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52ª Legislatura 2ª Sessão Legislativa ANO LXV - PORTO ALEGRE - QUARTA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO DE 2008 - Nº 9202 CADERNO DE PROCESSO LEGISLATIVO Superintendência Legislativa __________________________________________________________________________________ Departamento de Assessoramento Legislativo __________________________________________________________________________________ PAUTA Nº 225 __________________________________________________________________________________ 2º DIA: Projeto de Lei nº 15/2008 - Institui a Semana Estadual do Hip-Hop, a ser realizada anualmente, na segunda semana do mês de maio, e dá outras providências. (Deputado(a) Raul Carrion) 3º DIA: Projeto de Lei nº 14/2008 - Autoriza o Poder Executivo a contratar operação de crédito junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento - BIRD - para a execução do ajuste fiscal e estrutural do Estado e dá outras providências. (Poder Executivo) 4º DIA: Projeto de Lei nº 13/2008 - Acrescenta dispositivo na Lei N.º 11.019, de 23 de setembro de 1997, para determinar a obrigatoriedade dos estabelecimentos revendedores de pilhas, baterias e produtos eletrônicos disponibilizarem recipientes para o seu recolhimento. (Deputado(a) Gerson Burmann) 6º DIA: Projeto de Lei nº 12/2008 - Declara integrante do Patrimônio Histórico e Cultural do Estado a Sociedade Partenon Literário, localizada no Município de Porto Alegre. (Deputado(a) Kalil Sehbe) 10º DIA: Projeto de Lei nº 11/2008 - Dispõe sobre a obrigatoriedade de espaço para cadeira de rodas e de assentos reservados para pessoas com deficiências em salas de exibição de cinema no Estado do Rio Grande do Sul. (Deputado(a) Paulo Brum)

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52ª Legislatura 2ª Sessão Legislativa

ANO LXV - PORTO ALEGRE - QUARTA-FEIRA, 27 DE FEVEREIR O DE 2008 - Nº 9202

CADERNO DE PROCESSO LEGISLATIVO

Superintendência Legislativa__________________________________________________________________________________

Departamento de Assessoramento Legislativo __________________________________________________________________________________

PAUTA Nº 225 __________________________________________________________________________________

2º DIA:

Projeto de Lei nº 15/2008 - Institui a Semana Estadual do Hip-Hop, a ser realizada anualmente, na segunda semana do mês de maio, e dá outras providências. (Deputado(a) Raul Carrion)

3º DIA:

Projeto de Lei nº 14/2008 - Autoriza o Poder Executivo a contratar operação de crédito junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento - BIRD - para a execução do ajuste fiscal e estrutural do Estado e dá outras providências. (Poder Executivo)

4º DIA:

Projeto de Lei nº 13/2008 - Acrescenta dispositivo na Lei N.º 11.019, de 23 de setembro de 1997, para determinar a obrigatoriedade dos estabelecimentos revendedores de pilhas, baterias e produtos eletrônicos disponibilizarem recipientes para o seu recolhimento. (Deputado(a) Gerson Burmann)

6º DIA:

Projeto de Lei nº 12/2008 - Declara integrante do Patrimônio Histórico e Cultural do Estado a Sociedade Partenon Literário, localizada no Município de Porto Alegre. (Deputado(a) Kalil Sehbe)

10º DIA:

Projeto de Lei nº 11/2008 - Dispõe sobre a obrigatoriedade de espaço para cadeira de rodas e de assentos reservados para pessoas com deficiências em salas de exibição de cinema no Estado do Rio Grande do Sul. (Deputado(a) Paulo Brum)

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 2

__________________________________________________________________________________

PUBLICAÇÃO __________________________________________________________________________________

Requerimentos Diversos nº 5/2008 - Comunica celebração de Convênio. (Ministério da Justiça)

Requerimentos Diversos nº 6/2008 - Comunica celebração de Convênio. (Ministério da Cultura)

Requerimentos Diversos nº 7/2008 - Comunica liberação de recursos financeiros. (Ministério da Educação)

Requerimentos Diversos nº 8/2008 - Comunica celebração de Termo Aditivo. (Ministério do Desenvolvimento Agrário)

Requerimentos Diversos nº 9/2008 - Comunica celebração de Convênio. (Secretaria Especial dos Direitos Humanos)

Requerimentos Diversos nº 10/2008 - Comunica celebração de Convênio. (Ministério da Justiça)

Requerimentos Diversos nº 16/2008 - Comunica celebração de Convênio. (Ministério do Desenvolvimento Agrário)

__________________________________________________________________________________

PUBLICAÇÃO __________________________________________________________________________________

REQUERIMENTOS DIVERSOS Nº 5/2008Ministério da Justiça

- Ofício nº 58/2008-DPP/DEPEN/MJ - Celebração do Convênio nº 025/2007 entre o Ministério da Justiça e a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul, no valor total de R$ 960.000,00, sendo R$ 768.000,00 do Ministério da Justiça, e R$ 192.000,00 a título de contrapartida do Estado.

- Ofício nº 154/2008-DPP/DEPEN/MJ - Celebração do Convênio nº 053/2007 entre o Ministério da Justiça e a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul, no valor total de R$ 47.971,60, sendo R$ 38.377,28 do Ministério da Justiça, e R$ 9.594,32 a título de contrapartida do Estado.

- Ofício nº 152/2008-DPP/DEPEN/MJ - Celebração do Convênio nº 074/2007 entre o Ministério da Justiça e a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul, no valor total de R$ 61.873,00, sendo R$ 49.498,40 do Ministério da Justiça, e R$ 12.374,60 a título de contrapartida do Estado.

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 3

REQUERIMENTOS DIVERSOS Nº 6/2008Ministério da Cultura

- Ofício nº 43-2008/GAB/FCP/MinC - Comunica a celebração do Convênio nº 45/2007 entre a Fundação Cultural Palmares e o Horta Comunitária Joanna de Angelis.

__________________________________________________________________________________

REQUERIMENTOS DIVERSOS Nº 7/2008Ministério da Educação

- Comunica liberação de recursos financeiros do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para a Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul, através dos comunicados números AL001012/2007, AL000006/2008, AL000013/2008.

Maiores informações por meio do endereço eletrônico www.fnde.gov.br.__________________________________________________________________________________

REQUERIMENTOS DIVERSOS Nº 8/2008Ministério do Desenvolvimento Agrário

- Ofício nº 58/CGFCC/SPOA/MDA - Celebração do Segundo Termo Aditivo ao Convênio nº 205/06. __________________________________________________________________________________

REQUERIMENTOS DIVERSOS Nº 9/2008Secretaria Especial dos Direitos Humanos

- Ofício nº 192/2008-GC/SGPDH/SEDH/PR – Celebração do Convênio nº 034/2007 entre a União, por meio da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, e a Fundação de Atendimento Sócio-Educativo - FASE/RS, no valor de R$ 150.000,00, em parcela única.

__________________________________________________________________________________

REQUERIMENTOS DIVERSOS Nº 10/2008Ministério da Justiça

- Ofício nº 377/CGOF/SENASP - Relação dos Convênios celebrados em 2007 entre o Ministério da Justiça, por intermédio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, e o Estado do Rio Grande do Sul, com a seguinte numeração, respectivamente, da Origem e do SIAF: 129, 600339; 130, 600332; 131, 600338; 132, 600340; 133, 600336; 134, 599614; 210, 600863; 230, 600329; 231, 600866; 232, 600865; 295, 600331; 296, 600333; 297, 600334 e 350, 600341.

__________________________________________________________________________________

REQUERIMENTOS DIVERSOS Nº 16/2008Ministério do Desenvolvimento Agrário

- Ofício nº 138/CGFCC/SPOA/MDA - Celebração do Termo de Convênio 152/07.

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 4

__________________________________________________________________________________

Departamento de Comissões Parlamentares __________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

ATAS DAS COMISSÕES__________________________________________________________________________________

Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle

ATA Nº1

Aos quatorze dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e oito, às nove horas e quinze minutos, na Sala Dr. Alberto Pasqualini, 4º andar da Assembléia Legislativa, reuniu-se, ordinariamente, a Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle, sob a presidência do Sr. Deputado Nelson Marchezan Júnior (PSDB). Presentes os Srs. Deputados Adílson Troca (PSDB), Adão Villaverde (PT), Cassiá Carpes (PTB), Gilberto Capoani (PMDB), Kalil Sehbe (PDT), Nélson Härter (PMDB), Raul Pont (PT) e Silvana Covatti (PP). Dando por abertos os trabalhos, o Sr. Presidente passou à pauta da reunião. Não havendo ata a ser apreciada, passou a Leitura do Expediente, registrando o recebimento da seguinte correspondência: Apresentação de Representação, para fins de investigação, encaminhada pelo Sr. João Pedro Casarotto, dirigente do Sindicato dos Servidores Públicos da Carreira de Nível Superior do Grupo de Arrecadação, Fiscalização e Tributação do RS - SINTAF/RS, sobre a celebração de contrato de empréstimo entre o Governo do Estado do RS e o Banco Mundial. Memorando n.º GBR/002-08, datado de 13 de fevereiro do corrente, do Gabinete do Deputado Berfran Rosado, informando a impossibilidade daquele Parlamentar comparecer a reunião desta Comissão, tento em vista que estará participando da reunião do Fórum de Gestão da Agenda 2020 – o Rio Grande que Queremos a realizar-se na Federasul, no dia 14 do corrente, a partir das 8h30min. Memorando n.º 012/08, do Gabinete do Deputado João Fischer, informando que o referido Parlamentar estará ausente na reunião desta Comissão do dia 14 de fevereiro por motivo de compromissos assumidos referentes ao mandato parlamentar. Informou a chegada à Comissão dos seguintes processos: Projeto de Lei n.º 292/2004, do Deputado Paulo Brum, que isenta a pessoa portadora de deficiência do pagamento das taxa de inscrição em concursos públicos promovidos pelos órgãos públicos estaduais; Projeto de Lei n.º 228/2006, do Deputado Jerônimo Goergen, que declara a Estância Nerci Liberatto da Conceição, localizada no Município de Santo Augusto, integrante do Patrimônio Cultural do Estado do Rio Grande do Sul; Projeto de Lei n.º 361/2006, do Deputado José Sperotto, que declara bem integrante do Patrimônio Histórico e Cultural do Estado do Rio Grande do Sul, a Ponte Centenária de Feliz, localizada no Município de Feliz; Projeto de Lei n.º 167/2007, da Procuradoria-Geral de Justiça, que dispõe sobre a Lei Estadual n° 7.669/82 – Lei Orgânica do Ministério Público do Rio Grande do Sul e Projeto de Lei n.º 190/2007, do Poder Judiciário, que cria cargos nos Serviços Auxiliares da Justiça de 1º Grau, os quais abrem prazo regimental de 7 dias para a apresentação de emendas, a partir desta data, de acordo com o art. 60 do Regimento Interno. Na seqüência, informou que foram distribuídos em 11 de fevereiro para relatar os seguintes expedientes: Veto Total ao Projeto de Lei 428/2006, do Poder Executivo, que encaminha Veto Total ao Projeto de Lei n.º 428/06, de iniciativa do Poder Judiciário, que fixa o subsídio mensal do Poder Judiciário do Estado do Rio Grande do Sul, nos termos do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, e dá outras providências, distribuído ao Deputado Berfran Rosado. Veto Total ao Projeto de Lei 429/2006, do Poder Executivo, que encaminha Veto Total ao Projeto de Lei n.º 429/06, de

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 5

iniciativa da Procuradoria-Geral de Justiça, que fixa o subsídio mensal dos membros do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, nos termos do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, e dá outras providências, ao Deputado Raul Pont. Veto Total ao Projeto de Lei 430/2006, do Poder Executivo, que encaminha Veto Total ao Projeto de Lei n.º 430/06, de iniciativa da Defensoria Pública, que fixa o subsídio dos membros da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências, ao Deputado Adilson Troca. Projeto de Lei n.º 252/2006, de autoria do Deputado Kalil Sehbe, que declara integrante do Patrimônio Histórico e Cultural do Estado o Moinho São José, localizado no Município de Carlos Barbosa, ao Deputado Cassiá Carpes. Projeto de Resolução n.º 01/2007, de autoria do Deputado Giovani Cherini, que dispõe sobre a criação das Frentes Parlamentares no âmbito da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, ao Deputado Adroaldo Loureiro. RDI 13/2008, do Tribunal de Contas, que encaminha Relatório de Gestão Fiscal do Tribunal de Contas, referente ao 3º Quadrimestre de 2007, ao Deputado Gilberto Capoani. RDI 14/2008, do Tribunal de Contas, que encaminha Prestação de Contas da Gestão Fiscal do Tribunal de Contas, referente ao exercício financeiro de 2007, ao Deputado João Fischer. Projeto de Lei Complementar n.º 135/2003, de autoria do Deputado Adão Villaverde e mais 12 Deputados, que dispões sobre a Iniciativa Popular no Processo Legislativo, e dá outras providências, ao Deputado Berfran Rosado e Projeto de Lei n.º 44/2007, de autoria do Deputado Adroaldo Loureiro, que dispõe sobre a realização de testes vocacionais gratuitos para alunos das escolas públicas estaduais e dá outras providências, ao Deputado Adão Villaverde. Terminado o período do expediente, o Sr. Presidente passou para o período destinado ao Conhecimento e Exame de Outras Matérias, informando que não havia matéria a ser dada conhecimento aos Senhores Deputados. A seguir, constatada a existência de quorum regimental, passou-se a Ordem do Dia. a) Projeto de Lei n.º 99/2007, de autoria do Deputado Kalil Sehbe, que institui a Semana Estadual de Ciência e Tecnologia no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul. Processo n.º 0355.01.00/07-2. Relator, Deputado Cassiá Carpes. Parecer favorável. Colocado em votação, o parecer recebeu 7 votos favoráveis e nenhum voto contrário, tendo sido aprovado. b) Requerimentos Diversos 54/2007, do Poder Executivo, que encaminha o Balanço Geral do Estado, que constitui a prestação de contas governamental, referente ao exercício financeiro de 2006. Acompanha o referido requerimento três volumes com Balanço Geral de 2006 e mais um volume com Parecer Prévio do Tribunal de Contas. Processo n.º 20430.01.00/07-3. Relator: Deputado João Fischer. Parecer favorável. Antes de ser colocado em votação, o Deputado Cassiá Carpes pediu vistas do processo, tendo sido deferido pelo Sr. Presidente. c) Requerimentos Diversos 155/2007, do Tribunal de Contas, que encaminha Relatórios de Atividades dos Primeiro e Segundo Trimestres de 2007 do Tribunal de Contas do Estado. Processo n.º 21253.01.00/07-6. Relator: Deputado Adroaldo Loureiro. Parecer favorável. Colocado em votação, o parecer recebeu 8 votos favoráveis e nenhum voto contrário, tendo sido aprovado. d) Apreciação e votação do Relatório Final da Subcomissão Mista para examinar a venda do Grupo Ipiranga. Após o Relator proceder à leitura do relatório, manifestou-se o Deputado Raul Pont que lembrou que foram realizadas duas Audiências Públicas com as empresas que compraram o Grupo Ipiranga, onde obteve-se o compromisso de manter o Grupo em operação, com a conseqüente garantia dos empregos e a permanência do funcionamento em Rio Grande. A seguir, sugeriu que o tema permaneça na pauta dos assuntos a serem discutidos na Comissão, com a realização de uma nova Audiência Pública, visto que os compromissos assumidos para manter o Grupo Ipiranga em funcionamento não se concretizaram. Os Deputados Adílson Troca e Nélson Härter solidarizaram-se com a proposta do Deputado Raul Pont, haja vista a importância do assunto, não só para o município de Rio Grande especificamente, mas para o Estado como um todo. Antes de colocar o Relatório em votação, o Sr. Presidente sugeriu que fosse suprimida a expressão “optamos pela não instalação da subcomissão”, uma vez que a partir da aprovação da criação da subcomissão considera-se a subcomissão instalada, automaticamente. Tendo havido a concordância do Sr. Relator, Deputado Adílson Troca, o Relatório foi colocado em votação com a alteração proposta, tendo recebido 7 votos favoráveis e nenhum voto contrário, sendo aprovado. Esgotada a pauta da Ordem do Dia, passou-se aos Assuntos Gerais. O Sr. Presidente informou que no ano passado foram realizadas 33 reuniões Ordinárias, 15 Audiências Públicas e 8 reuniões Extraordinárias. Lembrou que há 12 Audiências Públicas aprovadas, dentre elas a realização de um Seminário Medidas de Combate à Corrupção na Administração Pública. Oportunamente, o cronograma de realização das Audiências Públicas será apresentado aos Srs. Deputados. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente encerrou a presente reunião ordinária às dez horas e vinte e cinco minutos, convocando os

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 6

Senhores Deputados para a próxima reunião Ordinária em local e horário regimental. E para constar, eu, Luís Carlos Passuello, lavrei a presente Ata que, após lida e achada conforme, vai assinada pelo Sr. Presidente e por mim, Secretário.

Deputado Nelson Marchezan Júnior,Presidente da CFPFC.

Luís Carlos Passuello,Secretário da CFPFC.

______________________________________________

Comissão de Cidadania e Direitos Humanos

ATA Nº1

Aos treze dias do mês de fevereiro de dois mil e oito, às nove horas e quinze minutos, na sala Salzano Vieira da Cunha da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) realizou reunião ordinária, sob a presidência do Deputado Marquinho Lang. Além do Presidente da Comissão, estiveram presentes os Excelentíssimos Senhores Deputados Carlos Gomes, Dionilso Marcon, Marisa Formolo e Paulo Brum. O Presidente abriu a reunião e declarou aprovada a ata n° 59, da audiência pública do dia 19 de dezembro de 2007, ressalvando o direito dos parlamentares de retificá-la por escrito. No período do expediente, o PL 115/2004 foi redistribuído ao Deputado Dionilso Marcon, para parecer. Não havendo quórum regimental para a ordem do dia, o Presidente colocou a palavra à disposição dos demais Deputados. Após, encerrou os trabalhos. O inteiro teor da reunião foi gravado, passando o arquivo de áudio a integrar o acervo documental desta reunião. E, para constar, eu, Secretário da Comissão, lavrei a presente Ata, que vai assinada pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da Comissão e por mim, e após aprovada será publicada nos termos regimentais.

Dep. Marquinho LangPresidente da CCDH.

Nelson Delavald Jr.Secretário da CCDH.

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Comissão Mista Permanente do Mercosul e Assuntos Internacionais

ATA Nº33

Aos oito dias do mês de novembro do ano de dois mil e sete, às nove horas, reuniram-se em audiência pública conjunta as Comissões do Mercosul e Assuntos Internacionais, presidida pelo Deputado Rossano Gonçalves, de Economia e Desenvolvimento, presidida pelo Deputado Nelson Härter, e de Saúde e Meio Ambiente, presidida pelo Deputado Alberto Oliveira, na Câmara de Vereadores de Santana do Livramento, por ocasião da Primeira Conferência Internacional do Bioma Pampa. Presentes os Senhores Sérgio Moreira, Presidente em exercício da Câmara Municipal de Santana do Livramento; Deputado Álvaro

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 7

Boessio; Wainer Machado, Prefeito de Santana do Livramento; Cláudio Janta, Presidente da Força Sindical/RS; Embaixador Cláudio Lyra, Chefe do Escritório de Representação do Itamaraty no Rio Grande do Sul; Ricardo Lemos, diretor da Universidade Federal do Pampa; Rogério Ortiz Porto, Secretário Extraordinário da Irrigação e Usos Múltiplos da Água; Roque Justen, Presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais - Ageflor; Jorge Gustavo Costa Medeiros, Prefeito de Manoel Viana; José Vargas, membro da comunidade de Santana do Livramento; Lélio Falcão, Coordenador do evento e membro da Força Sindical/RS; e entidades representativas da Região. Dando início ao encontro, o Deputado Rossano Gonçalves afirmou que as comissões apoiaram a iniciativa de realização desta audiência para oportunizar que as lideranças de todos os segmentos da região pudessem se manifestar, enfatizando que a audiência foi idealizada pela Força Sindical, com o objetivo de debater e buscar soluções para o desenvolvimento da Região que, hoje, encontra-se totalmente empobrecida, sendo necessário equilibrar as Metades Sul e Norte, através de justiça social, suplantando os obstáculos impostos por uma legislação desigual. O Deputado Nelson Härter discorreu sobre a importância do setor silvícola para a economia da Metade Sul, dizendo que podemos comparar os resultados com o vizinho uruguaio, onde a plantação de eucalipto vem contribuindo para a geração de emprego e renda. Relatou que na discussão iniciada sobre o processo de zoneamento elaborado pela FEPAM, verificou-se, nas informações sobre o mapeamento, que na década de setenta, foram estabelecidas unidades de paisagem e, a partir daí, surgiram todas as restrições que visavam inviabilizar qualquer projeto. Informou que é o relator da Comissão Especial de Reflorestamento e Florestamento da Assembléia, tendo recebido dados referentes à madeira, exemplificando que Porto Alegre consome mil hectares por ano de floresta, apenas para os churrascos de finais de semana, assim como o setor fumageiro que, para geração de energia, utiliza quatro milhões e meio de madeira. Disse que nas leis existentes, como o Código Estadual do Meio Ambiente, é permitido o livre comércio de madeira plantada, sendo então necessário questionar se o mesmo Bioma Pampa que abrange os países do Mercosul são diferentes, porque os ambientalistas do lado brasileiro somente apresentam entraves. O Vereador Sérgio Moreira rememorou que discutir o Mercosul na base é de extrema importância, porque é na Região que estão preocupados com o plantio. Disse que já trouxeram empresários da Serra Gaúcha e que ficaram impressionados com a quantidade de área que poderia estar sendo utilizada e que, enquanto duzentos e trinta mil hectares são plantados entre Riveira e Taquarimbó, representando quinhentos mil vagões de madeira, no Uruguai são plantados oitocentos mil hectares. Requereu a elaboração de um documento denominado de “Carta de Livramento”, onde possam expor as diretas reivindicações, inclusive no que tange à ferrovia Livramento-Cacequi, privatizada pela Empresa América Latina Logística - ALL, objetivando a sua reativação, que irá contribuir na duplicação da arrecadação do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN, porque se traduzirá no transporte de sete mil vagões de madeira por mês, sendo esse o menor custo para se efetuar o transporte. O Deputado Rossano Gonçalves informou que, no dia quatorze de novembro, a Comissão do Mercosul discutirá a questão dessa ferrovia e, no dia quinze de novembro, a mesma temática será abordada em Montevidéu. O Embaixador Cláudio Lyra registrou que o Itamaraty se faz presente nos encontros, a fim de intercambiar idéias para a tomada de decisões e que, atualmente, existe a preocupação do desenvolvimento conjunto dos países que compõem o Mercosul, como é o caso das plantações de eucalipto no Uruguai, devendo ocorrer o mesmo no lado brasileiro. Acrescentou que o Ministério das Relações Exteriores é voltado para o relacionamento internacional, envolvendo outros órgãos federais, mas que as aspirações fronteiriças serão levadas a Brasília. O Sr. Cláudio Janta relatou que o Bioma Pampa está engessando o desenvolvimento da Metade Sul e que para solucionar esse problema é preciso aprofundar na alteração da legislação em vigor para mudar a matriz produtiva. Destacou que o solo é muito fértil e que não podemos mandar as empresas embora da região. Disse que as maiores riquezas estão concentradas nas indústrias automobilística, petroquímica e petrolífera e, em Rio Grande, será instalada uma plataforma sem a metade das exigências que estão sendo impostas para a Metade Sul. O Sr. Rogério Porto historiou sobre as perspectivas do acúmulo de água, dizendo que somos condicionados a imaginar que existe um estoque na natureza desse bem, e que somente quando começa a ficar escassa é que se torna necessário estabelecer regras. Observou, quanto à Mata Atlântica, que no Rio Grande do Sul a extensão ficou de tal tamanho, que oitenta por cento dos empreendimentos do agronegócio da Metade Sul abrangeram essa unidade de conservação, e que agora está sendo estudada, na esfera federal, a promulgação da Lei de Proteção do Bioma Pampa, uma vez que essa Metade é a última fronteira agrícola do Brasil Meridional que incorpora a

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produção de grãos, em uma área de sete milhões de hectares. Disse que quando enxergamos o Bioma de forma homogênea estamos errando, porque ele é totalmente diversificado e a variação desses ambientes se observa pela composição de savana, estepe e mata, e se não aproveitarmos esses fatores estaremos agindo de forma equivocada, porque será a silvicultura que irá nos ensinar a trabalhar como empresários. O Sr. Wainer Machado comentou que é preciso buscar o bom senso, além de respeitar os ecossistemas existentes no Bioma, analisando as condições atuais do Mercosul. Citou as dificuldades encontradas, como o fato de a economia ser tratada de forma totalmente diferenciada nos países, exemplificando que podemos ir ao Uruguai, com cota estabelecida, e comprar trezentos dólares em mercadorias, ao passo que, se um uruguaio gastar cem reais no Brasil, não permitirão a sua entrada naquele País. Lembrou da carteira do povo fronteiriço, que permite alimentação, moradia e trabalho, alegando que do lado brasileiro está muito cara. Enfatizou que nesse mês choveu cinqüenta por cento a mais que o previsto, mas que a FEPAM proíbe a capina química, sendo urgente a revogação dessa Portaria, e que, devido às condições de ventos fortes naquela Região, gostariam de implantar um parque eólico, como o de Osório, mas que perderam a concorrência, porque esgotou o prazo de licenciamento ambiental. O Sr. Ricardo Lemos mencionou que o papel da Universidade é o de uma empresa que vende e produz mentes críticas e éticas, pois sairão daquele recinto pessoas que irão transformar a sociedade. Disse que a Unipampa veio a este evento para discutir o que realmente é o Bioma Pampa, apresentar alguns caminhos e, depois da interação do assunto, deixar que a comunidade decida. Disse que é preciso pensar em preservar para garantir o futuro, e também garantir o futuro para nos preservar, e isso está baseado no princípio do desenvolvimento regional sustentável, porque há como produzir sem destruir. O Sr. Lélio Falcão esclareceu que a Força Sindical participa do desenvolvimento de cento e cinco municípios da Metade Sul e que a questão ambiental está tomando uma proporção cada vez maior, porque os noticiários causam alguns embaraços. Declarou que as condições de água, solo e sol são fontes de energia renovável permanente, e que apenas o sol transforma a energia em matéria orgânica, razão pela qual precisamos aproveitar essas condições para desenvolver a silvicultura. O Sr. Roque Justen comunicou que a Ageflor completou trinta e sete anos de existência, podendo afirmar que o florestamento de árvores não é uma atividade nova, pois planta-se acácia desde mil novecentos e vinte e oito. Disse que o Rio Grande do Sul possui cento e vinte mil hectares e que, aproximadamente, oitenta mil estão na Metade Sul. Relatou que há uma base de pinos na Região do Litoral Médio e Sul do Estado que se aproxima de cinqüenta mil hectares, e que as normas estabelecidas pelo zoneamento ambiental impedem de continuar plantando, embora essa prática ocorra em mais de trezentos municípios do Estado. Disse que, em 1996, a Empresa elaborou o Projeto Floresta/Indústria do RS, fundamentado na criação de um arranjo produtivo que engloba plantação, sustentabilidade econômica e preservação do meio ambiente, sendo que hoje o florestamento está baseado na técnica e no desenvolvimento científico agro-silvo-pastoril. O Sr. Jorge Gustavo alertou que o foco principal do plantio está dirigido ao Bioma Pampa e que vivemos em uma democracia delicada e duvidosa, porque é em Brasília que estão atrasando o desenvolvimento da atividade silvícola, tornando-se imperativo fazer repercutir os manifestos desse encontro. Ao final do encontro, o Deputado Nelson Härter registrou que a Fepam não foi bem intencionada quando elaborou o zoneamento, porque não utilizou o inventário florestal realizado pela Universidade Federal de Santa Maria, documento que se encontra na Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Disse, ainda, que a Fepam determinou, através de uma Resolução Administrativa, que a silvicultura é uma atividade que produz alto grau de poluição, não sendo admitido a forma como foi tratado o assunto. Nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e deu por encerrada a presente reunião e, eu, Agenor José Maciel, Secretário da Comissão, lavrei a presente Ata que, depois de lida e achada conforme, vai assinada Pelos Senhores Presidentes e por mim.

Deputado ROSSANO GONÇALVES, Deputado NELSON HÄRTER, Presidente da CMAI. Presidente da CED.

Agenor José Maciel,Secretário da CMAI.

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Comissão Mista Permanente do Mercosul e Assuntos Internacionais

ATA Nº36

Aos vinte e oito dias do mês de novembro do ano de dois mil e sete, reuniram-se na Sala Dr. Maurício Cardoso, quarto andar da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em sessão ordinária, às onze horas, os Deputados Rossano Gonçalves, Presidente da Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais; Giovani Cherini, Vice-Presidente; Zilá Breitenbach, Edson Brum, Raul Pont, Iradir Pietroski, Ivar Pavan, e Berfran Rosado, membros titulares, e Silvana Covatti e Sandro Boka, membros suplentes, objetivando votar a ordem do dia. Após aprovação das Atas trinta e quatro e trinta e cinco, o Deputado Rossano colocou em votação os requerimentos da Deputada Zilá, onde solicita que a Comissão agende audiências junto aos Senhores Hugo Sternick, Engenheiro do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT); e Ministro João Luís Ribeiro Pinto, Chefe da Divisão América Meridional do Itamaraty (DAM I), em Brasília, visando a obtenção de informações sobre o Edital de Contratação de Estudos de Viabilidade Técnica para novas Travessias sobre o Rio Uruguai, sendo o pedido retirado da pauta de votação pela requerente, onde justificou que, em tratativas com o Deputado Federal Ruy Pauletti, foi sugerido que esse tema deveria ser desobstruído na Argentina, com o apoio dos Prefeitos que têm interesse nessas travessias; e outro de sua autoria, requerendo uma audiência pública, com a participação da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, a fim de analisar o Projeto de Lei nº 2275/2007, que altera os limites da faixa de Fronteira, tendo como Autor o Deputado Federal Matteo Chiarelli, e Relator o Deputado Federal Viera da Cunha, sendo aprovado por unanimidade. O Deputado Rossano relatou que foi procurado pelo Deputado Federal Vieira da Cunha, que manifestou a necessidade de possibilitar aos Prefeitos, uma discussão mais profunda sobre a matéria, porque a faixa estabelecida engloba cento e cinqüenta quilômetros da fronteira, abrangendo com isso, mais da metade do Rio Grande do Sul, dificultando as reivindicações daqueles que estão próximos daquelas Regiões. Nada mais havendo a tratar foi encerrada a reunião e, eu, Agenor José Maciel, Secretário da Comissão, lavrei a presente Ata que, depois de lida e achada conforme, vai assinada pelo Senhor Presidente e por mim.

Deputado ROSSANO GONÇALVES,Presidente da Comissão do Mercosul eAssuntos Internacionais.

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Agenor José Maciel, Secretário da Comissão.

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Comissão Mista Permanente do Mercosul e Assuntos Internacionais

ATA Nº37

Aos três dias do mês de dezembro do ano de dois mil e sete, às quatorze horas, reuniram-se na Sala João Neves da Fontoura, terceiro andar da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em

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audiência pública, os Deputados Rossano Gonçalves, Presidente da Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais; Edson Brum, e Berfran Rosado, membros titulares, e Deputados José Sperotto e Paulo Azeredo, objetivando, com a participação da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, analisar o Projeto de Lei nº 2275/2007, que altera os limites da faixa de fronteira. Estavam presentes os Deputados Federais Matteo Chiarelli, Autor do Projeto; Vieira da Cunha, Relator do Projeto e Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional; e Germano Bonow; Nelson Proença, Secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais; Henrique Edmar Knorr Filho, Prefeito de Jaguarão; Bruno Silva Contursi, Prefeito de Itaqui; Hamilton Silvério Lima, Prefeito de Chuí; Carlos Cesar Dinon, Prefeito de Porto Mauá; Pedro Fröhlich Neto, representando o Ministério das Relações Exteriores no RS; João Luis Abbott, representando o Gabinete da Governadora; Irajá Andara Rodrigues, ex-Prefeito de Pelotas e ex-Deputado Federal; Luís Gilberto de Almeida Risso, Francisco Azambuja Barbará e Mauro Brum, Vereadores de Uruguaiana; Washington B. Lucas, Presidente da Câmara de Vereadores de Aceguá; e entidades representativas da Região da Fronteira. Dando início aos trabalhos o Deputado Rossano passou a palavra ao Deputado Vieira da Cunha que explicou que o Projeto de Lei visa modificar a legislação em vigor, no que tange a abrangência da faixa de fronteira, tendo sido despachado para a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, a qual preside e onde caberá a relatoria. Disse que avocou para si a relatoria dada à importância da proposta para o Rio Grande do Sul, uma vez abranger quase duzentos municípios gaúchos que sofrem com a falta de investimentos, entendendo que as empresas localizadas nessas regiões enfrentam graves entraves burocráticos. Informou que objetiva votar o Projeto, antes do recesso da Câmara dos Deputados, que tem início no dia vinte e dois de dezembro. O Deputado Matteo Chiarelli rememorou que a faixa de fronteira foi editada dentro do espírito doutrinário do regime militar que experimentamos até meados do século passado, atualmente, a manutenção do texto traduz-se em um anacronismo, do ponto de vista político, e em verdadeiro paradoxo, no plano econômico. “O processo de integração pressupõe o princípio da liberdade de circulação e, por essa razão, o desenvolvimento do país não pode prescindir de inversões de capital privado, especialmente, na zona de fronteira, onde a vizinhança geográfica há de se compatibilizar com o fluxo de capital”. Mencionou que a faixa de fronteira de cento e cinqüenta quilômetros é muito extensa para os dias atuais, uma vez que a densidade demográfica nessa região mudou de forma substancial, desde a edição da Lei, principalmente na Região Sul, e que os vizinhos do Mercosul não fazem exigências similares aos estrangeiros, motivo racional para reduzir a distância da faixa interna para cinqüenta quilômetros. “Conservar essa lei como está no texto original é o mesmo que vetar qualquer investimento estrangeiro, em projetos agroindustriais. A integração possui três pressupostos: a paz, porque a fronteira é a porta de entrada e onde se motiva a união; o regime de mercado, porque baseado na livre iniciativa, e através do jogo justo de mercado, é fundamental que a fronteira seja permeável, permitindo o livre fluxo de capital, visando gerar emprego e renda e, com isso, girar a economia; e o regime democrático, porque a circulação de idéias e pessoas se faz primordial nesse processo”. A intenção, acrescentou, é a de incorporar à economia gaúcha quase quarenta e sete mil quilômetros quadrados que fazem fronteira com a Argentina e Uruguai, dos quais dois terços estão localizados na Metade Sul do Estado, ressalvando que no texto proposto, existe uma graduação na faixa que varia entre cinqüenta e cem quilômetros de largura, conforme o local que está a fronteira. Informou que esse Projeto foi originalmente proposto pelo Deputado Federal Nelson Proença e inspirado pelo movimento político da Metade Sul liderado pelo Deputado Berfran Rosado, frisando que, frente ao exposto, necessitam focar dois pontos: atualizar a legislação e atrair investimentos, porque se no Mercosul existe uma troca de vinte e cinco bilhões de dólares, o tratamento da fronteira deve ser diferenciado e compensatório. “Caso contrário, além de estarmos concentrando os investimentos na capital do Estado, estaremos aumentando o empobrecimento desses municípios de fronteira, impondo as pessoas que se retirem de sua terra para migrarem para os grandes centros urbanos, cabendo aqui lembrar das Invasões Bárbaras, onde a riqueza se concentrava nas cidades, obrigando aos denominados de “bárbaros” a invadirem essas cidades, em busca de sobrevivência. O Sr. Hamilton observou que com a queda do dólar a fronteira ficou em situação de “verdadeiro abandono” e que o governo federal, quando se trata de setores como calçadista e têxtil, se propõe a socorrer de imediato, ao passo que esquece o drama pelo qual passa a população fronteiriça que precisa, com urgência, eliminar as barreiras, visando investimentos e coerentes competições. “O Uruguai tem dez zonas francas e o Brasil tem duas, sendo uma em Manaus e outra no Amapá. O que sobra para nós é que as pessoas que buscam os “free

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shopping”, normalmente se hospedam em nossos hotéis e se alimentam no Brasil. Quanto a exportação de balcão é necessária a isenção de impostos”. O Deputado Berfran discorreu sobre as características que o Rio Grande do Sul tem para a internacionalização, devendo criar mecanismos como “um porto de importação” e a cobrança de tributos, quando da exportação, visando equilibrar a balança. A Stora Enso, que aqui se faz presente, está enfrentando difíceis barreiras, como se nós não quiséssemos esses investimentos. Será que precisamos ser um colchão de proteção para o restante do país, enquanto o PIB fronteiriço é quase cinqüenta por cento inferior a média? A tendência entre os países que fazem parte de blocos econômicos é de abolirem essas faixas, como a Comunidade Européia, que não possui mais fronteiras e os países estão cada vez mais integrados”. O Deputado José Sperotto sugeriu a criação de zonas francas no lado brasileiro, assim como existem nos países vizinhos, acrescentando que, dado o conservadorismo, estamos mandando embora a Votorantim e a Stora Enso. O Sr. Nelson Proença argumentou que esse limite de faixa não pode passar a ser um entulho autoritário, devendo ocorrer graduações de faixas, conforme prevê o Projeto de Lei. Os Vereadores de Uruguaiana relataram que estão totalmente dependentes da cultura do arroz e que a maioria dos produtores estão migrando para a Argentina. “Por que estamos ficando fora desses investimentos de cinqüenta quilômetros além da fronteira? Éramos beneficiados, ainda, pelo governo federal. Vamos perder isso também? Para chegarmos na Argentina passamos por cinco barreiras e aqui não existe ninguém. Solicitamos que fosse revogada a aplicabilidade desse Projeto de Lei”. O Sr. Henrique declarou que, em Jaguarão, estão com a rede hoteleira lotada, mas que a solução está no comércio, apontando para o Projeto de Lei nº 1081, de autoria do Deputado Mendes Ribeiro Filho, que solicita o livre comércio na cidade, com a criação de uma zona franca em Jaguarão. “Estamos investindo em educação, através de cursos técnicos profissionalizantes, que beneficiam as cidades de Jaguarão e Rio Branco, possibilitando o estudo a vários estrangeiros. O Sr. Bruno comentou que, muitas vezes, são comparados aos nordestinos, embora exista uma grande diferença, pois aquela Região recebe amparo de todo o país, à medida que na fronteira o produtor está sendo exterminado, uma vez que, sequer insumos mais baratos podem ser adquiridos do Uruguai. “Realmente precisamos migrar para outros países do Mercosul deixando muito claro que não queremos subsídios e sim oportunidades iguais”. O Sr. Washington disse que, em Aceguá, gostariam de ter uma faixa de fronteira ao contrário, exemplificando que o Uruguai não produz um litro de petróleo, e o preço da gasolina é igual ao nosso. “É um absurdo Senhores que as pessoas nascidas nesse Município não consigam renovar seus títulos, porque moram a cinqüenta metros da fronteira e eu estou falando de oitenta e um por cento da população. O Mercosul foi muito bom para os países mas foi horrível para as fronteiras, nós perdemos noventa e cinco por cento das nossas vendas. E, com todos esses entraves, não custa lembrar a vocês que atendimento médico, quase não temos mais”. O Sr. Irajá registrou que o Rio Grande do Sul vive o seu pior momento, em decorrência da perseguição política com a Metade Sul. “Se uma metade fica com oitenta e dois por cento do PIB Estadual e a outra com dezoito, podemos dizer que, em medicina, isso se chamaria de acromegalia, onde por problemas hormonais, o corpo apresenta crescimentos desiguais, ficando diagnosticado que o paciente está realmente doente. O Deputado Edson Brum entregou aos Deputados Matteo Chiarelli e Vieira da Cunha, cópia de uma correspondência do Vice-Prefeito de Quaraí, Sr. Amilcar Pereira de Pereira, onde ele e lideranças do Município solicitam que não seja alterado o limite da faixa de fronteira, porém que seja excluída a proibição de instalação de novas indústrias. O Deputado Germano Bonow reforçou que, em uma reunião da Câmara de Comércio Brasil-Uruguai, foi constatado que o Brasil vendeu, em um ano, para eles, mais de um bilhão e duzentos mil dólares e nós compramos seiscentos mil dólares. “Nós não podemos esquecer que o Mercosul é um mercado e que isso é de interesse para o nosso país, bastando olharmos para a nossa balança comercial, apesar de ser ruim para os municípios de fronteira. Temos que ter essa realidade presente e buscar soluções para as regiões que estão sendo prejudicadas”. Finalizando o encontro o Deputado Matteo Chiarelli afirmou que com esse projeto quer vencer as desigualdades regionais, mas que para isso, se faz necessário conhecer as possibilidades não só de avançar, mas de entender que os limites se impõem pelas diferenças, uma vez que a economia, na fronteira, não é complementar, mas concorrente. Que a nossa região é a mais povoada e que a faixa deve respeitar essas idiossincrasias, tornando-se lógico qualificar a fronteira, através de compensações. “Se existem fundos compensatórios e não estão sendo aplicados, vamos corrigir essas distorções e não alterar o projeto, porque quando reduzimos a faixa para cinqüenta quilômetros, não estávamos pensando somente em Uruguaiana, Aceguá, Jaguarão e outros, mas no nosso principal objetivo que é o desenvolvimento regional”. Nada mais

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havendo a tratar foi encerrada a reunião e, eu, Agenor José Maciel, Secretário da Comissão, lavrei a presente Ata que, depois de lida e achada conforme, vai assinada pelo Senhor Presidente e por mim.

Deputado ROSSANO GONÇALVES,Presidente da Comissão do Mercosul eAssuntos Internacionais.

Agenor José Maciel,Secretário da Comissão.

