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2019 Geografia Julho

2 Geografia 019...2 Geografia • Emissão de gases: Muitos gases poluentes são despejados na atmosfera.O grande volume de automóveis e indústrias é o principal causador desse

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2019 Geografia

Julho

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Geografia

Impactos ambientais urbanos

Resumo

Impactos ambientais urbanos

A expansão do meio urbano em países periféricos aconteceu com uma explosão demográfica. Isso fez com

que não houvesse um planejamento territorial e estrutural adequados para absorver o contingente

populacional que se instalavam nas cidades. Tal fato provoca diversos problemas. O processo de

industrialização do século XVIII modificou as estruturas produtivas e por consequência também a

organização socioambiental dos aglomerados urbanos. Podemos citar como exemplo a grande migração de

população campesina para as cidades. A falta de infraestrutura cria situações não ideias que poluem e

prejudicam o próprio ambiente urbano. Temos na paisagem problemas como enchentes, lixos urbanos,

poluição do ar, poluição sonora e despejo de esgoto nos rios. Isso tudo gera um impacto nos recursos

naturais e na qualidade de vida da população urbana. Os territórios de rio das cidades também costumam

ser usados por moradias próximas, alterando seus cursos e diminuindo sua vazão. Vamos ver

detalhadamente os principais problemas ambientais urbanos

• Enchentes: Com a impermeabilização do solo urbano gerada pelo asfalto e pelo cimento, a água não se

infiltra e se acumula. A alteração dos cursos d’água, como o aterramento para construção civil ou

mudanças do curso de rios, o aterramento de áreas pantanosas, locais para onde a água escorria, ou

mesmo a ocupação irregular na beira de rios são fatores que contribuem para que esse fenômeno

ocorra.

• Lixos urbanos: O aumento da população somado com incentivo a sociedade de consumo aumenta a

produção de lixo. Um tratamento adequado em larga escala é também caro, então o lixo acaba sendo

despejado em lixões ou em cursos d’água, queimado ou depositado em terrenos baldios o que impacta

os solos, águas e mesmo no ar. O lixo produz chorume, um líquido poluente ao solo e as águas, além de

gases e substâncias tóxicas que são depositadas no meio ambiente causando doenças. O problema

dos lixões é também social uma vez que populações mais pobres são obrigadas a conviver diretamente

com esse ambiente.

• Despejo de esgotos nos rios e canais: O crescimento desordenado e a falta de infraestrutura urbana das

cidades fizeram com que ocorresse uma ausência de planejamento em relação ao saneamento básico.

Esse fato ocasiona um despejo sistemático de esgoto sanitário doméstico e industrial em rios e canais

em grande escala, fazendo com que ocorra um grande impacto em ecossistemas aquáticos, aumento

da contaminação da água, proliferação de doenças e menor disponibilidade de água doce para consumo

humano.

• Poluição sonora: Poluição sonora é feita por meio de ruídos, sons que incomodam ou são

demasiadamente altos. Pode causar distúrbios mentais, aumento significativo do stress e até

problemas auditivos. Notamos esse problema na paisagem urbana em obras de reparo ou construção,

aeroportos, trânsito, locais com concentração de pessoas, entre outros.

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• Emissão de gases: Muitos gases poluentes são despejados na atmosfera. O grande volume de

automóveis e indústrias é o principal causador desse grave problema urbano, que, entre outros fatores,

pode gerar o efeito estufa, devido à grande quantidade de gás carbônico, chuvas ácidas e as ilhas de

calor. As chuvas ácidas ocorrem quando existe na atmosfera um número muito grande de enxofre (SO2)

e óxidos de nitrogênio (NO, NO2, N2O5), que, quando em contato com o hidrogênio em forma de vapor,

formam ácidos como o ácido nítrico (HNO3) ou o ácido sulfúrico (H2SO4). O grande problema para o

meio ambiente é a alteração do PH das águas, podendo trazer mortandade de seres aquáticos e a

acidificação do solo, tornando-o improdutivo ou acelerando a erosão.

• ilhas de calor: são uma anomalia do clima que ocorre quando a temperatura em determinadas regiões

dos centros urbanos fica muito maior do que a temperatura nas regiões periféricas, devido à junção de

diversos fatores, como a poluição atmosférica (principalmente), alta densidade demográfica,

pavimentação e diminuição da área verde, construção de prédios barrando a passagem do vento e

grande quantidade de veículos, entre outros.

• Inversão térmica: é um fenômeno no qual o ar mais quente e menos denso, que tende a subir, fica retido

abaixo de uma camada de ar mais fria e densa, no geral vindo de barreiras orográficas, que quer descer.

Este fenômenos quando ocorre nas áreas urbanas pode reter poluentes quentes que não conseguem

se dissipar por conta dessa diferença de densidade e temperatura entre as massas.

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Exercícios

1. (ENEM 2018)

A dinâmica hidrológica expressa no gráfico demonstra que o processo de urbanização promove a

a) redução do volume dos rios

b) expansão do lençol freático

c) diminuição do índice de chuvas

d) retração do nível dos reservatórios

e) ampliação do escoamento superificial

2. (ENEM 2017) As intervenções da urbanização, com a modificação das formas ou substituição de

materiais superficiais, alteram de maneira radical e irreversível os processos hidrodinâmicos nos

sistemas geomorfológicos, sobretudo no meio tropical úmido, em que a dinâmica de circulação de

água desempenha papel fundamental. GUERRA, A. J. T.; JORGE, M. C. O. Processos erosivos e recuperação de áreas degradadas. São Paulo: Oficina de Textos, 2013

(adaptado).

Nesse contexto, a influência da urbanização, por meio das intervenções técnicas nesse ambiente,

favorece o

a) abastecimento do lençol freático.

b) escoamento superficial concentrado.

c) acontecimento da evapotranspiração.

d) movimento de água em subsuperfície.

e) armazenamento das bacias hidrográficas.

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3. (ENEM 2011) Enchente no Rio está entre as mais fatais dos últimos 12 meses no mundo

As enchentes no Rio de Janeiro esta semana já causaram mais mortes do que qualquer outro incidente

semelhante em 2010 em qualquer parte do mundo. Nos últimos 12 meses, a inundação no Rio foi a

quinta mais fatal do mundo. Disponível em: http://www.bbcbrasil.com. Acesso em: 16 abr. 2010.

Além do grande volume de chuva, um fator de ordem socioespacial que provoca a ocorrência de

eventos como o citado no trecho da reportagem é

a) a coleta seletiva de resíduos urbanos.

b) a reconstituição de áreas de várzea degradadas.

c) a dragagem de rios, canais e lagoas assoreados.

d) a impermeabilização dos solos das grandes cidades.

e) o ordenamento urbano, com a construção de condomínios populares.

4. O ecossistema urbano é criado pelo homem e consome energia produzida por ecossistemas naturais,

alocando-a segundo seus próprios interesses. Caracteriza-se por um elevado consumo de energia,

tanto somática (aquela que chega às populações pela cadeia alimentar), quanto extrassomática

(aquela que chega pelo aproveitamento de combustíveis), principalmente após o advento da

tecnologia de ponta. Cada vez mais aumenta o uso de energia extrassomática nas cidades, o que

ocasiona a produção de seu subproduto, a poluição. A poluição urbana mais característica é a

poluição do ar. Almanaque Brasil Socioambiental. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2008.

Os efeitos da poluição atmosférica podem ser agravados pela inversão térmica, processo que ocorre

muito no sul do Brasil e em São Paulo. Esse processo pode ser definido como:

a) Processo no qual a temperatura do ar se apresenta inversamente proporcional à umidade relativa

do ar, ou seja, ar frio e úmido ou ar quente e seco.

b) Precipitações de gotas d’água (chuva ou neblina) com elevada temperatura e carregadas com

ácidos nítrico e sulfúrico, resultado da poluição atmosférica.

c) Inversão da proteção contra os raios ultravioleta provenientes do Sol, a partir da camada mais

fria da atmosfera, que esquenta e amplia os raios.

d) Fenômeno em que o ar fica estagnado sobre um local por um período de tempo e não há formação

de ventos e correntes ascendentes na atmosfera.

e) Fenômeno no qual os gases presentes na atmosfera permitem a passagem da luz solar, mas

bloqueiam a irradiação do calor da Terra, impedindo-o de voltar ao espaço.

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5. Os plásticos, por sua versatilidade e menor custo relativo, têm seu uso cada vez mais crescente. Da

produção anual brasileira de cerca de 2,5 milhões de toneladas, 40% destinam-se à indústria de

embalagens. Entretanto, este crescente aumento de produção e consumo resulta em lixo que só se

reintegra ao ciclo natural ao longo de décadas ou mesmo de séculos. Para minimizar esse problema

uma ação possível e adequada é:

a) Proibir a produção de plásticos e substituí-los por materiais renováveis como os metais.

b) Incinerar o lixo de modo que o gás carbônico e outros produtos resultantes da combustão voltem

aos ciclos naturais.

c) Queimar o lixo para que os aditivos contidos na composição dos plásticos, tóxicos e não

degradáveis sejam diluídos no ar.

d) Estimular a produção de plásticos recicláveis para reduzir a demanda de matéria-prima não

renovável e o acúmulo de lixo.

e) Reciclar o material para aumentar a qualidade do produto e facilitar a sua comercialização em

larga escala.

6. O fenômeno de ilha de calor é o exemplo mais marcante da modificação das condições iniciais do

clima pelo processo de urbanização, caracterizado pela modificação do solo e pelo calor

antropogênico, o qual inclui todas as atividades humanas inerentes à sua vida na cidade. BARBOSA. R. V. R. Áreas verdes e qualidade térmica em ambientes urbanos. Estudo em microclimas em Maceió. São Paulo.

EdUSP.2005.

O texto exemplifica uma importante alteração sócio ambiental, comum aos centros urbanos. A

maximização desse fenômeno ocorre:

a) Pela reconstrução dos leitos originais dos cursos d’água antes canalizados.

b) Pela recomposição de áreas verdes nas áreas centrais dos centros urbanos.

c) Pelo uso de materiais com alta capacidade de reflexão no topo dos edifícios.

d) Pelo processo de impermeabilização do solo nas áreas centrais das cidades.

e) Pela construção de vias expressas e gerenciamento de tráfego terrestre.

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7. Observe a charge:

Figura 1. Disponível em: http://sosriosdobrasil.blogspot.com.br.

Considerando o processo de urbanização e a vulnerabilidade da população brasileira aos desastres

“naturais” nas grandes cidades (enchentes, deslizamento de encostas), é correto afirmar que:

a) O constante aumento do valor da terra nas áreas centrais e a presença de grandes contingentes

de pobres nas cidades levaram a um processo contínuo de expansão urbana, dada através da

ocupação de áreas, a princípio, pouco valorizadas pelo mercado imobiliário, mas suscetíveis a

desastres “naturais”.

b) As políticas de habitação e urbanização implementadas pelas grandes cidades do país

permitiram que a população de baixa renda pudesse residir em áreas localizadas na periferia das

grandes cidades, mas livres da possibilidade de deslizamentos de terras e enchentes.

c) O predomínio de uma visão de planejamento do espaço apoiada, sobretudo, na adequação do

sítio urbano às possibilidades de ocupação oferecidas pelo meio natural levou à produção de um

espaço urbano em que a vulnerabilidade a desastres naturais foi bastante reduzida.

d) As áreas suscetíveis à ocorrência de desastres “naturais” independem das condições oferecidas

pelo meio natural e têm relações apenas com o processo de segregação socioespacial que ocorre

nas grandes cidades.

e) Em razão do facilitado acesso às técnicas de engenharia civil e da equidade na distribuição da

renda junto à população brasileira tornou-se possível promover a ocupação, com segurança, de

áreas que sempre foram consideradas vulneráveis a desastres ambientais.

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8. O crescimento precipitado das cidades em decorrência do acelerado desenvolvimento tecnológico da

segunda metade do século XX produziu um espaço urbano cada vez mais fragmentado, caracterizado

pelas desigualdades e segregação espacial, subemprego e submoradia, violência urbana e graves

problemas ambientais. Sobre os problemas socioambientais nos espaços urbanos-industriais é

correto afirmar que:

a) os resíduos domésticos e industriais aliados aos numerosos espaços marginalizados, problemas

de transportes, poluição da água e do solo, bem como os conflitos sociais são grandes desafios

das cidades na atualidade.

b) as ações antrópicas, em particular, as atividades ligadas ao desenvolvimento industrial e urbano

têm comprometido a qualidade das águas superficiais, sem contudo, alcançar os depósitos

subterrâneos.

c) os conflitos sociais existentes no espaço urbano mundial estão associados à ampliação de

políticas públicas para melhoria de infraestrutura que provocou o deslocamento de milhões de

pessoas do campo para a cidade.

d) a violência urbana, problema agravado nos últimos anos, está associada à má distribuição de

renda, à livre comercialização de armas de fogo e à cultura armamentista existente na maioria

dos países europeus.

e) a chuva ácida ocorrida nos países ricos industrializados apresenta como consequências, a

destruição da cobertura vegetal, alteração das águas, embora favoreça a fertilização dos solos

agricultáveis.

9. “O crescimento das cidades, do número de habitantes, dos veículos em circulação e dos variados tipos

de construções são alguns dos fatores que contribuem com a mudança de regimes de chuvas,

temperatura média de uma localidade e aumento dos níveis de poluição. (...) Um ambiente urbano,

como a cidade de São Paulo, é uma área muito heterogênea e apresenta diversos elementos que

podem influenciar a formação das ilhas de calor, o que tem impacto direto na temperatura local. Em

comparação a regiões com menos construções, habitantes e veículos, grandes centros urbanos,

geralmente, apresentam temperaturas mais elevadas.” Disponível em: https://paineira.usp.br/aun/index.php/2018/06/11/ilhas-de-calor-influenciam-temperaturas-das-cidades-

e-niveis-de-conforto-termico/

Nas cidades, as ilhas de calor são mais frequentemente sentidas em regiões:

a) periféricas

b) centrais

c) próximas a parques ambientais

d) nas margens de rios

e) em prédios e torres altas

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10. Muitos processos erosivos se concentram nas encostas, principalmente aqueles motivados pela água

e pelo vento. No entanto, os reflexos também são sentidos nas áreas de baixada, onde geralmente há

ocupação urbana.

Um exemplo desses reflexos na vida cotidiana de muitas cidades brasileiras é

a) a maior ocorrência de enchentes, já que os rios assoreados comportam menos água em seus

leitos.

b) a contaminação da população pelos sedimentos trazidos pelo rio e carregados de matéria

orgânica.

c) o desgaste do solo nas áreas urbanas, causado pela redução do escoamento superficial pluvial

na encosta.

d) a maior facilidade de captação de água potável para o abastecimento público, já que é maior o

efeito do escoamento sobre a infiltração.

e) o aumento da incidência de doenças como a amebíase na população urbana, em decorrência do

escoamento de água poluída do topo das encostas.

Questão contexto

O lixo produzido no mundo aumentou três mais do que a população, nos últimos 30 anos. No planeta,

são despejados, anualmente, 30 bilhões de toneladas de resíduos sólidos. Esses são gerados,

sobretudo, nos países ricos e se concentram nas grandes cidades, causando grande preocupação

sobre o seu destino.

O lixo pode assumir formas bastante variadas. Indique duas formas usuais de destino do lixo

residencial em áreas urbanas.

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Gabarito

1. E

O processo de urbanização diminui as taxas de infiltração, o que contribui para o aumento do

escoamento superficial e da vazão em áreas urbanas, pois a água da chuva demora menos tempo para

chegar nas calhas dos rios, conforme é possível observar no gráfico.

2. B

A questão aponta para os impactos da urbanização – crescimento da população residente nas cidades

em relação à residente no campo – e suas infraestruturas (asfaltamento, retirada da cobertura vegetal e

outros) sobre os processos hidrodinâmicos, onde pode-se destacar o escoamento superficial visto que,

por conta da impermeabilização do solo urbano, a água não consegue infiltrar.

3. D

A impermeabilização do solo urbano contribui para os problemas das enchentes, pois impede a absorção

de parte da água pelo solo, fazendo com que o volume de escoamento superficial da água seja muito

maior.

4. D

A resposta tratou de explicar o processo de inversão térmica, no qual o ar mais quente e menos denso

fica retido abaixo de uma camada de ar mais frio e denso que tenta descer. Desta forma, a massa de ar

fica presa sobre um local.

5. D

O uso do plástico como matéria da produção industrial, ao mesmo tempo que evita o uso de materiais

pesados como os metais e permite a reciclagem dos produtos, sendo uma alternativa para o problema

do lixões.

6. D

Alguns dos fatores urbanos que contribuem para a formação de ilhas de calor, são: a intensa

impermeabilização do solo, que reduz a impermeabilização e assim a umidade relativa do ar; a

concentração de prédios que dificulta a circulação dos ventos e também a redução de áreas verdes.

7. A

A questão aborda a problemática dos deslizamentos ou movimento de massa, que são decorrentes das

condições naturais de vulnerabilidade do solo, tais como a declividade do terreno, somadas às ações

antrópicas, tais como a retirada da cobertura vegetal.

8. A

Os problemas destacados nesta resposta vão ser os grandes causadores dos impactos negativos

socioambientais e representam questões bem atuais que a sociedade precisa encarar para a melhoria

de vida e recuperação do meio ambiente.

9. B

Este impacto ambiental urbano é verificado principalmente nas áreas centrais pois é onde são

encontrados os aspectos que favorecem a sua ocorrência, tais como, pouca ou nenhuma vegetação e

liberação de gases que contribuem para o aumento da temperatura.

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10. A

As consequências do processo de erosão em encostas não se limitam apenas às áreas de ocorrência.

Os sedimentos, produtos da erosão, são levados pelas águas para os leitos dos rios. O acúmulo de

sedimentos nesses leitos, fenômeno conhecido como assoreamento, diminui o volume das suas calhas,

produzindo, nos períodos de chuvas, enchentes de maiores proporções.

Questão contexto

Os destinos mais usuais do lixo residencial em áreas urbanas são os depósitos a céu aberto – “lixões”,

onde os efluentes não são controlados, e os aterros sanitários, onde os efluentes como o chorume e os

gases são controlados.

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Impactos Ambientais

Resumo

É possível entender os impactos ambientais como qualquer impacto produzido pelo homem sobre o

meio externo no qual ele vive. Estes impactos podem ser positivos ou negativos. Com o crescimento

populacional e as formas de desenvolvimetno em vigor na sociedade, os impactos negativos tem se tornado

estruturais, e podem prejudicar o funcionamento dos ecossistemas, assim como seus serviços ambientais

prestados de graça para a humanidade. Por exemplo, é comum que se ouça sobre o desmatamento. Com

menos árvores, o ar tende a se tornar mais sujo, a água tem mais dificuldade de infiltrar, o solo perde coesão

sem as raízes... Ou seja, o estudo de impactos ambientais passa por conseguir analisar diversas situações

e entender como reduzir os impactos asssociados.

Com o desenvolvimento das formas produtivas, o ser humano passou a causar um impacto aos

recursos naturais em diversas escalas. O crescimento das cidades veio atrelado ao valor do consumismo

que movimenta o mercado. Isto, somado com a obsolescência programada aumentou a geração de lixo.

