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Gestão da Produção – Fundamentos das Operações Produtivas Professor Luciano Vargas Página 1 O que é a Gestão da Produção? A gestão da produção ocupa-se da atividade de gerenciamento estratégico dos recursos escassos (humanos, tecnológicos, informacionais e outros), de sua interação e dos processos que produzem e entregam bens e serviços, visando atender a necessidade e/ou desejos de qualidade, tempo e custo de seus clientes. De maneira fundamental é importante iniciar com uma visão geral e compreensiva da administração da produção e sua abrangência. Na verdade, esse tema envolve três importantes conceitos: o conceito de organizações, de administração e de atividades de produção. Estes três conceitos são discutidos a seguir. O que são as Organizações? Reinaldo O. da Silva (em Teoria da Administração, 2001) considera que uma organização é definida como duas ou mais pessoas trabalhando juntas, cooperativamente dentro de limites identificáveis, para alcançar um objetivo ou meta comum. Não é possível imaginar uma sociedade sem as organizações. O dia-a-dia das pessoas envolve uma infinidade de interações com organizações. Tipos de Organizações: Embora exista uma infinidade de exemplos de organizações, é possível classificá-las de acordo com sua atividade econômica. Uma das formas de fazer isto é adotando a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), elaborada sob a coordenação do IBGE, no Brasil, que segue as diretrizes fornecidas pelo Departamento de Estatísticas da ONU. Esta classificação distingue três setores fundamentais. São eles: setor primário: organizações da área extrativista, agropecuária e pesca. setor secundário: organizações da área manufatureira. setor terciário: organizações da área de serviços. O que é Administração? Administração é palavra de ordem no mundo das organizações. Na verdade não existem empresas ou organizações intrinsecamente boas ou más, vencedoras ou perdedoras. O sucesso ou fracasso de qualquer entidade está ligado à forma como é administrada. De maneira simplificada pode-se dizer que administrar é cuidar das atividades de uma organização, qualquer que seja o seu tipo. Isto é, o processo de planejar, organizar, liderar e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos estabelecidos. Um ciclo ilustrado pela figura 1.

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Gestão da Produção – Fundamentos das Operações Produtivas

Professor Luciano Vargas Página 1

O que é a Gestão da Produção?

A gestão da produção ocupa-se da atividade de gerenciamento estratégico dos

recursos escassos (humanos, tecnológicos, informacionais e outros), de sua interação e dos

processos que produzem e entregam bens e serviços, visando atender a necessidade e/ou

desejos de qualidade, tempo e custo de seus clientes.

De maneira fundamental é importante iniciar com uma visão geral e compreensiva da

administração da produção e sua abrangência. Na verdade, esse tema envolve três

importantes conceitos: o conceito de organizações, de administração e de atividades de

produção. Estes três conceitos são discutidos a seguir.

O que são as Organizações?

Reinaldo O. da Silva (em Teoria da Administração, 2001) considera que uma

organização é definida como duas ou mais pessoas trabalhando juntas, cooperativamente

dentro de limites identificáveis, para alcançar um objetivo ou meta comum.

Não é possível imaginar uma sociedade sem as organizações. O dia-a-dia das

pessoas envolve uma infinidade de interações com organizações.

Tipos de Organizações:

Embora exista uma infinidade de exemplos de organizações, é possível classificá-las de

acordo com sua atividade econômica. Uma das formas de fazer isto é adotando a Classificação

Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), elaborada sob a coordenação do IBGE, no Brasil,

que segue as diretrizes fornecidas pelo Departamento de Estatísticas da ONU. Esta

classificação distingue três setores fundamentais. São eles:

• setor primário: organizações da área extrativista, agropecuária e pesca.

• setor secundário: organizações da área manufatureira.

• setor terciário: organizações da área de serviços.

O que é Administração?

Administração é palavra de ordem no mundo das organizações. Na verdade não

existem empresas ou organizações intrinsecamente boas ou más, vencedoras ou perdedoras.