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Comissão Mista Permanente de Participação Legislativa Popular

ATA Nº23

Aos doze dias do mês de setembro do ano de dois mil e sete, às onze horas e quinze minutos, na Sala João Neves da Fontoura – Plenarinho, 3° andar desta Casa, a Comissão Permanente de Participação Legislativa Popular realizou Audiência Pública para tratar de denúncias de servidores públicos estaduais, especialmente aposentados, que estão sofrendo descontos não autorizados em seus contracheques, provenientes de entidades representativas de classe. Foram convidados o Ministério Público Estadual, as Secretarias de Estados da Administração e dos Recursos Humanos, a Fazenda Pública, a Segurança Pública, o Banrisul, o Procon, o Fórum Estadual de Defesa do Consumidor, as Entidades de Classe envolvidas e os servidores. Abrindo os trabalhos, o Presidente João Fischer registrou a presença dos Deputados Adroaldo Loureiro, Álvaro Boessio, Edson Brum, Elvino Bohn Gass, Heitor Schuch, Marquinho Lang, Mike Breier, Paulo Azeredo, Paulo Brum, Sandro Boka e das Deputadas Leila Fetter e Zilá Breitenbach. De imediato, o Deputado-Presidente convidou as autoridades presentes para a composição da Mesa. O Presidente João Fischer informou que esta Comissão vem recebendo denúncias de descontos indevidos em contracheques de servidores públicos. Relatou que a primeira denúncia partiu da Senhora Anamaria Cypriano, colaboradora do Jornal NH, revelando através de seu artigo, intitulado “Safadeza pega”, publicado em 17 e 22 de agosto deste ano, no Jornal NH, de Novo Hamburgo. Destacou que a Jornalista informou posteriormente que um grupo de servidores de Novo Hamburgo que tiveram descontos indevidos em seus contracheques fizeram um Boletim de Ocorrência na Polícia de Novo Hamburgo. Continuando, o Presidente João Fischer ponderou que esta Comissão com base nesses acontecimentos, procurou atender de forma igualitária, dando voz e vez a todos os envolvidos, cumprindo sua função de ser um elo entre as pessoas que foram lesadas e as que foram mencionadas através de matéria jornalística pelo envolvimento deste fato. Assinalou que se encaminhará uma proposta de solução para sanar esses problemas, buscando os reais culpados, registrando que se buscaram matrículas, que são informações sigilosas, enfatizando que o assunto é sério e grave. Adiantou que protocolou um Projeto de Lei Complementar 335/07, exigindo que a autorização de descontos do servidor público em seu contracheque, só possa ocorrer mediante firma reconhecida em Cartório. Destacou a importância daquele momento pela oportunidade em que se poderia implicar uma culpabilidade ou a não-participação de alguma entidade mencionada nas matérias jornalísticas. A Senhora Anamaria Cypriano, aposentada e colaboradora do Jornal NH, agradeceu ao Presidente João Fischer a oportunidade de participar dessa Audiência Pública, tecendo breve relato histórico acerca das denúncias recebidas por ela e seu marido, em que algumas pessoas, servidores ativos e inativos do Estado do Rio Grande do Sul, se deram conta de descontos indevidos, não

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autorizados, em seus contracheques. Informou que assina uma coluna de opinião no Jornal NH, trabalho reconhecido por toda a comunidade de Novo Hamburgo. Registrou que seu marido telefonou para a Senhora Ângela Sarquiz, que trabalha na ante-sala da Governadora, denunciando o fato e indagando o que se poderia fazer. Informou que foram formalizadas as denúncias através de e-mail à Governadora do Estado, à Secretaria da Fazenda e ao Diretor do Tesouro do Estado, Doutor Matheus Bandeira, que lhe informou como eram feitas as inclusões na Folha de Pagamento das entidades que têm esse direito. Explicou que as entidades apresentam uma relação de servidores que estariam autorizando, de acordo com a Lei, um desconto em seus contracheques, acompanhados de identificação funcional e assinatura. Relatou que publicou artigo no Jornal NH, intitulado “Safadeza pega”, denunciando os descontos indevidos nos contracheques de servidores públicos que não autorizaram esse desconto. Garantiu que não assinou autorização para seguradora Roma, enfatizando que não aceita seguro por que considera o prêmio irrisório. Informou que promoveu reunião com 52 servidores lesados, no Colégio Estadual 25 de Julho, que requereram ao Secretário da Fazenda o bloqueio e a devolução dos valores, que foram indevidamente retirados dos seus contracheques e, a seguir, foram registrar a ocorrência na Delegacia de Novo Hamburgo, por se tratar de caso de Polícia. Manifestou apoio à iniciativa do Presidente João Fischer na elaboração de Projeto de Lei que determina que haja uma autorização com firma reconhecida em Cartório pelo servidor público, não digitalizada, não copiada e nem falsificada, para desconto na Folha de Pagamento. Entregou ao Presidente João Fischer uma cópia de todas as denúncias, com base nos e-mails que foram trocados por ela, com o Gabinete da Governadora e o Tesouro do Estado, com orientação de como se deveria proceder, denunciando na Exatoria; enviando um requerimento ao Secretário da Fazenda; a lista de presenças da reunião do Colégio Estadual 25 de Julho e documentos de pessoas que já receberam a devolução de valores descontados em seus contracheques. O Presidente João Fischer salientou que o Senhor Leonel Lucas, Presidente da Abamf/BM-RS, informou que havia descontos, também, do pessoal ativo. A Senhora Simone Goldschmidt, Presidente do Cpers, relatou que desde 1995 a entidade registra a ocorrência de descontos não autorizados em contracheques de professores estaduais. Asseverou que o Sindicato que preside fez denúncias especialmente de aposentados, informando que o núcleo de professores de Santana de Livramento registra diversos descontos indevidos, informando ingresso no Ministério Público. Alertou que os descontos eram esporádicos, em determinadas regiões e de variadas associações, explicando que de aposentados se torna mais fácil, porque, depois dos 40 anos a visão fica mais fraca e não conseguem enxergar muito de perto os abatimentos em seus contracheques ou nos extratos bancários. Registrou que na audiência com o Ministério Público em 09/11/06, foi solicitada uma reunião com a Secretaria da Fazenda, com o Secretário de Estado, Senhor Aod Cunha, mas não obteve resposta ainda. Relatou que uma professora que recebe 30 mil reais, com todos os descontos, ao final, acaba percebendo a quantia de 800 ou de mil reais, depois que houve a implantação de um novo sistema na Fazenda. Questionou como a Secretaria da Fazenda permite esses descontos, manifestando preocupação de que esteja havendo má fé na Secretaria da Fazenda, no Tesouro ou nas Instituições. Destacou que algumas pessoas reclamam e têm seu dinheiro devolvido, e outras que têm precatórios a receber, que são comprados por advogados, mostrando que também há disponibilidade de precatórios. O Senhor Érico Roni Corrêa, Presidente do Sindicaixa, ressaltou que se vivem tempos estranhos com “mensalões, macalões”, escândalos, crimes, estelionatos, falsificação de assinatura e de roubo. Registrou que em maio deste ano recebeu peritos em assinaturas, notando que muitos colegas foram lesados. Propôs que o débito do canal seja só feito com associações de sindicato, com um único desconto, que seria para a contribuição sindical. Informou que há um record de consignação em Folha de Pagamento de ativos de 27 bilhões emprestados pelos bancos, que tem a maior garantia aos capitalistas, que tiram do salário antes de o servidor receber. Louvou a manutenção do Banrisul público, porque é o canal onde o servidor público pode buscar seu socorro. Citou como exemplo a Portocred e de outros pseudo-representantes que estão por de trás das entidades, que são vinculadas à agiotagem, vendendo seguros que não existem e por representações que são reivindicadas pela própria mídia. O Senhor Salvador Arias Gonzales, Diretor-Presidente da Aeiergs, asseverou que sua entidade é honesta, reconhecida nacionalmente há 19 anos, diferente de outras de “fundo de quintal”, constituídas para tirar dinheiro de trabalhadores. Esclareceu que há dois anos vem recebendo telefonemas de pessoas, querendo saber o endereço da sua Entidade para agredir e fazer justiça com as próprias mãos, em virtude de confundirem a Aeiergs com a Aiergs da “Dona Regina”, que está de conchavo com a Corretora Condor. O Presidente João

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Fischer informou que a Reunião estava sendo gravada e, posteriormente, seria elaborada a Ata para servir como documento. O Senhor Luiz Augusto Ferreira, Diretor do Sindsepers, sugeriu que a Secretaria da Fazenda aprimorasse seu procedimento quanto aos descontos nas Folhas de Pagamentos, sob pena de se tornar conivente com qualquer tipo de falcatrua ou agiotagem, pois seu Sindicato está passando pelo processo rigoroso de recadastramento usando somente o desconto da contribuição associativa e, no entanto, lhe foi impingida uma série de exigências, questionando se são para todos e qual é o objetivo que se pretende atingir, frisando que as regras devem ser para todas as entidades sindicais regularmente instituídas. Solicitou que a Secretaria da Fazenda ajude a manter esses canais de descontos com os objetivos legais. O Senhor Jacques Barcelos Ortiz, Presidente da Assemergs, lembrou que milhares de Presidentes de Entidades Nacionais estavam no Congresso Nacional na época da Constituinte, lembrando quando foi pedido para incluir na Constituição o Artigo 8º, que assegurava aos sindicatos e às associações a livre associação e o Relator Adjunto Antônio Reis perguntou o porquê desta inclusão. Foi respondido que se estava saindo de uma ruptura para uma democracia futura e isto permitiria que as entidades sérias pudessem trabalhar em defesa dos servidores e funcionários públicos. Frisou que aos militares é proibida a sindicalização, por isso há associação de classe que tem a mesma equivalência dos sindicatos, com algumas exceções. Relatou que na Constituinte Estadual se colocou no Artigo 27 os mesmos termos. Informou que as associações são profundamente fiscalizadas pelo Ministério Público, com recadastramento rigoroso pela Secretaria da Fazenda, verificando que houve muitas tentativas para desestabilizar as associações. Afirmou que agora há a proposta, que não é nova, para que as entidades apresentem uma procuração em Cartório, perguntando quem vai pagar essa despesa. Apresentou algumas codificações como a Companhia de Seguros Generali, União de Previdência do Bradesco, Sul América, questionando a representatividade destas instituições, lembrando que, também, os Partidos Políticos têm código de desconto no Tesouro do Estado. Citou que o BMG é o maior consignatário da história no Brasil e discordou da Senhora Simone Goldschmidt, Presidente do Cpers, afirmando que as entidades sérias não se beneficiam das mensalidades. O Presidente João Fischer esclareceu que o documento registrado em Cartório com assinatura é muito simples e tem fé pública, pois se não houver mais rigidez, os servidores vão continuar com essa situação e alguém está se beneficiando e deve ser punido. O Deputado Mike Breier apresentou reflexão sobre o debate do Banrisul público, estatal, que é patrimônio dos gaúchos, afirmando que, concomitante a isso, está havendo, nas Prefeituras um debate sobre privatização das folhas dos servidores, em muitos Municípios que querem licitar as folhas para que não fiquem em banco público, porque os privados oferecem muito dinheiro. Destacou que há Prefeituras que receberam mais de seis milhões de reais pela cedência da folha, que não é gratuita com isenção durante um tempo, tudo é cobrado depois. Asseverou que esse debate não pode acabar com entidades e associações sérias, que defendem a classe trabalhadora e os servidores públicos, afirmando que foi Professor, servidor público. Discorreu sobre intervenções importantes na defesa daqueles que foram lesados, salientando a questão Cpers que por 12 anos ainda não houve uma solução. Questionou o que será feito aos que não reclamaram, quem fará o ressarcimento, frisando que deve ser feito com juros e correção monetária, sugerindo o rastreamento pela Justiça, pela Promotoria, de alguma forma para se saber por que havendo reclamação, ato contínuo é ressarcido imediatamente. Parabenizou o Presidente João Fischer pela iniciativa desta Reunião e a Professora Anamaria Cypriano pelas denúncias. O Senhor Leonel Lucas, Presidente da Abamf/BM-RS, comunicou que estava juntamente com sua entidade, que tem 45 anos de existência, acampado em frente ao Palácio do Governo, reivindicando o ingresso de 1487 concursados na Brigada Militar. Destacou que sua entidade não tem Alvará de Licença exigido pela Secretaria da Fazenda, portanto, irá perder o canal, cancelando os descontos. Divulgou a morte de um PM por atropelamento, que não tinha seguro e tiveram que juntar dinheiro para pagar os funerais da vítima. Informou que a maioria dos Brigadianos têm seguro do MBM e talvez dê para comprar um caixão. Afirmou que a reivindicação de entidade começa pelo associado e não pelo Governo. Relatou que foram feitas denúncias de descontos indevidos ao Ministério Público. O Senhor Paulo Sebastião Olympio, Presidente da ASJ-RS, ressaltou que as entidades sérias procuram responder às demandas dos seus associados, viabilizando através do trabalho organizado, melhores condições para os servidores, no caso de cooperativas na prestação de serviços. Alertou que as entidades sofrem assédios de maus empreendedores, que vêm com propostas mirabolantes, que são refutadas, quando não são boas. Informou que a Entidade passou por novo recadastramento exigido pela Secretaria da Fazenda. Ressaltou que o desconto em folha visa o benefício ao funcionário. Informou

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que foi feita denúncia no Ministério Público de pessoas que foram lesadas com descontos não autorizados. Lembrou que 1989, nesta sala, com os Deputados constituintes foi negociado os descontos em folhas de pagamentos de servidores na Constituição Estadual, com inúmeras entidades presentes. Defendeu que se faça uma profunda investigação para saber quem são os atravessadores, que estão entrando nesse mercado, aplicando o Código Penal àqueles que devem ser punidos e o Civil para indenizar os lesados. O Senhor Paulo Sérgio Costa da Costa, Presidente da Abojeris, registrou que sua entidade completou 50 anos em 2006, lembrando que nem todas as entidades que participam desta Reunião têm algum tipo de falcatrua. Informou que são detentores do canal 660, perante o Poder Judiciário do Rio Grande do Sul. Alertou para que se possa manifestar algum tipo de acusação é necessário que seja feita formalmente como manda o procedimento processual. Afirmou que as entidades presentes representam muito bem os segmentos dos servidores e têm um trabalho muito grande na socialização desses servidores. O Senhor Antônio Geraldo Henriques, informou que atualmente preside o GBSR, ressaltando que não existe nenhuma denúncia envolvendo a entidade que dirige. Registrou que como foi Presidente da Absdaer por mais de 20 anos, recebeu denúncia do Senhor Gilson Nunes da Rosa, Funcionário Público da Polícia Civil, de que estava sendo descontado de seu contracheque um empréstimo da Absdaer, informando que não era sócio e não solicitara nenhum empréstimo. Decidiu, então, fazer uma pesquisa junto à Secretaria da Fazenda, cujo canal foi deferido para mensalidade social, rancho e farmácia, sendo indeferido para empréstimo pessoal e seguro. Lembrou que a denúncia foi feita em 2005 e em 2007 a Secretaria da Fazenda arquivou o processo. Informou que foi procurado pelo Senhor Telmo Saldanha, ocasião em que na presença do Senhor Nelson Rosa Pires, no escritório na General Vitorino, 180, lhe propuseram operar um trabalho de prospecção de associados para o GBSR, nos códigos de mensalidade social e empréstimo pessoal e este último não passaria pela sua Entidade, sendo feito diretamente no seu escritório. No entanto, devido à cobrança de uma taxa muito alta, com juros acima do mercado, a proposta não foi aceita, lamentando que mais tarde a Absdaer tenha firmado um sistema de parceria com o Senhor Telmo Saldanha, para empréstimos e seguros, embora o canal não permitisse. O Senhor Paulo Eduardo Ramos, Advogado da Coopsergs, informou que estava presente para esclarecer os descontos indevidos não autorizados, frisando que tinha toda documentação para comprovar os descontos, pois disse que sua entidade é fiscalizada e auditada a cada seis meses pelo Banco Central. Mencionou a matéria da Senhora Anamaria Cypriano, citando que sua colega tinha desconto indevido desta entidade. Registrou que sua entidade não poderia ser citada sem antes de ser consultada. Salientou que a entidade pode ser procurada na Rua Doutor Flores, nº 307, 5º andar para o esclarecimento de dúvidas, pois há documentação para provar qualquer desconto. Ressaltou seu apoio ao Projeto de Lei Complementar do Presidente João Fischer, que prevê que o servidor público para ter algum desconto deve reconhecer firma em Cartório, para que não haja especulação por parte de outras entidades em seu salário. O Senhor Acyr Porciúncula Costa, Presidente da Absdaer, afirmou que a entidade foi enganada por um gerente comercial ou pela empresa que faz seguros e que precisará procurar os culpados para lhes processar. Ressaltou que no momento em que tomou conhecimento do fato registrou na Polícia, frisando que serão devolvidos todos os descontos às pessoas lesadas. Desabafou, dizendo que largaria toda sua vida de 34 anos no DAER à disposição da Polícia, Promotoria e outros. O Senhor Eugênio Corrêa Costa, Advogado da Absdaer, declarou que gostaria de saber o que está acontecendo, pedindo para ouvir o Senhor José Laureano Pereira, responsável pela implementação dos descontos. O Senhor José Laureano Pereira, apresentou-se como funcionário da Absdaer, responsável pela implantação do sistema na Entidade, afirmando que ela possui canal e código para empréstimo e fez contrato com uma corretora para ampliar o seu quadro de associados, frisando que todos os descontos efetuados estão amparados por autorizações dos servidores e se irregularidades ocorreram, é necessário que se investigue. Afirmou que todos os empréstimos efetuados pela “Empréstimos Telmo Saldanha Corretora” são registrados em Cartório. Aludiu à ação na Justiça em função de aumento salarial da Lei Britto, que deveria ser implantado para todos os sócios. Informou que outra corretora “Caumar ou Fortinseg” foi contratada só para o plano associativo. Salientou que recebia as informações das corretoras, que é fiel depositário das fichas, e que por meio magnético eram implantadas no sistema e da mesma forma enviadas ao Tesouro do Estado. O Presidente João Fischer indagou ao Senhor José Laureano Pereira, como teve acesso às matrículas e cadastros dos servidores, perguntou, também, qual foi o aumento de associados nos últimos anos. O Senhor José Laureano Pereira respondeu que não tem acesso às matrículas e cadastros, revelando que a associação possuía dois mil

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associados e, atualmente, este número gira em torno de 16 ou 17 mil. Disse, ainda, que a entidade tem diversos canais de descontos, tais como mensalidades, empréstimos, seguros, compras, farmácia, entre outros e que todos estão credenciados junto à Secretaria da Fazenda. Ressaltou que o DAER tem aproximadamente mil servidores. Informou que a Entidade tem sede em Santa Maria, Pelotas, São Francisco de Paula, Santa Cruz do Sul, Montenegro, Charqueadas, salientando que se poderia ter trabalhado com corretoras que agiram de má fé, mas a Absdaer não agiu de má fé. O Deputado Paulo Azeredo perguntou ao representante do MBM - Previdências e Seguros se existe modelo de autorização expressa da Secretaria da Fazenda para esses canais de descontos, aludindo a uma apólice do Bradesco, divulgada na imprensa. Indagou se o Montepio da Brigada Militar – MBM é dirigido pelos ativos ou reservas da Brigada Militar e se os Conselhos eram remunerados e qual o valor da remuneração e a freqüência das reuniões. O Coronel Jorge Luiz Oliveira Flores, Presidente do MBM, registrou que a entidade estava há 57 anos em atividade no mercado, com atuação em 23 Estados do País. Assegurou que se trata de uma entidade privada que realiza seguros, previdências e pecúlios, oferecendo opções aos associados com cadastro autorizado, que se estendeu com duas formatações: a MBM Previdência que é uma entidade sem fins lucrativos e a MBM Seguradora S/A, que cresceu, passando a atuar em todo o mercado, notadamente na área da Segurança Pública e, atualmente, com todo o funcionalismo público. Informou que para se conseguir um empréstimo no MBM, tem que ser obrigatoriamente associado, cadastrado, com todas as autorizações em dia. Lembrou a questão específica da apólice da Bradesco Seguradora que a MBM encampou, explicando que existem três pontos básicos numa apólice: o estipulante que é dono da apólice, que normalmente é uma entidade, neste caso a Afocefe, uma corretora e uma seguradora. Esclareceu que a Bradesco Seguradora notificou à corretora não ter mais interesse em permanecer com esta apólice, cabendo ao estipulante acionar o seu corretor a buscar outra seguradora. Ressaltou que no momento em que foi encampada essa apólice, expediu-se o certificado, em 30 dias, e após, se implantou o desconto. Ressaltou que a Bradesco havia renunciado a esta apólice e que não poderia fazer o desconto, reconhecendo seu erro, informando que já está fazendo o estorno. Revelou que a duplicidade do desconto ocorreu em julho ou agosto. Informou que o MBM são duas empresas, com Conselho Deliberativo, com oficiais da ativa e da reserva, sendo que o MBM/SA só é composto por reservas, recebendo jetons no valor de 2.800 reais mensais, reunindo-se duas vezes por mês, ou extraordinariamente. Respondeu que o Conselho Deliberativo não tem gestão e a Lei impede que o oficial da ativa ocupe um cargo com gestão. O Presidente João Fischer informou que a denúncia sobre a apólice da Bradesco não era de conhecimento da inicial da Audiência Pública. O Deputado Paulo Azeredo mostrou sua indignação ao saber que, somente em duas reuniões mensais, os membros do Conselho Deliberativo do MBM percebiam a quantia de 2.800 reais, enquanto que o policial da ativa que trabalha na rua recebe 800 reais. O Coronel Jorge Luiz Oliveira Flores, Presidente do MBM, respondeu que por se tratar de uma entidade privada é livre para decidir a remuneração dos seus Conselheiros, só prestando contas aos seus associados. O Deputado Paulo Azeredo solicitou à Senhora Simone Goldschmidt, Presidente do Cpers, cópia do contracheque da Professora citada que percebe 30 mil reais e com os descontos ficam somente 800 reais mensais. O Presidente João Fischer comunicou que recebeu a informação de que Segurinvest é o nome da corretora apontada pelo Senhor José Laureano Pereira, representante da Absdaer. O Senhor José Laureano Pereira, representando a Absdaer, aludiu à proposta para que os descontos funcionassem com requerimento em Cartório, esclarecendo que os descontos de qualquer código são liberados automaticamente, desde que tenha autorização. Explicou que no momento em que o servidor pede o cancelamento do desconto na Secretaria da Fazenda ou em sua repartição, o código é bloqueado e para incluir outro desconto naquele código o servidor tem que solicitar autorização para o desbloqueio ou uma negativa de bloqueio. Apresentou a idéia de bloquear todos os primeiros descontos, sendo que os que já estão implantados deveriam continuar e os que quiserem liberar para descontar o Absdaer devem ir à Secretaria da Fazenda pedir o desbloqueio. O Senhor Roque Cypriano, Professor Estadual aposentado, referiu-se à Absdaer, indagando qual foi o montante desta arrecadação até agora, pois segundo informação em um mês a entidade passou para 22 mil associados e calculando o montante desse volume aplicado quanto teria rendido, frisando que esse resíduo tem que ser devolvido também. Finalizando, pediu a responsabilização de quem tomou essa iniciativa leviana. O Doutor Daniel Sperb Rubin, Promotor de Justiça do Ministério Público Estadual, relatou que recebeu, há 20 dias, da Secretaria da Fazenda o pedido de investigação criminal sobre os descontos indevidos. Informou que após exame, constatou-se a

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possibilidade de estelionato, falsidade ideológica, falsificação de documento, talvez formação de quadrilha, sendo encaminhado ao Departamento de Polícia Metropolitana, na 17ª Delegacia de Polícia da Capital, requerimento de instauração de inquérito policial. Ressaltou que, por tudo o que foi revelado nesta Audiência, as coisas não são claras e a investigação demandará muito trabalho por parte da autoridade policial, pois a coisa é grande, espalhada, pulverizada, informando que dará início ao processo de responsabilização penal dos envolvidos neste estelionato, quando receber o inquérito com as informações necessárias para a instauração de um processo. Declarou que considera o sistema de controle falho, ressaltando que um pouco a mais de burocracia evitaria a continuação desses desvios e, também, sugeriu que a Secretaria da Fazenda enviasse correspondência para todos os Servidores Públicos Estaduais, até mesmo, àqueles que não sabem que tiveram descontos em seus contracheques. Afirmou que o ressarcimento dos descontos deve ser feito até para aqueles que não reclamaram. O Doutor Alexandre Lipp João, Promotor de Justiça, ressaltou que atua na área de Promotoria em Defesa do Consumidor e Apoio Logístico do Estado, enfatizando que se está investigando, desde 2000, diversas entidades, corretoras e outras pessoas jurídicas que se envolvem nessas operações irregulares, com nítida má fé, falsificações, preenchimento abusivo de documentos, falta de autorização prévia para descontos, entre outras. Informou a existência de três Ações Civis Públicas, lembrando que algumas tiveram o primeiro percalço processual que foi a superação da discussão de que o Ministério Público poderia ser parte legítima para estar a frente dessas ações, já que, em princípio, deveria o próprio servidor individualmente buscar seus direitos. Aludiu a processos no Judiciário que se arrastaram para reconhecer a legitimidade ativa do Ministério Público e a importância da tutela coletiva para a proteção do consumidor e servidor público ativo ou inativo. Citou ações que estão tramitando, uma na 1ª Vara da Fazenda Pública Processo nº 10502560006, que tem como réus a Gpter, a Portocred, a Selle e Saldanha Corretora de Seguros Ltda, a Facta Corretora de Seguros e o Estado do Rio Grande do Sul; outra na 16ª Vara Cível que trata desta questão de abusividades desses canais de consignação de descontos tem como réus a Afafe, Bic Bancos, Processo nº 10523184739; outra contra corretoras sobre descontos indevidos, investigadas pelo Ministério Público, também, levadas ao Judiciário sendo feito o cancelamento do canal de consignação, especialmente, para uma entidade de classe, que lamentavelmente, acatando a decisão judicial, houve uma cassação desta liminar que restabelecia os descontos, a pretexto de que não se poderia a título de tutela antecipada cancelar os descontos; contra a Abemose, Selle e Saldanha Corretora de Seguros Ltda e Banco Santander, Processo nº 10502225282, que tramita na 16ª Vara Cível. Informou que empresas privadas, instituições financeiras têm acesso a matrículas, facilitando esses canais, tornando o servidor refém. Observou um grave problema, em que muitos servidores, no preenchimento dos documentos dos contratos assinam em branco, não tem informação, não se sabe o sujeito da relação, ocorrendo práticas abusivas, afirmando que essas entidades, num primeiro momento, atraem o servidor, depois ele virá refém. Ressaltou que não há transparência nas transações com os servidores e entidades, devendo haver uma reparação de danos morais e patrimoniais. O Presidente João Fischer afirmou que repassaria todo o material juntamente com a documentação à Secretaria da Fazenda. A Senhora Lenise Carvalho, Assessora Jurídica da Aiergs, aludiu à denúncia no Jornal NH citando o nome de sua entidade, afirmando que foram envolvidos injustamente. Declarou que em 30/08/07, em matéria sobre os descontos indevidos em folha, divulgados pelo Jornal do Comércio, consta que a Secretaria da Fazenda estava investigando, assinalando que a Aiergs encaminhou os contracheques a essa Secretaria que analisou os dados e, até o momento, não foram encontradas irregularidades. Ressaltou que as possíveis assinaturas alteradas, se houver prova disso, a Aiergs tem a documentação e fará as investigações cabíveis. Questionou como as corretoras têm acesso às matrículas dos Servidores Públicos do Estado, porque a Entidade não possui. O Presidente João Fischer registrou que o Primeiro Tenente Dilson Paulo Hahn, de Campo Bom, informou que tem desconto da Aiergs, portanto, essa entidade ampliou sua atuação, também, para a classe de Brigadianos. O Senhor Mateus Affonso Bandeira, representando a Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul, agradeceu ao casal Cypriano que com muita determinação levaram adiante esse processo de denúncias de descontos indevidos nos contracheques dos servidores públicos e o material entregue por eles está sendo muito útil nas investigações. Informou que os canais de consignação estão previstos na Constituição Estadual, no Artigo 27, para permitir que as entidades associativas e sindicais pudessem efetuar, diretamente, na Folha de Pagamento, os descontos relativos à mensalidade dos seus associados. Ressaltou que mais tarde foi regulamentado pelo Decreto 43.337/2004, que disciplina os canais de

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consignação e quem pode usufruir deles, a Concessão dos canais às entidades signatárias, os procedimentos que devem ser adotados pelos órgãos consignantes, que no caso, é a Secretaria da Fazenda, que opera os descontos. Lembrou que os consignatários podem ser entidades de previdência social, estadual, pensão alimentícia, destacando que o Banrisul é a única instituição bancária que possui canal de consignação; os sindicatos e associações dos servidores públicos, as federações dos sindicatos, cooperativas de consumo fechadas, cooperativas de crédito, inclusive os Partidos Políticos notadamente registrados. Salientou que existem normas para as entidades desde que preencham os requisitos, formulários para cada tipo de desconto, necessários relativos à documentação básica exigida e a entidade passa a ser seu fiel depositário. Observou que há uma porta aberta para o canal de consignação, porque não há como verificar a autorização do servidor, só quando há reclamações. Afirmou ter conhecimento do crescimento de descontos em folha que vinham ocorrendo para a Absdaer e que, desde julho deste ano, a Secretaria cancelou os descontos para a entidade, pois mantinha um nível de descontos de sete mil e de abril para maio subiu para 22 mil. Informou que no mês de abril recebeu mais de 100 reclamações de descontos indevidos nos contracheques, sendo solicitada à entidade a comprovação de documentos, e foram apresentadas identidade, CPF, cópia de assinatura digitalizada, mas não originais. Informou que foi feita uma medida cautelar suspendendo os descontos para todos e a entidade entrou em juízo obtendo uma liminar. Observou que os descontos foram para a grande maioria dos aposentados do Magistério e nem todos notam o desconto de 19 reais e 90 centavos, porque retiram o contracheque em agências de repartição pública. Informou que através da Procuradoria-Geral do Estado entrou com uma medida de agravo de instrumento e desde julho não é feito o repasse à entidade, anunciando que a Secretaria da Fazenda reteve os valores e repassará aos servidores, assim que forem constatadas essas irregularidades. Salientou que foram enviados ao Instituto Geral de Perícias, os documentos para apurar as irregularidades. O Presidente João Fischer sugeriu que a Secretaria da Fazenda comunicasse a todos os Servidores Públicos Estaduais, ativos e inativos, informando da ocorrência de descontos indevidos, com objetivo de fazer um levantamento de todos os servidores que foram lesados e, também, para responsabilizar as entidades que os lesaram com descontos não autorizados. O Senhor Mário Coral Sanseverino, Coordenador do Procon – RS, mencionou que há falta de informação dos servidores ativos ou inativos em relação aos descontos indevidos, seja em contracheques ou na conta corrente. Ressaltou que os descontos são de empréstimos, aquisição de produtos que são vendidos através das associações, manifestando preocupação com a saúde financeira, física e psicológica do servidor, que muitas vezes fica ameaçada. Informou que tem havido uma média de 120 atendimentos por dia, sendo quatro reclamações de descontos indevidos em contracheques pelas entidades associativas, que agem como verdadeiros representantes prepostos de empresas para oferecer produtos e serviços de intermediação financeira. Registrou que se for esgotada essa capacidade nos contracheques, essa continuidade de descontos são repassados, diretamente, para a conta corrente ou através de cheques pós-datados. Exemplificou o caso de um servidor que fez um empréstimo pessoal, pagando dois mil e duzentos reais por mês, num plano de 64 meses, totalizando aproximadamente nove mil reais, disse, ainda, que esta pessoa não retornou mais ao Procon, para entregar os documentos e a entidade associativa não forneceu a documentação. Referiu-se ao aporte de informações, que preocupa muito ao Procon, em relação ao banco de dados das entidades, que essas informações são passadas de forma indevida para empresas, atendendo interesses, evidentemente, de ordem financeira, com uma situação de uma forma associativa transversal, que deve ser proibida. Salientou que se o servidor esgotar o endividamento naquela base, buscará em outra entidade representativa para alavancar mais recursos para satisfazer as suas necessidades, assinalando que não é surpresa, quando se vê um contracheque em que os descontos são superiores a 60% do líquido recebido pelo servidor com origem e respaldo nas bases associativas. A Senhora Andréa Soares Cabral, Ouvidora do Banrisul, salientou que há débitos em conta no Banrisul, que trabalha com o modelo contratual, em que muitas vezes, o cliente reclama que não autorizou o débito, logo é pedido à empresa que, imediatamente, comprove os aceites, se não houver comprovação, é devolvido o desconto com juros e correção monetária e se cancela o convênio. Afirmou que pedir em Cartório uma comprovação das assinaturas vai trazer mais ônus às pessoas que vão para um consignado, porque já estão endividadas, procurando mais um aporte de recursos. Ressaltou que se deve trabalhar com entidades, associações sérias e quem não for idônea o canal será fechado, talvez, melhore um pouco. Lamentou a ausência da Superintendência dos Serviços Penitenciários – Susepe, que ao tomar conhecimento do que está ocorrendo

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buscará um ônus para essas seguradoras pesadamente. O Senhor Pedro Thadeu Martins Contreira, Diretor do Departamento da Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos do Estado do RS, afirmou que a Secretaria não tem nenhuma ingerência, pois ela efetua registros no cadastro do sistema, de servidor, referentes a sua vida funcional, tais como vantagens, incorporações, aposentadorias, revisões e sem alterar valores. Parabenizou a iniciativa do casal Cypriano que divulgou notícias de encontro ao servidor, trazendo esse problema de forma muito consistente, desejando que a partir destes debates se possam construir mecanismos muito fortes para evitar que essas situações aconteçam. O Senhor Roque Cypriano, Professor Estadual aposentado, referiu-se ao Doutor Alexandre Lipp João, que falou acerca dos processos na Justiça que poderão ocorrer, solicitando que fossem conduzidos em bloco, alegando que as entidades querem fazer individualmente, para ganharem tempo. O Presidente João Fischer efetuou a entrega da documentação das denúncias, contendo contracheques dos servidores com descontos de várias entidades, aos Promotores do Ministério Público. Solicitou à Secretaria da Fazenda que enviasse aos servidores ativos e inativos, uma correspondência para esclarecer este assunto, asseverando que não se pode mais admitir que entidades que estejam cobrando ilegalmente essas contribuições continuem se locupletando indevidamente. Pediu, também, ao Ministério Público que continue a tomar as devidas providências para que se apure o ocorrido, colocando até na cadeia os responsáveis por essas ações irregulares, porque se trata de furto e não se pode aceitar. Determinou à Secretaria desta Comissão que encaminhe pedido de audiência com o Procurador-Geral, Doutor Mauro Renner, com o Secretário da Fazenda Estadual, Doutor Aod Cunha, com o Secretário da Segurança Pública, Doutor José Francisco Mallmann, para encaminhar as denúncias e saber as ações cabíveis que estão sendo adotadas. Finalizando, o Deputado-Presidente, registrou a presença dos Senhores Promotores de Justiça Alexandre Lipp João e Daniel Sperb Rubin, ambos do Ministério Público Estadual; Pedro Thadeu Martins Contreira, Diretor do Departamento da Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos do Estado do RS; Matheus Affonso Bandeira, Diretor, Paulo Rogério Silva dos Santos, Procurador do Estado e Coordenador da Assessoria Jurídica, Paulo Rousselet Dulac e Guilherme Campos, ambos Técnicos do Tesouro do Estado, todos da Secretaria da Fazenda Estadual; Rosângela Guimarães, Inspetora de Ensino, e Vera Lúcia Dal Castel, Professora, ambas da Secretaria da Educação; Mário Sanseverino, Advogado, e Loriley Domingues, ambos Coordenadores do Procon/RS; Cláudio Luiz Martinewski, Juiz de Direito/Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul - Ajuris; Anamaria Cypriano, aposentada e colaboradora do Jornal NH; Roque Cypriano, Professor Estadual aposentado; Simone Goldschmidt, Presidente, Fernando Kieling e José Jorge Dotta, ambos Professores Aposentados sócios, todos do Centro de Professores do RS - Cpers, Luís Augusto Ferreira e Carlos Eduardo de Miranda Alves, ambos Diretores do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do RS – Sindsepegrs; Érico Corrêa, Delci Quevedo, João Antônio Araújo, João José Furtado, João Godoi, todos do Sindicato dos Servidores da Caixa Econômica do Estado do RS - Sindicaixa/RS; Ilma de Moraes, Assessora Administrativa do Sindicato dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas do Estado do RS - Sinapers; Paulo Sérgio Costa da Costa, Presidente, Ada Müller Rufino, Assessora, Débora Pisigodenske, Assessora de Imprensa, todos da Associação dos Oficiais de Justiça do RS - Abojeris; Paulo Sebastião Olympio, Presidente, Aguinaldo Sotto Mayor Prates, Secretário-Geral, Carlos Oliveira J. Neto, Tesoureiro-Geral, todos da Associação dos Servidores de Justiça do RS da ASJ/RS; Leonel Lucas, Presidente da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar – Abamf/BM-RS; Valmor Braga Simonetti, Presidente, e Eroni Numer, Diretor de Comunicação, ambos do Sindicato dos Agentes Fiscais do Tesouro do Estado - Sindaf; Elton Niedt, Diretor Financeiro do Sindicato dos Técnicos do Tesouro do Estado do RS – Afocefe; Acyr Porciúncula Costa, Presidente, Eugênio Corrêa Costa, Advogado, José Laureano Pereira, prestador de serviço, todos da Associação Beneficente dos Servidores do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem - Absdaer; Dália Sislaque, Funcionária Pública do Daer, associada à Absdaer; Paulo Eduardo Ramos e Adriana Alexandra Ramos, ambos Advogados da Coopertativa dos Servidores do Estado do Rio Grande do Sul - Coopsergs; Adriana Costa, Presidente do Sindicato dos Servidores Civis da Brigada Militar - Sindicivis /BM; Andréa Soares Cabral, Ouvidora do Banco do Estado do RS - Banrisul; Antônio Geraldo Henriques (ex-Presidente da Absdaer) e Valter Mendonça, Presidente e Diretor respectivamente, do Grêmio Beneficente dos Servidores Rodoviários do Estado – GBSR; Eloy Dias dos Ângelos, Conselheiro e Advogado da Associação dos Previdenciários e Servidores Públicos - Apresul; Jorge Luiz Oliveira Flores, Presidente, Gilberto Lima, Gerente de Produção, ambos do Montepio da Brigada Militar – Previdência e

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Seguros/MBM; João Batista Bonotto Neto, Presidente, e Vera Lúcia Lopes Machado, Vice-Presidente, ambos da Associação dos Servidores da Secretaria de Educação e Cultura – ASSEC; Jacques Barcelos Ortiz, Presidente da Associação dos Militares Estaduais do RS – ASSEMERGS; José Ronaldo Leite Silva, Diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no RS/SUL PETRO; Karla Costa, Secretária do Movimento das Donas de Casa e Consumidores do RS - MDCC; Lenise Carvalho, Advogada da Associação dos Inspetores de Ensino do Rio Grande do Sul – Aiergs; Salvador Arias Gonzales, Diretor-Presidente da Associação dos Engenheiros Inspetores de Caldeiras, Vasos sob Pressão e Equipamentos Correlatos do Estado do RS – Aeiergs; Selma Ferreira da Rosa, Diretora do Sindicato dos Técnicos Científicos do RS – Sintergs; Luiza Arregui Zilio e Maria Suzana Saccu da Silveira, ambas Orientadoras Educacionais, associadas à Aoergs – Associação dos Orientadores Educacionais do RS; Gisele Marchiori, Agente Administrativo e Sara Nazo Fernandes, Digitadora do Setor de Mensalidades, ambas da Associação dos Funcionários Públicos do RS - Afprgs; Andréia Costa, Assessora Jurídica da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo - Fase; Marco Aurélio Nunes, Jornalista, e Viviane Carneiro, Estagiária, ambos do Ministério Público Estadual; Maria Regina Dorneles Costa, Aposentada; Gilson Nunes Rosa, Funcionário Público da Polícia Civil, Cyrano de Carli Cardoso, Presidente do Partido do PP de Campo Bom; Maria Cristina Rocha, do Lar; José Mauro Oliveira, Funcionário Público da Polícia Civil; Vilson Mendonça, Funcionário Público; Zita Midi Steigleder, Professora Aposentada; Ruggardo Pedro Grub, Engenheiro Agrônomo Aposentado; Crespiniano A. Gonçalves e Roque Pedro Schmitz, ambos Aposentados. O Presidente João Fischer agradeceu a presença de todos e a reunião foi encerrada às quatorze horas e cinco minutos. Para registrar, lavrei a presente Ata que após lida e aprovada, será assinada pelo Presidente e por mim, Secretária. Deputado João Fischer,Presidente da Comissão de Participação Legislativa Popular.

Denise Maria Boaz, Secretária da CMPPLP.

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Comissão Mista Permanente de Participação Legislativa Popular

ATA Nº24

Aos vinte e seis dias do mês de setembro do ano de dois mil e sete, às onze horas e quinze minutos, na Sala Maurício Cardoso, 4º andar desta Casa, realizou-se a Reunião Ordinária desta Comissão, sob a presidência do Deputado João Fischer que registrou a presença dos Senhores Deputados Álvaro Boessio, Elvino Bohn Gass e Heitor Schuch. Dando início aos trabalhos, o Presidente João Fischer declarou aprovadas as Atas: 17/07(04/07/07), 19/07 (15/08/07) e 23/07 (12/09/07), ressalvando aos Parlamentares o direito de retificá-las, por escrito, se assim o desejassem, conforme dispositivo regimental. O Presidente João Fischer informou aos Pares que o Procurador-Geral de Justiça, Dr. Mauro Renner, recebeu em audiência esta Comissão no Ministério Público Estadual para tratar de denúncias de servidores públicos estaduais, especialmente aposentados, de que estão sofrendo descontos não autorizados em seus contracheques, provenientes de algumas entidades representativas de classe. Revelou que foram entregues cópias de documentos repassados a esta Comissão por Entidades para serem analisados pelo Ministério Público Estadual. Registrou que o Relatório deste encontro será entregue nos Gabinetes Parlamentares e, após, devidamente publicado pelo Departamento das Comissões. Agradeceu a presença de todos e encerrou

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a Reunião às onze horas e vinte minutos. Para registrar, lavrei a presente Ata que após lida e aprovada, será assinada pelo Presidente e por mim, Secretária.

Deputado João Fischer,Presidente da Comissão de ParticipaçãoLegislativa Popular.

Denise Maria Boaz, Secretária da CMPPLP.

Relatório da Audiência desta Comissão com o Procurador-Geral, Doutor Mauro Renner, no Ministério Público Estadual, para tratar dos descontos indevidos em contracheques de servidores estaduais.

