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2 | PÁSSARO AZUL – LIVRO 3 -VERSÃO PROMOCIONAL

Antes de mais, obrigado por expressar curiosidade em conhecer o meu livro «Pássaro Azul». Esta versão digital pretende mostrar o que vai poder encontrar no livro, servindo de apresentação ou até de aperitivo! Está prestes a ir bem mais longe no oculto mundo ORDO que se irá revelando à medida que avança no livro e, posteriormente, nos restantes da série. Esperando que goste, eis o que preparei para si logo após uma pequena introdução sobre mim.

Mário Portela

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MÁRIO PORTELA nasceu na mui nobre e

invicta cidade do Porto em 1973. Ariano e de ideias fixas navega contra a corrente e a normalidade. Cedo

assumiu-se como um místico sem preocupação com a combatividade que a sociedade teria em relação a isso…

Em 1999 fundou todo o projecto PORTUGAL MÍSTICO cujo principal intuito é trazer ao público a capacidade

de pensar por si mesmo, sem tradicionalismos, sem teologias, sem superstições, sem ghettos e grupos,

sem medo do esotérico. Criador do Método de Progressão Kriya e da Terapia ReAnimática, é um

desmistificador por excelência de todas as áreas místicas, holísticas e

terapêuticas. Exerce, hoje, o papel independente de

terapeuta e consultor das mais variadas áreas: Programação Neurolinguística, Prana Bhakti, Tarosofia, Orientação Energética e Psicológica, Numerologia, Terapia

Floral, Terapia de Vidas Passadas, entre outras. «Viver é uma grande lição... Aprendi que não há um só dia em que não aprendamos nada de novo, ainda que não dermos conta disso. Muitas informações novas entram pelos nossos olhos e ouvidos, muitas experiências são vividas, muitas coisas são aprendidas por nós.» Autor, Produtor e Editor do livro de poesia «Argumentando Sentimentos» em 2009, recusa o epíteto de escritor. Numa batalha contra os rótulos e a adversidade social, faz apenas o que ama quando quer e quando sente que o mundo lho pede. Não se considera um escritor, mas um contador de histórias, o que demonstra com o projecto literário ORDO já com três livros editados («Envelope Amarelo», «Cristal Escarlate» e «Pássaro Azul») e do livro guia «Quem cala, consente!». Escreve desde que aprendeu a juntar as letras e hoje publica artigos, ensaios, revistas e cadernos das suas várias valências, que edita por sua conta e risco, acreditando que o que faz chega exactamente a quem tem de chegar…

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Ficha Técnica Título: Pássaro Azul Sub-Título: ORDO – Livro 3 ISBN: 978-989-99972-0-2 Atribuído pela APEL – Associação Portuguesa de Editores e Livreiros Copyright © 2017 por Mário Portela Registo de Direitos safeCreative 1-709283622648 de 28/9/2017

Capa e Design: Mário Portela

1ª Edição: Outubro de 2017

Edição de Autor em self-publishing sob a chancela PORTUGAL MÍSTICO – EDITORIAL, presidido por Mário Portela Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida por qualquer processo electrónico, mecânico ou fotográfico, incluindo, fotocópia, xerocópia ou gravação, sem autorização prévia do autor ou da instituição reguladora e difusora da obra. Exceptua-se desta proibição a transcrição de curtas passagens para efeito de apresentação crítica ou debate por parte de alunos ou membros com autorização expressa.

Todos os direitos reservados ao autor

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Recomenda-se a leitura prévia das obras:

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ERVOSA, ACENDEU MAIS UM CIGARRO do maço escarlate, não podia crer no que se passava... havia já alguns anos, aliás desde o

falecimento da mãe, que não tinha este género de pensamentos. Tudo começara no dia anterior quando por uns instantes se sentiu estranhamente a cogitar sobre a horrível morte de sua mãe e, como um relâmpago, tudo evoluiu até uma sensação primeiro de ódio, depois de inquietação... até àquele momento... parecia-lhe que, algures, alguém precisava da sua