Além disso, a própria produção e extração dos recursos naturais como matérias primas, causa impactos

fortes ao solo, as águas e as populações locais. A própria bandeira da sustentabilidade foi incorporada ao

marketing para continuar alimentando a lógica de consumo. A questão da sustentabilidade visa pensar

formas de produzir que se auto sustentem, ou seja, não se esgotem. Com o passar do tempo conseguimos

observar que existem fenômenos ambientais que foram causados pela presença e interferência do homem

sobre os meios naturais. Alguns impactos ambientais relevantes:

• Arenização - Arenização pode ser entendida como a formação de bancos de areia ou areiais em

determinada área, e pode ocorrer de forma natural ou antrópica. Quando ocorre de forma natural, no

geral temos a presença do arenito, que é uma rocha que ao sofrer intemperismo físico ou erosão

pode gerar a arenização. Além disso, a retidada de cobertura vegetal dos solos arenosos, em função

de atividades como a criação bovina, somada a climas úmidos pode intensificar o fenômeno, já que

os agentes erosivos são capazes de depositar sedimentos arenosos em partes mais baixas do

terreno, comprometendo a fertilidade do solo e podendo impedir novas formações vegetais na área.

Um exemplo brasileiro de arenização ocorrendo de forma natural é o Jalapão, ou locais de campo

aberto ou campo cerrado, que não oferecem grande proteção ao solo. Seguindo essa linha, os

pampas por exemplo, um bioma que já é sucetível a esse fenômeno, pode sofrer ainda mais com a

atividade pecuária que intensifica o processo.

• Desertificação - Já o processo de desertificação no geral se forma em áreas de clima árido, semi

árido ou sub-úmido, nos quais, de maneira geral, predomina a erosão eólica ou intemperismo físico.

É o processo no qual há a transformação de regiões em desertos, ou a esterilização de ambientes

áridos e semiáridos. Também pode ocorrer de forma natural ou pelas atividades humanas. Sobre as

causas naturais, existem algumas regiões deserticas no mundo, no geral influenciadas pela latitude

e temperatura dos oceanos, entre outros. Apesar de comumente imaginarmos o deserto como algo

estático, ele pode estar em expansão, como o deserto do Saara. Sobre a degradação pelo uso

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inadequado do solo, o desmatamento ou as queimadas podem deixar o solo mais sucetível ao

intemperismo e erosão, sendo as atividades agropecuárias um fator que intensificam esse processo

e dificultam uma possível resiliencia do ambiente. Podemos observar como exemplo o semiárido

brasileiro, o nordeste e norte de Minas Gerais que perde solos pela elevação do antropismo

associado com o clima.

• Salinização A salinização do solo é o processo no qual se acumulam em excesso sais minerais,

advindas sobretudo da água da chuva, do oceano, ou da irrigação. O índice de evaporação da água

pode se dar de forma acelerada sobretudo em regiões de clima árido e semiárido, de modo que os

sais presentes na água permanecem no solo, elevando o teor salínico dele. Este fenômeno pode

agravar o processo de infertilidade do solos e a desertificação. A agricultura deve contar com

tecnologia para controlar o índice de salinidade do solo, afim de controlar esse problema.

• Inversão Térmica: A diminuição das temperaturas em locais onde o solo ganha calor durante o

dia e perde durante a noite é natural. Mas esse processo vem se agravando nos últimos tempos

pela ação antrópica. Nas áreas urbanas o ar frio se concentra nas camadas mais baixas da

atmosfera sem conseguir se dispersar. Isso acumula toneladas de poluentes concentrados.

• Aquecimento Global: O aquecimento global também é um fenômeno natural que já ocorreu em

diversas fases ao longo da existência do planeta terra. O efeito estufa é importante para a

manutenção da vida na terra, mas, com alta concentração de poluentes como o CO2, o calor que

chega na terra não consegue se dispersar no espaço como deveria, o que provoca um aumento

nas temperaturas médias. Esse impacto ambiental divide a opinião de especialistas. Alguns

acreditam que a temperatura média do planeta está aumentando por causa do homem

enquanto outros afirmam que não há como comprovar que é o homem que está causando esse

impacto.

• Perda de permafrost - Permafrost é um tipo de solo que permanece congelado por pelo menos

dois anos consecutivos e é característico das regiões polares ou de altitudes elevadas. No geral

sua intemperização é lenta, podendo conter sedimentos ou rochas em sua composição. Sua

camada mais próxima a superfície é conhecida como "camada ativa", a qual descongela no

período mais quente do ano é nela que podemos encontrar a vegetação. Com o aquecimento

global, temos tido a redução desse tipo de solo, que possui grande valor ambiental. Esse tipo de

solo consegue, por exemplo, estabilizar encostas de montanhas com a agregação dos

sedimentos congelados, deixando a área mais sucetível a erosão. Dessa forma, deslizamentos

e avalanches podem ser consequencia desse fenômeno prejudicando as áreas do entorno e as

ocupações humanas instaladas próximas dessa ocorrência.

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Geografia

Exercícios

1.

Tendo em vista a posição da maioria da comunidade científica, a situação retratada nos quadrinhos

contribui diretamente para o agravamento do seguinte problema ambiental:

a) erosão dos solos

b) aquecimento global

c) contaminação lacustre

d) assoreamento dos rios

e) lixiviação

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2.

Considerando as diferenças entre extrativismo vegetal e silvicultura, a variação das curvas do gráfico

foi influenciada pela tendência de

a) conservação do bioma nativo.

b) estagnação do setor primário.

c) utilização de madeira de reflorestamento.

d) redução da produção de móveis.

e) retração da indústria alimentícia.

3. “Segundo a resolução Conama Nº001 de janeiro de 1986, o impacto ambiental é definido como

qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por

qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,

afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota;

as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais.” Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/impactos-ambientais.htm. Acesso em: 18 de maio de 2016

O crescimento da produção de lixo é um impacto ambiental que tem como uma de suas causas o:

a) Uso de veículos automotivos

b) Aumento da população urbana

c) Uso de agrotóxicos na agricultura

d) Consumo indiscriminado de água

e) Desmatamento

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4. TEXTO I “Os problemas ambientais são consequência direta da intervenção humana nos diferentes

ecossistemas da Terra, causando desequilíbrios no meio ambiente e comprometendo a qualidade de

vida.” Disponível em: www.repository.utl.pt. Acesso em: 29 jul. 2012.

TEXTO II

Disponível em: www.netuno.eco.br. Acesso em: 29 jul. 2012.

As imagens representam as geleiras da Groenlândia, que sofreram e sofrem impactos, resultantes

do(a)

a) ilha de calor.

b) chuva ácida.

c) erosão eólica.

d) inversão térmica

e) aquecimento global.

5. “A crescente conscientização sobre os efeitos do modelo intensivo de produção, adotado de forma

geral na agricultura, tem gerado também uma série de reações. De fato, a agricultura está cada vez

mais pressionada pelo conjunto de relações que mantém com a sociedade em geral, sendo emergente

o que comumente se denomina “questão ambiental”. Essas relações, às vezes de dependência, às

vezes de conflito, são as que determinam uma chamada ampla para mudanças orientadas à

sustentabilidade, não só da atividade agrícola em si, senão que afete de maneira geral a todo o entorno

no qual a agricultura está inserida.” GOMES, J. C. C. Desenvolvimento rural, transição de formatos tecnológicos, elaboração social da qualidade,

interdisciplinaridade e participação. In: PORTO, V. H.; WIZNIEWSKY, C. R. F. ; SIMICH, T. (Org.). Agricultor familiar: sujeito de

um novo método de pesquisa, o participativo. Pelotas: Embrapa, 2004.

No texto, faz-se referência a um tipo de pressão da sociedade contemporânea sobre a agricultura.

Essa pressão objetiva a seguinte transformação na atividade agrícola:

a) Ampliação de políticas de financiamento para a produção de transgênicos.

b) Modernização do modo de produção focado na alta produtividade da terra.

c) Expansão do agronegócio relacionado ao mercado consumidor externo.

d) Promoção de práticas destinadas à conservação de recursos naturais.

e) Inserção de modelos orientados ao uso intensivo de agroquímicos.

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6. “A razão principal que leva o capitalismo como sistema a ser tão terrivelmente destrutivo da biosfera

é que, na maioria dos casos, os produtores que lucram com a destruição não a registram como um

custo de produção, mas sim, precisamente ao contrário, como uma redução no custo. Por exemplo, se

um produtor joga lixo em um rio, poluindo suas águas, esse produtor considera que está

economizando o custo de outros métodos mais seguros, porém mais caros de dispor do lixo.” WALLERSTEIN, I. Utopística ou as decisões históricas do século vinte e um. Petrópolis: Vozes, 2003.

A pressão dos movimentos socioambientais, na tentativa de reverter a lógica descrita no texto, aponta

para a

a) emergência de um sistema econômico global que secundariza os lucros.

b) redução dos custos de tratamento de resíduos pela isenção fiscal das empresas.

c) flexibilização do trabalho como estratégia positiva de corte de custos empresariais.

d) incorporação de um sistema normativo ambiental no processo de produção industrial.

e) minimização do papel do Estado em detrimento das organizações não governamentais.

7.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente/IBGE. Biomas. 2004 (adaptado).

No mapa estão representados os biomas brasileiros que, em função de suas características físicas e

do modo de ocupação do território, apresentam problemas ambientais distintos. Nesse sentido, o

problema ambiental destacado no mapa indica

a) desertificação das áreas afetadas.

b) poluição dos rios temporários.

c) queimadas dos remanescentes vegetais.

d) desmatamento das matas ciliares.

e) contaminação das águas subterrâneas.

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7

Geografia

8. “A questão ambiental, uma das principais pautas contemporâneas, possibilitou o surgimento de

concepções políticas diversas, dentre as quais se destaca a preservação ambiental, que sugere uma

ideia de intocabilidade da natureza e impede o seu aproveitamento econômico sob qualquer

justificativa.” PORTO-GONÇALVES, C. W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,

2006 (adaptado).

Considerando as atuais concepções políticas sobre a questão ambiental, a dinâmica caracterizada no

texto quanto à proteção do meio ambiente está baseada na

a) prática econômica sustentável.

b) contenção de impactos ambientais.

c) utilização progressiva dos recursos naturais.

d) proibição permanente da exploração da natureza.

e) definição de áreas prioritárias para a exploração econômica.

9. “Os dois principais rios que alimentavam o Mar de Aral, Amurdarya e Sydarya, mantiveram o nível e o

volume do mar por muitos séculos. Entretanto, o projeto de estabelecer e expandir a produção de

algodão irrigado aumentou a dependência de várias repúblicas da Ásia Central da irrigação e

monocultura. O aumento da demanda resultou no desvio crescente de água para a irrigação,

acarretando redução drástica do volume de tributários do Mar de Aral. Foi criado na Ásia Central um

novo deserto, com mais de 5 milhões de hectares, como resultado da redução em volume.” TUNDISI, J. G. Água no século XXI: enfrentando a escassez. São Carlos: Rima, 2003.

A intensa interferência humana na região descrita provocou o surgimento de uma área desértica em

decorrência da

a) erosão.

b) salinização.

c) laterização.

d) compactação.

e) sedimentação.

10. “Antes de o sol começar a esquentar as terras da faixa ao sul do Saara conhecida como Sahel, duas

dezenas de mulheres da aldeia de Widou, no norte do Senegal, regam a horta cujas frutas e verduras

alimentam a população local. É um pequeno terreno que, visto do céu, forma uma mancha verde — um

dos primeiros pedaços da “Grande Muralha Verde”, barreira vegetal que se estenderá por 7 000 km do

Senegal ao Djibuti, e é parte de um plano conjunto de vinte países africanos.” GIORGI, J. Muralha verde. Folha de S. Paulo, 20 maio 2013 (adaptado).

O projeto ambiental descrito proporciona a seguinte consequência regional imediata:

a) Facilita as trocas comerciais.

b) Soluciona os conflitos fundiários.

c) Restringe a diversidade biológica.

d) Fomenta a atividade de pastoreio.

e) Evita a expansão da desertificação.

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11.

Disponível em: http://www.ra-bugio.org.br. Acesso em: 28 jul. 2010.

A imagem retrata a araucária, árvore que faz parte de um importante bioma brasileiro que, no entanto,

já foi bastante degradado pela ocupação humana. Uma das formas de intervenção humana

relacionada à degradação desse bioma foi

a) o avanço do extrativismo de minerais metálicos voltados para a exportação na região Sudeste.

b) a contínua ocupação agrícola intensiva de grãos na região Centro-Oeste do Brasil.

c) o processo de desmatamento motivado pela expansão da atividade canavieira no Nordeste

brasileiro.

d) o avanço da indústria de papel e celulose a partir da exploração da madeira, extraída

principalmente no Sul do Brasil.

e) o adensamento do processo de favelização sobre áreas da Serra do Mar na região Sudeste.

12. O desgaste acelerado sempre existirá se o agricultor não tiver o devido cuidado de combater as

causas, relacionadas a vários processos, tais como: empobrecimento químico e lixiviação provocados

pelo esgotamento causado pelas colheitas e pela lavagem vertical de nutrientes da água que se infiltra

no solo, bem como pela retirada de elementos nutritivos com as colheitas. Os nutrientes retirados,

quando não repostos, são comumente substituídos por elementos tóxicos, como, por exemplo, o

alumínio. LEPSCH, I Formaço e conservação dos soos São Paulo Oficina de Textos, 2002 adaptado

A dinâmica ambiental exemplificada no texto gera a seguinte consequência para o solo agricultável

a) Elevação da acidez

b) Ampliação da salinidade.

c) Formação de voçorocas.

d) Remoção da camada superior

e) Intensificação do escoamento superficial

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13.

Comparando os dados das hidrelétricas, uma característica territorial positiva de Belo Monte é o(a)

a) reduzido espaço relativo inundado.

b) acentuado desnível do relevo local.

c) elevado índice de urbanização regional.

d) presença dos grandes parques industriais.

e) proximidade de fronteiras internacionais estratégicas.

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Gabarito

1. B

A emissão de gases está relacionada ao impacto ambiental conhecido como aquecimento global. A

erosão dos solos normalmente está associada a desmatamento, o assoreamento dos rios associado

com a retilinização dos rios ou alterações na margem, enquanto a contaminação lacustre se refere a

lagos.

2. C

A questão expõe um gráfico com o aumento da silvicultura (plantio florestal) e a diminuição do

extrativismo. Tanto a silvicultura quanto o extrativismo tem como objetivo a obtenção de madeira. Se há

uma expansão da participação da silvicultura e uma redução do extrativismo para esse fim, isso nos leva

a inferir que a madeira é oriunda de florestas plantadas, ou seja, da prática do reflorestamento. A

silvicultura inclusive é responsável por prática de reflorestamento para abastecimento do mercado,

tendo lucratividade maior do que a prática do extrativismo

3. B

O aumento do lixo é oriundo da dinâmica de produção industrial capitalista, que incentiva o consumismo

e tem como base o extrativismo para perpetuar sua reprodução. O destino desse lixo e os impactos

ambientais que dele derivam devem ser estudados a fundo.

4. E

Com base na análise das imagens de satélite , é possível observar uma diminuição significativa na

camada de gelo da superfície da Groenlândia. Essa diminuição é resultado do aquecimento global.

5. D

Para resolver esta questão o aluno deverá ter em mente a questão da sustentabilidade, equilíbrio entre

a natureza e as atividades humanas, dentre elas a agricultura, visando a ampliação da conscientização

dos efeitos do desequilíbrio desta relação. Neste sentido, o crescente apelo da população para o

aumento de uma consciência sustentável em relação à agricultura tem como objetivo a promoção de

práticas destinadas à conservação de recursos naturais

6. D

A questão mostra como o próprio sistema cria brechas vantajosas para a exploração indevida dos

recursos naturais. O comando da questão pede uma alternativa que traduza a pressão dos movimentos

socioambientais que buscam inverter essa lógica. A incorporação de normas no processo de produção

pode reverter as práticas ditas no texto.

7. A

A Caatinga está entre os biomas mais vulneráveis num cenário de aumento das temperaturas globais,

uma vez que a vulnerabilidade do bioma Caatinga aos efeitos das mudanças climáticas representa um

forte fator de pressão para a desertificação na região. Associadas a este fator, atividades antrópicas de

remoção da vegetação de Caatinga para a produção de carvão vegetal, como por exemplo na chapada

do Araripe (entre Piauí, Ceará e Pernambuco), aumentam a pressão na área de clima semiárido do

Nordeste. Esses dois fatores fazem do Nordeste uma região sujeita a um acelerado processo de

desertificação.

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8. D

A proposta do texto não tem um cunho sustentável (uso racional dos recursos), mas sim uma ideia de

natureza intocada, em que a preservação deriva da não utilização de seus recursos.

9. B

O desvio dos dois rios para a irrigação do cultivo de algodão fez com que este deslocamento de grande

volume de água para o uso agrícola intensifica-se o processo de salinização que consiste na

concentração de sais minerais devido à elevada evapotranspiração ou retirada de grandes volumes

d’água, ou seja, com a retirada do solvente, a água, o soluto, os sais minerais, ficam mais concentrados,

acarretando a expansão dos desertos.

10. E

Nesta questão é fundamental atentar para o fato de se tratar de uma região desértica e para a ação das

mulheres da aldeia de Widou que regam a horta. A questão indaga o que esse projeto ambiental gera

como consequência, ou seja, procura uma consequência desta ação para o meio ambiente. Ao

empreender esta ação as mulheres da aldeia impedem que o processo de desertificação seja ampliado,

garantindo assim o sustento alimentar de sua comunidade.

11. D

As Araucárias ainda são encontradas principalmente de Minas Gerais até o Sul do Brasil e foram muito

exploradas pela industria de papel e celulose.

12. A

O texto fala dos cuidados que o agricultor precisa ter para evitar o empobrecimento químico e a

lixiviação, decorrentes das colheitas e pela lavagem vertical de nutrientes da água que se infiltra no solo

e pela retirada de elementos nutritivos. Esse processo vai tornando o solo pobre e ácido.

13. A

Belo Monte, em termos de geração de eletricidade, será a segunda maior usina brasileira, mesmo

possuindo uma área alagada inferior, conforme podemos observar na representação das áreas

inundadas. Isso aconteceu após uma série de protestos e movimentos na região contra o projeto, o que

resultou em uma diminuição do seu reservatório. O candidato chegava ao gabarito apenas pela

interpretação dos dados fornecidos.

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Geografia

Conferências ambientais

Resumo

A necessidade de ações de sustentabilidade, ou seja, exploração do meio ambiente sem extingui-lo,

possibilitando a sua renovação, é um tema recorrente nas discussões internacionais. Isso é fruto dos

impactos ambientais severos que, por exemplo, são produzidos pelo aumento da produtividade e utilização

de materiais cada vez mais tóxicos pela indústria.

É nesse contexto da relação do homem com o ambiente, de explorar para retirar os recursos

necessários para a vida e ao mesmo tempo ter que preservar para não comprometer o próprio futuro, que a

sociedade passou a perceber a necessidade de encontros internacionais entre as lideranças mundiais para

a discussão acerca do caminho que deve seguir o modo de produção da sociedade.

