REVISÃO UFPR 2012

POEMAS ESCOLHIDOS DE GREGÓRIO DE MATOS

1) Gregório “europeu”/”clássico”

• Pais (Gregório de Matos e Maria da Guerra) portugueses.

• Ascendência branca “nobre, e de limpo sangue, sem ter raça alguma limpo sangue, sem ter raça alguma de judeu, cristão novo, mouro ou mulato...”

• Educação jesuítica.• Viveu em Portugal dos 14 aos 45

anos.

• Luís Gôngora (1561-1627) estilo voltado para o jogo de palavras complexo e rebuscado, ornado de antíteses, paradoxos e trocadilhos. Por imitação da sintaxe latina, adotava a inversão da ordem das frases. Tal exagero verbal ficou conhecido como “Cultismo” (ou “Culteranismo”).

Influência barroco espanhol

• Francisco de Quevedo (1580-1645) poeta refinado e teólogo, compôs sonetos de teor filosófico e sátiras ao seu principal rival, Luís de Gôngora. Defendia uma poesia de “conteúdo”, de ideias: “Conceptismo”.

O todo sem a parte não é todo,A parte sem o todo não é parte;Mas se a parte fez todo, sendo parte,Não se diga que é parte, sendo todo.

Em todo o sacramento está Deus todo,E todo assiste inteiro em qualquer parte;E feito em partes todo, em toda a parteEm qualquer parte sempre fica todo.

O braço de Jesus não seja parte,Pois que feito Jesus em partes todo,Assiste cada parte em sua parte.

Não se sabendo parte deste todoUm braço que lhe acharam sendo parte,Nos diz as partes todas deste todo.

2) Gregório “brasileiro”/”popular”

• “Amante das negras”...;

• Como um “trovador” popular, compositor de coplas e redondilhas

• Crítica social profundamente • Crítica social profundamente enraizada na realidade concreta da Bahia (poesia satírica)

• Retrato dos costumes populares da Bahia e do Recife

INOCÊNCIA

INOCÊNCIA....ASPECTOS IMPORTANTES

1) Costumes e paisagem regionais

2) O machismo, a honra, a mulher na sociedade

3) A linguagem4) As epígrafes: relação com a

6) O impedimento amoroso: Costumes e a “honra” masculina

7) Inocência esperta8) Cirino: dívida no jogo,

mentiroso?cultura universal (intertextualidade)

5) Choque cultural:Meyer (urbano/europeu)

versus

Pereira (sertão/Brasil)

9) Cirino e a expiação dos pecados no final

10) “Papilio Innocentia”:a) A beleza natural do Brasilb) O desabrochar do Amorc) A Pureza

O BOM CRIOULO• Tempo: Toda a ação transcorre no período de mais ou menos

dois anos da vida das personagens. Tempo atual ao do autor, i.e., 1893.

• Espaço - dois ambientes:

• o mar – interior de um navio, em que imperam as punições • o mar – interior de um navio, em que imperam as punições que parecem divertir os marinheiros-espectadores, ávidos de algum acontecimento que rompa a mesmice da permanência no mar, confrontando com o autoritarismo sádico do poder por parte dos oficiais;

• a terra, no sobradinho da portuguesa D. Carolina, na região central do RJ; e na Ilha.

• Narrador de 3.ª pessoa, onisciente: há interferências explícitas do narrador “A velha e gloriosa corveta -- que

pena! -- já nem sequer lembrava...” que interrompe o relato para expor uma opinião sua.

• Fica claro que o narrador não nutre simpatia pelo regime • Fica claro que o narrador não nutre simpatia pelo regime monárquico “... O velho pardieiro dos Braganças, o sombrio casarão, em que, durante quase um século, a monarquia fez reclamo de suas pratas.”

• É implacável também na descrição dos oficiais de alta patente da marinha (os “reis provisórios”)

• Escritor naturalista: “estuda” o comportamento humano a partir de características raciais (ser humano ao natural).

• Força muscular = Bom-Crioulo

• Beleza feminina e grega (“efebo”) = Aleixo

• Naturalista: Romance “de tese” – OS INSTINTOS ANIMAIS SOBREPÕEM-SE AO SENTIMENTO OU MORAL...MORAL...

• Retrata a “marinhagem rude e analfabeta” – destacando sempre os abusos e castigos corporais de que são vítimas.

• Oscila entre o moralismo de encarar a homossexualidade de Amaro e Aleixo como “delito contra a natureza” e a atenção nas descrições das cenas de aproximação sensual entre eles.

“URUPÊS”12 contos: narrativas de

episódios sertanejos, vários dos quais com

espaço em Itaoca (SP) e espaço em Itaoca (SP) e na região do Vale do

Paraíba... 2 crônicas: os costumes

do caboclo

Crônicas em que analisa criticamente a cultura cabocla:

“Velha Praga”

“Urupês”

TEMAS: Episódios curiosos da cultura sertaneja, “causos” do sertão...