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ajuda desesperadamente e a angustiante sensação carcomia-a por dentro. Passeando temerosamente as suas mãos de cútis ligeiramente alaranjada pelos cabelos ruivos, Mary não conseguia afastar aquele pressentimento da sua mente. Os dedos pareciam encrespar-se sempre que o inevitável tormento lhe voltava à mente. Observava com o olhar aberto e parado o já antigo retrato de sua mãe, amorosamente colocado sobre uma estante do seu quarto entre os seus objectos pessoais. Eram, provavelmente, as únicas lembranças da Irlanda, terra onde nascera e fora criada, órfã de pai, até ao malfadado dia do acidente... Naquela altura, Mary havia completado os seus dezoito anos. Conheceu um português, que ali estava a trabalho em nome de uma revista que pretendia editar uma reportagem sobre as aldeias provincianas e tradicionais da Irlanda e traçar o paralelismo com as terras de um Portugal recentemente livre. Não estava explicado ainda se Pedro, o repórter, puxara conversa com Mary pela sua inimitável beleza, ou se precisava simplesmente de um guia que o conduzisse aos melhores locais daquela aldeia. O que é certo é que se passaram três dias de visitas guiadas por Mary que, não se sabendo como, foi alimentando uma secreta paixão pelo moreno português. «O mundo das paixões é tão novo para mim... nem sei se ele me corresponde ou se são só desvarios doces de amor que me percorrem... mas ele é tão... há de ser meu, só meu, amo-o mais do que qualquer

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coisa neste Universo! Não vou aguentar a sua volta a Portugal... e se ele é casado?! Nunca falamos nisso!...», pensava durante a noite Mary, lembrando-se que no dia a seguir iria vê-lo de novo para mais umas visitas e outras sessões demoradas de fotografia. No quarto dia, Mary teve um colapso nervoso quando Pedro lhe segurara as mãos e se confessara enamorado... aliás tão perdidamente enamorado que inventara uma qualquer desculpa à redacção da revista onde trabalhava só para ali permanecer por mais uma semana. «Ele é meu... e eu dele... não vou aguentar se ele me deixar! Ninguém nos vai separar, ninguém! Morreria se...» A semana passara e outra lhe sucedeu, enquanto, preocupada, a mãe de Mary a ia alertando da inevitável volta de Pedro a Portugal... Mas ela não compreendia que aquele era «um amor verdadeiro, um amor indestrutível», no dizer de Mary, nunca iria acabar aquela autêntica lua-de-mel de amor! Em vez de voltar logo para Portugal, Pedro decidira então enviar a reportagem, já pronta havia três dias, por correio pedindo então o mês de férias de que dispunha... e ali permaneceu ainda! Houve até um dia em que a incansável e preocupada mãe se revoltou e chamou Pedro à atenção por este saber perfeitamente que um dia teria de voltar ao seu país. Nessa altura o amor, já doentio, de Mary entraria em colapso, seria uma catástrofe, dizia ela, «é perigoso!», insinuava. Mas nem Pedro nem Mary tiveram qualquer reacção a esta última tentativa de salvar o inevitável, até que um dia... o acidente... a

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mãe, a incansável e preocupada mãe, enquanto guardava e empilhava na arrecadação o recém confeccionado licor da zona, especialidade da casa, indispensável por cada habitante da pequena aldeia havia já vinte e sete anos; um acidente... todo aquele imenso monte de garrafas cheias do que alguns chamavam de o Néctar de Badb, derrocaram uma após outra, e mais outra! «MORTA?!», desesperou Mary. «Estou só no mundo... a minha mãe não... eu amava-te mãe... estou só... não, morta não! MÃE!» Foi, apesar do acidente, decisiva a presença de Pedro pois, só, Mary nunca conseguiria aceitar o seu destino. Estava só, mas com Pedro ainda a seu lado. Dificilmente viria a encarar com um pouco mais de coragem a morte de sua mãe, e não foi preciso muito tempo para que a aldeia se despedisse também de Mary, o anjo de cabelos longos e vermelhos... «Mary, coitada!», comentavam os seus conterrâneos. - «Casou com um português depois daquele fatídico acidente... Quando Deus fecha uma porta, abre sempre uma janela algures! Está, segundo dizem, em Portugal com o marido... coitada!»

NAQUELA NOITE PEDRO DEIXOU A REDACÇÃO da revista Flama, situada na zona norte da cidade do Porto, passavam já uns quarenta minutos das duas da manhã… havia uma matéria que estava com

