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UNICAMP Universidade Estadual de Campinas Reitor Fernando Ferreira Costa Coordenador-Geral Edgar Salvadori De Decca Pró-reitor de Desenvolvimento Universitário Roberto Rodrigues Paes Pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários João Frederico da Costa Azevedo Meyer Pró-reitor de Pesquisa Ronaldo Aloise Pilli Pró-reitor de Pós-Graduação Euclides de Mesquita Neto Pró-reitor de Graduação Marcelo Knobel Chefe de Gabinete José Ranali Elaborado pela Assessoria de Imprensa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Periodicidade semanal. Correspondência e sugestões Cidade Universitária “Zeferino Vaz”, CEP 13081-970, Campinas-SP. Telefones (019) 3521-5108, 3521-5109, 3521-5111. Site http://www.unicamp.br/ju. E-mail [email protected]. Twitter http://twitter.com/jornaldaunicamp Assessor Chefe Clayton Levy Editor Álvaro Kassab ([email protected]. br) Chefia de reportagem Raquel do Carmo Santos ([email protected]) Reportagem Carmo Gallo Neto Isabel Gardenal, Maria Alice da Cruz e Manuel Alves Filho Editor de fotografia Antoninho Perri Fotos Antoninho Perri e Antonio Scarpinetti Editor de Arte Luis Paulo Silva Vida Acadêmica Hélio Costa Júnior Atendimento à imprensa Ronei Thezolin, Patrícia Lauretti Serviços técnicos Dulcinéa Bordignon, Everaldo Silva Impressão Pigma Gráfica e Editora Ltda: (011) 4223-5911 Publicidade JCPR Publicidade e Propaganda: (019) 3327-0894. Assine o jornal on line: www.unicamp.br/assineju Campinas, 4 a 10 de março de 2013 2 Ciência torna guarda-mirim coordenador do campus da FOP Interesse pelos estudos transformou a vida de Anderson Laerte Teixeira MARIA ALICE DA CRUZ [email protected] Anderson Laerte Teixeira no campus de Barão Geraldo e, na parte inferior da página, no local de plantio de mudas e em laboratório da FOP: recompondo área degradada e estudo sobre o consumo de água écada de 1970. Muitos garotos de Piracicaba, um dos prin- cipais municípios do Estado de São Paulo, ingressavam na Guarda-Mirim da cidade, cor- poração que tinha como objetivo inserir adolescentes no mercado de trabalho. Quan- to melhor a qualificação, maior a chance de trabalhar numa boa empresa, como a Facul- dade de Odontologia de Piracicaba (FOP). O atual coordenador do campus da faculdade, Anderson Laerte Teixeira, estava entre os garotos e, entre as melhores recordações, guarda as primeiras orientações profissio- nais de sua vida, recebidas de funcionários da biblioteca da faculdade. “Estou coorde- nador do campus desde 2010, após uma trajetória anterior como diretor de serviços gerais na mesma coordenadoria.” Cresceu em meio à literatura especiali- zada, atraído por autores responsáveis pela decisão em formar-se em biologia. Entre os nomes, Otto Bier, de microbiologia, e Lenin- ger, de bioquímica. “Eles fazem parte da bi- bliografia do curso de odontologia e eu tinha muita curiosidade em entendê-los. Tem- po depois fui cursar biologia e lá estavam eles na bibliografia de minha área”. Mesmo consciente da lista de pessoas receptivas a sua chegada, ainda aos 13 anos idade, ele destaca as bibliotecárias Ivani e Jurema. A área de Otto Bier seria sua segunda experiência de trabalho na FOP. Quer coisa melhor para um leitor cativo de apenas 18 anos que acabava de ser contratado como funcionário e não mais como guarda-mirim da faculdade? Foi na área de Microbiologia da FOP, onde se realiza profissionalmente até hoje, que conheceu o professor José Fran- cisco Höfling, uma das pessoas mais impor- tantes em sua formação profissional. “Posso dizer que o contato com os livros e o labo- ratório é um dos grandes responsáveis pela escolha do curso.” O motivo para trajetória bem-sucedida não está no presente nem no futuro, mas num passado rico em ensinamentos. E in- dagado sobre a linha ascendente traçada por ele, Anderson relembra o lema do co- mandante Ciappina na Guarda Mirim: “A disciplina é a base fundamental sobre todas as coisas”. Em seguida, Anderson comple- menta: “Creio que o grande elemento para minha condução até esta função talvez te- nha sido ter entendido e exercido o lema.” A educação oferecida pela mãe foi a tô- nica para chegar onde está. O falecimento de seu pai quando ele tinha apenas 14 anos de idade fez com que a mãe