16
Distribuição gratuita impresso Jornal Mensal de Educação Ano 8 N.º 76 Novembro de 2009 Atrás da boa educação Estudante vira vítima do Youtube Páginas 2 e 3 Ano letivo irá começar no dia 8 de fevereiro Página 4 Vizivali começa recadastramento de professores Página 7 Undime quer revogar lei dos 5 anos Página 12 Nossos Colunistas Teo Pereira Neto Cuidado com a clonagem corporativa Pág. 6 Pesquisa aponta deficiência nos cursos que formam professores e diz que recém-formados não estão preparados para enfrentar as salas de aula. Profissionais da área defendem os cursos e apontam possíveis soluções. Enquanto isso, a Finlândia é considerada a nação com o melhor nível de ensino, de acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Páginas 8 e 9 Esther Cristina Pereira O drama do fim de ano Pág. 5 Jacir J. Venturi As inteligências são diferentes Pág. 10

2009-11-Novembro-2009

Embed Size (px)

DESCRIPTION

nação com o melhor nível de ensino, de acordo com o Programa salas de aula. Profissionais da área defendem os cursos e apontam diz que recém-formados não estão preparados para enfrentar as Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). possíveis soluções. Enquanto isso, a Finlândia é considerada a O drama do fim de ano Distribuição gratuita Jornal Mensal de Educação Ano 8 N.º 76 Novembro de 2009 Teo Pereira Neto As inteligências são diferentes Esther Cristina Pereira Pág. 5

Citation preview

Distribuição gratuita impresso

Jornal Mensal de Educação Ano 8 N.º 76 Novembro de 2009

Atrás da boa educação

Estudante vira

vítima do

Youtube

Páginas 2 e 3

Ano letivo irá

começar no

dia 8 de

fevereiro

Página 4

Vizivali começa

recadastramento

de professores

Página 7

Undime quer

revogar lei

dos 5 anos

Página 12

Nossos Colunistas

Teo Pereira NetoCuidado com aclonagem corporativaPág. 6

Pesquisa aponta deficiência nos cursos que formam professores e

diz que recém-formados não estão preparados para enfrentar as

salas de aula. Profissionais da área defendem os cursos e apontam

possíveis soluções. Enquanto isso, a Finlândia é considerada a

nação com o melhor nível de ensino, de acordo com o Programa

Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa).

Páginas 8 e 9

Esther Cristina PereiraO drama dofim de ano

Pág. 5

Jacir J. VenturiAs inteligências

são diferentesPág. 10

Estudantes viram reféns do Youtube

Já ficou comum a expres-são “cuidado, senão acaba noYoutube”. A rede social decompartilhamento de vídeosganhou popularidade comimagens de pessoas famosasflagradas em momentos ínti-mos. No entanto, as amostrasganharam tanta projeção quehoje para acabar sendo prota-gonista de um vídeo no míni-mo constrangedor não preci-sa ser nenhuma celebridade.Basta cometer um deslize e atecnologia vem de encontro.São celulares com câmerasacopladas, máquinas digitaisprontas para registrar a cenae publicar no Youtube.

Curitiba já ficou conhecidana rede por cenas peculiares

Deslizes transformam-se em grande dor-de-cabeça para alunos e também para as próprias escolas

Tecnologia 2Jornal Nota 10 | novembro 2009

envolvendo universitários erecentemente adolescentes doColégio Estadual do Paraná(CEP), flagrados praticandosexo no banheiro da institui-ção. O problema de uma su-posta invasão de privacidadeno ambiente escolar tem atra-ído a atenção de muitos espe-cialistas e colocado o assuntona pauta de discussões.

Perigo - De acordo compesquisa realizada pela Fun-dação Telefônica, 83% dosadolescentes brasileiros pos-suem celular e 42% deles têmacesso à internet em casa.Uma mistura perigosa, poisatinge uma camada vulnerá-vel ao mau uso da internet.

Para a psicóloga Leila

Sebben, a internet é uma fer-ramenta importante para osestudos. No entanto, o seu usodeve ocorrer de maneira ade-quada. “Na área educacionalo uso da internet é de extre-ma relevância, como nas pes-quisas, trabalhos científicos econhecimento geral. Também

as curiosidades e até o bate-papo com amigos é saudável.Porém, sua utilização deve serselecionada e racional. A mai-or preocupação é que criançase adolescentes muitas vezespodem não estar maduros o

suficiente para discernir sobreo real e o virtual, o bom e omau, buscando apenas o ime-diato sem ter a noção dasconsequências futuras”, diz.

A psicóloga explica que emidade escolar o jovem está embusca de sua identidade, comtransformações e adaptaçõesao seu meio familiar, social eeducacional, e que os danosque sofrem por não compre-enderem as barreiras entrevida privada e pública, comoo caso dos alunos do CEP, sãoexpressivos. “O adolescentedeve ter respeito e amor porsi e para com os seus. Quandose vê em uma situação de ex-ploração, humilhação, desva-lorização, desprezo e rejeição,

pode apresentar alterações noseu desenvolvimento emocio-nal e comportamental”, co-menta.

Erotização - Segundo asexóloga Hália Pauliv de Sou-za, a precocidade a que os ado-lescentes são submetidos põeem risco a sustentação da vidaestudantil. “A tecnologia dosmeios de comunicação contri-bui para a erotização precocedos adolescentes. O bombar-deio de imagens e gestos exer-ce grande influência nos jo-vens. Às vezes por não conse-guirem diferenciar o bem domal acabam virando referên-cia na própria internet e dis-criminados pelos colegas declasse. É um círculo vicioso”,

3Jornal Nota 10 | novembro 2009

completa.Leila Sebben ilustra que a

melhor estratégia para resol-ver problemas juvenis de pri-vacidade on-line é a regula-mentação dos pais sobre ouso adequado e ético das in-formações pessoais na web.“O mundo virtual apresentaperigos iguais ao mundo real.Cabe aos pais ou responsáveisestarem atentos e procura-rem orientar seus filhos nodiscernimento entre o bom eo mau uso. Porém, sem nun-ca deixar de respeitar suas es-colhas”.

Os professores são peçasfundamentais para auxiliar osadolescentes sobre o uso ade-quado das tecnologias einternet. “Como ajudam osalunos a desenvolverem ex-periências e valores, primor-diais para o amadurecimen-to pessoal, contribuem parafazê-los entenderem o riscoda invasão de privacidade”,

declara a psicóloga.Os pais nem sempre sabem

lidar com problemas relacio-nados à sexualidade e maisuma vez os professores devemassumir uma postura de me-diadores. “Os professores têm

mais acesso aos adolescentesdo que muitos pais. Conversar

com os alunos e explicar queexistem certas restrições paraa prática sexual é uma formaeficaz de protegê-los dabanalização do sexo e conser-var integridade da imagem”,conclui a sexóloga Hália.

Embora sejam aplicadostodos os cuidados necessários,

O Youtube pode se tornar perigoso para os estudantes desavisados.

A tecnologia dos meios decomunicação contribui para

a erotização precoce dosadolescentes. O bombardeio deimagens e gestos exerce grandeinfluência nos jovens. Às vezes

por não conseguirem diferenciaro bem do mal acabam virandoreferência na própria internet

e discriminados pelos colegas declasse. É um círculo vicioso Hália Pauliv de Souza

pode acontecer o inesperado,como uma gravidez não dese-jada, e o que resta para os paise educadores é readequar es-ses adolescentes à sociedade.“Caso aconteça, o aconselhá-vel é realizar um trabalho como adolescente e sua família.

Desenvolver o bem estar pes-soal e familiar, a aceitação ecompreensão do problema.Dar e receber apoio, criar li-mites e incentivar o diálogoentre pais e filhos. Se neces-sária até mesmo a psicote-rapia”, completa Leila.