- Casos trágicos de família: “Bucólica”, “A colcha de retalhos”

- Episódios de tragédias amorosas: “Os Faroleiros”, “O mata-pau”, “O estigma”

- Bizarro: “Bocatorta”

- Situações engraçadas: “O engraçado arrependido”, “Um - Situações engraçadas: “O engraçado arrependido”, “Um suplício moderno”, “Pollice Verso”

- Crítica sóciocultural: “Urupês”, “Velha Praga”

- Consciência ecológica: “A Vingança da Peroba”, “Velha Praga”

S. BERNARDOGraciliano Ramos(AL, 1893 – RJ 1953)

2ª Geração (1930)Regionalismo NordestinoDenúncia sóciopolíticaDenúncia sóciopolíticaNeorrealismo

CARACTERÍSTICAS

• Abordagem psicológica: Estuda o protagonista (Paulo Honório) de DENTRO para FORA (Narrativa em 1ª. Pessoa –confessional).

• Abordagem neorrealista: histórico da formação do caráter de um latifundiário nas Alagoas início séc. XX até a Revolução de 30.

• Abordagem sóciocultural: Demonstra a influência do meio (Determinismo) na formação de Paulo Honório: “O sertão meio (Determinismo) na formação de Paulo Honório: “O sertão agreste” fez um homem de “alma agreste”.

• Abordagem política: os efeitos da Revolução de 30 (“lenços vermelhos”) na vida dos fazendeiros do Nordeste

• Metalinguagem!: No processo de escrever o livro, Paulo Honório adquire consciência do processo da sua formação de vida

– conflito existencial.

• Contraponto

Madalena(social/sensível/humanista/solidária)

X X

Paulo Honório(capital/bruto/egoísta)

ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA

Características do “Romanceiro”CONTEÚDO• Dualidade do Ouro: Ganância x Liberdade // Ódio x

Amor // Poesia x Política // Arcádia x Impostos• Eu lírico emotivo• Paisagem bucólica: a paisagem de Minas e o

ambiente árcade da • Poetas inconfidentes/árcades: • Claudio M. da Costa • Claudio M. da Costa • Tomás A. Gonzaga (“Marília de Dirceu” e “Cartas

Chilenas”) • Alvarenga Peixoto e B. Heliodora.• Idealização do “Alferes”• Intertextualidade com o Arcadismo: bucolismo,

citações (poetas e musas e a lendária Arcádia)

“Romanceiro” FORMA• Mescla LÍRICO – ÉPICO – DRAMÁTICO • Rimas dispostas livremente (versos

brancos) e rimas toantes (“leque” + brancos) e rimas toantes (“leque” + “floresce”)

• Versos livres• Redondilhas • Decassílabos

Felicidade Clandestina (25 contos)

- Histórias urbanas (Recife e Rio)- Enredos retirados da vivência cotidiana (às vezes,autobiográficos / “memorialismo”)Protagonistas:1) meninas (Felicidade Clandestina, Restos de Carnaval, A Legião Estrangeira, Os

Desastres de Sofia, Cem anos de perdão)

2) meninos (Miopia Progressiva, O Primeiro Beijo, Menino a bico de Pena)

3) mães e filhos3) mães e filhos (Come meu filho, Uma Esperança, Macacos)

4) pessoas e animais (Tentação, Macacos, Uma história de tanto amor, O Ovo e a

galinha)

5) senhora (O Grande passeio)

- Tema:

REVELAÇÕES INTERIORES= VIDA ESSENCIAL = EPIFANIA

FLUXO DE CONSCIÊNCIADIRETO 1ª pessoa

MONÓLOGO INTERIOR

• INDIRETO: Em 3ª pessoa. Um narrador organiza e filtra o fluxo de consciência do personagem. Uso do DISCURSO do personagem. Uso do DISCURSO INDIRETO LIVRE

ANJO NEGRO(1948)

1) FORMA• Três atos / Unidade espacial (casa de Ismael) / Não há

unidade temporal (3º. Ato, 16 anos depois)• Diálogos com linguagem coloquial, fala curta,

entrecortada, diálogos que se cruzam, expressões populares = MODERNISMO

• Planos cenográficos simbólicos: a cama desfeita (simboliza o ato inicial da relação), a casa “sem teto”, os muros, a caixa de vidro.muros, a caixa de vidro.

2) CONTEÚDO• Racismo (autorracismo = baixa autoestima = Ismael não

quer “preservar a própria raça”...)• “Psicologia social” (transtornos inconscientes provocados

pelos padrões sociais burgueses: repressões sexuais, sociais, raciais, machismo, patriarcalismo...)

3) TRAGÉDIA “CLÁSSICA”?• 3 atos• Unidade espacial (mas não temporal)• O coro (grupo que representa a opinião pública e os

”sentimentos sociais” – são as mulheres negras + homens negros)

• “Herói” movido por valores fundamentais (uma “paixão” - neste caso, o RACISMO)“paixão” - neste caso, o RACISMO)

4) INTERTEXTUALIDADES: “Medeia”, “Othelo”, “Bíblia” e “Branca de Neve”