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Diretrizes Básicas para arquitetura penal Ministério da Justiça 2011

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  • Diretrizes Bsicas para arquitetura penal

    Ministrio da Justia 2011

  • 2011

    Ministrio da Justia Conselho Nacional de Poltica Criminal e Penitenciria

    Diretrizes Bsicas para arquitetura penal

    Braslia-DF

  • Ministrio da Justia Conselho Nacional de Poltica Criminal e Penitenciria

    Endereo: Esplanada dos Ministrios, Ed. sede, sala 303 70.064.900 Braslia - DF Telefone: (61) 3429.3463 Fax: (61) 3224.6649 Correio eletrnico: [email protected] Internet: www.mj.gov.br/cnpcp

    Catalogao na fonte ========================================================

    Brasil. Conselho Nacional de Poltica Criminal e Pe- nitenciria.

    Diretrizes bsicas para arquitetura prisional./ Reviso tcnica (ortogrfica e metodolgica): Gisela Maria Bester. - Braslia: CNPCP, 2011.

    111 p.

    1. Arquitetura penal; 2. Construo, ampliao e reforma dos estabelecimentos penais; 3. Lei de Execuo Penal; 4. Direitos fundamentais da pessoa humana.

    CDD

    ===============================================

  • 2011

    REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

    Presidente da Repblica Dilma Vana Rousseff

    MINISTRIO DA JUSTIA

    Ministro de Estado da Justia Jos Eduardo Martins Cardozo

    Presidente do CNPCP Geder Luiz Rocha Gomes

    Diretor do DEPEN Augusto Eduardo de Souza Rossini

    Braslia

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    MINISTRIO DA JUSTIA

    Conselho Nacional de Poltica Criminal e Penitenciria (CNPCP)

    MEMBROS

    Alvino Augusto de S

    Augusto Eduardo de Souza Rossini

    Carlos Eduardo Adriano Japiass

    Erivaldo Ribeiro dos Santos

    Fernando Braga Viggiano

    Geder Luiz Rocha Gomes

    Gisela Maria Bester

    Herbert Jos de Almeida Carneiro

    Jos Laurindo de Souza Netto

    Luiz Guilherme Mendes de Paiva

    Maria Ivonete Barbosa Tamboril

    Milton Jordo de Freitas Pinheiro Gomes

    Pedro Srgio dos Santos

    Renato Flvio Marco

    Rodrigo Duque Estrada Roig Soares

    Suzann Flavia Cordeiro de Lima

    Valdirene Daufemback

    Vitore Andr Zlio Maxiamiano

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    Sumrio

    RESOLUO ................................................................................... 08 PORTARIA ...................................................................................... 09

    ANEXO I Orientaes Gerais para a Construo, Ampliao e Reforma de Estabelecimentos Penais em Parceria com o Governo Federal ......... 10 ANEXO II Normas para a apresentao de Projetos de Construo, Ampliao e Reforma de Estabelecimentos Penais e para a Celebrao de Convnios com a Unio ..................................................................... 14 ANEXO III Conceituao e Classificao de Estabelecimentos Penais ............... 25 ANEXO IV Elaborao de Projetos Arquitetnicos e Projetos Especficos - Tipologia arquitetnica ...................................................................... 27 ANEXO V Programas para Estabelecimentos Penais .......................................... 45 ANEXO VI Critrios Gerais de Medio para a Elaborao do Oramento......... 75 ANEXO VII Conceituao dos Projetos de Arquitetura e Engenharia para Estabelecimentos Penais ...................................................................81 ANEXO VIII Documentao Modelo Ministrio da Justia/DEPEN...................... 98 ANEXO IX Glossrio .........................................................................................108

    REFERNCIAS ............................................................................. 109

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    RESOLUO N 09, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.