Esta Comissão, presidida pelo Deputado João Fischer, foi recebida em audiência pelo Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral de Justiça, Doutor Mauro Renner, aos dezoito dias do mês de setembro do ano de dois mil e sete, às treze horas e trinta minutos, no Ministério Público Estadual, na Av. Aureliano de Figueiredo Pinto, nº 80, 14° andar, Torre Sul, para tratar das denúncias de servidores públicos estaduais, especialmente aposentados, de que estão sofrendo descontos não autorizados em seus contracheques, provenientes de entidades representativas de classe. O Presidente João Fischer destacou o apoio fundamental do Ministério Público Estadual neste processo, salientando que o fato é grave e precisa ser apreciado. Questionou como uma entidade passaria de dois para 22 mil associados de uma hora para outra, adiantando que é caso de Polícia, registrando que os servidores que não sabem dos descontos continuarão sendo lesados. O Doutor Alexandre Lipp João, Promotor de Justiça, entregou cópia da Portaria 048/2007, informando que foi instaurado Inquérito Civil para Investigar a Associação dos Inspetores de Ensino do Rio Grande do Sul – Aiergs, com a finalidade de apurar eventual lesão aos consumidores servidores, consubstanciada no desconto de seguro sem autorização; e Portaria 228/2007, informando que foi instaurado Inquérito Civil, com a finalidade de investigar a Associação Beneficente dos Servidores do Daer – Absdaer, a fim de apurar possível prática abusiva relativa a descontos em folha não autorizados, revelando que há três Ações em andamento ajuizadas no Poder Judiciário para que se reconheçam as irregularidades. Salientou que deve haver o bloqueio de canal e devolução de descontos aos lesados. O Presidente João Fischer comunicou que apresentou Projeto de Lei Complementar nº 335/2007, determinando que somente mediante autorização do servidor e com firma reconhecida em Cartório, poderá haver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros. Lembrou, ainda, que muitos inativos não têm contracheques, sugerindo que os descontos em folha dos servidores públicos tivessem um valor limite de sua remuneração. O Deputado-Presidente entregou documentos do Centro de Professores do RS – Cpers, cópias de contracheques com descontos da Absdaer. O Doutor Alexandre Lipp João, Promotor de Justiça, asseverou que algumas entidades faziam o papel de instituição financeira, sendo que muitas preenchem os requisitos e têm o canal. O Doutor Daniel Sperb Rubin, Promotor de Justiça, informou que recebeu expediente da Secretaria da Fazenda, onde estas irregularidades foram constatadas, encaminhando ao Ministério Público para análise da questão criminal. Assim sendo, foi enviado ao Departamento de Polícia Metropolitana, sendo instaurado inquérito policial na 17ª Delegacia, sob cuidados do Delegado Antônio Vicente Vargas Nunes. Registrou que os inativos não recebem contracheque e que deveria constar o alerta: “Confira seus descontos”. O Doutor Mauro Renner, Procurador Geral de Justiça, colocou o trabalho da Instituição à disposição para orientação e no que for necessário, informando que o Doutor Alexandre Lipp João é o Coordenador do Centro de Apoio da Defesa do Consumidor a nível nacional e o Doutor Daniel Sperb Rubin atua na área criminal. O Doutor Daniel Sperb Rubin, Promotor de Justiça, asseverou que o tipo penal para os descontos não autorizados cabíveis seria o estelionato e a formação de quadrilha. O Doutor Alexandre

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Lipp João, Promotor de Justiça, assinalou que o servidor fica refém dos descontos e que muitas entidades se promovem, os bancos ganham, e as corretoras são angariadores que sublocam e têm knowhow. O Doutor Victor Hugo Palmeiro de Azevedo Neto, Promotor de Justiça, disse acreditar ser importante levar os documentos ao Delegado, advertindo que a investigação não será simples. O Presidente João Fischer sugeriu audiência à Secretaria da Fazenda para levar a sugestão de que todos os servidores, ativos e inativos, sejam informados do que está acontecendo e instruídos a conferir seus contracheques. Agradeceu pelo pronto atendimento do Ministério Público Estadual, oportunizando o acesso da Comissão de Participação Legislativa Popular. x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x

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Comissão Mista Permanente de Participação Legislativa Popular

ATA Nº25

Aos vinte e quatro dias do mês de outubro do ano de dois mil e sete, às onze horas e quinze minutos, na Sala Maurício Cardoso, 4º andar desta Casa, realizou-se a Reunião Ordinária desta Comissão, sob a presidência do Presidente João Fischer que registrou a presença dos Senhores Deputados Álvaro Boessio, Edson Brum, Elvino Bohn Gass, Heitor Schuch, Marco Peixoto, Mike Breier, Paulo Azeredo, Paulo Brum e Sandro Boka. Dando início aos trabalhos, o Presidente João Fischer declarou aprovadas as Atas: 20(15/08/07), 21(22/08/07), 22(28/08/07) e 24(26/09/07), ressalvando aos Parlamentares o direito de retificá-las, por escrito, se assim o desejassem, conforme dispositivo regimental. Em Leitura de Expediente foram lidos os seguintes Ofícios recebidos: -Associação dos Moradores do Bairro São João solicitando apoio desta Comissão para agendamento de uma audiência com o Prefeito José Fogaça a fim de apresentar o Projeto CORLAC, que visa transformar a área física de 10 mil metros quadrados, em frente à SOGIPA, em um Centro de Lazer e Ação Social da Zona Norte de Porto Alegre. O Presidente João Fischer determinou à Secretaria da Comissão que elaborasse um Ofício para colher assinaturas dos Deputados integrantes deste Órgão e posteriormente encaminhasse ao Excelentíssimo Senhor Prefeito José Fogaça, com a reivindicação da Entidade. -Fórum de Defesa do Consumidor solicitando apoio e esclarecimentos desta Comissão para procedimento de elaboração de ante-projeto-de-lei de Iniciativa Popular. O Presidente João Fischer determinou à Secretaria da Comissão que providenciasse uma reunião de trabalho com o Gabinete de Consultoria Legislativa da Casa para atender à solicitação da Entidade. No período destinado à Ordem do Dia foi aprovado o Requerimento do Deputado João Fischer solicitando Audiência Pública Conjunta com a Comissão de Economia e Desenvolvimento para discutir os reflexos dos projetos do Executivo, denominado “Pacote Econômico”, em relação ao setor produtivo do Estado e à Sociedade Gaúcha. Deverão ser convidadas as Secretarias Estaduais da Fazenda; da Infra-Estrutura e Logística; do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais; o Vice-Governador; Prefeituras; Câmaras de Vereadores e outros órgãos públicos pertinentes, além de entidades representativas como a Famurs, Federasul, Fiergs, Fecomércio, Farsul, Fetag, Movergs, Embratur, Uvibra, Ibravim, Ugart, Abav, Asgav, Abramec, Assintecal, CDLs, ACIs e demais interessados. O Presidente João Fischer ressaltou que foi aprovado também pela Comissão de Economia e Desenvolvimento o seu pedido de Audiência Pública para discutir os reflexos dos projetos do Executivo, denominado “Pacote Econômico”, informando que o evento será em duas etapas, a primeira será em 31/10/07, que tratará da questão tributária e a outra em 07/11/07, que tratará da Lei de Responsabilidade Fiscal no RS. O Deputado-Presidente retirou da Pauta requerimento de sua autoria solicitando Audiência Pública para debater “O Estado que queremos”. A seguir, no período destinado aos Assuntos Gerais, o Presidente João Fischer comunicou aos Colegas que o prazo para envio do Processo do Informativo da Comissão terminava naquela sexta-feira, lembrando que se algum dos Parlamentares não havia encaminhado

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a sua participação, ainda haveria tempo. Em seguida, informou aos Pares que esta Comissão, juntamente com o Prefeito de Canela, Senhor Cleomar Port, foi recebida pelo Juiz Federal, Doutor Rafael Farinatti Aymone, em Caxias do Sul, para tratar da questão do “Aeroporto Regional das Hortênsias”, ocasião em que foram expostos ao Magistrado os prejuízos causados pelo impasse que impede o início das obras do empreendimento. O Presidente João Fischer asseverou que o Juiz, responsável pelo caso, mostrou-se receptivo às reivindicações, manifestando empenho em dar uma solução definitiva à questão no menor prazo possível. Informou que o impedimento da construção do Aeroporto na Região das Hortênsias se arrasta há mais de uma década, desde 2004, em função de uma Ação Civil Pública do Ministério Público Federal que discute de quem é a competência para o licenciamento ambiental da área onde será erguido o empreendimento. Registrou que o Prefeito de Canela mostrou-se otimista em relação ao futuro do projeto, pois a receptividade do Magistrado foi muito boa, trazendo expectativas de que a decisão seja breve. Agradeceu a presença de todos e encerrou a Reunião às onze horas e trinta minutos. Para registrar, lavrei a presente Ata que após lida e aprovada, será assinada pelo Presidente e por mim, Secretária.

Deputado João Fischer,Presidente da Comissão de ParticipaçãoLegislativa Popular.

Denise Maria Boaz, Secretária da CMPPLP.

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Comissão Mista Permanente de Participação Legislativa Popular

ATA Nº27

Aos trinta e um dias do mês de outubro do ano de dois mil e sete, às onze horas e quinze minutos, na Sala João Neves da Fontoura – Plenarinho, 3° andar desta Casa, a Comissão Permanente de Participação Legislativa Popular realizou Audiência Pública Conjunta com a Comissão de Economia e Desenvolvimento para discutir os reflexos do projeto do Executivo, denominado Pacote Econômico, no que se refere à Questão Tributária, em relação ao Setor Produtivo e à Sociedade Gaúcha. O Deputado Nelson Härter, Presidente da Comissão de Economia e Desenvolvimento abriu os trabalhos, registrando a presença dos Deputados Adão Villaverde, Adilson Troca, Adroaldo Loureiro, Alberto Oliveira, Alceu Moreira, Álvaro Boessio, Berfran Rosado, Edson Brum, Elvino Bohn Gass, Gerson Burmann, Gilmar Sossella, Heitor Schuch, José Sperotto, Mike Breier, Paulo Azeredo, Paulo Borges, Ronaldo Zülke, Rossano Gonçalves e das Deputadas Leila Fetter e Zilá Breitenbach, e convidando as autoridades presentes para a composição da Mesa. O Presidente João Fischer destacou que o objetivo da Audiência Pública era debater o Pacote de Medidas Tributárias, proposto pelo Governo, com a sociedade, buscando subsídios na iniciativa privada, nos setores produtivos, geradores da riqueza no Rio Grande do Sul, para orientar a decisão deste Parlamento nesse projeto que logo será votado. O Diretor da Receita Pública Estadual Júlio Cézar Grazziotin fez uma explanação sobre a situação financeira do Estado, apresentando o déficit, ajuste estrutural e realismo orçamentário, com reajuste tanto na área de despesa quanto na receita. Registrou que há 36 anos, o Rio Grande do Sul convive com um déficit estrutural e as fontes de seu financiamento

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esgotaram-se, surgindo endividamento, inflação e pior situação fiscal na comparação com outros Estados, apontando indicadores orçamentários e financeiros, e uma redução sistemática e perigosa do investimento público, comprometendo o desenvolvimento futuro. Asseverou que o déficit é um problema de toda a sociedade, o que acaba se traduzindo em falta de recursos para financiar saúde, educação, segurança, infra-estrutura, investimento em estradas, pagamento da folha dos servidores na integralidade, a ótima qualidade de vida da população gaúcha, construída pelas políticas públicas do passado, ameaçando seriamente a competitividade e o desenvolvimento do futuro, que dependem diretamente da resolução da crise estrutural das finanças e da recuperação da capacidade de investimento do Estado. Observou que o gasto público social e em infra-estrutura tem caído sistematicamente no Estado, perdendo posição no IDH desde 1980. Informou que o Rio Grande do Sul está em 4ª posição no Índice de Competitividade Estadual, mas está em 5º no bloco de infra-estrutura. Ressaltou que a qualidade de vida e a competitividade são altamente relacionadas e ambas dependem de investimentos públicos. Registrou que o déficit estrutural de R$ 1,5 bilhão aumentou para R$ 2,4 bilhões em 2007, apontando como causas a perda de R$ 700 milhões com as alíquotas de ICMS e aumento, de aproximadamente, R$ 1,0 bilhão com a folha de pessoal. Informou que a cobrança de IPVA cresceu 14% janeiro-julho em relação ao mesmo período de 2006. Outras medidas relevantes para o ajuste fiscal como o combate à sonegação com inteligência fiscal; adoção do Regime de Caixa, evitando a formação de dívidas e “prateleiras”; parceria com o PGQP em 11 órgãos e 25 processos, Publicação dos Relatórios de Execução Orçamentária bimestrais, conforme a LRF, de forma inédita no Brasil (transparência); veto aos aumentos dos servidores da Justiça e Defensoria Pública, Negociação com Banco Mundial para Programa de Reestruturação da Dívida IPO do Banrisul. Salientou que o déficit orçamentário de R$ 1,2 bilhão ainda remanescente, o superávit primário no primeiro semestre de 2007 (R$ 765 milhões) foi 166% superior ao superávit do primeiro semestre de 2006 (R$ 288 milhões), enfatizando que mesmo com a perda de receita e o aumento do gasto com pessoal, houve um enorme esforço do Governo na busca do equilíbrio orçamentário, com resultados positivos, mas insuficientes para solucionar o problema do déficit estrutural, permanecendo um déficit de R$ 1,2 bilhão, sendo que uma parte significativa do gasto público é incomprimível no curto e médio prazo, 52% do gasto com pessoal é com inativos, sendo o maior comprometimento com aposentadorias entre todos os Estados. Destacou que a carga de ICMS/PIB do Estado é uma das mais baixas do País, mesmo descontando as exportações (isentas), informando que, pela primeira vez na história, o Governo Estadual abre detalhadamente os benefícios fiscais à sociedade. O Senhor Paulo Tigre, Presidente da Fiergs, manifestou sua preocupação em se discutir o pacote e a economia do Rio Grande do Sul e aprofundar em todos os setores da sociedade, como saúde, educação, infra-estrutura, entre outros. Salientou que muitos setores estão passando por dificuldades, afirmando que haverá desemprego e que os empregos são prioritários, pois assim a economia será forte. Destacou que o agronegócio é isento de ICMS e que o Rio Grande do Sul é o segundo Estado exportador, passando por um processo de deteriorização. Assinalou que há uma guerra fiscal no País e que o imposto nos remédios é ridículo. Citou o exemplo do Paraná em que produtores de uva, geléia e vinho conseguem trabalhar e vender com baixa carga tributária. Lembrou que atrás de uma máquina há um trabalhador e que, em Santa Catarina, alguns produtos aumentaram a carga tributária, houve uma queda na arrecadação. Observou que não se tem força federal de um Deputado ou de um Senador em Brasília, pois o Rio Grande do Sul é a terceira Região em orçamento na Receita Federal. Afirmou que não se pode perder emprego e competitividade para melhorar o equilíbrio da economia do Estado. Apontou como solução a ex-Lei Kandir, que foi esforço de todos. Declarou que a entidade é contra aumento de impostos e que a transparência apontada pelo Governo do Estado não é satisfatória. O Vice-Governador do Estado Paulo Afonso Feijó manifestou sua posição contrária a aumento de impostos, entendendo ser necessário um claro debate para aproveitar parte do projeto, visando a reestruturação do Estado, reconhecendo o esforço da Governadora para zerar o déficit e reclamando da falta de transparência dos dados da Fazenda. Informou ser uma ignorância econômica comparar PIB versus ICMS, pois o Rio Grande do Sul é um Estado eminentemente exportador e agrícola, sendo que o consumidor é quem paga o ICMS na hora de comprar qualquer produto. Declarou que o ICMS se paga pela alíquota, a mais alta do País, garantindo que o Rio Grande do Sul é o que mais cobra em taxa de combustível, energia elétrica, produtos de higiene e limpeza medicamentos, bebidas, refrigerantes, alimentação, entre outros, frisando que é um “achaque” ao trabalhador e a quem consome. Advertiu que o Rio Grande do Sul cresce menos que São Paulo e Bahia e que as empresas estão deixando o Estado.

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Lembrou que aumentar impostos significa tirar o poder de compra e diminuir o desenvolvimento econômico, afirmando que há um problema financeiro, não econômico e que o Estado precisa ver a sociedade como um cliente. Colocou-se à disposição no Palacinho, apelando aos Deputados para que deixassem o trabalhador com o poder de compra, pois teremos desenvolvimento econômico ou perderemos a competitividade. O Senhor Júlio César Camerini, representando a ACI de Novo Hamburgo, destacou alguns dos mecanismos propostos que acabaram penalizando a sociedade gaúcha, como a limitação ao exportador, que é inconstitucional, porque pune o Setor Coureiro-Calçadista. Registrou que se importa couro porque o rebanho do Rio Grande do Sul não supre a demanda. Informou que o Setor Coureiro-Calçadista tem 40 mil postos de trabalho perdidos que, até agora, não foram recuperados e os seus técnicos estão sendo exportados. O Presidente João Fischer suspendeu a Audiência Pública para realizar a Reunião Ordinária. Reaberto os trabalhos, o Senhor Jorge Mattiello, Vice-Presidente da Movergs, ressaltou que o Setor Moveleiro é igual ao Coureiro-Calçadista. Questionou o que o Governo fará com a arrecadação do ICMS e como o Secretário da Fazenda resolverá os créditos do ICMS, que é custo e não vantagem. Asseverou que se quer contribuir com a arrecadação e com o aumento de produtividade, com uma cobrança justa. Sugeriu que o Governo negocie a cobrança da dívida ativa e os imóveis que o Estado dispõe para vender, ressalvando que quem não pode falir são as empresas e, não, o Estado, pois sem emprego não há economia. O Senhor Vergílio Frederico Perius, Presidente da OCERGS lembrou que com as medidas do plano, as cooperativas serão punidas com reflexos no setor dos transportes. Comentou que o Setor Agropecuário rejeita qualquer aumento de alíquota de ICMS. Salientou que o Governo deve buscar alternativas, como a venda dos imóveis, ter um forte controle sobre a sonegação de tributos e contrabando, podendo, também, privatizar a Folha de Pagamento. O Senhor Ronei Alberto Lauxen, Presidente do Sicaders, representando a agroindústria de suínos e bovinos, aves e leite, informou que o pacote da Governadora atingirá a agroindústria de forma linear em 30% de todos os créditos presumidos existentes na Legislação Estadual. Registrou que 50% do frango, metade do consumo gaúcho, é proveniente de outro Estado, alertando que não se tem mais competitividade para se vender no Rio Grande do Sul. Destacou que haverá um aumento de carga tributária em 60% da carga bovina e 71% em alguns setores, que vai retirar gente do campo. Ressaltou que a agroindústria é o elo da cadeia que se produz no campo, no caso do leite, deverá haver uma venda em 60% para outros Estados, observando que o consumidor compra qualidade com preço, portanto é preciso que haja a competitividade. O Senhor Carlos Alberto Agostini, Presidente do Sintaf, expressou contradições em relação ao pacote do Governo, advertindo que a política tributária com sua execução técnica merece contestação. Salientou que há grandes sonegadores no Estado e que a Secretaria da Fazenda necessita de uma reestruturação para cobrar dos devedores com mais eficiência. Declarou que a lista dos sonegadores está na Internet com a estimativa de 15% subiu para 23% o número oficial. Destacou que a Secretaria de Receita Estadual precisa ter melhores condições de trabalho para ser uma instituição forte. O Diretor de Relações Institucionais Celso Ridan Barcelos, do Fórum de Defesa do Consumidor, asseverou que cidadãos gaúchos simples, modestos contribuintes, estão indignados com o pacote tributário, ressaltando que deve haver uma mobilização para evitar a responsabilidade pelo pagamento do modelo de gestão. O Assessor de Política Agrícola Airton José Hochscheid, da Fetag, manifestou sua posição contrária ao pacote tributário, destacando que os setores produtivos, a agroindústria, a indústria em geral no RS serão afetados. Destacou que o setor primário, a indústria e a pecuária foram severamente punidos com aumentos de ICMS, justamente os segmentos que são o esteio do Estado, ressaltando que a questão do imposto presumido atingirá os produtores rurais e os agricultores. O Economista Marco Túlio Kalil , da Sinduscon, enfatizou que a carga tributária é elevada com um aumento de 60% e o contribuinte acabará pagando, tendo um aumento de 25% na energia, em telecomunicações, truncando a sociedade devido a uma incompetência governamental. O Senhor Rogério Martins, Vice-Presidente do Sindicato das Bebidas, informou que cervejas e refrigerantes geram oito mil empregos diretos, com um aumento de 16,7% de ICMS. Alertou que, em Santa Catarina, o imposto é baixo e por isso se perderá a competitividade regional. Advertiu que a sonegação é problema grave e que haverá um aumento dela na transferência de volumes, dependemos da malha logística, se aumentar a alíquota, haverá perda de volume. O Diretor da Receita Pública Estadual Júlio Cézar Grazziotin informou que a Secretaria da Fazenda combate a sonegação com poucos recursos. Salientou que o Estado tem a carga tributária mais baixa, de acordo com os interesses de cada um, ressaltando que os grandes sonegadores do Rio Grande do Sul precisam ser cobrados, informando

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que a lista dos devedores está na Internet. Afirmou ser necessária uma reestruturação da Secretaria da Fazenda. Solicitou aos Deputados e empresários que refletissem a favor de uma instituição forte, cobrando da população outras medidas nos setores produtivos. Ressaltou que o Rio Grande do Sul tem a questão cambial mais flexível e que o setor agrícola está desonerado, frisando que concorda com repasses de transferências em relação às importações. O Deputado Ronaldo Zülke asseverou que a crise agravou-se de uma forma gigantesca, adiantando que ao longo dos anos se perderam as oportunidades para enfrentá-la. Destacou que o Estado perde três bilhões pela Lei Kandir que tem que ser revista. Lembrou a campanha eleitoral da Governadora Yeda prometendo que não aumentaria os impostos, aludindo ao Jornal do Almoço de 14/08/2006 onde a candidata afirmava que jamais haveria aumento de alíquotas. Assinalou que o Governo, com esse pacote elevado à terceira potência, não vai resolver os problemas do Estado, e será uma “paulada” no povo gaúcho. Apontou caminhos que podem ser feitos como a renovação do Simples Gaúcho, diminuir os gastos com a dívida, combater a sonegação e reduzir os benefícios fiscais. Questionou qual é a motivação de uma política de desenvolvimento para o Estado, observando que são necessárias propostas concretas. O Deputado Alberto Oliveira lamentou que, no momento em que há uma ebulição econômica, o Rio Grande do Sul esteja decrescendo. Informou que o poder público nas estatais eram um peso para a sociedade, porém, já está ajustado e cumprindo seu papel, sugerindo que deveria haver um espaço para a atração de investimentos. O Deputado Adão Villaverde asseverou que o Rio Grande do Sul precisa de medidas firmes para enfrentar o desequilíbrio das contas públicas, para recuperar as funções públicas e adotar medidas que não seja transferir as responsabilidades de saúde, educação, segurança pública para o consumidor com aumento de impostos na forma do consumo. Destacou que a economia do Rio Grande do Sul está num caminho equivocado, devendo haver um enfrentamento da sonegação de impostos e aprovar, nesta Casa, um teto para os três Poderes, com um piso estadual. Ressaltou que o Governo anterior aumentou a arrecadação em 700 bilhões. O Deputado Marchezan Júnior asseverou que o Governo está passando por dificuldades e as soluções apresentadas já foram tentadas, esgotadas, e ainda se busca outras alternativas. Afirmou que todos têm responsabilidades e os Deputados estão se posicionando contrariamente às vésperas de votar os subsídios, porém, o aumento de salário vai custar 300 milhões aos cofres públicos do Estado e ninguém se manifestou. Ressaltou que a questão da URV precisa ser debatida, porque são três bilhões que o Estado pagará. Destacou a transparência do atual Governo, que diminuiu o número de Cargos em Comissão e quer a Brigada Militar de volta às ruas, premiando por desempenho no serviço público, como em Minas Gerais que pagaram o 14º/15º salários, sem que fossem incorporados a suas remunerações ou pagamentos. Ressaltou que este Governo está enfrentando os problemas como o teto salarial, está encaminhando projetos sobre Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público/OCIPS, Previdência Complementar do Servidor Público e a Lei de Responsabilidade Fiscal do Rio Grande Sul. Questionou se valeria a pena apostar num Governo que quer um pouco de cada um para garantir o mínimo a todos, pensando no interesse público e do Rio Grande do Sul. O Deputado Gerson Burmann lembrou que aumento de impostos nem sempre vai resolver a questão do Estado. Destacou a questão do trigo taxado a 12%, sendo que, no Estado do Paraná é de 2%, com isso as empresas irão embora do Rio Grande do Sul, prejudicando a geração de emprego, havendo uma recessão em termos de crescimento econômico. Ressaltou a questão de sonegação, a renegociação da dívida do Estado e que o Governo Federal deve ser enfrentado por todas entidades unidas na questão do CPMF. O Deputado Paulo Azeredo destacou que o projeto de aumento de impostos trará uma repercussão maior no bolso do gaúcho, que é quem paga a conta. Questionou a razão pela qual o pacote deixou o cigarro de fora. Asseverou que o contrabando aumentaria, pois há falta fiscalização. A Deputada Zilá Breitenbach ressaltou que o Estado precisa de recursos, para isso são necessárias alternativas, avançando com um leque de soluções mais adiante, buscando créditos junto ao Governo Federal. Assinalou que se deve organizar o Estado para o futuro, fazendo um apelo às entidades para que continuem no esforço conjunto, porque o Rio Grande do Sul precisa da força de todos. O Deputado Gilmar Sossela informou que ouviu depoimentos de caminhoneiros e outros da Região Norte do Estado, especialmente, Passo Fundo, que abastecem óleo diesel e gasolina, na fronteira com Santa Catarina para completar o tanque, porque é mais barato. Salientou que insumos importantes para a economia do Rio Grande do Sul serão perdidos, alertando que o indexador da taxa é um absurdo. Alertou que o Governo deveria fazer um acordo com o Governo Federal para a renegociação da dívida, com um alongamento e incentivar as empresas, as micro e pequenas que contribuem para a geração de renda e emprego, além de

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cuidar da educação, saúde e segurança. O Presidente João Fischer alertou que se perdeu uma oportunidade de buscar apoio dos Senadores e Deputados Federais para que se preocupem mais com o Rio Grande do Sul, auxiliando em suas dificuldade e crises. Salientou que as empresas deveriam ter vantagens para produzir no Estado. Sugeriu a criação de uma campanha maciça referente à aquisição de nota fiscal em todas as compras, frisando que a participação da sociedade é fundamental, advertindo que não se deve ter medo de pedir nota, não é feio, é correto. O Presidente Nelson Härter informou que no projeto do Governo o aumento das alíquotas deverá ser uma solução temporária e não resolverá os problemas do Estado. Salientou que sempre surgem dúvidas, tanto da receita quanto da despesa e que o Executivo está distante da transparência, frisando que o povo gaúcho merece ser ouvido pelo que produz e por sua tradição. Destacou que não se viu manifestação nesse sentido pela Bancada Federal, registrando que todos devem se desarmar das questões políticas e ideológicas para o enfrentamento desta questão com uma discussão maior para os problemas. O Deputado-Presidente registrou a presença dos Senhores: Paulo Afonso Feijó, Vice-Governador do Estado do Rio Grande do Sul; Daniel Andrade, Secretário de Estado da Secretaria de Infra-Estrutura e Logística; Júlio César Grazziotin, Diretor do Departamento da Receita Pública da Secretaria da Fazenda Estadual; Antonio Schmit, Fiscal de Tributos da Secretaria da Fazenda; Prefeitos: Elir Girardi, de Igrejinha; Leonir Nadal, de Quatro Irmãos; Saulo João Garlet, de Pinhal Grande; Adão Orlando Alves, de Cerrito; Vereadores: Rubem dos Santos, de Sapiranga; Artut Goularte, de São Gabriel; Alcy Paulo de Oliveira, Presidente, Dario Silveira, Vereador Suplente, ambos da Câmara de Vereadores de Canoas; João Carlos Alves da Silva, Secretário da Secretaria de Administração e Recursos Humanos da Prefeitura de Itaara; Paulo Tigre, Presidente, Marco Aurélio Paradeda, Diretor, e Eduardo Colônia, Estagiário da Gerência Técnica, todos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul/Fiergs; Renato Turk Faria, Vice-Presidente, Anderson Cardoso, Vice-Presidente, André Azevedo e Juliano Corbelini, Assessores, Neusa Froes, Jornalista e Sergio Leusie, Assessor Econômico, todos da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do RS/Federasul; André Roncatto, Diretor, Leonardo Schneider, Diretor, Rodrigo Giacomet, Consultor Político José Simone Camargo, Conselheira e Otavio Rodrigues, Assessor Político, ambos da Fecomércio/RS; Antonio da Luz, Assessor Econômico da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul/Farsul; Cinara Ritter, Assessora da Federação das Associações de Muncípios do RS/ Famurs; Adil Santini, Presidente, Celso Ridan Barcelos, Diretor de Relações Institucionais, ambos do Fórum de Defesa do Consumidor; Jorge Mattiello, Vice-Presidente da Movergs, Vergílio Frederico Perius, Presidente da Ocergs/Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul e SESCOOP-RS/Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Rio Grande do Sul; Edir Luiz Deitos, Diretor do Sindicato da Alimentação; Paulo Ricardo Griebeler, Diretor Executivo da Aicsul/Associação das Indústrias de Curtume do RS; Airton José Hochscheid, Assessor de Política Agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do RS/Fetag; Luciano Moraes, Advogado da Assintecal/Assessoria Biason; José Lauro de Quadros, Diretor Executivo da Associação Gaúcha de Empresas Florestais/Sindimadeira-RS/Ageflor; Carlos Alberto Agostini, Presidente do Sindicato dos Fiscais de Tributos Estaduais do RS/Sintaf; Júlio César Camerini, Diretor-Presidente da Fenac, representando a ACI de Novo Hamburgo; Airton Ferronato, Vice-Presidente da Associação dos Fiscais de Tributos Estaduais do RS; Cristiano Heerdt, Presidente, Adriano Praetzel, Vice-Presidente, ambos da Associação dos Defensores Públicos do RS/ADPERGS; Alfredo Peringer, Economista, Clélia Admar, Jornalista, João Luis Abott, Assistente, todos do Gabinete do Vice-Governador Paulo Afonso Feijó; Darlan Palharini, Secretário Executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do RS-Sindilat/RS; Irajá Andara Rodrigues, ex-Prefeito de Pelotas e Agente Fiscal do Tesouro do Estado; Elmar Bonés, Jornalista; Flávio Koch, Presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis/Creci/3° Região/RS; Jeanini Souza, Coordenadora Administrativa da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos/Assintecal; José Eduardo dos Santos, Secretário Executivo da Associação Gaúcha de Avicultura/ASGAV; José Geraldo Correa, Chefe de Gabinete da Prefeitura Municipal da Nova Santa Rita; Lásaro Anderson Grings, Vice-Presidente da Associação de Médios, Pequenos e Microempresários/AMPEMES; Leonardo Neira, Gerente Executivo da Federação da Câmara de Dirigentes Lojistas/RS; Marco Túlio Kalil, Economista da Sinduscon/RS; Marisa Buss, Assessora Jurídica da Câmara de Vereadores de Turuçu; Oreno Ardêmio Heineck, Presidente do CIC Vale do Taquari; Otto Vontobel, Diretor da Fonte Ijuí/Empresa Mineradora; Rafael Alvez da Cunha, Vice-Presidente da Sociedade de

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Economia; Rogério Martins, Vice-Presidente do Sindicato das Bebidas; Ronei Alberto Lauxen, Presidente e Zilmar Moussalle, Diretor Executivo, ambos da Sicadergs/Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado do RS. O Presidente João Fischer agradeceu a presença de todos e encerrou a reunião às treze horas. Para registrar, lavrei a presente Ata que após lida e aprovada, será assinada pelos Presidentes e por mim, Secretária.

Deputado Nelson Härter, Deputado João Fischer,Presidente da Comissão de Economia Presidente da Comissão de Participação e Desenvolvimento Legislativa Popular.

Denise Maria Boaz,Secretária da CMPPLP.

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Comissão Mista Permanente de Participação Legislativa Popular

ATA Nº26

Aos trinta e um dias do mês de outubro do ano de dois mil e sete, às onze horas e quinze minutos, na Sala João Neves da Fontoura – Plenarinho, 3º andar desta Casa, realizou-se a Reunião Ordinária desta Comissão, sob a presidência do Deputado João Fischer que registrou a presença dos Senhores Deputados Alceu Moreira, Adroaldo Loureiro, Gilmar Sossella, Heitor Schuch, Paulo Azeredo, Pedro Pereira e Rossano Gonçalves. Dando início aos trabalhos, o Presidente João Fischer declarou aprovada a Ata 25 (24/10/07), ressalvando aos Parlamentares o direito de retificá-la, por escrito, se assim o desejassem, conforme dispositivo regimental. Após, em Leitura de Expediente, leu Ofício recebido do Secretário de Segurança Pública, Senhor José Francisco Mallmann, comunicando que receberá em audiência esta Comissão, no dia 1º/11/07, às 17 horas, para tratar dos descontos indevidos, não autorizados em contracheques de servidores, provenientes de entidades representativas de classe; - Ofício recebido da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (ACIL) e do Centro Universitário - Univates aludindo à viagem à Índia, visando à prospecção de negócios para o Estado em diferentes áreas. A Missão assume relevância estratégica para a abertura de frentes de intercâmbio tecnológico, comercial e de serviços acadêmicos. No período destinado à Ordem do Dia foram aprovados os Requerimentos: do Deputado João Fischer solicitando Audiência Pública para debater “O Estado Que Queremos”, com vistas a fazer uma profunda reflexão sobre o futuro do Rio Grande do Sul, com a presença das Secretarias Estaduais do Planejamento e Gestão; do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais; de Infra-Estrutura e Logística; da Fazenda; da Ciência e Tecnologia; de Turismo Esporte e Lazer, da Agricultura, Pecuária e Agronegócio; da Educação; da Saúde; Prefeituras; Câmaras de Vereadores, e outros órgãos públicos pertinentes, além de entidades representativas como a Famurs, Federasul, Fiergs, Fecomércio, Farsul, Fetag, Embratur, Uvibra, Ibravin, Ugart, Movergs, Abrameq, Abicalçados, Assintecal, Abav, Asgav, FDL, CDLs, ACIs e demais interessados; do Deputado Jerônimo Goergen solicitando Audiência Pública para tratar dos micro créditos e mecanismos facilitadores, viabilizando o acesso ao crédito pelos pequenos e micro empreendedores, com a presença das Secretarias Estaduais do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais; de Planejamento e Gestão; de Infra-Estrutura e Logística; da Fazenda; da Ciência e Tecnologia; de Turismo Esporte e Lazer, e da Agricultura, Pecuária e Agronegócio; Prefeituras; Câmaras de Vereadores, e outros órgãos públicos pertinentes, além de entidades representativas como a Famurs, Federasul, Fiergs, Fecomércio, Farsul, Fetag, Embratur, Ugart, Uvibra, Ibravin, Movergs, Abrameq, Abicalçados, Assintecal, Abav, Asgav, Sebrae, FDL, CDLs, ACIs e demais interessados. Finalizando,

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agradeceu a presença de todos e encerrou a Reunião às onze horas e trinta minutos. Para registrar, lavrei a presente Ata que após lida e aprovada, será assinada pelo Presidente e por mim, Secretária.

Deputado João Fischer,Presidente da Comissão de ParticipaçãoLegislativa Popular.

Denise Maria Boaz, Secretária da CMPPLP.

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Comissão Mista Permanente de Participação Legislativa Popular

ATA Nº28

Aos sete dias do mês de novembro do ano de dois mil e sete, às dez horas e cinco minutos, na Sala Maurício Cardoso, 4° andar desta Casa, a Comissão Permanente de Participação Legislativa Popular realizou Audiência Pública Conjunta com a Comissão de Economia e Desenvolvimento para discutir os reflexos do projeto do Executivo, denominado Pacote Econômico, no que se refere à Lei de Responsabilidade Fiscal, em relação ao Setor Produtivo e à Sociedade Gaúcha. O Deputado Nelson Härter , Presidente da Comissão de Economia e Desenvolvimento abriu os trabalhos, registrando a presença dos Deputados Adão Villaverde, Adilson Troca, Adroaldo Loureiro, Álvaro Boessio, Cassiá Carpes, Edson Brum, Gilmar Sossella, Heitor Schuch, Ivar Pavan, Iradir Pietroski, Luciano Azevedo, Mike Breier, Nelson Marchezan Júnior, Paulo Azeredo, Raul Carrion, Ronaldo Zülke e das Deputadas Leila Fetter, Silvana Covatti, Stela Farias e Zilá Breitenbach. De imediato, o Presidente João Fischer convidou as autoridades presentes para a composição da Mesa e destacou a importância daquele evento, no sentido de oportunizar às Entidades Representativas da sociedade gaúcha o debate sobre o Pacote Econômico e seus reflexos como o aumento de impostos para os setores que querem produzir, transformar e distribuir riqueza, ressaltando que acreditava plenamente em uma solução satisfatória para o Setor privado e para os Municípios e o Estado que devem cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. O Diretor Mateus Bandeira, do Tesouro Estadual, apresentou o plano de recuperação das finanças do Rio Grande do Sul, informando que o Secretário da Fazenda, Aod Cunha, estava em Brasília tratando da dívida pública e tinha uma audiência com o Ministro Mantega. Explicou que a Lei de Responsabilidade Fiscal Federal foi pensada para estabelecer normas gerais de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, aumentar a transparência do gasto público, definir limites para despesas com pessoal e para a Dívida Pública, determinar a criação de metas para controle das despesas/receitas. Esclareceu que a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual tem uma proposta que compõe o conjunto de Projetos de Leis que formam o Plano de Recuperação do Estado do Rio Grande do Sul. Declarou que é mais uma iniciativa do Governo que combina a busca pela eficiência na gestão e pelo equilíbrio fiscal das contas públicas, que são os dois eixos do Governo Yeda Crusius. Salientou que não substitui nem revoga a Lei de Responsabilidade Fiscal Federal ou a Lei 4320/64, mas define normas complementares e adicionais aos dispositivos estabelecidos especificamente para o Estado. Ressaltou que o esforço pela melhoria da gestão pública e os processos de ajuste fiscal ganharam impulso a partir de 1993, com o Programa de Estabilização Econômica que foi a origem ao Plano Real. Destacou que a Lei de Responsabilidade Fiscal sobre gastos com pessoal, diz que a repartição dos limites globais não poderá exceder os percentuais, na esfera estadual, três por cento para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado, seis por cento para o Judiciário, quarenta e nove por cento para o Executivo e dois por cento para o Ministério Público dos Estados. Salientou que a despesa total com pessoal não pode exceder a 95% do limite e são vedados ao Poder ou Órgão, se houver incorrido no excesso de concessão de vantagem,

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aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição. Assinalou que apesar dessa Legislação, o Governo continua com déficits orçamentários, mas o resultado primário vem melhorando, afirmando que a Lei permitirá maior grau de aderência a uma forma de gestão pública eficiente, transparente e responsável, sinalizando ao povo gaúcho o comprometimento da gestão pública estadual com o equilíbrio fiscal sustentável, e estabelecendo parâmetros para uma trajetória estável de longo prazo para a evolução dos gastos com pessoal e custeio dos Poderes. Enfatizou que o Governo quer evitar que o crescimento da Receita seja absorvido completamente pelo aumento desordenado das Despesas, proporcionando a obtenção de um espaço fiscal e gradual, para recuperação da capacidade do Estado de investimento em infra-estrutura econômica e financiamento de políticas sociais prioritárias, através dos seguintes pontos de controle adicionais: evolução das despesas com pessoal e de Custeio dos Poderes limitada à variação do IPCA ou da RCL, o que for menor, alcançado o equilíbrio fiscal estrutural 25% da variação real da RCL poderá ser destinado para salário; e vedação de reajustes salariais e incentivos fiscais concedidos em final de mandato e que representarão ônus para próxima gestão. O Senhor Paulo Tigre, Presidente da Fiergs, questionou os critérios do TCE - Tribunal de Contas do Estado, perguntando como os entes públicos vão discutir o aspecto da responsabilidade. O Diretor Mateus Bandeira, do Tesouro Estadual, respondeu não concordar com os critérios do TCE. Registrou que ao se dizer que o Estado ultrapassou os limites, certamente é porque alguns dos Poderes extrapolaram, ressaltando que o Governo é quem busca as operações de crédito. Declarou que o Imposto de Renda feito por Estados tem descontos de ativos, inativos, pensionistas, sem um regulamento e o Artigo 67 propõe a criação de um Conselho Fiscal. O Senhor Paulo Tigre, Presidente da Fiergs, asseverou que se ajustar à Lei era a maior preocupação do mundo empresarial, reclamando da legislação que oprime o Setor Empresarial, frisando que as empresas estão indo embora do Estado, sendo necessária a competitividade ao Setor. Ressaltou que o Estado não pode parar, manifestando sua posição favorável às medidas de um funcionalismo público moderno. O Diretor Mateus Bandeira, do Tesouro Estadual, asseverou que a economia precisa de novos incentivos fiscais que necessitam de receitas. Respondeu que em relação ao Artigo 9º, citado pelo Senhor Paulo Tigre, deverá ser assumido o ônus, pois não se pode perder investimentos e está se tentando evitar que o próximo Governo pague a conta. Observou que é preciso conhecer o setor público, e que se deve melhorar a qualidade da gestão administrativa para trazer as técnicas do setor privado. O Senhor Flávio José Gomes, Vice-Presidente da Fecomércio, ressaltou que o Projeto de Lei Complementar 390 é um avanço que veio acompanhado dos demais interesses do Governo, porém não se aceita mais que o Estado tenha que adequar sua receita com aumento de alíquotas, pois afetará diretamente a economia do Rio Grande do Sul. Salientou que o Estado tem que investir mais antes de onerar a sociedade com carga tributária, pois imposto deve ser uma contribuição. Frisou que o Secretário Aod Cunha tem se esforçado para buscar uma solução para o Estado, afirmando que todos os Poderes, empresários e Governo do Estado devem se unir em torno de um entendimento, com um projeto nesse sentido, para colaborar, pois não se pode resolver o problema financeiro com aumento de impostos. Alertou que a Fecomércio não pode mais pagar essa conta, devendo se buscar outras alternativas. O Diretor-Executivo Paulo Ricardo Griebeler, da Aicsul, ressaltou o valioso empenho do Deputado João Fischer ao Setor Coureiro-Calçadista, informando que este Segmento reduziu o número de empregos, que representam 60 mil vagas. Acrescentou que a preocupação dos empresários são os aumentos de receita e de ICMS que virão com a geração de impostos, com os gastos e com a exportação. Asseverou que apóia as medidas, mas que sejam estabelecidos alguns limites, pois as empresas do Brasil estão competindo em nível mundial do couro, sendo que 85% depende da matéria-prima do Centro Oeste. Registrou que algumas empresas estão com enormes dificuldades com o câmbio e infra-estrutura, porém precisam ser competitivas. Observou que o Rio Grande do Sul exporta 600 mil dólares e que o setor empresarial apóia, também, o desenvolvimento do Estado. Alertou ser necessário a criação de políticas públicas de desenvolvimento. O Economista Marco Túlio Kalil Ferreyro , do Sinduscon/RS, lembrou que o Doutor Paulo Tigre atentou pela assimetria contábil como um subterfúgio e se deveria reconhecer melhor o problema, pois sua preocupação seria em relação ao pacote futuro. Lembrou que o elemento chave são os cidadãos-contribuintes e que deve ser definida a eficiência administrativa e econômica do Estado. O Diretor Mateus Bandeira, do Tesouro Estadual, informou que não se está tentando resolver o problema fiscal de aumento de impostos, porém deve ser reconhecido o esforço que o Estado tem feito, porque 90% são para a

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saúde e segurança, questionando com quem o Governo poderia cortar. Adiantou que haverá uma impossibilidade de se pagar os servidores, por que se perdeu a receita e cresceu a despesa, informando que este Governo teve o menor ano de investimentos da história do Rio Grande do Sul com recursos do Tesouro. O Senhor Paulo Tigre, Presidente da Fiergs, asseverou que falta fazer a lição de dentro do Estado, pois com o “tarifaço” a sociedade seria penalizada. Ressaltou que a questão básica é o descontrole do discurso de momento “toma remédio ou morre”, relatando que se enfrenta demissão e se quer dignidade para manter o emprego nas empresas. Ressaltou que a entidade não é contrária ao Projeto de Lei só que o problema está no âmbito da estrutura pública que precisa ser resolvida, ajustando a despesa à receita. Afirmou que existe a versão estadual e a federal e que diante dessa realidade não se consegue crédito, importante para o Agronegócio, destacando que o Estado se tornou exportador de “inteligências”. O Deputado Adilson Troca asseverou que o Executivo encaminhou seis projetos de lei, sendo apenas um de aumento de alíquotas e cinco para reestruturação do Estado, enxugando a máquina pública, pedindo o apoio das instituições no exame da matéria, pois se tratam de propostas separadas, importantes mecanismos para estancar as despesas. O Coordenador Antônio Branco, da CUT Metropolitana, manifestou preocupação em relação ao pacote, alertando que o debate com a sociedade precisa ser feito com mais profundidade. Advertiu que o eixo principal não pode ser feito à custa do serviço público e não há necessidade de impostos, sendo necessário que se reveja a política de isenções. Adiantou que se lutará para que o pacote não seja aprovado e que o Estado precisa atender aos interesses do povo, porque muitos passam fome. A Diretora Mara Feltes, do SEMAPI, informou que o Sindicato representava 14 Entidades, Fundações de direito privado, com caráter público que foram criados pelo Governo do Estado, contando cerca de 40 mil trabalhadores que atuam na iniciativa privada para prestação de serviços. Ressaltou que a sociedade gaúcha já paga muitos encargos na luz, na água e em outros impostos. Asseverou que já existe uma Lei de Responsabilidade Fiscal no País e esta lei impediria o gestor público, engessando-o, significando que não poderá contratar mais educadores e realizar concursos para a Segurança Pública e outros Órgãos. Afirmou que o Estado aumentará impostos e oferecerá menos serviços, portanto deve-se aprofundar o debate, dizendo não ao pacote, solicitando a sensibilidade dos Deputados desta Casa em relação a essa votação. O Deputado Raul Carrion informou que existem outros caminhos como combater a sonegação, que é muito alta, contribuindo para o déficit orçamentário, a dívida ativa, isenções e renúncias fiscais. Advertiu que empresários gaúchos estão “campeando” empresas no Canadá. Assinalou que a lei é inconstitucional e fere a Lei de Responsabilidade Fiscal, norma federal, sendo assim, o aumento de impostos é uma falsa proposta de solução, que será derrubada em qualquer tribunal. Afirmou que a lei congelará salários, serviços públicos e nem sequer reajuste salarial será garantido e a Brigada Militar ficará impedida de aumentar o pessoal por tempo indeterminado, ou seja, será um sucateamento final do Rio Grande do Sul. O Deputado Ronaldo Zülke destacou que as Comissões contribuíram de forma positiva, registrando que o conjunto de medidas leva a uma reflexão sobre o papel do Estado que deveria ter duas funções, a de induzir o desenvolvimento geral e a de prestar serviços públicos à população. Ressaltou que a sociedade quer que o Estado cumpra com seu dever, porém as iniciativas do Governo chocam-se frontalmente do ponto de vista tributário, reduzindo a atividade econômica e sobre taxando as pequenas empresas desde julho deste ano, que estão pagando mais impostos, por que não houve a renovação do Simples Gaúcho. Salientou que o Estado deveria estimular o crescimento econômico gaúcho, porque com esse pacote haverá uma queda de qualidade e estagnação do custeio. Apontou as diferenças na matriz salarial do Estado entre os Poderes, o papel importante dos professores e brigadianos, lembrando que se deve investir em desenvolvimento. Manifestou sua posição contrária ao pacote tributário. O Deputado Adão Villaverde asseverou que as escolhas do Governo são extremamente equivocadas para o enfrentamento das contas, salientando que o Rio Grande do Sul precisa retomar o crescimento, gerando renda e recuperando as funções públicas. Advertiu que o Governo escolheu o caminho do aumento de impostos, errando o alvo e fragilizando o crescimento, sem verificar outras possibilidades para tentar resolver o problema da máquina pública. Ressaltou a importância de se ouvir a opinião de parcelas significativas da sociedade, porque a lei vai engessar o funcionamento dos serviços públicos, cargos, carreira, salários, aumento de impostos e restrições. Citou como exemplo o demonstrativo do Governo de Minas Gerais que não considera as despesas dos inativos e pensionistas. Destacou que o Governo deve retomar o crescimento e melhorar a renda. O Diretor Mateus Bandeira, do Tesouro Estadual, ponderou que se a lei for aprovada assegurará uma trajetória estável para o Estado,