Vitrine

Rua Duque de Caxias, 04Curitiba - PR - CEP: 80.510-200

Tel.: (41) [email protected]

ARTE E CULTURA

Calendário 4

Ano letivo irácomeçar no dia8 de fevereiroSemanas pedagógicas estão previstas

para ter início no dia primeiro.

O início do ano letivo nasescolas das redes estadual eparticular do Paraná terá iní-cio no dia 8 de fevereiro. Asatividades com os professo-res, em praticamente todas asescolas de ambas as redes,começarão no dia 1.º de feve-reiro.

As férias escolares de in-verno ficaram definidas parao período de 19 de julho a 15de agosto, na rede estadual, ede 5 a 23 de julho, na particu-lar. O período mais longo,para o recesso de meio de anose deve a uma recomendaçãoda Secretaria de Estado daSaúde, devido à transmissão

Jornal Nota 10 | novembro 2009

do vírus da Influenza A H1N1.O término do ano letivo estáprevisto para o dia 22 de de-zembro na rede estadual e 23na particular.

Litoral - As entidades querepresentam o comércio e a in-dústria do litoral do Paranáconsideram ruim a antecipa-ção do início das aulas em2010. Para o presidente daAssociação Comercial e Em-presarial de Matinhos, AdaltoMendes Luders, a antecipaçãodo calendário irá atrapalharmuito a temporada no litoral.“Normalmente as pessoas vol-tam para casa uma semanaantes, para poder comprar

material escolar e outras coi-sas necessárias. Isso significauma redução muito grande dedias na praia, o que para nós éprejuízo na certa. Vai ser ter-rível”, avalia.

Segundo Luders já se ten-tou negociar com a Secretariade Educação, em outras épo-cas, para que as aulas semprecomeçassem depois do carna-val. “Nunca conseguimos, pois

a resposta estava relacionadaaos 200 dias letivos necessá-rios e a alegação era de que oprolongamento da temporadapoderia prejudicar o cumpri-mento disso”.

Para a presidente da Asso-ciação Comercial e Industrialde Guaratuba, Edna Apare-cida de Souza, o prejuízo vaiser certo. “Essa antecipaçãovai ser péssima para nós, que

esperamos o ano todo pelaalta temporada”, diz. De acor-do com ela, o comércio nor-malmente triplica suas ven-das na alta temporada, quecomeça depois do Natal. “Terum período mais curto vai sermuito ruim para nós”.

A rede municipal de Cu-ritiba ainda não definiu comoserá o calendário para o pró-ximo ano letivo.

Nas redes estadual e particular o início das aulas para os estudantes será mais cedo em 2010.

O drama do fim de anoEstamos em novembro. Nor-

malmente é um mês sufocante paratodos os integrantes de uma esco-la. Isso porque, dentre todos ospercalços comuns da vida particu-lar, há mais um: a inflamação dosânimos e dos humores dos pais edos alunos depois dos resultadosdas avaliações do terceiro bimestre.

É nesta época do ano que asfamílias acordam para o risco dofilho reprovar. Isso porque as no-tas do 3.º bimestre, com às dosoutros dois anteriores, podemdeixá-lo numa situação complica-da. O que ele - e a família - nãolevou tão a sério, agora muda.

Fico impressionada como mui-tas famílias só se atentam paraesse ‘perigo’ agora, em novembro,às vésperas do fim do ano letivo.Claro que há situações piores ain-da, quando as famílias ainda es-tão dormindo neste ponto e vãoperder o bonde da aprovação. Um

caso sério!Com tantos anos de experiên-

cia nessa área da educação, vejotodos os anos o mesmo tipo dedesespero dos pais. Digo desespe-ro dos pais porque muitas vezes ofilho, que é o aluno, não está nemaí. Não esquenta muito a cabeça.Mas os pais, temendo pelo pior, sedesesperam e, não raras vezes, pe-dem ajuda.

E pedem ajuda para fazermosalgo para que o filho acorde e es-tude aquilo que não estudou du-rante todo o ano. Muitas vezes édifícil recuperar o que foi deixadopara trás, mas sempre há uma es-perança. E é nesse fio de esperan-ça que muitos pais se agarram.

Em se tratando de conceito, oque podemos avaliar com tais si-tuações tão normais do dia-a-diada escola: pais apavorados, crian-ças desesperadas, pais supondoque a culpa seja da escola, crian-

ças supondo que os professores éque são ruins, pais sugerindo pa-gamento pela aprovação, alunossugerindo conselho de classe compiedade.

Sempre digo a todos que vêmfalar comigo que, desde a tenraidade devemos trabalhar em nos-sos filhos que a responsabilidadena escola é diária.

Vejo que quando a matrícula ébem feita, no sentido de a escolapassar aos pais como irá trabalhardurante todo o ano, que haveráconvocações (e há necessidadeimperiosa de participação dospais!) para serem passadas infor-mações de como o filho está ca-minhando na evolução do conhe-cimento, o resultado pode ser fa-vorável a todos. Mas se isso nãoacontece, com certeza haveráestresse no final de ano.

A família tem quer perceber queé necessário ter esse acompanha-

Palavra do Especialista Educação Infantil

Psicopedagoga e diretora daEscola Atuação.

Contatos:[email protected]

(41) 3274-6262

Esther Cristina Pereira

mento. Que a escola precisa agirdessa forma, mas que os paistambém precisam caminharjuntos,lado a lado. Não podemquerer apenas deixar o filho naporta da escola, nunca partici-par de nada e, no fim do ano,exigir uma aprovação. Isso nãoexiste! A criança precisa saberque tem atendimento e respon-sáveis por ela.

A escola sozinha não conse-gue muita coisa. Os pais ou osresponsáveis pelos alunos têmque ser parceiros. E é preciso quecada vez mais os pais tenham emmente uma coisa muito, masmuito importante. Se não estãogostando do modo como escolafaz, o contrato pode ser rescin-dido a qualquer momento. Mas ocontrato de pais para com os fi-lhos é para sempre. Uma respon-sabilidade que exige cuidadoseternos.

Geral

Diretor de Comunicação doInstituto Opet Educação e

Cidadania.

Contatos:[email protected]

(41) 3021-4848

Teo Pereira Neto

Cuidado com a clonagem corporativaOnde não se pode criticar, todos os elogios são suspeitos.

Ayaan H. Ali, deputada holandesa

Palavra do Especialista Mundo Corporativo

Na hora de contratar, é difícilfugir de certas tentações. Uma de-las é formar equipes com profissi-onais de mesmo perfil que o nos-so, pessoas com as quais temosafinidades no comportamento pes-soal, no perfil psicológico e no es-tilo profissional.

Se somos extrovertidos, adora-mos gente assim e subestimamosos introvertidos. Se somos mais fe-chados, detestamos os que estãosempre se comunicando e focan-do relacionamentos, pessoas queparecem não levar a vida a sério.

Afinidades são importantes edevem ser um dos nortes do gestorbem-sucedido. Mas afinidades ba-seadas no compartilhamento devisão, missão, propósitos. E alinha-mento, sem o que não haverá si-nergia e nem será possível capita-

I – INTEGRADORSabedor da importância dos re-

lacionamentos interpessoal e inter-departamental, fica de olho na uni-ão e na integração de pessoas eequipes. Está de prontidão paraatuar como bombeiro ou modera-dor.

A questão é que, segundo Adi-zes, ninguém consegue, sozinho,incorporar estes quatro requisitos.Uma equipe ou empresa compos-ta somente de visionários [E], so-nhará muito, assumirá riscos de-mais e não medirá consequências.Um grupo com apenas planeja-dores e controladores [A], farámuitas contas e, após avaliar osprós e contras, é bem possível queaborte a empreitada. O mesmo ra-ciocínio vale para os estilos P e I.