    O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE POLTICA CRIMINAL E PENITENCIRIA - CNPCP, no uso de suas atribuies legais e regimentais, tendo em vista os estudos realizados pela Comisso Interinstitucional nomeada para reviso da Resoluo No 03/2005, composta por membros deste Conselho, do Departamento Penitencirio Nacional (DEPEN) e do Conselho Nacional de Secretrios de Estado de Justia, Direitos Humanos e Administrao Penitenciria (CONSEJ); considerando as manifestaes advindas da consulta pblica e de outros rgos pblicos referente s polticas de sade e educao; considerando a manifestao dos conselheiros nas reunies ordinrias de agosto e outubro de 2011 e nas reunies extraordinrias de sete e onze de novembro de 2011, na cidade de Braslia; e considerando, finalmente, a necessidade de aperfeioamento das Diretrizes para elaborao de projetos, construo, reforma e ampliao de unidades penais no Brasil, resolve:

    Art. 1 - Editar as Diretrizes Bsicas para Arquitetura Penal, conforme constam dos Anexos de I a IX desta Resoluo, revogado o disposto na Resoluo n 3, de 23 de setembro de 2005.

    Art. 2 - Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao.

    GEDER LUIZ ROCHA GOMES Presidente do CNPCP

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    PORTARIA DE 28 DE JULHO DE 2011

    O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE POLTICA CRIMINAL E PENITENCIRIA, no uso de suas atribuies legais, e Considerando a necessidade de atualizao das regras do CNPCP sobre arquitetura e construo de estabelecimentos penais e casas de albergados (art 64, inc VI da LEP), Resolve:

    Art 1 - Fica instituda a comisso mista composta pelos conselheiros do CNPCP SUZANN FLVIA CORDEIRO DE LIMA, FERNANDO BRAGA VIGGIANO e VALDIRENE DAUFEMBACK, pelos servidores do DEPEN AUGUSTO EDUARDO DE SOUZA ROSSINI, ALEXANDRE CABANA DE QUEIROZ ANDRADE e CARLOS ROBERTO MARIATH e pelos representantes do CONSEJ MARIA TEREZA UILLE GOMES, EDILSON DE BRITO e NGELO RONCALLI DE RAMOS BARROS, cuja finalidade discutir e apresentar proposta de atualizao da resoluo n 03, de 23 de setembro de 2005, para deliberao deste colegiado.

    Art 2 - Fica institudo o prazo de 30 dias para a concluso e apresentao da referida proposta.

    Art 3 - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicao.

    GEDER LUIZ ROCHA GOMES

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    ANEXO I

    Orientaes Gerais para a Construo, Ampliao e Reforma de Estabelecimentos Penais em Parceria

    com o Governo Federal

    1. Introduo Este trabalho visa a consolidar a relao de cooperao entre o

    Ministrio da Justia e as Unidades da Federao, no tocante s iniciativas de construo, ampliao ou reforma de estabelecimentos penais.

    A reviso desta diretriz valorizou as contribuies j trazidas nos textos das resolues anteriores, de 1994 e 2005, aperfeioou a forma de dimensionamento usando o critrio de proporcionalidade do uso, inseriu novos conceitos como acessibilidade, permeabilidade do solo, conforto bioclimtico e impacto ambiental, considerou recomendaes de outros rgos governamentais e Ministrios, em especial da Sade e da Educao, bem como da sociedade que se manifestou por meio de uma consulta pblica.

    Esta resoluo referncia para todas as obras nacionais com fins penais, representando o acmulo poltico e social do Estado Democrtico de Direito e o conhecimento cientfico disponvel.

    2. Possibilidades, requisitos e elementos essenciais para a concesso do financiamento

    Nas demandas voltadas celebrao de convnios para construo, ampliao e reforma de estabelecimentos penais, o DEPEN tornar disponveis s Unidades da Federao interessadas os elementos tcnicos necessrios, compostos pelos seguintes itens:

    a) projeto bsico de arquitetura; b) projeto bsico de engenharia; c) planilha oramentria estimativa (sem terreno e fundao).

    Por se tratar de um projeto modelo, portanto sem condicionamento ao terreno, o material disponibilizado dever ser adequado pelo Estado s

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    variveis locais do terreno e de sua situao, como infraestrutura (gua, esgoto, luz, telefone, entre outras), acesso, terraplanagem, fundaes e outras correlacionadas.