Foi nos fóruns e conferências internacionais que conceitos como sustentabilidade e

desenvolvimento sustentável passaram a ganhar destaque frente ao volume cada vez maior de impactos

ambientais, sejam eles desmatamentos, emissão de gases poluentes, contaminação da água, ocupação

urbana irregular.

Principais conferências ambientais

Em meio a intensos debates, diversas conferências ambientais foram fomentadas pela ONU com o

objetivo de traçar metas e melhorar a relação do homem com o meio ambiente. Dentre essas conferências,

destacam-se as conferências de Estocolmo (1972), Rio de Janeiro (1992) e Johanesburgo (2012), além das

Conferencias das Partes (COP), que são reuniões anuais, que ocorrem desde 1994 com o intuito de negociar

regras referentes às mudanças climáticas, a execução de mecanismos e aplicação de metas estabelecidas.

Conferência de Estocolmo

A primeira conferência internacional do meio ambiente foi a Conferência das Nações Unidas sobre o

Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano em Estocolmo, Suécia. Esse evento teve como um de seus

principais objetivos definir estratégias e metas para equilibrar a relação homem-ambiente.

A importância desse encontro é muito grande, porque marca um primeiro esforço no sentido de

tentar preservar o meio ambiente, em nível mundial. Na década de 70 ainda existia um número considerável

de pessoas que acreditavam que os recursos naturais eram renováveis constantemente, e a matéria-prima

uma fonte inesgotável. A Conferência de Estocolmo serviu para começar a mudar esse pensamento e

apresentar a realidade: o consumo excessivo e indiscriminado da natureza seria fatal ao ser humano.

Começou-se, então, a analisar com maior cuidado situações como o assoreamento de rios, ilhas de calor,

inversão térmica, secas, desmatamento, efeito estufa, mudanças climáticas, entre outros, que alertaram a

comunidade científica mundial.

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Geografia

Na busca por soluções, os países desenvolvidos acusaram as indústrias de serem os grandes

responsáveis pelos problemas ambientais, propondo um novo ritmo de produção, o “crescimento zero”. Esse

fato vai gerar insatisfação nos países subdesenvolvidos, pois não alteraria a posição de liderança mundial

dos países centrais, sendo que esses tinham sido os principais poluidores, devido à grande quantidade de

indústrias que alavancaram a seu crescimento.

Da Conferência de Estocolmo surgiu um documento intitulado “Declaração da Conferência das

Nações Unidas sobre o Ambiente Humano”, fazendo menção a assuntos fundamentais e que são atuais

ainda hoje, como os três fatores essenciais para a continuação de um ambiente saudável para a vida humana,

que seriam: eficiência econômica, igualdade social e equilíbrio ecológico.

Rio 92

Vinte anos após a Conferência de Estocolmo foi realizada a Conferência Rio 92. Essa conferência foi

considerada a mais importante de todas, porque nela ocorreu uma maior adesão de países e, para os

especialistas, consolidou uma agenda global para o meio ambiente. Os temas abordados na conferência

foram uma extensão da conferência de Estocolmo, e tiveram influência do Relatório Brundtland, documento

de 1987 também conhecido como “Nosso Futuro Comum”, que sinalizava o risco de esgotamento dos

recursos naturais por causa do modelo agressivo ao meio ambiente, adotado pelos países desenvolvidos e

em desenvolvimento.

Uma série de convenções, acordos e protocolos foram firmados durante a conferência, o mais

importante deles, a chamada Agenda 21, comprometia as nações signatárias a adotar métodos de proteção

ambiental, justiça social e eficiência econômica. Como suporte financeiro, foi criado o Fundo para o Meio

Ambiente. Os debates foram base, inclusive, para a criação, em 1997, do Protocolo de Kyoto, resolução de

vários países que visava reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa.

Conferência de Johanesburgo (Rio+10)

Essa conferência foi marcada, além da discussão sobre questões ambientais, por analisar se os

acordos da Rio 92 estavam sendo cumpridos ou não, com o objetivo de cobrar uma maior efetivação desses

acordos, principalmente a Agenda 21. No entanto, ela trouxe um tema a mais para o debate, que foi a questão

social e a busca pela diminuição do número de pessoas abaixo da linha da pobreza. Entre os principais temas

que foram tratados, estão a erradicação da pobreza, a mudança dos padrões de produção, consumo e

manejo de recursos naturais e o desenvolvimento sustentável. Essa variabilidade e amplitude de temas foi

alvo de muitas críticas, porque acabou que as discussões foram fragmentadas e sem foco, dificultando

proposições efetivas.

Os resultados da Rio +10 não foram muito significativos. Os países desenvolvidos não cancelaram

as dívidas das nações mais pobres, assim como os países integrantes da OPEP (Organização dos Países

Exportadores de Petróleo), juntamente com os Estados Unidos não assinaram o acordo que previa o uso de

10% de fontes energéticas renováveis (eólica, solar, etc.).

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Conferência Rio+20

A Conferência Rio+20 teve como objetivo reforçar aos compromissos de sustentabilidade e para isso

foram escolhidos dois temas centrais: a economia verde, com um novo modelo de produção que agrida

menos o meio ambiente, e a governança internacional, que indicará estruturas para alcançar este futuro

desejado.

Apesar da grande presença de líderes mundiais, chefes de estado e ambientalistas, os resultados da

Rio+20 foram muito criticados, principalmente pelos ambientalistas, pela falta de decisões concretas para o

desenvolvimento sustentável, com diversas questões abordando superficialmente ou jogando para frente

decisões sobre acordos e novas políticas.

A crise econômica vivida principalmente pelos Estados Unidos e Europa, no momento da Conferência,

foi considerada um dos grandes entraves para a tomada de decisões, uma vez que os países se encontravam

preocupados com os rumos da economia, deixando de lado a discussão ambiental. Apesar disso, traçando

um paralelo entre a Rio-92 e o que se viu na Rio+20, é inquestionável pelo menos um grande avanço: o

conceito de desenvolvimento sustentável foi ampliado, deixando de abarcar apenas questões relacionadas

ao meio ambiente. Sustentabilidade, a partir da Rio+20, passa a incluir de forma incisiva e essencial os

aspectos sociais, ressaltando a urgência do esforço conjunto para a melhoria da qualidade de vida e a

erradicação da pobreza, colocando o ser humano no centro das preocupações.

Sustentabilidade

O termo sustentabilidade surgiu como um conceito na década de 1980 por Lester Brown, que foi o

fundador do Wordwatch Institute. Um termo que é muito atrelado a sustentabilidade é o de desenvolvimento

sustentável, que foi disseminado e utilizado pela primeira vez em 1983, por ocasião da Comissão Mundial

sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela ONU. Presidida pela primeira-ministra da Noruega da

época, Gro Harlem Brudtland, esse grupo propôs que o desenvolvimento econômico fosse integrado à

questão ambiental. Esse termo, desenvolvimento sustentável, tem a seguinte definição: atender às

necessidades da atual geração, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de prover suas

próprias demandas. Já sustentabilidade seria a capacidade que um indivíduo, grupo de indivíduos ou

empresas e aglomerados produtivos em geral, tem de manter-se inserido num determinado ambiente sem,

contudo, impactar violentamente esse meio. Assim, pode-se entender como a capacidade de usar os

recursos naturais e, de alguma forma, devolvê-los ao planeta através de práticas ou técnicas desenvolvidas

para este fim.

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Exercícios

1.

A Conferência de Estocolmo e o surgimento de organizações ambientalistas, como Greenpeace e

WWF, provocaram mudanças na percepção social da questão ambiental no final do século XX.

Dentre essas mudanças, a mais difundida foi a conscientização da:

a) limitação da tecnologia moderna

b) dimensão da interferência humana

c) recorrência do desmatamento intenso

d) insuficiência do abastecimento alimentar

2. Dados do Protocolo de Kyoto indicam que em 1990 países como Alemanha, Austrália, Canadá, Estados

Unidos da América, Federação Russa, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, França, Itália,

Japão e Polônia eram responsáveis por cerca de 87% das emissões de CO2 na atmosfera. Em relação

a esse Protocolo é correto afirmar:

a) O Protocolo de Kyoto representa uma grande inovação nas políticas globais para o meio

ambiente, pois, além de fixar uma meta de redução sobre os níveis de emissão de gases na

atmosfera, cria um sistema de créditos de emissões entre países.

b) O Protocolo de Kyoto determina a todos os países que, em curto prazo, estes reduzam os níveis

de emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa no planeta.

c) O Protocolo de Kyoto estabelece os mesmo níveis de emissão de gases (CO2) conforme os

padrões de industrialização, bem como o modelo energético adotado pelas economias nacionais.

d) O Protocolo de Kyoto tem como meta reduzir a industrialização no mundo. Países como China,

Brasil, Índia e México, que experimentam forte crescimento econômico, vivenciam sérios

problemas gerados por serem obrigados a reduzir seu crescimento.

e) O Protocolo de Kyoto resultou de negociações da Convenção sobre Mudanças Climáticas Globais,

que foram fruto de um acordo liderado pelos Estados Unidos, tendo em oposição a União

Europeia.

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3. Na contradição entre a sociedade industrial e o meio ambiente, surge a necessidade de acordos

mundiais, sempre polêmicos, pois denotam a desaceleração do crescimento econômico para

preservar o meio ambiente. Um dos acordos que alertou o mundo e representou um momento chave

da agenda ambiental foi a ECO 92, no Rio de Janeiro. Entre as preocupações desse encontro, estava

a) a ideia de que o controle da natalidade seria uma saída para evitar desgastes ambientais, pois

quanto mais gente maior o consumo industrial.

b) a convicção de que os países pobres precisavam de ajuda para gerir suas florestas, pois não

tinham condições de evitar o desmatamento e as queimadas.

c) o conceito de desenvolvimento sustentável, que compreendia o uso de elementos naturais

somente em determinados lugares do globo, pois isso representaria um equilíbrio ambiental.

d) a condenação à discriminação comercial, com a proposição de acordos de controle entre a

produção e o comércio, envolvendo países ricos e pobres, pois isso representaria um desgaste

ambiental equivalente, ou seja, os que mais comercializam poderiam desgastar mais o meio

ambiente.

e) a geração de um tratado global referente aos Princípios para a Administração Sustentável das

Florestas, pois, se este princípio fosse seguido, seria alcançado o consenso entre conservação,

manejo e desenvolvimento sustentável de todos os biomas florestais.

4. A próxima conferência internacional do clima, em Durban, na África do Sul, centrará seu foco no

destino do Protocolo de Kyoto. [...] Se não for renovado, expira em 2012. Durban é a última

oportunidade de salvar Kyoto. Sem ele, desaparece o único acordo climático internacional que existe.

A decisão tem dia marcado: 9 de dezembro. É quando termina a CoP-17, o encontro anual que reúne

negociadores do mundo todo para discutir um acordo climático internacional, desta vez, na África do

Sul. Disponível em: http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/8/10/futuro-do-protocolo-de-kyoto-sera-

prioridade-na-cupula-do-clima/?searchterm=Clima%20Kyoto.

Sobre o Protocolo de Kyoto, mencionado na reportagem, assinale a alternativa correta:

a) Afirma o princípio da responsabilidade comum, estabelecendo metas de redução obrigatória das

emissões de gases de efeito estufa para todos os países signatários.

b) Não foi ratificado pelos Estados Unidos, um dos maiores emissores de gases de efeito estufa do

mundo.

c) Criou um sistema de comércio de créditos de carbono válido apenas entre os países

industrializados: o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.

d) Entrou em vigor em 2008, quando ocorreu a adesão de dois países que figuram entre os maiores

emissores de poluentes: a Índia e a China.

e) Considera apenas os níveis atuais de emissão, eximindo os países industrializados da

responsabilidade sobre o estoque de gases estufa presente na atmosfera.

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5. I

Na Conferência sobre Mudanças Climáticas, ocorrida em Poznan, na Polônia, em dezembro de 2008,

a atitude do governo brasileiro foi elogiada ao apresentar um plano que tem como meta principal a

diminuição gradativa da taxa de desflorestamento no país, até chegar ao patamar de 5.000 km2 em

2017, acompanhada de medidas de reflorestamento que chegaria a aproximadamente 55.000 km2 em

2020.

II

Em 03 de agosto de 2009, o Ministério de Minas e Energia do Brasil publicou, no Diário Oficial da União,

o Plano Decenal de Energia, que traça as perspectivas para o setor, duplicando o parque termelétrico

do país, criando, entre 2008 a 2017, 82 novas usinas, com potência total de 15.305 MW, sendo 68 delas

movidas com combustíveis fósseis.

Analisando I e II, assinale a alternativa correta.

a) Ambas abordam temáticas diferentes. A afirmativa I refere-se às questões da preocupação com

o aquecimento global e a afirmativa II faz menções à política de racionamento de energia.

b) As afirmativas se complementam. As medidas adotadas na afirmativa I têm como meta minimizar

a emissão de toneladas de CO2 na atmosfera e o reflorestamento irá abastecer o parque

termelétrico descrito na afirmativa II.

c) As afirmativas se contrapõem. A afirmativa I descreve a preocupação do governo brasileiro,

levando a assumir metas de redução do desmatamento e, indiretamente, das emissões de CO2 e

a afirmativa II descreve uma prática equivocada de produção de energia, uma vez que os

combustíveis fósseis são extremamente poluentes.

d) As afirmativas abordam a mesma temática. Ambas descrevem as medidas recentes adotadas

pelo governo brasileiro em não aumentar a emissão de CO2 na atmosfera.

e) As afirmativas tratam de temáticas independentes. A afirmativa I refere-se às mudanças

climáticas no território brasileiro e a afirmativa II destaca a necessidade de alterar a matriz

energética do país.

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6. Reflita sobre a ilustração.

A ONU realizou, em 1997, uma Convenção sobre mudanças climáticas que se tornou conhecida por

Protocolo de Kyoto. Considerando as decisões dessa Convenção, depreende-se que o autor da

ilustração

a) demonstra o empenho dos Estados Unidos no combate às causas do chamado aquecimento

global.

b) defende as ações que os Estados Unidos tomaram para eliminar as causas do efeito estufa do

planeta.

c) critica os Estados Unidos por desrespeitarem determinações de organizações que defendem o

meio ambiente.

d) denuncia os Estados Unidos pelo fato de ele ter proibido a realização de congressos em defesa

do meio ambiente.

e) concorda com a política ambiental dos Estados Unidos de redução de gases que provocam o

efeito estufa.

7. Para alguns analistas, o Protocolo de Montreal, destinado a controlar as emissões de CFCs, é um

tratado mais claro e eficaz do que a Convenção Sobre Mudanças Climáticas Globais ou o Protocolo

de Kyoto. Considerando essas informações, é correto afirmar que, no Protocolo de Montreal foi

a) regulada a produção e o consumo das substâncias destruidoras da camada de ozônio.

b) acordado um rígido cronograma, em que os signatários estão obrigados a eliminar quinze tipos

de CFCs, além de outras substâncias que têm efeitos similares.

c) decidido que a eliminação de CFCs ocorreria somente depois que as indústrias encontrassem

substitutos para essas substâncias.

d) concedido um prazo de dez anos para que os países desenvolvidos, que consomem pequenas

quantidades de CFCs, eliminassem essas substâncias.

e) estabelecida, inicialmente nos países subdesenvolvidos, a proibição total do uso de CFCs nas

indústrias a partir de 2004.

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8. A partir de 1970, surge uma preocupação com os problemas ambientais decorrentes do modelo

econômico adotado pelos países capitalistas. Desde então, a Organização das Nações Unidas (ONU)

vem realizando conferências com os objetivos de debater questões sobre o desenvolvimento e o meio

ambiente e de apresentar soluções que possam diminuir os impactos ambientais no planeta.

Sobre essas conferências e as propostas apresentadas, assinale a alternativa correta.

a) Na Conferência de Estocolmo, na Suécia, em 1972, discutiram-se duas propostas sobre o

desenvolvimento e o meio ambiente: a do Desenvolvimento Zero e a do Desenvolvimento a

Qualquer Preço. Essa conferência significou a primeira tentativa mundial de equacionamento dos

problemas ambientais.

b) Na ECO-92, a participação dos Estados Unidos foi louvável ao assinar o Acordo Internacional da

Biodiversidade e da Convenção sobre Mudanças Climáticas. Os Estados Unidos passaram, assim,

para a história da humanidade como verdadeiros defensores da boa qualidade de vida no planeta.

c) Na ECO-92, no Rio de Janeiro, foi redigida a Carta da Terra ou Declaração do Rio (Agenda 21), que

atribuiu aos países pobres a maior responsabilidade pela conservação do meio ambiente e

estabeleceu metas para a preservação da biodiversidade e para a diminuição da emissão de

gases na atmosfera.

d) O modelo econômico proposto está fundamentado no conceito de desenvolvimento sustentável,

segundo o qual o meio ambiente deve ser intocável e o atendimento às necessidades do presente

devem garantir às gerações futuras a possibilidade de satisfazerem suas próprias necessidades.

e) Em 1983, a ONU organizou a Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento com

a tarefa de realizar um amplo levantamento sobre o tema. As conclusões foram sintetizadas no

documento chamado de Protocolo de Kyoto, publicado em 1997, no qual se introduz o conceito

de desenvolvimento sustentável.

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Geografia

9. As afirmativas que seguem estão relacionadas à Conferência das Nações Unidas sobre

Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada no Rio de Janeiro em junho de 2012. Sobre o tema,

assinale a opção correta.

a) Analisando o período de vinte anos entre a Eco 92 e a Rio+20, representantes dos países em

diferentes estágios de desenvolvimento foram unânimes em reconhecer os sensíveis avanços no

uso racional dos recursos naturais, na erradicação da pobreza, na redução das diferenças sociais

e econômicas, na utilização de energias limpas e na redução da emissão de gases de efeito estufa.

b) Em meio à severa crise da economia mundial, especialmente dos países do Euro, os governantes

dos países desenvolvidos tomaram atitudes decisivas e rápidas quanto ao estabelecimento de

cotas de participação financeira, que visem fomentar a recuperação do meio ambiente como

forma de resgatar a economia dos países em crise.

c) A Rio+20 teve o grande mérito de ratificar o Protocolo de Kyoto (1997), assegurando a adesão de

todos os principais países poluidores na meta de redução dos níveis de emissão de gases

poluentes.

d) Os países em desenvolvimento reunidos na Rio+20 regulamentaram a adoção de áreas de

preservação nas margens dos rios, decidindo que essa medida deve ser aplicada apenas aos rios

de grande porte e em grandes propriedades.

e) A Conferência da ONU denominada Rio+20 discutiu temas para o futuro e produziu uma

declaração intitulada “O Futuro que queremos”, preocupada em atingir uma economia sustentável

que busque reduzir a degradação do meio ambiente, que combata a pobreza e assegure a

produção de alimentos para todos.