Assim, na hora de montar suaequipe, tenha a mente aberta paraas diferenças, exorcize o precon-ceito e tire vantagens da diversi-

EnemAs despesas com a nova

prova do Exame Nacional doEnsino Médio (Enem) já su-peram R$ 130 milhões. O con-trato assinado pelo InstitutoNacional de Estudos e Pesqui-sas Educacionais AnísioTeixeira (Inep) e pelo consór-cio formado pelo Cespe e pelaCesgranrio apresenta um cus-to de R$ 99,9 milhões. A con-tratação foi feita sem licitação.Segundo extrato de dispensapublicado pelo Inep, cabe aoconsórcio a responsabilidadede operacionalizar os procedi-mentos relativos ao Enem. Acontratação foi feita após o va-zamento da prova no dia 1.º deoutubro. A empresa responsá-vel pela impressão é a RRDonnelly Moore que cobraráR$ 31,9 milhões e será respon-sável também pelo manuseio,pela embalagem, rotulagem eentrega dos cadernos de pro-vas aos Correios.

FormaçãoOs Ministérios da Educa-

ção e da Saúde lançaram nodia 22 de outubro, em Brasília,o Programa Nacional de Apoioà Formação de Médicos Espe-cialistas em Áreas Estratégicas(Pró-Residência). O programaprevê a ampliação da oferta debolsas de residência médicaem especialidades e regiõesprioritárias para o SistemaÚnico de Saúde (SUS). Até2011, haverá um aumento de120% no número de vagas nosprogramas federais. Serãoduas mil bolsas a mais. Issosignifica uma oferta de apro-ximadamente 3,7 mil vagas, jáque a atual é de 1,7 mil. Comoos programas têm, em média,três anos de duração, o MECresponde hoje pelo pagamen-to de 5.149 bolsas de progra-mas vinculados aos hospitaisuniversitários federais. Ao fi-nal de 2011, serão cerca denove mil.

OrientaçãoGrande parte dos professo-

res brasileiros ainda não pos-sui formação adequada para li-dar com a diversidade sexualdos alunos no cotidiano esco-lar. Com um agravante: as fa-culdades de pedagogia não tra-tam a questão da homossexu-alidade em profundidade. Aafirmação é da senadora Mari-sa Serrano (PSDB-MS). O pre-sidente da Associação Brasilei-ra de Gays, Lésbicas, Bisse-xuais, Travestis e Transexuais,Toni Reis, concordou e disseque uma pesquisa revelou quecerca de 60% dos professoresnão sabem lidar com esse seg-mento da sociedade. A pesqui-sa revela ainda que 40% demeninos e meninas não gosta-riam de estudar com gays, lés-bicas ou transexuais, e que35% dos pais não se sentiriamà vontade se os seus filhos es-tudassem com membros da co-munidade LGBT.

FórumEspecialistas de 15 países

estarão reunidos de 23 a 27 denovembro para uma semanade conferências e debates noFórum Mundial de EducaçãoProfissional e Tecnológica. OBrasil é a sede do evento, queacontece no Centro de Con-venções Ulysses Guimarães,em Brasília, com um públicoestimado de 15 mil participan-tes e a presença do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva naabertura. Estudantes, profes-sores, pesquisadores, trabalha-dores, governos, sindicatos, as-sociações e sociedade civil or-ganizada são os convidados pa-ra dividir experiências, com-partilhar conhecimento e le-vantar propostas para integrara plataforma mundial de edu-cação, além de colaborar paraa promoção de melhorias daspolíticas públicas de educação.O tema do evento é educação,desenvolvimento e inclusão.

CursoEducadores de 4.658 esco-

las públicas dos 26 estados edo Distrito Federal concluemem dezembro o curso de pre-venção do uso de drogas, ofe-recido pelo Ministério da Edu-cação (MEC) e pela SecretariaNacional de Políticas sobreDrogas (Senad), em parceriacom a Universidade deBrasília (UnB). Estão em for-mação 25.014 professores, co-ordenadores e gestores de es-colas com turmas de 5.ª a 8.ªséries do ensino fundamentale do ensino médio. Os educa-dores que cumprirem todas astarefas receberão certificadode extensão universitária.Para obter o certificado, cadaequipe precisa apresentar umprojeto de prevenção paraaplicar na sua escola. Os estu-dos e atividades são desenvol-vidos a partir de materiais di-dáticos individuais enviadospela universidade.

lizar os esforços individuais e co-letivos.

Por isso, na hora de contrataré bom lembrar-se de um conselhode Ichak Adizes, experimentadoconsultor e professor da Universi-dade da Califórnia. Para ele ogestor ideal deveria atender aosrequisitos PAEI:

P – PRODUTORToma a iniciativa, põe a mão

na massa, carrega o piano e faz acoisa acontecer.

A – ADMINISTRADOROrganiza, sistematiza, planeja

e cria mecanismos de controle eacompanhamento.

E – EMPREENDEDORVisionário, sonhador, criativo,

vislumbra oportunidades, é inova-dor e tem coragem para assumirriscos.

dade. Evite a autoclonagem, pro-cedimento adotado por grandeparte de gestores que, em nomede uma pseudo afinidade, estãosempre buscando “gente igual”,gente com o mesmo DNA, quepensa da mesma forma. E aí vãodois alertas. Um é a frase do jor-nalista estadunidense WalterLippmann: “Onde todos pensamdo mesmo jeito, ninguém pensamuito”. Outro alerta é que, ondese dá preferência às afinidadespessoais, deitam e rolam os opor-tunistas e bajuladores.

Avalie seu estilo, mapeie seuspontos considerados fortes e fra-cos. E tenha coragem [e humil-dade] para se cercar de pessoasque assegurem complementari-dade ao seu estilo corporativo.Use a “revolução dos pontos for-tes” a seu favor. Dedique-se e dêespaço para o que você sabe egosta de fazer.

Professores do casoVizivali já podemse recadastrar

A Faculdade VizinhançaVale do Iguaçu (Vizivali), domunicípio de Dois Vizinhos,disponibilizou no último dia 4em sua página na internet –www.vizivali.edu.br – orecadastramento de dados dosalunos que concluíram o Pro-grama de Capacitação paraDocentes oferecido pela insti-tuição em parceria com a em-presa Inteligência Educacionale Sistemas de Ensino (Iesde).

As informações dos ex-alu-

Prazo para incluir dados termina no dia 20 de novembro

nos servirão para a comple-mentação de carga horária ne-cessária para validar os seus di-plomas. De acordo com aVizivali, o recadastramentodeve ficar aberto até o dia 20deste mês.

A faculdade chegou a abriro recadastramento na segundaquinzena de outubro, mas ti-rou do ar para fazer ajustes nosdias e turnos oferecidos. Norecadastramento os partici-pantes deverão informar, além

Graduação 7

de dados gerais como nome eendereço e informações sobreo programa ofertado pelaVizivali, se cursou outra facul-dade ou fez pós-graduação.

Os professores também de-verão assinalar se pretendemfazer o curso de complemen-tação de Pedagogia pelo Insti-tuto Federal do Paraná (IFPR),e quais os turnos e dias quepreferem para fazer as te-leaulas, podendo optar pormanhã, tarde ou noite.

Jornal Nota 10 | novembro 2009

Geral

Bolsa-FamíliaOs gastos com despesas

educacionais de crianças eadolescentes inscritos no pro-grama Bolsa-Família poderãoser deduzidos para efeito depagamento do Imposto deRenda (IR). É o que determi-na substitutivo (PLS 423/03)do senador Gérson Camata(PMDB-ES) a sete projetos demudanças na legislação do IR,que foi aprovado no dia 27 deoutubro na Comissão de Edu-cação, Cultura e Esporte (CE).De acordo com a Agência Se-nado, duas das três propostas,salientou o relator, têm o ob-jetivo de ampliar o acesso aoensino dos estudantes de bai-xa renda, por intermédio doapoio de pessoas físicas. “Con-forme o modelo atual, o Esta-do arca com parte das mensa-lidades, em instituições priva-das, de grande contingente dealunos que não precisariamdesse apoio”, afirma Camata.