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determinados problemas de enquadramento na revista. Mesmo com a liberdade de imprensa instaurada, a tradição estava arreigada. Alguém tinha de resolver a situação... e claro, tinha de lhe calhar a ele. Preocupado, Pedro entrou no carro e apressou-se a chegar a casa. As vantagens de ter telefone em casa de nada lhe serviram. Tinha já telefonado três vezes para Mary, sem receber uma única resposta ou explicação. «A Mary anda tão estranha!», pensava. «Todos aqueles pesadelos ontem, acordar a gritar banhada em suor e lágrimas... Muito estranha, e agora não atendeu o telefone... Tinha dito que não sairia... Espero que esteja tudo bem!» Desta vez, talvez porque a preocupação era grande, não demorou nem vinte minutos a atravessar a invicta cidade portuguesa até sua casa perto do Farol da Foz do Douro. Ao longe, o mar estava calmo, mas os gritos das gaivotas faziam lembrar mulheres em suplício. Afligiam-no! Pedro observou, ainda a sair do carro, que do seu apartamento no terceiro andar provinha uma fraca luz, que combatia com a luz da lua cheia, por entre finas cortinas brancas da janela do quarto, o que nem por isso o tranquilizou. Precipitou-se para o elevador e chamando o nome de Mary entrou em casa percorrendo avidamente com seus olhos cada recanto de cada divisão de sua casa, até chegar ao quarto onde a luz iluminava com timidez o ambiente. Contudo, Mary dormia, angélica, no meio daquela decoração sensual e celestial do quarto, fazendo-se

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dissolver no ambiente e mantendo sempre feições doces, como de fina porcelana, com os ruivos cabelos compridos espalhados pela travesseira branco pérola e semitapada por um simples lençol de cetim. Bastante aliviado, Pedro aproximou-se gentilmente de Mary e regozijou-se com o leve sorriso que os finos lábios pareciam mostrar. E beijou-lhe os lábios entreabertos com uma paixão desmesurada, mas com uma leveza felina, quase indicando que só naquela altura conseguiria sossegar a sua preocupação e voltar a respirar. Um pouco menos abalado com o sucedido, dirigiu-se à cozinha para preparar algo que enganasse a fome que ganhara desde o almoço, por falta de tempo.

Pedro?! - bocejou Mary deslizando preguiçosamente pela porta da cozinha. - Ainda bem que chegaste...

Mary estava com uma expressão cansada, com ar de quem estava a passar uma estafa descomunal. Por outro lado, a delicadeza com que se movia estonteava quem visse dada a antítese visual.

Telefonei-te. - disse Pedro, beijando-lhe de leve os lábios e massajando os ruivos cabelos de Mary. - Continuas com o pressentimento que tinhas?... Lembra-me na altura do aci...

Tomei um sonífero leve, assim que não aguentei mais o estranho pressentimento, parecia que me estava a comer de dentro para fora, e eu sem saber quem deveria ajudar... acabei por dormir e...

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Pedro voltou-se para continuar uma tímida tosta de queijo e fiambre, não resistindo a perguntar-lhe como se sentia, com receio da eventual resposta. Todavia, Mary demonstrou alívio na expressão e deixou que uma aura de alegria a envolvesse lentamente, esboçando um sorriso e uma leve expiração.

Agora não tenho mais pressentimento algum... só um alívio... um estranho, mas recompensador alívio, nada mais.

Pedro mostrou-se contente com a notícia, ferrou avidamente a sua tosta de queijo e, laçando os ombros dela com o seu braço, reconduziu-a lentamente ao quarto enquanto lhe ia beijando os ombros e abraçando.

Descansa, amor. Amanhã é já outro dia e verás como estará tudo realmente melhor... até porque tenho folga, não é bom?

A ruiva acenou-lhe um sim com a cabeça e deixou que o sonífero tomasse novamente controlo de sua mente, cerrando lentamente os olhos. Pedro permaneceu ainda algum tempo ao lado da cama velando pelo bem mais precioso que possuía até, também ele, se recolher entre o lençol de cetim e adormecer enlaçado à pessoa que mais amava.

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O SÁBADO NASCERA LIGEIRAMENTE MAIS TARDE do que é normal, estava cinzento e carregado, com ar de trovoada, como já se dizia na rua, os habitantes do burgo portuense iam lentamente polvilhando as ruas, abriam lojas, faziam compras, passeavam o cão ou, simplesmente, vagueavam sem destino, vítimas de insónias ou problemas. Os parques de estacionamento começavam já a ficar repletos, pelas costuras, como era já habitual, e os mais conhecidos cafés recebiam então os seus, também já habituais, clientes de pequeno-almoço. Com a cidade já bastante atarefada, soavam as dez horas da manhã quando o telefone de uma casa em frente ao mar gritou, imparável, por resposta.