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ampliando serviços e limitando a folha de pagamento. A Deputada Leila Fetter questionou o Doutor Mateus Bandeira sobre o fato do engessamento do serviço público, pois haverá um grande número de demissões. Ressaltou a importância do debate com diferentes posições em relação ao Projeto de Lei, destacando que esta era uma Comissão Técnica da Assembléia Legislativa e estava cumprindo sua função de realizar uma profunda análise da matéria. O Deputado Raul Carrion salientou que o aumento de receita acarretaria num aumento de alíquota e isto seria um simplismo primário. O Deputado Ivar Pavan ponderou que o Governo precisa ter calma para tentar encontrar soluções simplistas, discutindo com todos a diretriz geral e buscar recursos no Governo Federal. Salientou, ainda, que deve enxugar a máquina, porque o Estado não é uma empresa e sim, um prestador de serviços. Destacou que o Rio Grande do Sul é o 24º em relação à receita versus PIB e que se paga impostos pelos sonegadores, empresas privadas, enquanto que o consumidor fica com uma grande carga de tributos. Destacou que o Governo tem fontes de receitas para contribuir com o pagamento do déficit: sonegação, dívida ativa e revisão de alguns contratos de benefício fiscal, sugerindo um debate longo para todos contribuírem. A Deputada Stela Farias comentou que a Governadora Yeda administra com muitos requintes, aludindo a outros Governadores como o de São Paulo, Senhor José Serra, o de Minas Gerais, Senhor Aécio Neves, que são seus parceiros e não tiveram essa iniciativa de fazer uma lei com este grau de “virulência” e de ataque ao serviço público no País. Ratificou as alternativas concretas de se buscar soluções, inclusive junto ao Governo Federal, para contribuir com o Estado do Rio Grande do Sul para que possa sair desta crise que vem sendo exacerbada em grau máximo, desde o primeiro dia que a Governadora assumiu, mexendo em cada questão que não foi enfrentada, como a sonegação e a dívida ativa. Questionou por que não se resgata o Pacto pelo Rio Grande. Salientou que o Projeto de Lei Complementar 390, sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual só acarretaria a diminuição do Estado e que os eleitores foram enganados no momento da campanha da Governadora. O Deputado Edson Brum registrou que não se pode fazer injustiça aos Parlamentares que têm a função de legislar, fiscalizar e decidir através do voto. Salientou que deveria ser feito uma reunião com o Vice-Governador, com a Força Sindical, Fiergs, Federasul, Sindicato dos Servidores Públicos e com o Secretário Aod Cunha para se discutir o aumento de impostos. Comentou sobre os créditos presumidos que serão retirados do direito daqueles que querem competitividade, considerando que empresas de leite, carne fecharão seus estabelecimentos, cortando empregos da sociedade. Ressaltou que a União deve alíquotas ao cidadão gaúcho e o Governo tem que buscar esse direito. Adiantou que o Governo deveria combater a sonegação com o controle fiscal, sendo importante fixar um teto salarial para o Judiciário, Legislativo e Executivo. Manifestou sua posição contrária ao projeto de lei por ser inconstitucional. O Deputado Gilmar Sossela destacou que o aumento de impostos trará prejuízos, lembrando que representantes das transportadoras de caminhoneiros completam o tanque em Santa Catarina por ser mais barato. Salientou que as empresas devem ser incentivadas para haver o empreendedorismo. Lembrou da ação estadual da CEEE, no valor de 4 bilhões, para atacar o problema, diminuindo o indexador com recursos necessários. Afirmou que a lei seria onerosa para o Estado, ponderando que se deve buscar outras formas de solução. O Deputado Nelson Marchezan Júnior ressaltou que o Governo renegociará dívida com a União, afirmando que o Estado tem a menor sonegação e maior eficiência na cobrança. O Deputado Ivar Pavan declarou que o Estado é um prestador de serviços e se cortar 30% do custeio os serviços essenciais ficarão prejudicados. Advertiu que há uma contradição crucial no Estado, pois o Governo não tem dinheiro para subsidiar saúde, educação, segurança, mas tem para o fumo, cerveja e automóveis. Asseverou que o Governo deveria buscar uma parte da sonegação, da dívida ativa e do Governo Federal que serviriam para equilibrar as finanças do Estado. O Deputado Nelson Marchezan Júnior assinalou que o aumento virá e será automático, aludindo aos subsídios ao Ministério Público, Judiciário e Promotorias, ressaltando que o aumento é inconstitucional. O Diretor Mateus Bandeira, do Tesouro Estadual, informou que somente a Assembléia Legislativa poderia efetuar cortes nas despesas de custeio do Poder Judiciário, em relação ao Orçamento do Executivo. O Deputado Nelson Marchezan Júnior questionou o porquê de não emendarem o Projeto de Lei, fazendo uma diferenciação. Perguntou se somente o Executivo seria responsável pela situação do Estado, cobrando também da Assembléia Legislativa e do Judiciário. O Diretor Mateus Bandeira, do Tesouro Estadual, afirmou que trabalhou em todos os Governos, ressaltando que o Rio Grande do Sul é o único que não produz o superávit orçamentário. O Deputado Gilmar Sossela asseverou que não houve um acordo com o Judiciário, se houvessem cortes deveria ser pelo Governo do Estado. O Diretor Mateus Bandeira, do

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Tesouro Estadual, afirmou que o Governo Federal sinalizou que existe a capacidade de endividamento no Rio Grande do Sul, asseverando que há um limite para cada dotação. Afirmou que houve cortes em Secretarias, mas não em medicamentos, e pela primeira vez, o Governo está cumprindo com os recursos destinados ao transporte escolar todos os meses, sugerindo o estabelecimento de outros pontos de controle, manifestando sua expectativa na aprovação do projeto. O Presidente Nelson Härter agradeceu a presença de todos, lamentando que a discussão não tenha ocorrido há muito tempo. Notou que houve uma rejeição ao pacote que se deve esmiuçar os detalhes e buscar alternativas para uma solução, um ponto de equilíbrio, desvinculando a questão política-ideológica para encontrar a sustentabilidade do Estado. Almejou que esta Casa tenha a sabedoria para apreciar e votar o Projeto da Governadora. Estiveram presentes o Senhor Mateus Bandeira, Diretor do Tesouro Estadual; os Prefeitos: Anacleto Miliszewski, de Barra do Ribeiro; Carlos de Jesus Bergamo, de Barracão; Ilda Ost, de Bom Princípio; José Carlos Azeredo, de Arroio dos Ratos; Sérgio Francisco Nunes, Secretário de Finanças, de Santo Antônio da Patrulha; a Vereadora Cíntia Pereira de Souza, de Rosário do Sul; Paulo Tigre, Presidente, Patrícia Palermo, Economista, Leo Iolovitch, Advogado, Júlio César Magalhães, Chefe de Gabinete da Presidência, todos da Fiergs; Flávio José Gomes, Vice-Presidente, Marice Guidúgle, Diretora, Rodrigo Giacomet e José Octávio da Costa Rodrigues, Assessores Políticos, todos da Fecomércio; Tirone Lemos Michelin, Governador do Rotary Porto Alegre; Antônio Queiroz, Representante do Fórum, Iara Dagones e Mara Feltes, Diretoras, Rubem Bernardi, Representante Regional, todos do SEMAPI/ Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Fundações Estaduais do RS; Paulo Ricardo Griebeller, Diretor-Executivo da Associação das Indústrias de Curtume do RS/ Aicsul; Airton Ferronato, Vice-Presidente da Associação dos Fiscais de Tributos do Estado do RS/AFISVEC; Antônio Branco, Coordenador da CUT Metropolitana; Eroni Izaias Numer, Diretor de Comunicação do Sindaf/Sindicato dos Auditores de Finanças Públicas do RS; Flávio Berneira, Presidente, Luiz Carlos Ferreira, Diretor, ambos da AMAPERGS/Associação dos Monitores e Agentes e Auxiliares Penitenciários do RS; Regina Daitx, Agente Penitenciária; Cláudio Augustin, Presidente do Sindsepe/Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do RS; Flávio Dall’Agnol, Presidente do Sindicato dos Funcionários Efetivos da Assembléia Legislativa/Sinfeal; José Cláudio Fialho, Assessor do Ministério Público; Rogério Burtet, Assessor do Deputado Federal Afonso Hamm; Fauston Gustavo Saraiva, Advogado da ACI Novo Hamburgo; José Eduardo dos Santos, Secretário Executivo da Asgav/Associação Gaúcha de Avicultura; Jane Both, Técnica em Saúde e Ecologia Humana, José Emílio Lisboa, Técnico de Saúde, Marilize Rech, Funcionária, todos do IPB/LACEN/Instituto de Pesquisas Biológicas/Laboratório Central do Estado; Paulo Leonel Fernando, Perito Criminalístico do IGP/DC; Luiz Felipe Teixeira, Escrivão da Polícia da UGEIRM/União Gaúcha dos Escrivães, Inspetores, Investigadores, Rádio-telegrafistas e Mecânicos Policiais; Marco Túlio Kalil Ferreyro, Economista do Sinduscon RS/Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do RS; Valéria Espindola, Diretora do 23° núcleo CPERS Sindicato; Bárbara Schleicher, Advogada. A reunião foi encerrada às treze horas. Para registrar, lavrei a presente Ata que após lida e aprovada, será assinada pelos Presidentes e por mim, Secretária.

Deputado Nelson Härter, Deputado João Fischer,Presidente da Comissão de Economia Presidente da Comissão de Participação e Desenvolvimento Legislativa Popular.

Denise Maria Boaz, Secretária da CMPPLP.

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 34

Comissão Mista Permanente de Participação Legislativa Popular

ATA Nº29

Aos vinte e oito dias do mês de novembro do ano de dois mil e sete, às dez horas, na Sala João Neves da Fontoura – Plenarinho, 3° andar desta Casa, a Comissão Permanente de Participação Legislativa Popular realizou Audiência Pública Conjunta com a Comissão de Economia e Desenvolvimento para debater o “O Estado Que Queremos”, com vistas a fazer uma profunda reflexão sobre o futuro do Rio Grande do Sul. Foram convidadas as Secretarias Estaduais, Prefeituras, Câmaras de Vereadores e outros órgãos públicos pertinentes, além de entidades representativas como a Famurs, Federasul, Fiergs, Fecomércio, Farsul, Fetag, Fepagro, Embratur, FEE, Universidades, Uvibra, Ibravin, Ugart, Movergs, Abrameq, Abicalçados, Assintecal, Abav, Asgav, CDLs, ACIs, entre outras, para participar do evento. O Presidente Nelson Härter abriu os trabalhos, registrando a presença dos Deputados Adilson Troca, Alceu Moreira, Álvaro Boessio, Berfran Rosado, Heitor Schuch, Iradir Pietroski, José Sperotto, Luciano Azevedo, Raul Pont e Silvana Covatti. Continuando, convidou as autoridades presentes para a composição da Mesa e anunciou exposição da “Agenda 2020”, sobre o futuro do Estado, que seria apresentado pelo Economista Paulo de Tarso Pinheiro Machado da Pólo/Agência de Desenvolvimento. O Presidente João Fischer destacou o objetivo da Audiência Pública no sentido de dar prosseguimento ao debate sobre o Estado que queremos, discutindo com a comunidade gaúcha, representantes das instituições, o tamanho da estrutura pública que se tem condições de manter. Registrou que se debaterá com as forças vivas da sociedade qual é realmente a função do Estado, contando com o apoio do Parlamento e com a manifestação de quem trabalha e produz para melhorar a vida do povo gaúcho em relação ao tema considerado de vital importância para o presente e futuro do Rio Grande do Sul. Informou que o Deputado Berfran Rosado também havia proposto esta Reunião. Ressaltou que os cidadãos gaúchos pagam muitos tributos e querem ver seu Estado progredir, sem crise. Questionou sobre os Órgãos que compõem o Estado, quais seriam suas atribuições e se estariam atendendo devidamente as pessoas. Asseverou que essa discussão não deve terminar aqui, pois a sociedade precisa saber para aonde está indo o dinheiro público e quem estaria se beneficiando com esses recursos. O Economista Paulo de Tarso Pinheiro Machado apresentou histórico do projeto "O Rio Grande que Queremos/Agenda 2020", informando que ao longo das últimas décadas, a economia do Rio Grande do Sul tem se destacado nacionalmente por apresentar uma matriz produtiva diversificada, com desempenho e posição exportadora importante na balança comercial brasileira, além de possuir uma cultura socioeconômica marcada pelo arrojo empresarial e solidez tecnológica, lamentando a atual retração, com queda no PIB, na competitividade, na falta de investimentos em recursos básicos, com problemas conjunturais, necessitando encontrar soluções para o seu crescimento. Salientou que seria preciso avançar na construção de uma Agenda Estratégica de longo prazo, capaz de retirar o Estado deste confronto contínuo com a crise. Registrou que foi um desafio proposto à Federação das Indústrias do RS, à Federação do Comércio de Bens e Serviços do RS, à Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul, à Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul e à Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, à Pólo/RS e ao Sebrae/RS, entidades estas que deram início a um movimento, com o engajamento da sociedade na formatação do projeto, considerando a participação e o compromisso de seus principais representantes, como sindicatos, associações, lideranças empresariais, universidades, autarquias, Governo e com um amplo mecanismo de consulta ao povo sobre as prioridades do Estado. Ressaltou que a “Agenda 2020” quer implementar um processo de gestão no Rio Grande do Sul, formalizado e permanente, com acompanhamento de resultados e avaliação de desempenho, assim como estruturar um modelo efetivo

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de governança. Asseverou que a elaboração da “Agenda 2020” contou com a participação de aproximadamente mil pessoas, representando todos os extratos e segmentos das comunidades, na expectativa de que se tornem um agente ativo do processo de desenvolvimento, representando uma mudança de paradigma. O Senhor Thômaz Nunnemkamp, Diretor da Fiergs, considerou a “Agenda 2020” um movimento de reflexão, com planejamento de longo prazo, com a participação das esferas do Governo, ressaltando que a Assembléia Legislativa também deveria fazer parte do projeto. Salientou que a questão do déficit estaria na falta de capacidade de o Estado investir a longo prazo. Lembrou que na Revolução de 30, na era de Getúlio Vargas, se conseguiu sair de uma situação pior, superando-se com objetivos únicos, assinalando que o Rio Grande do Sul deveria reeditar com desafios menores as finanças, discutindo com a sociedade o que se deseja, pois são os mesmos problemas com visões diferentes. Relatou que uma Prefeitura terceirizou a saúde, sendo possível fazer mais com menos de modo mais eficiente, deixando de lado o sistema de Estado “Patrão” com um modelo de 100 anos. Afirmou que não existem culpados pelo estado que chegamos, a palavra é “negociar”, como na “Agenda 2020”, para chegar ao “Estado que queremos” teremos que trabalhar juntos. O Engenheiro Edmundo Fernandes da Silva, representando a Secretaria de Infra-Estrutura e Logística, relatou que o desafio no Rio Grande do Sul é a competitividade logística que praticamente inexiste, discorrendo sobre questões energéticas do Estado. Registrou que estão faltando ferrovias para transportar cargas, questionando se daqui a cinco anos se duplicará a capacidade econômica de transportar, de acordo com o volume de produção que existirá. Asseverou que se deve melhorar a competitividade do Estado, o setor aeroviário, ferroviário para se ter mais acessos pavimentados no Rio Grande do Sul, contando com a parceria do Parlamento e das Entidades representativas da iniciativa privada. O Deputado Alceu Moreira aludiu a Agendas administrativas elaboradas para administrar o Estado, resgatando a convergência de conteúdos, embora organizadas por diferentes iniciativas, tanto pelo Estado como pelo empresariado. Afirmou que, no entanto, somente o Parlamento dará a legitimidade a essas iniciativas pela sua composição heterogênica recebida da matriz social, que fornece os subsídios para se chegar ao tamanho do Estado que queremos, pois este conceito parte da necessidade do indivíduo multiplicado pela população, que determinará a planta tributária e fiscal para o Executivo projetar a demanda e o volume de recursos necessários para executá-la. Destacou que no Parlamento deve ser discutida profundamente a proposta de um redesenho do Estado, com a participação da sociedade convergente, buscando um planejamento futuro, uma agenda de longo prazo, para que o Governo cumpra as metas pré-estabelecidas, frisando que a garantia de sucesso de qualquer empreendimento depende de uma boa gestão, independente de ser público ou privado. O Deputado Berfran Rosado mostrou-se empolgado com o projeto do Deputado Alceu Moreira de se construir caminhos de consenso a partir das convergências com idéias propostas na mesma direção. Questionou como a Assembléia Legislativa poderia se integrar para participar da “Agenda 2020” e sugeriu a criação de um “link” com o Parlamento para que fosse acionado em diferentes Regiões do Estado para agilizar processos de implementação do projeto. O Economista Paulo de Tarso Pinheiro Machado informou que a “Agenda 2020” era da sociedade representada por entidades empresariais, ressaltando que o processo de inclusão do Parlamento seria simples, especialmente na discussão técnica com critérios das nove Regiões do Estado, buscando uma visão de conjunto. Relatou que a “Agenda 2020”seria como um movimento de “formiga” que necessita da mídia de adesão para atingir o objetivo a que se propõe a Assembléia Legislativa, que seria o de representar o povo gaúcho. O Deputado Berfran Rosado ressaltou que há um conjunto de projetos que nem sempre são implementados, asseverando que, nesta Casa, há espaço para pressão sobre as entidades e setor público, sugerindo que a “Agenda 2020” acione a Assembléia Legislativa para que os Parlamentares, que são catalisadores, reforcem ações para alcançar as metas, que são de todos. O Deputado Alceu Moreira sugeriu a possibilidade de se trabalhar a Agenda já no Plano Plurianual, para os próximos 20 anos, com “links” com as Comissões Temáticas, detalhando os diferentes temas nas Comissões de Mérito. O Deputado Nelson Härter ressaltou que a Assembléia Legislativa tem num grande número de Comissões com reuniões nos mesmos horários, razão pela qual muitas Audiências se esvaziam. Observou a dificuldade dos Parlamentares para apreciarem a matéria a ser votada, aludindo à falta de conhecimento do conteúdo do pacote, recentemente votado, salientando que se deveria mudar o andamento de processos nesta Casa, com uma visão de futuro, destacando a necessidade de uma Agenda do que acontecerá na Assembléia Legislativa, deixando de lado as questões ideológicas e aproveitando as convergências para uma engrenagem conjunta, lembrando que haverá

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uma CPI do Detran, que deverá ocorrer de uma forma clara e aberta, embora possa atingir muita gente e vários setores. O Economista Paulo de Tarso Pinheiro Machado asseverou que não houve a possibilidade de se incorporar a Assembléia Legislativa à “Agenda 2020”, pois havia se instituído o movimento do Pacto para o Rio Grande no final do ano passado. Considerou a possibilidade de a Assembléia Legislativa se somar à Agenda 2020, destacando ser fundamental a participação dos Deputados, pois levariam temas diversos às Comissões da Casa. O Senhor Adelar Fochezatto, Vice-Presidente da Federasul, asseverou que falta um pouco de foco na questão da estratégia do desenvolvimento, com poucos eixos estruturantes, sugerindo uma reflexão do novo perfil da economia gaúcha, que deve se voltar mais para o setor de serviços. Discordou da existência de crise e apontou o desenvolvimento e modernização, enfatizando a existência de um parque industrial maduro, que por esse motivo não apresenta o mesmo índice de crescimento de cidades pequenas. Registrou que na FEE há um projeto importante que é pensar a economia nos últimos 25 anos, lançando hipóteses. Ressaltou que a questão fundamental seria traçar presença em termos de políticas públicas com a idéia de que a economia seja consolidada e madura. Observou que a economia no Rio Grande do Sul está em torno do 4º lugar no País, desmistificando um pouco que estaria no seu rumo normal, apontando o setor empresarial que está em inovação, e sendo assim, a renda percápita crescerá e a tendência será recuperar o 3º lugar. O Presidente João Fischer ressaltou que a economia gaúcha pode crescer mais, se tiver infra-estrutura e condições para produzir, enfatizando a necessidade de conhecimento de todas as entidades e órgãos da Administração Direta e Indireta do Estado, querendo saber a função de cada uma para esclarecer aos Deputados e à sociedade. A Diretora Maria Lúcia Leitão de Carvalho, da Secretaria de Planejamento e Gestão, salientou que o seu Departamento está integrado na “Agenda 2020”. Destacou a importância do debate, especialmente por priorizar a palavra convergência, observando o problema gerado pela descontinuidade de políticas públicas para o desenvolvimento regional, lembrando de estudos anteriores como o “Rumos 2015”, assinalando que não se deve desperdiçar experiências que foram boas, pois cada período de Governo é muito curto. Registrou que a Secretaria está engajada para fazer uma Agenda comum envolvendo a sociedade como um todo. O Diretor Regional Mário Guilherme Sebben, da Federasul, ressaltou que a economia do Rio Grande do Sul aumenta de acordo com a média brasileira, lembrando que o Estado de Tocantins é menor, por isso cresce mais. Asseverou que o Rio Grande do Sul não cresce mais por que o Governo não ajuda, faltando infra-estrutura como mão-de-obra mal formada para trabalhar. Adiantou que o Estado tem sido um péssimo parceiro. Questionou o que aconteceu com o Pacto do Rio Grande. Salientou que a “Agenda 2020” teria fundamental colaboração para quebrar o paradigma do Estado “Patrão”, provedor de tudo, dependendo de meia dúzia de indivíduos, apontando uma maior participação da sociedade, liderada por pessoas de grande credibilidade com a integração de todos. Asseverou que o Estado entra na execução das políticas a serem implementadas, passando pelo Parlamento a elaboração do dispositivo legal. O Senhor Adelar Fochezatto, Presidente da Fundação de Estatística e Logística, aludiu ao perfil da economia o Rio Grande do Sul, questionando a importância de se ter o primeiro lugar, observando que a economia em fase inicial cresce mais, destacando que se estaria numa trajetória natural, até mesmo os principais países têm um setor público forte com uma dicotomia pública e privada. Afirmou que sem um setor público atuante não há desenvolvimento, lembrando que a Europa e os Estados Unidos têm um poder público superior. O Diretor Regional Mário Guilherme Sebben, da Federasul, asseverou que não se concebe uma sociedade sem o Estado, mas a economia poderia crescer mais se não passassem o ano inteiro discutindo o déficit, impedindo que o Rio Grande do Sul crescesse mais, apontando a responsabilidade do Setor Público. Declarou que o Estado vive para si e não pela sociedade. O Presidente João Fischer destacou inúmeros trabalhos que só foram concretizados com a mobilização do Parlamento Gaúcho, enfatizando o empenho e a dedicação com que a maioria dos Deputados cumprem seu Mandato Parlamentar e não podem ser desacreditados por algumas condutas indevidas. O Diretor-Regional Mário Guilherme Sebben, da Federasul, ressaltou a importância da credibilidade dos políticos, pois acredita que só se resolvem os problemas pela política, já que o Brasil é um País democrático, saudando os políticos novos e ratificando o bom caráter de inúmeros Deputados de seu conhecimento. O Engenheiro Edmundo Fernandes da Silva asseverou que se tem um serviço público de “Suíça” e uma economia de “Biafra”, destacando os esforços empreendidos para concretizar o primeiro Pólo Naval no Estado do Rio Grande do Sul, em Rio Grande. O Economista Paulo de Tarso Pinheiro Machado, da Pólo, agradeceu às Comissões, registrando que se estabelecerá um link mais forte e haverá a inserção da Assembléia Legislativa na “Agenda

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2020”com responsabilidade e participação neste processo, que pertence à sociedade. O Diretor Administrativo Alberto José Pelicióli, da Treboll Móveis e Representante da Movergs, elogiou o economista Paulo de Tarso pelo encaminhamento da “Agenda 2020”, destacando a importância da existência de líderes, aludindo ao empenho de empresários junto aos Parlamentares que têm o poder de decisão no momento de reduzir a carga tributária, pois a sociedade não suporta mais. Ressaltou que as empresas de móveis são projetadas por 15 anos e, na sua maioria são exportadores, mas quando não se consegue aumentar receita, se reduz despesas, sugerindo ao Estado fazer o mesmo para investir no crescimento. O Assessor da Presidência do Sindilojas, Erah Cardoso, aludiu à questão da credibilidade, frisando que o problema está na politização das ações sociais, afirmando que é oriundo dessa área, sendo ligado à Associação dos Motoboys, trabalhando com a Federação dos Recursos Humanos e várias entidades, num programa “Porto Alegre sobre rodas”, reclamando das eleições a cada dois anos, que impedem o comprometimento do político a longo prazo e por conseqüência com a sociedade. O Economista Tirone Lemos Michelin, Governador do Rotary Internacional, afirmou que no mundo globalizado existem três possibilidades: ser sócio, empregado ou escravo, sendo que hoje o empresário empreendedor está endividado com problemas de falta de tecnologia moderna, lembrando que o Brasil tem as possibilidades do Chile, estamos numa plataforma entre Europa e Ásia dos grandes mercados, asseverando que a grande reforma passa pela vontade política no papel, que não aumenta impostos mas movimenta ativos realizáveis disponíveis, que “ameliamos” durante 100 anos, como por exemplo os 17 bilhões de dívidas que temos a receber, com liquidez dúbia, porém é a fonte para implementar um programa implantado em Santa Catarina, convidando as Comissões e empresários a conhecerem in loco a S.C Parcerias, que foi a solução encontrada, criando uma empresa de um bilhão de reais em fevereiro de 2005, aproveitando sócios locais, empresários probos, que estão fazendo a interpraias, Porto de Imbituba, presídios e lojísticas de Lages até aqui, lembrando a potencialização público-privada, pois os poderes municipais, estaduais e federal detêm patrimônio livre, que estão ungidos pela lei da impenhorabilidade, e sendo implementada uma empresa com poucos funcionários, tornará o Estado leve e desenvolvido. Destacou o trabalho conjunto das Comissões procurando se posicionar e possibilitando a manifestação de todos, buscando alternativas e cumprindo assim sua função. O Presidente João Fischer manifestou seu interesse em conhecer a experiência apontada pelo Economista Tirone Lemos Michelin, pois o Parlamento interage com o Governo e com quem trabalha e produz, ressaltando que o debate foi importante e, com certeza, haverá continuidade no próximo ano. O Presidente Nelson Härter salientou que o Deputado João Fischer sintetizou o pensamento das duas Comissões que seria de se encontrar alternativas ao longo de 2008, dando continuidade a essa discussão com os temas sendo debatidos e aprofundados. Estiveram presentes os Senhores Maria Lúcia Leitão de Carvalho, Diretora do Departamento de Planejamento Governamental, representante da Secretaria de Planejamento e Gestão; Edmundo Fernandes da Silva, Engenheiro da Secretaria de Infra-Estrutura e Logística; Prefeito João Ismael Portela, de Garruchos; Vereadores: Sérgio Francisco da Silva, Presidente, e Ivan César Machry, ambos de Não-Me-Toque; Thômaz Nunnenkamp, Diretor da Fiergs; André Roncatto, Diretor, José Otávio Rodrigues, Assessor Político, ambos da Federação do Comércio de Bens e de Serviços no Estado do RS/Fecomércio; Mário Guilherme Sebben, Diretor Regional, Sérgio Leusin Júnior, Assessor Econômico, ambos da Federasul; Adelar Fochezatto, Presidente da Fundação de Estatística e Logística; Márcio Kauer, Secretário Executivo do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio dos Sinos/Consinos e Representante do Coredes; Sérgio Cardoso, Presidente do Corede do Delta do Jacuí; Paulo de Tarso Pinheiro Machado, Economista da Pólo/Agência de Desenvolvimento e Paulo César Flores, Assessor de Imprensa da “Agenda 2020”; Tirone Lemos Michelin, Economista e Governador 2008/2009 do Rotary Internacional; Darci de Ávila Ferreira, Diretor Executivo e seu Assistente Rafael de Bernardes, da Garantia/RS; Marco Antonio Belotto, Vice-Presidente Financeiro, Erah Cardoso Assessor da Presidência, ambos do Sindilojas; Sidney Fontoura Gomes, Presidente em exercício do Sindimóveis; Luciano Moraes, Advogado da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos do RS/Assintecal; Alberto José Pelicióli, Diretor Administrativo da Treboll Móveis e Representante da Movergs; Gustavo Toigo, Sócio da Movergs; Soeli Pertíle, Assessora de Imprensa Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas; José Lauri Mörschbächer, Secretário Executivo do CIC Teutônia; Marco Aurélio Kirsch, Diretor de Relações Institucionais ACI/Novo Hamburgo; Helécio Dutra de Almeida, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do RS/CREA; Romário Brigoni, Assessor Sindical do

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Sindióptica/RS; Marius Quiroz, Gerente da Vertente Comunicação. A reunião foi encerrada às doze horas e trinta minutos. Para registrar, lavrei a presente Ata que após lida e aprovada, será assinada pelos Presidentes e por mim, Secretária.

Deputado Nelson Härter, Deputado João Fischer,Presidente da Comissão de Economia Presidente da Comissão de Participação e Desenvolvimento Legislativa Popular.

Denise Maria Boaz, Secretária da CMPPLP.

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Comissão Mista Permanente de Participação Legislativa Popular

ATA Nº30

Aos doze dias do mês de dezembro do ano de dois mil e sete, às nove horas e trinta minutos, na Sala Maurício Cardoso, 4° andar desta Casa, a Comissão Permanente de Participação Legislativa Popular realizou Audiência Pública Conjunta com a Comissão de Economia para tratar dos microcréditos e mecanismos facilitadores, objetivando viabilizar o acesso ao crédito pelos empreendedores, a pedido do Deputado Jerônimo Goergen. Foram convidadas as Secretarias Estaduais, Prefeituras, Câmaras de Vereadores e outros órgãos públicos pertinentes, além de entidades representativas como a Famurs, Federasul, Fiergs, Fecomércio, Farsul, Fetag, Sebrae, Embratur, Uvibra, Ibravin, Ugart, Movergs, Abrameq, Abicalçados, Assintecal, Abav, Asgav, CDLs, ACIs, entre outras. O Deputado Nelson Härter, Presidente da Comissão de Economia e Desenvolvimento, abriu os trabalhos registrando a presença dos Deputados Adilson Troca, Álvaro Boessio, Edson Brum, Elvino Bohn Gass, Heitor Schuch, Iradir Pietroski, Miki Breier, Paulo Azeredo, Ronaldo Zülke e Silvana Covatti. De imediato, o Presidente João Fischer convidou as autoridades presentes para a composição da Mesa. O Presidente João Fischer informou que o objetivo daquela Audiência Pública era levantar questões importantes na área econômica e social no Estado do Rio Grande do Sul. Justificou a ausência do Deputado Jerônimo Goergen, proponente da Reunião, que ficou impossibilitado de comparecer, em virtude de ter que atender compromissos parlamentares fora da Casa. Registrou dificuldades dos pequenos empresários de obter créditos em época de crise, principalmente na questão da exportação, aludindo também aos problemas dos prestadores de serviços, questionando quais seriam os acessos e as possibilidades de benefícios em nível de Governo e Associações de Créditos para os pequenos empreendedores. Comunicou viagem à Santa Catarina, a convite do Rotary Internacional, acompanhar a delegação composta por várias entidades representativas da Sociedade Gaúcha, à Santa Catarina, objetivando conhecer o Programa “SC/Parcerias S.A.”, que atua no Setor Público e Privado com trabalhos específicos em todas as áreas, criando a possibilidade de investimentos, implantado pelo Governo daquele Estado, com vistas à análise da potencialidade de aplicação no Rio Grande do Sul, com a finalidade de proporcionar o desenvolvimento do Estado. O Diretor-Executivo Darci Ávila Ferreira , da Garantia RS, asseverou que microcréditos e mecanismos facilitadores são uma importante ferramenta de inclusão social e erradicação da pobreza, contribuindo para o desenvolvimento social utilizando parcerias institucionais. Salientou que a Garantia RS é o único fundo garantidor para operações de microcréditos, programa materializado em setembro de 2004, pelas técnicas Mery Fátima Della Giustina Gentile, Gerente, e Sílvia Tanus, com a missão de contribuir para o desenvolvimento econômico e social, concedendo garantias e fianças aos micro e pequenos empreendimentos, utilizando parcerias institucionais. Ressaltou que em 2006 houve o lançamento do produto “Fiança Locatícia” para locações comerciais e para o Programa Credimicro foram garantidos R$ 600.000,00 de liberações. Destacou que em 2007 houve a aprovação do Tribunal de

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Contas do Estado para administração de recursos aportados pelas Prefeituras no Fundo Garantidor, ultrapassando R$ 800.000,00 em aporte de Instituições para microcrédito. Salientou que o objetivo era o de fomentar a economia dos Municípios, ser Política Pública de caráter permanente e auto-sustentável, promover a formalização de microempresas, com as características de crédito produtivo e orientado com juro mais competitivo do mercado e o público alvo são os empreendedores informais e formais que faturem até R$ 60.000,00 por ano. Informou que o Agente de Desenvolvimento/Agente de Crédito divulga e conscientiza a sociedade e os empreendedores sobre o programa de microcrédito, realizando um cadastro preliminar dos empreendedores de micro porte e apontando as características do Credimicro. Destacou que a família é a microcélula de sustentação da sociedade e através de seus valores e crenças leva o desenvolvimento à comunidade. Registrou que o Programa “Família Empreendedora” busca otimizar as potencialidades das famílias, motivando-as a constituir seu negócio como forma de ampliar a sua renda ou constituir pequenos negócios de maneira segura e orientada. Enfatizou que as empresas do mundo globalizado estão exigindo pessoas capacitadas, entretanto há espaço para que negócios sejam criados desde que a vontade e a formação, na área e mercado, sejam levados ao conhecimento das pessoas interessadas. Informou que a Garantia/RS conta com os apoiadores: Caixa/RS, Sebrae/RS e Sedai. O Técnico João Francisco Sattamini, do BRDE, relatou as iniciativas da entidade ao longo dos 45 anos desde a sua criação, ressaltando que o BRDE tem um departamento específico para microcréditos, com uma realidade limitadora de ordem física, com diversos convênios, operando através do Sicredi – Sistema de Crédito Cooperativo, crédito industrial, comercial e rural para os pequenos produtores. Informou que o Banco financiou, até hoje, um montante acumulado de US$ 17,2 bilhões, induzindo investimentos totais de US$ 37 bilhões, distribuídos em mais de 67 mil projetos, que resultaram na geração e manutenção estimada de 1,3 milhões de postos de trabalho e em um adicional de arrecadação, para os Estados controladores, da ordem de US$ 4,7 bilhões. O Senhor Henrique Schuster, Presidente do Fórum Gaúcho de Microfinanças, informou que o Fórum Gaúcho de Microcréditos é uma associação formal com espaço de assinaturas de microcréditos comunitários, de pessoas que trabalham com microcréditos estaduais, municipais, encontrando-se para discutir, debater e tentando se articular para melhor realizarem as suas funções de acesso ao microcrédito à população que precisa desta linha de crédito e que normalmente não conseguem no sistema financeiro tradicional. Ressaltou que o microcrédito se propõe a ser produtivo no sentido de valores créditos com orientação e acompanhamento com qualificação, valorizando a produção, gerando renda e mantendo o trabalho. Asseverou que a Caixa/RS e outras instituições fazem parte do Fórum Gaúcho, que vai acumulando conhecimento para que o microcrédito no Rio Grande do Sul cresça e se efetive. Salientou que o PNMPO/Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado é uma legislação, um marco em nível federal que orienta as linhas e o trabalho de microcréditos no País inteiro. Ressaltou a importância do trabalho do Sebrae, da Plansec, da economia solidária ao microcrédito, registrando que as questões de financiamentos são orientadas e qualificadas para que esses empreendedores valorizem a sua produção, gerando renda e novos postos de trabalho. Asseverou que o microcrédito está muito aquém ainda no Brasil, pois não se conseguiu atingir boa parcela da população que realmente precisa desse crédito. O Presidente João Fischer declarou estar satisfeito com os mecanismos da Garantia/RS, que auxilia quem quer produzir e conhecer este cenário muito bom para abrir seu próprio investimento. Lamentou o desconhecimento dos mecanismos dos microcréditos, que poderiam funcionar melhor se fossem divulgados às Prefeituras e outras instituições como as associações comerciais do Estado. O Diretor-Executivo Darci Ávila Ferreira , da Garantia/RS, informou que esteve com o Senhor Cairolli para encontrar uma maneira de se trabalhar o microcrédito, levando às Associações Comerciais e às Câmaras dos Dirigentes Lojistas. O Presidente João Fischer ressaltou que a Associação Comercial da Prefeitura de Rio Pardo apontou recursos para o microcrédito. O Presidente Nelson Härter ressaltou que pequenos empresários se deparam com entraves burocráticos para entrar num Banco e solicitar um financiamento, asseverando que o poder público municipal se preocupa muito com o dia-a-dia, com iluminação e buracos, e não há um trabalho profissional de ir atrás de investimentos, salientando que o pequeno empreendedor tem dificuldades e que deveria haver mecanismos para o representar. O Diretor-Executivo Darci Ávila Ferreira , da Garantia RS, asseverou que os agentes são treinados por nove dias para uma operação microcrédito, informando que o Banco faz a visita e preenche as informações. Ponderou que 41 cidades já têm seus agentes de crédito treinados, destacando que Rio Grande fez a primeira operação com a Dona Patrícia, costureira, no valor de mil e quinhentos reais.

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O Diretor-Executivo Cristiano Mross, da Portosol, salientou que a Entidade tem 11 anos de experiência, tornando-se o pioneiro na elaboração de microcréditos, com o objetivo de financiar os microempreendedores, como costureiras, artesãos entre outros. Destacou que o Rio Grande do Sul foi o Estado que mais sofreu em termos de políticas públicas. Asseverou que com debate produtivo, observando as alternativas, para que se chegue a uma política de microcréditos com resultados significantes como nos Estados da Bahia e de Santa Catarina que têm políticas públicas de incentivo aos microcréditos. O Senhor Henrique Schuster, Presidente do Fórum Gaúcho de Microfinanças, citou mais algumas instituições que estão no Fórum: Credisol, Comicro, Strogen, informando que há poucas instituições de crédito no Rio Grande do Sul, somente oito, ao passo que Santa Catarina tem dezenove instituições de microcréditos comunitários habilitadas a trabalhar. Informou que há três milhões de pessoas no Estado precisando de microcrédito, no entanto os recursos não chegam a elas. Destacou o Credimicro que é um programa estadual, mas há uma demanda enorme que não está sendo atendida, sendo que a principal reivindicação das instituições é a falta de fundos, um aporte, um capital necessário para fazerem os financiamentos. Informou que existem linhas de financiamento com projetos importantes via BNDS, porém, só empresta grandes quantias de dinheiro às agências de fomento que têm condições de aportar um grande volume. O Presidente Nelson Härter registrou que se tem feito muitas Audiências Públicas com objetivos de “quebrar” protocolos, para se buscar soluções de diversos problemas. O Técnico Roberto Burtet Kwitko , do Sebrae, apontou o Rio Grande do Sul como um Estado que possui uma tradição grande em finanças e a empresa Por do Sol conta com uma experiência inovadora com o poder público mais a sociedade civil, servindo de modelo para vários Estados do País. Salientou que a Constituição Federal prevê tratamento diferenciado para empresas, com microcréditos formais ou informais, porém, é necessário que haja um planejamento de microfinanças para o Rio Grande do Sul, cuja proposta seria inicialmente de um conjunto de forças e o modo de cada um participar com a disseminação da informação, apoiados pelo Sebrae, Sicredi, Garantia/RS que irão elaborar o projeto, capacitando conselheiros do BRDE, Banco do Brasil, Caixa Federal à acesso ao crédito para se trabalhar em conjunto. A Gerente Mery Fátima Della Giustina Gentile, da Caixa/RS, lembrou que há um Programa de microcréditos do Estado atrelado à Garantia/RS desde 2002. Ressaltou que a Caixa/RS desenvolveu o sistema de microcréditos dentro do Programa de Desenvolvimento Local Diretriz de Crédito, com levantamento e acompanhamento dos empreendedores, destacando as diferenças regionais e fazendo o repasse aos microcréditos. O Diretor-Executivo Cristiano Mross, da Portosol, ressaltou a importância do papel do BRDE não só no Estado, mas em toda a Região Sul, salientando que a Caixa /RS estava presente para cooperar com os pequenos empreendedores. O Senhor Normélio Eckert, Consultor da Fiergs, asseverou que o ambiente brasileiro era voltado para pessoas serem empregados, sendo necessário mudar esse conceito, lembrando que a Universidade tem que formar empreendedores e saber o seu significado. Destacou que os agentes de microcréditos devem ter um preparo mínimo, ensinando o pequeno produtor a fazer um fluxo de caixa, salientando que a Fiergs é parceira no que for possível, solicitando dados concretos para divulgar. O Diretor-Executivo Darci Ávila Ferreira , da Garantia RS, aludiu às empresas pequenas que se formam nas próprias residências, sugerindo que esta Casa possa no início do ano Legislativo trazer todos os Prefeitos do Rio Grande do Sul e entidades como a Fiergs, apresentando num evento de um dia o trabalho de microcréditos. O Presidente João Fischer ressaltou a importância de se divulgar o programa, sendo essencial a participação do garantidor, porque fomentará a economia. Lembrou, quando esteve em Quebec, no Canadá, afirmando que lá o Estado é o garantidor do financiamento para o pequeno e médio, sendo o programa aprovado por uma Universidade. A Senhora Alda Miller , Vice-Presidente do Fórum Gaúcho de Microfinanças, revelou que o Rio Grande do Sul é pioneiro em programas de microcrédito, porém em 20 anos fez menos do que Santa Catarina em oito, destacando que os clientes potenciais, não chega a 1%. Observou que o Estado apresenta uma carteira ativa de R$ 500 mil, e a do Estado vizinho é de R$ 75 milhões, atribuindo o problema à descontinuidade das políticas públicas. Destacou que o Estado foi o precursor em metodologia e arranjo institucional inovador, com a Portosol, que tem um pacto importante junto ao pequeno empreendedor. O Presidente Nelson Härter lembrou que as Prefeituras e suas Secretarias poderiam se dedicar mais nesse setor de microcréditos para o comércio, indústria, proporcionando um desenvolvimento maior da economia dos Municípios. O Economista Tirone Lemos Michelin, Governador do Rotary Internacional, destacou o trabalho exitoso destas Comissões para um grande desenvolvimento, onde a população pode ser sócia. Explicou que parceria é uma das principais

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inovações da Lei das OSCIPs/Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, e como seria a “Parcerias RS” em que o pequeno empreendedor poderá participar para eficientizar o Estado. Esclareceu que se trata de um novo instrumento jurídico criado pela Lei 9.790/99 (art. 9º) para a realização de parcerias unicamente entre o Poder Público e a OSCIP para o fomento e execução de projetos, consolidando um acordo de cooperação entre as partes e constituindo uma alternativa ao convênio para a realização de projetos entre OSCIPs e órgãos das três esferas do Governo, dispondo de procedimentos mais simples do que aqueles utilizados para a celebração de um convênio. Salientou que é responsabilidade do órgão estatal averiguar com antecedência a idoneidade, a regularidade, a competência e a adequação da OSCIP aos propósitos do Termo de Parceria, observando que não há impedimento legal para a realização de convênios entre OSCIPs e Governos, desde que cumpridas as exigências para tal. Ressaltou que o projeto a ser implementado, Governo e OSCIP negociam um programa de trabalho que envolve, dentre outros aspectos, objetivos, metas, resultados, indicadores de desempenho e mecanismos de desembolso. Asseverou a importância de que o órgão estatal mantenha um Conselho de Política Pública, informado a respeito de suas atividades de acompanhamento do Termo de Parceria, devendo encaminhar suas recomendações e sugestões. Registrou que o Termo de Parceria também é fiscalizado pelo sistema de controle da Administração Pública, formado por auditorias internas, por exemplo, a Secretaria Federal de Controle no Governo Federal e externa o Tribunal de Contas. Ponderou que no acesso ao Termo de Parceria o órgão estatal tem que manifestar interesse em promover a parceria com OSCIPs, indicando as áreas nas quais deseja firmar parcerias e os requisitos técnicos e operacionais para isso, podendo realizar concursos para a seleção de projetos. Assinalou que a própria OSCIP também pode propor a parceria, apresentando seu projeto ao órgão estatal, nesse caso, o órgão governamental avaliará a relevância pública do projeto e sua conveniência em relação a seus programas e políticas públicas, tanto quanto os benefícios para o público alvo. Asseverou que a decisão final sobre a efetivação de um Termo de Parceria cabe ao Estado, que deverá atestar previamente ou regular funcionamento da OSCIP (Decreto 3.100/99, art. 9º). Observou que o projeto de Parceria para o Rio Grande do Sul geraria bilhões de BIP à economia, que seria uma ótima contribuição para o momento estratégico que o Estado está carecendo. O Senhor César Silva, Vice-Presidente das Micro e Pequenas Empresas da Associação Comercial Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha, ressaltou as dificuldades da Região dos Sinos às questões cambiais, trabalhando com parceiros. Asseverou que a Região Sul é diferente de outros Estados. A Técnica Iveta Medeiros, da Secretaria de Estado do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais/SEDAI, representando o Secretário Nelson Proença, ressaltou que se deve buscar contatos para que as pessoas possam interagir com a população, pois a maioria tem grande dificuldade em aceitar o novo. Observou a necessidade de cooperativas para se chegar ao pequeno empreendedor, manifestando apoio à proposta de microcréditos para o desenvolvimento do Estado. O Presidente João Fischer salientou que acompanhou a delegação composta por várias entidades representativas da Sociedade Gaúcha em visita à Santa Catarina para conhecer o Programa “SC-Parcerias S.A.”, implantado pelo Governo daquele Estado, com vistas à análise da potencialidade de aplicação no Rio Grande do Sul, objetivando o desenvolvimento do Estado e criando a possibilidade de investimentos. Anunciou a possibilidade de um Seminário, juntamente com o aval do Presidente da Comissão de Economia e Desenvolvimento, no mês março ou abril do próximo ano, para se mobilizar todos os Prefeitos, apresentando aos Municípios a estrutura e o acesso aos microcréditos. Lembrou que, atualmente, uma pessoa com mais de 40 anos é considerada velha e, às vezes, quer abrir uma empresa de pequeno porte para trabalhar e precisa ter acesso aos microcréditos. O Senhor Henrique Schuster, Presidente do Fórum Gaúcho de Microfinanças, salientou a necessidade de se ampliar, divulgando os microcréditos como um todo, com o apoio das duas Comissões para potencializar a proposta e pautar para 2008, formando um Fórum ou Grupo de Trabalho junto ao Parlamento, com representantes de entidades como a Fiergs, o Sebrae e outras. O Diretor-Executivo Darci Ávila Ferreira , da Garantia RS, concordou com a possibilidade de apresentar, nesta Casa, ações acerca de uma maior divulgação do sistema de microcréditos que serão importantes para o Estado. O Deputado Ronaldo Zülke asseverou que é necessário estimular e apoiar a proposta do encontro no ano que vem, envolvendo entidades e Municípios. Sugeriu à Caixa/RS que elaborasse uma linha de crédito específica de microcréditos. Salientou que se deve pensar em programas novos com recursos disponíveis e disposição para atender demandas da sociedade, fazendo o debate no próximo período, mobilizando a sociedade e as instituições para se adequarem a

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programas já existentes, observando que os agentes públicos municipais são fundamentais no processo de habilitação do sistema de microcréditos. O Presidente Nelson Härter ressaltou o êxito obtido nesta Audiência Pública e registrou a presença dos Senhores Iveta Medeiros, Representante da Secretaria de Estado do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais/SEDAI; Rafael Prestes, Representante da Secretaria do Planejamento e Gestão; Rubens Falcão, Representante da Secretaria de Turismo; Artur Goularte, Vereador de São Gabriel; Roselena da Costa Vargas, Secretária Municipal da Secretaria de Indústria e Comércio de Tabaí; Marcello Noetzold, Professor do Centro Universitário FEEVALE; Darci de Ávila Ferreira, Diretor-Executivo, Rafael Bernardes e Luam de Oliveira, Assistentes Administrativos, todos da Garantia/RS; João Francisco Sattamini, Técnico do Planejamento do BRDE/Agência Porto Alegre; Tirone Lemos Michelin, Economista e Governador do Distrito 4680/Rotary Internacional e Coordenador do Grande Mutirão Social/Inclusão e Desenvolvimento; Normélio Eckert, Consultor da Fiergs; Roberto Bittencourt, Representante da Fundação Estadual de Pesquisa e Agropecuária/Fepagro; Roberto Kwitko, Técnico de Crédito do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio Grande do Sul/Sebrae; Soeli Pertile, Assessora da Presidência da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RS; Elisabete dos Santos Freitas, Coordenadora de Recursos Políticos-Educacionais da Cooperativa dos Trabalhadores das Vilas de Porto Alegre/RS/Cootravipa; Henrique Schuster, Presidente do Fórum Gaúcho de Microfinanças; Alda Miller, Diretora da GESTO/Microfinanças e Desenvolvimento Local e Representante do Fórum Gaúcho de Microfinanças; Mery Gentile, Gerente de Microcrédito da Caixa/ RS; André Toschi, Assistente de Crédito do Sicredi; Rochele Flores, Representante da Agência de Crédito e Desenvolvimento da Instrodi; Cristiano Mross, Diretor Executivo do Portosol; Marco Aurélio, Operador de Microcrédito da Credisol; Cláudio Lucca da Cunha, Presidente do Banco do Povo; Sérgio Galbinski, Vice-Presidente do Sindilojas e Vice-Presidente de Finanças da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre; César Silva, Vice-Presidente das Micro e Pequenas Empresas da ACI/Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha; Joseane Pereira Vargas, Chefe de Gabinete da Prefeitura de Tabaí. O Presidente Nelson Härter agradeceu a presença de todos e a reunião foi encerrada às onze horas e cinqüenta minutos. Para registrar, lavrei a presente Ata que após lida e aprovada, será assinada pelos Presidentes e por mim, Secretária.