EnccejaEm todo o Brasil, 965 redes

municipais e 13 redes estadu-ais de Educação aplicarão, em2009, o Exame Nacional paraCertificação de Competênciasde Jovens e Adultos, o Encceja.As provas serão no dia 29 denovembro. É uma oportunida-de para aquelas pessoas quenão concluíram o ensino fun-damental regular mas têm co-nhecimentos equivalentes parafazerem um exame e adquiri-rem o certificado. A participa-ção é voluntária. A idade míni-ma para o Encceja do ensinofundamental é de 15 anos com-pletos até o dia da prova. Os 12estados participantes são Ama-zonas, Maranhão, Minas Ge-rais Mato Grosso, Rio de Janei-ro, Rio Grande do Norte, Ron-dônia, Roraima, Rio Grande doSul, Santa Catarina, São Pau-lo, Tocantins e mais o DistritoFederal. Os demais têm parti-cipação com os municípios.

EleiçãoOs reitores dos institutos

federais de educação, ciênciae tecnologia devem ser eleitospela comunidade escolar paraum mandato de quatro anos,com possibilidade de uma re-eleição. É o que estabelece oDecreto n.º 6.986, publicadoem edição extraordinária doDiário Oficial da União do dia20 de outubro. Os institutosfederais têm hoje como reito-res os antigos diretores doscentros federais de educaçãotecnológica e das escolasagrotécnicas. De acordo como Decreto, podem se can-didatar professores do quadroativo permanente de qualquerum dos campi que integremum instituto. Devem compro-var o mínimo de cinco anos deefetivo exercício em institui-ção federal de educação pro-fissional e tecnológica, ter cur-so de doutorado ou estar noúltimo nível da carreira.

Provinha BrasilEscolas das redes públicas

com turmas do segundo ano(alfabetização) do ensino fun-damental receberão em no-vembro a Provinha Brasil. Operíodo de aplicação sugeridopelo Ministério da Educação(MEC) vai de 9 a 13 deste mês.Mesmo que seja opcional, aprovinha chegará a todas asescolas municipais, estaduais edo Distrito Federal que regis-traram turmas de alfabetizaçãono último Censo Escolar. Da-dos do Instituto Nacional deEstudos e Pesquisas Educaci-onais (Inep) indicam que 3,5milhões de crianças estão nosegundo ano. A provinha delíngua portuguesa é aplicadapelo professor em sua turma.A correção e a análise dos re-sultados também são tarefasdo professor, mas podem ter aparticipação de outros profes-sores, da coordenação pedagó-gica e da direção da escola.

SaúdeOs professores da rede pú-

blica de ensino poderão con-tar com medidas de prevençãoe recuperação de desordensvocais. Proposta nesse senti-do, criando o Programa Naci-onal de Saúde Vocal, foi apro-vada no dia 21 de outubro naComissão de Assuntos Sociais(CAS). De acordo com a Agên-cia Senado, o projeto tem porfinalidade oferecer aos profes-sores da rede pública de ensi-no medidas contra alteraçõesnas cordas vocais, na faringee na laringe, através de açõesde prevenção, capacitação erecuperação das desordensvocais. A iniciativa abrangeráa realização de exames pre-ventivos nos professores, aexecução de programas decapacitação por meio de trei-namentos teóricos e práticos,bem como programa de recu-peração através de atendi-mento fonoaudiológico.

O IFPR vai abrir 40 milvagas para atender os profes-sores que atuam na educaçãobásica da rede estadual oumunicipal ou que completa-ram o Curso Normal Superi-or da Vizivali. Depois de ana-lisar a carga horária das dis-ciplinas ofertadas pelo pro-grama da Vizivali, o Institu-to Federal chegou à conclu-

Carga horária de 310 horassão de que com uma comple-mentação de 310 horas-au-las, cursadas durante um se-mestre, será possível expediros diplomas para os partici-pantes. A previsão é de queas aulas comecem em marçode 2010 e os diplomas deve-rão ser expedidos ao longo dosegundo semestre do anoque vem.

Capa

Pesquisa mostradeficiência noscursos de formaçãode professores

Uma pesquisa feita pela Or-ganização dos Estados Ibero-Americanos e a Fundação SMaponta que os cursos de Peda-gogia têm formado profissio-nais despreparados para en-frentar a sala de aula. Pelo le-vantamento, os cursos de for-mação inicial não contemplamtodas as competências necessá-rias para tornar alguém profes-sor, na opinião de 51% dos 3.512educadores de ensino básicoentrevistados para a pesquisa“A Formação e a Iniciação Pro-

Docentes estariam despreparados para a sala de aula

fissional do Professor”. Apenas18% disseram acreditar que asfaculdades oferecem toda acapacitação necessária, enquan-to 30% não deram opinião so-bre a questão.

O estudo foi divulgado no dia22 de outubro e ouviu principal-mente professores da rede pú-blica (96%). Apesar de aponta-rem deficiências nos cursos,57% dos entrevistados acredi-tam que a formação inicial estádiretamente ligada à qualidadedo ensino. “Os cursos de forma-

ção são bons. A questão é queeles ensinam coisas erradas,que não têm valia para a rela-ção de ensino e aprendizagemque depois acontece na sala deaula”, diz a responsável pelaanálise dos dados da pesquisa,Gisela Wajskop.

Gisela afirma que os cursosde Pedagogia revisam uma sé-rie de teorias de ensino de ma-neira generalista. Segundo ela,os professores não aprendemnem as técnicas para transmis-são do conhecimento, nem

como se relacionar com os alu-nos.

Pesquisas - De acordo coma coordenadora do curso de Pe-dagogia da Universidade Tuiutido Paraná (UTP), MariaIolanda Fontana, o ensino dequalidade se dá dependendo doespaço em que a formação ocor-re. “Se a instituição desenvolvepesquisas de iniciação científi-

Profissionais contam com apoio de monitores nas escolasA formação de qualidade

de um professor é cobradacom rigor pelas instituições deensino, que esperam receberprofissionais capacitados paralidarem com uma sala de aula.Os que não atendem às neces-sidades exigidas são orienta-dos e recebem apoio demonitores que já trabalhamnessas instituições.

A Escola Atuação, emCuritiba, é um exemplo. Osrecém-formados atuam comomonitores e são supervisiona-dos pelas coordenadoras daescola, que acompanham o de-senvolvimento dos alunos emrelação às turmas, ao ambien-te escolar, às diversas formasde inclusão, à disciplina etc. Sódepois é que lhes são dadasturmas para trabalhar.

“Recebemos professorescom formação defasada, ouseja, sem noção de sala deaula, gestão de conflitos, de

como lidar com a indisciplina”,ressalta a pedagoga e diretorada escola, Esther Cristina Perei-ra. A falta de vivência dentro desala de aula é perceptível, se-gundo a diretora, e ela ainda co-menta que isso é fator primor-dial para o profissional que cui-da da saúde física e mental dosalunos.

Esther também é diretora deensino fundamental do Sindica-to das Escolas Particulares doParaná (Sinepe/PR) e desenvol-ve um projeto em que trabalhacom fóruns de formação. Re-presentantes de várias faculda-des se reúnem para discutir osrumos do curso de Pedagogia,os estágios, a grade curricular,dentre outros assuntos de inte-resse dos profissionais da área.

“O professor não sai da gra-duação preparado para traba-lhar em sala de aula e com a in-clusão”, salienta. A preocupa-ção das discussões está em o

que deve ser feito para se ade-quar o ensino a essa realidade.