Sim... Bom dia! - atendeu Pedro ainda um pouco embriagado de sono. Pouco a pouco a expressão de Pedro sofreu metamorfoses, primeiro esqueceu o sono e arregalou os olhos, depois aterrorizou-se e, por fim, entrou em extrema preocupação enquanto esfregava os olhos nervosamente. - Estaremos aí assim que nos seja possível!

Chocado, Pedro deixou-se cair violentamente sobre o sofá negro da sala, e não se levantou sem concluir como iria dar a notícia a Mary. Mais uma vez, o mórbido pressentimento não falhara. «Que horror, há três anos Mary esteve assim nos dias que antecederam a morte da mãe e agora isto... não posso crer... isto não pode ser real», pensou. Parecia agora que a temperatura baixara e que uma brisa gélida trazia um sempiterno cheiro, tão

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nauseabundo, que Pedro se sentiu, por momentos, perecer por entre imagens de horror que, a cada evocação do que sucedera havia três anos, algo lhe flagelava o âmago como uma lâmina em brasa. «Coincidência?!», ponderava dirigindo-se ao quarto. «As lendas de premonição são tão frequentes na Irlanda... Coincidência como?!... a mesma situação, o mesmo pressentimento... o mesmo fim. Como e onde vou arranjar palavras para lhe dizer: Mary o teu pressentimento fez outra vítima... nunca, de forma alguma irá entender que não podia fazer nada, que não tinha como saber...» Pedro encheu o peito de ar, a alma de coragem e compaixão. Deitada, alheia à situação, Mary mantinha-se longe do mundo material, uma vez mais dissolvida na celestial harmonia da decoração daquele quarto; Pedro sentia-se, agora como uma ave de rapina à espera de lacerar a sua presa inerme. «Estava tudo tão bem... desde aquele mal-entendido da semana passada, ela estava tão viva, tão contente por Mary ter compreendido e perdoado, eram as melhores amigas... amavam-se como irmãs!», lamentava a cada passo em direcção a Mary.

Ouvi o telefone… Quem era? - perguntou intrigada Mary, pressentindo os passos do marido perto da cama.

Aconteceu uma desgraça, Mary.

Subitamente, Mary levantou as mãos até tapar o já perturbado semblante de dor. Apertou com toda a força que podia cada músculo do seu corpo, contendo uma explosão plangente de sofrimento, fitou, desvairada, os olhos intumescidos de Pedro e

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sentiu-se desfalecer em agonia enquanto proferiu com muito custo uma frase chorosa e pesada:

Diz-me quem... quem foi?... Eu sabia!

Pedro baixou o olhar e proferiu um inaudível nome, ainda com receio, muito receio. Era a segunda vez que alguém, por quem Mary nutria um especial carinho, deixava a orbe dos existentes, partia sem se despedir, esvoaçava para a eternidade.

Q... quem?!- respirou Mary.

Diana... foi Diana. - confessou finalmente Pedro, segurando as mãos de Mary com força, como se lhe tentasse transmitir coragem, para preencher o novo vazio.

Não… - Mary desesperou, consternada começou num choro e desvario enorme. - Ela... não podia... ela não pode fazer isso comigo... Onde está?! Quero vê-la.

Rapidamente, como um impiedoso choque eléctrico, a amargura conquistou a alma, já fragilizada há três anos, de Mary. Dominou-a, percorreu-a, avassalou por completo a confiança na vida. A apavorada Mary tornou-se histérica e dificilmente Pedro conseguiria desembravecê-la. O dia lembrava um milhafre ou ratoneiro, que num instante é um fastidioso e temível predador, noutro um indefeso fugitivo e noutro, por fim, um simples aviso triste e pardacento de sua própria sepultura. As carregadas nuvens pouco escorregavam pela atmosfera, o caminho a percorrer parecia descomunal, o destino parecia inexistente, o que esperavam encontrar não era nem um pouco

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aprazível e nem uma palavra mais foi proferida. Cruel é o silêncio, permite o devaneio, possibilita o pensamento e o receio, cria remorsos vãos e vinganças intempestivas. Começara, então, a trovejar!

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Não me considero um escritor, mas um contador de histórias. Conto histórias carregadas de simbologia, onde cada detalhe é pensado ao pormenor e nasce não só da minha inspiração e conhecimentos, mas também das minhas valências nas artes esotéricas e no oculto em geral. Este livro não está à venda nas livrarias, apesar de possuir ISBN e todos os requisitos e registos legais… é um livro escrito, preparado, ilustrado, produzido e publicado por mim e à minha conta e risco!

ADQUIRA O SEU EXEMPLAR IMPRESSO HOJE!

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