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Testes de álcool O inspector geral do Trabalho um dos parceiros do Instituto da Droga e da Toxicodepen dência IDT na elaboração do programa de realização de exames a drogas no trabalho e Fernando Negrão antigo presidente do IDT elogiam os méritos do projecto Mas os dois deixam alertas para o futuro Preservar a saúde Adependênciadoálcool ou de drogas pode produzir efei tos adversos no lo cal de trabalho quer pela perda de produtividade da empresa quer pelas consequên cias para a saúde ea integridade física dos trabalhadores Natural mente que para as empresas o consumo de substâncias estupe facientes ou de álcool constitui também uma lesão para a sua ima gem sobretudo se o trabalhador ti ver contacto com os clientes ou fornecedores Na nossa perspectiva são os possíveis efeitos para a seguran ça e saúde que podem justificar o controlo da alcoolémia oudo con sumo de drogas no local de traba lho desde que salvaguardadas as garantias reconhecidas na lei ao trabalhador ao nível dos seus di reitos de personalidade Podemos dizer que ambas as partes na rela ção laborai têm deveres nesta ma téria Cabe ao empregador asse gurar o resultado de disponi bilizar aos seus trabalhadores condições de trabalho seguras mas cabe também ao trabalhador agir de forma diligente e com zelo cumprindo com as normas de se gurança e saúde estabelecidas por forma a não se expor a si e a terceiros a riscos que possam vir a concretizar se em dano Dado o interesse da questãofoi assinado um protocolo pela Auto ridade para as Condições do Tra balho e pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência no sentido de definir uma estratégia comum nes te âmbito Em traços gerais pode dizer se que todo e qualquer con trolo deve ter por fim assegurar veis adequados de protecção na empresa face aos riscos a que os trabalhadores possamestar expos tos Trata se pois de uma medida preventiva que deve ser realizada no contexto dos serviços de segu rança e saúde no trabalho por pes soal qualificado nomeadamente em matéria de sigilo quanto aos re sultados obtidos Aexecução de exames ou testes de alcoolémia deve respeitar um princípio de proporcionalidade o que significa que essa actividade deve estar relacionada coma obri gação de prevenção que impende sobre o empregador e com as ne cessidades de protecção da saúde física e psíquica do próprio ou de terceiros Assim os exames e testes de alcoolémia devem estar contex tualizados no âmbito do planea mento e programação da seguran ça e saúde no trabalho e dos servi ços de segurança e saúde no tra balho devem ser necessários adequados e proporcionados à ve rificação de alterações da saúde causadas pelo exercício da activi dade profissional e para a determi nação da aptidão ou inaptidão físi ca e psíquica para o exercício das funções de cada trabalhador Na organização do programa de controlo do consumo do álcool deve ter se em conta a natureza dos riscos profissionais existentes no local de trabalho as exigências particulares de determinadas fun ções e o grau de conscienciali zação dos actores Deve ainda ter sido assegurado o quadro de infor mação consulta e participação dos trabalhadores e seus representan tes sobre as razões e a forma como os controlos são efectuados Por outro lado a obrigatorieda de da sujeição dos trabalhadores aos testes e exames não pode reve lar se abusiva discriminatória ou arbitrária No contexto da lei actual considera se indicador de legitimi dade a realização dos exames sob solicitação e ou responsabilidade do médico do trabalho a com preensibilidade do critério de es colha do universo de trabalhado res ou de umtrabalhador quanto à necessidade de submissão a teste e a garantia de que os dados reco lhidos não são utilizados para fins alheios à finalidade originária a protecção da saúde física e psíqui ca do próprio ou terceiros Por outro lado ainda a penaliza ção do trabalhador que eventual mente viole os seus deveres con tratuais por se apresentar ao traba lho com níveis de alcoolémia ou consumo de estupefacientes deve seguir as vias usuais do procedi mento disciplinar Inspector geral doTrabalho Diário Notícias 75 S/Cor 278 79040 Nacional Informação Geral Diario Página (s): Imagem: Dimensão: Temática: Periodicidade: Classe: Âmbito: Tiragem: 12102009 Política