Deputado Nelson Härter Deputado João Fischer,Presidente da Comissão de Economia Presidente da Comissão de Participação e Desenvolvimento. Legislativa Popular.

Denise Maria Boaz, Secretária da CMPPLP.

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Comissão Mista Permanente de Participação Legislativa Popular

ATA Nº31

Aos dezenove dias do mês de dezembro do ano de dois mil e sete, às onze horas e quinze minutos, na Sala Maurício Cardoso, 4º andar desta Casa, realizou-se a Reunião Ordinária desta Comissão, sob a presidência do Deputado João Fischer que registrou a presença dos Senhores Deputados Álvaro Boessio, Heitor Schuch, Miki Breier e Edson Brum. Dando início aos trabalhos, o Presidente João Fischer declarou aprovadas a Atas 26 (31/10/07), 27 (31/10/07), 28 (07/11/07), 29 (28/11/07), 30 (12/12/07) e 31 (19/12/07), ressalvando aos Parlamentares o direito de retificá-las, por escrito, se assim o desejassem, conforme disposição regimental. Após, no período destinado ao Conhecimento de Matérias da Alçada da Comissão, foi apreciado o Relatório Final dos Trabalhos da Comissão de 2007, que será enviado a todos os integrantes deste Órgão Técnico. Em seguida, em Assuntos Gerais, o Presidente João Fischer apresentou relatório da audiência desta Comissão na Secretaria de Estado de Segurança Pública com Excelentíssimo Senhor Secretário José Francisco Mallmann, para tratar dos descontos indevidos, não autorizados em

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contracheques de servidores, provenientes de entidades representativas de classe, em 13/11/07. A reunião contou com a presença dos Promotores de Justiça, Alexandre Lipp João e Daniel Sperb Rubin, representando o Ministério Público Estadual. O Deputado-Presidente determinou providências no sentido de publicar o Relatório pelo Departamento de Comissões para que ficasse registrado nos Anais desta Assembléia Legislativa. No período destinado aos Pronunciamentos dos Senhores Deputados, o Parlamentar Edson Brum almejou um Feliz Natal e Próspero Ano Novo a todos, e os demais Parlamentares presentes externaram também votos de felicitações. Finalizando, o Deputado-Presidente assinalou o trabalho exitoso, durante este ano de 2007, executado por esta Comissão, divulgado no Relatório Final, agradecendo a todos que fizeram parte da equipe técnica, desejando a todos um Feliz Natal e um Ano Novo com muito sucesso, afirmando que foi um privilégio haver presidido este Órgão Técnico. Agradeceu a presença de todos e encerrou a Reunião às onze horas e trinta minutos. Para registrar, lavrei a presente Ata que após lida e aprovada, será assinada pelo Presidente e por mim, Secretária.

Deputado João Fischer,Presidente da Comissão de ParticipaçãoLegislativa Popular.

Denise Maria Boaz, Secretária da CMPPLP.

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Comissão Especial para Analisar a Questão do Lixo no RS

ATA DE ENCERRAMENTO - Nº10

Aos quatorze dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e oito, às 11 horas, a Comissão Especial de para Analisar a Questão do Lixo no Rio Grande do Sul reuniu-se na sala Liberato Salzano Vieira, localizada no 3º andar do Palácio Farroupilha, para realização de Reunião para apreciação e votação do Relatório Final da Comissão. Presentes os Deputados, membros titulares, Kalil Sehbe, Miki Breier, Kelly Moraes, Ronaldo Zülke, Gerson Burmann e, membros suplentes, Giovani Cherini e Silvana Covatti. O Deputado Kalil Sehbe, Presidente da Comissão, ao abrir os trabalhos, declarou aprovada a Ata nº 9, referente à Audiência Pública realizada em treze de dezembro de dois mil e sete. A seguir passou a palavra ao Relator, Deputado Miki Breier, que procedeu à leitura das Conclusões e Recomendações integrantes do Relatório Final. Após a leitura, o Deputado Presidente informou que envio do Relatório por e-mail aos Gabinetes foi uma decisão para atender ás Recomendações apontadas. Os Deputados presentes elogiaram a iniciativa. Não havendo inscritos para discussão, passou à votação. O Relatório recebeu sete votos favoráveis e nenhum contrário, tendo sido aprovado por unanimidade. E nada mais havendo a tratar, às doze horas e quinze minutos, o Deputado Kalil Sehbe declarou encerrada a presente sessão e os trabalhos da Comissão Especial para Analisar a Questão do Lixo no Rio Grande do Sul . E, para constar, eu, Florestino da Costa Floriano, Secretário ad hoc, lavrei a presente Ata, que será assinada por mim e pelo Senhor Presidente da Comissão. PALÁCIO FARROUPILHA, em Porto Alegre, aos quatorze dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e oito.

Deputado Kalil Sehbe,Presidente da Comissão.

Florestino da Costa Floriano,Secretário “ad hoc”.

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Comissão Especial para Acompanhar os Projetos de Reflorestamento do RS

ATA Nº12

Aos dezenove dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e oito, às dezesseis horas e quarenta minutos, a Comissão Especial para Acompanhar Projetos de Reflorestamento e Florestamento Comercial no Estado reuniu-se na sala Alberto Pasqualini, localizada no 4º andar, do Palácio Farroupilha, para realização de Reunião para apreciação e votação do Relatório Final da Comissão. Presentes os Deputados, membros titulares, Marco Peixoto, Nelson Härter, José Sperotto, Paulo Azeredo, Rossano Gonçalves, Paulo Odone, e Cassiá Carpes; membros suplentes, Adilson Troca e Silvana Covatti. O Deputado Marco Peixoto, Presidente da Comissão, ao abrir os trabalhos, declarou aprovada a Ata nº 11, referente à Audiência Pública realizada em dezessete de dezembro de dois mil e sete, no Município de Barra do Ribeiro. O Deputado Presidente informou que foi entregue nos gabinetes dos Deputados, integrantes da Comissão, uma cópia do Relatório, conforme a exigência do prazo regimental. A seguir, passou a palavra ao Relator, Deputado Nelson Härter, que procedeu à leitura das Conclusões e Recomendações integrantes do Relatório Final. O Presidente e os demais membros manifestaram-se acerca do tema, discutido em vários Municípios do interior do Estado, reiterando a importância da silvicultura para a economia do Estado, agregando geração de emprego e renda. Em não havendo mais inscritos para a discussão, passou à votação. O Relatório recebeu nove votos favoráveis e nenhum contrário, tendo sido aprovado por unanimidade. E nada mais havendo a tratar, às dezessete horas e cinqüenta e cinco minutos o Deputado Marco Peixoto declarou encerrada a presente sessão e os trabalhos da Comissão Especial para Acompanhar Projetos de Reflorestamento e Florestamento. E, para constar, eu, Florestino da Costa Floriano, Secretário ad hoc, lavrei a presente Ata, que será assinada por mim e pelo Senhor Presidente da Comissão. PALÁCIO FARROUPILHA, em Porto Alegre, aos dezenove dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e oito.

Deputado Marco Peixoto,Presidente da Comissão.

Florestino da Costa Floriano,Secretário ad hoc.

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Departamento de Taquigrafia__________________________________________________________________________________

9ª SESSÃO ORDINÁRIA, REALIZADA EM 26 DE FEVEREIRO DE 2008.

Presidência dos deputados Alceu Moreira e Cassiá Carpes

Às 14h15min, o Sr. Alceu Moreira assume a direção dos trabalhos.

O SR. PRESIDENTE ALCEU MOREIRA (PMDB) – Invocando a proteção de Deus, declaro aberta a sessão.

(Transcrição da ata da 6ª sessão ordinária, realizada em 19 de fevereiro de 2008.)

Ata da sexta sessão ordinária, em 19 de fevereiro de 2008.

Presidência dos deputados Alceu Moreira, presidente; e Gerson Burmann, segundo-vice-presidente.

Às 14 horas e 15 minutos, o presidente deputado Alceu Moreira assumiu a direção dos trabalhos. Presentes os seguintes deputados: Adão Villaverde, Daniel Bordignon, Dionilso Marcon, Fabiano Pereira, Ivar Pavan, Marisa Formolo, Raul Pont, Ronaldo Zülke, Alceu Moreira, Alexandre Postal, Álvaro Boessio, Edson Brum, Gilberto Capoani, Márcio Biolchi, Nelson Härter, Adolfo Brito, Francisco Appio, Frederico Antunes, Jerônimo Goergen, João Fischer, Mano Changes, Marco Peixoto, Pedro Westphalen, Silvana Covatti, Adroaldo Loureiro, Gerson Burmann, Giovani Cherini, Kalil Sehbe, Paulo Azeredo, Rossano Gonçalves, Abílio dos Santos, Aloísio Classmann, Cassiá Carpes, Iradir Pietroski, Kelly Moraes, Adilson Troca, Nelson Marchezan Júnior, Paulo Brum, Berfran Rosado, Carlos Gomes, Luciano Azevedo, Paulo Odone, José Sperotto, Marquinho Lang, Paulo Borges, Heitor Schuch e Raul Carrion. Invocando a proteção de Deus, a presidência determinou a abertura da sessão, declarando aprovada a ata da terceira sessão ordinária, de 12 de fevereiro de 2008, que se encontrava à disposição dos Senhores Parlamentares na secretaria da Mesa até o final desta sessão, ressalvando a Suas Excelências o direito de retificá-la por escrito, se assim o desejassem. Em seguida, a presidência convidou o deputado Carlos Gomes a proceder à leitura de expediente, quando foram lidas justificativas de ausência dos deputados Frederico Antunes à sessão plenária de 07 de fevereiro, devido a encontro com lideranças no interior do Estado; Pedro Pereira às sessões plenárias de 10, 20 e 21 do presente mês, em decorrência de missão oficial em Brasília e em São Paulo; Elvino Bohn Gass à sessão plenária de 19 do mês em curso por encontrar-se em Brasília, acompanhando comitiva gaúcha; Zilá Breitenbach às sessões plenárias de 07 e 14 do atual mês, tendo em vista sua participação em audiência com o prefeito Municipal de São Luiz Gonzaga, e compromisso externo, respectivamente; Stela Farias às sessões plenárias de 19 e 20 de

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fevereiro, por estar realizando viagem à Nova Iguaçu, a fim de conhecer as experiências em políticas públicas daquela administração; Miki Breier às sessões plenárias de 10 e 20 do mês corrente, por estar acompanhando agendas de interesse dos Municípios de Santana do Livramento e Cachoeirinha e participando do 1º Encontro Brasileiro de Legisladores e Governantes pela Vida, em Brasília; e Adilson Troca à sessão plenária de 13 de fevereiro, tendo em vista reunião com os membros da CPI do Detran. A seguir, passou-se ao período destinado ao grande expediente, quando a sessão foi suspensa por breves instantes. Na sua reabertura, o presidente deputado Alceu Moreira saudou: o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Senhor João Carlos Machado, representando a governadora do Estado, Senhora Yeda Crusius; o presidente da Federarroz, Senhor Renato Caiaffo da Rocha; o presidente do IRGA, Senhor Maurício Miguel Fischer; o chefe do Escritório do Itamaraty no Rio Grande do Sul, embaixador Cláudio Lyra; o presidente da Câmara Setorial Nacional do Arroz, Senhor Francisco Schardong; o vice-presidente da Caixa RS, Senhor Pery Sperotto Coelho; o Senhor ex-Deputado Erico Pegoraro; as Senhoras e os Senhores Parlamentares desta Casa; o presidente do Sindicato Rural de São Gabriel, Senhor Tarso Teixeira; o representante do Sindarroz, Senhor César Augusto Gazzaneo; o diretor-técnico do Senar, Senhor Taylor Guedes; o vice-presidente da Câmara Municipal de Tapes, vereador Leonardo Petry de Souza; as Senhoras e os Senhores Diretores da Federarroz e do IRGA; as Senhoras e os Senhores Arrozeiros; as Senhoras e os Senhores Representantes da imprensa; e as senhoras e os senhores. Após, o deputado Rossano Gonçalves assumiu a tribuna, homenageando a abertura oficial da 18ª Colheita do Arroz no Rio Grande do Sul, que ocorreria no próximo 02 de março, em Cachoeirinha, destacando que se tratava de um evento que focalizava a produção, a industrialização e a comercialização de um cereal que era alimento básico da população brasileira, cuja atividade econômica se constituía na mais importante do planeta, gerando aproximadamente um bilhão de empregos diretos e indiretos. O orador enfatizou o valor nutricional do arroz, que tinha uma cultura considerada pela Embrapa como a de maior potencial de aumento de produção para o combate à fome, exercendo importante função social e econômica, gerando empregos em suas etapas de produção e beneficiamento, agregando recursos e movimentando a economia regional do Rio Grande do Sul. O parlamentar salientou as características nutricionais do produto e sua importância como fonte de minerais e vitaminas, exemplificando que uma dieta com arroz podia exercer vários efeitos benéficos ao organismo, prevenindo doenças do sistema digestivo e coração, controle glicêmico, redução do risco do câncer do cólon e regulador da flora intestinal. O deputado mencionou previsão da FAO – Food and Agriculture Organization of Nations – de que a produção de arroz no mundo deveria alcançar, em 2008, cerca de 645 milhões de toneladas, ocupando uma área de 156 milhões de hectares, considerando que a produção de arroz era a única alternativa economicamente viável adaptada às condições de solo vastamente encontradas na Metade Sul do Estado. O orador apontou que a produção gaúcha representava 46% da produção do Mercosul e 56% da produção nacional em mais de 30% da área, constituindo-se o Rio Grande do Sul no maior produtor e exportador para outros Estados brasileiros. O parlamentar estimou que a produção anual do arroz no Estado corresponderia a um valor de 4 bilhões e 230 milhões de reais, que representava aproximadamente 3% da arrecadação de ICMS e a 2,23% do PIB do Rio Grande do Sul, ressaltando que a cultura empregava direta e indiretamente 232 mil gaúchos, podendo alcançar um contingente de 700 mil pessoas em todo o País. O deputado destacou que na safra deste ano, cujo início oficial de colheita se daria no próximo dia 02 de março, a área semeada seria de mais de 1 milhão de hectares, conferindo uma produção gaúcha de 6 milhões e 337 mil toneladas, enquanto a colheita nacional havia sido de 11 milhões e 315 mil toneladas, na safra de 2006/2007. O orador ressaltou que existiam subprodutos do arroz, como a sua casca, que era utilizada pelos engenhos como fornecedora de energia, além de inúmeros produtos não contabilizados que apresentavam o arroz em sua composição, sendo os mais representativos a farinha e o óleo, defendendo a necessidade de que se criassem políticas públicas no Estado para o fomento industrial dos derivados do arroz. O parlamentar ressaltou que no âmbito do Mercosul, o Brasil importara da Argentina, no ano passado, 390 mil toneladas de arroz em casca e do Uruguai mais de 510 mil toneladas, salientando que esses países, por terem custos de produção mais baixos, com menos impostos e insumos mais baratos, terminavam por aviltar os preços da produção nacional, impondo sérias dificuldades aos produtores gaúchos e brasileiros. Prosseguindo, o deputado

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sustentou que era fundamental estabelecer uma política de preços no âmbito do Mercosul que atendesse aos interesses de todos os produtores, desejando que prosseguisse a campanha de incentivo ao consumo de arroz e derivados lançada pelo IRGA em dezembro de 2005, com ações abrangendo estratégia de marketing e a criação do Centro de Excelência do Arroz. Ao concluir, o deputado afirmou que somente com o aumento do consumo do arroz e o estabelecimento de uma política de preços que atingisse a todos os países produtores do Mercosul, seria possível manter uma das atividades mais importantes para o desenvolvimento social do Rio Grande do Sul, e solicitou transcrição da íntegra de seu pronunciamento, que foi devidamente inserida nos anais desta Casa. Do microfone de apartes, os deputados Edson Brum, Jerônimo Goergen, Paulo Borges, Raul Carrion, Cassiá Carpes, Ronaldo Zülke, Giovani Cherini e Nelson Marchezan Júnior solidarizaram-se com a homenagem do orador, enaltecendo o trabalho e o esforço dos arrozeiros. Em seguida, a sessão foi suspensa por alguns minutos. Na reabertura dos trabalhos, não havendo inscritos para a apresentação e discussão de proposições e existindo quórum para deliberação, passou-se ao período destinado à ordem do dia, oportunidade em que o plenário aprovou o projeto de lei 99/07, do deputado Kalil Sehbe, que instituía a Semana Estadual de Ciência e Tecnologia no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul; e o requerimento de dispensa de publicação e interstício bem como a redação final do referido projeto. Esgotada a pauta, passou-se ao período das comunicações, antes, porém, alguns deputados se alternaram na tribuna, em comunicação de líder. O deputado Heitor Schuch chamou a atenção para o fato de a cultura do fumo envolver 192 mil famílias nos três Estados do Sul, sendo 92 mil pessoas no Estado, que deveriam produzir este ano aproximadamente 700 mil toneladas de fumo. O orador salientou que, somente em tributos, o setor gerava 7 bilhões de reais, externando sua preocupação com a iniciativa do governo de sobretaxar ainda mais o cigarro, lembrando que o País já tinha uma das mais altas tributações do mundo. O parlamentar esclareceu que tributar ainda mais significava incentivar a exportação do fumo cru, defendendo a agregação de valor ao produto e cobrando que, quando da Convenção Quadro, o governo havia se comprometido a não perseguir a fumicultura. O deputado Raul Carrion saudou os 271 anos da cidade de Rio Grande que era considerada o berço do Rio Grande do Sul e que marcava o início do desbravamento do Estado. O orador comentou o tema do embargo da carne brasileira por organismos da União Européia, analisando também os debates na CPI do Detran e elogiou a posse no Conselho Nacional da Juventude pela deputada federal comunista Manuela D’Ávila. O deputado Adilson Troca homenageou os 271 anos do Município de Rio Grande e ressaltou que a cidade se destacava por uma arrecadação importante com o Porto de Rio Grande atraindo grandes investimentos do setor naval; com a instalação do Dique Seco; e o Distrito Industrial. Manifestando-se nas comunicações, o deputado Raul Pont dissertou sobre a ação da Polícia Federal que apurara as denúncias no Detran e o processo que seria encaminhado ao Ministério Público. O parlamentar questionou por que se tentava estabelecer um processo na CPI do Detran que recuava as investigações até à década passada, com a convocação de todos os ex-presidentes, a partir de 1997, para prestar esclarecimentos sobre o desvio de 40 milhões de reais. O orador salientou que as investigações da Polícia Federal tiveram começo, meio e fim e resultaram nas apurações até 2003, constatando que se queria tumultuar os trabalhos, estabelecendo um longo processo de avaliações. Prosseguindo, em comunicação de líder, o deputado discordou de matérias publicadas na imprensa, ressaltando que não acreditava que ex-diretores do Detran estivessem envolvidos nessa investigação, negando que esses problemas tivessem começado em 1997. Finalizando, o parlamentar mencionou os levantamentos sobre a questão da segurança pública em Porto Alegre, citando que estatísticas revelavam o crescimento de 57% em homicídios e afirmou que essa relação dizia respeito com os recursos que haviam sido cortados pelo governo estadual para a área. A deputada Kelly Moraes comunicou ter assumido a presidência da Comissão de Assuntos Municipais, registrando que daria continuidade ao trabalho realizado naquela comissão, ficando à disposição e aberta ao diálogo para todas as situações que passassem pelo órgão desta Casa. A oradora garantiu que iria honrar a comissão retomando assuntos como a PEC 13, juntamente com o senador Sérgio Zambiasi, que estava parada no Congresso Nacional. O deputado Raul Carrion , em comunicação de líder, louvou os 46 anos da reorganização do Partido Comunista do Brasil, explicando que seu partido reorganizara-se em três ocasiões, sendo a mais importante a de 1962. O orador esclareceu que com a desestalinização na União Soviética inúmeros partidos comunistas passaram

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a pregar uma adesão às teses nacionalistas burguesas, colocando o partido a reboque dos governos democráticos burgueses existentes na época. Prosseguindo, o parlamentar lembrou a Carta dos Cem, quando lideranças exigiram uma alteração dos rumos partidários e um novo congresso e, não sendo atendidas, resolveram reorganizar, em plena clandestinidade, o PC do B. Ao finalizar, o deputado Raul Carrion assegurou que os idealistas do PC do B mantiveram as bandeiras revolucionárias do partido e, hoje, era a única sigla comunista existente do País, estando presente nos parlamentos estaduais e federal e nos ministérios. Por cessão de tempo do deputado Jerônimo Goergen, o deputado Francisco Appio expressou suas condolências à família Bolzan, de Antônio Prado, que perdera seu filho em acidente de trânsito na Estrada do Mar, questionando a eficácia da medida provisória 415 que proibia a comercialização de bebidas alcóolicas em rodovias federais, avaliando que esta não focara as causas para se combater este tipo de tragédia, pois o que faltava era fiscalização. Em continuidade, nas comunicações, o deputado Paulo Azeredo notificou que recebera uma série de informações e denúncias a serem somadas à CPI do Detran. Ao fim, o parlamentar referiu-se ao projeto do trem-bala gaúcho e aos gastos do País com acidentes de trânsito. O deputado João Fischer comentou pesquisa sobre o governo federal, avaliando que os escândalos nacionais não estariam atingindo o presidente da República e que as suas políticas sociais estavam equivocadas, uma vez que os trabalhadores é que estariam pagando a conta da popularidade do governo Lula. Imediatamente, com a desistência antecipada dos demais oradores para as comunicações e sem haver inscritos para as explicações pessoais, a presidência encerrou a presente sessão às 16 horas e 25 minutos, antes convocando os parlamentares para outra, amanhã, à hora regimental. Plenário, em 19 de fevereiro de 2008.

O SR. PRESIDENTE ALCEU MOREIRA (PMDB) – Declaro aprovada a ata da 6ª sessão ordinária, que se encontra à disposição dos Srs. Parlamentares na secretaria da Mesa até o final desta sessão, ressalvando a S. Exas. o direito de retificá-la, por escrito, se assim o desejarem.

Solicito ao secretário que proceda à leitura do expediente que se encontra sobre a mesa.

(O Sr. Carlos Gomes procede à leitura do expediente.)

(Transcreve-se a matéria lida.)

MEMORANDO

DATA: Porto Alegre, 20 de Fevereiro de 2008.LOCAL: Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do SulASSUNTO: Justificativa de Ausência

Exmo. Senhor PresidenteDeputado Estadual Alceu Moreira

Ao cumprimentá-lo venho pelo presente justificar a minha ausência na Sessão Plenária desta quinta-feira dia 21 de fevereiro de 2008, face nesta data encontrar-me em Caxias do Sul/RS para a solenidade de abertura da Festa da Uva 2008.

Atenciosamente,

Francisco APPIODeputado Estadual

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Of. GIP 004/08 Porto Alegre, 20 de fevereiro de 2008.

Senhor Presidente:

Ao cumprimentar Vossa Excelência cordialmente, venho justificar minha ausência na Sessão Plenária do dia 21 de fevereiro de 2008, em virtude de estar em Getúlio Vargas/RS, participando da Assembléia da Cooperativa de Crédito com Interação Solidária - CRESOL, desse município.

Atenciosamente,

Ivar PavanDeputado Estadual

Ao Excelentíssimo SenhorDeputado Alceu MoreiraPresidente da Assembléia Legislativa/RS

MEMORANDO Nº 009/2008

DATA: 22/02/2008DE: Gabinete do Deputado Edson BrumPARA: Mesa DiretoraASSUNTO: Justificativa de Ausência

Senhor Presidente

Através deste venho informar que estive ausente das sessões ordinárias dos dias 20 e 21 de fevereiro, pois estive em Brasília, onde participei de diversas audiências, entre elas com o Ministro da Agricultura sobre o embargo da carne suína pela União Européia, jantar da Bancada Gaúcha com a governadora Yeda Crusius, além de acompanhar prefeitos gaúchos em reuniões nos ministérios.

Atenciosamente,

Edson BrumDeputado Estadual

Ofício n° 085/08/CES Porto Alegre, 21 de fevereiro de 2008.

Senhor Presidente:

Ao cumprimentá-lo cordialmente, venho por meio deste justificar minha ausência nas Sessões Plenárias dos dias 19 e 20 de fevereiro de 2008, em virtude de ter estado em Brasília, a serviço do mandato parlamentar, participando de audiências, juntamente com comitiva gaúcha do Governo do

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Estado, na ANATEL, no DNIT, no Banco do Brasil, no Ministério de Minas e Energia, no Ministério dos Transportes e na Casa Civil, tratando de assuntos de interesse dos municípios gaúchos.

Atenciosamente,

GILMAR SOSSELLA,Deputado Estadual - PDT

A Sua Excelência o Senhor DeputadoALCEU MOREIRAMD. Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do SulNesta Casa

O SR. PRESIDENTE ALCEU MOREIRA (PMDB) – Não há mais expediente a ser lido.

Passo, a seguir, ao período destinado ao

GRANDE EXPEDIENTE

Está inscrita a deputada Stela Farias, que fará uma manifestação sobre a CPI do Detran-RS. Concedo a palavra a S. Exa.

A SRA. STELA FARIAS (PT) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Saúdo os que nos assistem nesta tarde.

Quero utilizar este nobre espaço de tempo de todos nós deputados do Parlamento gaúcho, o grande expediente, para trazer uma preocupação e tentar fazer uma espécie de balanço, do meu ponto de vista, sobre os primeiros dias, as primeiras audiências da CPI do Detran, na qual represento, como membro, a bancada do Partido dos Trabalhadores, juntamente com o deputado Fabiano Pereira, que a preside.

Na minha opinião, Sr. Presidente, estamos vivendo uma situação muito perigosa para o Parlamento gaúcho, sobre a qual tenho dialogado com os nossos colegas deputados: corremos o risco de estar fazendo cera nessa CPI.

Usarei aqui alguns termos coloquiais, populares; não usarei termos que fujam da minha linguagem.

Já não chega que a CPI tenha começado com dois meses de atraso, longe do grande impacto que o escândalo do roubo de 40 milhões de reais causou na sociedade gaúcha, agora, em vez de irmos na couve, ou seja, direto à Operação Rodin, parece que a maioria governamental quer fazer uma tese sobre o Detran.

Este, Sr. Presidente, é o primeiro ponto que quero sublinhar neste grande expediente que dedicarei à CPI do Detran: analisar as linhas de argumentação que rondam essa CPI, impulsionadas pela base do governo.

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A primeira, a meu ver, é a tentativa de esfriar a CPI, de tergiversar – esse foi o termo que usei ontem à tarde na reunião –, de tirá-la do foco.

Na linha bola para o mato que o jogo é de campeonato, Sr. Presidente, quero dizer alto e bom som que, na minha opinião, o palácio teme a CPI. Repito, o palácio teme a CPI. Todo mundo já notou.

Lembro o comentário da articulista política Rosane de Oliveira, na coluna Página 10 de 8 de fevereiro de 2008, em seu artigo intitulado Ampla, Geral e Irrestrita, que dizia o seguinte: Ao citar cinco vezes o Detran no discurso que fez quarta-feira na Assembléia, a governadora Yeda Crusius deu sinais de que o assunto é uma pedra no seu sapato.

Isso não sou eu quem está dizendo, é uma articulista importante de nosso Estado, que acompanha de perto, deputado Paulo Borges, a política do Rio Grande do Sul.

É por isso que se ouvem argumentações patéticas do tipo: a CPI não pode ser política.

A mesma Rosane de Oliveira ironizou, em sua coluna de 15 de fevereiro de 2008, essa falácia. Ela disse: Virou moda na Assembléia defender uma CPI que não seja partidária, como se alguma vez no Rio Grande do Sul tivesse existido investigação sem conotação política.

Outra gracinha é propor que a CPI deva ser construtiva e baixar o preço da carteira. Nós também concordamos, claro. Sou uma deputada nova, caros colegas deputados, talvez haja algo que não compreendi. Mas eu pensei – e continuo pensando – que a CPI é para investigar a corrupção. Repito: a corrupção!

Por isso, é espantosa a declaração do nobre deputado-relator da CPI, colega Adilson Troca, na Zero Hora de 14 de fevereiro de 2008, página 4, quando diz: Não estamos preocupados com a Operação Rodin, que está com a Polícia Federal.

Tenho boa memória, caros colegas deputados. Sei que a CPI da Segurança não foi nem sobre segurança nem construtiva. Sei que aquela CPI foi a mais forte operação política naquele período legislativo. Virou uma metralhadora giratória contra o PT, à qual, aliás, vários presentes se associaram com gosto e até com uma certa sanha naquele momento.

Pelo amor de Deus, caros colegas deputados e deputadas, não venham com esse papo de evitar a politização. Isso é inerente a comissões parlamentares. O que se deve evitar, do meu ponto de vista, é a mentira, a ocultação de dados, a tergiversação e, sobretudo, o deslocamento dos objetivos da investigação. Essa é a grande ameaça quando um dos investigados é o governo e a maioria da comissão pertence ao governo. Aí, não querem jogo, fogem da raia e propõem um caminho que aposta em desviar o assunto, em prolongar as preliminares.

Quando acusam o presidente Fabiano Pereira de ser autoritário, esquecem, deputada Marisa Formolo, de referir que esse mesmo deputado ofereceu o requerimento da CPI, que já contava com as 19 assinaturas necessárias, para que todos os deputados pudessem referendá-la.

Esquecem também que várias reportagens da imprensa gaúcha dão conta de que o presidente, desde o primeiro instante, propunha a oitiva dos ex-presidentes do Detran em primeiro lugar.

Esquecem ainda que, na primeira reunião da CPI, foi oferecida a união dos chamados planos de trabalho, figura ausente no Regimento Interno desta Casa.

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E é bom lembrar, Sr. Presidente, a interessante matéria do Correio do Povo de 18 de fevereiro de 2008, na página 2, deputado Ronaldo Zülke, que recorda a CPI de 1998 sobre o Detran, em pleno governo Britto, controlada de fato pela maioria governamental, à época PMDB, PTB e o então PPB. Terminou concluindo que estava tudo bem, numa nice. A oposição minoritária se retirou para não legitimar o jogo de esconde-esconde da maioria.

Passo a ler parte do voto em separado, deputado Gerson Burmann, que foi apresentado, à época, pelos deputados Pompeo de Mattos, Vieira da Cunha, Cecilia Hypolito e Beto Albuquerque, a minoria naquela CPI:

(Transcreve-se a matéria lida.)

Todavia, diante da conformação da CPI, tendo sete dos seus membros vinculados à base de sustentação do governo do Estado, a maioria, sendo que o relator agiu mais como vice-líder do governo do que como relator de um inquérito parlamentar, o princípio democrático restou comprometido, tendo em vista o exercício exacerbado da maioria no sentido de impedir que as investigações atingissem bom termo.

No momento em que as responsabilidades começavam a ser apuradas, no momento em que os membros do primeiro escalão do governo Britto começavam a ser ameaçados com a constituição objetiva da prova, pela primeira vez na história do Parlamento do Rio Grande do Sul, testemunhas foram impedidas de depor. Mais do que isso, a objetividade dos autos, do pleno conhecimento do Sr. Relator, impunha a prorrogação dos trabalhos, modo a concluir-se a prova e produzir as responsabilidades de autoridades públicas e de empresários que – já naquele momento – se beneficiavam de relações privilegiadas, o que foi impedido pelo exercício arbitrário da maioria. Aqui desconheceram a estrutura do estado democrático de direito que fez das comissões parlamentares de inquérito um instrumento de equilíbrio, um instrumento das minorias contra as maiorias.

Será que ninguém vai lembrar esse fato, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, documentado e escancarado, coincidindo com a formação do próprio Detran, para nele localizar outro grande episódio de suspeita de corrupção?

Observo que era muito semelhante a composição partidária das autoridades na época, deputado Fabiano Pereira.

Observo também que o resultado inócuo daquela CPI tenha um grau talvez até de responsabilidade na desastrosa situação a que chegou o Detran-RS nos dias de hoje.

Será que acham que vão enrolar de novo?

Desta vez, senhores e senhoras, na minha opinião, não vai dar, porque a Polícia Federal e o Ministério Público Federal já investigaram profundamente.

Desta vez não vai dar, porque a opinião pública está muito mais atenta.

Desta vez não vai dar, porque os nomes já foram indiciados e o enorme valor de dinheiro desviado já foi definido.

Desta vez não vai dar, porque vários dirigentes de partidos da base do governo têm envolvimento.

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Portanto, ao contrário do que disse o deputado Adilson Troca, relator da CPI, é exatamente a Operação Rodin a razão da CPI atual.

Foram mais de 40 milhões de reais desviados e é por isso que devemos à sociedade gaúcha resultados na apuração que só serão possíveis se não perdermos a visão de foco.

Às vezes, a imprensa e, muitas vezes, o governo apresentam as divergências como uma briguinha, uma mera disputa partidária ou uma busca por holofotes.

Na minha opinião, essa é uma visão primária e infantilizante, muito a gosto do senso comum, quer dizer, reduz um dramático escândalo que envolve as finanças públicas a apetites menores desses políticos, tratando de aproveitar o desgaste que todos nós sofremos nos últimos anos.

Aliás, como já se viu nesse período, qualquer fato que envolva corrupção será hiperdimensionado se envolver o PT e o governo Lula e será subdimensionado se for dos governos do PSDB e de seus aliados.

É essa a ameaça que paira sobre a CPI do Detran! É isso o que não podemos deixar acontecer.

Fica evidente a tentativa. Fica evidente que todos os movimentos dessas primeiras semanas tenham esta lógica e sincronização: primeiro, tirar a autoridade do presidente; segundo, tentar um longo caminho para não chegar a lugar algum, jogando para que o tempo regimental se esgote nas preliminares, nas ausências, nos temas secundários; terceiro, tentar disfarçar o medo da CPI buscando empurrar a maior parte dos investigados pela Operação Rodin para depois; quarto, votar impedindo o acesso ao inquérito da Polícia Federal, às escutas telefônicas, aos sigilos; e quinto, rejeitar todos os requerimentos da reunião de ontem – como aconteceu – para ganhar mais tempo.

Como deputada titular da CPI, Sr. Presidente, quero dizer que pedi esta oportunidade, este nobre tempo do grande expediente para tentar esclarecer à opinião pública das intenções que, na minha modesta opinião, operam por trás dos bastidores, por trás das crônicas e briguinhas e das análises simplórias.

O Sr. Gilberto Capoani (PMDB) – V. Exa. permite um aparte? (assentimento da oradora)

Deputada Stela Farias, cumprimento V. Exa. pela relevância do assunto aqui trazido.

Permita-me, respeitosamente, como integrante da CPI, representando o PMDB, discordar de alguns pontos e fazer algumas colocações importantes para a nossa comissão.

Em primeiro lugar, transigir, negociar, acordar compreende que as duas partes abram mão. Ontem, na reunião que tivemos, na presidência desta Casa, concordamos em mudar o requerimento feito por oito deputados para que houvesse uma seqüência, atendendo pedido do seu partido de que fossem ouvidos primeiramente todos os presidentes do Detran, diferente da proposta que tínhamos apresentado. Tivemos que aceitar. Quando nós abrimos mão, há negociação.

Em segundo lugar, havia dois planos de trabalho: um apresentado pelo presidente da CPI, deputado Fabiano Pereira, por quem tenho grande respeito e admiração, e outro pelo relator Adilson Troca. Entendeu o presidente que em CPI não há plano de trabalho. Se não havia, por que apresentou um? Não foi votado.

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Aquele requerimento subscrito por oito deputados foi retirado de votação ao arrepio do que estabelece o Regimento Interno da CPI, e queriam colocar em votação uma pauta extemporânea. Essa é a verdade.

Queremos, sim, ouvir a todos em ordem cronológica, e ontem, na CPI, sugeri que se fizesse, dentro do prazo legal, nos 120 dias, um calendário pelo qual possamos ouvir a todas as pessoas cujos nomes foram aprovados pela CPI, deixando nenhuma de fora.

É este o desafio que queremos: não importa que constem da Operação Rodin ou que estejam fora dela, todos aqueles que aprovamos para que sejam ouvidos têm de comparecer à CPI, porque, se alguns deputados ou uma bancada não tiverem nada a perguntar a alguém, com certeza outros desejarão fazê-lo, uma vez que apresentaram o requerimento, que foi aprovado por maioria, para que aquele lá estivesse, Sra. Deputada.

Então, o nosso apelo ao presidente da CPI para que cumpra o regimento, a fim de que possamos dar andamento à CPI e não se passe à sociedade a falsa idéia de que essa comissão e esta Assembléia Legislativa não querem apurar os fatos que lamentavelmente ocorreram em relação ao Detran do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

A Sra. Marisa Formolo (PT) – V. Exa. permite um aparte? (assentimento da oradora)

Deputada Stela Farias, quero saudá-la em nome do nosso partido, o PT, pela coragem de estar pronunciando-se e declarando à sociedade fatos que a imprensa convencional não leva aos gaúchos.

Em primeiro lugar parabenizo-a, porque a imprensa de hoje mostrou que, se fossem três mulheres atrás de um homem expondo suas posições, diriam que seria um homem bem ladeado por figuras importantes. Mas, como se trata de uma mulher, parece que o fato de ter três homens consigo no debate da política é demérito. Isso é inveja de quem não tem senso de companheirismo e sente falta de coragem de estar junto. Quero deixar isso muito claro, porque essa segregação não deveria fazer parte da nossa conduta.

Em segundo lugar, quem não tem medo deixaria que os documentos que a Polícia já tem em suas mãos na Operação Rodin de fato chegassem a esta Casa. Quem está impedindo isso sente medo, tem culpa no cartório e não quer deixar a verdade ficar visível ao povo gaúcho.

Espero que, mesmo sendo minoria, esses deputados consigam enfrentar o desafio que lhes foi apresentado.

Vivemos problema semelhante na CPI dos Pedágios: não conseguimos abrir a caixa-preta, embora a tivéssemos nas mãos. Chegamos até a retirar alguns parafusos, mas o odor foi tanto que paralisou a todos. Inclusive o Tribunal de Justiça cassou uma liminar, para que nem mesmo viesse a este plenário a possibilidade de votação da prorrogação dos trabalhos.

Ficou uma marca vergonhosa para esta Casa!

Espero que os companheiros deputados de todos os partidos tenham a coragem de deixar abrir a caixa-preta desta comissão parlamentar de inquérito, não repetindo o que aconteceu com a CPI dos Pedágios.

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 55

A SRA. STELA FARIAS (PT) – Muito obrigada, deputada Marisa Formolo.

Estou tratando de um tema que é conhecido de todos nós do Parlamento gaúcho: o desvio de mais de 40 milhões de reais de recursos do Detran. Há quem afirme que o valor seja muito superior.

Sras. e Srs. Deputados, estamos tratando da substituição da Fatec pela Fundae, em um processo que tramitou em tempo recorde, no mesmo dia, 4 de abril de 2007.