O sucesso ou fracasso de qualquer entidade está ligado à forma como é administrada.

De maneira simplificada pode-se dizer que administrar é cuidar das atividades de uma

organização, qualquer que seja o seu tipo. Isto é, o processo de planejar, organizar, liderar e

controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos estabelecidos. Um ciclo ilustrado pela

figura 1.

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Professor Luciano Vargas Página 2

Figura 1 – Ciclo de relacionamento das funções da administração Fonte: PEINADO, J. e REIS, A. Administração da Produção, 2007.

As Atividades das Organizações

As organizações são sistemas dinâmicos que estão em funcionamento constante para

produzir os bens ou serviços a que se destinam. Trata-se de sistemas integrados de atividades.

Todas as organizações, sem exceção, possuem pelo menos cinco atividades básicas: atividades

mercadológicas, contábeis, de gestão de pessoas, logísticas, e atividades de produção.

Mercadológicas: são as atividades ligadas a demanda e incluem ações de marketing e

vendas.

Contábeis: a função básica é produzir informações úteis aos usuários para tomada de

decisões. Pode ser contábil financeira, que é exigida por lei para a parte fiscal, contábil de

custos, para cálculo dos custos de bens e/ou serviços, e contábil gerencial, é o controller, deve

suprir a empresa de informações financeiras para tomada de decisões.

Gestão de Pessoas: deve conciliar necessidades e desejos pessoais dos colaboradores

com as necessidades das organizações.

Logísticas: são atividades normalmente ligadas aos materiais físicos necessários ao

funcionamento de uma organização. Dentre elas destacam-se a previsão e compra de

materiais, o recebimento, a conferência, o armazenamento em almoxarifados e depósitos, o

controle de estoques, a movimentação de materiais, materiais sendo processados e produtos

acabados dentro da empresa e a distribuição dos produtos acabados para os clientes.

Atividades de Produção:

São atividades diretamente ligadas ao processo produtivo, independentemente da

intensidade de material físico que compõe o produto. Tratam dos processos utilizados pelas

organizações para produzir bens e serviços. O termo atividades da operação passou a ser

utilizado, ao invés de atividades de produção, para ressaltar a ampliação no escopo da

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Gestão da Produção – Fundamentos das Operações Produtivas

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atividade, que deixa de fazer parte, exclusivamente, do contexto das indústrias e passa a

abranger todo e qualquer tipo de organização. A figura 2 apresenta um resumo das atividades

e objetivos de cada uma das funções organizacionais vistas, em vários exemplos distintos de

organizações.

Figura 2 – Atividades de alguns Tipos de Organizações Fonte: PEINADO, J. e REIS, A. Administração da Produção, 2007

Surgimento e Evolução da Gestão da Produção

Com o passar do tempo muitas pessoas se revelaram extremamente habilidosas na

produção de certos bens, e passaram a produzi-los conforme solicitação e especificações

apresentadas por terceiros. Surgiam, então, os primeiros artesãos e a primeira forma de

produção organizada, já que os artesãos estabeleciam prazos de entrega, consequentemente,

classificando prioridades, atendiam especificações prefixadas e determinavam preço, para suas

encomendas.

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Gestão da Produção – Fundamentos das Operações Produtivas

Professor Luciano Vargas Página 4

A produção artesanal começou a entrar em decadência com o advento da Revolução

Industrial. Com a descoberta da máquina a vapor em 1764 por James Watt, tem início o

processo de substituição da força humana pela força da máquina. A revolução na maneira

como os produtos eram fabricados trouxe consigo algumas exigências, como a padronização

dos produtos e seus processos de fabricação; o treinamento e a habilitação da mão-de-obra

direta; a criação e o desenvolvimento dos quadros gerenciais e de supervisão; o

desenvolvimento de técnicas de planejamento e controles financeiros e da produção; e

desenvolvimento de técnicas de vendas.