10. Nos jornais em todo o mundo, cotidianamente a palavra crise está presente e associada à economia.

Várias reuniões de lideranças mundiais são realizadas para discutir a crise econômica e, nelas, a

questão ambiental é geralmente tratada com menor profundidade com que se discutem os problemas

econômicos. Um dos grandes desafios para diminuir o peso da crise ambiental é

a) difundir, em escala global, os hábitos de consumo que estão presentes nos países

tradicionalmente desenvolvidos.

b) controlar a natalidade nos países mais pobres e emergentes de modo a retardar a chegada dos 8

bilhões de habitantes previstos para 2015.

c) desenvolver pesquisas de novas tecnologias para incentivar o uso de recursos naturais menos

susceptíveis ao esgotamento.

d) expandir modelos econômicos neoliberais que concretizem ações voltadas à educação ambiental

nos países pobres.

e) promover a desconcentração espacial das populações que vivem nos vales fluviais onde há forte

pressão sobre os recursos naturais.

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Geografia

Gabarito

1. B

Essa dimensão da intervenção humana é a resposta certa, porque nesse fórum, como nos demais, a

busca pelo desenvolvimento sustentável, ou seja, uso dos recursos naturais sem prejudicar as gerações

futuras é o grande foco, até porque o homem não pode viver sem utilizar esses recursos, mas pode usá-

los de forma que seu impacto permita a recuperação do ambiente sem exterminá-lo.

2. B

Essa resposta aborda justamente o cerne do Protocolo de Kyoto, que é a busca pela redução da emissão

de gases do efeito estufa, por isso é a resposta certa.

3. E

A Eco 92 foi a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (também

conhecida como Cúpula da Terra), Esta conferência ambiental foi realizada no Rio de Janeiro, em junho

de 1992. Nela estiveram reunidos mais de 100 chefes de Estado para debater formas de desenvolvimento

sustentável, um conceito relativamente novo à época. Além disto, na oportunidade foi elaborada a

Declaração de Princípios sobre Florestas, documento sem força jurídica obrigatória, mas que visava um

consenso global quanto à gestão, a conservação e o desenvolvimento sustentável de florestas de todos

os tipos.

4. B

O Protocolo de Kyoto, documento redigido em 1997 e que entrou e vigor em 2005, é o único dispositivo

legal existente que obriga países desenvolvidos a reduzir as emissões de gases causadores do efeito

estufa, contudo, os EUA, um dos países que mais emitem gases poluentes que contribuem para a

elevação da temperatura global, não ratificou o documento alegando que isto prejudicaria a sua

economia.

5. C

Os textos apontam as contradições que permeiam a discussão ambiental no Brasil, em que de um lado

tem-se a busca por uma solução para o desmatamento, como apontado pelo texto I, e por outro a

provável intensificação dos impactos ambientais causada pela introdução de novas termelétricas e

crescimento da utilização de combustíveis fósseis.

6. C

A ilustração aponta uma contradição na qual o EUA se insere dentro do debate ambiental, na qual, apesar

de ser um dos países mais poluidores do mundo, e que contribuem para a aquecimento global, se isentou

das decisões tomadas na conferência em que foi criado o Protocolo de Kyoto e continua a poluir.

7. A

O Protocolo de Montreal foi um tratado internacional a partir do qual os 150 países signatários se

comprometeram a substituir as substâncias que poderiam ser responsáveis pela destruição da camada

de ozônio e que entrou em vigor em 1989. A partir de então o tratado passou a regular a produção e o

consumo de produtos destruidores da camada de ozônio. A principal meta foi acabar com o uso dos 15

tipos de CFC que eram as fontes de destruição do O3.

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Geografia

8. A

A primeira conferência internacional do meio ambiente foi a Conferência das Nações Unidas sobre o

Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano em Estocolmo, Suécia. Esse evento teve como um de seus

principais objetivos definir estratégias e metas para equilibrar a relação homem-ambiente.

Na busca por soluções, os países desenvolvidos acusaram as indústrias de serem os grandes

responsáveis pelos problemas ambientais, propondo um novo ritmo de produção, o “crescimento zero”.

Esse fato vai gerar insatisfação nos países subdesenvolvidos, pois não alteraria a posição de liderança

mundial dos países centrais, sendo que esses tinham sido os principais poluidores, devido à grande

quantidade de indústrias que alavancaram a seu crescimento.

9. E

Um dos principais frutos da conferência Rio+20 foi o documento “O futuro que queremos” no qual estão

expressos em 53 páginas aspectos sociais e ressaltado o esforço conjunto necessários para o combate

à pobreza e à fome, para a proteção das florestas, dos oceanos e da biodiversidade, e para incentivo à

agricultura e à energia sustentável.

10. C

Uma possível solução para a atual crise ambiental é o investimento em pesquisas que visem a

diminuição da dependência humana em relação aos recursos naturais esgotáveis, o que por sua vez

minimizará os impactos ambientais sobre estes recursos.

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Geografia

Questão ambiental e a Sustentabilidade

Resumo

A questão ambiental associada às ações de sustentabilidade é um tema relativamente recente e

recorrente nas discussões internacionais. Esse debate ganhou fôlego a partir da percepção de impactos

ambientais severos causados pelo aumento da produtividade e utilização de materiais cada vez mais tóxicos

pela indústria.

É nesse contexto da relação Homem-Meio Ambiente que buscou-se então formas de explorar os

recursos necessários para a vida e ao mesmo tempo preservar para não comprometer o próprio futuro e o

das gerações futuras - a ideia de Desenvolvimento Sustentável.

O termo “Desenvolvimento Sustentável” foi citado pela primeira vez em 1983, na Comissão Mundial

sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela ONU, e se refere ao desenvolvimento capaz atender as

necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das gerações

futuras, ou seja, consiste em desenvolver economicamente mas levando em consideração as questões

ambientais.

É nos fóruns e conferências ambientais internacionais realizados entre as lideranças mundiais que

conceitos como sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, muito disseminados atualmente, ganham

destaque, frente ao volume cada vez maior de impactos ambientais, sejam eles desmatamentos, emissão de

gases poluentes, contaminação da água, ocupação urbana irregular, entre outros graves problemas que

afetam o modo de vida humano e causam transtornos seríssimos ao meio ambiente.

No debate ambiental surge ainda uma divergência de pensamento entre os países desenvolvidos e

os em desenvolvimento que ficou conhecida como “crescimento zero”, em que os países desenvolvidos

propuseram que os países em desenvolvimento parassem de investir na atividade industrial com o

argumento que dessa forma o impacto ambiental sobre o planeta não seria ampliado. Contudo, por detrás

da questão ambiental na verdade estava o interesse econômico dos países desenvolvidos que por sua vez

não queriam concorrência na produção industrial.

Principais conferências ambientais:

• Conferência das partes (COP): Reunião que ocorre anualmente desde 1994 a fim de estabelecer metas

que visam a diminuição da influência antrópica nas mudanças climáticas.

• Conferência de Estocolmo: Realizada em 1972 pela ONU e oficialmente chamada de “Conferência das

Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano” foi a primeira conferência ambiental na qual o principal

alerta feito foi sobre o consumo excessivo e indiscriminado dos recursos naturais e na qual

estabeleceu-se que era direito das gerações futuras ter acesso à um meio ambiente não degradado.

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Geografia

• RIO 92 ou ECO 92: Nesta conferência houve uma adesão considerável dos países e nela houve a

formulação da Agenda 21, documento este que estabeleceu metas sustentáveis a serem adotadas pelos

países participantes do encontro. Definiu-se ainda que em um período de dez em dez anos uma nova

conferência seria realizada para aprofundar as discussões e avaliar os resultados e o cumprimento dos

acordos estabelecidos.

• Protocolo de Kyoto: Com foi definido na RIO 92 que deveria ocorrer uma conferência para ser discutida

a redução da emissão de gases que contribuem para o aumento da temperatura do planeta, esta foi

realizada em 1997 em Kyoto, no Japão, oportunidade na qual 160 países assinaram um documento se

comprometendo com a redução destes gases. Cabe destacar que os EUA, à época do governo Bush,

não ratificou o protocolo, mesmo sendo um dos países mais poluidores, com a alegação que isso

prejudicaria a economia norte americana.

• RIO+10: Nesta conferência ocorrida em 2002 na cidade de Johanesburgo, na África do Sul, foi analisado

se as metas definidas na RIO 92 estavam sendo cumpridas. Além disso houve o debate sobre a questão

social, em que buscou-se um caminho para a diminuição do número de pessoas abaixo da linha de

pobreza.

• RIO+20: A partir desta conferência realizada em 2012 resultou um documento final intitulado “O futuro

que queremos” no qual dois conceitos se destacaram, a economia verde - um novo modelo de produção

que impactam menos o meio ambiente - e governança internacional - a busca por formas de se alcançar

o objetivo da sustentabilidade.

Sustentabilidade

O termo sustentabilidade surgiu como um conceito na década de 1980 por Lester Brown, que foi o

fundador do Wordwatch Institute. Um termo que é muito atrelado a sustentabilidade é o de desenvolvimento

sustentável, que foi disseminado e utilizado pela primeira vez em 1983, por ocasião da Comissão Mundial

sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela ONU. Presidida pela primeira-ministra da Noruega da

época, Gro Harlem Brudtland, esse grupo propôs que o desenvolvimento econômico fosse integrado à

questão ambiental. Esse termo, desenvolvimento sustentável, tem a seguinte definição: atender às

necessidades da atual geração, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de prover suas

próprias demandas. Já sustentabilidade seria a capacidade que um indivíduo, grupo de indivíduos ou

empresas e aglomerados produtivos em geral, tem de manter-se inserido num determinado ambiente sem,

contudo, impactar violentamente esse meio. Assim, pode-se entender como a capacidade de usar os

recursos naturais e, de alguma forma, devolvê-los ao planeta através de práticas ou técnicas desenvolvidas

para este fim.

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Geografia

Exercícios

1. (UERJ 2019)

A reportagem aborda conflitos que simbolizam as muitas diferenças culturais entre grupos na região

amazônica, como indígenas e garimpeiros, em especial no que diz respeito à relação com o

ecossistema. O uso da terra e de seus recursos nas sociedades indígenas é baseado no seguinte

princípio:

a) estabilidade climática

b) preservação ambiental

c) hierarquização produtiva

d) sustentabilidade comercial

e) exploração economica

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2. (ENEM 2018) Uma pesquisa realizada por Carolina Levis, especialista em ecologia do Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazônia, e publicada na revista Science, demonstra que as espécies

vegetais domesticadas pelas civilizações pré-colombianas são as mais dominantes. “A domesticação

de plantas na floresta começou há mais de 8 000 anos. Primeiro eram selecionadas as plantas com

características que poderiam ser úteis ao homem e em um segundo momento era feita a propagação

dessas espécies. Começaram a cultivá-las em pátios e jardins, por meio de um processo quase

intuitivo de seleção”. OLIVEIRA, J. Indígenas foram os primeiros a alterar o ecossistema da Amazônia. Disponível em: https://brasil.elpais.com.

Acesso em: 11 dez. 2017 (adaptado).

O texto apresenta um novo olhar sobre a configuração da Floresta Amazônica por romper com a ideia

de

a) primazia de saberes locais.

b) ausência de ação antrópica.

c) insuficiência de recursos naturais.

d) necessidade de manejo ambiental.

e) predominância de práticas agropecuárias.

3. (ENEM 2014)

A preservação da sustentabilidade do recurso natural exposto pressupõe

a) impedir a perfuração de poços.

b) coibir o uso pelo setor residencial.

c) substituir as leis ambientais vigentes.

d) reduzir o contingente populacional na área.

e) introduzir a gestão participativa entre os municípios.

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Geografia

4. (ENEM 2006) As florestas tropicais úmidas contribuem muito para a manutenção da vida no planeta,

por meio do chamado seqüestro de carbono atmosférico. Resultados de observações sucessivas, nas

últimas décadas, indicam que a floresta amazônica é capaz de absorver até 300 milhões de toneladas

de carbono por ano.

Conclui-se, portanto, que as florestas exercem importante papel no controle

a) das chuvas ácidas, que decorrem da liberação, na atmosfera, do dióxido de carbono resultante

dos desmatamentos por queimadas.

b) das inversões térmicas, causadas pelo acúmulo de dióxido de carbono resultante da não-

dispersão dos poluentes para as regiões mais altas da atmosfera.

c) da destruição da camada de ozônio, causada pela liberação, na atmosfera, do dióxido de carbono

contido nos gases do grupo dos clorofluorcarbonos.

d) do efeito estufa provocado pelo acúmulo de carbono na atmosfera, resultante da queima de

combustíveis fósseis, como carvão mineral e petróleo.

e) da eutrofização das águas, decorrente da dissolução, nos rios, do excesso de dióxido de carbono

presente na atmosfera.

5. A expressão “desenvolvimento sustentável” é amplamente empregada para designar a preservação

da natureza, com vistas à promoção de uma maior conscientização ambiental na sociedade. Esse

termo designa, especificadamente:

a) A interrupção das práticas econômicas para garantir, primeiramente, a conservação dos

elementos naturais.

b) A manutenção do desenvolvimento econômico de modo a garantir a preservação da natureza e

dos recursos naturais para as gerações futuras.

c) A adoção de medidas de expansão das áreas naturais sobre as zonas de ocupação humana, de

forma a reconstruir o império dos domínios da natureza.

d) A ampliação das medidas socioeducativas para o uso consciente da natureza, de modo a garantir,

sobretudo, o desenvolvimento econômico e urbano.

e) A redução imediata da atividade industrial somado com o aproveitamento do que já foi produzido,

assim como a utilização ampla do lixo enquanto materia prima para novas construções.

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Geografia

6. “Vários estudos atestam que os atuais padrões de consumo crescem mais rapidamente que a

capacidade de regeneração dos sistemas naturais. Ou seja, para manter os níveis de uso de recursos

como a água, os minérios, os solos e as florestas da maior parte da população mundial, seriam

necessários vários planetas Terra”. MARTINS, D. et al. Geografia, sociedade e cotidiano: espaço mundial. Volume 03, 3ª ed. São Paulo: escala educacional, 2013.

p.264.

O padrão não sustentável de consumo das sociedades atuais fez emergir uma grande preocupação

quanto ao esgotamento dos recursos naturais. A definição acima apresentada refere-se ao conceito

de:

a) consumo alienante

b) obsolescência planejada

c) pegada ecológica

d) níveis gerais de consumo

e) esgotamento florestal

7. Mostrengo enviado para punir o povo de Tebas por ter afrontado os deuses, a Esfinge tinha cabeça e

seios de mulher, corpo e patas de leoa, e asas de águia. Instalada às portas da cidade, ela exigia que

seus melhores jovens a enfrentassem. Todos eram impiedosamente trucidados porque não

conseguiam responder ao enigma que ela lhes propunha. Desgraça que só terminou quando apareceu

um esperto rapaz, vindo de Corinto e chamado Édipo. Ele matou a charada, provocando o suicídio da

fera. O resto da lenda é bem conhecido.

Pois bem, o “desenvolvimento sustentável” também é um enigma à espera do seu Édipo [....] . VEIGA, José Eli da. Desenvolvimento Sustentável: o desafio do século XXI. 3a edição. Rio de Janeiro: Garamond, 2008, p.3.

O desenvolvimento sustentável se define de forma enigmática por constituir-se enquanto o desafio

do Século XXI. Nesta perspectiva, pode-se afirmar:

a) A privatização da água proposta pelo Banco Mundial é uma medida de uso e apropriação racional

da natureza com vistas à sustentabilidade socioeconômica e ambiental.

b) Os conflitos socioambientais evidenciam as contradições da relação estabelecida entre a

sociedade e a natureza no modelo de desenvolvimento capitalista.

c) O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), proposto pelo governo federal, tem como projeto

estruturante a criação de reservas e parques nacionais para a promoção do desenvolvimento

sustentável na Amazônia.

d) A regulação da biodiversidade pela Organização das Nações Unidas (ONU), enquanto patrimônio

da humanidade, vem garantindo o cumprimento legal da política ambiental brasileira.

e) A conservação natural dos ecossistemas terrestres para a reprodução social da vida torna

evidente o desenvolvimento sustentável no capitalismo.

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Geografia

8. Ventos alísios frearam aquecimento global, apontam cientistas O forte aumento dos ventos alísios das Américas em direção ao oeste do Pacífico, na região do

Equador, fortaleceu o movimento das águas oceânicas, de acordo com pesquisa feita por cientistas

australianos. “Se os ventos sopram com vigor particular, a água quente que se acumula começa a

convergir para o interior do mar”, explica Matthew England.

“De certa maneira, isto contém na superfície do oceano a energia que desprende o gás de efeito estufa

e o que provocou o hiato (no processo de aquecimento climático)”, completou. “Esta pausa no

aquecimento da temperatura na superfície não significa que o aquecimento global parou”, destacou o

cientista. G1 Natureza, 10/02/2014. Disponível em: G1.globo

Com base nas informações acima apresentadas, podemos concluir que o Aquecimento Global:

a) Está relacionado com o aquecimento atmosférico.

b) Ocorre pela ausência dos ventos alísios.

c) Integra fenômenos atmosféricos e hidrosféricos.

d) Não é causado pelo ser humano, apenas pela natureza.

e) Aquece e resfria a terra periodicamente a cada era.

9. O efeito estufa e o lixo são, talvez, as duas manifestações mais contraditórias da vontade de

dominação da natureza posta em prática pela racionalidade instrumental e sua tecnociência. Com o

objetivo de aumentar a produtividade, que na prática significa submeter os tempos de cada ente, seja

ele mineral, vegetal ou animal, a um tempo da concorrência e da acumulação de capital, esqueceu-se

de que todo trabalho dissipa energia sob forma de calor (efeito estufa) e que a desagregação da

matéria, ao longo do tempo, torna-a irreversível (lixo). Carlos W. Porto-Gonçalves. A Globalização da Natureza e a Natureza da Globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,

2006. Adaptado.

Conforme o excerto acima, é correto afirmar:

a) Com o aumento da produtividade, será possível vencer o efeito estufa e superar o problema da

produção de lixo

b) A humanidade superou os problemas decorrentes da produção de lixo, graças à racionalidade

instrumental e à tecnociência.

c) Os tempos da concorrência e da acumulação de capital vêm sendo subordinados ao tempo da

natureza

d) A aceleração do tempo de acumulação de capital permite eliminar a irreversibilidade da produção

do lixo

e) A busca pelo aumento da produtividade impõe a diferentes elementos da natureza o tempo dos

interesses capitalistas

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10. Segundo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), inúmeras

gigatoneladas de gases do efeito estufa de origem antropogênica (oriundos de atividades humanas)

vêm sendo lançadas na atmosfera há séculos. A figura mostra as emissões em 2010 por setor

econômico.

Com base na figura e em seus conhecimentos, aponte a afirmação correta.

a) Os setores econômicos de Construção e Produção de outras energias, juntos, possuem menores

emissões de gases do efeito estufa antropogênicos do que o setor de Transporte, tendo como

principal exemplo ocorrências no sudeste asiático.

b) As maiores emissões de CH4 de origem antropogênica devem-se ao setor econômico da

Agricultura e outros usos da terra, em razão das queimadas, principalmente no Brasil e em países

africanos.

c) As maiores emissões de gases do efeito estufa de origem antropogênica vinculadas à Produção

de eletricidade e calor ocorrem nos países de baixo IDH, pois estes não possuem políticas

ambientais definidas.

d) Um quarto do conjunto de gases do efeito estufa de origem antropogênica lançados na atmosfera

é proveniente do setor econômico de Produção de eletricidade e calor, em que predomina a

emissão do CO2, ocorrendo com grande intensidade nos EUA e na China.

e) A Indústria possui parcela significativa na emissão de gases do efeito estufa de origem

antropogênica, na qual o N2O é o componente majoritário na produção em refinarias de petróleo

do Oriente Médio e da Rússia.