Primeiro, por informação, o chefe da Assejur-Detran recomenda a contratação direta da Fundae. Segundo, na mesma manhã, sai despacho do diretor-presidente da autarquia, concordando com a recomendação. Terceiro, o ofício do presidente, solicitando pronunciamento da PGE sobre o tema, é recebido pela Procuradoria-Geral do Estado às 12h10min daquela mesma manhã.

Quarta questão, ocorre o despacho do procurador-geral adjunto. Quinta, o expediente é encaminhado ao assessor jurídico da PGE às 12h28min. Na mesma tarde, deputado Raul Pont, é feito o despacho do coordenador da Procuradoria do Domínio Público Estadual da PGE, submetendo à procuradora-geral do Estado informação com apenas 13 laudas, lavradas na mesma data pela procuradora do Estado. E, sétima questão, na mesma tarde, ocorre o despacho da procuradora-geral, acolhendo a informação e restituindo o expediente ao Detran.

Tudo isso foi feito em apenas meio dia, senhoras e senhores. Meio dia! É disso que estamos tratando. E é a isso que temos que dar respostas.

Deputado Gilberto Capoani, não basta passarmos a idéia: é preciso agirmos na prática em conjunto, no interesse não de protegermos a, b, x, y, mas de protegermos o povo gaúcho e obviamente elevar e sustentar a imagem do Rio Grande do Sul e do Parlamento gaúcho.

O Sr. Miki Breier (PSB) – V. Exa. permite um aparte? (assentimento da oradora)

Deputada Stela Farias, em nome da bancada do Partido Socialista Brasileiro, quero manifestar nossa preocupação, expressa também por V. Exa. neste grande expediente, em relação aos rumos desta CPI.

Acredito particularmente que na política, como na vida, o que não fazemos bem feito precisamos refazer. V. Exa. já citou inclusive alguns trechos do relatório paralelo, constituído em 1998, quando o então deputado estadual Beto Albuquerque solicitou a instalação de uma CPI por conta de indícios de irregularidades, à época, na formação, na construção dessa autarquia, o Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul.

Portanto, naquela ocasião já poderíamos ter feito um trabalho mais aprofundado para darmos resposta à sociedade gaúcha. Dessa forma, talvez tivéssemos evitado o que veio a acontecer logo depois.

O desvio de 3 milhões de reais, nesta Casa, foi matéria na imprensa por muito tempo, e parece que não demos importância aos 40 milhões de reais que foram desviados do Detran. Por isso, a solicitação do deputado Fabiano Pereira para que essa CPI fosse instalada.

Os trabalhos dessa comissão devem, sim, começar pelo foco, que não pode ser procrastinado, deve ser alvo de oitiva, de investigação já no início do processo. Caso contrário, corremos o risco de esvaziamento. A própria Polícia Federal irá tomar as medidas necessárias, e talvez iremos a reboque.

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 56

Essa preocupação é fundamental, pois a sociedade gaúcha espera retorno da CPI do Detran. As disputas são naturais, mas não podem prejudicar o trabalho.

Parece-me que a presidência, a relatoria, todos os deputados que se dispuseram a compor essa comissão de fundamental importância para o nosso Estado têm que chegar a um consenso e buscar averiguar tudo o que for necessário, pois a sociedade espera resposta deste Parlamento.

O Sr. Marquinho Lang (DEM) – V. Exa. permite um aparte? (assentimento da oradora)

Deputada Stela Farias, a nossa bancada – representada por este parlamentar, como titular da CPI, e pelo deputado Paulo Borges, como suplente – tem um único objetivo: tornar transparente o serviço feito pelo Detran e também levar à responsabilidade, perante a sociedade gaúcha, aqueles que, de uma forma ou de outra, desviaram ou usaram recursos do Detran em benefício próprio ou de terceiros. Esse é o nosso compromisso, independentemente do que possa acontecer.

No caso da reunião de ontem, tomamos um posicionamento, que a nossa bancada sempre terá. Sempre que houver ordem do dia, terá o nosso acato e votaremos com responsabilidade cada um dos requerimentos. A nossa responsabilidade na CPI terá grande transparência, e avaliaremos o que constar da pauta.

É claro que, se ocorre a possibilidade de termos duas ordens do dia diferentes, isso deve ser avaliado dentro da nossa instituição e de acordo com o nosso respaldo legislativo. Essa é a visão que temos. Foi por isso que tomamos o nosso posicionamento de ontem, que vamos continuar tendo.

Não estamos ao lado de a, de b, de c ou de quem quer que seja. A nossa bancada irá agir, sim, com respaldo e responsabilidade nas votações de cada um dos requerimentos e em cada uma das oitivas.

Certamente estaremos apoiando aquilo que for considerado necessário, indiferentes a quem seja o responsável pelo encaminhamento. Muito obrigado.

O Sr. Gerson Burmann (PDT) – V. Exa. permite um aparte? (assentimento da oradora)

Queremos cumprimentar a deputada Stela Farias por trazer ao debate nesta Casa tema importantíssimo. Mais do que isso, desejamos solidarizar-nos com a preocupação em relação aos rumos da CPI do Detran.

É lógico que também aprovamos que se tragam para debate, nesta CPI, os acontecimentos relativos ao Detran desde a sua criação. Mas também é verdade que a CPI foi criada com base na Operação Rodin, da Polícia Federal.

O que não conseguimos entender até o momento é por que o exame de documentos importantes, como o inquérito e as escutas apuradas pela Polícia Federal no tocante a essa operação, ainda não tenha sido aprovado pela CPI do Detran.

A Assembléia Legislativa tem uma responsabilidade muito grande com essa CPI. É necessário que tenhamos esses documentos em mãos para que possamos, na hora de ouvir as testemunhas – cujos nomes foram aprovados por todos os deputados na reunião dessa comissão –, ter elementos para se fazer uma investigação séria.

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 57

A CPI, além de contar com a responsabilidade de todos desta Casa, tem o acompanhamento da imprensa e da população. Este Parlamento não pode se furtar de fazer uma apuração definitiva, eficiente, e de apresentar alternativas para que isso não mais venha a acontecer não só no Detran, mas em outras instituições do Estado.

Acredito que a CPI deva, sim, apresentar requerimento para que possamos ter acesso a esses documentos. Na verdade, esse é o foco da CPI do Detran.

Essa é a nossa expectativa para as próximas reuniões, a fim de avançarmos naquilo que consideramos importante: indiciar pessoas que porventura tenham feito algum tipo de desvio de recurso público. É uma missão importante que temos, e a CPI tem de trabalhar nesse sentido. Muito obrigado.

O Sr. João Fischer (PP) – V. Exa. permite um aparte? (assentimento da oradora)

Deputada Stela Farias, cumprimento V. Exa. pelo seu pronunciamento, que considero importante.

Da maneira como os assuntos têm sido tratados nas CPIs, tanto aquelas em nível nacional como outras dentro do País, já sabemos que há muita descrença da população em CPIs.

Quando um repórter me perguntou se eu assinaria favoravelmente à criação de uma CPI, respondi que seria o primeiro a assinar desde que fosse para investigar desde o início da privatização do Detran, o que não ocorreu há muito tempo, elemento que facilitaria a investigação.

Quero a elucidação de todos os fatos, independentemente de serem decorrentes da Operação Rodin ou de alguma ação diferente daquela que rege a nossa Constituição.

Aqui votei favoravelmente ao requerimento para que a investigação iniciasse no governo Antônio Britto, indo depois para os governos Olívio Dutra, Germano Rigotto e Yeda Crusius.

Enfatizo que, se fizesse parte da CPI, não admitiria que o presidente fosse o seu dono e o mandão, determinando a investigação apenas daquilo que ele quisesse apresentar. Trata-se de uma comissão integrada por 12 deputados, de forma que nela deve haver respeito, diálogo e a condição de todos realmente serem ouvidos. Isso também defendo.

Tem de haver a apuração de todos os fatos, porque é isso o que todos nós queremos, independentemente das pessoas ou dos partidos envolvidos.

A SRA. STELA FARIAS (PT) – Agradeço a todos os colegas deputados pelos apartes.

Dando continuidade à minha manifestação, quero dizer que faço a defesa, com muita tranqüilidade, do presidente da CPI, deputado Fabiano Pereira, defesa que não precisa ser feita, porque em todas as ações S. Exa. tem observado rigorosamente o regimento.

Portanto, ouvi os discursos que muitos deputados aqui fizeram, mas não os aceito, porque servem exatamente para tergiversar e tirar a atenção do foco – como estou denunciando hoje à tarde –, enquanto o presidente está buscando seguir rigorosamente o regimento. A cada sessão até agora, temos tido muito pouca possibilidade de avançar, de dar um passo à frente.

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 58

Nós, os 12 deputados que compõem a CPI e os demais deputados desta Casa – se é verdade que todos estamos preocupados em elevar a imagem desta Assembléia Legislativa, tão desgastada, no ano que passou, por episódios que têm envolvido inclusive parlamentares, figuras desta Casa –, mais do que nunca, cada um dos 55 deputados do Parlamento gaúcho, temos em nossos ombros a responsabilidade de responder positivamente à sociedade gaúcha.

É jogo duro, a responsabilidade é pesada, mas não podemos deixar passar as pressões que alguns deputados sofrerão e estão sofrendo. Sabemos que é difícil, mas o que está em jogo é aquilo que a sociedade gaúcha irá exigir de cada um de nós como membros de um colegiado que representa o Parlamento gaúcho.

É para esse aspecto e para essa preocupação que devemos estar voltados. É preciso, sim, investigar tudo, não perder o foco e não escamotear nada. Esta CPI não pode ser mais uma das que não trazem resultado algum. Muito obrigada. (Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Comunico que a manifestação do deputado Gilberto Capoani, durante o grande expediente, foi considerada comunicação de líder pela sua bancada.

Terminado o grande expediente, passo à

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE PROPOSIÇÕES

Não havendo oradores inscritos para este período, passo à

ORDEM DO DIA

Por solicitação do deputado Adolfo Brito, concedo a palavra a S. Exa. para uma comunicação de líder.

O SR. ADOLFO BRITO (PP) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Ocupo este espaço da minha bancada para lembrar o mês de março de 2007, oportunidade em que um grande grupo de comunicação do Estado fez uma alusão à máfia das ambulâncias.

Pois hoje, quase um ano depois, estamos aqui para dizer que a Comissão de Ética da Assembléia Legislativa apresentou um relatório acerca das supostas denúncias. Como deve ser do conhecimento das Sras. e dos Srs. Deputados, o documento nos isenta de qualquer ilegalidade. O relatório foi aprovado na Comissão de Ética por oito votos a zero.

Infelizmente, deputados, o relatório que comprova nossa idônea atuação parlamentar não teve sequer um terço da repercussão que o grupo deu às denúncias no ano passado. Nesse meio é assim: o efeito de uma denúncia sempre dará mais audiência do que a comprovação da inocência.

Por isso, neste momento, aproveito o episódio para sugerir ao Poder Judiciário do Estado do Rio Grande do Sul e ao Ministério Público que fiquem atentos a fatos dessa natureza. Chega, Sras. e Srs.

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 59

Deputados, de ouvir tantas inverdades jogadas à opinião pública por um tipo de jornalista que, de forma às vezes mal-intencionada, lança as mais absurdas acusações, sem saber da verdade. E o pior, Srs. Deputados, é que, de imediato, julgam e condenam sem a mínima chance de defesa.

Vejam o caso deste deputado, por exemplo. Para o Rio Grande do Sul, foi dito que estou na máfia das consultas. Mas que máfia? O que significa máfia, Sras. e Srs. Deputados?

Durante quase um ano foram realizadas inúmeras audiências, e dezenas de pessoas foram ouvidas. Quanto tempo perdi para explicar aos deputados da Comissão de Ética e às pessoas que ali vieram que se tratava de uma montagem pirotécnica bolada por um repórter que defendia uma tese louca, que queria ganhar audiência, ganhar manchetes, repercutir pelo Rio Grande, repercutir pelo Brasil nas costas dos deputados desta Casa Legislativa! É claro que estou me referindo ao jornalista Giovani Grizotti.

Analisem as Sras. e os Srs. Deputados o que é receber dezenas de telefonemas em casa, no gabinete de trabalho, ir às rádios que conhecem a nossa atuação parlamentar dar entrevistas inexplicáveis para satisfazer um grupo de comunicação. Esta Casa não pode se calar neste momento!

E mais: o repórter gravou entrevistas com pessoas humildes do interior para depois editar o material de acordo com o que ele bolou, que deve sair lá no fim. Que pena que na imprensa do Rio Grande ainda tenha lugar, espaço para jornalistas desse tipo!

Agora, depois de a Comissão de Ética ter apurado verdadeiramente os fatos, esse repórter vai ter a dignidade de dar a mesma divulgação que deu no mês de março inteiro do ano passado, como fez na acusação? E os meios de comunicação, que publicavam manchetes a toda hora, que anunciavam em vários programas a máfia, vão dizer o quê?

Fomos inocentados por unanimidade nesta Casa, na Comissão de Ética. E agora, qual será a atitude da comissão nesse caso, além de recomendar totalmente a absolvição dos deputados que supostamente estariam envolvidos? Vai ficar assim? Quem dos senhores será a próxima vítima? Aguardem. Qual o direito de resposta que teremos? Isso seria o mínimo para recuperar a credibilidade atingida pelo efeito negativo de tanto sensacionalismo gerado pelas notícias veiculadas para buscar audiência a qualquer preço.

Lamento muito o fato ocorrido. Na minha região, houve inúmeras manifestações de pessoas que conhecem o nosso trabalho, que sabem que apenas auxiliamos os doentes, especialmente os de menor poder aquisitivo.

Sr. Presidente, solicito o tempo de mais uma comunicação de líder para terminar meu pronunciamento.

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Por solicitação do orador, concedo mais um tempo de comunicação de líder a S. Exa.

O SR. ADOLFO BRITO (PP) – Muitas pessoas foram prejudicadas por esse ato impensado. Pois, agora, queremos que a Justiça faça justiça e nos conceda o mesmo espaço dado às acusações. É necessário que o Poder Judiciário tome uma posição; caso contrário, daqui a alguns dias profissionais protegidos por grandes meios de comunicação farão o mesmo, quem sabe, com autoridades daquele Poder.

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 60

Não devemos esquecer que o jornalismo não pode acusar e sentenciar pessoas, julgá-las antes mesmo de haver o desfecho, como o que ocorreu aqui, na Comissão de Ética. A imprensa deve ter respeito com qualquer pessoa. Trata-se de um direito de cidadania, especialmente daqueles que zelam pelo seu patrimônio. E eu só tenho um patrimônio, que é o meu nome. E o meu nome é limpo e reconhecido pelo trabalho que realizo em todas as regiões do Rio Grande do Sul por onde tenho andado.

De outra parte, aguardo a repercussão do trabalho final da Comissão de Ética desta Casa. Com certeza, vão-nos convidar para tentar repor a verdade.

Para finalizar, gostaria de saber qual será a atitude do Grupo RBS a partir de agora. Vai continuar dando apoio a esse tipo de trabalhador? E os jornalistas sérios do grupo, o que pensam disso? O que pensam Ana Amélia Lemos, Lasier Martins, Cláudio Brito e tantos outros que, com certeza, devem estar analisando a forma de atuar desse companheiro?

Sempre acreditei que o jornalismo não pode ser exercido com soberba, com arrogância, tripudiando pessoas que não podem se defender por não ter o mesmo aparelho de defesa, uma câmara de TV, um jornal como Zero Hora, um microfone da Rádio Gaúcha. Esses veículos mal utilizados, como ocorreu no caso aqui mencionado, fazem um grande estrago. São muitos os exemplos, aqui mesmo no Estado do Rio Grande do Sul. Quem não sabe o que ocorreu com o deputado Ibsen Pinheiro?

A direção da RBS precisa nos pedir desculpas, pois nenhuma das pessoas entrevistadas sequer nos conhecia, deputados. E o nosso nome foi para a rua como se fizéssemos parte da máfia das consultas!

Queremos direito de resposta. Ou vão-se calar neste momento? Um gesto de grandeza seria editar, agora, manchetes admitindo erro e arrogância do grande grupo de comunicação, que nos negou o direito de defesa.

Felizmente conquistamos, com 42 mil votos, este microfone, esta tribuna, que a RBS não vai calar. Enquanto estivermos aqui, diremos a verdade! E o que fazíamos na área da saúde estamos fazendo e continuaremos a fazer, com ou sem Giovani Grizotti. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Por solicitação do deputado Adilson Troca, concedo a palavra a S. Exa. para uma comunicação de líder.

O SR. ADILSON TROCA (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Saúdo as senhoras e os senhores que acompanham a TV Assembléia.

Usaremos o tempo de liderança da bancada do PSDB para falar sobre a CPI do Detran, que foi o tema escolhido pela deputada Stela Farias no seu grande expediente de hoje. Esse é um tema do momento, ao qual a imprensa tem dado grande repercussão.

Comentaremos alguns itens citados pela deputada em seu discurso. S. Exa. usou como linha de argumentação termos conhecidos da comunidade como, por exemplo, fazer cera e bola para o mato, que o jogo é de campeonato.

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 61

Estamos trabalhando na CPI como relator. Sabemos da importância do presidente, do vice-presidente, do relator, dos 12 membros que a compõem. Sabemos também da dificuldade que é dirigir uma comissão parlamentar de inquérito.

Quase todas as CPIs são instaladas para levantar algum fato, alguma denúncia. A CPI do Detran decorre de uma denúncia que já é investigada pela Polícia Federal, instituição pela qual temos um respeito muito grande. Ela é um dos segmentos da sociedade que têm hoje maior credibilidade, e não queremos intervir no seu trabalho.

A CPI do Detran foi criada tendo como objeto seis itens. O presidente Fabiano Pereira encaminhou-os e, num determinado momento, eles foram esquecidos, e só se fala na Operação Rodin. Assinamos um documento pedindo a investigação de seis itens. Não queremos burlar aquilo que assinamos. Então, vamos trabalhar com tranqüilidade e apurar todos os fatos.

Hoje, o deputado Henrique Fontana, um dos líderes do governo no Congresso, disse que na CPI dos Cartões Corporativos os parlamentares não querem a presidência, mas a relatoria. Por que preferem a relatoria? Porque lá esse cargo tem poder. Aqui no Rio Grande do Sul, relator não tem poder, serve só para fazer pergunta.

A história diz que o relator apresenta um plano de trabalho, encaminha-o e faz a pauta. Isso sempre aconteceu. Aqui, tiraram o papel do relator, ele só faz pergunta, não participa. No Congresso Nacional, eles não querem a presidência, mas a relatoria, porque sabem da importância do papel do relator numa CPI.

Fomos escolhidos por 11 deputados, e não adianta falarem que a CPI será técnica, pois ela é política e já mostrou o rumo que quer. Fizemos um plano de trabalho, o qual foi divulgado. O presidente da CPI, deputado Fabiano Pereira, no dia 8 de fevereiro, numa sexta-feira, no programa Gaúcha Atualidade, afirmou para o jornalista Daniel Scola que apresentaria na segunda-feira o seu plano de trabalho.

No dia 11 de fevereiro, segunda-feira, na primeira reunião da CPI do Detran, o presidente Fabiano Pereira apresentou seu plano de trabalho para os profissionais da imprensa. No dia 13 de fevereiro, quando encaminhei meu plano, já havia outro protocolado pelo presidente e uma série de requerimentos. De repente, ele foi para a agenda, foi publicado, mas não foi votado. Toda a semana falou-se num plano, mas ele não foi aprovado. Então, a CPI hoje não tem rumo, não tem plano de trabalho, não tem cronologia.

O Regimento Interno da Casa não define os papéis do presidente e do relator de uma CPI. Queremos que este Parlamento encaminhe um documento para a comissão definindo regimentalmente os papéis do relator, do presidente e do colegiado.

Parece que nós, os sete deputados que compomos a base do governo, somos bandidos. A oposição dá o rumo que quer à CPI, e nós queremos dar um rumo também. Portanto, é uma discussão difícil.

Faço um apelo aqui, como relator – tenho certeza de que falo em nome da maioria dos deputados –, no sentido de que a Casa forneça esse documento por escrito. Inclusive, o deputado Cassiá Carpes esteve no exercício da presidência e solicitou à Casa que se manifestasse. Precisamos ter esse documento por escrito para podermos negociar.

Tenho certeza de que todos os deputados têm a mesma vontade: fazer um bom trabalho. Quero

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fazer um trabalho de relatoria que seja aprovado por meus companheiros, que vá a fundo na questão.

Não podemos fazer um discurso baseados somente na Operação Rodin. Não foi isso que aprovamos. Confiamos na Operação Rodin, da Polícia Federal, mas queremos também analisar contratos sob suspeita. Por exemplo, foi publicado em revistas e na Zero Hora que a Finatec teria repassado dinheiro em outros governos.

Queremos, sim, analisar tudo, inclusive o dinheiro que foi para as ONGs. Se iniciarmos somente pela Operação Rodin, os primeiros contratos irregulares ficarão para trás, o que não interessa à sociedade gaúcha.

O que interessa à sociedade é que façamos um trabalho forte, para que ela volte a respeitar as comissões parlamentares de inquérito, e que as CPIs não sejam somente políticas, mas, sim, que façam um trabalho importante, que tragam resultados. Acredito que a CPI do Detran tenha sido instalada com a finalidade de dar esse retorno à sociedade.

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Deputado Adilson Troca, V. Exa. ultrapassou o tempo regimental, razão pela qual seu pronunciamento ocupou um segundo tempo de liderança. Se desejar, pode continuá-lo.

O SR. ADILSON TROCA (PSDB) – Gostaria de ter reservado o meu segundo tempo de liderança para outro momento. Mas agradeço e dou meu pronunciamento por encerrado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Por solicitação do deputado Marquinho Lang, concedo a palavra a S. Exa. para uma comunicação de líder.

O SR. MARQUINHO LANG (DEM) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Saúdo os que nos assistem, especialmente o vereador Eduardo Pecker Simchen, de Tapes, nosso amigo. Graças ao vereador Eduardo, que compôs a nominata do nosso partido que concorreu nas eleições para esta Casa, este deputado está aqui fazendo a sua parte e tentando, da melhor maneira possível, atender aos anseios principalmente das comunidades do interior.

É sobre isso que quero falar agora, às 15 horas. Neste momento, deputado Edson Brum, em Lajeado, está sendo sepultado um garoto de 21 anos. Na sexta-feira, deputado João Fischer, esse garoto estava fazendo um trabalho dentro de um apartamento e, sem querer, encostou em um fio de alta tensão com uma cantoneira. Ele sofreu queimaduras muito sérias e graves ferimentos.

Começou, então, o desespero da família, como acontece em relação a tudo neste Estado.

Faço parte, como presidente, da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, junto com outros deputados – vários deles presentes aqui.

É direito das pessoas terem atendimento médico, sem importar a especialidade. Esse rapaz não foi atendido. E mais, ficou no hospital de Montenegro recebendo o maior cuidado possível, mas o hospital não é especializado nesse tipo de atendimento. Temos dois hospitais no Rio Grande do Sul que atendem

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queimados: o Hospital de Pronto Socorro e o Hospital Cristo Redentor. Somente o Hospital de Pronto Socorro tem UTI para queimados.

O desespero da família foi porque o garoto precisava imediatamente ser transferido para a UTI do Hospital de Pronto Socorro.

Deputado Sandro Boka, em Rio Grande também havia um rapaz de meia idade esperando ser transferido para a UTI. O de Rio Grande até agora, pelo que sei, continua vivo esperando a vaga na UTI; o de Montenegro, ontem, às 23 horas, faleceu, não resistiu aos ferimentos.

Talvez não fosse resistir aos ferimentos também se fosse encaminhado ao HPS, mas não pode ser negado a um cidadão a atenção, o cuidado, o respaldo para que pelo menos tenha uma morte digna.

Chega disso! Nós, deputados, temos uma responsabilidade. Vamos encaminhar pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos todo o trâmite legal para buscar os culpados e respaldar as pessoas que têm direito a atendimento médico.

Podem até continuar fazendo isso. Como parlamentar, tenho a responsabilidade de fazer com que a lei seja cumprida e as pessoas não morram por falta de atendimento com qualidade e responsabilidade.

Hoje, deputado Adolfo Brito, não está estampada no jornal a foto desse garoto que morreu com 21 anos e que, no ano passado, casou e tem uma filha que está para nascer, pois sua esposa está grávida.

Essa notícia não está no jornal de hoje, porque não interessa. O que interessa é outra coisa.

Façam o que quiserem, porque o deputado Marquinho Lang não deixará de ser deputado, não. Tenho mais três anos nesta Casa. Se morrer alguém devido a esse tipo de irresponsabilidade, farei com que a lei seja cumprida. Alguém vai ser responsabilizado.

A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos recebe várias ligações desse tipo todos os dias, de pessoas do interior buscando atendimento médico.

Vereador Eduardo Simchen, não tenho dúvida nenhuma de que Tapes não é diferente do Vale do Taquari.

Sr. Presidente, solicito o tempo de mais uma comunicação de líder para terminar o meu pronunciamento.

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Por solicitação do orador, concedo mais uma comunicação de líder a S. Exa.

O SR. MARQUINHO LANG (DEM) – No Vale do Taquari há 350 mil habitantes, e sabem quantos traumatologistas? Um, que atende pelo SUS. Há um neurologista que também atende pelo SUS. É preciso torcer, rezar para que não aconteça um acidente.

E não é diferente em Sobradinho, deputado Adolfo Brito; em Caxias do Sul, deputado Kalil Sehbe; e em Ijuí, deputado Gerson Burmann. O nosso interior está desamparado, porque aqui não há leito, não há atendimento. Se a pessoa é do interior, está ferrada: tem de ficar lá e virar-se com o que tem. É assim que funciona.

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A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos não vai virar as costas para as pessoas, continuará respaldando aqueles que buscam o cumprimento da lei, e não da invenção da lei.

Se não há condições de fazer o atendimento aqui no Rio Grande do Sul, não tem problema. Ponha a pessoa dentro de um avião e leve para Santa Catarina, para o Paraná; enfim, para um local que tenha leito e possa prestar o atendimento, mas não deixe que crianças e adolescentes, como esse de 21 anos, morram sem ter uma chance de sobreviver.

Esse jovem não foi atendido devidamente. O hospital de Montenegro e o médico fizeram de tudo, mas, é claro, naquele momento não havia UTI para dar respaldo à gravidade dos ferimentos e das queimaduras.

Vamos nos unir nessa batalha, deputados, porque, se não usarmos este microfone para cobrar responsabilidades, não teremos outra alternativa a não ser ficar de braços cruzados e chorar no enterro que começou às 15 horas. Obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Por solicitação do deputado Heitor Schuch, concedo a palavra a S. Exa. para uma comunicação de líder.

O SR. HEITOR SCHUCH (PSB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Saúdo o estimado povo gaúcho.

Quero-me manifestar primeiramente sobre um tema que todo ano se repete nesta Casa Legislativa.

Refiro-me ao projeto de lei que obrigatoriamente será enviado pelo Poder Executivo ao Parlamento sobre a questão do piso salarial, sobre a política de salários dos trabalhadores de mais de 30 categorias profissionais do Rio Grande do Sul.

Ontem tivemos a alegria de presenciar e participar, juntamente com o deputado Miki Breier e diversas bancadas que se fizeram representar por intermédio de suas assessorias, da primeira discussão em torno desta matéria, com vista a analisar a conjuntura e a traçar um panorama do que efetivamente está acontecendo no mundo do trabalho.

Num segundo momento, esta Casa terá de dizer qual é o percentual de aumento, de reajuste, de recuperação salarial dos trabalhadores deste Estado.

Quero fazer referência aqui à legislação que passou a vigorar ainda em 2001, quando era presidente da República Fernando Henrique Cardoso, possibilitando aos Estados adotarem políticas salariais diferenciadas, não atreladas diretamente ao salário mínimo.

No Rio Grande do Sul, de 2001 a 2005, o piso salarial ficou em 1,28 salários mínimos, ou seja, 28% acima do salário estabelecido como mínimo nacional.

Diante disso, trago, de forma muito breve, rápida, sucinta, alguns números, que são básicos e, certamente, estarão presentes quando formos debater o tema.

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Primeiro, o valor da cesta básica de alimentação em Porto Alegre teve uma elevação de 14,98% no ano de 2007. Alguém pode perguntar como se comporta a política do salário mínimo nacional. Para quem não se recorda, o salário mínimo nacional será majorado no dia 1º de março, e não mais em 1º de maio como era tradicionalmente. Diante disso, a expectativa é de que o salário mínimo fique entre 408 reais e 412 reais, o que significa uma majoração em torno de 8%.

O PIB da economia rio-grandense, que felizmente está aquecido – dito, desta tribuna, pela governadora do Estado –, em média, cresce 7%. A inflação medida pelo INPC nos últimos 12 meses é de 5,36%.

Portanto, índices, números não nos faltam, são muitos e estão à disposição de todos para que seja feita a leitura acerca deste assunto.

Não quero aqui antecipar proposta alguma, apenas lembrar à liderança do governo que a proposta obrigatoriamente deve vir do Executivo, com faixas, percentuais e valores de remuneração dos trabalhadores. E isso, conforme pesquisa do DIEESE, tem ajudado inclusive a inibir a rotatividade. Mais: tem estimulado a qualificação profissional do mundo do trabalho, com melhor distribuição de renda e de riqueza; faz com que as pessoas com menos posse tenham uma remuneração mais justa, talvez não a ideal nem a necessária, mas em números que condigam com a realidade econômica do Estado.

Quero lembrar aos parlamentares que o Rio Grande do Sul foi o pioneiro na adoção do piso salarial. Hoje não estamos mais sozinhos: Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro também adotam a sistemática.

Neste ano, o Rio de Janeiro já aumentou em 10,7% o valor das nove faixas salariais que estabeleceu como enquadramento. Enquanto isso, nós continuamos com as quatro faixas iniciais, criadas em 2001. Teremos que deliberar também sobre esse assunto, até porque a data-base refere-se a 1º de maio. Já no Paraná, existem seis faixas salariais, enquanto São Paulo possui o mesmo enquadramento adotado pelo Rio Grande do Sul.

Além de fazer o registro, quero convidar a todos os colegas com assento nesta Assembléia Legislativa para se inteirarem do assunto e participarem das discussões, para que possamos recuperar o valor de compra do piso salarial gaúcho. Quando começou a vigorar, nosso piso correspondia a 1,28 salário mínimo e, hoje, está estagnado em 1,13 salário mínimo. Como Parlamento, precisamos fazer justiça com os trabalhadores deste Estado. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Por solicitação do deputado Raul Pont, concedo a palavra a S. Exa. para uma comunicação de líder.

O SR. RAUL PONT (PT) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Venho à tribuna expor a posição da bancada do PT sobre a cobertura jornalística da CPI do Detran. Penso que a conotação dada tenta criar um clima de disputa interna entre pessoas, especialmente entre o presidente e o relator da comissão. Do nosso ponto de vista, isso não existe. Trata-se de uma forma diversionista de a imprensa tratar a questão.

Desde o início, temos uma trajetória clara. Todos lembram que, embora já tivéssemos as 19 assinaturas necessárias para o pedido de instalação da CPI, suspendemos a tramitação para que outros deputados se incorporassem ao processo.

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Depois, houve todo um debate sobre mudança do objeto, e, em nenhum momento, o deputado Fabiano Pereira foi intransigente ou assumiu uma posição pessoal. Mudamos inclusive o objeto, que foi estendido para que também outros governos fossem avaliados. Não é correto que existiu alguma infração ao Regimento Interno ou que conste em algum ponto do regimento que o plano de trabalho da comissão seja obra do relator.

As questões trazidas pela imprensa e principalmente a intervenção feita aqui pelo deputado Adilson Troca só têm um objetivo: criar um processo diversionista daquilo que é o essencial nesta CPI, o foco que deve estar permanentemente presente. Ou seja, ela nasceu a partir da Operação Rodin, no momento em que foi identificado que mais de 40 milhões de reais foram surrupiados dos cofres públicos, com a participação comprovada de pessoas que eram diretores desses órgãos, que tinham vínculos político-partidários. Disso não se pode escapar.

Ontem foi realizada mais uma sessão da CPI. Penso que atitudes como as ocorridas ontem acabam atingindo o Parlamento. Podemos divergir sobre seqüências de audiências, de oitivas, os deputados e as bancadas podem divergir sobre qualquer atitude e encontrar acordo. Entretanto, a votação em bloco feita ontem apenas para marcar posição, como foi dito explicitamente e em bom som naquela comissão, e impedir que se peça o processo judicial, que vai tramitar em seguida na Polícia Federal ou no Ministério Público, assim que termine o inquérito, parece-me inadmissível. Isso passa para a opinião pública a idéia de que esta Casa está simplesmente fazendo aqui um jogo de cena. Como é possível que a CPI negue um requerimento solicitando que a Polícia Federal, assim que concluir seu inquérito e que tiver condições de enviá-lo ao Ministério Público, encaminhe o resultado para a Assembléia Legislativa?

Ora, esse tipo de atitude, simplesmente para demarcar a votação em bloco, para estabelecer uma disputa na CPI, é um verdadeiro tiro no pé do Poder Legislativo. Isso passa para a opinião pública uma visão negativa, estabelece a idéia – que já está, evidentemente, generalizada – de que comissões parlamentares de inquérito acabam sempre em pizza, de que são apenas um jogo de cena para que nada ocorra.

Portanto, em nome da nossa bancada, registramos que é inadmissível que a CPI tenha esse tipo de comportamento. Esperamos que não se repita mais esse tipo de votação, que acaba arranhando nosso prestígio e prejudicando a avaliação que a população e os meios de comunicação fazem desta Casa. Isso é algo nonsense, que não faz sentido para as pessoas que lêem notícias. Como a CPI estabelece um objeto de investigação e a mesma CPI, por maioria, não quer que a Polícia Federal encaminhe para cá o resultado do inquérito policial?

Quer dizer, estamos brincando com a opinião pública. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Por solicitação do deputado Rossano Gonçalves, concedo a palavra a S. Exa. para uma comunicação de líder.

O SR. ROSSANO GONÇALVES (PDT) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Neste espaço de liderança, quero abordar um assunto talvez não tão palpitante quanto a CPI do Detran, que vemos tomar conta das manifestações, mas que diz respeito a todos nós e que tem incomodado especialmente os empresários e comerciantes – donos de restaurantes, bares e mercados – ao longo das BRs do nosso País.

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Recebi um jornal da minha terra natal com a notícia de que a União de Legisladores da Fronteira Oeste – Ulfro –, em conjunto com lideranças municipais, realizou um grande ato de repúdio à medida provisória do governo federal que proíbe a comercialização de bebidas alcoólicas ao longo das BRs no Rio Grande do Sul.

Ora, Sras. e Srs. Deputados, parece-me que não é essa medida, paliativa pelos seus resultados, que irá diminuir o número de acidentes, não é ela que irá salvar vidas, porque não existe resultado algum senão o que mobiliza todos os que trabalham com restaurantes e bares. Esses estabelecimentos em breve terão que demitir funcionários não pela diminuição do consumo de bebidas alcoólicas, mas pela diminuição da procura, pois quem freqüentava esses locais passou a buscar outros estabelecimentos localizados dentro da cidade, fazendo com que produtos e refeições deixem de ser vendidos.

Gostaria de contar com a atenção de todas as nossas lideranças. A lei de trânsito já é muito clara: não se pode dirigir após ingerir bebidas alcoólicas. Mas o que vemos hoje por parte do governo federal é a punição de estabelecimentos que vendem bebidas, como se isso impedisse que algum motorista alcoolizado trafegasse pelas BRs do nosso Estado.

Sras. e Srs. Deputados, está muito claro que o que reduz acidentes é a fiscalização e que talvez algum índice um pouco mais alentador obtido durante o carnaval tenha se dado não pela proibição da venda de bebidas alcoólicas, mas, sim, pela fiscalização mais rigorosa implementada nesse período.

E cito às Sras. e aos Srs. Deputados e aos que nos acompanham neste momento que, ao longo da BR-290, no trecho de 300 quilômetros entre São Gabriel e Porto Alegre, na quarta-feira de cinzas, havia quatro patrulhas da Polícia Rodoviária Federal fazendo patrulhamento ostensivo, atacando e inibindo, com a sua presença, o excesso de velocidade e até mesmo que algum motorista tivesse a intenção de, ao fazer alguma refeição, aproveitar para ingerir alguma bebida de álcool. É isso que leva a uma redução no número de acidentes.

Terminado o carnaval – e este é o registro que quero fazer –, terminou também a fiscalização nas BRs do Rio Grande do Sul. E não faço aqui nenhuma crítica aos patrulheiros, mas, sim, à estrutura capenga e deficitária da polícia rodoviária.

É preciso que o dinheiro fruto das multas – conforme sugerido em jornal do Rio Grande do Sul – seja dirigido para a aquisição de viaturas e para a contratação de mais patrulheiros, senão tudo o mais será apenas medida paliativa.

Faço este registro para que todos nós possamos pressionar a bancada gaúcha no Congresso Nacional a fim de que essa medida provisória não seja aprovada e transformada em lei, pois se trata de medida inócua, ineficaz, que não salvará vidas. O que salva vidas são investimentos. Recursos não faltam; sobram. Apenas não são aplicados, mas desviados para outras ações. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Por solicitação do deputado Gilmar Sossella, concedo a palavra a S. Exa. para uma comunicação de líder.

O SR. GILMAR SOSSELLA (PDT) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Venho à tribuna, Sr. Presidente, para informar que é aflitiva a situação das empresas que vendem

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autopeças – lojas, oficinas mecânicas e distribuidoras.

O decreto-lei nº 45.390, de 11 de dezembro de 2007, emitido pela Sra. Governadora, inclui, entre os produtos com substituição tributária, peças, componentes e acessórios para produtos autopropulsados e outros fins.

Essa inclusão, Sr. Presidente e Srs. Deputados, acarreta a obrigação de recolhimento de ICMS sobre todo o estoque de peças dessas empresas. Esse montante deverá ser pago a partir de junho deste ano.

Isso significa que as pequenas empresas que mantêm algum estoque de autopeças terão que recolher ICMS sobre o valor da peça mais o lucro presumido de 40%, numa proporção de cerca de 10% desse montante se a empresa optar pelo Simples, ou, então, de 17% se for pelo regime comum.

Essa mudança de enquadramento tem um caráter eminentemente arrecadatório, resultando indiretamente em aumento no preço das autopeças, pois as empresas repassarão esse prejuízo para os seus clientes, com efeitos nefastos como aumento do desemprego, redução de investimentos e recrudescimento da inflação.

É de se salientar ainda que tal medida atinge também as empresas que prestam serviços para o Estado, já que, se já foram contratadas, isso acarretará o desequilíbrio econômico e financeiro do contrato. No caso das novas licitações, onerará ainda mais as contratações.

Se houvesse bom-senso por parte da governadora ao invés da pura e simples ânsia de arrecadação, tal medida seria planejada para vigorar a partir da entrada de estoques novos. Mas não, é mais rentável exigir o recolhimento de ICMS sobre o estoque já existente.

Nesse sentido, estamos aqui pedindo bem objetivamente que o ICMS não incida sobre os estoques dessas empresas, sobre produtos que sequer foram vendidos, mas que apenas a partir da compra de novas mercadorias essa substituição tributária entre em vigor, para que ela seja diluída ao longo do prazo. Dessa forma, as empresas não serão penalizadas.

Clamamos, portanto, pela revogação desse item do decreto-lei nº 45.390 para que não haja uma quebradeira especialmente das micro e pequenas empresas fornecedoras de autopeças. Espera-se que o Executivo tenha bom-senso e repense essa atitude que tomou, de fazer com que as empresas vendedoras de autopeças paguem ICMS antecipado sobre o seu estoque.

Assim, Sr. Presidente, devo registrar essa preocupação com certeza prudente e sensata que foi trazida ao nosso gabinete. Espero que o governo revogue pelo menos esse item do decreto-lei para que o ICMS do estoque que ainda sequer foi vendido não sofra incidência tributária. Que a substituição tributária só passe a incidir efetivamente a partir de novas compras. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Passo, de imediato, à verificação de quórum. Solicito aos deputados que registrem sua presença pelo painel eletrônico.

(Procede-se à verificação de quórum.)

Bancada do PT: deputados Adão Villaverde, presente; Daniel Bordignon, presente; Dionilso

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Marcon, presente; Elvino Bohn Gass, presente; Fabiano Pereira, presente; Ivar Pavan, presente; Marisa Formolo, presente; Raul Pont, presente; Ronaldo Zülke, presente; Stela Farias, presente.

Bancada do PMDB: deputados Alberto Oliveira, presente; Alceu Moreira (ausente); Alexandre Postal, presente; Alvaro Boessio, presente; Edson Brum, presente; Gilberto Capoani, presente; Márcio Biolchi, presente; Nelson Härter, presente; Sandro Boka, presente.

Bancada do PP: deputados Adolfo Brito, presente; Francisco Appio, presente; Frederico Antunes (ausente); Jerônimo Goergen (ausente); João Fischer, presente; Mano Changes, presente; Marco Peixoto, presente; Pedro Westphalen, presente; Silvana Covatti, presente.

Bancada do PDT: deputados Adroaldo Loureiro, presente; Gerson Burmann, presente; Gilmar Sossella, presente; Giovani Cherini, presente; Kalil Sehbe, presente; Paulo Azeredo, presente; Rossano Gonçalves, presente.

Bancada do PTB: deputados Abílio dos Santos (ausente); Aloísio Classmann, presente; Cassiá Carpes, presente; Iradir Pietroski, presente; Kelly Moraes, presente.

Bancada do PSDB: deputados Adilson Troca, presente; Nelson Marchezan Jr. (ausente); Paulo Brum, presente; Pedro Pereira, presente; Zilá Breitenbach, presente.

Bancada do PPS: deputados Berfran Rosado (ausente); Carlos Gomes, presente; Luciano Azevedo, presente; Paulo Odone, presente.

Bancada do DEM: deputados José Sperotto, presente; Marquinho Lang, presente; Paulo Borges, presente.

Bancada do PSB: deputados Heitor Schuch, presente; Miki Breier, presente.

Bancada do PC do B: deputado Raul Carrion (ausente).

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Presentes 48 deputados, há quórum para deliberação.

Em discussão e votação o veto total aposto pela governadora do Estado ao projeto de lei nº 391/2007, projeto este de autoria do Poder Executivo: Encaminha veto total ao projeto de lei n° 391/2007, de iniciativa do Poder Executivo, que dispõe sobre o Fundo Estadual dos Precatórios – FEP/RS –, que se refere à lei n° 12.585, de 29 de agosto de 2006, altera disposição da lei n° 11.667, de 11 de setembro de 2001, autoriza a alienação de imóveis e dá outras providências. A matéria entra na ordem do dia por imposição do art. 66, § 6º, da Constituição Estadual.

Em discussão. (pausa) Por solicitação do deputado Alberto Oliveira, concedo a palavra a S. Exa. para discutir a matéria.

O SR. ALBERTO OLIVEIRA (PMDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Há no mínimo 20 anos, quando exerci mandato de prefeito na minha cidade de Flores da Cunha, venho aprofundando-me um pouco mais no estudo das questões previdenciárias do nosso País e tenho

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defendido alterações que são fundamentais para que o Estado, a União e os Municípios possam suportar o ônus justo das aposentadorias e das pensões.

Mas aqui falo do projeto de lei nº 391/2007, que, particularmente, considerei uma iniciativa muito positiva do atual governo, porque procurava exatamente buscar alternativas para que o Estado, se não resolvesse totalmente, deputados Adilson Troca e Márcio Biolchi, pelo menos encaminhasse uma solução de médio ou longo prazo para um dos problemas estruturais mais graves do nosso Estado, que diz respeito aos chamados precatórios.

Os números são os mais variados. Fala-se de 3, 4 ou 5 bilhões de reais, mas, na verdade, não se sabe direito exatamente qual seria esse montante.

No ano de 2006, por iniciativa do então governador Germano Rigotto, foi aprovada a lei nº 12.585, criando o chamado Fundo Estadual dos Precatórios, que procurava, mesmo de maneira modesta, um encaminhamento com o suprimento de recursos de determinadas fontes para esse fundo.

O atual governo, da Sra. Yeda Crusius, apresentou o projeto de lei nº 391/2007, que propunha uma alteração ao Fundo Estadual de Precatórios, a qual, na minha opinião, é muito positiva. Pela proposta, seriam utilizados recursos de receitas oriundas das cobranças judiciais de créditos inscritos em dívida ativa no nosso Estado, valor que hoje deve girar em torno de 20 bilhões de reais, recursos da venda de patrimônio da alienação de bens, em decorrência de uma lei já existente, a de nº 12.144, e ainda uma parte dos rendimentos líquidos auferidos pelo Sistema de Gerenciamento Financeiro, pela lei nº 11.667.