redobrasse os cuidados com os filhos. “Aproveito para provocar as pessoas que acham que o papel de educar os filhos é da escola, pois estão terceirizando a educação de seus filhos. Pois bem, a escola tem a obrigação de en- sinar, transmitir cultura e conhecimento, mas a educação se traz de casa.” Outra característica que pode ter feito com que fosse indicado ao cargo foi a impar- cialidade, em sua opinião, um princípio bá- sico na administração pública, usado como balizador em suas ações. “Costumo dizer que meu partido é a FOP; tenho certeza que a escolha do meu nome pelo professor Ja- cks, diretor da FOP, se pautou nisso”. Apesar de o cargo de coordenador do campus requerer dedicação exclusiva, An- derson procura dar atenção às atividades laboratoriais em casos de emergência. Em sua opinião, lidar com docentes, alunos e funcionários, não é tarefa simples, pois to- dos têm suas necessidades. “E entendo to- das elas. Neste sentido, quem estiver neste cargo tem que se desdobrar para atender a todos sem distinção”, revela. Todos os dias, o campus de Piracicaba recebe mais de 2 mil pessoas, entre a co- munidade interna e a externa, formada por pacientes e visitantes, que expressa o maior público, segundo Anderson. Diante dis- so, Anderson tem uma agenda totalmente notificada, além dos imprevistos que não podem ficar sem solução. Com o mesmo sorriso, ele manifesta a felicidade de traba- lhar com uma equipe comprometida com a Universidade. “Há situações de congressos e jornadas em que o público dobra, mas es- tamos planejando melhorias para atender melhor os usuários do campus.” Além da estrutura à beira-rio, com 40 laboratórios, refeitório, cantina, bibliote- ca e extensa área verde e de lazer, a FOP também administra, no centro da cidade, um colégio destinado a cursos profissiona- lizantes, uma clínica odontológica para es- tágio e um Centro de Especialidades Odon- tológicas (CEO), que funciona em parceria com a Prefeitura de Piracicaba. Além das atividades habituais, Anderson não abre mão de aperfeiçoar e ampliar co- nhecimentos tanto em sua área de formação quanto na administrativa. Duas vezes por semana, seu local de trabalho é no campus de Campinas, onde participa do Programa de Desenvolvimento Gestores (PDG), cur- so oferecido a atuantes em cargos de gerên- cia. “O PDG é uma importante iniciativa da Unicamp na qualificação de seus gerentes. Muitas das ferramentas e procedimentos passados são de extrema importância para o aprimoramento dos participantes, além de ampliar a relação com nossos pares, pois é um ambiente onde conhecemos colegas de trabalho. Muitas vezes só nos relacionamos por telefone ou e-mail.” Quem já se sentou para um dedo de prosa à beira-rio e na tranquilidade de Pi- racicaba entenderá as razões que Anderson teria para iniciar um projeto de qualidade ambiental. Antes de qualquer sinal de con- vite para a coordenadoria ou até mesmo de conseguir se formar em biologia, aos 40 anos, se interessava pelo tema. A inquieta- ção o fez realizar um estudo sobre o consu- mo de água de rejeito na produção de água destilada para uso em laboratórios da FOP. Na época, teve a felicidade de apresentar o estudo ao então diretor da FOP, professor Francisco Haiter Neto, que levou ao conhe- cimento da Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário (PRDU). A aprovação imediata levou a pró-reitoria a investir na aquisição de equipamentos de osmose reversa para mini- mizar o descarte de água de rejeito. Outro projeto importante também foi o plantio de mudas em área degradada às margens do córrego que passa no campus da FOP e se avizinha com outros dois campi, o da Escola de Engenharia de Piracicaba (EEP) e da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (Esalq-USP). Essa iniciativa foi de- senvolvida com os amigos da coordenadoria. A iniciativa deve refletir em benefício para a comunidade de Piracicaba e para o próprio Anderson, que, apesar de se reali- zar com um bom banho de mar, em mo- mentos de lazer, prefere as áreas campes- tres, principalmente as represas próximas a Piracicaba. “Esta cidade é muito favorável para o lazer, estamos a poucos quilômetros de São Pedro, Águas de São Pedro e outras cidades com muitos atrativos turísticos.” Fotos: Antonio Scarpinetti/ Divulgação