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Questão contexto

Figura 1. Fonte: http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,ministro-chama-tragedia-de-mariana-de-acidente-e-

fatalidade,70002008801

A notícia retreta o acidente na Barragem de Fundão, em Mariana - MG. O acidente consistiu no

rompimento de uma barragem, que resultou na liberação de milhões de toneladas de lama, que

acabam por atingir o distrito de Bento Rodrigues, no vale do Rio Doce. Indique uma conseqüência do

acidente em relação ao meio ambiente e outra quanto ao impacto social no Vale do Rio Doce.

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Geografia

Gabarito

1. B

A ideia de preservar o ambiente em que se vive é presente nas sociedades indígenas e em demais povos

tradicionais que possuem um uso íntimo da natureza, correlacionado com seu tipo de vida, cultura e

história.

2. B

Existe uma concepção clássica de que a Amazônia possui algumas partes intocadas pelo homem. O

estudo destacado no texto revela uma ação importante das sociedades indígenas na alteração do

ecossistema da floresta amazônica. Essa mesma pesquisa atribui a biodiversidade da floresta, em parte,

a esses mesmos grupos. Questiona-se, assim, o mito da ausência de ação antrópica. A floresta seria

resultado também da alteração por grupos indígenas.

3. E

Nesta questão a água é trata enquanto um recurso estratégico disponível em uma formação que

armazena água subterrânea, o aquífero Alter do Chão que se estende por diversos estados da região

norte do Brasil e por sua vez por vários municípios. A questão indaga qual a estratégia mais adequada

para que este recurso seja preservado. Neste sentido, uma gestão participativa entre os municípios pelos

quais o aquífero passa é a alternativa mais adequada.

4. D

A queima de combustíveis fosseis provocam aumento da concentração de dióxido de carbono na

atmosfera. As florestas naturalmente realizam a aborção do gás carbônico presente na atmosfera.

5. B

O desenvolvimento sustentável visa garantir que os recursos que usamos hoje, ainda possam ser

utilizados pelas gerações futuras. Se esse processo for insustentável, ou seja, cada recurso for utilizado

e descartado, sem reeaproveitamento, a tendência é que haja escassez de recursos.

6. C

A pegada ecológica é uma medida ambiental que visa ilustrar o impacto bruto que cada ser humano teria

na natureza com seus padrões de consumo atuais.

7. B

O desenvolvimento capitalista busca o lucro, ou seja, o excedente captado. Para esse excedente

acontecer, é preciso contar com níveis de exploração. Além disso, os modelos industriais estabelecem

uma relação predatória com a natureza, que não considera seu tempo.

8. C

Os fenômenos atmosféricos acontecem na atmosfera, como a formação de nuvens, precipitação,

correntes de vento, etc. Os ventos alísios no equador alteram a dinâmica de temperatura da atmosfera e

das águas oceânicas do pacífico, sendo portanto um fenômeno também hidrosférico.

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Geografia

9. E

A sociedade capitalista subordina ao meio os seus interesses, ou seja, a natureza foi e será modificada

quantas vezes for necessário para retirar dela algo que possibilite à reprodução da sociedade e,

principalmente, aos que detêm os meios de produção, o chamado desenvolvimento.

10. D

Muitos países, dependem da queima de combustíveis fósseis para gerar energia elétrica, especialmente

carvão mineral e gás natural, esse último também utilizado na produção de calor para aquecimento no

inverno.

Questão Contexto

A tragédia custou a vida de 19 pessoas e desabrigou centenas de famílias. Contudo, milhares de

indivíduos, moradores nas proximidades e ao longo da bacia do Rio Doce, foram afetados. Do ponto de

vista ambiental, o assoreamento e a presença de metais pesados nos cursos fluviais gerou a morte de

peixes. Tal fato, do ponto de vista social e econômico, afetou negativamente a atividade pesqueira, seja

para fins comerciais ou de subsistência. Além disso, a poluição hídrica e a degradação do solo

prejudicaram o desenvolvimento de atividades agrícolas ao longo da bacia. Nesse sentido, comunidades

inteiras se desestabilizaram e empobreceram. Parte delas teve como única possibilidade migrar para

outros espaços geográficos.

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Geografia

Organização e industrialização do Brasil

Resumo

Antes de entender como se deu a organização do território brasileiro, é fundamental saber qual a definição

de território. O território pode ser compreendido como qualquer espaço definido e delimitado por e a partir

de relações de poder. Entendido esse ponto é possível avançar e perceber de que forma o território do Brasil

foi sendo formado através da delimitação de suas fronteiras, até alcançar a configuração atual. Nesse

sentido, os diversos ciclos econômicos e o processo de industrialização foram fundamentais para o

processo de ocupação e expansão do território brasileiro.

Arquipélagos econômicos: Os ciclos econômicos e a organização do território brasileiro

O Ciclo do Pau Brasil: O território brasileiro, inicialmente, se restringia a parte sob o domínio português

determinada pelo tratado de Tordesilhas. Sendo assim, Portugal fez a divisão em capitanias hereditárias,

como forma de ocupar essa nova colônia. Nessa fase inicial destacou-se o ciclo econômico do Pau Brasil,

no entanto, esse primeiro ciclo econômico não foi fundamental para a ocupação e organização do território,

uma vez que a atividade tinha caráter seminômade e predatório, sem o intuito de fixação no lugar,

acarretando apenas a construção de algumas vilas e povoados. Em alguns casos chegaram a ser

construídas feitorias para proteção contra navios inimigos e para armazenar as madeiras até serem

transportadas, mas o resultado foi a grande devastação das matas costeiras e nenhum núcleo de

povoamento permanente.

O Ciclo do Açúcar: Esse ciclo foi muito importante para a criação dos primeiros povoados, principalmente

pela participação da figura dos bandeirantes. A necessidade de mão de obra para trabalhar nas lavouras e

no beneficiamento da cana-de-açúcar leva ao surgimento das bandeiras, que tinham como principal objetivo

capturar índios para trabalharem nas plantações e produção do açúcar. A partir dessas expedições, começa

o processo de ocupação portuguesa em território espanhol, ultrapassando a linha do Tratado de Tordesilhas.

É importante destacar que a ocupação do território brasileiro se deu nas regiões litorâneas, principalmente

pela importância que as cidades portuárias tinham na época, sendo a navegação o principal meio de

transporte, e por onde se escoava toda a produção de açúcar e por onde chegavam os escravos. Os engenhos

e as lavouras de açúcar foram fundamentais para a ocupação do território brasileiro e o açúcar transformou-

se no alicerce econômico da colonização portuguesa no Brasil entre os séculos XVI e XVII.

O Ciclo do Ouro: Com o crescimento da produção de açúcar por parte das colônias holandesas e francesas,

principalmente nas Antilhas e nas Guianas, a produção do açúcar no Brasil não era mais tão vantajosa, de

forma que a coroa Portuguesa decidiu voltar a busca por metais preciosos. Novamente, os bandeirantes vão

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Geografia

ter um papel fundamental, pois ao desbravarem terras ainda desconhecidas vão abrir caminho para a

descoberta do ouro em Minas Gerais, e também no Mato Grosso e em Goiás. Esse ciclo vai ser importante

por se tratar de regiões interioranas, sendo importante para a ocupação e formação do território nacional.

Com essa descoberta, vai ocorrer uma intensa migração em busca do ouro e metais preciosos, que vai

proporcionar a criação de diversos povoados e cidades. Com o intuito de diminuir os contrabando do ouro,

Portugal transfere a capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro. Com isso o eixo de desenvolvimento

vai se transferir e se localizar na região hoje conhecida como Sudeste, devido à importância política do Rio

de Janeiro, a mineração em Minas Gerais, e com o crescimento da produção do café, ciclo econômico

seguinte, e que se desenvolve fortemente no Rio de Janeiro e principalmente em São Paulo.

O Ciclo do Café: A atividade cafeeira surge no século XVII, mas teve sua fase mais vigorosa no século XIX. O

café foi fundamental para o Brasil, pois foi nesse período que pode-se dizer que a consolidação do território

nacional e o povoamento ocorreu, sem falar na importância que a atividade teve como motor da economia e

o início do processo de industrialização. O desenvolvimento da produção do café leva ao crescimento das

áreas separadas para a plantação dessa cultura, que se expande e organiza ao redor das ferrovias, com o

objetivo de facilitar o escoamento para a exportação. A introdução dessa cultura pelo interior, principalmente

da região sudeste, permitiu que essa região tivesse um maior desenvolvimento e investimento, de forma que

mesmo após o declínio do ciclo do café, a região sudeste assegurou a supremacia na economia nacional,

devido a melhor infraestrutura disponível, fruto das riquezas oriundas da atividade cafeeira.

Outros ciclos econômicos brasileiros: Outros ciclos econômicos também tiveram papel importante na

organização do território brasileiro, principalmente para interiorizar a ocupação, saindo um pouco da região

litorânea. Nesse sentido, pode-se destacar o ciclo das drogas do sertão, que foi a descoberta de frutas e

especiarias na região amazônica, possibilitando a criação de povoados. Outro ciclo importante nesse sentido

de interiorização foi o ciclo da borracha, que surgiu no século XIX e foi muito importante para a ocupação e

desenvolvimento da economia da região norte, como a urbanização de cidades como Belém e Manaus. O

algodão também teve a sua importância, enquanto ciclo econômico, por levar o desenvolvimento,

principalmente ao Maranhão e ao Rio Grande do Norte.

Quando observados todos esses ciclos econômicos geograficamente, fica claro que o desenvolvimento do

território brasileiro ocorreu em forma de arquipélago (ilhas). Conforme as atividades econômicas mudavam,

ocorria o surgimento de novas cidades no entorno dessa nova atividade, e em muitos casos, muito distante

umas das outras. Então podemos destacar que as atividades ocorriam de formas isoladas, e não interligadas

entre si, basicamente buscando atender a demanda externa. Então pode-se dizer que a expansão do território

brasileiro ocorreu de forma desigual. Isso foi fruto do modo de produção latifundiário para exportação,

impedindo que as mercadorias fossem comercializadas entre as regiões do país, preferindo atender ao

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Geografia

comercio externo, até mesmo devido à sociedade escravocrata que existia, se desdobrando em pouco

mercado interno.

O início do processo de industrialização brasileiro e o destaque da região Sudeste

Para entender a industrialização do Brasil é necessário voltar ao ciclo do café, que foi o motor inicial para

que esse processo ocorresse. Até o início da década de 1930, como ressaltado anteriormente, o espaço

geográfico brasileiro foi estruturado exclusivamente ao redor do modelo primário-exportador, fazendo com

que a configuração das atividades econômicas fosse dispersa e com rara ou ausente interdependência, o

que implicou no processo de formação do território brasileiro. A partir do crescimento da economia cafeeira,

o processo de urbanização se intensificou, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, com o objetivo

de facilitar o escoamento da produção e a distribuição, através da ampliação das linhas férreas. Com o fim

da escravidão e a chegada dos imigrantes, o mercado consumidor cresceu consideravelmente, o que

possibilitou a produção para o mercado interno e o desenvolvimento das indústrias. A concentração da

riqueza na região Sudeste, devido a riqueza oriunda do café, fez com que as indústrias também se

concentrassem na região aumentando as disparidades inter-regionais.

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Geografia

Exercícios

1.

Os mapas representam distintos padrões de distribuição de processos socioespaciais. Nesse sentido,

a menor incidência de disputas territoriais envolvendo povos indígenas se explica pela

a) fertilização natural dos solos.

b) expansão da fronteira agrícola.

c) intensificação da migração de retorno.

d) homologação de reservas extrativistas.

e) concentração histórica da urbanização.

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Geografia

2.

A charge, datada de 1910, ao retratar a implantação da rede telefônica no Brasil, indica que esta:

a) permitiria aos índios se apropriarem da telefonia móvel.

b) ampliaria o contato entre a diversidade de povos indígenas.

c) faria a comunicação sem ruídos entre grupos sociais distintos.

d) restringiria a sua área de atendimento aos estados do norte do país.

e) possibilitaria a integração das diferentes regiões do território nacional.

3. “Ao se avaliarem as características da urbanização brasileira em seu período mais recente, é

importante considerar os efeitos do processo de internacionalização da economia. [...] Uma das

tendências desse processo é reforçar a localização de atividades nas cidades “da região mais

desenvolvida do país, onde está localizada a maior parcela da base produtiva, que se moderniza mais

rapidamente, e onde estão as melhores condições locacionais.” (Maria Luisa Catello Branco in As metrópoles e a questão social brasileira. Rio de Janeiro: Revan, 2007. p. 101. Adaptado)

A tendência mostrada no texto:

a) Dinamiza as redes urbanas em escala nacional.

b) Dá origem à formação de inúmeras metrópoles no interior do país.

c) Reforça as desigualdades espaciais no Brasil.

d) Minimiza a histórica concentração de riqueza em espaços reduzidos.

e) Destaca o papel das metrópoles no contexto da globalização.

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Geografia

4. No século XXI, a participação do Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste no PIB brasileiro vem

aumentando paulatinamente, o que indica que a região passa por um ciclo de crescimento econômico.

Os principais fatores responsáveis por esse fenômeno são:

a) investimentos de grandes empresas em empreendimentos voltados para a promoção de

economias solidárias e para o desenvolvimento de atividades de pequenos produtores

agroextrativistas.

b) investimentos públicos em infraestrutura, concessões estatais de créditos e incentivos fiscais a

empresas, e o aumento do consumo da população mais pobre, que passa a ter acesso ao crédito.

c) investimentos de bancos privados em grandes obras de infraestrutura direcionadas para a

transposição do Rio São Francisco e para a melhoria dos sistemas de transporte rodoviário e

ferroviário da região.

d) investimentos de bancos estrangeiros em empreendimentos voltados para a aquisição de

grandes extensões de terras e para a instalação de rede hoteleira nas áreas litorâneas da região.

e) investimentos externos dos governos dos países desenvolvidos visando a formação de relações

amistosas com o Brasil tendo como interesse a aquisição de matérias-primas.

5. O conhecimento da industrialização no Brasil, isto é, das formas particulares da industrialização no

Brasil, deve estar, explícita ou implicitamente, apoiado na análise das relações entre o café e a

indústria. E a análise correta dessas relações é impossível se considerarmos café e indústria como

elementos opostos. É indispensável reunir café e indústria como partes da acumulação de capital no

Brasil; mais precisamente, como partes das novas formas de acumulação cuja formação encontra as

suas origens na década de 1880 a 1890. (Sérgio Silva, Expansão cafeeira e origens da indústria no Brasil)

No contexto do Brasil da passagem do século XIX para o XX, acerca das relações entre a produção

cafeeira e a indústria, é correto considerar que

a) o avanço da produção industrial foi inversamente proporcional ao crescimento da produção

cafeeira, uma vez que a entrada de recursos derivada da exportação de café era reaplicada apenas

na produção cafeeira.

b) a ampliação do trabalho livre permitiu que parcelas dos capitais acumulados fossem investidas

nas atividades industriais, desse modo, a economia cafeeira e a indústria fazem parte de um

mesmo processo de desenvolvimento.

c) os empresários ligados à produção e exportação do café tinham representação política

hegemônica e seus interesses eram defendidos pelo Estado brasileiro, que impedia a inversão de

capitais cafeeiros na indústria.

d) os interesses dos cafeicultores e os dos industriais eram excludentes, visto que, com a expansão

cafeeira, as maciças exportações desse produto atrapalharam os investimentos na indústria.

e) a exportação cafeeira atrelou o comércio externo brasileiro às importações de produtos

industrializados da Europa e dos Estados Unidos, impedido o desenvolvimento da indústria no

Brasil antes de 1930.

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Geografia

6. O processo de industrialização ocorrido no Brasil a partir de 1930 trouxe grandes transformações na

organização do território nacional, pois constituiu uma economia cujo crescimento depende

principalmente do dinamismo do mercado interno.

Com base no enunciado e nos conhecimentos de geografia do Brasil, assinale a afirmativa correta.

a) A alta concentração industrial nas regiões metropolitanas e cidades médias próximas dessas

áreas cria uma estrutura produtiva pouco integrada.

b) Como o mercado consumidor de bens industriais se concentra nas cidades localizadas até 150

km do litoral, a interiorização do desenvolvimento econômico continua a depender da

agropecuária.

c) A industrialização forjou uma rede urbana constituída por duas metrópoles globais, algumas

metrópoles nacionais e centros urbanos com áreas de influência regional ou local.

d) A agricultura de exportação vigente até 1930 criou uma economia estruturada em centro e

periferia, sendo o primeiro a então capital federal, Rio de Janeiro, e a segunda, as áreas de

produção agropecuária.

e) A concentração industrial cada vez mais alta no Sul e Sudeste reduz os níveis de integração

econômica do território brasileiro, que vai ficando cada vez mais desigual.

7. O desenvolvimento industrial brasileiro, que teve início no final do século XIX, ocorreu de forma

desigual nas diferentes regiões do Brasil, pois houve uma concentração da atividade industrial,

particularmente, nos Municípios de São Paulo e Rio de Janeiro. Dentre outras razões, explicam esse

fato:

a) a formação de um mercado externo na região Sudeste e a criação de casas de importação por

emigrantes estrangeiros.

b) o domínio da cafeicultura no Sudeste, a consequente acumulação de capital e a imigração

estrangeira que se dirigiu para essa região.

c) o domínio da mineração em São Paulo e a fundação de casas de exportação que tinham como

objetivo abastecer o mercado brasileiro de produtos nacionais.

d) o desenvolvimento de empresas de extração mineral em São Paulo, que permitiu a acumulação

de capital, e o consequente fluxo de emigrantes que para lá se dirigiu.

e) a abolição da escravidão e a concentração da população na região Sudeste, fato que estimulou a

criação de casas de importação.

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Geografia

8. (...) ela foi responsável pelo povoamento do Sertão nordestino, da Bahia ao Maranhão. Foi um

excelente instrumento de expansão e colonização do Brasil. Com ela surgiram muitas feiras que deram

origem a importantes centros urbanos, como por exemplo a Feira de Santana, na Bahia".

Ao instrumento de expansão a que o texto se refere, pode ser associado a

a) pecuária.

b) mineração.

c) economia extrativa.

d) economia mineira.

e) produção açucareira.

9. Analise o mapa.

Hervé Théry e Neli Aparecida de Mello. Atlas do Brasil - disparidades e dinâmica do território, 2005. Adaptado.

A partir das informações do mapa, pode-se afirmar que a expansão geoeconômica do território

brasileiro, no período assinalado, anos 1890, mostrou que nesse século

a) havia uma importante corrente migratória para o norte, o que impulsionou o seu desenvolvimento.