Muitos dos conceitos que hoje nos parecem óbvios não eram na época, como o

conceito de padronização de componentes introduzido por Eli Whitney em 1790, quando

conduziu a produção de mosquetões com peças intercambiáveis, fornecendo uma grande

vantagem operacional aos exércitos. Teve início o registro, por desenhos e croquis, dos

produtos e processos fabris, surgindo a função de projeto de produto, de processos, de

instalações, de equipamentos, etc.

No fim do século XIX surgiram nos Estado Unidos os trabalhos de Frederick W. Taylor,

considerado o pai da administração científica. Com os trabalhos dele, surge a sistematização

do conceito de produtividade, isto é, a procura incessante por melhores métodos de trabalho

e processos de produção com o objetivo de se obter melhoria da produtividade com o menor

custo possível. Essa procura ainda hoje é o tema central em todas as empresas, mudando-se

apenas as técnicas utilizadas. A produtividade é a razão entre o valor do output (valor das

receitas) pelo input (valor da matéria-prima, mão-de-obra, energia, capital, instalações,

perdas, etc).

Em 1910, Henry Ford cria a linha de montagem seriada, revolucionando os métodos e

processos produtivos até então existentes. Surge o conceito de produção em massa,

caracterizada por grandes volumes de produtos extremamente padronizados, isto é,

baixíssima variação dos tipos de produtos finais. A busca pela melhoria da produtividade

definiu o que se denominou engenharia industrial.

O conceito de produção em massa e as técnicas produtivas dele decorrentes

predominaram nas fábricas até meados da década de 1960, quando surgiram novas técnicas

produtivas, caracterizando a denominada produção enxuta, que introduziu, entre outros os

seguintes conceitos:

• Just In Time (JIT): processo que gerencia a produção, objetivando o maior volume

possível da produção, usando o mínimo de matéria-prima, embalagens, estoque

intermediário, recursos humanos, no exato momento em que requerido tanto pela

linha de produção quanto pelo cliente. É necessário um controle rígido para que o

abastecimento aconteça exatamente quando solicitado, com qualidade, evitando-

se gerar estoque em excesso, escassez ou desperdício do produto.

• Engenharia Simultânea: conceito que se refere à participação de todas as áreas

funcionais da empresa no desenvolvimento do projeto do produto. Tanto os

clientes como os fornecedores são também envolvidos, com o objetivo de reduzir

prazos, custos e problemas na fabricação e comercialização.

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Professor Luciano Vargas Página 5

• Tecnologia de Grupo: uma filosofia de engenharia e manufatura que identifica as

similaridades físicas dos componentes, com roteiros de fabricação semelhantes,

agrupando-os em processos produtivos comuns.

• Benchmarking: comparações das operações de um setor ou de uma organização

em relação aos outros setores ou concorrentes diretos ou indiretos. Este

acompanhamento das empresas líderes em seus segmentos envolve os mais

diversos aspectos, como práticas (modelos, processo, técnicas) e desempenho,

podendo ocorrer interna ou externamente à organização, a fim de melhorar sua

criatividade para atingir seus objetivos.

Ao longo do processo de modernização da produção, cresce em importância a figura

do consumidor, em nome do qual tudo se tem feito. Pode-se dizer que a procura da satisfação

do consumidor é que tem levado as empresas a se atualizarem com novas técnicas de

produção, cada vez mais eficazes, eficientes e de alta produtividade. É tão grande a atenção

dispensada ao consumidor que este, em muitos casos, já especifica em detalhes o "seu"

produto, sem que isso atrapalhe o processo de produção do fornecedor, tal a sua flexibilidade.

Assim, estamos caminhando para a produção customizada, que, de certo aspecto, é um

retomo ao artesanato sem a figura do artesão que passa a ser substituído por moderníssimas

fábricas.