Pois bem, esse projeto foi aprovado na Assembléia Legislativa com emendas apresentadas por alguns deputados. Creio que as iniciativas, todas elas, tiveram motivações justas, mas reconheço que o veto do governo tem uma natureza jurídica compreensível. Isso vale dizer que o meu voto pessoal será pela manutenção do veto, mesmo que seja um veto a um projeto de lei de iniciativa do próprio governo do Estado, o qual talvez tenha sido aperfeiçoado de uma forma distorcida no Parlamento.

Neste momento, líder do governo, deputado Márcio Biolchi, faço um apelo ao governo para que nos envie imediatamente um outro projeto, ainda que as caraterísticas não sejam absolutamente iguais. Mas é importante, deputada Zilá Breitenbach, que pelo menos se mantenha o básico do projeto de lei nº 391, que propunha, entre as alternativas para criar um fundo e aos poucos reduzir os precatórios do nosso Estado, além da utilização de recursos oriundos da cobrança judicial da dívida ativa do Rio Grande do Sul, a venda de bens imóveis de propriedade do Estado que hoje não são mais utilizados pelo Estado – segundo o anexo dessa lei, em torno de 617 imóveis em diferentes Municípios e regiões do Estado, um valor estimado de 285 milhões de reais.

Registro aqui que, em relação a esse assunto, considero relevante encontrarmos uma solução, nem que seja de médio a longo prazo, para atenuar o problema de centenas de milhares de pessoas que têm créditos a receber do Rio Grande do Sul e não têm tido o suprimento necessário, por parte do Tesouro, dessas amortizações.

Espero que o governo, em sendo mantido o veto – e acredito que será mantido, pelo menos no que depender do meu voto –, envie novamente a esta Casa essa iniciativa meritória, importante e que corresponde ao desejo do Parlamento gaúcho, do próprio governo do Estado, sem nenhuma dúvida, e, mais do que nosso, das milhares e milhares de pessoas que estão hoje na dependência de receber um crédito do Estado. Obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Continua em discussão o veto total ao projeto

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de lei nº 391/2007. (pausa) Não havendo manifestação de nenhum dos deputados, encerro a discussão.

Em votação. Informo a V. Exas. que o voto sim é a favor do veto e o voto não é contra o veto. Lembro ainda que são necessários 28 votos contrários para derrubar o veto. Solicito aos deputados que registrem seu voto.

(Procede-se à votação pelo painel eletrônico.)

Partido UF PARLAMENTAR VOTOPT RS Adão Villaverde NPT RS Daniel Bordignon NPT RS Dionilso Marcon NPT RS Elvino Bohn Gass NPT RS Fabiano Pereira NPT RS Ivar Pavan NPT RS Marisa Formolo NPT RS Raul Pont NPT RS Stela Farias NPMDB RS Alberto Oliveira SPMDB RS Alexandre Postal SPMDB RS Álvaro Boessio SPMDB RS Edson Brum SPMDB RS Gilberto Capoani SPMDB RS Márcio Biolchi SPMDB RS Nelson Härter SPMDB RS Sandro Boka SPP RS Adolfo Brito SPP RS Francisco Appio SPP RS João Fischer SPP RS Mano Changes SPP RS Marco Peixoto SPP RS Pedro Westphalen SPP RS Silvana Covatti SPDT RS Adroaldo Loureiro SPDT RS Gerson Burmann NPDT RS Gilmar Sossella NPDT RS Giovani Cherini SPDT RS Kalil Sehbe SPDT RS Paulo Azeredo NPDT RS Rossano Gonçalves SPTB RS Aloísio Classmann SPTB RS Iradir Pietroski SPTB RS Kelly Moraes NPSDB RS Adilson Troca SPSDB RS Paulo Brum SPSDB RS Pedro Pereira SPSDB RS Zilá Breitenbach SPPS RS Carlos Gomes S

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PPS RS Luciano Azevedo SPPS RS Paulo Odone SDEM RS José Sperotto NDEM RS Marquinho Lang NDEM RS Paulo Borges NPSB RS Heitor Schuch NPSB RS Miki Breier N

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Com 28 votos favoráveis e 18 votos contrários, está aceito o veto total ao projeto de lei nº 391/2007.

Em discussão e votação o projeto de lei nº 275/2007, do Poder Judiciário: Dispõe sobre a alteração do art. 2º da lei nº 9.896, de junho de 1993 – Juizados Regionais da Infância e da Juventude. Parecer: favorável, da Comissão de Constituição e Justiça. Relator: deputado Raul Pont, pela referida comissão.

Em discussão. (pausa) Por solicitação do deputado Fabiano Pereira, concedo a palavra a S. Exa. para discutir a matéria.

O SR. FABIANO PEREIRA (PT) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Venho a esta tribuna defender o projeto de lei nº 275/2007 e cumprimentar efusivamente o Poder Judiciário pela iniciativa.

Deputado Mano Changes, esta matéria é de extrema importância para toda uma geração de gaúchos, e sua aprovação é fundamental, pois certamente será um exemplo para todo o Brasil.

Todo o movimento, deputado Miki Breier, que coordena a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, nacionalmente luta e defende iniciativas como a que estamos apreciando nesta tarde.

Aliás, sublinhe-se que o Poder Judiciário do Rio Grande do Sul foi pioneiro quando implantou o Projeto Depoimento sem Dano. Com essa iniciativa, crianças vítimas de violência, especialmente sexual, não ficam mais na frente do juiz e do promotor para fazer seu relato. Em sala separada, acompanhadas de assistente social e psicólogo, as crianças interagem com as partes através de pontos eletrônicos e de vídeo, o que facilita a inquirição. Dessa maneira, os depoimentos deixam de ser um segundo abuso, na maioria das vezes, com a inocentação dos culpados.

Mais uma vez o Poder Judiciário inova ao apresentar este projeto que transfere aos juizados da infância o julgamento de outros procedimentos que envolvem as crianças. Antes o julgamento era restrito às questões cíveis, mas agora se amplia para o direito de família e questões criminais.

Infelizmente, no Estado do Rio Grande do Sul, a cada quatro horas uma criança é vítima de abuso sexual, e 70% dos casos ocorrem nas relações intrafamiliares.

Quando era descoberto o abuso, deputada Kelly Moraes, a criança tinha de sair de casa e se dirigir ao Juizado da Infância e da Juventude, que determinava a saída dela ou do abusador de casa. Depois ela tinha de percorrer um outro caminho na Justiça Criminal, na qual um juiz poderia julgar tanto um assassino como um caso de abuso contra uma criança.

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Ocorre que os juizados da infância já têm capacitação e aprendizado. Com uma única decisão, uma única oitiva, um único inquérito, podem tomar todas as decisões, ou seja, podem definir o pátrio poder da criança, decidir sobre o direito da família e julgar os criminosos que abusaram dessa criança e a violentaram.

Trata-se de uma evolução muito significativa. Se quisermos pensar num futuro melhor para o País, precisamos começar de baixo para cima. Isso significa que devemos cuidar das nossas crianças, prevenir a violência e implementar medidas como esta, que podem acelerar os procedimentos, aumentar a capacitação do Judiciário e reduzir a impunidade.

Infelizmente, os abusos constantes que as crianças sofrem ainda são uma marca entre nós. Mas, com certeza, esta proposta servirá de exemplo para que casos de violência contra as nossas crianças não aconteçam mais.

Voto favoravelmente ao projeto e dou parabéns ao Poder Judiciário por este avanço que certamente servirá de modelo para todo o Brasil. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Continua em discussão o projeto de lei nº 275/2007. (pausa) Não havendo manifestação de mais nenhum dos deputados, encerro a discussão.

Em votação. Solicito aos deputados que registrem seu voto.

(Procede-se à votação pelo painel eletrônico.)

Partido UF PARLAMENTAR VOTOPT RS Adão Villaverde SPT RS Daniel Bordignon SPT RS Dionilso Marcon SPT RS Elvino Bohn Gass SPT RS Fabiano Pereira SPT RS Ivar Pavan SPT RS Marisa Formolo SPT RS Raul Pont SPT RS Ronaldo Zülke SPT RS Stela Farias SPMDB RS Alberto Oliveira SPMDB RS Alexandre Postal SPMDB RS Álvaro Boessio SPMDB RS Edson Brum SPMDB RS Gilberto Capoani SPMDB RS Márcio Biolchi SPMDB RS Nelson Härter SPMDB RS Sandro Boka SPP RS Adolfo Brito SPP RS Francisco Appio SPP RS João Fischer SPP RS Mano Changes S

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PP RS Marco Peixoto SPP RS Pedro Westphalen SPP RS Silvana Covatti SPDT RS Adroaldo Loureiro SPDT RS Gerson Burmann SPDT RS Gilmar Sossella SPDT RS Giovani Cherini SPDT RS Kalil Sehbe SPDT RS Paulo Azeredo SPDT RS Rossano Gonçalves SPTB RS Aloísio Classmann SPTB RS Iradir Pietroski SPTB RS Kelly Moraes SPSDB RS Adilson Troca SPSDB RS Paulo Brum SPSDB RS Pedro Pereira SPSDB RS Zilá Breitenbach SPPS RS Berfran Rosado SPPS RS Carlos Gomes SPPS RS Luciano Azevedo SPPS RS Paulo Odone SDEM RS José Sperotto SDEM RS Marquinho Lang SDEM RS Paulo Borges SPSB RS Heitor Schuch SPSB RS Miki Breier S

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Com 48 votos favoráveis e nenhum voto contrário, está aprovado o projeto de lei nº 275/2007.

O SR. MÁRCIO BIOLCHI (PMDB) – Sr. Presidente, com a concordância dos demais líderes, solicito que o projeto de resolução nº 1/2008 passe para o final da pauta, pois estamos redigindo a emenda, que deve ser protocolada. O deputado Raul Pont sinaliza que isso já foi feito, mas não sei se já entrou no sistema.

Aproveito a oportunidade para dizer que estive ontem na minha cidade natal, no velório do ex-prefeito João Domingos, de Almirante Tamandaré do Sul. Solicito à Mesa que registre voto de pesar a ser transmitido aos familiares.

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Solicito aos líderes de bancada que se manifestem quanto à proposição apresentada pelo deputado Márcio Biolchi. (pausa) Havendo a concordância unânime de S. Exas., declaro que o projeto de resolução nº 1/2008 será apreciado no final da ordem do dia.

Em discussão e votação o projeto de resolução nº 2/2008, da Comissão Especial para Acompanhar os Projetos de Reflorestamento do Rio Grande do Sul: Aprova o Relatório Final da Comissão Especial para Acompanhar os Projetos de Reflorestamento ou Florestamento Comercial no

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Estado.

Em discussão. (pausa) Por solicitação do deputado Elvino Bohn Gass, concedo a palavra a S. Exa. para discutir a matéria.

O SR. ELVINO BOHN GASS (PT) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores, quero encaminhar o voto contrário a este projeto, uma vez que a comissão especial que pretendia acompanhar os projetos de reflorestamento ou florestamento comercial no Estado apresenta um relatório centrado em propostas de abrandamento das normas ambientais vigentes.

Fica nítida a impressão de que a metodologia de trabalho da comissão privilegiou atender às demandas das empresas que querem acelerar o plantio de árvores exóticas a qualquer custo no Estado do Rio Grande do Sul.

Permanentemente é usada a expressão flexibilização da legislação ambiental.

O caso específico do zoneamento da silvicultura, organizado e coordenado no Estado pela Fepam, auxiliada por inúmeras entidades, estudiosos e pesquisadores, está sendo desrespeitado no Rio Grande do Sul.

Outro problema enorme deste relatório é a recomendação da eliminação de mais de um Estudo de Impacto Ambiental e do relatório do meio ambiente por bacia hidrográfica. Assim, uma bacia hidrográfica pode ter milhares de hectares, mas teremos apenas um Estudo de Impacto Ambiental. Não concordamos com isso.

Sr. Presidente, solicito a transcrição integral da nota da nossa bancada nos anais da Casa.

Registro que consideramos bem-vindos todos os empreendimentos que escolhem o território gaúcho para aqui se desenvolverem. Esta é, porém, uma posição importante que colocamos: que todos esses investimentos tenham em conta o desenvolvimento ecologicamente sustentável e socialmente justo no Estado.

No caso específico da silvicultura, entendemos que o plantio de eucaliptos, numa área que pode chegar a 1 milhão de hectares, deve necessariamente respeitar o que estabelece o Zoneamento Ambiental para a Atividade de Silvicultura no Rio Grande do Sul. Esse zoneamento é uma recomendação do Ministério Público, formalizado com a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta, mas, infelizmente, está sendo flexibilizado no Estado.

Vale a pena lembrar que os investimentos silvícolas se concentram sobre o Bioma Pampa, um ecossistema rico em fauna e flora, onde se desenvolvem várias espécies endêmicas e cuja preservação, portanto, é fundamental para a manutenção da biodiversidade.

Outro elemento que consideramos fundamental registrar no voto de nossa bancada é que, concomitantemente aos investimentos silvícolas, se estabeleçam: a implementação de políticas públicas que possibilitem a criação de novas unidades de conservação, de proteção integral ou de uso sustentável, bem como a demarcação de áreas já declaradas para este fim; a fiscalização das áreas de preservação permanente e reserva legal; e a criação de corredores ecológicos.

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Consideramos fundamental que o trabalho da Emater esteja dirigido para esse desenvolvimento e não se concentre apenas naquelas regiões para favorecer e corroborar a flexibilização da legislação vigente.

O PT entende que cabe ao governo do Estado o incentivo ao desenvolvimento regional integrado com a matriz produtiva já existente, sem substituição total ou sobreposição de culturas.

Esse desenvolvimento, no nosso modo de ver, deve primar pelo fomento à diversificação das atividades, o apoio à ampliação e o respeito às culturas locais já existentes. Nesse sentido, defendemos que, entre outros, sejam incentivadas a pecuária familiar, as agroindústrias, o arroz, o pólo cerâmico, o pólo naval, o turismo, a energia eólica e os biocombustíveis. Também é imperioso que se constate a concentração de grandes extensões territoriais, o latifúndio, nessa parte do Rio Grande do Sul. Desse modo, qualquer iniciativa que vise ao dinamismo econômico da região passa, antes, por um sério e profundo processo de reforma agrária capaz de distribuir, com eqüidade, os possíveis e desejados benefícios que advirão desses empreendimentos.

É importante para o PT que, no caso dos projetos de silvicultura, haja a garantia, por parte dos investidores, de que todo o processo, do plantio à produção final do papel, deve acontecer dentro do Estado, ou seja, que haja a completude do ciclo da celulose como forma de que esses investimentos agreguem renda e emprego aos trabalhadores do Estado, bem como gerem tributos para os cofres públicos locais.

O partido considera que as principais causas do empobrecimento da Metade Sul são a concentração latifundiária e a monocultura de uns poucos produtos. Nesse sentido, considera temerário que uma nova cultura, de característica latifundiária e monocultural, seja anunciada como única alternativa para o desenvolvimento dessa região. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Defiro a solicitação de V. Exa.

(Matéria entregue para transcrição.)

NOTA – O PT OS EMPREENDIMENTOS SILVÍCOLAS

O Partido dos Trabalhadores, consciente da necessidade do desenvolvimento econômico do Estado, com geração de renda e emprego; e das dificuldades financeiras enfrentadas nas atuais circunstâncias, considera bem vindos todos os empreendimentos que escolham o território gaúcho para se desenvolverem.

Defende que, qualquer iniciativa, seja de caráter estatal, não governamental ou empresarial, cumpra rigorosamente os ditames da legislação (local, estadual e nacional) vigente. Vale, para nós, a máxima de que todo investimento deve ser socialmente justo e ecologicamente sustentável. Esta exigência se torna imperiosa na medida em que os cientistas, de forma unânime, alertam, neste nosso tempo, para os riscos advindos do aquecimento global e o futuro do planeta.

No caso específico da silvicultura, entende que o plantio de eucaliptos numa área que pode chegar a 1 milhão de hectares de forma concentrada numa mesma região (a chamada Metade Sul), devem ser observados os limites estabelecidos no Zoneamento Ambiental para a Silvicultura no RS, elaborado pela Fepam em 2006. Este zoneamento, previsto no Código Estadual de Meio Ambiente, foi

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oportunamente exigido pelo Ministério Público para que se definissem os critérios a serem levados em conta na liberação de licenças ambientais do plantio. Esta exigência tornou-se formal no momento em que representantes do próprio Ministério Público, das empresas florestadoras e do Governo do Estado, assinaram o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Ressalte-se que este Zoneamento foi elaborado por um grupo de técnicos (geógrafos, arquitetos, engenheiros florestais e químicos, biólogos e outros) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, da Fundação Estadual de Proteção Ambiental e da Fundação Zoobotânica, devidamente habilitados e contou com preciosas colaborações de um grande número de entidades civis, universidades, federações, institutos de pesquisa, fundações, organizações não-governamentais, institutos, empresas do setor etc... e é um documento que está em plena harmonia com todas as legislações vigentes, uma vez que contempla a proteção da biodiversidade, especialmente das espécies (animais e vegetais) ameaçadas; a proteção dos recursos hídricos, especialmente do aqüífero Guarani; e ainda a proteção do solo (conservação e manejo).

Vale observar que os anunciados investimentos silvícolas se concentram sobre o Bioma Pampa, um ecossistema rico em fauna e flora onde se desenvolvem várias espécies endêmicas e cuja preservação, portanto, é fundamental para a manutenção da biodiversidade. Aí encontramos então, mais razões para a defesa do Zoneamento apresentado, afinal, ele dá conta desta preocupação. Mais ainda: “Pampa” é uma expressão diretamente associada às manifestações culturais mais genuínas e tradicionais do gaúcho. Pode-se dizer, sem assombros, que quando se fala em Pampa, para muitos, se está falando do “nosso território”. Não é menos importante imaginar as conseqüências de uma substituição cultural que transformem os atuais peões do Pampa em meros e mal remunerados exterminadores de formigas.

Neste sentido, o partido considera acertada a posição do Ministério Público quando, ao conhecer o resultado final do estudo que balizou o Zoneamento Ambiental para Silvicultura no RS, aditou o TAC para que todas as licenças ambientais de plantio de eucaliptos passassem a tê-lo como referência. Do mesmo modo, considera equivocada a posterior flexibilização desta exigência, por considerar que tal flexibilização pode levar a uma postergação ad eternum cujas conseqüências podem ser, em seu limite máximo, a destruição de um patrimônio ambiental único no planeta, o bioma Pampa.

O PT também quer ver garantido o respeito à legislação das áreas de fronteiras e não aceita manobras para driblar as normas legais e nem modificações oportunísticas (existe um projeto de lei em tramitação que propõe mudanças na lei atual) nestas normas. Hoje, a lei restringe a aquisição, por pessoas jurídicas estrangeiras, de áreas que estejam localizadas a menos de 150 quilômetros da fronteira.

Do mesmo modo, o Partido dos Trabalhadores defende que se estabeleçam, concomitantemente com os investimentos silvícolas, a implementação de políticas públicas que possibilitem a criação de novas Unidades de Conservação (de proteção integral ou de uso sustentável), bem como a demarcação das áreas já declaradas para este fim; a fiscalização das áreas de preservação permanente e reserva legal e a criação de corredores ecológicos.

Também defendemos a adoção de medidas administrativas importantes no setor ambiental como o reforço (técnico, de pessoal e de equipamentos) da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, da Fepam e da Fundação Zoobotânica do Estado.

O PT considera necessário e urgente um redirecionamento do posicionamento da direção da Emater, uma vez que a função básica da empresa é prestar assistência técnica a agricultores, com ênfase na agroecologia e na sustentabilidade e o que se tem visto, neste processo de debates sobre a

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implantação de grandes lavouras de eucaliptos, é uma postura de subserviência acrítica e unilateral aos interesses das grandes empresas. Cumpre ainda alertar para o fato de que a empresa, ao direcionar atenção exagerada de seu corpo funcional aos empreendimentos silvícolas, corre o risco de desleixar no que é sua missão primordial que é a assistência técnica aos agricultores familiares produtores de alimentos.

Por fim, o PT entende que cabe ao Governo do Estado, o incentivo ao desenvolvimento regional integrado com a matriz produtiva já existente, sem substituição total ou sobreposição de culturas.

Este desenvolvimento, no nosso modo de ver, deve primar pelo fomento à diversificação das atividades, o apoio à ampliação e o respeito às culturas locais já existentes. Neste sentido, defendemos que sejam incentivadas a pecuária familiar, a ovinocultura, a produção leiteira, a pesca artesanal, a fruticultura, as agroindústrias, o arroz, o pólo cerâmico, o pólo naval, o turismo, a energia eólica, os biocombustíveis entre outros. Também é imperioso que se constate a concentração de grandes extensões territoriais – o latifúndio –nesta parte do Rio Grande. Deste modo, qualquer iniciativa que vise o dinamismo econômico da região, passa, antes, por um sério e profundo processo de reforma agrária, capaz de distribuir com eqüidade, os possíveis e desejados benefícios que advirão destes empreendimentos.

É importante para o PT, que no caso dos projetos de silvicultura, haja a garantia, por parte dos investidores, de que todo o processo (do plantio à produção final do papel) deve acontecer dentro do Estado, ou seja, que haja a completude do ciclo da celulose como forma de que estes investimentos agreguem renda e emprego aos trabalhadores do Estado bem como gerem tributos para os cofres públicos locais. O partido considera que as principais causas do empobrecimento da Metade Sul são a concentração latifundiária e a monocultura de uns poucos produtos. Neste sentido, considera temerário que uma nova cultura, de característica latifundiária e monocultural, seja anunciada como alternativa para o desenvolvimento desta região.

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Continua em discussão o projeto de resolução nº 2/2008. (pausa) Por solicitação do deputado Berfran Rosado, concedo a palavra a S. Exa. para discutir a matéria.

O SR. BERFRAN ROSADO (PPS) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Nenhum setor econômico, nenhuma atividade econômica, sobretudo uma capaz de gerar milhares e milhares de empregos, pode ser vítima de preconceito, sectarismo ou desinformação. O papel importante que a comissão cumpriu foi o de debater essa questão em todas as regiões do Estado, especialmente naquelas onde esses investimentos estão acontecendo, se tornando realidade e se apresentando como uma alternativa concreta de prosperidade e de melhoria para a vida das pessoas.

Em todas as audiências realizadas, foi salientada a importância do setor florestal para a economia gaúcha e para a economia regional.

O segundo ponto decisivo do trabalho considerou o temor, sentido por parte da comunidade e dos setores produtivos que prestam serviços complementares e por aqueles que precisam de emprego, oportunidade de renda e de trabalho, de que, eventualmente, houvesse perda dos investimentos realizados, fruto de preconceito, perseguição ou desinformação.

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Foi relatado o problema do desemprego já existente em algumas regiões, decorrente da demora na liberação dos licenciamentos ambientais. Nesse aspecto, quero destacar que a comissão, quando se refere à maior agilidade, não está propondo que a legislação deixe de ser cumprida.

Impossível não cumprir a legislação. Há um conjunto de atores e agentes nesse processo que são guardiões dessas normas, desde os órgãos responsáveis pelo licenciamento, passando pelas entidades que participam dos conselhos, sobretudo os de natureza ambiental, até o Ministério Público, sempre atento ao cumprimento rigoroso das leis.

Não é uma proposta no sentido de fazer qualquer mudança nesse aspecto, portanto, mas é uma preocupação. Queremos mais celeridade nos processos, dentro do rigor estabelecido pela legislação.

Uma das sugestões ratifica um trabalho que fizemos na comissão de licenciamento ambiental, que determina a destinação de uma maior estrutura para a Fepam e para a Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Se queremos produzir e ter, ao final, desenvolvimento sustentável no Rio Grande do Sul, precisamos fazer isso a partir do fortalecimento dos órgãos públicos responsáveis não só pelo licenciamento, mas também pela implementação de política de preservação ambiental.

Hoje, a União, o Estado e os Municípios – nesses nem se fala! – se valem demais do licenciamento como praticamente o único instrumento de preservação. Precisamos ir além disso. Temos de fazer uma política de preservação da qual o processo de licenciamento seja apenas um dos quesitos.

Por isso, é importante estruturar a SEMA e a Fepam, implantar o licenciamento único, capaz de dar maior celeridade ao processo, cumprindo a legislação local. Além disso, é preciso regionalizar o conselho e descentralizar as ações da SEMA e da Fepam, intensificar o programa de municipalização na responsabilidade dos licenciamentos.

Ou seja, há um conjunto de medidas importantes a serem implementadas, detectadas pela comissão, que salienta, em todos os aspectos, os benefícios que serão gerados pelos investimentos, incluindo-se aí o de natureza ambiental.

Temos certeza – e é possível comprovar – de que, nas áreas onde estão sendo feitos os plantios, a preservação chega a mais de 50% da área que foi adquirida. Estão sendo plantados 45%, 48% da área, e a outra metade está sendo totalmente dedicada à preservação. Isso dificilmente ocorre no plantio de outras culturas.

Estamos seguros de que é possível, sim, garantir a implementação desse investimento para gerar emprego, renda e qualidade de vida para as pessoas. Ao mesmo tempo, valendo-se do fortalecimento das estruturas públicas responsáveis pela fiscalização e pela gestão ambiental, é imprescindível assegurar a preservação e a sustentabilidade.

Parabéns aos deputados Marco Peixoto, Nelson Härter e a todos os que compuseram essa comissão e realizaram esse trabalho. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Continua em discussão o projeto de resolução nº 2/2008. (pausa) Por solicitação do deputado Dionilso Marcon, concedo a palavra a S. Exa. para discutir a matéria.

O SR. DIONILSO MARCON (PT) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

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Saúdo os funcionários desta Casa e as pessoas que nos assistem pela TV Assembléia.

Venho a esta tribuna manifestar-me sobre a comissão especial que tratava das florestas comerciais ou reflorestamentos no Rio Grande do Sul.

Tenho andado principalmente pelos Municípios com grande reflorestamento comercial, seja de acácia ou eucalipto. Não vi nada disso que o nobre deputado Berfran Rosado disse aqui: desenvolvimento, geração de emprego.

Não sei se é aqui no Rio Grande do Sul que o florestamento de eucalipto está gerando emprego. Não sei onde. Em Canguçu, por exemplo, que é uma região de minifúndios, onde prossegue o plantio de acácia, não vejo geração de empregos. Em Herval, onde há um grande número de eucaliptos plantados, principalmente o de dois anos de plantio, em cerca de 6 mil hectares de terra, só há uma mão-de-obra para cuidar do mato, e nada mais.

Nas fazendas vendidas para empresas de plantio de eucalipto, seja para a Votorantim, para a Aracruz ou para a Tanac, será que 6 mil hectares de terra só geravam um emprego? Será que o latifúndio era tão atrasado que só gerava um emprego?

Por esse lado, o discurso de geração de emprego não pega. Esse discurso já caiu por terra, porque, por mais atrasado que o latifúndio vendido fosse, deveria gerar, no mínimo, meia dúzia de empregos.

Podemos defender esse discurso por outro âmbito, que a terra está lá e pode ser desapropriada para fazer assentamento e tem de botar algo em cima. Mas quanto à questão de geração de emprego, esse argumento não tem fundamento e nem se sustenta em pé.

Quem planta eucalipto para tirar madeira ou lenha sabe o quanto esse plantio prejudica o meio ambiente, especialmente na região sul, ultimamente muito sofrida com a seca.

Esta Casa concede aos parlamentares o debate sobre alguns assuntos. Analisado cientificamente, verificou-se que não bastam 50 metros de distância para plantar pínus americano numa área de preservação. Vimos que a semente anda muito mais longe que esses 50 metros, problema que foi constatado e defendido pela comissão.

A comissão deveria ter fortalecido mais o trabalho do Ibama, da Fepam, para que os laudos quanto à preservação do meio ambiente sejam feitos com mais consistência. E esta Casa tem de zelar por essa questão, tem de lutar para fortalecer essa questão técnica do meio ambiente.

Outra questão a ressaltar aqui é que só se deu atenção a um lado da moeda. Somente foram ouvidos os empresários que estão plantando, aqueles que dizem que se tem de plantar eucalipto para desenvolver a região sul. Para mim, não há discurso que sustente essa questão, mesmo nesse período de plantio de eucalipto, porque, na prática, onde havia uma fazenda para gerar cinco, seis empregos, agora é preciso haver quatro, cinco fazendas para gerar um emprego, depois do plantio de eucalipto.

O deputado Iradir Pietroski, que vem de uma região de pequenos agricultores, sabe que a pequena propriedade é a que gera empregos, sem produzir eucaliptos.

Gostaria de saber se a plantação de eucaliptos na Região Carbonífera gerou riqueza ou miséria. É esse o estudo que esta Assembléia Legislativa deveria fazer amanhã ou depois. Muito obrigado. (Não

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revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Continua em discussão o projeto de resolução nº 2/2008. (pausa) Por solicitação do deputado Nelson Härter, concedo a palavra a S. Exa. para discutir a matéria.

O SR. NELSON HÄRTER (PMDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Ouvi atentamente as manifestações dos parlamentares. Causa-me estranheza o fato de o deputado Dionilso Marcon ter passado agora a ser o defensor dos latifundiários e estar preocupado com os grandes latifúndios. Houve uma pequena mudança no rumo da sua defesa, mas conhecemos bem S. Exa.

A nossa comissão preocupou-se com o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Ouvimos as diversas entidades representativas e percorremos todo o Estado. Realizamos 11 audiências públicas, nove visitas técnicas e vistorias dos projetos de silvicultura em andamento. Identificamos as principais reivindicações do setor. Apresentamos um relatório conclusivo, em que se comprova o que já havíamos recebido, através de informações, com relação ao significado do setor florestal para o Rio Grande do Sul, que hoje representa 4% do PIB gaúcho. Somos o segundo pólo moveleiro do País.

O objetivo principal da comissão especial foi o de mostrar que, no Rio Grande do Sul, o setor florestal não fica restrito somente à celulose e ao papel, mas abrange ainda a geração de energia e a fabricação de móveis. Essas contribuições são inestimáveis para a geração de emprego e renda no Estado.

E defendemos mais.

Na comissão, acordamos, por unanimidade, que, no Rio Grande do Sul, ainda há a necessidade de uma maior compreensão a respeito do setor florestal como um todo, tendo em vista o que gera atualmente para a economia do Estado.

Constatamos também que há cumprimento da legislação. O Código Florestal é cumprido de cima abaixo. São respeitadas as áreas de mata nativa e de banhado, as matas ciliares, os rios, os açudes e as nascentes. Tudo isso está previsto no Código Florestal.

Quando se diz que está havendo flexibilização, não é isso que se quer. O que se quer é mais agilidade por parte dos órgãos ambientais. O que se quer é aumentar a arrecadação do Estado e que esses processos não fiquem parados, como acontece hoje, por falta de estrutura da Fepam.

Fizemos uma visita técnica à Fepam. Lamentavelmente, vimos deficiência no andamento dos processos. Vários deputados estiveram lá em visitas técnicas, em visitas de campo. O que constatamos? Dificuldades. Precisamos de mais agilidade. São muitos os recursos. Quantos bilhões de reais estão hoje muitas vezes à espera do andamento do processo junto aos órgãos que são os que devem fazer com que eles andem?

O deputado José Sperotto, por exemplo, propôs um estudo para a criação de uma secretaria especial de florestamento. Uma outra alternativa seria o aproveitamento dos EIA/RIMAs, que foram apresentados pelas empresas que atualmente se encontram nas bacias hidrográficas. Que esses EIA/RIMAs sejam aproveitados para outros empreendimentos no Rio Grande, já que foram dados ao Estado por empreendedores.

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Há necessidade de aumentar a área plantada. Constatamos, na comissão, que ainda continua saindo da Amazônia um terço de sua mata nativa para madeira serrada no Estado. Precisamos aumentar a área de floresta plantada para fazer com que os cortes da mata nativa sejam diminuídos, já que o número de habitantes aumenta a cada dia que passa e a plantação de pínus, de acácia e de eucalipto não acompanha essa evolução.

O que se vê? Há uma pressão do meio ambiente. Isso é o que constatamos. Daí recomendamos uma série de alterações na legislação para que se possibilite mais progresso, mais desenvolvimento e mais recursos, necessários para que o governo resolva o problema de atraso do salário do funcionalismo do Estado, pague em dia suas contas.

Esse é um setor que precisa ser apoiado.

Essas são algumas das recomendações que emitimos nesse relatório. Há uma série de outras. Nós nos baseamos em documentos científicos, em trabalhos realizados por universidades e por técnicos à altura. Nesse relatório, deixamos de lado o achismo, o que se acha, o que se entende. Nós nos baseamos em trabalhos científicos e técnicos e, a partir deles, apresentamos as conclusões da Comissão Especial para Acompanhar os Projetos de Reflorestamento.

Por isso, recomendamos aos Srs. Deputados a aprovação desse relatório, para que haja o desdobramento de mais audiências, necessárias para a discussão do tema, e, possivelmente, a apresentação de um projeto de lei que venha a resolver ainda algumas questões que ficam muito na subjetividade daqueles técnicos que hoje estão concedendo as licenças.

Precisamos clarear essa situação para possibilitar mais desenvolvimento ao Rio Grande do Sul. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Continua em discussão o projeto de resolução nº 2/2008. (pausa) Por solicitação do deputado Paulo Azeredo, concedo a palavra a S. Exa. para discutir a matéria.

O SR. PAULO AZEREDO (PDT) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Saúdo aqueles que nos assistem pela TV Assembléia e aqui no plenário.

Sou natural de Montenegro, precisamente de Muda Boi, que é o primeiro Distrito do Município. Lá, desde que eu era guri, meu avô plantava acácia negra, floresta. As terras que há 50 anos produziam florestas continuam hoje produzindo acácia e também melancia. Cria-se ainda gado e há citricultura. Enfim, as terras são saudáveis, e a natureza é preservada.

Entendo que a lavoura de floresta polui menos do que a lavoura de outras culturas que temos aqui no Brasil e no mundo para a produção de alimentos.

Portanto, quando se quer falar em biodiversidade, em meio ambiente, em proteção à natureza, a lavoura de floresta fornece todos os elementos para isso.

É lamentável vermos no Pará madeira de origem nativa descendo rio abaixo, sendo exportada sem nenhum controle, enquanto aqui nós, que preservamos florestas e fazemos replantio, somos

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achacados como se estivéssemos danificando o meio ambiente.

Sabemos que o nosso Código Florestal exige uma cobertura mínima em cada propriedade rural. Vamos analisar onde estão essas coberturas mínimas; vamos dar cumprimento à legislação para não proibirmos que os nossos agricultores tenham uma lavoura ou possam plantar acácia, pínus ou eucalipto.

Se pegássemos, hoje, os pínus e araucárias que estão tombando e apodrecendo e fizéssemos a renovação dessa floresta, com certeza muitas famílias teriam casas de madeira com qualidade para morar e não estariam em barracos, debaixo de lona preta ou usando latas velhas como paredes, que não aquecem e não dão garantia de segurança.

Vimos, lamentavelmente, pínus tombando, apodrecendo, enquanto o seu nó pode ser usado para aquecer lareiras. Poderiam, numa renovação, estar sendo aproveitados, e florestas novas poderiam estar sendo plantadas.

Mas quando nasce, lá na serra gaúcha, um pé de araucária, rapidamente ele é extraído porque, se crescer, não poderá mais ser cortado.

Temos que repensar realmente todo esse trabalho que se faz em relação à geração de emprego e renda e ao desenvolvimento.

Lembro-me muito bem de quando se instalou aqui a Borregard. Todos a criticavam. Mas a empresa se adequou às inovações, modificaram algumas tecnologias, e hoje aí está a Aracruz Celulose gerando emprego, produzindo e incentivando o florestamento. Cito também a Votorantim e a Stora Enso.

Não posso aceitar e lamento – e tenho o maior respeito pelos movimentos – o que fizeram aqui com a produção de mudas de qualidade em Barra do Ribeiro. Entendo que o caminho não é a depredação, não é a exclusão de plantio, não são ações como essas, que repudio, por maior respeito que tenho pelo movimentos dos sem-terra e outros que existem no Estado e no País.

Esta é uma Casa de leis. Temos que respeitá-las, adequá-las e modificá-las para que cada um possa ter o seu empreendimento, visando à geração de emprego e renda, à qualidade de vida, ao movimento sustentável e ao desenvolvimento programado.

Que possamos receber investimentos no Estado e que as empresas não se desloquem para outros Estados do Brasil, como tem ocorrido, em que estão produzindo com todos os incentivos necessários.

Fica aqui meu voto favorável a esse relatório e ao trabalho realizado pela comissão, que demonstra que é possível harmonizar atividades e continuarmos plantando florestas que garantam o desenvolvimento sustentável do nosso Estado, a geração de emprego e renda.

Não façamos como outros países desenvolvidos, que estão comprando créditos de carbono, pois aqui temos florestamento e preservamos a natureza. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Continua em discussão o projeto de resolução nº 2/2008. (pausa) Por solicitação do deputado Marco Peixoto, concedo a palavra a S. Exa. para discutir a matéria.

O SR. MARCO PEIXOTO (PP) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

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A minha intervenção será breve. Neste momento, antes da votação do relatório da nossa Comissão Especial de Florestamento, desejo agradecer a todos pela colaboração, em especial ao nosso vice-presidente José Sperotto e ao nosso relator Nelson Härter, que foram incansáveis, juntamente com os demais membros da comissão.

Realizamos aproximadamente 17 ou 18 reuniões no interior do Estado, dando condições a que todas as entidades, prefeituras e câmaras de vereadores pudessem externar as suas posições, apresentando sugestões para que chegássemos ao dia de hoje com esse relatório aprovado pela comissão.

A nossa intenção, quando da criação dessa comissão, foi exatamente a de resguardar os interesses do Rio Grande do Sul. Não podíamos ficar na contramão da história neste momento de muita dificuldade pelo qual o nosso Estado está passando. Quando estamos por receber um aporte de mais de 3,6 milhões de dólares dessas empresas, a Assembléia Legislativa do Estado tinha que dar sua contribuição de forma regular e legal para que pudéssemos ter esses investimentos.

Ninguém é contra o meio ambiente; muito pelo contrário, ficou evidenciado nas reuniões que realizamos, em todas as regiões do Rio Grande do Sul, que a preservação do meio ambiente está acima de qualquer interesse socioeconômico por parte dessas grandes empresas.

Além do mais, podemos constatar que, em várias regiões, especialmente na Região Carbonífera, na Metade Sul, já há um avanço no crescimento econômico, gerando renda e emprego para milhares de pessoas que hoje dependem da silvicultura para desenvolver seus Municípios. Por essa razão, quero mais uma vez destacar o trabalho de todos os deputados integrantes da comissão.

Nos próximos dias, estaremos entregando cópia do relatório à governadora do Estado, às autoridades competentes e a entidades que porventura tiverem interesse em aproveitar o que há de bom no nosso trabalho. Assim, poderemos levar adiante o projeto de silvicultura no Estado do Rio Grande do Sul. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Continua em discussão o projeto de resolução nº 2/2008. (pausa) Por solicitação do deputado Pedro Pereira, concedo a palavra a S. Exa. para discutir a matéria.

O SR. PEDRO PEREIRA (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Inicialmente, parabenizo a comissão pelo brilhante trabalho realizado. Como integrante, participei da visita a alguns locais. Somente na minha região, a Metade Sul do Estado, a Votorantim fará um investimento de 1 bilhão e 300 milhões de dólares.

Fico indignado quando alguém é contra esse projeto, deputado Nelson Härter. Só me vem uma coisa à mente: se é contrário, ou não quer o progresso do Estado, ou espera que as fazendas que por opção não quiserem mais criar gado fiquem desocupadas. Assim sendo, seriam tachadas de improdutivas e poderiam ser invadidas pelos movimentos, que instalariam lá dentro suas cidades de lona.

Sabemos que, no mínimo, 50% ou 60% das pessoas que invadem sequer sabem se o feijão ou o milhão se desenvolvem embaixo ou em cima da terra. Essa é a realidade.

Como alguém pode ser contra o crescimento de uma região? Na Metade Sul, o pólo madeireiro

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já é uma realidade em Piratini e será expandido para Pedro Osório, Cerrito, Capão do Leão e Pedras Altas. No momento em que construírem a fábrica de celulose, serão criados milhares de empregos. Depois do pólo naval de Rio Grande, esse será o segundo pólo para o crescimento da região. E aí são contra. Não dá para entender.

Repito: ou não querem o crescimento do Estado, ou querem que as indústrias não se estabeleçam para os movimentos poderem invadir.

O que será que rende mais? O que gera mais empregos? A produção de madeira, as olarias, as estufas, a produção de móveis, de celulose, ou uma cidade de lonas?

Com todo o respeito, repito: a grande maioria não é do ramo. Não é que não saibam trabalhar, é que não são agricultores, nunca foram e nunca serão. Estão lá vivendo com aquilo que o governo manda para ficarem sem fazer nada. Essa é a realidade.

Portanto, parabenizo a comissão. Não abrimos mão do crescimento da Metade Sul e, conseqüentemente, do Estado. Como médico, afirmo que o meio ambiente está sendo e será preservado. Ninguém é idiota de acabar com o meio ambiente. Vamos matar, nós mesmos, nossos filhos e netos?

De cada 100 hectares, 50 são para preservação ambiental. Só não vê quem não quer, ou por ignorância ou porque não quer. Obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Continua em discussão o projeto de resolução nº 2/2008. (pausa) Não havendo manifestação de mais nenhum dos deputados, encerro a discussão.

Em votação. Solicito aos deputados que registrem seu voto.

(Procede-se à votação pelo painel eletrônico.)

Partido UF PARLAMENTAR VOTOPT RS Adão Villaverde NPT RS Daniel Bordignon NPT RS Dionilso Marcon NPT RS Elvino Bohn Gass NPT RS Fabiano Pereira NPT RS Ivar Pavan NPT RS Marisa Formolo NPT RS Raul Pont NPT RS Ronaldo Zülke NPT RS Stela Farias NPMDB RS Alberto Oliveira SPMDB RS Alexandre Postal SPMDB RS Álvaro Boessio SPMDB RS Edson Brum SPMDB RS Gilberto Capoani SPMDB RS Márcio Biolchi SPMDB RS Nelson Härter SPMDB RS Sandro Boka S

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 86

PP RS Adolfo Brito SPP RS Francisco Appio SPP RS João Fischer SPP RS Mano Changes SPP RS Marco Peixoto SPP RS Pedro Westphalen SPP RS Silvana Covatti SPDT RS Adroaldo Loureiro SPDT RS Gerson Burmann SPDT RS Gilmar Sossella SPDT RS Giovani Cherini SPDT RS Kalil Sehbe SPDT RS Paulo Azeredo SPDT RS Rossano Gonçalves SPTB RS Aloísio Classmann SPTB RS Iradir Pietroski SPTB RS Kelly Moraes SPSDB RS Adilson Troca SPSDB RS Nelson Marchezan Jr. SPSDB RS Paulo Brum SPSDB RS Pedro Pereira SPSDB RS Zilá Breitenbach SPPS RS Berfran Rosado SPPS RS Carlos Gomes SPPS RS Paulo Odone SDEM RS José Sperotto SDEM RS Marquinho Lang SDEM RS Paulo Borges SPSB RS Heitor Schuch SPSB RS Miki Breier S

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Com 38 votos favoráveis e 10 votos contrários, está aprovado o projeto de resolução nº 2/2008.

Em discussão e votação o projeto de resolução nº 3/2008, da Comissão Especial para Analisar a Questão do Lixo no RS: Aprova o Relatório Final da Comissão Especial para Analisar a Questão do Lixo no Rio Grande do Sul.

Em discussão. (pausa) Por solicitação do deputado Kalil Sehbe, concedo a palavra a S. Exa. para discutir a matéria.

O SR. KALIL SEHBE (PDT) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Venho a esta tribuna primeiramente para agradecer pela participação na comissão especial a todas as bancadas e aos deputados.

Agradeço também, de forma especial, ao relator, deputado Miki Breier, e à vice-presidente,

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deputada Kelly Moraes.

A comissão trabalhou muito nesses 120 dias, principalmente no diagnóstico da situação do lixo no Rio Grande do Sul.

Conseguimos algo extremamente importante. Sessenta e três por cento dos Municípios responderam ao questionário que mostra a real situação do lixo no Estado. Isso representa 99% da população gaúcha.

É lamentável o fato de ainda termos muitos Municípios com lixões, apresentando problemas no lençol freático e em outros setores. Nesse caso, apontamos caminhos.