Os vários focos econômicos, embora distantes entre si, tinham o centro de maior influência no

estado de Mato Grosso

b) havia vários focos econômicos distantes entre si, mas que o centro de maior influência

econômica estava centrado na atual região Norte.

c) havia vários focos econômicos interligados por malhas viárias, o que facilitava o

desenvolvimento do país.

d) o foco econômico de maior importância era localizado na região Nordeste.

e) havia vários focos econômicos distantes entre si, mas o maior centro estava localizado na atual

região Sudeste.

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Geografia

10. Analise o texto a seguir:

O Brasil foi, durante muitos séculos, um grande arquipélago, formado por subespaços, que evoluiram,

segundo lógicas próprias, ditadas em grande parte por suas relações com o mundo exterior. Havia,

sem dúvida, para cada um desses subespaços, polos dinâmicos internos. Estes, porém, tinham entre

si escassa relação, não sendo interdependentes.

Milton Santos. A urbanização brasileira, 1993. Adaptado.

Sobre o assunto tratado pelo geógrafo Milton Santos é correto afirmar:

a) A distribuição descontínua das atividades econômicas pelo território brasileiro originou as

regiões voltadas para o mercado externo.

b) A falta de integração entre os subespaços posteriormente foi rapidamente superada pela adoção

de uma extensa malha ferroviária.

c) O primeiro grande arquipélago econômico foi o do açúcar em Minas Gerais, depois o ciclo do café

no Nordeste e, posteriormente, o ciclo do ouro no Sudeste.

d) A maior parte do território brasileiro passou a se integrar à economia nacional somente no início

do século XX, sob o comando do eixo Rio - São Paulo.

e) A ocupação e a expansão do território brasileiro ocorreram inicialmente de Oeste para Leste,

começando pela Amazônia e estendendo-se para o litoral.

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Geografia

Gabarito

1. E

É possível observar no mapa 1 que as maiores aglomerações populacionais no Brasil concentram-se na

faixa litorânea, que, neste caso, traduz-se como as áreas mais urbanizadas e que possuem um histórico

de ocupação. Ao observar o mapa 2 identifica-se que são exatamente nessas áreas onde os conflitos

pela posse da terra são menores.

2. E

Para a resolução desta questão é importante a leitura atenta das informações apresentadas pela

imagem. A questão fala sobre o encurtamento das distâncias possibilitado pelo avanço das

comunicações como, por exemplo, a implantação da rede telefônica no Brasil. A questão procura o

desdobramento correto deste processo, neste sentido, a opção E é a mais adequada pois apresenta a

ideia que o território brasileiro estaria mais integrado, sendo possíveis as trocas entre as diversas

regiões.

3. C

A questão trata da região Sudeste, onde o processo de industrialização teve início no Brasil, processo esse decorrente do anterior desenvolvimento da produção de café na região. É destacada a questão do reforço das desigualdades espaciais pois ainda hoje essa região é a que recebe os maiores investimentos econômico, infra estrutural e outros.

4. B

O crescimento da região Nordeste referido no texto decorre de investimentos industriais captados por

incentivos ficais estaduais, além da mão de obra barata da região e o crescimento do mercado

consumidor local. Adiciona-se também o investimento público em infraestruturas (rodovias, portos,

transposição do rio São Francisco e ferrovia transnordestina).

5. B

A chegada dos imigrantes e a libertação dos homens e mulheres escravizados contribuíram para o início

da formação de um mercado interno no Brasil, o que por sua vez impulsionou a produção industrial no

país devido à crescente demanda por produtos em quantidade, e que pode ser atendida pois a atividade

de produção de café não demandava tantos gastos e gerava lucro, sendo assim, a atividade cafeeira e a

indústria possuem uma relação indissociável.

6. C

O processo de industrialização foi fundamental para a organização do território brasileiro a medida em

que contribuiu para a urbanização e para a constituição de uma rede urbana formada por centros

urbanos de diferentes níveis de destaque (local, regional, nacional e global) e que polarizam serviços e

atividades. Neste sentido, destacam-se, por exemplo, São Paulo e Rio de Janeiro como metrópoles

globais, Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília e outras como metrópoles nacionais, e São Luís,

Maceió, Natal, Teresina, João Pessoa, São José dos Campos, Ribeirão Preto e outras como metrópoles

regionais/locais.

7. B

A concentração industrial na região Sudeste é justificada pelo anterior desenvolvimento da produção

cafeeira na região que contribuiu para a criação de novas infraestruturas, como as ferrovias, a formação

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Geografia

de núcleos de povoamento devido ao acréscimo populacional (imigrantes e ex-escravizados) e por ter

impulsionado outras atividade econômicas.

8. A

A pecuária desenvolveu-se no sertão nordestino inicialmente em torno dos engenhos de cana-de-açúcar

e foi fundamental para o povoamento da região. O gado era utilizado para alimentação, produção de

couro para utensílios de trabalho e domésticos, além da tração animal nos trabalhos para a obtenção do

açúcar. Com a expansão dos latifúndios de açúcar a atividade pecuária também se expandia e iniciava-

se assim a formação de novos centros urbanos.

9. E

A partir do mapa é possível perceber que a região Sudeste no período mencionado era a que possuía

uma dinâmica interna mais efetiva e se destacava no cenário econômico e político nacional.

10. A

A economia brasileira durante muitos séculos se organizou em ilhas econômicas, isto é, regiões sem

integração, seguindo uma lógica econômica própria e voltadas para o mercado externo.

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Geografia

Vargas e a substituição de importações

Resumo

Para entender a industrialização do Brasil é necessário voltar ao ciclo do café, que foi o motor inicial

para que esse processo ocorresse. Até o início da década de 1930, o espaço geográfico brasileiro foi

estruturado ao redor do modelo primário-exportador, fazendo com que a configuração das atividades

econômicas fosse dispersa e com rara ou ausente interdependência (arquipélagos econômicos).

A partir do crescimento da economia cafeeira, o processo de urbanização se intensificou,

principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, com o objetivo de facilitar o escoamento da produção e a

distribuição, através da ampliação das linhas férreas. Com o fim da escravidão e a chegada dos imigrantes,

o mercado consumidor cresceu consideravelmente, o que possibilitou a produção para o mercado interno e

o desenvolvimento das indústrias. A concentração da riqueza na região Sudeste, devido a riqueza oriunda

do café, fez com que as indústrias também se concentrassem na região, aumentando as disparidades inter-

regionais.

Dentre os fatores que beneficiaram a concentração industrial na região Sudeste podemos destacar:

• Concentração de infraestrutura de energia, comunicação e, sobretudo, transportes

• Concentração de mão de obra qualificada (lembrando a entrada de mão de obra estrangeira, em

sua maior parte, já qualificada para os serviços fabris);

• Concentração de mercado consumidor;

• Rede bancária desenvolvida, por conta da presença de centros de produção de café.

É importante destacar o contexto mundial deste período. O mundo passava pelo fim da Primeira Guerra

Mundial, conflito em que muitos dos principais países produtores de produtos industrializados estavam

envolvidos o que afetou o abastecimento mundial. Neste sentido, iniciou-se no Brasil a política de

substituição de importações, ou seja, passou-se a produzir aqui o que antes se importava de outros países.

É importante destacar o papel de Getúlio Vargas para o impulso da indústria nacional, principalmente através

da criação das indústrias de base, fundamentais para o surgimento de outras indústrias, dentre as quais

podemos destacar a Companhia Siderúrgica Nacional, a Vale do Rio Doce e a Petrobrás.

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Geografia

Exercícios

1. Ao deflagrar-se a crise mundial de 1929, a situação da economia cafeeira se apresentava como se

segue. A produção, que se encontrava em altos níveis, teria que seguir crescendo, pois os produtores

haviam continuado a expandir as plantações até aquele momento. Com efeito, a produção máxima

seria alcançada em 1933, ou seja, no ponto mais baixo da depressão, como reflexo das grandes

plantações de 1927-1928. Entretanto, era totalmente impossível obter crédito no exterior para

financiar a retenção de novos estoques, pois o mercado internacional de capitais se encontrava em

profunda depressão, e o crédito do governo desaparecera com a evaporação das reservas. FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1997 (adaptado).

Uma resposta do Estado brasileiro à conjuntura econômica mencionada foi o(a)

a) atração de empresas estrangeiras.

b) reformulação do sistema fundiário.

c) incremento da mão de obra imigrante.

d) desenvolvimento de política industrial.

e) financiamento de pequenos agricultores.

2. A política para o desenvolvimento do governo Getúlio Vargas, no período do Estado Novo, priorizou

a) a tecnificação da agricultura para exportação.

b) a promoção da indústria de base, a exemplo da siderurgia.

c) a estatização dos meios de comunicação, com o surgimento da Embratel.

d) a produção de bens de consumo, a exemplo da indústria automotiva.

e) a privatização dos setores industriais de base.

3. Com o crescimento econômico ocorrido durante o século XX, o Brasil pode ser considerado um país

industrializado, embora os males do subdesenvolvimento continuem presentes. O processo de

industrialização brasileiro contou com um agente de fundamental importância: o Estado Nacional.

Sobre o papel do Estado no processo de industrialização brasileiro, assinale a alternativa CORRETA:

a) Foi responsável pela construção dos setores de infraestrutura e transporte, pelo investimento

direto no setor industrial e pela criação de uma legislação trabalhista.

b) Foi responsável pelos investimentos em infraestrutura e transporte, porém não participou dos

investimentos diretos no setor industrial e se omitiu na criação de uma legislação trabalhista.

c) Agiu na criação de uma legislação trabalhista, porém não participou dos investimentos em

infraestrutura e transportes, bem como dos investimentos diretos no setor industrial.

d) Foi responsável pelos investimentos diretos no setor industrial, porém, por falta de recursos,

deixou a cargo das empresas privadas os investimentos na criação de infraestrutura e

transportes.

e) Abriu mão do papel de empreendedor, não participando dos investimentos diretos no setor

industrial, nem dos investimentos em infraestrutura.

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Geografia

4. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi fundada em abril de 1941, durante o governo Getúlio

Vargas, com o financiamento estadunidense, em troca da cessão do uso do porto de Natal (RN) como

base militar dos Estados Unidos no decorrer da Segunda Guerra Mundial.

Essa siderúrgica foi construída no município de

a) Cubatão, localizado no estado de São Paulo, entre a capital e o porto de Santos, maior porto

brasileiro na ocasião.

b) Carajás, no interior do estado do Pará, para aproveitar a maior reserva mundial de minério de ferro,

situada naquela localidade.

c) Volta Redonda, situado entre São Paulo e Rio de Janeiro, as duas maiores cidades brasileiras na

época, e próximo ao Quadrilátero Ferrífero.

d) São Paulo, capital do estado mais rico da federação naquele período e maior consumidor de

produtos siderúrgicos e metalúrgicos da América Latina.

e) Salvador, capital do país naquele momento, grande centro financeiro e industrial, cortado pelas

linhas da Rede Ferroviária Federal, que abasteciam os fomos da companhia.

5. Sobre a indústria brasileira, sua concentração e desconcentração espacial, a alternativa correta é:

a) A industrialização brasileira foi tardia, ao longo do século XIX, concentrando-se na região Sudeste

do Brasil, reproduzindo as desigualdades regionais sociais e econômicas.

b) No governo de Getúlio Vargas, no período do Estado Novo, a preocupação estatal foi com a

indústria de base, com enfoque na produção de energia e setor de transportes; já no governo de

Juscelino Kubitschek, o setor automobilístico teve a atenção maior.

c) A industrialização como substituição de importações, com capital estatal abundante e mão-de-

obra barata, acontece no Brasil através da indústria de bens de consumo duráveis e com destaque

para o setor têxtil e produção de alimentos.

d) A partir de 1950, como parte do planejamento estatal do governo federal, inicia-se a

desconcentração industrial, acentuada depois de 1990, pela crescente abertura econômica e

desenvolvimento técnico- científico.

e) Com a desconcentração industrial, o Sudeste brasileiro, principalmente São Paulo, passou por

grandes mudanças espaciais e sociais, deixando de ser a área de maior concentração industrial,

posto ocupado hoje pelo Nordeste brasileiro.

6. A industrialização brasileira tem como marco a década de 1930, com o processo de implantação de

setores de base. Isto não quer dizer que, antes daquela década, não houvesse indústrias no país. Elas

existiram, só que compuseram um setor de pouca monta e, ainda:

a) se caracterizaram pela forte dependência a uma política de investimentos governamentais.

b) se basearam em capitais provenientes da exportação da borracha amazônica.

c) tiveram, na redução de tarifas de importação de manufaturados, seu principal fator de

competitividade.

d) estiveram ligadas à formação de um mercado consumidor representado pelo afluxo de imigrantes

europeus assalariados.

e) apresentaram forte concentração de investimentos nos setores de energia e transportes.

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Geografia

7. Em sua fase inicial, associada à substituição das importações, a industrialização brasileira ressentiu-

se principalmente

a) da falta de iniciativa estatal, uma vez que o Estado tinha interesse em manter a agroexportação

do café.

b) das dificuldades provocadas pela Grande Guerra que impossibilitavam a produção de bens, antes

importados.

c) da conjuntura internacional desfavorável, pois as grandes potências econômicas procuravam

manter o monopólio industrial.

d) da ausência de uma integração em nível de América Latina.

e) da falta de integração do território, reflexo de uma organização espacial ligada à exportação de

bens primários.

8. A Companhia Siderúrgica Nacional - Usina Presidente Vargas - e a cidade de Volta Redonda formam

desde os anos 1940 um só complexo. A cidade foi construída pelo Estado à imagem e semelhança da

usina, que traçou para o complexo a função de espaço disciplinar da massa trabalhadora nele

empregada, extensiva como exemplo a toda a classe trabalhadora brasileira. De uma certa forma, o

complexo vem para atuar como um grande laboratório de experiências necessárias à constituição da

moderna sociedade brasileira como uma sociedade do trabalho avançada. MOREIRA, R. Formação espacial brasileira. Rio de Janeiro: Consequência, 2012, p. 213. Adaptado.

A formação desse complexo urbano-industrial expressa uma política territorial que

a) aplica preceitos do neoliberalismo econômico.

b) antecipa ações do nacional-desenvolvimentismo.

c) reforça valores da descentralização democrática.

d) refuta decisões de planejamento do governo central.

e) privilegia intervenções de expansão das exportações.

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Geografia

9. A consequência geral do desemprego na Europa e nos Estados Unidos foi uma drástica redução no

comércio internacional, que regrediu ao nível de 1913. Não havia compradores para o café do Brasil, o

trigo da Argentina, a lã da Austrália e a seda do Japão. Assim, a crise espalhava-se pelo mundo, com

seu trágico cortejo de falências, desemprego e fome. Apenas a União Soviética não foi atingida, uma

vez que estava isolada do mercado internacional pelo boicote dos países capitalistas. (Mariana Martins, (ed.). Grandes Fatos do Século XX. Adaptado)

Tanto no Brasil, sob a presidência de Getúlio Vargas, quanto nos Estados Unidos, sob a presidência

de Roosevelt, foram tomadas medidas, até certo ponto semelhantes, para se combaterem os efeitos

da Crise de 29. Sobre tais medidas, pode-se dizer que foram baseadas

a) no liberalismo econômico, ou seja, na total ausência do Estado na organização econômica dos

países, pois se acreditava na tese desenvolvida por Adam Smith de que o Estado não deve

interferir na economia.

b) no intervencionismo estatal, a partir da criação de uma legislação trabalhista e da injeção de

dinheiro público na economia, com a realização de grandes obras nos Estados Unidos e com a

compra e queima de estoques de café no Brasil.

c) em processos de privatizações que, ao mesmo tempo em que capitalizaram o Estado e

permitiram ao governo desenvolver programas de combate à miséria, tornaram as empresas mais

competitivas.

d) no incentivo às atividades agrícolas que visavam tornar o país autossuficiente e, por

consequência, menos dependente das relações comerciais com os demais países, seriamente

atingidos pela crise.

e) na busca, por parte do Brasil, de uma balança comercial favorável que gerasse superávit para o

governo pagar, aos Estados Unidos, a dívida acumulada desde o término da 1.a Guerra Mundial.

10. No período do Estado Novo, Vargas impulsionou o desenvolvimento da indústria de base no Brasil.

Para tanto, foi necessário:

a) o desmantelamento do setor agroindustrial e a desapropriação dos grandes latifúndios.

b) o enfraquecimento do controle estatal e o direcionamento da atividade industrial para o setor

privado.

c) a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a

Companhia Hidrelétrica de São Francisco.

d) a criação de comunas rurais ao longo do sertão brasileiro.

e) a criação de laços econômicos com companhias latino-americanas, visando assim a uma

associação pan-americanista industrial.

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Geografia

Gabarito

1. D

A postura adotada pelo governo Vargas nesse contexto de crise, em que os estoques brasileiros estavam

cheios de café e não se tinha mais os mercados estrangeiros para compra-lo, foi a substituição de

importações, ou seja, começar a produzir o que antes comprava de outros países com o capital oriundo

da comercialização do café.

2. B

O governo de Getúlio Vargas priorizou os investimentos em infraestrutura e na indústria de bens de

produção (indústria de base) como a Cia. Vale do Rio Doce e a Cia. Siderúrgica Nacional.

3. A

As bases da industrialização brasileira foram estabelecidas nos governos Vargas e JK, os quais

investiram, entre outros aspectos, nas indústrias de base, na criação de legislações trabalhistas para o

trabalhador urbanos (CLT) e no setor de transportes, especificamente, o rodoviarismo.

4. C

A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) foi implantada no governo de Getúlio Vargas e fazia parte de

uma estratégia de intervenção do Estado na economia para estimular a industrialização do país. A CSN

está localizada no Vale do Paraíba, no município de Volta Redonda, Rio de Janeiro.

5. B

Os governos de Vargas e JK em certa medida se complementaram, isto porque, o primeiro investiu o

capital nacional na criação de empresas do setor energético (a exemplo da Petrobras) e de transportes,

enquanto JK investiu na entrada do capital estrangeiro o que fez com que chegassem ao Brasil inúmeras

indústrias automobilísticas.

6. D

Antes do efetivo início do processo de industrialização no Brasil, houveram os chamados surtos

industriais, tentativas isoladas de industrialização que não se consolidaram por conta da força dos

grandes ruralistas, entre outras razões. Neste período, as “ilhas” que compunham o arquipélago

econômico brasileiro, centrados na agroexportação e cuja força de trabalho e mercado consumidor era

composta essencialmente por imigrantes europeus (sobretudo na produção cafeeira), exerciam grande

influência na balança comercial brasileira.

7. E

Inicialmente a produção brasileira era basicamente de produtos agrícolas – tais como algodão, açúcar,

fumo, café, cacau e borracha – e minérios. Esta produção era voltada para atender o mercado externo e

por isso a produção se concentrava no litoral do país de forma a facilitar o escoamento. A expressão

Arquipélagos Econômicos se deve ao fato que entre estas atividades não havia integração territorial

encontrando-se isoladas umas das outras.

8. B

Na década de 1940, a industrialização do Brasil foi caracterizada por importante intervenção do Estado

na economia através da criação de empresas estatais de bens intermediárias (indústria pesada). Era o

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Geografia

nacional-desenvolvimentismo no estilo keynesiano com substituição de importações e protecionismo

durante a Era Vargas.