    A elaborao e a oferta de tais projetos-padro implicam um importante salto de qualidade na gesto da poltica penitenciria nacional. A experincia revela que, sobretudo em funo da carncia de equipes tcnicas, muitas das Unidades da Federao vinham transferindo a empresas privadas a responsa- bilidade pela elaborao dos projetos. Dado que, na maioria dos casos, as empreiteiras tm compromisso apenas com o resultado financeiro de seus empreendimentos, nem sempre os estabelecimentos eram concebidos em harmonia com as finalidades e circunstncias ideais da execuo penal.

    A par disso, poder a Unidade da Federao apresentar seu projeto especfico, desde que respeite as diretrizes contidas nos seguintes Anexos:

    II Normas para a apresentao de projetos de construo, ampliao e reforma de estabelecimentos penais e para a Celebrao de Convnios com a Unio; III Conceituao e classificao de estabelecimentos penais; IV Elaborao de projetos arquitetnicos e projetos especficos Tipologia arquitetnica; V Programas para estabelecimentos penais; VI Critrios gerais de medio para a elaborao dos oramentos; VII Conceituao dos projetos de arquitetura e engenharia para estabelecimentos penais; VIII Documentao modelo Ministrio da Justia/DEPEN; IX Glossrio.

    Ao trabalhar com duas estratgias de colaborao com as Unidades da Federao a oferta de projetos-padro e a fixao de diretrizes para a elaborao de projetos prprios , o Ministrio da Justia procura criar condies para cumprir suas atribuies legais, no sentido de assistir tcnica e financeiramente os sistemas locais na implementao dos princpios e regras estabelecidas na LEP e na Constituio Federal, e de prezar por sua fiel aplicao em todo o territrio nacional.

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    A adoo do projeto-padro e das diretrizes, contudo, no deve se dar de maneira inflexvel. Os tcnicos do DEPEN podem analisar solicitaes de alterao nas especificaes, inclusive com o fim de dotar o padro de materiais alternativos, caractersticos de cada regio do Pas, levando-se em conta o conforto e o impacto ambiental, a segurana, a economia e a durabilidade.

    O CNPCP, por sua vez, apreciar as ponderaes dos gestores locais quanto a excepcionalidades que justifiquem a elaborao de projetos prprios em desacordo com o previsto neste documento.

    Em especial, ao se tratar de colnia agrcola, industrial e similar que tenha metodologia diferenciada e seja projetada para a capacidade de at 100 pessoas, propostas de alteraes do mdulo de necessidades dos programas podem ser avaliadas conjuntamente pelo DEPEN e pelo CNPCP, desde que respeitadas as condies para as assistncias previstas na LEP.

    3. Procedimentos A Unidade da Federao dever apresentar os projetos bsicos de

    implantao arquitetnica e de engenharia, acompanhados dos respectivos oramentos e da especificao completa do bem a ser produzido ou adquirido e, no caso de obras, instalaes ou servios, o projeto bsico conforme o inciso IX do artigo 6 da Lei N 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas anlise e aprovao do Ministrio da Justia/DEPEN e/ou entidade credenciada, regendo-se a celebrao do convnio pelos termos do que se acha descrito no Anexo II.

    A Licitao e a Execuo das Obras devero ser realizadas de acordo com a legislao vigente, sob responsabilidade exclusiva da Unidade da Federao. A superviso ser feita por tcnicos do Ministrio da Justia/ DEPEN ou por entidade credenciada. Ao mesmo tempo, a Unidade da Fe- derao dever manter profissionais habilitados nas reas de engenharia e de arquitetura para a fiscalizao e o acompanhamento dos servios.

    As visitas de superviso sero peridicas. O tcnico responsvel de- ver elaborar relatrio de vistoria da obra, que contenha, no mnimo:

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    a) situao do cronograma fsico-financeiro dos servios; b) fidelidade na execuo dos projetos arquitetnicos e complementares; c) atendimento s especificaes tcnicas e aos memoriais

    descritivos de todos os projetos; d) relatrio fotogrfico.