Nos países desenvolvidos há o princípio dos três erres: reduzir, reaproveitar e reciclar.

Temos Municípios que só geram meio quilo de lixo por pessoa ao dia, mas temos ainda Municípios que geram um quilo de lixo por pessoa ao dia.

O relatório final traz, além de conclusões, excelentes recomendações. E começa por esta Casa, que já vai trabalhar a diminuição de papéis. Muitos dos relatórios gerados hoje, como a ordem do dia das comissões, poderão ser acessados por meio do sistema de informática. Não há por que gerar tanto papel nesta Casa.

A Assembléia Legislativa pode iniciar dando o exemplo no processo de reciclagem. Fizemos uma grande parceria com o DMLU e a Codeca, de Caxias do Sul, que já tem um serviço de qualidade. Além desses dois Municípios, Gravataí também tem um trabalho extremamente importante nessa área.

Esses exemplos produtivos servem de recomendação a outros Municípios. Temos problemas seriíssimos no nosso Estado. Muitos Municípios sequer fazem um trabalho na área de coleta seletiva ou de orientação.

A comissão, em vez de publicar diversos relatórios, realizará, nesta Casa, no dia 28 de abril, um grande evento de lançamento da Rota do Lixo, com a participação das escolas do Rio Grande do Sul. Forneceremos cartazes e prospectos educativos sobre o lixo.

Temos consciência de que é somente através da educação e da orientação que poderemos reduzir a geração de lixo e, principalmente, fazer a sua reciclagem, que é uma grande fonte de renda para a sociedade.

Agradeço a todos os deputados que contribuíram.

O relatório, com certeza, é o documento oficial sobre a matéria. A Secretaria do Meio Ambiente, a Secretaria de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano e as demais secretarias do governo poderão utilizar esse documento oficial na busca de soluções.

A comissão, além de apontar e detectar toda essa situação, apresentou soluções e principalmente recomendações plausíveis e pontuais para que o Rio Grande do Sul cuide do meio ambiente e também do lixo gerado, que pode se transformar em fonte de renda.

Solicito aos parlamentares que, assim como ocorreu na votação na comissão, aprovem por unanimidade o relatório. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

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O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Continua em discussão o projeto de resolução nº 3/2008. (pausa) Por solicitação do deputado Miki Breier, concedo a palavra a S. Exa. para discutir a matéria.

O SR. MIKI BREIER (PSB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Quero fazer eco à manifestação do deputado Kalil Sehbe, que coordenou essa comissão especial que tratou da questão do lixo no Rio Grande do Sul, e dizer da minha alegria de ter sido o relator desse processo.

Este é um debate fundamental não só para esta Casa, obviamente, mas para toda a sociedade gaúcha e mundial: o cuidado com o meio ambiente, assunto vinculado ao objeto de análise de outra comissão aprovada também aqui e que foi tema da manifestação de alguns deputados, a Comissão Especial para Acompanhar os Projetos de Reflorestamento ou Florestamento Comercial no Rio Grande do Sul.

Preocupa-nos mais especificamente a questão do destino final dos resíduos sólidos, cujo problema não termina com a sacola plástica colocada na frente das residências. Trata-se de um debate que passa pelos Municípios, mas que precisa também de incentivos, de recursos federais e estaduais para que possamos trabalhar cada vez mais e melhor essa questão da coleta seletiva de lixo, da reciclagem de resíduos e da utilização de papel não-clorado.

Há muitas iniciativas nesse sentido, como consórcios municipais envolvendo Municípios que muitas vezes não têm área ou não têm condições de cuidar sozinhos dos seus resíduos sólidos.

De fato foi um debate importante proposto pelo deputado Kalil Sehbe, com várias audiências públicas realizadas em muitos pontos do Estado, com muitas sugestões apresentadas e projetos já muito positivos nessa área que podem servir de modelo para outros Municípios.

Parece-me que a Assembléia Legislativa precisa estar conectada, concertada, em harmonia com todos aqueles que trabalham nessa área e que realizam esse trabalho com preocupação.

Pretendemos, portanto, continuar trabalhando nessa linha, com as propostas já aprovadas na comissão, e esperamos que o plenário vote favoravelmente a esta matéria. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Continua em discussão o projeto de resolução nº 3/2008. (pausa) Não havendo manifestação de mais nenhum dos deputados, encerro a discussão.

Em votação. Solicito aos deputados que registrem seu voto.

(Procede-se à votação pelo painel eletrônico.)

Partido UF PARLAMENTAR VOTOPT RS Adão Villaverde SPT RS Daniel Bordignon SPT RS Dionilso Marcon S

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 89

PT RS Elvino Bohn Gass SPT RS Fabiano Pereira SPT RS Ivar Pavan SPT RS Marisa Formolo SPT RS Raul Pont SPT RS Ronaldo Zülke SPT RS Stela Farias SPMDB RS Alberto Oliveira SPMDB RS Alexandre Postal SPMDB RS Álvaro Boessio SPMDB RS Edson Brum SPMDB RS Gilberto Capoani SPMDB RS Márcio Biolchi SPMDB RS Nelson Härter SPMDB RS Sandro Boka SPP RS Adolfo Brito SPP RS Francisco Appio SPP RS João Fischer SPP RS Mano Changes SPP RS Marco Peixoto SPP RS Pedro Westphalen SPP RS Silvana Covatti SPDT RS Gerson Burmann SPDT RS Gilmar Sossella SPDT RS Giovani Cherini SPDT RS Kalil Sehbe SPDT RS Paulo Azeredo SPDT RS Rossano Gonçalves SPTB RS Aloísio Classmann SPTB RS Iradir Pietroski SPTB RS Kelly Moraes SPSDB RS Adilson Troca SPSDB RS Nelson Marchezan Jr. SPSDB RS Paulo Brum SPSDB RS Pedro Pereira SPSDB RS Zilá Breitenbach SPPS RS Berfran Rosado SPPS RS Carlos Gomes SPPS RS Paulo Odone SDEM RS José Sperotto SDEM RS Marquinho Lang SDEM RS Paulo Borges SPSB RS Heitor Schuch SPSB RS Miki Breier S

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Com 47 votos favoráveis e nenhum voto contrário, está aprovado o projeto de resolução nº 3/2008.

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Em discussão e votação o projeto de resolução nº 1/2008, da Mesa Diretora: Altera a resolução n° 2.288, de 18 de janeiro de 1991, que dispõe sobre o Regimento Interno da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Ao projeto foram apresentados dois substitutivos. A matéria entra na ordem do dia por acordo unânime de líderes.

O SR. MÁRCIO BIOLCHI (PMDB) – Sr. Presidente, solicito a retirada do substitutivo nº 1, de minha autoria e do deputado Raul Pont, se houver concordância de parte do outro proponente.

O SR. RAUL PONT (PT) – Sr. Presidente, concordo com a retirada, já que estamos apresentando como alternativa o substitutivo nº 2, mais completo que o primeiro. Votaremos favoravelmente à matéria.

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Foi retirado, portanto, o substitutivo nº 1.

Em discussão e votação o projeto de resolução nº 1/2008 e o substitutivo nº 2. (pausa) Não havendo manifestação de nenhum dos deputados, encerro a discussão.

Em votação. Primeiramente, votaremos o substitutivo nº 2. Solicito aos deputados que registrem seu voto.

(Procede-se à votação pelo painel eletrônico.)

Partido UF PARLAMENTAR VOTOPT RS Adão Villaverde SPT RS Daniel Bordignon SPT RS Dionilso Marcon SPT RS Elvino Bohn Gass SPT RS Fabiano Pereira SPT RS Ivar Pavan SPT RS Marisa Formolo SPT RS Raul Pont SPT RS Ronaldo Zülke SPT RS Stela Farias SPMDB RS Alberto Oliveira SPMDB RS Alexandre Postal SPMDB RS Álvaro Boessio SPMDB RS Edson Brum SPMDB RS Gilberto Capoani SPMDB RS Márcio Biolchi SPMDB RS Nelson Härter SPMDB RS Sandro Boka SPP RS Adolfo Brito SPP RS Francisco Appio SPP RS João Fischer SPP RS Mano Changes SPP RS Marco Peixoto S

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PP RS Pedro Westphalen SPP RS Silvana Covatti SPDT RS Gilmar Sossella SPDT RS Giovani Cherini SPDT RS Kalil Sehbe SPDT RS Paulo Azeredo SPDT RS Rossano Gonçalves SPTB RS Aloísio Classmann SPTB RS Iradir Pietroski SPTB RS Kelly Moraes SPSDB RS Adilson Troca SPSDB RS Nelson Marchezan Jr. SPSDB RS Paulo Brum SPSDB RS Pedro Pereira SPSDB RS Zilá Breitenbach SPPS RS Berfran Rosado SPPS RS Carlos Gomes SPPS RS Paulo Odone SDEM RS José Sperotto SDEM RS Marquinho Lang SDEM RS Paulo Borges SPSB RS Heitor Schuch SPSB RS Miki Breier S

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Com 46 votos favoráveis e nenhum voto contrário, está aprovado o substitutivo nº 2 ao projeto de resolução nº 1/2008. Fica, portanto, prejudicado o texto original.

Em votação o requerimento comum nº 20/2008, do deputado Paulo Brum: Requer, com base no art. 194, inciso I, do Regimento Interno, a dispensa de publicação e interstício para imediata votação da redação final do projeto de lei nº 275/2007 e dos projetos de resolução nºs 1, 2 e 3/2008, ora aprovados. Os deputados que o aprovarem permaneçam sentados. (pausa) Aprovado.

Em votação a redação final dos projetos referidos no requerimento ora aprovado. Os deputados que a aprovarem permaneçam sentados. (pausa) Aprovada.

Não havendo mais matéria a ser deliberada, declaro encerrada a ordem do dia.

Passo às

COMUNICAÇÕES

Com a desistência antecipada do primeiro orador inscrito, deputado Raul Carrion, a próxima inscrição pertence ao deputado Rossano Gonçalves, que também desiste.

Por solicitação do deputado Raul Pont, concedo a palavra a S. Exa. para uma comunicação de líder.

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O SR. RAUL PONT (PT) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

O jornal Zero Hora de domingo publicou uma longa entrevista com o ex-secretário Nelson Proença, que falou sobre alguns elementos muito interessantes de avaliação do governo e da sua gestão à frente da Sedai.

É evidente que não vou aqui tratar das questões internas de governo relacionadas ao ex-secretário e a governadora, mas o que me chamou a atenção na entrevista é que o ex-secretário disse que alguns grandes empreendimentos do Estado foram ou estão sendo perdidos porque as secretarias não responderam à altura ou porque as exigências da Secretaria da Fazenda estiveram além do que as empresas queriam. Com isso, segundo o ex-secretário, o Rio Grande do Sul teria perdido grandes investimentos como a Dell, o que não é novidade, visto que essa empresa teve uma série de benefícios fiscais e depois construiu a sua fábrica em Hortolândia, na região de Campinas.

Da General Motors, o nosso Estado teria perdido a fábrica de motores em função de algum contratempo ou de exigências em demasia por parte da Secretaria da Fazenda. A Braskem, grande beneficiária de renúncias fiscais do nosso Estado, também estaria desistindo do plástico verde que produziria no pólo. A Toyota ainda é uma interrogação.

Vou ficar somente nessas quatro exemplificações.

O que quero registrar é que o tratamento que se recebe da imprensa e de algumas instituições tem dois pesos e duas medidas.

O governador Olívio Dutra foi sacrificado e crucificado neste Estado porque a Ford não veio para o Rio Grande. A crítica era tão radical que chegaram a inverter o sentido das coisas. Diziam que o governador mandou embora a Ford. Mas não podia mandar embora se ela nem veio! O tratamento da mídia era muito forte, pois todo o dia era feita uma crítica duríssima responsabilizando o governo.

Agora, o secretário que saiu disse ao jornal que esses grandes empreendimentos estão sendo perdidos por responsabilidade do próprio governo. E qual foi o comportamento da mídia? Esse jornal, tão afeito à duríssima crítica em relação ao PT, publicou apenas a opinião do secretário. Não há nenhum problema.

De quem é a culpa de a Grendene ter hoje em torno de 14, 15 mil empregos na região de Sobral e de Fortaleza, no Ceará? Por que a Grendene saiu daqui? Por que não veio para cá a fábrica de software da Dell ou a fábrica de motores da General Motors? Por que não virá a Toyota?

Há alguns anos, havia um culpado, que era crucificado perante a opinião pública, criando-se um preconceito enorme, que teve um peso até para alterar os resultados eleitorais no Rio Grande do Sul. Agora, o tratamento é completamente diferente.

É importante – insisto neste aspecto – estarmos entrando em pleno debate nacional sobre a reforma tributária. Não quero aqui criticar a Secretaria da Fazenda, nem a governadora, nem dizer que é culpa de um ou de outro.

Para mim, se esses casos ocorrerem, são exatamente fruto dessa absurda guerra fiscal que se estabeleceu no País, em que os erários públicos são verdadeiramente leiloados em praça pública em benefício de algumas empresas. Essa é a questão central.

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 93

É claro que não é menor o fato de termos sido execrados diante da opinião pública no caso da Ford, e agora, em casos semelhantes, não haver a mesma repercussão e não fazer o mesmo sentido.

Deixo registrado esse aspecto para mostrar, por um lado, a tendenciosidade da imprensa gaúcha e, por outro, que o verdadeiro problema não é tanto a governadora, nem o secretário que saiu, nem a Secretaria da Fazenda. Estamos diante de um resultado evidente da guerra fiscal. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Por solicitação do deputado Márcio Biolchi, concedo a palavra a S. Exa. para uma comunicação de líder.

O SR. MÁRCIO BIOLCHI (PMDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Na verdade, a nossa vinda à tribuna justifica-se muito mais como um complemento àquilo que foi abordado pelo deputado Raul Pont, não desqualificando a sua interpretação. Pelo contrário, até porque, no próprio dia de hoje, tivemos uma colaboração do deputado que surpreende as expectativas entre oposição e situação. Isso nos deixa muito à vontade para fazermos um bom debate pelas causas do Rio Grande. E ouvi aqui atentamente, como sempre busco fazer, o deputado Raul Pont.

Preocuparam-nos as manifestações do ex-secretário Nelson Proença, mas respeitamos as motivações pessoais externadas e também a sua interpretação do contexto político.

Temos certeza de que aquele momento se confunde também com o que vivemos hoje, um momento pré-eleitoral. E é natural que, na política, presenciemos um aquecimento dos sentimentos partidários e dos interesses legítimos, que cada partido busca neste ano de 2008.

O complemento que fazemos é este. Na nossa avaliação, deputado Cassiá Carpes, uma boa demonstração e uma prova concreta da importância de termos um Estado que realmente busca abrir as portas para investimentos é que tenhamos, inclusive, um País que apresente uma maturidade econômica.

Esta semana mesmo, festejamos a mudança no ranking do Brasil, que, de devedor ao mercado internacional, passou a ser um País que tem como saldar suas dívidas com as suas próprias reservas.

É muito importante, deputada Marisa Formolo, que o interesse público é maior do que os nossos desentendimentos partidários. Aqui estamos manifestando essas conquistas tanto do governo federal quanto do estadual.

Graças ao esforço e à participação de todos ao longo dos anos, temos hoje o anúncio na imprensa de um investimento que ultrapassa a casa dos bilhões de reais no Estado do Rio Grande do Sul. Falo aqui da MPX. Amanhã à tarde – se tudo der certo –, às 15 horas, estaremos presenciando essas negociações, o que nos remeterá a um investimento de 1 bilhão e 800 milhões de reais, num setor crucial como o elétrico.

O Rio Grande do Sul vem trabalhando, desde a semana passada, na complementação do seu parque eólico, deputado Alberto Oliveira, buscando em Brasília a adequação dessa energia e suas disparidades ao mercado da energia hidrelétrica. Dessa maneira, o Rio Grande do Sul poderá ter uma real ampliação do seu parque, complementando um potencial de infra-estrutura e geração de energia, que, sem sombra de dúvidas, é de fundamental importância não só para a Metade Sul, não só para Candiota, mas

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para todo o Estado.

A minha fala aqui, Sr. Presidente, não é no sentido de contrapor o que foi dito por um ou outro deputado. Respeitamos o trabalho e o papel da oposição, que é necessária, deputado Francisco Appio. Não temos nenhum modelo de administração infalível nem na parte pública nem na parte privada. Precisamos de fiscalização para que haja o sentimento de que as coisas não se dão somente no poder discricionário, mas na propagação do diálogo, da boa conversa e da união de forças por aquilo que acreditamos importante para o Rio Grande do Sul. Por tudo isso, devemos estar juntos.

Na semana passada, Sr. Presidente, não foi pequena a comitiva de parlamentares de todas as bancadas que esteve em Brasília tratando dos assuntos estruturantes do Estado. Na semana retrasada, tivemos a aprovação de um projeto sobre a questão da previdência, que será discutido, conforme acordo feito com o governo, no dia 13 do próximo mês, na Comissão de Serviços Públicos.

Isso também representou um avanço para que, na semana passada, tivéssemos a presença de representantes do Banco Mundial, deputado Francisco Appio, com o objetivo de refinanciar a dívida extralimite do Estado com a União, fazendo com que o custo da dívida ficasse menor, ou seja, com que se dilua ao longo de vários anos.

Concluo, Sr. Presidente, afirmando que não é apenas uma questão de governo. O desafio é fazermos com que os nossos interesses do presente, deste ano e daqui a três anos, anos eleitorais, não sejam maiores do que os nossos interesses para o futuro do Estado a longo prazo.

Desejamos que o Rio Grande do Sul não dê continuidade a questões que nos atrasam e que possamos avançar em pontos importantes, como a atração de investimentos.

O que aqui foi exposto, na nossa concepção, é a prova fática, Sr. Presidente, de que, quando há união de esforços de todas as secretarias e quando também o governo federal propicia o Brasil como um campo para isso, o Rio Grande do Sul colhe parte desses resultados. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – A próxima inscrição pertence ao deputado Elvino Bohn Gass. Por cessão de tempo, concedo a palavra à deputada Marisa Formolo.

A SRA. MARISA FORMOLO (PT) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Saúdo os trabalhadores da Casa e os telespectadores.

Como presidente da Comissão de Educação, estou aqui para informar aos deputados e a todos os que nos assistem que essa comissão aprovou, hoje pela manhã, uma audiência pública, que será realizada na terça-feira próxima, às 9h30min, com a presença da Secretaria da Educação, por intermédio da secretária Mariza Abreu, especialmente para tratar o caso da Escola Argentina, de Porto Alegre, que é uma das 105 que estão sendo fechadas no Rio Grande do Sul. A secretária ainda não confirmou a sua participação, mas certamente confirmará, pois disse que quer nos informar sobre a situação.

Fica muito difícil entender um Estado que quer competir, um Estado que quer crescer na sua economia, na sua qualidade de vida, fechar escolas, diminuir o número de turmas, reduzir a possibilidade de acesso, permanência e resultados das crianças e dos jovens.

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 95

Reafirmo, como educadora, que não há teoria pedagógica no mundo que explique resultado positivo na chamada multisseriação de 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries em qualquer lugar. Só que, no Rio Grande do Sul, ela foi adotada como uma medida pedagógica e uma medida dita de economia.

Quando se quer reduzir despesas em educação sem garantir permanência, qualidade e sucesso, se está fazendo não um ato de economia, mas exigindo mais recursos para segurança pública, para os setores que abrigam a delinqüência da sociedade.

Esse não é um discurso político. A ciência política e a ciência da educação provam objetivamente que a sociedade que quer fazer da educação uma fonte de despesa e não a vê como investimento terá que gastar, aí sim, com a juventude, com a adolescência e com a criança que está na rua, sendo o custo social referente a uma criança fora da escola imensurável em relação ao custo objetivo de mantê-la em sala de aula, garantindo qualidade e sucesso de aprendizagem.

Então, na próxima semana, ouviremos as razões da Secretaria da Educação, na expectativa de que a Escola Argentina não seja fechada, porque a comunidade não tem acesso próximo a outra escola pública para as suas crianças que estudam da 1ª à 5ª série.

Quero também reafirmar o convite para a audiência pública de amanhã, quarta-feira, às 16 horas, em Caxias do Sul. A comissão estará lá para discutir o fechamento quase total da unidade da UERGS – que é a única escola de ensino superior pública que temos na região –, debatendo a respeito das obras que não foram levadas à frente, mesmo havendo recursos.

No orçamento deste ano foram incluídos 49 milhões de reais para obras de escolas, seja para manutenção, ampliação, seja para complementação de projetos, e temos lá várias escolas de ensino médio que precisam ser concluídas.

Como estamos recebendo recursos da União, estaremos exigindo que neste ano essas obras sejam completadas e que a EJA e o NEJA também não sejam fechados, porque, em Caxias do Sul e na região, cada trabalhador que não pode concluir o ensino fundamental corresponde a uma família sem condições de ter melhores recursos, uma vez que o quadro tecnológico da região exige, no mínimo, ensino fundamental e, em muitas indústrias, o ensino médio. Tirar esse direito de um trabalhador é tirar o direito de melhoria da condição de vida das famílias.

Realizaremos, então, às 16 horas, na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul essa audiência pública, contribuindo para que a educação seja um direito e não uma despesa, como é vista por esse governo. (Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – A próxima inscrição pertence ao deputado Frederico Antunes. Por cessão de tempo, concedo a palavra ao deputado Francisco Appio.

O SR. FRANCISCO APPIO (PP) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Quero ressaltar aqui a importância de o deputado Márcio Biolchi ter assumido a liderança do governo. Como é um jovem comprometido com a causa pública, saberá interpretar os desejos da sociedade gaúcha, aqui representados por parlamentares de diferentes correntes políticas, e levar ao governo as apreensões, preocupações e cobranças desta Casa.

Pessoalmente entreguei ao nobre parlamentar cópia de um pedido de informação à governadora

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DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. 96

sobre o aeroporto regional de Vacaria. Ajudem-me os deputados Alberto Oliveira e Marisa Formolo se eu estiver errado, mas li no jornal Pioneiro sobre a importância do debate a respeito do aeroporto regional de Caxias do Sul. Não há nenhum reparo a fazer sobre essa matéria. Caxias precisa do seu aeroporto.

No rodapé da matéria, entretanto, há uma referência ao aeroporto regional de cargas de Vacaria, informando que dos 25 milhões de reais do convênio entre Município, Estado e União, no Programa Federal de Auxílio a Aeroportos – Profaa –, já foram investidos 6 milhões de reais; que o contrato da empreiteira Ribas foi rompido no ano passado; que 1 milhão, 680 mil reais estão depositados na conta para a execução do aeroporto, mas que esse dinheiro ainda não pode ser investido naquela obra.

Fiz o pedido de informação, porque circula a versão de que foi rescindido, rompido, denunciado o convênio entre Município, Estado e União. Ao romper esse convênio, corremos o risco de perder as verbas do Profaa. Segundo o prefeito de Vacaria, José Aquiles Susin, há uma garantia do secretário de Estado de Infra-Estrutura e Logística, Daniel Andrade, de um novo convênio.

Essa informação me preocupa, pois fecha uma porta para abrir outra. Por isso o pedido de informação, ao qual não desejo acrescentar mais nada.

Tampouco farei um juízo precipitado, até porque, como sabe o nobre líder do governo, as relações do deputado progressista da região com o governo de S. Exa. são cordiais, em que pese tenhamos tido incompreensão no tocante ao voto na questão do ICMS e à nossa atuação na CPI dos Pedágios. Esses fatos, entretanto, não retiram nossa responsabilidade e, tampouco, nossa legitimidade.

Espero do governo a mesma compreensão que o deputado Márcio Biolchi está tendo, enviando as informações, para até não comprometer a posição do prefeito de Vacaria ou do secretário da Infra-Estrutura, Daniel Andrade, e muito menos a causa nobre do aeroporto regional de cargas de Caxias do Sul.

Tudo bem, se vamos discutir aeroporto regional de cargas de Caxias do Sul, convém que não percamos de vista que existe a obra não-concluída do aeroporto regional de Vacaria.

Para concluir, Sr. Presidente, peço a V. Exa. que considere como lido o artigo tratando do aeroporto regional de cargas.

Também solicito a transcrição do artigo intitulado A BR-470 avança, aos trancos e barrancos, mas avança, a respeito da BR-470, no lote entre Lagoa Vermelha e Barracão, uma obra federal licitada, contratada e iniciada no tempo do então ministro Eliseu Padilha, a qual estava em andamento. Houve uma suspensão, durante algum tempo, pelo Tribunal de Contas da União, mais a obra foi retomada depois do relatório do ministro João Augusto Nardes.

O comentário que estava prestes a fazer, Sr. Presidente, era de elogio, de satisfação, de reconhecimento pela realização de uma obra pública importante para a região, que atinge a última reserva, a última fronteira agrícola do Estado. Vemos as obras, o asfalto, verde para um lado, verde para o outro, soja e milho e, no meio, é claro, aquela pista cheia de esperança. Pelo menos cinco quilômetros já foram asfaltados.

Estava preparado para aqui elogiar, congratular-me com as lideranças deste Estado, com o governo federal, com o DNIT, com o Ministério dos Transportes, com uma mensagem até positiva de agradecimento ao governo federal. Entretanto, fui surpreendido com a paralisação da obra.

Alegria de pobre dura pouco. Aquela região estava entusiasmada com a BR-470 rasgando os

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campos e o planalto para levar benefícios e progresso, permitir o escoamento da produção. Entretanto, agora, há suspensão dos trabalhos, razão pela qual peço a V. Exa. que o artigo que denuncia essa suspensão também seja considerado como lido, para que integre os anais da Casa. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Defiro a solicitação de V. Exa.

(Matéria entregue para transcrição.)

COLUNA DO APPIO CORREIO VACARIENSE 01/03/2008

AEROPORTO REGIONAL DE CARGAS foi uma conquista dos anos 90, agora ameaçada de ser "rifada" pelo governo. Na primeira reunião em 2006 das lideranças locais com o Daniel Andrade, Secretário da Infra-estrutura, todos ouviram a "pérola do ano", quando afirmou categoricamente:

PAU QUE NASCE TORTO MORRE TORTO. Diante de tamanha bobagem, contestei lembrando o quanto custou em mobilização o convênio de 1998 entre Prefeitura/Estado e União com financiamento do PROFAA. Politicamente custou-nos o voto pela aprovação das concessões rodoviárias (pedágios), cujo projeto original foi deturpado.

O PREFEITO FOI ALERTADO para que não concordasse com o rompimento do convênio de 10 anos, que ainda dispunha de recursos para serem investidos, faltando apenas, contrapartida do Estado. Se o governo passado errou na contabilidade e a empresa rompeu contrato "são outros quinhentos". Queremos a nossa conquista preservada.

POR COINCIDÊNCIA, o secretário Daniel Andrade tem participado ativamente do debate pelo Aeroporto de Cargas de Caxias do Sul. O autor da célebre frase "pau que nasce torto morre torto", também defende a prorrogação dos contratos de pedágios e um tratamento especial para Caxias do Sul, onde está a maior pressão contra a prorrogação dos contratos.

O MINISTRO DA DEFESA estava agendado para audiência sobre o novo Aeroporto de Caxias, na semana passada, mas cancelou quando soube do Aeroporto de Vacaria. Afinal, foram investidos seis milhões de reais e a obra está licitado no PROFAA.

O PREFEITO É DO PMDB, o Ministro Nelson Jobim é do PMDB, o Secretário é do PSDB, só para clarear o jogo. Quanto ao deputado do PP da região, suas relações com o governo são cordiais, apenas abaladas pela CPI dos Pedágios e voto contrário ao aumento de impostos. Isso não lhe tira a responsabilidade, muito menos a legitimidade de cobrar.

PEDIDO DE INFORMAÇÕES à Governadora Yeda Crusius saiu de nosso gabinete no dia 24 e aguarda resposta. Queremos saber o que é que aconteceu com o Convênio, assinado pelo governador Britto, Prefeito Mezari e o Ministério da Aeronáutica, que garantiu o novo Aeroporto de Vacaria. O atual tem parte da pista interditada e ameaça moradores do Lomba Chata e da BR 116.

NÃO VAMOS PERMITIR que posições políticas de revanchismo prejudiquem nossas conquistas passadas. Britto aprovou, Mezari desapropriou, parte paga em precatórios, outra parte Pegoraro ressarciu. O prefeito Susin rompeu o Convênio com a esperança de novo TRATADO ser firmado imediatamente. Vamos aguardar.

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Saiba mais acessando www.appio.com.br

A BR 470 AVANÇA, AOS TRANCOS E BARRANCOS, MAS AVANÇA.

26/02/2008

Precisamos virar o jogo, ao invés de sucumbir ao terror das notícias assustadoras, que criam o clima de "terra arrasada", terreno fértil para a demagogia eleitoral, necessário se faz uma Agenda Positiva da BR 470, com fatos.

1. No lote Lagoa Vermelha - Pontão a Construtora Brasil abriu 70% do traçado, com terraplanagem, cortes em rocha, aterros, galerias e pelo menos 14 km de base com brita, de Clemente Argolo ao Pontão. Falta mexer no traçado final entre o Lajeado dos Ivos à BR 285, com pouco mais de 6 mil metros. A ponte terá um vão superior a 140 metros, por exigência do Meio Ambiente.

2. Trabalham atualmente 87 funcionários, com planejamento para gastos na ordem de 8 milhões de reais, correspondentes ao Empenho de 2.007, através de Emenda da Bancada Gaúcha.

3. Uma antiga pendência com o Tribunal de Contas da União, ameaça paralisar as obras. Quando o ministro João Augusto Nardes, levantou a suspensão do contrato,. As obras foram reiniciadas, mas a pendência permaneceu. Nardes julgou e convenceu o TCU que eventuais irregularidades no Aditivo Contratual, eram inferiores aos prejuízos causados pela paralisação da obra.

4. Relatando o processo, o ministro Ubiratan Aguiar voltou a pedir a suspensão da obra, ou sua continuidade com o depósito judicial de 8 milhões de reais. A Empresa conseguiu com "embargos declaratórios" dar continuidade ao projeto, por 90 dias.

5. Nesta semana tomou a inédita decisão de paralisar os trabalhos, dispensando o pessoal contratado na região.

6. Enquanto isso a ERGO que enfrentava dificuldades financeiras, retomou em ritmo acelerado seu trecho entre Pontão e Barracão, com 23,5 km. Pelo menos 5 km já foram asfaltados, outros tantos britados e o restante em obras, com expectativa de ritmo normal.

7. Para os dois lotes, estão assegurados 30 milhões de reais pelo Orçamento de 2008, graças à Emendas de Bancada, resultado do trabalho da Frente Parlamentar Pró BR 470.

8. Na reunião com diretores e engenheiros da Construtora Brasil no dia 14 , fomos informados das dificuldades da empresa em relação ao TCU. Inconformada com a decisão do Relator Ubiratan Aguiar, a empresa apresentou "embargos declaratórios", sustentados pelo órgão técnico regional, que reconheceu a lisura da Construtora Brasil, na execução do projeto, aplicação de tabelas e medições.

9. Na quarta-feira 20, levamos esta preocupação dos lagoenses ao dr. Ronaldo Santini e ao senador Zambiasi, bem como para alguns deputados da Bancada Gaúcha, especialmente seu antigo coordenador Mendes Ribeiro Filho, atual presidente da Comissão Mista de Orçamento da Câmara e Senado e ao atual coordenador Luiz Carlos Heinze.

10. No TCU através do ministro João Augusto Nardes, reiteramos nossa preocupação, com a possibilidade de nova suspensão do contrato.

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11. O Ex-ministro Eliseu Padilha, que foi fundamental na licitação, contratação e início das obras da BR 470 entre Lagoa Vermelha e Barracão, bem como o senador Zambiasi que lidera a Frente Parlamentar Pró BR 470, solicitaram audiência com o Ministro Ubiratan Aguiar do TCU, para debater o impasse.

12. A "intempestiva" decisão adotada pela Construtora Brasil, surpreende em meio às mobilizações por mais recursos.

13. A Frente Parlamentar Pró BR 470, cuja origem está na Câmara de Vereadores de Lagoa Vermelha, mantém-se vigilante e atuante para que o escoamento da safra não venha a ser prejudicado.

14. Propõe por fim, dispensar as polêmicas e afirmações que em nada ajudam a luta e defesa da importante rodovia. O clima de "terra arrasada" poderá prejudicar ao invés de ajudar. Mais trabalho e menos lamúrias, podem esquentar a mobilização permanente pela rodovia, que mostra-se tapada de verde pelos lados (milho e soja) e com um pouco de asfalto e esperança pelo meio.

15. Percorrendo os dois lotes e as diversas frentes de trabalho das duas empresas, constatamos avanços significativos em fotos que ilustram relatório entregue ao Senador Sérgio Zambiasi e à vários deputados da Bancada Gaúcha.

Acesse www.appio.com.br para verificar o andamento das obras. Francisco Appio - Deputado Estadual - PP/RS.

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – O próximo orador inscrito é o deputado Alberto Oliveira, a quem concedo a palavra.

O SR. ALBERTO OLIVEIRA (PMDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Venho a esta tribuna para relembrar que no dia 21 de dezembro de 2004 esta Casa aprovou o projeto de lei nº 321/2004, o qual originou a lei nº 12.201, de 29 de dezembro do mesmo ano.

Essa lei institui o fator de recomposição para cálculo de realinhamento dos vencimentos básicos do quadro de pessoal efetivo da Secretaria da Segurança, a chamada matriz salarial, como uma forma de redução da diferença entre o maior e o menor salário das categorias e de recomposição dos seus vencimentos, reconhecidamente defasados.

A proposta foi construída em conjunto com membros do governo. A comissão, instituída por decreto do governador Germano Rigotto – na época, eu atuava como chefe da Casa Civil –, era composta por entidades representativas de todos os segmentos dos servidores da segurança pública, com exceção dos integrantes da carreira de delegado de polícia – que não participaram por uma decisão própria da categoria –, do secretário de Segurança e de outros integrantes do governo.

Não tenho dúvida de que aquele projeto de lei representou uma inovação, uma vez que destinava recursos específicos para recompor os vencimentos desses servidores sempre que o Estado tivesse um ganho econômico e financeiro, seja pelo incremento de suas receitas, seja pela diminuição de seus gastos. A lei estabelece como base para a fixação dessa recomposição o mês de março de cada ano.

Essa medida foi muito reivindicada pelas categorias. Todos nós reconhecemos que reduzir as diferenças salariais entre o que ganha o maior e o que ganha o menor salário é uma forma de se fazer

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justiça. E quero aqui deixar o registro da compreensão que tiveram todas as categorias – as de maior salário, em especial – para permitir que aquele projeto de lei se transformasse numa lei.

Somente para uma exemplificação, sob o ponto de vista econômico, em março de 2005, que foi o primeiro ano de validade dessa lei, enquanto as categorias de maior salário receberam, por essa forma de recomposição, 0,51%, o soldado, que tem o menor salário da categoria, recebeu 2,66%.

Faço este registro no dia de hoje, uma vez que o governo do Estado anunciou, nesta semana, o maior superávit primário nos últimos 37 anos. Cabe ressaltar que esse superávit vem, ao longo dos últimos sete, oito anos, sofrendo uma transformação positiva.

Desde 1972 temos tido déficit primário no Rio Grande do Sul. A partir do penúltimo ano do governo Rigotto, registrou-se superávit, culminando, no primeiro ano do atual governo, com o superávit anunciado nesta semana.

Todos sabemos que se trata de ações que o Estado aos poucos vai desenvolvendo, fazendo com que a vida econômica e principalmente a gestão do Poder Executivo alcance resultado a ser comemorado, diminuindo o déficit que, todos nós sabemos, existe no Rio Grande do Sul.

Hoje encaminhamos à governadora do Estado uma solicitação no sentido de que comunique, conforme determina o art. 7º e especialmente o art. 2º da lei nº 12.201, até o final deste mês de fevereiro, qual o superávit no período, para que possa ser implementada essa matriz salarial na categoria dos servidores, atendendo a uma legislação existente.

Abordo o assunto porque participei ativamente da elaboração desse projeto e porque todos nós reconhecemos que os anseios dessas categorias são justos.

Entendemos que a segurança pública, por meio dos seus diversos quadros, valorizados do ponto de vista da qualificação, tem prestado um serviço inestimável ao Rio Grande do Sul e pode ter, através da implementação dessa legislação, uma melhoria no seu quadro de salários, reduzindo a diferença entre o maior e o menor salário dentro de uma composição realista, fazendo o possível na área da segurança pública em termos salariais. Obrigado. (Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassiá Carpes – PTB) – Com a desistência antecipada dos deputados Nelson Marchezan Jr., José Sperotto, Luciano Azevedo, Fabiano Pereira, Alceu Moreira, Adroaldo Loureiro, Jerônimo Goergen, Paulo Brum, Iradir Pietroski, Ivar Pavan e Alexandre Postal, não havendo mais oradores inscritos, estão encerradas as comunicações.

Passo às

EXPLICAÇÕES PESSOAIS

Não havendo oradores inscritos para este período, declaro encerrada a presente sessão, convocando os deputados para outra, amanhã, à hora regimental.

(Levanta-se a sessão às 17h35min.)

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Estiveram presentes a esta sessão os seguintes parlamentares:

Bancada do PT: deputados Adão Villaverde; Daniel Bordignon; Dionilso Marcon; Elvino Bohn Gass; Fabiano Pereira; Ivar Pavan; Marisa Formolo; Raul Pont; Ronaldo Zülke; Stela Farias.

Bancada do PMDB: deputados Alberto Oliveira; Alceu Moreira; Alexandre Postal; Alvaro Boessio; Edson Brum; Gilberto Capoani; Márcio Biolchi; Nelson Härter; Sandro Boka.

Bancada do PP: deputados Adolfo Brito; Francisco Appio; João Fischer; Mano Changes; Marco Peixoto; Pedro Westphalen; Silvana Covatti.

Bancada do PDT: deputados Adroaldo Loureiro; Gerson Burmann; Gilmar Sossella; Giovani Cherini; Kalil Sehbe; Paulo Azeredo; Rossano Gonçalves.

Bancada do PTB: deputados Aloísio Classmann; Cassiá Carpes; Iradir Pietroski; Kelly Moraes.

Bancada do PSDB: deputados Adilson Troca; Nelson Marchezan Jr.; Paulo Brum; Pedro Pereira; Zilá Breitenbach.

Bancada do PPS: deputados Berfran Rosado; Carlos Gomes; Luciano Azevedo; Paulo Odone.

Bancada do DEM: deputados José Sperotto; Marquinho Lang; Paulo Borges.

Bancada do PSB: deputados Heitor Schuch; Miki Breier.

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52ª Legislatura 2ª Sessão Legislativa

ANO LXV - PORTO ALEGRE - QUARTA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO DE 2008 - Nº 9202

CADERNO DE ATOS ADMINISTRATIVOS __________________________________________________________________________________

Atos do Superintendente Administrativo e Financeiro

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ATOS DE RECURSOS HUMANOS __________________________________________________________________________________ Assunto: EXONERAÇÃO Processo: 0045-0100/08-1 Nome: Elma Nunes Sant'ana Matrícula: 1.080.081.6 Cargo: Assessor I Padrão: CCPL-2 Lotação: Gabinete do Deputado Jerônimo Goergen O SUPERINTENDENTE ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso das atribuições conferidas pelo artigo 5º da Resolução de Mesa 451/01, fundamentada no artigo 30, XII, da Resolução 2.288/91 (Regimento Interno da Assembléia Legislativa), EXONERA, a partir de 26-02-08. __________________________________________________________________________________ Assunto: DISPENSA Processo: 0005-0100/08-4 Nome: Jorge Tadeu da Silva Matrícula: 1.165.887.8 Função: Assessor Administrativo I Padrão: FGPL-9 Lotação: Departamento de Serviços Administrativos O SUPERINTENDENTE ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso das atribuições conferidas pelo artigo 5º da Resolução de Mesa 451/01, fundamentada no artigo 30, XII, da Resolução 2.288/91 (Regimento Interno da Assembléia Legislativa), DISPENSA, a partir de 06-02-08. __________________________________________________________________________________

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Assunto: NOMEAÇÃO (ingresso) Processo: 0045-0100/08-1 Nome: Marina Monteiro Paixão Cortes Matrícula: 1.466.038.5 Cargo: Assessor I Padrão: CCPL-2 Lotação: Gabinete do Deputado Jerônimo Goergen O SUPERINTENDENTE ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso das atribuições conferidas pelo artigo 5º da Resolução de Mesa 451/01, fundamentada no artigo 30, XII, da Resolução 2.288/91 (Regimento Interno da Assembléia Legislativa), NOMEIA, a partir de 26-02-08. __________________________________________________________________________________ Assunto: NOMEAÇÃO (ingresso) Processo: 0030-0100/08-6 Nome: Rene Brum Garra Matrícula: 1.466.037.7 Cargo: Assessor I Padrão: CCPL-2 Lotação: Gabinete do Deputado Cassiá Carpes

O SUPERINTENDENTE ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso das atribuições conferidas pelo artigo 5º da Resolução de Mesa 451/01, fundamentada no artigo 30, XII, da Resolução 2.288/91 (Regimento Interno da Assembléia Legislativa), NOMEIA, a partir de 26-02-08. __________________________________________________________________________________ Assunto: NOMEAÇÃO (troca de cargo) Processo: 0009-0100/08-5 Nome: Sergio Avelino Becker Matrícula: 1.465.884.4 Cargo: Assessor VI Padrão: CCPL-10 Lotação: Coordenadoria da Bancada do PP O SUPERINTENDENTE ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso das atribuições conferidas pelo artigo 5º da Resolução de Mesa 451/01, fundamentada no artigo 30, XII, da Resolução 2.288/91 (Regimento Interno da Assembléia Legislativa), NOMEIA , a partir de 01-02-08. __________________________________________________________________________________

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Assunto: DESIGNAÇÃO Processo: 0005-0100/08-4 Nome: Paulo Roberto Porto Matrícula: 1.198.391.4 Função: Assessor Administrativo I Padrão: FGPL-9 Lotação: Segurança do Legislativo O SUPERINTENDENTE ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso das atribuições conferidas pelo artigo 5º da Resolução de Mesa 451/01, fundamentada no artigo 30, XII, da Resolução 2.288/91 (Regimento Interno da Assembléia Legislativa), DESIGNA, a partir de 06-02-08. __________________________________________________________________________________ Assunto: TROCA DE LOTAÇÃO Processo: 0007-0100/08-0 Nome: Antonia de Souza Matrícula: 1.259.719.8 Do: Gabinete do Deputado Frederico Antunes Para: Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo O SUPERINTENDENTE ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso das atribuições conferidas pelo artigo 5º da Resolução de Mesa 451/01, fundamentada no artigo 30, XII, da Resolução 2.288/91 (Regimento Interno da Assembléia Legislativa), LOTA , a partir de 15-02-08. __________________________________________________________________________________

SÚMULAS

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SÚMULA DE CONTRATO CONTRATANTE: Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul CONTRATADA: R.S. Brasil Comercial Ltda. PROCESSO n°: 3477-0100/07-9 CONTRATO Nº: 018/2008 OBJETO: fornecimento bimestral de etiquetas brancas, timbradas, auto adesivas para impressoras laser. VIGÊNCIA: 06 (seis) meses a contar da data da publicação da respectiva súmula no Diário Oficial da AL. VALOR: Constante no Anexo do Contrato. DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA: Atividade 6351, Subprojeto 003, Elemento 3.3.90.30 Porto Alegre ,22 de fevereiro 2008.

Carlos Evanir de Souza, Superintendente Administrativo e Financeiro.

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COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÕES

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AVISO DE JULGAMENTO A Comissão Permanente de Licitações informa a realização da licitação abaixo referido: CONVITE N.º 01/2008 PROCESSO N.º 4365-01.00/07-0 Objeto: Contratação de pessoa jurídica para fornecimento mensal de água mineral sem gás e com gás, com vasilhame (casco), nas especificações, quantidades e condições previstas no Convite e seus Anexos. Item 1 - Água mineral sem gás em bombonas de 20 litros. As propostas foram classificadas: em 1º lugar, Aline de Abreu Andreoli, por R$ 2.299,00; em 2º lugar, Machado & Silveira Comércio de Gêneros Alimentícios Ltda., por R$ 2.684,00 e em 3º lugar Adan Ambiental Comércio de Produtos Alimentícios Ltda. ME, por R$ 2.838,00. PROPOSTA VENCEDORA: ALINE DE ABREU ANDREOLI.

Fernando Baptista Bolzoni, Presidente da CPL.

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