9. B

Uma das características do governo Vargas foi a forte presença do Estado liderando a economia e o

processo de industrialização do país a partir do investimento na indústria de base e na criação de

legislações trabalhistas (CLT).

10. C

Para iniciar o processo de industrialização do Brasil, Vargas optou por desenvolver as indústrias de base

que serviriam para um posterior desenvolvimento de polos industriais consolidados. A energia

necessária e as peças para as novas indústrias seriam então produzidas por essas empresas.

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Geografia

Governos militares e a indústria e Crise da Década Perdida Quer ver esse material pelo Dex? clique aqui

Resumo

O período da ditadura militar (1964-1985) apresentou diversos aspectos que foram importantes para

o desenvolvimento da industrialização brasileira. Este momento da história foi pela continuidade do

processo de industrialização brasileira, iniciado com Vargas e JK, atrelado ao crescimento econômico que

se verificou no país. Em um segundo momento, verificou-se que, ao mesmo tempo em que foram realizados

grandes projetos, o endividamento público crescia em proporções astronômicas. Ou seja, aproveitando a

centralização do poder político que o autoritarismo permitia, o que possibilitou a atração de grandes

remessas de empréstimos internacionais e posteriormente o crescimento industrial, no período da ditadura

o país apresentou números expressivos de crescimento econômico, que teve um custo alto a ser pago

posteriormente.

O início do governo militar e sua relação com a industrialização brasileira – 1964 até 1967/1968

Os primeiros momentos dos governos militares não foram marcados por grandes avanços na

industrialização brasileira, nem pelos grandes projetos, pois o país enfrentava um grave quadro de

endividamento externo, fruto da política de internacionalização da economia proposta por Juscelino

Kubitschek (JK), que buscou o empréstimo de capital estrangeiro como um dos pilares do tripé econômico

para o investimento em indústrias de bens de consumos duráveis.

Pode-se afirmar, portanto, que esse primeiro período dos governos militares, que vai dos anos de 1964

até 1967, foi marcado por uma retração na economia e pouco crescimento da indústria brasileira.

O milagre brasileiro – 1968 até 1973

A partir de 1968, o país experimentou uma nova fase de sua economia e de seu processo de

industrialização. A recuperação financeira, fruto da reforma tributária, criação de fundos de poupança

compulsória (PIS, PASEP, FGTS) e ampliação do crédito lançaram bases para o momento considerado como

o “milagre brasileiro”. Entretanto, fatores externos também explicam esse crescimento, como o crescimento

da economia mundial nestes anos, que permitiu o acesso a um abundante crédito externo, possibilitando o

endividamento e criando espaço para a diversificação e o crescimento das exportações brasileiras.

O fraco desempenho da indústria e economia no início da década de 60 também deu margem para um

grande crescimento com o aumento do nível de investimento e captação de recursos externos do país.

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Como forma de legitimar o seu poder autoritário, os governos ditatoriais investiram fortemente em

obras de impacto, em áreas como transporte e energia. Dentre essas obras podemos destacar a Usina

Hidrelétrica de Itaipu, binacional (Brasil-Paraguai), responsável por produzir 17% da energia nacional e, até

2008, a maior hidrelétrica do mundo.

A implantação da usina nuclear de Angra é outra marca do investimento em energia do período.

Também podemos citar a ponte Rio-Niterói, expressão da modernidade e de grande complexidade, tendo o

maior vão em viga reta construído pelo homem. É a 13ª no mundo em extensão.

Além disso, ocorreu a construção de rodovias com a ampliação da malha viária de 3 mil para 45 mil

quilômetros, sem falar nos estádios de futebol, como o Castelão, em Fortaleza, e o Mineirão, em Minas Gerais,

que serviram como forma de expressão e propaganda da ditadura.

O saldo do período registrou uma percentual anual de crescimento industrial de 12,7%. Já o Produto

Interno Bruto (PIB) cresceu entre 1968 e 1973 11,3%, superando com grande margem o período anterior,

quando o crescimento médio anual havia sido de 3,2%.

A primeira crise do petróleo, em 1973, causada pela guerra do Yom Kippur fez com que a concessão

de empréstimos diminuísse levando o Brasil para o período que ficou conhecido como Marcha Forçada.

Marcha Forçada – 1973 até 1979

Em períodos de crise há a necessidade de formação de reservas de dinheiro, sendo assim, os países

que emprestavam ao Brasil à juros baixos reduziram os empréstimos concedidos. Todos os países

resolveram frear o crescimento, menos o Brasil, que viu esse momento como uma oportunidade de despontar.

Foi como se o Brasil ignorasse as altas do petróleo e a recessão mundial para forçar um ritmo de crescimento

insustentável a longo prazo. O objetivo era fazer o Brasil crescer a qualquer custo, a exemplo da compra de

empresas que estavam prestes a falir (estatizações) e através do 2º PND estimular as obras faraônicas como

a ponte Rio-Niterói, a rodovia Transamazônica e a Usina de Itaipu.

Década Perdida – 1979 até 1989

Uma das consequências da década perdida foi a diminuição de postos de trabalho. Após toda a euforia

vivida com o milagre econômico, a realidade foi exposta na década seguinte, com os anos 80, considerada

a década perdida, devido ao preço pago pelo grande endividamento externo e explosão da inflação, corroendo

o salário do trabalhador.

É importante destacar que o crescimento apresentado no período do milagre econômico foi baseado

também em um grande arrocho salarial, em um contexto mundial no qual as empresas multinacionais

perceberam que poderiam reduzir custos instalando-se em países que possibilitassem mão-de-obra barata,

legislação ambiental frágil, grande quantitativo de recursos naturais e infraestrutura básica. Esse movimento

estrangeiro permitiu que as empresas nacionais, que disputavam o mercado em condições de extrema

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Geografia

desigualdade, fossem sendo absorvidas pelas multinacionais, o que provocou uma intensa concentração de

capital nas mãos destas grandes e poucas empresas.

O mesmo fenômeno de concentração pôde ser percebido no campo onde a tecnologia expulsou

milhares de trabalhadores, que migraram para as áreas urbanas em busca de sobrevivência. Isso tudo

caracterizou uma sociedade fortemente desigual, com a renda concentrada na mão de poucos. Com o

aumento do endividamento e as crises internacionais do petróleo, nos anos de 1973 e 1979, os juros sobre

a dívida aumentaram significativamente, e a medida de emitir papel-moeda no mercado só serviu para

explodir a inflação, de forma que isso tudo trouxe uma grande retração econômica e da produção industrial,

acarretando o fim do período militar e a entrada na democracia com um país em grave crise econômica.

Podemos sinalizar que o espaço brasileiro teve grandes transformações, principalmente levando em

questão a integração que as rodovias construídas no período militar proporcionaram, permitindo uma maior

integração no território nacional. Apesar disso, ocorre uma concentração espacial das indústrias

principalmente na região Sudeste, com destaque para São Paulo, fato que só começa a diminuir no período

democrático, pós-ditadura, com o processo de fuga para cidades menores e com maiores atrativos

econômicos para as empresas, como isenção de impostos, solos urbanos mais baratos, menor

congestionamento, entre outras características.

Esse processo de descontração espacial vai ajudar na própria desmetropolização, devido ao maior

dinamismo e crescimento de cidades médias, em muitos casos, fruto da instalação de grandes indústrias,

levando desenvolvimento econômico e crescimento populacional para essas cidades, devido a esse novo

polo atrativo.

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Exercícios

1. Durante o governo Médici, o Brasil assistiu a um vigoroso desenvolvimento que as manifestações

ufanistas patrocinadas pelo governo batizaram de “milagre econômico”. A esse respeito, pode-se

afirmar que:

a) O sucesso das cifras econômicas deveu-se à criação do Plano de Metas, idealizado pelo então

ministro Antonio Delfim Neto.

b) Enquanto o PIB subia a taxas em torno de 10% ao ano, ocorreu, paradoxalmente, um aumento da

concentração de renda e da pobreza.

c) O “milagre” foi decorrência direta da transformação da economia brasileira, que então

abandonava suas bases rurais e passava a se concentrar na produção urbano industrial.

d) A arrancada econômica foi fruto do abandono da indústria de base e da adoção de uma política

de substituição de importações que tornou o Brasil menos dependente do mercado mundial.

e) Favorecido pela política de recuperação salarial da classe média posta em prática nos anos

sessenta, o “milagre” chega ao fim com o arrocho salarial imposto pelo governo Geisel.

2. "Brasil, ame-o ou deixe-o" foi um dos célebres 'slogans' do regime militar, em torno de 1970, época

em que o Governo Médici divulgava a imagem do "Brasil Grande" e proclamava o "Milagre Econômico"

que faria do país uma grande potência. Assinale a opção que melhor caracteriza a política econômica

correspondente ao chamado "Milagre".

a) Fusão do capital industrial e do bancário, gerando monopólios capazes de impor preços

inflacionários, dos quais resultaram o crescimento econômico e o aumento do mercado

consumidor nos grandes centros urbanos.

b) Desenvolvimento de obras de infraestrutura, a exemplo de hidrelétricas e rodovias, com base na

poupança nacional e no investimento de bancos públicos.

c) Crescimento econômico e aquecimento do mercado de bens duráveis ancorados em políticas

salariais redistributivas e na indexação de rendimentos do mercado financeiro.

d) Elevados investimentos no setor de bens de capital e na indústria automobilística combinados a

uma vigorosa agricultura comercial de médio porte.

e) Incentivo à entrada maciça de capitais estrangeiros combinada ao arrocho salarial, resultando

em elevados índices de crescimento econômico e inflação baixa.

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3. Uma das características da economia brasileira posterior aos anos 1950 foi a consolidação da

chamada sociedade de consumo, acompanhada pelo desenvolvimento da propaganda. Apesar de a

crise econômica ter marcado o período 1962-1967, o aumento do consumo de eletrodomésticos nos

domicílios de trabalhadores de baixa renda mostrou-se constante, até, pelo menos, a crise do

“milagre” brasileiro, na década de 1970.

Uma das explicações para esse aumento do consumo envolveu:

a) o favorecimento, pelo então Ministro Roberto Campos, das empresas industriais estatais, que

puderam baratear o custo dos bens de consumo duráveis que produziam.

b) o aumento do salário real das classes trabalhadoras, beneficiadas pela nova política salarial do

governo Castelo Branco, voltada para a desconcentração da renda no país.

c) o fortalecimento das pequenas e médias empresas industriais nacionais, as maiores produtoras

de bens de consumo duráveis, favorecidas pela criação do Imposto sobre a Produção Industrial,

nos anos 1960.

d) as facilidades do crédito concedidas ao consumidor, após 1964, de modo a preservar a

rentabilidade das indústrias produtoras de bens de consumo duráveis, alvos da política

econômica, então inaugurada.

e) os constrangimentos tributários impostos pelo governo às multinacionais produtoras de bens de

consumo duráveis, que perderam a concorrência para as estatais desse mesmo setor.

4. O chamado "milagre brasileiro" estendeu-se de 1968 a 1973. Assinale a alternativa correta, relativa a

seus pontos críticos.

a) Era totalmente atrelado à política do FMI, que organizou o próprio modelo econômico.

b) Causou notável desproporção entre o avanço econômico e a qualidade de vida, sobretudo pelo

abandono dos programas sociais pelo Estado.

c) Baseava-se na política liberal, rejeitando qualquer interferência do Estado na economia.

d) Embora com altos indicadores sociais, não obteve os índices de crescimento esperados.

e) Não aumentou a capacidade de arrecadar tributos e beneficiou sobretudo as camadas baixas da

população.

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5. De 1967 a 1973, o Brasil alcançou taxas médias de crescimento muito elevadas e sem precedentes,

decorrentes da política econômica, mas também de uma conjuntura econômica internacional muito

favorável. Esse período (e por vezes de forma mais restrita nos anos 1968-1973) passou a ser

conhecido como o do "milagre econômico brasileiro". Infelizmente, o mês de outubro de 1973 marca

o término desse período de crescimento. Disponível em: <http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/milagre-economico-brasileiro>. Acesso em:

23 de mar, 2017. (Adaptado)

Um fator responsável pelo fim do milagre econômico apresentado foi

a) a queda na exportação de produtos agrícolas brasileiros, principal mente, o café.

b) o primeiro choque do petróleo e a consequente crise no mercado internacional.

c) o aumento no valor das matérias-primas importadas pelo Brasil, com destaque para a bauxita.

d) as sucessivas greves produzidas pelo movimento sindical, inviabilizando a produção para

exportação.

e) início da Guerra Fria e diminuição das relações exteriores com países do bloco socialista

6. O Governo de Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), o terceiro General-Presidente do regime que

chegou ao poder por meio do Golpe Militar de 31/3/1964, foi profundamente marcado tanto pelo auge

da repressão política quanto pelos elevados níveis de crescimento que ficaram conhecidos como ¯

“Milagre Econômico”. Tomando como referência essa informação, analise a charge abaixo.

A crítica a um dos desdobramentos do chamado ¯ “Milagre Econômico” refere-se à (ao)

a) concentração de renda.

b) aumento do êxodo rural.

c) crescimento dos níveis salariais.

d) redução dos níveis de desemprego.

e) elevação da dívida externa brasileira.

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7. Entre o final da década de 1960 e o início da década de 1970, a economia brasileira obteve altos índices

de crescimento. O fenômeno se tornou conhecido como milagre econômico e derivou da aplicação de

uma política que provocou, entre outros efeitos,

a) êxodo rural e incremento no setor ferroviário.

b) crescimento imediato dos níveis salariais e das taxas de inflação.

c) aumento do endividamento externo e da concentração de renda.

d) estatização do aparato industrial e do setor energético.

e) crise energética e novos investimentos em pesquisas tecnológicas.

8. Com o crescimento econômico ocorrido durante o século XX, o Brasil pode ser considerado um país

industrializado, embora os males do subdesenvolvimento continuem presentes. O processo de

industrialização brasileiro contou com um agente de fundamental importância: o Estado Nacional.

Sobre o papel do Estado no processo de industrialização brasileiro, assinale a alternativa CORRETA:

a) Foi responsável pela construção dos setores de infraestrutura e transporte, pelo investimento

direto no setor industrial e pela criação de uma legislação trabalhista.

b) Foi responsável pelos investimentos em infraestrutura e transporte, porém não participou dos

investimentos diretos no setor industrial e se omitiu na criação de uma legislação trabalhista.

c) Agiu na criação de uma legislação trabalhista, porém não participou dos investimentos em

infraestrutura e transportes, bem como dos investimentos diretos no setor industrial.

d) Foi responsável pelos investimentos diretos no setor industrial, porém, por falta de recursos,

deixou a cargo das empresas privadas os investimentos na criação de infraestrutura e

transportes.

e) Abriu mão do papel de empreendedor, não participando dos investimentos diretos no setor

industrial, nem dos investimentos em infraestrutura.

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9. É possível afirmar através de uma visão de síntese do processo histórico da industrialização no Brasil

entre 1880 a 1980, que esta foi retardatária cerca de 100 anos em relação aos centros mundiais do

capitalismo. Podemos identificar cinco fases que definem o panorama brasileiro de seu

desenvolvimento industrial: 1880 a 1930, 1930 a 1955, 1956 a 1961, 1962 a 1964 e 1964 a 1980.

Leia com atenção as afirmações a seguir, identificando-as com a sua fase de desenvolvimento

industrial.

I. Modelo de desenvolvimento associado ao capital estrangeiro, sem descentralizar a indústria do

Sudeste de forma significativa em direção a outras regiões brasileiras; corresponde ao período

de Juscelino Kubitschek, com incremento da indústria de bens de consumo duráveis e de setores

básicos.

II. Modelo de política nacionalista da Era Vargas, com o desenvolvimento autônomo da base

industrial demonstrado através da construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Ressalta-se que, neste período, a Segunda Guerra Mundial impulsionou a industrialização.

III. Período de desaceleração da economia e do processo industrial motivados pela instabilidade e

tensão política no Brasil.

IV. Implantação dos principais setores da indústria de bens de consumo não duráveis ou indústria

leve, mantendo-se a dependência brasileira em relação aos países mais industrializados. O Brasil

não possuía indústrias de bens de capital ou de produção.

V. Período em que o Brasil esteve submetido a constrangimentos econômicos, financeiros e sociais

devido a seu endividamento no exterior com o objetivo de atingir o crescimento econômico de

10% ao ano. Mesmo assim, não houve muitos avanços na área social. Modernização

conservadora com o Governo Militar. (Secretaria da Educação. Geografia, Ensino Médio. São Paulo, 2008. Adaptado.)

A sequência das fases do desenvolvimento industrial brasileiro descritas nas afirmações é:

a) IV, II, I, III, V.

b) I, II, V, IV, III.

c) III, IV, V, I, II.

d) I, III, II, V, IV.

e) III, IV, II, V, I.

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10. Visto à luz das reformas de caráter neoliberal, realizadas pelos governos brasileiros na década de

1990, o modelo econômico implantado pelo regime militar em 1964 aparece hoje, mais do que aparecia

na época,

a) associado ao capital internacional e em ruptura com o modelo anterior, baseado num capitalismo

nacional.

b) nacionalista e continuísta com relação ao modelo anterior, que associava capitalismo nacional e

internacional.

c) empenhado em uma política econômica modernizadora, que rompia com o passado e diminuía a

esfera de ação estatal.

d) subordinado aos interesses do capital internacional, que o impediu de modernizar a produção

agrícola.

e) vinculado a uma política econômica conservadora e em alinhamento automático com a política

externa norte-americana.

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Gabarito

1. B

Apesar do grande desenvolvimento econômico brasileiro no período que ficou conhecido como milagre

econômico brasileiro, não houve uma distribuição de renda, aumentando ainda mais as desigualdades

sociais internas, pois com o argumento de esperar a economia crescer para depois redistribuir ocorreu

uma maior concentração de renda.

2. E

O crescimento econômico brasileiro no período citado se se deu em decorrência da aquisição de

empréstimos internacionais a juros baixos, empréstimos esses utilizados no processo de

industrialização e desenvolvimento infra estrutural em curso naquele momento. Soma-se a este cenário

o arrocho salarial, ou seja, o não aumento dos salários acompanhando a inflação, acarretando

desigualdades sociais. Esses fatores juntos caracterizam a política econômica do referido período.

3. D

Em um primeiro momento dos governos militares houve a concessão de crédito à população visando a

saída do país da situação econômica que se encontrava, um grave quadro de endividamento externo,

fruto da política de internacionalização da economia proposta por Juscelino Kubitschek (JK), que buscou

o empréstimo de capital estrangeiro como um dos pilares do tripé econômico para o investimento em

indústrias de bens de consumos duráveis.

4. B

A questão dá enfoque ao âmbito social no período do milagre econômico brasileiro, em que por um lado

verificou-se o crescimento da economia, mas por outro observou-se a crescente desigualdade social

decorrente da não distribuição de renda.

5. B

O milagre econômico terminou com a primeira crise do petróleo (1973). A elevação dos preços dessa

matéria-prima prejudicou a economia mundial, diminuindo a confiança dos investidores e, portanto, a

disponibilidade de crédito. Além de afetar a balança comercial dos países que importavam grandes

quantidades de petróleo, tal como o Brasil.