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    ANEXO II

    Normas para a apresentao de Projetos de Construo, Ampliao e Reforma de Estabelecimentos Penais1 e para a Celebrao de Convnios com a Unio

    1. Competncia para a solicitao de recursos Caber Secretaria de Justia da Unidade da Federao (ou

    repartio responsvel pela gesto do sistema penitencirio no mbito local) solicitar ao Ministrio da Justia recursos para a construo, ampliao, reforma ou aquisio de equipamentos dos estabelecimentos penais, a saber:

    a) penitencirias; b) colnias agrcolas, industriais ou similares; c) centros de observao criminolgica; d) hospitais de custdia e tratamento psiquitricos, aqui denominados Servio de Ateno ao Paciente Judicirio;

    e) cadeias pblicas ou estabelecimentos congneres; f) casa do albergado; g) centrais de penas e medidas alternativas. As Prefeituras Municipais podero tambm solicitar recursos para a

    1 No que diz respeito conceituao e classificao de estabelecimentos penais,

    este documento adota as previses contidas expressamente na Lei 7.210, de 11-07-1984 (LEP).

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    construo, ampliao e reforma de estabelecimentos penais, devendo o pleito ser devidamente analisado e aprovado pela Secretaria responsvel pelo Sistema Penitencirio local e, somente, aps, encaminhado ao Ministrio da Justia/DEPEN e/ou entidade credenciada.

    As solicitaes de construo, reforma e ampliao de estabelecimentos devero ser feitas separadamente s de aquisio de equipamentos, tais como os de cozinha, lavanderia, panificao, segurana, sade e outros industriais, que podero fazer parte do objeto para convnio de obras civis. No entanto, a estrutura fsica necessria para a instalao e o funcionamento destes equipamentos dever compor as solicitaes de construo, reforma e ampliao de estabelecimentos penais.

    Alm dos recursos do Ministrio da Justia/DEPEN, podero ser obtidos recursos oriundos de outras fontes da Unio, para atender s mesmas finalidades. Todos os pedidos dirigidos ao DEPEN e/ou entidade credenciada sero, porm, objeto de anlise quanto viabilidade tcnica e prioridade.

    2. Encaminhamento da Solicitao As solicitaes devem ser encaminhadas por meio de ofcio dirigido

    ao Ministrio da Justia/DEPEN e acompanhadas da seguinte documentao:

    a) No caso de utilizao de projeto-padro do Ministrio da Justia/ DEPEN:

    memorial justificativo da solicitao do recurso; plano de trabalho; memorial descritivo do terreno (Anexo VIII); memorial justificativo do projeto arquitetnico, explicando a proposta arquitetnica em consonncia com o atendimento da unidade (Anexo VIII), assinado pelo arquiteto e pelo chefe do Poder Executivo; projeto bsico formado pelo padro com as devidas adequaes e

    incluindo todos os levantamentos e estudos, alm dos projetos de implantao, instalaes, infraestrutura e outros complementa- res no existentes no modelo fornecido por estarem relaciona- dos com o terreno (conforme NBR 6492 - Representao de

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    projetos de arquitetura); projeto bsico de implantao e de infraestrutura; documentao complementar.

    b) No caso de projeto especfico: memorial justificativo da solicitao do recurso; plano de trabalho; memorial descritivo do terreno (Anexo VIII); memorial justificativo do projeto arquitetnico, explicando a proposta arquitetnica em consonncia com o atendimento da unidade (Anexo VIII), assinado pelo arquiteto e chefe do executivo; projeto bsico de arquitetura e de implantao; oramento do projeto bsico de arquitetura e de implantao; documentao complementar. Aps o regular recebimento dessa documentao, ser formado um processo para a sua anlise pelo Ministrio da Justia/DEPEN e/ou pela entidade credenciada.

    3. Documentao Necessria Para a anlise de qualquer processo referente construo,

    reforma, ampliao ou aquisio de equipamentos de estabelecimento penal, necessria a apresentao da documentao tcnica e do ofcio j referido, que so conceituados a seguir:

    3.1. Ofcio o documento pelo qual o interessado se dirige ao () Senhor(a)

    Ministro (a) da Justia ou ao () Diretor(a) do DEPEN, solicitando os recursos financeiros necessrios implementao de projeto de construo, reforma e ampliao de estabelecimentos penais. Dever ser formulado pela Secretaria competente ou por ela ratificado.

    3.2. Memorial justificativo da solicitao do recurso o documento no qual o interessado expe o motivo da solicitao

    feita no ofcio.