Qualidade - A diretora deensino do Instituto Superior deEducação da América Latina(Isal), Vera Lúcia Pacheco, dizque a formação de qualidade doprofessor é de suma importân-cia para o desenvolvimento dopaís. Defende a ideia de que oscursos de Pedagogia deveriamrelacionar teoria à prática des-de o primeiro ano da graduação.“Para o professor trabalhar asnecessidades dos alunos do sé-culo XXI, precisa ser dinâmico,criativo e aprender com os pró-prios alunos”, ressalta.

Para ela, o estágio é impor-tante para o acompanhamentodo ensino e de sua evolução emqualquer modalidade na qual oprofissional venha a trabalhar.“O aluno não é um ser passivo,e sim ativo. Está em constanteprocesso de aprendizagem e oprofessor precisa seguir o mes-

mo ritmo, ou seja, em apren-dizado constante”, comenta.

Ambas as diretoras acredi-tam que os cursos de Pedago-gia e os profissionais dessaárea deveriam ser mais valo-rizados. “O aluno não apenasaprende, mas também ensina.Está em constante processo deaprendizagem e o professorprecisa seguir esse mesmo rit-mo”, afirma Vera Lúcia.

ca e projetos de extensão, elaconsegue dar uma formaçãomais atualizada”, ressalta.

Maria Iolanda defende oscursos de Pedagogia e apontaque outras modalidades de li-cenciatura também possuemsuas deficiências. “O Índice deDesenvolvimento da EducaçãoBásica (Ideb) dos cursos de Pe-dagogia está em 5.2, enquantoos de outras licenciaturas, comoLetras e Matemática chegam a4.6 e 4.8 nos anos iniciais e caidurante o ensino médio”, co-menta.

Em sua dissertação de mes-trado, Maria Iolanda investigoua pesquisa na prática pedagógi-ca de professores formadoresno curso de Pedagogia da Uni-

Além dos professores, Secretaria Municipal também reúne diretores para discutir o ensino fundamental.

Finlândia, educação nota 10Uma reportagem da Revis-

ta Veja, do dia 19 de agosto de2008, mostra o porquê de aFinlândia ter os alunos maisbem preparados do mundocom medidas simples e ênfasena formação dos professores.A Finlândia é um dos paísesque mais investem em educa-ção em relação ao PIB (6,1%).No Brasil, são 3,9% do PIB. Aexigência na Finlândia com osprofessores é alta e a carreira,concorrida.

O mestrado é pré-requisitopara um professor ser contra-tado na Finlândia (100% dos

Vald

ecir

Galo

r.

Vera Pacheco, do Isal: qualidade

do professor reflete no

desenvolvimento do país.

Cré

dit

o:

Lu

iz A

raú

jo J

ún

ior

8

9Jornal Nota 10 | novembro 2009

Dificuldades após a formaçãoA vida de professor não é

fácil. É preciso lidar com pro-blemas diários dos mais varia-dos possíveis. Dos alunos de-sinteressados até os indisci-plinados, por exemplo. A bus-ca pelo aprimoramento nas ati-vidades é contínua e visa amelhoria do ensino para as sé-ries iniciais e a comunicaçãoentre professor e aluno. Esse éo caso das professoras Caroli-na e Luciana.

Carolina está formada hácinco anos e leciona as discipli-nas de português e inglês parao ensino fundamental. Lucianaestá formada há três e ensinaciências para os alunos de 5.ªà 8.ª séries.

Em relação aos conteúdosaprendidos durante a gradua-

ção, as professoras contam quea parte teórica foi muito bempassada, mas que sentiram fal-ta de uma atenção maior à prá-tica pedagógica. “A vivência emsala de aula com crianças e ado-lescentes foi pouca, devido atémesmo à carga horária que foimais teórica”, comenta Caroli-na. Por sua vez, Luciana ressal-ta alguns aspectos que a práti-ca deixou a desejar. “Faltou sa-ber mais como lidar com a in-clusão e problemas pedagógi-cos específicos”.

Ao se formar e entrar nomercado de trabalho, as profes-soras se depararam com algu-mas dificuldades. Carolina co-menta que uma delas foi comosaber lidar com a falta de disci-plina dos alunos. Luciana afir-

ma que a dificuldade que en-controu foi em relação à adap-tação com o ambiente.

Para suprir essa carência,Carolina e Luciana contaramcom o apoio da coordenaçãoda escola e com a ajuda de ou-tros professores. Carolina ain-da destaca que recorreu às li-teraturas do período de gradu-ação. “Dependendo da turmaem que eu estava dando aulae do comportamento dos alu-nos, eu realizava atividadesdiferenciadas ”, ressalta.

Hoje, as professoras estãomais preparadas para enfren-tar as adversidades de uma sa-la de aula e com a ajuda da es-cola e de sua própria força devontade, superaram essas di-ficuldades em suas profissões.

versidade Federal do Paraná(UFPR). Como resultado obte-ve que os professores que defen-diam a pesquisa pedagógica in-cluíam em suas práticas ativida-des de pesquisa sobre temáticasde estudo das disciplinas que le-cionavam.

Desde a década de 80, eprincipalmente na de 90, o mo-vimento de educadores e enti-dades como a Associação Naci-onal pela Formação de Profes-sores (Anfope), o Centro de Es-tudos de Educação & Socieda-de (Cedes) e a Associação Naci-onal de Política e Administraçãoda Educação (Anpae), já inves-tiam na defesa da pesquisacomo um princípio de formaçãode professores.

No entanto, o próprio Minis-tério da Educação (MEC) criouos Institutos Superiores de Edu-cação (ISE) para a formação deprofessores e o curso de NormalSuperior para formação de pro-fessores para a Educação Infan-til e anos iniciais. Foram dezanos de discussão desde a Lei deDiretrizes e Bases da EducaçãoNacional (LDB) de 1996 até aaprovação das diretrizes para ocurso de Pedagogia. Essa medi-da incluiu a possibilidade dosISE também formarempedagogos, contrariando aLDB/96, que definia que os cur-sos de Pedagogia deveriamacontecer nas universidades.

Formação - O diretor deimprensa da Associação dosProfessores do Estado doParaná (APP-Sindicato), LuizCarlos Paixão da Rocha, comen-ta que há muita crítica à forma-ção dos professores e que as se-cretarias municipais e estaduaisprecisam oferecer a formaçãocontinuada para que o conheci-mento seja renovado. Uma pre-ocupação, segundo ele, é a pro-liferação dos cursos de forma-ção à distância, porque eles pos-suem uma carga horária redu-zida. “A formação inicial preci-sa ter uma base sólida de con-teúdo, metodológica (didática)e da prática educativa (estágio)”,afirma.

Paixão diz estar em discus-são no sindicato uma propostade que quando o professor en-trar na rede, por meio de con-

Além dos professores, Secretaria Municipal também reúne diretores para discutir o ensino fundamental.

Finlândia, educação nota 10professores têm). No Brasil,basta ter o diploma de nível su-perior, que se tornou o obrigató-rio no ano passado. Apenas 2%dos professores têm mestrado.

Os piores alunos não são dei-xados para trás. Dois em cadadez recebem aulas de reforço.Por causa disso, os índices derepetência são baixos. O profes-sor Jouni Välijärvi, do InstitutoFinlândes de Pesquisa da Uni-versidade de Jyväskylä, comen-ta que dentro das universidadesexiste uma escola de treinamen-to em que os alunos têm desdeo início do curso a experiência

de trabalhar dentro de umasala de aula.