A denominada empresa de classe mundial é aquela voltada para o cliente, sem perder

a característica de empresa enxuta, com indicadores de produtividade que a colocam no topo

entre seus concorrentes, em termos mundiais. Além do desempenho essas empresas tem

como cultura a melhoria contínua por meio de técnicas sofisticadas, como modelagem

matemática para simulações de cenários futuros.

Fatores da Produção

Os economistas salientam que todo processo produtivo depende de três fatores de

produção: natureza, capital e trabalho. Integrados por um quarto fator denominado empresa.

A natureza fornece os insumos necessários: matéria-prima e energia. O capital fornece o

dinheiro necessário para comprar os insumos e pagar os empregados. O trabalho é realizado

pela mão-de-obra que transforma, através de operações manuais ou através de máquinas e

equipamentos, os insumos em produtos acabados ou serviços prestados.

Hoje, na era da informação e na busca constante pela melhoria da produtividade e

competitividade as empresas incorporam a esses três fatores tradicionais outros três

importantes elementos: conhecimento, habilidade e competência.

Diferença entre Bens e Serviços

Qualquer empresa trabalha para produzir um determinado produto ou prestar

determinado serviço. O produto produzido ou o serviço prestado constitui o resultado de

todas as operações da empresa.

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Professor Luciano Vargas Página 6

Pode-se considerar que o fruto da produção de uma empresa é o produto, e que esse

produto pode ser distinguido como bens (mercadorias) e serviços.

Bens: são produtos físicos, tangíveis e visíveis.

Bens de consumo – quando os bens são destinados direta ou indiretamente ao

consumidor ou usuário final (roupas, eletrodomésticos, etc.).

Bens de produção: quando os bens são destinados à produção de outros bens ou serviços.

Também são chamados de bens de capital e bens industriais (máquinas e equipamentos

de produção).

Serviços: são atividades especializadas que as empresas oferecem ao mercado.

Qual a diferença entre Organizações de manufatura e de serviços?

As organizações de manufatura atuam em atividades industriais, cujo objetivo principal

é a fabricação de um bem físico, tangível, tal como uma geladeira, um automóvel, um

sabonete, etc. Como exemplo pode-se citar as fábricas, montadoras, etc.

As organizações de serviços atuam predominantemente na prestação de serviços, que

consistem em uma ação que tenha alguma utilidade para os consumidores. Como exemplo

podemos citar os hospitais, teatros, salões de beleza, colégios, etc.

BENS SERVIÇOS

Tangíveis Pode ser estocado

Produção precede o consumo Baixo nível de contato com o consumidor

Pode ser transportado A qualidade é evidente

Intangível Não pode ser estocado

A produção e o consumo são simultâneos Alto nível de contato com o consumidor

Não pode ser transportado É difícil julgar a qualidade

Definição de Sistema de Produção

Sistema: a conceituação de sistema tem sido utilizada no desenvolvimento de várias

disciplinas, tanto nas ciências exatas como nas humanas. Para nossas aplicações: sistema é um

conjunto de elementos inter-relacionados com um objetivo comum. Todo sistema compõe-se

de três elementos básicos: as entradas (inputs, são os insumos, instalações, capital, mão-de-

obra, tecnologia, energia, informação, etc.), as funções de transformação (decisões, processos,

algoritmos matemáticos, modelos de simulação, julgamento humano, etc.) e as funções de

saídas (outputs, são os produtos manufaturados, serviços prestados, informações fornecidas).

Eficácia: é a medida de quão próximo se chegou dos objetivos previamente

estabelecidos.

Eficiência: é a relação entre o que se obteve (Output) e o que se consumiu em sua

produção (input), medidos na mesma unidade. Exemplo:

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Gestão da Produção – Fundamentos das Operações Produtivas

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1) Qual a eficiência de um transformador elétrico que no processo de redução de

tensão de 11000V para 110V recebe a energia de 850kWh e envia 830kWh?