6. A

A famosa frase do Ministro Delfim Netto,sintetizou a estratégia econômica de não distribuir renda para

a classe trabalhadora no mesmo ritmo de crescimento do país. Dessa maneira era esperado o controle

da inflação e um posicionamento definitivo do Brasil entre as grandes potências econômicas mundiais.

A crítica da charge está na parte final que foi acrescida a frase “só um pedacinho”, simbolizando a forte

concentração de renda que essa estratégia gerou.

7. C

O Milagre Econômico Brasileiro foi caracterizado por um elevado crescimento de seu PIB, possível

graças ao intenso processo de industrialização e investimentos em infraestrutura. Porém, tal processo

ocorreu a custas de um elevado endividamento externo, além de se observar um crescimento da

concentração da renda, pois uma vez que a melhora econômica do país não se traduziu na diminuição

da desigualdade.

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8. A

O processo de industrialização iniciado no governo Vargas (1930) e que evoluiu durante o governo de JK

e no período militar foi marcado pelos investimentos estatais no setor de infraestrutura, a exemplo da

construção de rodovias, no setor de transporte, com o estímulo a entrada de indústrias automobilísticas

no país, investimentos no setor industrial diretamente com a inauguração de indústrias de base e a

criação de legislação trabalhista, inicialmente para o trabalhador urbano e posteriormente para o

trabalhador do campo.

9. A

Todas as afirmativas estão corretas ao correlacionar os períodos apontados no enunciado com as

características de cada período que, em ordem, correspondem ao período anterior a efetiva

industrialização brasileira, o período inicial da industrialização durante o governo Vargas marcado pela

criação das indústrias de base, o período do governo JK marcado pelos investimentos estrangeiros e

diversificação da indústria, período de crise que antecede os governos militares e período dos governos

militares marcado por um grande desenvolvimento econômico as custas de uma grande desigualdade

social e endividamento.

10. B

Assim como no período do governo JK, os governos militares foram marcados pela associação entre o

capital nacional, público e privado, e internacional. Ambos acarretaram uma grande dívida externa para

o país e uma grande desigualdade social.

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Geografia

JK e o Plano de Metas

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Resumo

Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) a economia brasileira se abriu para os

investimentos internacionais – momento este em que entraram no Brasil grandes montadoras como a Ford

e a Volkswagen – atendendo a proposta desenvolvimentista de JK que visava a “decolagem” (“take off”) da

industrialização brasileira. Estas indústrias instalaram suas filiais na região Sudeste, principalmente, nas

cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e ABC paulista (Santo André, São Caetano e São Bernardo). As

oportunidades de empregos aumentaram muito nesta região, atraindo assim muitos trabalhadores de todo

Brasil. Este fato fez aumentar o êxodo rural e a migração de nordestinos e nortistas para as grandes cidades

do Sudeste.

O lema “50 anos em 5” demonstrou o objetivo audacioso de JK de desenvolver em apenas 5 anos o

equivalente a 50 anos através de 31 metas apresentadas no Plano de metas, dentre as quais se encontrava

a construção de Brasília. Com a transferência da capital do Rio de Janeiro para Brasília, JK pretendia

desenvolver a região central do país e afastar o centro das decisões políticas de uma região densamente

povoada. Com capital oriundo de empréstimos internacionais, JK conseguiu finalizar e inaugurar Brasília,

em 1960.

No governo JK as indústrias que receberam o maior número de investimentos foram as do setor

energético e de transportes, e a fonte de capitais para serem investidos no projeto de industrialização

baseava-se em um tripé econômico formado pelo investimento estatal em infraestrutura, o investimento de

capital privado nacional em indústrias de bens de consumo com menor carga tecnológica e pelo capital

privado estrangeiro responsável pelo investimento em indústrias de bens de consumo com investimento

tecnológico.

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Geografia

A política econômica de Juscelino apresentou pontos positivos e negativos para o país. De um lado a

entrada de multinacionais gerou empregos, porém, por outro lado deixou o país mais dependente do capital

externo. O investimento na industrialização em parte a zona rural desassistida, prejudicando o trabalhador

do campo e a produção agrícola. O país ganhou uma nova capital, Brasília, porém a dívida externa, contraída

para esta obra, aumentou significativamente. A migração e o êxodo rural descontrolados fizeram aumentar

a pobreza, a miséria e a violência nas grandes capitais do Sudeste do país.

Quer assistir um QQD sobre o tema e ainda baixar mapa mental? clique aqui

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Exercícios

1. Não é difícil entender o que ocorreu no Brasil nos anos imediatamente anteriores ao golpe militar de

1964. A diminuição da oferta de empregos e a desvalorização dos salários, provocadas pela inflação,

levaram a uma intensa mobilização política popular, marcada por sucessivas ondas grevistas de

várias categorias profissionais, o que aprofundou as tensões sociais. Dessa vez, as classes

trabalhadoras se recusaram a pagar o pato pelas “sobras” do modelo econômico juscelinista. (MENDONÇA, S. R. A industrialização Brasileira. São Paulo: Moderna, 2002 (adaptado)

Segundo o texto, os conflitos sociais ocorridos no início dos anos 1960 decorreram principalmente

a) da manipulação política empreendida pelo governo Joao Goulart.

b) das contradições econômicas do modelo desenvolvimentista.

c) do poder político adquirido pelos sindicatos populistas.

d) da desmobilização das classes dominantes frente ao avanço das greves.

e) da recusa dos sindicatos em aceitar mudanças na legislação trabalhista.

2. Juscelino Kubitschek assumiu a presidência do Brasil em 31 de janeiro de 1956. Seu governo foi

marcado pela ênfase na necessidade de promover o desenvolvimento econômico sem criar o risco de

perturbar a ordem social, embalado pelo otimismo do lema “cinquenta anos em cinco”. A política

econômica do governo JK, voltada para os transportes, a educação, a produção de alimentos, o

desenvolvimento da indústria de base e a construção de Brasília, foi definida em um documento que

sintetizava 31 objetivos.

Marque a opção que contém o nome desse plano.

a) Plano de Metas

b) Plano Collor

c) Plano Cruzado

d) Plano Piloto

e) Plano Real.

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3. “O programa consistia em 30 metas, agrupadas em 5 setores:

1) Energia - 43,4 % do investimento em 5 metas: energia elétrica; energia nuclear; carvão; produção

de petróleo; refinação de petróleo.

2) Transportes: 29,6% do investimento nas seguintes metas: reequipamento e construção de

estradas de ferro; pavimentação e construção de estradas de rodagem; portos e barragens;

marinha mercante; transportes aéreos.

3) Alimentos: 3,2 % do investimento em 6 metas: trigo; armazéns e silos; frigoríficos; matadouros;

mecanização da agricultura; fertilizantes.

4) Indústria de base: 20,4 % do investimento em 11metas: aço; alumínio; metais não ferrosos;

cimento; álcalis; papel e celulose; borracha; exportação de ferro; indústria de veículos

motorizados; indústria de construção naval; maquinaria pesada e equipamento elétrico.

5) Educação: 4,3 % do investimento em meta única.”

NOSSO SÉCULO. 1945-1960, 2ª parte. São Paulo: Abril. 1985 [adapt.].

A proposta eleitoral, denominada “Plano de Metas”, correspondeu

a) ao nacionalismo estatizante – que desejava a industrialização apoiada pela burguesia nacional,

especialmente a automobilística, com a FNM (Fábrica Nacional de Motores) – no governo de

Eurico Gaspar Dutra.

b) ao slogan “50 anos em 5” – que previa desenvolvimento infraestrutural, com destaque às

rodovias, e substituições das importações – a ser aplicado no governo de Juscelino Kubitschek.

c) aos projetos na área de Energia, Transportes, Alimentos, Indústrias de Base, Educação, no Estado

Novo, período ditatorial comandado por Getúlio Vargas.

d) às Reformas de Base, tanto agrária e urbana como industrial, na presidência do socialista João

Goulart, que acabou sendo destituído pelos militares nacionalistas.

e) à concentração da maioria dos recursos financeiros nos setores de Energia e Educação, com o

apoio da Aliança para o Progresso, durante a presidência de Jânio Quadros.

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4. "(...) O aumento da produção interna exigirá o aumento das importações, o que, para verificar-se,

depende da renda das exportações e do influxo líquido de capital estrangeiro. As atividades da maior

parte dos setores de produção sendo interdependentes, a expansão de um deles acarretará a

expansão dos demais (...)". (Programa de Metas. Relatório das atividades do Conselho de Desenvolvimento em 1958, RJ, 1959.)

O governo Juscelino Kubitschek, enfatizando um modelo de desenvolvimento econômico industrial,

estabeleceu as seguintes prioridades: estradas, transportes e energia. Sobre esse período, analise as

afirmativas abaixo.

a) Com a participação ativa do Estado na economia, as multinacionais promoveram a

internacionalização do mercado brasileiro.

b) Por atender às necessidades reais da população, tal modelo econômico apresentou várias

distorções, representadas pelo desequilíbrio social e pela concentração de renda.

c) A crescente oposição dos setores conservadores à política econômico-financeira de Juscelino

Kubitschek levou-o a perder o apoio do Congresso Nacional, o qual passou a exercer pressão

sobre o presidente, obrigando-o a renunciar.

d) O período de JK foi marcado pelo neoliberalismo no qual, a maior parte das obras públicas

realizadas naquele período, atualmente é regulada pelo setor privado.

e) Além da construção de Brasília, foram construídas outras cidades planejadas por Oscar Niemeyer

no Centro Oeste e no Norte, fato que propiciou a dinamização econômica dessas regiões.

5. No período compreendido entre os anos JK e o final do governo Geisel, o Brasil apresentou, entre

outras características econômicas,

a) o predomínio da substituição de importações de bens de consumo e a redução das disparidades

regionais.

b) grande desenvolvimento industrial dependente de tecnologia e capitais estrangeiros e maior

intervenção do Estado na economia.

c) grande expansão das empresas industriais de capitais nacionais, privados e estatais, e declínio

da dívida externa.

d) o predomínio da substituição de importações de bens de consumo e menor intervenção do Estado

na economia.

e) grande desenvolvimento industrial dependente de tecnologia e capitais estrangeiros e a redução

de disparidades regionais.

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6. "Entre 1955 e 1960 houve um salto no processo de industrialização brasileira através da fase

conhecida como PLANO DE METAS, onde o crescimento econômico esteve apoiado em um conjunto

de investimentos e profundas modificações na estrutura industrial do país."

O conjunto de investimentos e modificações a que se refere o texto consistia, entre outros,

a) na grande ampliação das centrais de energia termelétricas; na instalação e modernização de

terminais marítimos e no crescimento de indústrias de bens de consumo duráveis, como a

alimentícia e a eletroeletrônica.

b) na recuperação de áreas urbanas junto às metrópoles; na criação de corredores de exportação e

no sensível crescimento dos setores de indústria de base, como a do aço, cimento e química

pesada.

c) na crescente diversificação da pauta de exportações de produtos primários e na nacionalização

de indústrias inicialmente ligadas ao capital internacional, como a química leve e a farmacêutica.

d) na ampliação significativa da capacidade instalada de energia elétrica; no aumento do número e

na modernização das rodovias e no crescimento do setor de bens de produção e da indústria

automobilística.

e) na criação e instalação de portos fluviais, na expansão da agroindústria, na descentralização da

atividade industrial e no fortalecimento dos mecanismos de distribuição equilibrada da renda.

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7. JK — Você agora tem automóvel brasileiro, para correr em estradas pavimentadas com asfalto

brasileiro, com gazolina brasileira. Quer mais quer?

JECA — Um prato de feijão brasileiro, seu doutô!

THÉO. In: LEMOS, R. (Org.). Uma história do Brasil através da caricatura (1840-2001). Rio de Janeiro: Bom Texto;

Letras & Expressões, 2001.

A charge ironiza a política desenvolvimentista do governo Juscelino Kubitschek, ao

a) evidenciar que o incremento da malha viária diminuiu as desigualdades regionais do país.

b) destacar que a modernização das indústrias dinamizou a produção de alimentos para o mercado

interno.

c) enfatizar que o crescimento econômico implicou aumento das contradições socioespaciais.

d) ressaltar que o investimento no setor de bens duráveis incrementou os salários de trabalhadores.

e) mostrar que a ocupação de regiões interioranas abriu frente de trabalho para a população local.

8. O período comumente denominado de “anos dourados” marcaram uma etapa da recente história

brasileira associada ao desenvolvimentismo (abertura de rodovias, expansão da rede hidrelétrica,

implantação da indústria automobilística, descentralização da capital) e à atmosfera cultural marcada

pelo surgimento da Bossa Nova. A que governo tal período está associado:

a) Juscelino Kubitschek

b) João Goulart

c) Getúlio Vargas

d) Eurico Gaspar Dutra

e) Jânio da Silva Quadros

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9. “Vai minha tristeza/ E diz a ela que sem ela não pode ser/ Diz-lhe numa prece/ Que ela regresse/

Porque não posso mais sofrer/ Chega de saudade/ A realidade é que sem ela/ Não há paz/ Não há

beleza/ É só tristeza e a melancolia/ Que não sai de mim/ Não sai de mim/ Não sai.” Chega de Saudade, Tom Jobim e Vinícius de Moraes

Esse é o trecho de uma das principais canções da bossa nova, gênero que renovou a música brasileira.

Nessa época, vivia-se uma fase de otimismo no país. Altos índices anuais de crescimento econômico,

grandes obras públicas, estabelecimento de empresas estrangeiras, manutenção da estabilidade

política pelo presidente eleito e significativas conquistas esportivas em competições internacionais

eram características:

a) do governo do Garrastazu Médici e do chamado “Milagre Brasileiro”;

b) do governo de João Goulart e da implementação das “Reformas de Base”;

c) do governo de Getúlio Vargas e da política de substituição de importações;

d) do governo de Jânio Quadros e da desnacionalização da economia;

e) do governo de Juscelino Kubitschek e do chamado “Nacional Desenvolvimentismo”.

10. Em um de seus discursos, o presidente Juscelino Kubitschek afirmou:

“O puro, o nobre e inteligente nacionalismo não se confunde com xenofobia. Da mesma maneira que

a independência política de uma nação não significa animosidade contra os estrangeiros, nem a

recusa aos intercâmbios econômicos ou relações financeiras com os países mais ricos ou mais

favorecidos em valores econômicos.” (In: CARDOSO, Miriam Limoeiro. Ideologia do Desenvolvimento. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. p. 158.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o período JK, é correto afirmar:

a) O discurso nacionalista sob a ótica desenvolvimentista de JK possuía conteúdo semelhante

àquele estabelecido na Era Vargas: ambos minimizaram a importância do capital externo.

b) A ideologia do “desenvolvimentismo” no período JK assumiu a entrada de capitais estrangeiros

no país como um recurso legítimo que expressava o verdadeiro patriotismo.

c) O “desenvolvimentismo” do período JK objetivou a consolidação da vocação agrícola da

economia brasileira, promovendo a “Marcha para Oeste”, política que alavancou a agricultura de

exportação.

d) Para a indústria brasileira, que passava por uma fase de retração, o “desenvolvimentismo” de JK

foi pernicioso, pois propunha um nacionalismo xenófobo.

e) O “Plano de Metas”, programa de governo do então candidato JK, colocado em pratica logo após

sua eleição, visava primordialmente ao desenvolvimento da agricultura de exportação,

instituindo, para esse fim, o “confisco cambial”.

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Questão contexto

A realização mais conhecida do governo de Juscelino Kubitschek foi a construção de Brasília,

conhecida como a meta-síntese do Plano de Metas. No entanto, essa obra contemplava objetivos

mais abrangentes desse governante. Dentre esses objetivos, destaca-se o de promover a integração

nacional. Discorra de que forma essa integração foi organizada.

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Gabarito

1. B

Os avanços econômicos ocorridos no governo de JK trouxeram também ônus para a população, o que

representava uma contradição, visto que por um lado avançava-se economicamente e por outro retraía-

se no setor social.

2. A

O Plano de Metas criado por JK reunia os objetivos que deveriam ser alcançados em 5 anos, dentre estes

a construção de Brasília.

3. B

O Plano de Metas, um conjunto de 30 metas mais a meta síntese, foi elaborado no governo JK e visava

o desenvolvimento de 5 setores do Brasil. Esse plano fez parte do objetivo de JK que era um rápido

desenvolvimento brasileiro sob o slogan “50 anos em 5”. Pode-se dizer que esse objetivo deu

continuidade à substituição de importações iniciada em Vargas pois visava o desenvolvimento da

indústria brasileira mas nesse novo momento recebendo capitais nacionais e externo (tripé econômico)

(nacional-desenvolvimentismo).

4. A

Visando ampliar o desenvolvimento econômico brasileiro, JK entendia que para o progresso da

economia deveria haver a participação do capital estrangeiro. Para alcançar os objetivos propostos no

Plano de Metas era então necessária uma intervenção maior do Estado na economia, priorizando, então,

a entrada de capitais estrangeiros no país. É importante destacar que foi nesse período o Brasil iniciou

o processo de endividamento externo.

5. B

Durante o período compreendido entre o governo JK (1956-1961) e Geisel (1974-1979) o Brasil recebeu

grande quantidade de capitais estrangeiros que foram investidos na economia e em especial na indústria.

Isso contribuiu para uma crescente dependência do país em relação a tecnologia estrangeira que era

investida nas indústrias e foi um processo guiado pela ação estatal caracterizando uma intervenção

direta.

6. D

Durante o governo JK houve a criação do Plano de Metas que priorizava os investimentos em

determinados segmentos, dentre estes, o de energia, o de transportes e as indústrias.

7. C

A grande ironia da charge passa sobre o discurso desenvolvimentista do presidente JK, que ao

implementar as mudanças prometidas em seu Plano de metas, concentrou as melhorias no Centro- Sul,

aumentando assim a desigualdade entre as regiões brasileiras, fato demonstrado no personagem que

questiona o desenvolvimento em um cenário que parte da população padece de falta de comida.

8. A

As características apresentadas descrevem o período do governo JK no qual os “anos dourados”

referem-se à chegada de uma modernidade tecnológica e também cultural chegando ao Brasil.

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9. E

As características citadas apontam para o período do governo JK (1956-1961) caracterizado pelo

nacional-desenvolvimentismo. Foi nesse período que houveram grandes investimentos em transporte,

produção de energia e indústrias de base, com o intuito de proporcionar o crescimento econômico

capitalista ao Brasil.

10. B

O governo JK foi caracterizado por três vertentes de investimentos, o capital nacional estatal, o capital

nacional privado e o capital privado externo. O recebimento de investimento externo era visto por JK

como uma verdadeira expressão nacionalista pois estaria colocando o interesse em desenvolver o país

acima de qualquer ideia de protecionismo nacionalista que estagnaria economicamente o país.

Questão contexto A construção de Brasília e a mudança da capital do país para o Planalto Central foram as metas-síntese

das ações desenvolvimentistas do governo de Juscelino Kubitschek, entre 1956 e 1961. Elas

representaram o objetivo de associar o crescimento e a modernização econômica a cada vez maior

integração nacional, por meio, dentre outras ações, dos investimentos na construção de estradas e na

expansão da indústria automobilística.