Entretanto, ele ressalta queessa experiência tem uma du-ração muito curta para que oeducador tenha uma noçãocompleta da profissão. Por isso,Välijärvi explica que o país estáaprimorando a formação dosprofessores por meio de umsistema de estudo e discussãodentro das escolas. “Atualmen-te, estamos desenvolvendo umsistema em que os professoresmais velhos ajudam os maisnovos quando chegam à esco-la”, conta.

Luiz Carlos Paixão da Rocha, da

APP, diz que há necessidade de as

escolas oferecerem formação

continuada.

curso público, que fique um pe-ríodo de seis meses em experi-ência. De acordo com ele, a atu-alização de conhecimento setorna imprescindível para su-prir qualquer eventual deficiên-cia que o professor possua emsua graduação.

A superintendente de Ges-tão Educacional da SecretariaMunicipal de Educação deCuritiba, Meroujy Cavet, acre-dita que para suprir essas defi-ciências na graduação as matri-zes curriculares deveriam teruma carga horária maior para aeducação infantil e as primeirasséries do ensino fundamental.

Quando recebem os professo-res, a secretaria oferece cursosde capacitação (formação con-tinuada) para que se crie umvínculo com a criança. “O pro-fessor precisa saber lidar e sa-ber como se dá o desenvolvi-mento de aprendizado dela”,salienta.

Para estreitar a relação comas instituições de ensino supe-rior, Meroujy diz que a secreta-ria possui representantes do en-sino superior no Conselho Mu-nicipal de Educação, a fim deque melhore o diálogo entre aspartes e o ensino nas séries ini-ciais.

Lista dos países pela média de pontuação doPrograma Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa)

A análise dos resultados doPisa, levando em conta umamargem de erro de 5%, revelaque um grupo de 12 países for-ma a elite do ensino mundial,com pontuação que vai de 507a 546:

FinlândiaCanadá

Nova ZelândiaAustráliaIrlanda

Coreia do Sul

Reino UnidoJapãoSuéciaÁustriaBélgicaIslândia

Cinco nações, com resulta-dos estatisticamente equivalen-tes à média geral dos países daOrganização para a Cooperaçãoe Desenvolvimento Econômico(OCDE), que corresponde a500, estão em um segundo gru-po de desempenho. Nesse gru-po a média vai de 494 a 505:

NoruegaFrança

Estados Unidos

DinamarcaSuíça

Em um terceiro grupo es-tão 14 países com resultadosque vão de 396 a 493, abaixoda média da OCDE. O Brasil éo último colocado:

EspanhaRepública ChecaItáliaAlemanhaLiechtensteinHungriaPolônia

GréciaPortugalRússiaLetôniaLuxemburgoMéxicoBrasil

Vitrine

As inteligências são diferentes

Ao desenvolver a Teoria das

Inteligências Múltiplas, a partir de1983, o professor e psicólogo daUniversidade de Harvard, HowardGardner, promoveu uma grandemudança na psicologia da apren-dizagem.

Com sua ira santa, Gardner in-vestiu pesado contra os testes deQI (Quociente de Inteligência). Atéentão, quem tinha QI abaixo desetenta era alvo de preconceitos ediscriminações. Não é difícil ima-ginar o sofrimento, a baixaautoestima, o bullying infringidoaos estudantes com pífio desem-penho acadêmico.

Há exemplos clássicos de cele-bridades que tinham talentos para

além das salas de aula. Picasso foipéssimo aluno; porém, foi um gê-nio na inteligência espacial e napintura – para Nilson Machado, éa inteligência pictórica.

Rudolf Nureyev também foi umdos últimos da classe. Seu profes-sor anotou: “Rudolf fica pulandona sala como um sapo”. Entretan-to, é considerado um dos maioresbailarinos de todos os tempos –tem a inteligência corpóreo-cinestésica.

Até os 25 anos, além de alunomedíocre, Francisco de Assis(1182-1226) foi um trovadorhedonista e um jovem lascivo ebelicoso. Renunciou a rica heran-ça paterna e, por suas virtudes e

atitudes exemplares, tornou-se omais popular santo da Igreja Ca-tólica. É conspícuo o conjunto desuas inteligências: 1) naturalista,pois como irmão do sol, da água,dos animais, constituiu-se no pre-cursor das causas ecológicas; 2)interpessoal uma vez que era cor-dial, expansivo, alegre, afeito aostrabalhos comunitários, fundadore líder de uma importante ordemreligiosa; 3) intrapessoal, foi as-ceta, humilde, pacifista e solidá-rio com os pobres e doentes; 4)existencial, era espiritualista, mís-tico e mais uma vez, irmão damorte corporal; 5) linguístico-ver-bal, foi pregador convincente, pro-duziu belos textos e, dessa forma,

Palavra do Especialista Educação & Ensino

foi considerado o primeiro poetaitaliano (o Cântico do Sol é umaode ao amor universal).

Em torno de 1905, o Ministé-rio da Educação da França solici-tou ao psicólogo Alfred Binet umaforma de mensurar a inteligência.Binet e sua equipe criaram os tes-tes de QI que media por primeiroa capacidade de raciocínio do alu-no e, secundariamente, avaliavaas aptidões linguísticas e a coor-denação motora.

Isso provou que o mundo édiverso. Além disso, é adverso;talvez por isso, tantos procure-mos desenvolver relações huma-nas pautadas em valores, na éti-ca, empatia e no respeito.

Professor e diretor de escolae autor do livro Da Sabedoria

Clássica à Popular.Contato:

[email protected]

Jacir J. Venturi

INFORME PUBLICITÁRIO

Ensino 12

Brasil recebe Olimpíada de Estudo

Mais de 300 salas de estu-do e bibliotecas divididas em15 países da Europa, África eAmérica, fazem parte da VIIOlimpíada Solidária de Estu-do, que no Brasil espera con-tar com mais de 3 mil alunos.Para cada hora de estudo deum aluno voluntário dentrode uma biblioteca creden-ciada, será gerado R$ 1 de ver-ba para apoiar um projeto so-cial predeterminado.

Essa é a proposta do even-to, um projeto mundial, queocorre simultaneamente em15 países da Europa, África eAmérica, que teve seu iníciono dia 5 de novembro e se es-tenderá até o dia 5 de dezem-bro. O Brasil participa pelosegundo ano consecutivo do

Para cada hora de estudo de um aluno voluntário será gerado R$ 1 para apoiar um projeto social

Jornal Nota 10 | novembro 2009

Em Curitiba, os voluntári-os poderão utilizar a bibliote-ca do Centro Cultural doIgaraçu para participar. Noprimeiro dia da Olimpíada,dos 20 lugares disponíveis nasala de estudo, dez foram pre-enchidos. Homens, mulherese crianças podem compare-cer ao local.

A advogada e voluntáriaresponsável pelo evento em

Curitiba abre espaço para voluntáriosCuritiba, Michelle Soares deMacedo, conta que a divulga-ção foi feita nas escolas, cine-mas, restaurantes, por meio decartazes e panfletos. “Quemquiser ser voluntário é só ir aoCentro Cultural e preencher ospapéis necessários. Temos ummonitor que auxiliará nesseencaminhamento”, explica.

Após o fechamento do ba-lanço dos primeiros cinco dias,

divulgado no dia 11, o Brasilocupa o segundo lugar com2.608 horas de estudo feitaspor 1.084 participantes.

O Centro Cultural do Iga-raçu está situado à TravessaSão Benedito, 131, no bairrodo Ahú. O telefone para maisinformações é o (41) 3352-7699. O espaço fica das 8h às20 horas, de segunda a do-mingo.

projeto e todo o recurso ar-recadado aqui será destinadoao Projeto Jurujuba, emNiterói, no Rio de Janeiro,que atende diretamente 100crianças em situação de ris-co.