%9898,0850

830 =→=→=→= ηηηηinput

output

Sistemas de produção: são aqueles que têm por objetivo a fabricação de bens

manufaturados, a prestação de serviços ou o fornecimento de informações. Interage de

maneira interna e externa à empresa.

Do inglês, os ambientes envolvidos nos sistemas de produção são denominados SWOT,

que significa forças (strenghts), fraquezas (weaknesses), oportunidades (opportunities) e

ameaças (treats). Consiste basicamente em avaliar os pontos fortes e fracos (interno) e as

oportunidades e ameaças (externo) de uma organização e do mercado. Em potugues: FOFA!

Tipos de sistema de produção: Sistema de produção contínuo (ou de linha) produz

quantidade sem flexibilidade, sistema de produção por lotes (ou por encomenda) maior

flexibilidade e quantidade limitada e os sistemas de produção de grandes projetos sem

repetição, alta flexibilidade e ineficiência.

Produtividade Parcial e Total

Em 1950, a Comunidade Econômica Europeia apresentou uma definição formal de

produtividade como sendo "o quociente obtido pela divisão do produzido por um dos fatores

de produção". Dessa forma, pode-se falar da produtividade do capital, das matérias-primas, da

mão-de-obra e outros.

Produtividade parcial (PP): é a relação entre o produzido, medido de alguma forma, e o

consumido de um dos insumos (recursos) utilizados. Assim, a produtividade da mão-de-obra é

uma medida de produtividade parcial. O mesmo é válido para a produtividade do capital.

Exemplo:

2) Determinar a produtividade parcial da mão de obra de uma empresa que faturou R$

70 milhões em certo ano fiscal, no qual os 350 colaboradores trabalharam em média

170 horas/mês.

Input: mão de obra = colaboradores X horas trabalhadas (ano) Output: R$ 70 milhões

horaen

R

Input

Outputeodutividad

×==

××==

hom

04,98$

714000

70000000

12170350

70000000Pr

Produtividade total: a relação entre o output total e a soma de todos os fatores de input.

Assim, reflete o impacto conjunto de todos os fatores de input na produção do output. Exemplos:

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Gestão da Produção – Fundamentos das Operações Produtivas

Professor Luciano Vargas Página 8

3) Determinar a produtividade total da empresa ABC fabricante de autopeças, no

período de um mês, quando produziu 35.000 unidades que foram vendidas a

R$12,00/unidade. E foram gastos R$357.000,00.

Input = R$357.000,00 Output: quantidade X preço 00,420000$1235000 R=×=

%11818,1357000

420000Pr ====

Input

Outputeodutividad

4) No mês de janeiro, a empresa ABC produziu 1.250 unidades do produto Alpha, com a

utilização de 800 homens.hora. Em fevereiro, devido ao menor número de dias úteis,

produziu 1.100 unidade, com a utilização de 700 homem.hora. Determinar a

produtividade total nos meses de janeiro e fevereiro e sua variação.

horaem

unidade

Input

OutputPT jan ×

===hom

5625,1800

1250

horaem

unidade

Input

OutputPT fev ×

===hom

5714,1700

1100

0057,15625,1

5714,1 ===∆jan

fev

PT

PTPT Que representa um aumento de 0,57%.

5) Um produto passa, durante seu processo de fabricação, por dois departamentos:

usinagem e montagem. Em 2004, a empresa conseguiu praticar um preço médio de

venda de R$ 3,22/unidade. Em 2005, devido à concorrência, foi obrigada a praticar

um preço médio de venda de R$ 2,85/unidade. Os dados a seguir se referem ao

produto:

Ano Setor Produção (Unidades)

MP (p/ unidade)

MO (H.h/unidade)

Custo MO (p/ H.h)

2004 Usinagem 20000 0,45 0,15 4,16

Montagem 18500 0,05 0,08 5,12

2005 Usinagem 23600 0,42 0,12 4,50

Montagem 22200 0,05 0,06 5,60

Determinar a produtividade parcial da matéria-prima e da mão de obra e a

produtividade total para o produto em referência nos anos de 2004 e 2005 e suas variações.