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Testesdeálcool O inspector geral do Trabalho um dos parceiros do Instituto da Droga e da Toxicodependência IDT na elaboração do programa de realização de exames a drogas no trabalho e Fernando Negrãoantigo presidente do IDT elogiam os méritos do projecto Mas os dois deixam alertas para o futuro

Preservar a saúdeAdependência do álcool ou de drogaspode produzir efeitos adversos no lo

caldetrabalho querpela perda de produtividade daempresaquer pelas consequências para a saúde e a integridadefísica dos trabalhadores Natural

mente que para as empresas oconsumo de substâncias estupefacientes ou de álcool constitui

tambémuma lesãoparaasua imagem sobretudo se o trabalhador tiver contacto com os clientes ou

fornecedores

Na nossa perspectiva são ospossíveis efeitos para a segurança e saúde que podem justificar ocontrolodaalcoolémiaoudocon

sumo dedrogasno local de trabalho desde que salvaguardadas asgarantias reconhecidas na lei aotrabalhador ao nível dos seus direitos depersonalidade Podemosdizer que ambas as partes na relação laborai têm deveres nestamatéria Cabe ao empregadorassegurar o resultado de disponibilizar aos seus trabalhadores

condições de trabalho segurasmas cabe também ao trabalhador

agir de formadiligente e comzelocumprindo com as normas de segurança e saúde estabelecidaspor forma a não se expor a si e aterceiros a riscos que possamvira concretizar se em dano

Dado o interesse daquestãofoiassinadoum protocolo pelaAutoridade para as Condições do Trabalho epeloInstituto daDrogaedaToxicodependência no sentidodedefinirumaestratégia comumneste âmbito Em traços gerais podedizer se que todo e qualquer controlo deve ter por fim assegurar níveis adequados de protecção naempresa face aos riscos a que ostrabalhadores possamestarexpostos Trata se pois de umamedidapreventiva que deve ser realizadano contexto dos serviços de segurançaesaúdeno trabalho porpessoal qualificado nomeadamenteemmatériade sigilo quanto aos resultados obtidos

Aexecuçãode examesoutestesde alcoolémia deve respeitar umprincípio de proporcionalidade oque significa que essa actividadedeve estar relacionada comaobri

gaçãodeprevençãoque impendesobre o empregador e com as necessidades de protecçãodasaúdefísicaepsíquicadoprópriooudeterceiros Assim os exames e testesde alcoolémia devemestar contex

tualizados no âmbito do planeamento eprogramaçãoda segurançae saúde no trabalho e dos serviçosde segurançae saúdenotrabalho devem ser necessáriosadequados eproporcionados àverificação de alterações da saúdecausadas pelo exercício da actividadeprofissional e paraadeterminaçãodaaptidãoou inaptidãofísica e psíquica para o exercício dasfunçõesdecada trabalhador

Na organização do programade controlo do consumo do álcooldeve ter se em conta a natureza

dos riscos profissionais existentesno local de trabalho as exigênciasparticulares dedeterminadas funções e o grau de consciencialização dos actores Deve ainda tersido assegurado oquadro de informação consulta eparticipaçãodostrabalhadores e seus representantes sobre as razões e aformacomo

os controlos são efectuados

Poroutro lado a obrigatoriedadeda sujeiçãodos trabalhadoresaostestes e exames não pode revelar se abusiva discriminatória ouarbitráriaNo contextoda lei actualconsidera se indicadorde legitimidade a realização dos exames sobsolicitação e ou responsabilidadedo médico do trabalho a compreensibilidade do critério deescolha do universo de trabalhado

res ou deumtrabalhadorquanto ànecessidade de submissão ateste

e a garantia de queosdados recolhidos não são utilizados para finsalheios à finalidade originária aprotecçãoda saúde física e psíquica do próprio ou terceiros

Poroutro lado ainda apenalização do trabalhador que eventualmenteviole os seus deveres con

tratuais por se apresentar aotrabalho com níveis de alcoolémia ou

consumodeestupefacientes deveseguir asviasusuaisdoprocedimentodisciplinar

Inspector geraldoTrabalho

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