando ao mesmo o melhor de seus es­forços. O novo Casal Responsável, no Movimento há mais de 15 anos, fazia parte da Equipe de Seto·r, estando assim em con-. dições de imprimir-lhe o mesmo ritmo de trabalho desenvolvido pelo casal que o antecedeu. O Cônego Constantino Van Veghel, que há muitos anos vinha assistindo o Setor com grande carinho e dedicação, foi substituído pelo Pe. Laércio Dias de Moura, s.j. Na mesma oportunidade, tomaram posse os novos casais de liga­ção do Setor.

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REGIÃO SÃO PAULO/ A

1.9 ENCONTRO REGIONAL DOS CASAIS DE LIGAÇÃO

A Região São Paulo/ A realizou, no dia 16 de agosto, o 1.0

Encontro Regional de Casais de Ligação. O local escolhido foi o Instituto Maria Imaculada, em Santo André, gentilmente cedi­do pelas Irmãs encarregadas de sua direção.

O Encontro, pioneiro em nossa Região, que contou com a pre­sença de 38 casais, ou seja, a quase totalidade dos Casais de Li­gação de São Paulo, Santos e do ABC, transcorreu num ambiente ele grande fraternidade e amizade.

As palestras ficaram a cargo de Frei Eduardo Quirino de Oli­veira e do Nicolau Zarif. O primeiro ressaltou o verdadeiro sen­t~do da visita, dentro do espírito cristão, e o segundo, o papel dos Ligações dentro das Equipes.

Nos grupos de co-participação, houve muita troca de idéias e de experiências e, finalmente, no plenário de encerramento, a oportunidade de um melhor esclarecimento das dúvidas levan­tadas.

A Equire de Serviço, toda ela formada por casa;s do Setor do ABC, conseguiu impressionar os presentes com a dedicação e o carinho que a todos dispensou. Um pequeno detalhe, mas que contribuiu de forma positiva para o sucesso do Encontro, foi o sistema adotado para a refeição do domingo. Cada casal levou um prato, que foi colocado em comum, tornando assim a refeição inteiramente comunitária.

Os casais presentes foram unammes em admitir o grande proveito que um Encontro desta natureza propicia a todos. É, assim, intenção da Região repeti-lo outras vezes, a fim de rec!clar os casais encarregados de tão importante missão no Movimento, qual seja, a do Casal de Ligação.

Thais e Carlos Eduardo Duprat Casal Regional

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NOVAS EQUIPES

Araraquara

Equipe 6 - Casal Piloto: Leonor e Danillo; Conselheiro Es­piritual: Pe. Oswaldo Baldon.

Brasília

Equipe 29, Setor B - Casal Piloto: Dalila e Antonio; Con­selheiro Espiritual: Pe. Samuel Ferreira do Carmo.

Campinas

Equipe 31 - Casal Piloto: Lilia e Sérgio; Conselheiro Espi­ritual: Pe. Elmo Cesar Sacioli.

Curitiba

Equipe 35, Setor A - Casal Piloto: Carmen e Henricus; Con­selheiro Espiritual: Pe. José Carlos Fonsatti.

Grande ABC

Equipe 11 (Diadema) - Casal Piloto: Nilceia e Cipriano; Conselheiro Espiritual: Pe. Manoel Parrada Cabral.

Limeira

Equipe 7 - Casal Piloto: Toninha e Adilson; Conselheiro Espiritual: Pe. David.

NOVOS RESPONSAVEIS

Catanduva

Deixaram a Coordenação Claudete e J ayme, assumindo Ruth e Raul José de Andrade Vianna.

São Paulo/A

Saíram Maria Ivone e Ruy, ficando à testa do Setor Mariinha e Ylves de Miranda Guimarães.

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O CAMINHO DA PERFEIÇÃO

'l'EXTO DE MEDITAÇÃO - Mt. 5, 1-12

Vendo ele as multidões, subiu ao monte. ximaram-se dele os s<:us discípulos. E pôs-se v a, dizendo:

Ao sentar-se, apro­a falar e os ensina-

Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Rei-no dos Céus.

Bem-aventurados os mansos , porque herdarão a terra. Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque

serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão mi­

sericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados c-s que promovem a paz, porque serão cha­

mados filhos de Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça,

porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados sois quando vos injuriarem e vos persegui­

rem e, m':!nt;ndo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas que vieram antes de vós.

ORAÇÃO - Salmo 118. 1-8

Felizes, irrepreensíveis em seus caminhos, os que andam na lei do Senhor. Felizes aqueles que guardam sua aliança e o procuram de todo o coração; e , sem cometer mal algum , seguem seus caminhos.

Possam meus caminhos d<:!finir-se no cumprimento de vossa vontade; então não serei confundido ao considerar tcdos os vossos mandamentos. Graças vos darei de coração sincero por aprender vossas justas decisões. Quero observar vossos preceitos: não me deixeis desamparado!

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA

Movimento de casais por uma espiritualidade

conjugal e familiar

Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das

EQUIPES DE NOSSA SENHORA

01050 - Rua João Adolfo, 118 - 9? - conj. 901 - Te l.: 34-8833

SAO PAULO, SP