1) 2004:

Receita é de: 00,59570$22,318500 R=×

Consumo de MP: ( ) ( ) 00,9925$05,01850045,020000 R=×+×

00,69925

59570 ==MPPP

Consumo da MO: ( ) ( ) 60,20057$12,508,01850016,415,020000 R=××+××

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Gestão da Produção – Fundamentos das Operações Produtivas

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97,26,20057

59570 ==MOPP

99,16,29982

595702004 ==PP

2) 2005:

Receita é de: 00,63270$85,222200 R=×

Consumo de MP: ( ) ( ) 00,11022$05,02220042,023600 R=×+×

74,511022

63270 ==MPPP

Consumo da MO: ( ) ( ) 20,20203$60,506,02220050,412,023600 R=××+××

13,32,20203

63270 ==MOPP

03,220,31225

632702005 ==PP

3) Variações:

%3,49567,06

74,5 −===∆ MPPP

%39,50539,197,2

13,3 +===∆ MOPP

%01,20201,199,1

03,2 +===∆PP

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Gestão da Produção – Fundamentos das Operações Produtivas

Professor Luciano Vargas Página 10

Capacidade

Texto extraído do manual Gestão da Micro e Pequena Empresa. Uma publicação do

Sebrae/SP em parceria com a Casa do Contabilista de Ribeirão Preto.

Como estabelecer a capacidade produtiva da minha empresa?

A Capacidade Produtiva é o valor máximo que define as saídas do processo

produtivo por unidade de tempo. Para as pequenas empresas, esse tempo geralmente é o dia.

Logo, a capacidade de produção de uma empresa seria as peças que ela consegue produzir por

dia, utilizando os recursos disponíveis (máquinas, homens, terceiros, etc.).

A Capacidade Produtiva de uma empresa pode variar significativamente, dependendo

da forma como ela trabalha.

Se trabalhar, contra o estoque, consegue um maior aproveitamento dessa capacidade,

pois ajusta seus postos de trabalho a uma determinada programação de produção e nesse

período, normalmente não a altera e desta forma, consegue uma produtividade maior.

Neste caso, tem condições de estimar uma previsão de vendas por tipo de produtos,

modelos, etc. e alocar seus recursos produtivos baseados nessa previsão, conseguindo

estabelecer, de forma mais exata, as necessidades de matéria prima, mão de obra e

equipamentos para um determinado período.

Se trabalhar contra os pedidos, há um aproveitamento menor de sua capacidade, pois

frequentemente está ajustando a mesma aos pedidos recebidos.

O mais comum nas pequenas empresas é que elas trabalhem contra os pedidos, pois a

maior parte delas, não possui recursos para manter um estoque regulador de produtos

acabados e também de matéria-prima e insumos.

Em ambos os casos, a Capacidade Produtiva pode ainda estar limitada pelos gargalos

que são postos de serviços que já trabalham em sua capacidade máxima, sendo ela menor

que a dos demais postos de trabalho.

Quando a empresa possui recursos para aumentar muito bem a capacidade deste

posto de trabalho, ele deixa de ser o gargalo, mas geralmente, a pequena empresa não possui

recursos para tal. Neste caso, temos sugerido um recurso que não onera a empresa e ainda

pode conseguir um aumento de até 15% da capacidade produtiva. É o que chamamos de

revezamento de pessoas.

A máquina ou o equipamento que é o gargalo para a empresa pode trabalhar as 8,75h

diárias, sem interrupção. Basta para tanto, treinar mais um operador para trabalhar nesse

gargalo. Esse outro operador pode e deve trabalhar, preferencialmente, em outro posto de

trabalho, que tenha certa folga em sua capacidade produtiva, e no horário do almoço, faz-se o

revezamento, pois cada operador almoça em horários diferentes. Desta forma, consegue-se,

sem custo adicional, um acréscimo na capacidade produtiva.