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    A viabilidade da proposio deve ser caracterizada de modo a permitir a aferio de que a deciso sobre o investimento a ser realizado est fundamentada em razes objetivamente inscritas nas metas institucionais da gesto local, tanto em relao ao tipo/regime, categoria e segurana do estabelecimento, quanto em relao sua localizao.

    A experincia aps a edio da Lei de Execuo Penal revela um marcante distanciamentos entre as pretenses normativas e a realidade social. Da proposta original de se instituir um sistema coerente, fundado na perspectiva harmnica do apenado vida em sociedade, e concebido em termos da interveno tecnicamente planejada do Estado, a partir de um corpo funcional multidisciplinar, o que se observou foi o advento de posies improvisadas, que seguramente corroboraram para que a questo prisional fosse se tornando um dos assuntos menos bem resolvidos de toda a esfera institucional do Brasil.

    Nesse contexto, a tarefa de elaborao do Memorial Justificativo da solicitao deve ser compreendida antes de tudo como a oportunidade de traduzir um movimento de reflexo e de planejamento da administrao local, impulsionada pela perspectiva da boa prestao dos servios penais.

    A aplicao desse vis de planejamento na poltica local de gerao de vagas, ademais, acompanha as mais modernas orientaes de gesto de polticas pblicas. Na medida em que envolve a necessidade da fixao de metas e da instituio de mecanismos de monitoramento e de avaliao de resultados, fica sugerido um contnuo repensar dos caminhos e sentidos que vm sendo decalcados na execuo da poltica penitenciria e na realizao dos objetivos programticos da Lei de Execuo Penal.

    Reconhece-se que, em alguns casos, extremamente difcil apresentar referncias objetivas sobre esse tipo de empreendimento. Todavia, algumas das Unidades da Federao j demonstram estar desenvolvendo tal competncia, havendo estabelecido inclusive seus planos diretores para a expanso e a organizao do sistema penitencirio. De outra parte, o Governo Federal vem buscando dar sua parcela de contribuio para essa mudana de cultura, pela criao ou pelo aperfeioamento de mecanismos ou ferramentas gerenciais como o Sistema de Informaes Penitencirias o INFOPEN, cujo rol de

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    indicadores prope elementos fundamentais para o desencadeamento desse processo.

    Sem prejuzo dessas variadas situaes, porm, sugere-se que sejam consideradas as indicaes metodolgicas a seguir discriminadas, que contemplam aspectos de relevncia para conhecimento das necessidades do setor.

    Em termos de regio (rea de abrangncia do estabelecimento penal proposto), relevante apresentar informaes, bem como suas fontes de obteno, sobre:

    a) a evoluo da populao urbana e rural, indicando quais os municpios ou povoados que sero abarcados pelo estabelecimento;

    b) a populao penitenciria total da Unidade da Federao e da regio; c) o tipo ou regime, categoria e situao das pessoas presas na

    Unidade da Federao, bem como a capacidade de lotao real e a descrio dos demais estabelecimentos penais existentes, com sua localizao;

    d) a capacidade atual necessria e a projetada para os prximos cinco anos;

    e) a quantidade de pessoas presas com condenao em cadeias pblicas;

    f) o nmero de mandados de priso expedidos e no cumpridos; g) as estatsticas sobre a distribuio da populao prisional por

    sexo, faixa etria, origem, grau de instruo, aptido profissional e tipo penal praticado, com destaque para o perfil de condenaes criminais da regio;

    h) os ndices de reincidncia na Unidade da Federao e na regio; i) o nmero de fugas, evases e motins ano a ano, nos ltimos cinco

    anos; j) os meios e vias de transportes disponveis para acesso ao

    estabelecimento penal proposto; k) a organizao e a estrutura dos servios essenciais (gua, esgoto,

    energia) ou de infraestrutura (j sistematizados ou no); l) a distncia entre o estabelecimento penal a ser construdo e a

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    malha urbana do municpio (mapa, escala, indicando a localizao do estabelecimento em relao malha urbana);

    m) as estratgias institucionais em curso para a execuo dos servios penais, destacando como estaro organizados; como se pretende desenvolver a reintegrao social dos apenados; qual a estrutura scio-econmica da regio e como ela pode influir positivamente nesse processo; quais as caractersticas criminais etc.