Ao envolver os alunos, aOlimpíada reforça o senso devoluntariado, incentiva os es-tudos e ajuda a reduzir a eva-são escolar. Andréa Gomides,diretora da Ekloos, ONG res-ponsável pela Olimpíada noBrasil, diz que o objetivo édespertar nos jovens o inte-resse pelo voluntariado, ofe-recendo um projeto em queeles possam ajudar com seupróprio recurso intelectual: oestudo. “Com a OlimpíadaSolidária eles percebem que

podem agir para mudar situ-ações de desigualdade e po-breza, permitindo que outraspessoas tenham também aces-so à educação”, comenta.

Curitiba, Belo Horizonte,

Brasília, Campinas, Niterói,Rio de Janeiro, Ribeirão Pre-to, São José dos Campos e SãoPaulo se preparam para rece-ber 3 mil voluntários. Univer-sidades de porte como

Unicamp, USP, UFF, IBMEC,IESB e a Biblioteca da Acade-mia Brasileira de Letras tam-bém aderiram ao projeto, quepretende gerar mais de 10 milhoras de estudo.

A União dos DirigentesMunicipais de Educação doParaná (Undime-PR) se arti-cula para que seja revogada alei estadual que permitiu quecrianças com 5 anos de idadeingressem no primeiro ano doensino fundamental. A posi-ção da entidade é que apenascrianças com 6 anos possamingressar, conforme prevê aLDB e a Constituição.

Em todo o Brasil apenas oParaná e o Mato Grosso do Sulpermitem que crianças com 5anos – e que completem 6anos no decorrer do ano leti-vo – possam ser matriculadasno primeiro ano. “A lei nasceucom vício, por desrespeitar aLDB e a Constituição e, prin-cipalmente, por atender a in-teresses políticos”, acentua opresidente da Undime-PR,Claudio Aparecido da Silva.

De acordo com o presiden-te a ideia é procurar entendi-mentos para resolver a ques-

tão. Um deles seria se reunircom a Comissão de Educaçãoda Assembleia Legislativa,para que seja feita uma refle-xão sobre o assunto. “Vamos

mostrar que a lei abriu umalacuna pedagógica e atendeua interesses específicos”, argu-menta. “A Constituição e aLDB precisam ser observa-dos”, ressalta.

O presidente participou deuma reunião ocorrida emCuritiba no último dia 12, quereuniu também o presidentedo Conselho Estadual de Edu-cação (CEE-PR), Romeu Go-mes de Miranda. “Tem muitagente legislando sobre educa-ção e isso precisa acabar”, des-taca Miranda, que apoia a ini-ciativa de a lei estadual serrevogada.

Na avaliação do presiden-te nacional da Undime, CarlosEduardo Sanches, que tam-bém estava presente à reu-nião, é preciso encontrar saí-das para os casos do Paraná eMato Grosso do Sul. “Es-tamos, juntos, tentando en-contrar uma saída”, explica.

Para Claudio Aparecido daSilva, entrando mais cedo noprimeiro ano essas crianças,no decorrer do processo aca-dêmico, chegam precocemen-te à universidade. “E imaturasnem sempre fazem as melho-

Undime quer revogar lei estadual dos 5 anos

A leinasceu

com vício, pordesrespeitar

a LDB e aConstituição e,

principalmente,por atender a

interessespolíticos

Cláudio Aparecido res escolhas profissionais”,diz. Para ele é difícil precisaro impacto da nova lei. “Não dápara dimensionar a curto pra-zo”, ressalta, destacando quenão é salutar pular etapas pe-dagógicas do desenvolvimen-to dos alunos.

Na avaliação do presiden-te, a intenção é que algo sejafeito ainda este ano, para quesurjam efeitos que permitamuma mudança na atual situa-ção vivida pelas crianças nasescolas das redes pública eprivada.

Professor Cláudio Aparecido Silva, presidente da Undime do Paraná.

14Literatura

Agenda

Desenvolvido pela Gazeta do Povodesde 1999, o projeto de leitura e ci-dadania Ler e Pensar comemora seus10 anos de atuação com uma grandefesta, aberta exclusivamente aos pro-fessores participantes e universidadesparceiras.

No evento, marcado para o dia 17de novembro no Teatro Positivo, se-rão anunciados os vencedores da 2.ªedição do Concurso Cultural Ler ePensar, que premia os melhores e maiscriativos trabalhos dos professores uti-lizando o jornal em suas práticas pe-dagógicas, e o apoio das secretarias deeducação ao desenvolvimento do pro-jeto em cada município atendido.

A festa, onde também serão home-

Gabriel o Pensador participa da festa de 10 anos do Ler e Pensarnageadas as pessoas que marcaram aconstrução, fundamentação científicae evolução do projeto nos seus primei-ros dez anos de existência, será coroa-da pela presença, já confirmada, doescritor e músico Gabriel O Pensador,que fará uma palestra sobre a impor-tância da leitura para a formação daconsciência crítica.

“Celebrar esses dez anos é reconhe-cer a contribuição social e educacionalque o Ler e Pensar vem prestando aolongo desses anos para a comunidadeparanaense, na mesma medida em quefortalecemos uma nova prática cida-dã”, afirma Clarice López de Alda, di-retora do Instituto RPC, que opera-cionaliza o projeto.

Sobre o Ler e Pensar - Propon-do a leitura do jornal como meio deconstruir opinião e formar cidadãoscríticos e autônomos, o Ler e Pensartem o objetivo de contribuir com aeducação e influir positivamente sobrea realidade da escola, da família e dasociedade. A Gazeta do Povo mantémo Ler e Pensar, fornecendo jornais ecapacitação de professores para usodesses materiais em sala de aula, in-centivando a formação continuada deequipes pedagógicas e estimulando aleitura e a cidadania. Nos dez anos defuncionamento, o Ler e Pensar já aten-deu 2,3 mil escolas, 18 mil professo-res e 500 mil alunos das redes públicae privada.

Violência e DiscriminaçãoContra a Mulher

O livro trata da violência e discriminação contraa mulher sob o aspecto dos direitos humanos. Oponto inicial do trabalho é a internacionalizaçãodos direitos humanos e a proteção dos direitoshumanos da mulher. A presente obra traz uma

análise histórico-jurídica dessa questão, apontando para ofato de que a gravidade do problema de violência demanda uma mudançade padrão cultural e uma política pública de longo alcance.

Vamos brincar?

Emilia Cipriano eSilmara Rascalha CasadeiEscrituras Editora

Você já brincou de correcotia, amarelinha,pega-pega, esconde-esconde, fazer barqui-nho de papel, cadê o anel? Este livro é um conviteàs crianças e um apelo aos adultos, para que todos juntos resgatemos asbrincadeiras livres da infância e possibilitemos a oportunidade da interação,da alegre partilha e da imaginação. As autoras, profissionais da área da Edu-cação há mais de vinte anos, destacam que o direito de a criança brincar éum pressuposto necessário à preservação da infância. As crianças não po-dem ser impedidas de conviver entre si, de se olhar frente a frente, de so-nhar e inventar.

Educação a distânciasem segredosRita Guarezi e Márcia Maria de MatosEditora Ibpex

Os conceitos da educação a distância, os pro-cessos de implantação do sistema, suas dife-rentes versões e as perspectivas para o futurodo método de ensino são alguns dos temas

abordados na obra, organizada em capítulos que po-dem ser lidos em ordem aleatória. “A decisão é sua, mas valerá a pena lertodo o conteúdo e refletir sobre a oportunidade que a EaD está oferecendo amilhares de pessoas que não dispõem de condições para frequentar o ensi-no presencial”, dizem as autoras na apresentação.