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Gestão da Produção – Fundamentos das Operações Produtivas

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Quando a empresa já trabalha 24h ininterruptas, podem-se efetuar os revezamentos

nos finais de semanas.

O planejamento da capacidade produtiva deve ser feito, observando-se as previsões

de demanda. Isto se faz necessário, pois o nível de utilização da capacidade efetiva de

produção irá refletir nos custos unitários e, portanto, nos níveis de produtividade do sistema.

O número de unidades produzidas pelo número de recursos utilizados representa

também uma forma importante de se medir a produtividade do sistema produtivo.

Perguntas:

1) Qual a definição de Capacidade de Produção?

2) Qual a unidade para medir capacidade de produção?

3) Qual a fórmula para cálculo da capacidade de produção? Para facilitar a definição, pense

que a empresa trabalha 8 horas por dia, tem 10 funcionários na produção e consegue produzir 2 unidades

por homemxhora.

4) Calcule a capacidade diária num setor de montagem, no qual trabalham 5 homens, 8

horas por dia. Cada homem é capaz de montar 20 peças por hora. Se o mês tiver 22

dias úteis qual será a capacidade mensal?

5) O que significa trabalhar contra o estoque? E o que significa trabalhar contra os

pedidos?

6) O que é o gargalo de produção? Qual a maneira sugerida pelo texto para solucionar

esse problema?

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Gestão da Produção – Fundamentos das Operações Produtivas

Professor Luciano Vargas Página 12

CAPACIDADE: é a quantidade máxima de produtos ou serviços que podem ser

produzidos numa unidade produtiva, num determinado período de tempo.

UNIDADE PRODUTIVA: fábrica, departamento, setor, armazém, loja, posto de

atendimento, máquina.

FÓRMULA DE CAPACIDADE: Ct = horas * colaboradores * tempo padrão. Isso resulta

em um valor indicando número de unidades por período de tempo, nesse caso, unidades por

dia. Poderia ser unidades por mês, trimestre, semestre, ano,....

O tempo padrão é dado sempre de duas maneiras: unidades/homemXhora ou

homemXhora/unidade. Portanto de acordo com o dado do problema essa unidade deve ser

adequada. Ou seja, se o tempo padrão for de 2 unidades/homemXhora se usa a fórmula

acima, porém se o dado for invertido e passar para 0,5 homemXhora/unidade a fórmula muda

para a seguinte: Ct = (horas * colaboradores) / tempo padrão.

A diferença em trabalhar contra o estoque e contra os pedidos é que o primeiro caso

pode manter a capacidade constante e programada de acordo com a matéria prima estocada,

enquanto que no segundo caso, a produção e a capacidade são constantemente alteradas pois

elas se adaptam as chegadas dos pedidos.

Os "gargalos" são todos os pontos dentro de um sistema industrial que limitam a

capacidade final de produção. E por capacidade final de produção devemos entender a

quantidade de produtos disponibilizados ao consumidor final em um determinado intervalo de

tempo.

Para exemplificar, imaginemos uma indústria cujo setor de manufatura tenha

capacidade para produzir mil unidades por hora de um determinado produto. Se o setor de

embalagem dessa mesma indústria for capaz de embalar apenas oitocentas unidades por hora,

teremos aí um gargalo, uma vez que a linha de produção não poderá trabalhar com sua

capacidade total, pois o setor seguinte não é capaz de embalar todas as peças. Ou então, caso

a produção das mil unidades seja mantida, será necessário estocar produtos não embalados, o

que significará custos para a empresa.

Exercício para Entregar no início da próxima aula:

Uma montadora tem capacidade de atender 1000 peças de determinado produto por

dia. Sabendo que essa empresa trabalha somente 5 dias por semana, 8 horas por dia e tem 50

colaboradores produzindo. Quantas horas extra a empresa deve fazer para entregar 30000

peças por mês. (O mês tem 22 dias úteis).