    No que se refere a aspectos institucionais, necessrio anexar, obrigatoriamente, cpia de ofcio encaminhado ao Ministrio Pblico, ao Poder Judicirio, Secretaria Estadual de Sade e Secretaria Estadual de Educao, informando-lhes que se est encaminhando ao DEPEN Nacional projeto para construo, ampliao ou reforma de estabelecimento penal. Esta exigncia tem por objetivo assegurar a incluso do estabelecimento na rede de servios legais e judicirios concernentes atividade da execuo penal, assim como na rede de servios educacionais e de sade.

    3.3. Memorial Descritivo do Terreno o documento com os dados tcnicos do terreno em que se pretende

    construir: a localizao, as dimenses, a topografia geral, as condies fsicas para aproveitamento com culturas e criaes, a existncia de rede de abastecimento de gua, luz, telefone, esgoto, gs, transporte coletivo etc.

    Devero ser descritos os limites do terreno, esclarecendo se a rea pertence parte rural ou urbana do municpio, conforme modelo do DEPEN, disponibilizado em anexo. Deve ser includo um relatrio fotogrfico do terreno.

    3.4. Projeto Bsico Caso o interessado opte pela elaborao de projeto especfico, dever

    apresentar ao Ministrio da Justia/DEPEN e/ou entidade credenciada pro- jeto bsico, que parte integrante do Plano de Trabalho, constando de:

    a) levantamento plani-altimtrico do terreno; b) sondagem geolgica;

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    c) projeto de terraplanagem; d) projeto bsico de arquitetura, constando de locao, plantas

    baixas, planta de cobertura, cortes, elevaes e detalhes de todos os elementos constituintes da proposta, permitindo o perfeito entendimento do partido arquitetnico;

    e) planta de situao e locao do muro externo e guaritas, alambrados, mdulos, definio dos nveis, perfil natural do terreno, perfil projetado do terreno, estacionamento, canchas poliesportivas etc.;

    f) planta de situao, constando a localizao do terreno em relao ao permetro urbano do municpio, com suas respectivas distncias e indicaes da infraestrutura existente (rede de energia eltrica, rede telefnica, rede de gua e esgoto, sistema virio, sistema de transporte coletivo etc.);

    g) caderno de encargos e especificaes tcnicas; h) memorial justificativo do projeto arquitetnico bsico, assinado pelo arquiteto e pelo gestor pblico; i) memorial descritivo do projeto arquitetnico bsico; j) planilha oramentria detalhada estimativa de quantitativos de

    servios e custos por blocos, de implantao e global (Anexo VIII).

    3.5. Documentos Complementares

    a) anotao de responsabilidade tcnica do projeto bsico de arquitetura;

    b) documentao de posse do imvel (terreno) onde ser edificado o estabelecimento penal, em conformidade com a normatizao vigente; c) planilha oramentria resumida (Anexo VIII); d) cronograma fsico-financeiro por blocos e global; e) anuncia prvia da Vigilncia Sanitria e do Corpo de Bombeiros; f) licena prvia do rgo ambiental da Unidade da Federao, sobre

    a rea edificante; g) certido do rgo local gestor do SUS especificamente a

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    Ateno Bsica e a Vigilncia Sanitria (para o Setor de Sade, Resoluo n 07, de 14/4/03 do CNPCP e Resoluo RDC n 50, de 21 de fevereiro de 2002);

    h) certido do rgo local gestor do SUS especificamente o programa de sade mental e a Vigilncia Sanitria;

    i) termo de indicao de responsabilidade tcnica; j) manifestao prvia do rgo de abastecimento de gua e de

    saneamento bsico local; k) relatrio fotogrfico; l) manifestao prvia do rgo de distribuio de energia eltrica

    local; m) Composio do BDI (Bonificao de Despesas Indiretas).

    Observaes: 1. A critrio do Ministrio da Justia/DEPEN, conforme as particularidades, peculiaridades e localizao da obra, alguns documentos acima podero ser dispensados e outros mais podero ser solicitados. 2. O BDI dever conter apenas gastos que contabilmente so classifica- dos como despesas indiretas, a saber: administrao central, ISS, PIS, COFINS, CPMF, mobilizao e desmobilizao, gastos financeiros e seguros/imprevistos. Qualquer outro gasto dever ser includo analiticamente na planilha oramentria como custo direto.