Quando mamãe oupapai morreUm livro para consolar as crianças

Daniel GrippoPaulus Editora

Esta obra traz uma mensagem de conforto e es-perança aos pequenos que perderam quem lhes era muito espe-cial. O objetivo é colaborar com as famílias, com os professores e com outrosadultos interessados em ajudar as crianças a encarar este momento, por meiodo diálogo e da solidariedade, pois só assim elas se sentirão mais seguraspara demonstrar suas emoções. Além disso, o autor oferece dicas de comotransformar a tristeza em boas lembranças, como montar um álbum de re-cortes com fotos, bilhetes e cartões ou partilhar um brinquedo dado por quempartiu.

Wilson LavorentiMillennium Editora

Jornal Nota 10 | novembro 2009

EXPEDIENTE: Jornal Nota 10 – Um veículo da Nota 10 Publicações. Circulação: Distribuição gratuita em escolas públicas e particulares do Paraná, sempre a partir do dia 10 de cada mês.Redação: R. Desembargador Westphalen, 824 - sala 4 – CEP 80.230-100. Telefone/Fax: (41)3233-7533. E-mail: [email protected] Editor e jornalista responsável: Helio Marques -MTb 2524. Revisão: Andréa Maria de Carvalho Marques. Colaboração: Bruna Carneiro e Douglas Luz. Diagramação: Simone Tatarem. Foto da capa: Marcello Casal Jr/ABr.

15Artigo de opinião

Tecnologia governarotina familiar

O que antes era

apenas ficção na famí-

lia Jetsons, hoje é uma

realidade nas famílias

dos grandes centros: a

tecnologia e os com-

promissos em demasia

vêm alterando hábitos

e costumes que perdu-

raram nas famílias du-

rante muito tempo.

Aquelas cenas de

comerciais de marga-

rina, onde a família se

reúne todos os dias

pela manhã antes dos afazeres

diários para conversar sobre o

dia que virá, ou aquela cena de

comerciais de caldo de galinha,

onde a reunião ocorre no jan-

tar para discussão do dia que

passou, está perdendo espaço

para os avanços tecnológicos e

para a pressa do dia-a-dia.

 Os pais e filhos acordam

não mais com um despertador,

e sim com o celular que, já de

quebra, traz os e-mails não res-

pondidos, algumas mensagens

do SMS e do MSN, e até as prin-

cipais cotações do mercado fi-

nanceiro. Dessa forma, quan-

do a família se encontra no café

da manhã, observa uma cena

um pouco diferente das presen-

tes nos comerciais: os filhos es-

tão com os fones de ouvido, os

olhares estão para a tela do

próprio aparelho ou para os ce-

lulares, os pais estão de olho e

ouvidos nos notebooks, iPhones

ou até nos televisores instala-

dos na sala de jantar ou na co-

zinha, tentando antecipar as

ações diárias ou um caminho

sem trânsito para o primeiro

destino do dia.

No período noturno, o de-

sencontro é ainda maior. Os

pais chegam após as 21 horas,

pois passam pelo happy hour

ou pelas academias depois do

trabalho, enquanto os filhos

estão online com os colegas re-

ais ou virtuais e precisam acor-

dar cedo no dia seguinte.

 A tecnologia alterou muito

a rotina das famílias e, para

muita gente, alterou completa-

mente rituais outrora previsí-

veis no começo e término de ca-

da dia. Coisas inaceitáveis pa-

ra muitos chefes de famílias há

poucos anos estão tomando

conta de todos que já não se

importam com a opinião dos

mais velhos.

 Tais mudanças nos nossos

hábitos vêm aos poucos inter-

ferindo sutilmente e significa-

tivamente na formação das cri-

anças e jovens. O menor con-

tato, de fato, com os pais e com

os irmãos, faz com que as cri-

anças e jovens tenham que pro-

curar fora de casa a atenção,

os ouvidos, os olhares, o cari-

nho e até os limites. Esse é um

sinal de que os amigos virtuais

e reais, sejam eles mal intenci-

onados ou não, estão se trans-

formando no porto-seguro que

os jovens tanto necessitam e

que eles deveriam encontrar

nos seus lares.

Nota da Redação: O Jornal Nota 10 possui uma versão diária na internet, no site www.nota10.com.br

 Para tentar evitar

que os nossos filhos

encontrem pessoas er-

radas por trás destes

supostos amigos, ten-

te criar uma rotina de

encontro familiar, ro-

tina esta que se resu-

me simplesmente em

criar momentos para

as reuniões familia-

res, podendo ter dias

certos para acontecer

e horários para come-

çar e acabar.

 Muitos devem estar pen-

sando que isso é um ultraje e

que deveria ser natural. Porém,

a nossa era de compromissos

agendados não está permitin-

do que os encontros aconteçam

em momento algum. Assim,

podemos concluir que mais va-

lem reuniões agendadas do que

a ausência delas.

Quem sabe às quartas o café

matinal possa acontecer com

todos da família presentes de

fato, sem nenhuma distração

tecnológica? Quem sabe todos

os domingos o almoço possa

ser na casa dos avós? Quem

sabe uma vez por mês ou um fi-

nal de semana em um hotel no

interior? Ações agendadas des-

te tipo talvez possam mini-

mizar este mal que vem afetan-

do nossas famílias. Valem mui-

to mais poucos encontros agen-

dados e com as pessoas presen-

tes de fato, do que nenhum en-

contro ou encontros sem que

todos estejam presentes de cor-

po e alma.

DrogaAbsorção e efeito mais

rápido, além de preço me-nor. A combinação faz docrack uma das drogas commaior potencial de depen-dência e de destruição. Com-parada com a cocaína, elachega com mais facilidade aosistema nervoso central e seuuso pode se repetir por maisvezes. Assim como a drogachega ao cérebro em cerca de

10 segundos, os resultadosaparecem em pouco tempo:perda de capacidade cere-bral. “O crack causa um nívelde lesão cerebral significati-vo”, diz o psiquiatra RonaldoLaranjeiras, coordenador daUnidade de Dependência deÁlcool e Droga (Uniad), doDepartamento de Psiquiatriada Universidade Federal deSão Paulo (Unifesp).

Um projeto para fazer melhoramento genético de frutasamazônicas acaba de ter financiamento aprovado pelo go-verno federal. O foco inicial são o camu-camu, o taperebá eo araçá, todas frutas com alto teor de vitamina C. Como ex-plica o coordenador Edvan Alveso, da Embrapa, o trabalhoinclui a criação de um banco de germoplasma- um pomar com diversos exemplares de cadaespécie, que permitirá a seleção e cruza-mento visando à criação de plan-tas mais apropriadas para a agri-cultura comercial.

Genética

Wagner SanchezDiretor acadêmico da

Faculdade e Colégio Módulo

e especialista em educação.

[email protected]

Jornal Nota 10 | novembro 2009

Vitamina Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos

afirma que pelo menos uma em cada cinco crian-ças do país, entre 1 e 11 anos de idade, tem defici-ência de vitamina D, e pode estar em risco parauma variedade de problemas de saúde, como os-sos frágeis. O estudo, publicado pelo “Journal ofPediatrics” no dia 26, analisou dados de 2001 a

2006 de aproximadamente 3 mil crianças. De acordo como estudo, cerca de 90% das crianças negras e 80% das comorigem latina podem ter deficiências dessa vitamina.

Dor de cabeçaUm procedimento cirúrgi-

co em determinadas áreas docérebro pode curar as dores decabeça, afirma um estudoapresentado no dia 24 perantea reunião anual da Sociedadede Cirurgiões Plásticos dos Es-tados Unidos, em Seattle.

Os especialistas explicaramque muitos dos 79 pacientes

que fizeram a operação há cin-co anos mostram agora que es-tão curados do problema, quenos EUA atinge cerca de 30milhões de pessoas. A enxaque-ca é uma forte dor de cabeça.As pessoas que sofrem do pro-blema são sensíveis à luz e aobarulho. Geralmente têm tam-bém crises de enjoo e vômito.

Fonte: G1