2 Ciência torna guarda-mirim coordenador do campus da FOP · equipamentos de osmose reversa para mini-mizar o descarte de água de rejeito. Outro projeto importante também foi o

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UNICAMP – Universidade Estadual de CampinasReitor Fernando Ferreira CostaCoordenador-Geral Edgar Salvadori De DeccaPró-reitor de Desenvolvimento Universitário Roberto Rodrigues PaesPró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários João Frederico da Costa Azevedo MeyerPró-reitor de Pesquisa Ronaldo Aloise PilliPró-reitor de Pós-Graduação Euclides de Mesquita NetoPró-reitor de Graduação Marcelo KnobelChefe de Gabinete José Ranali

Elaborado pela Assessoria de Imprensa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Periodicidade semanal. Correspondência e sugestões Cidade Universitária “Zeferino Vaz”, CEP 13081-970, Campinas-SP. Telefones (019) 3521-5108, 3521-5109, 3521-5111. Site http://www.unicamp.br/ju. E-mail [email protected]. Twitter http://twitter.com/jornaldaunicamp Assessor Chefe Clayton Levy Editor Álvaro Kassab ([email protected]) Chefi a de reportagem Raquel do Carmo Santos ([email protected]) Reportagem Carmo Gallo Neto Isabel Gardenal, Maria Alice da Cruz e Manuel Alves Filho Editor de fotografi a Antoninho Perri Fotos Antoninho Perri e Antonio Scarpinetti Editor de Arte Luis Paulo Silva Vida Acadêmica Hélio Costa Júnior Atendimento à imprensa Ronei Thezolin, Patrícia Lauretti Serviços técnicos Dulcinéa Bordignon, Everaldo Silva Impressão Pigma Gráfi ca e Editora Ltda: (011) 4223-5911 Publicidade JCPR Publicidade e Propaganda: (019) 3327-0894. Assine o jornal on line: www.unicamp.br/assineju

Campinas, 4 a 10 de março de 2013Campinas, 4 a 10 de março de 20132

Ciência torna guarda-mirim coordenador do campus da FOPInteresse pelos estudos transformou a vida de Anderson Laerte Teixeira

MARIA ALICE DA [email protected]

Anderson Laerte Teixeira no campus de Barão Geraldo e, na parte inferior da página, no local de plantio de mudas e em laboratório da FOP: recompondo área degradada e estudo sobre o consumo de água

écada de 1970. Muitos garotos de Piracicaba, um dos prin-cipais municípios do Estado de São Paulo, ingressavam na Guarda-Mirim da cidade, cor-

poração que tinha como objetivo inserir adolescentes no mercado de trabalho. Quan-to melhor a qualificação, maior a chance de trabalhar numa boa empresa, como a Facul-dade de Odontologia de Piracicaba (FOP). O atual coordenador do campus da faculdade, Anderson Laerte Teixeira, estava entre os garotos e, entre as melhores recordações, guarda as primeiras orientações profissio-nais de sua vida, recebidas de funcionários da biblioteca da faculdade. “Estou coorde-nador do campus desde 2010, após uma trajetória anterior como diretor de serviços gerais na mesma coordenadoria.”

Cresceu em meio à literatura especiali-zada, atraído por autores responsáveis pela decisão em formar-se em biologia. Entre os nomes, Otto Bier, de microbiologia, e Lenin-ger, de bioquímica. “Eles fazem parte da bi-bliografia do curso de odontologia e eu tinha muita curiosidade em entendê-los. Tem-po depois fui cursar biologia e lá estavam eles na bibliografia de minha área”. Mesmo consciente da lista de pessoas receptivas a sua chegada, ainda aos 13 anos idade, ele destaca as bibliotecárias Ivani e Jurema.

A área de Otto Bier seria sua segunda experiência de trabalho na FOP. Quer coisa melhor para um leitor cativo de apenas 18 anos que acabava de ser contratado como funcionário e não mais como guarda-mirim da faculdade? Foi na área de Microbiologia da FOP, onde se realiza profissionalmente até hoje, que conheceu o professor José Fran-cisco Höfling, uma das pessoas mais impor-tantes em sua formação profissional. “Posso dizer que o contato com os livros e o labo-ratório é um dos grandes responsáveis pela escolha do curso.”

O motivo para trajetória bem-sucedida não está no presente nem no futuro, mas num passado rico em ensinamentos. E in-dagado sobre a linha ascendente traçada por ele, Anderson relembra o lema do co-mandante Ciappina na Guarda Mirim: “A disciplina é a base fundamental sobre todas as coisas”. Em seguida, Anderson comple-menta: “Creio que o grande elemento para minha condução até esta função talvez te-nha sido ter entendido e exercido o lema.”

A educação oferecida pela mãe foi a tô-nica para chegar onde está. O falecimento de seu pai quando ele tinha apenas 14 anos de idade fez com que a mãe redobrasse os

cuidados com os filhos. “Aproveito para provocar as pessoas que acham que o papel de educar os filhos é da escola, pois estão terceirizando a educação de seus filhos. Pois bem, a escola tem a obrigação de en-sinar, transmitir cultura e conhecimento, mas a educação se traz de casa.”

Outra característica que pode ter feito com que fosse indicado ao cargo foi a impar-cialidade, em sua opinião, um princípio bá-sico na administração pública, usado como balizador em suas ações. “Costumo dizer que meu partido é a FOP; tenho certeza que a escolha do meu nome pelo professor Ja-cks, diretor da FOP, se pautou nisso”.

Apesar de o cargo de coordenador do campus requerer dedicação exclusiva, An-derson procura dar atenção às atividades laboratoriais em casos de emergência. Em sua opinião, lidar com docentes, alunos e funcionários, não é tarefa simples, pois to-dos têm suas necessidades. “E entendo to-das elas. Neste sentido, quem estiver neste cargo tem que se desdobrar para atender a todos sem distinção”, revela.

Todos os dias, o campus de Piracicaba recebe mais de 2 mil pessoas, entre a co-munidade interna e a externa, formada por

pacientes e visitantes, que expressa o maior público, segundo Anderson. Diante dis-so, Anderson tem uma agenda totalmente notificada, além dos imprevistos que não podem ficar sem solução. Com o mesmo sorriso, ele manifesta a felicidade de traba-lhar com uma equipe comprometida com a Universidade. “Há situações de congressos e jornadas em que o público dobra, mas es-tamos planejando melhorias para atender melhor os usuários do campus.”

Além da estrutura à beira-rio, com 40 laboratórios, refeitório, cantina, bibliote-ca e extensa área verde e de lazer, a FOP também administra, no centro da cidade, um colégio destinado a cursos profissiona-lizantes, uma clínica odontológica para es-tágio e um Centro de Especialidades Odon-tológicas (CEO), que funciona em parceria com a Prefeitura de Piracicaba.

Além das atividades habituais, Anderson não abre mão de aperfeiçoar e ampliar co-nhecimentos tanto em sua área de formação quanto na administrativa. Duas vezes por semana, seu local de trabalho é no campus de Campinas, onde participa do Programa de Desenvolvimento Gestores (PDG), cur-so oferecido a atuantes em cargos de gerên-

cia. “O PDG é uma importante iniciativa da Unicamp na qualificação de seus gerentes. Muitas das ferramentas e procedimentos passados são de extrema importância para o aprimoramento dos participantes, além de ampliar a relação com nossos pares, pois é um ambiente onde conhecemos colegas de trabalho. Muitas vezes só nos relacionamos por telefone ou e-mail.”

Quem já se sentou para um dedo de prosa à beira-rio e na tranquilidade de Pi-racicaba entenderá as razões que Anderson teria para iniciar um projeto de qualidade ambiental. Antes de qualquer sinal de con-vite para a coordenadoria ou até mesmo de conseguir se formar em biologia, aos 40 anos, se interessava pelo tema. A inquieta-ção o fez realizar um estudo sobre o consu-mo de água de rejeito na produção de água destilada para uso em laboratórios da FOP.

Na época, teve a felicidade de apresentar o estudo ao então diretor da FOP, professor Francisco Haiter Neto, que levou ao conhe-cimento da Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário (PRDU). A aprovação imediata levou a pró-reitoria a investir na aquisição de equipamentos de osmose reversa para mini-mizar o descarte de água de rejeito.

Outro projeto importante também foi o plantio de mudas em área degradada às margens do córrego que passa no campus da FOP e se avizinha com outros dois campi, o da Escola de Engenharia de Piracicaba (EEP) e da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (Esalq-USP). Essa iniciativa foi de-senvolvida com os amigos da coordenadoria.

A iniciativa deve refletir em benefício para a comunidade de Piracicaba e para o próprio Anderson, que, apesar de se reali-zar com um bom banho de mar, em mo-mentos de lazer, prefere as áreas campes-tres, principalmente as represas próximas a Piracicaba. “Esta cidade é muito favorável para o lazer, estamos a poucos quilômetros de São Pedro, Águas de São Pedro e outras cidades com muitos atrativos turísticos.”

Fotos: Antonio Scarpinetti/ Divulgação