    4. Anlise do Solicitado Com a abertura do processo de solicitao de recursos para a

    construo, ampliao, reforma ou aquisio de equipamentos de estabelecimentos penais atravs de convnio, o mesmo tramitar pelo Ministrio da Justia/DEPEN e/ou entidade credenciada para a anlise do cumprimento das exigncias legais. Aprovada nesta instncia, ser feita a anlise tcnica com base no projeto bsico e a documentao apresentada nos itens 3.4 e 3.5 retromencionados.

    5. Convnio Aps a anlise e aprovao de todos os documentos e havendo

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    disponibilidade de recursos, ser firmado o Convnio.

    5.1. O Termo de Convnio dever, obrigatoriamente, prever, como obrigaes da Unidade da Federao, o seguinte:

    a) a contrapartida financeira pactuada entre as partes, respeitando os limites fixados no instrumento firmado;

    b) em caso de contratao de terceiros ou aquisio de materiais para a construo do objeto do Convnio, a promoo de licitao pblica na modalidade que couber, observadas as disposies da Lei n 8.666, de 21.06.93, e legislao posterior aplicvel, que trate do assunto;

    c) a fiscalizao do objeto do convnio dever ser executada por meio de engenheiro ou de arquiteto formalmente designado pela Secretaria da Unidade da Federao convenente, com registro no CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), ou CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia). O referido profissional ser o Responsvel Tcnico da obra e o elemento de contato com o Ministrio da Justia/DEPEN e/ou entidade credenciada. A Secretaria convenente dever dar ao mesmo todo o apoio logstico, enquanto perdurar a execuo da obra, para levar a bom termo seus encargos;

    d) em caso de contratao de terceiros para a construo do objeto do Convnio, a previso, no Edital de Licitao, de: ampla divulgao do mesmo, em pelo menos trs veculos de

    comunicao de circulao nacional, alm da divulgao oficial obrigatria;

    a utilizao do custo total da planilha oramentria aprovada pelo Ministrio da Justia/DEPEN e/ou entidade credenciada para a execuo dos servios, como limite mximo admitido para participao no certame licitatrio;

    e) a execuo e demais providncias atinentes obra, que dever ser edificada segundo os projetos integrantes do processo de solicitao dos recursos, devidamente aprovados, sendo que os servios de engenharia devero ser dirigidos por profissional registrado nos respectivos conselhos;

    f) a remessa, para o Ministrio da Justia/DEPEN e/ou entidade credenciada, no prazo de 60 dias contados do julgamento da

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    licitao, de cpia da ata correspondente, da homologao, da adjudicao e da ordem de servio;

    g) a manuteno da correspondncia entre o projeto executado e o projeto aprovado, incluindo-se a correspondncia com o que apresenta o memorial justificativo do projeto. Na hiptese de haver alguma modificao que se mostre absolutamente indispensvel, no curso da obra, dever ser a mesma submetida previa aprovao do Ministrio da Justia/DEPEN e/ou entidade credenciada;

    h) o encaminhamento, ao Ministrio da Justia/DEPEN e/ou entidade credenciada, por intermdio do responsvel tcnico, de relatrio mensal atinente ao estgio da obra, para cada Convnio, enriquecido com fotografias. Este relatrio no dispensa outros esclarecimentos que o Ministrio da Justia/DEPEN e/ou entidade credenciada venha a julgar necessrios para melhor anlise do desenvolvimento da obra;

    i) a aposio na obra, em lugar visvel ao pblico, de placa alusiva ao auxlio financeiro recebido do Ministrio da Justia/DEPEN, conforme as Normas Gerais para Placas de Obras;

    j) a permisso, em qualquer fase da obra, para que o Ministrio da Justia/DEPEN e/ou empresa credenciada supervisione a execuo da mesma, comprometendo-se a fornecer ao representante credenciado, sem nenhuma restrio, todas as informaes concernentes ao fiel cumprimento das clusulas pactuadas no Convnio;

    k) a observncia, no prazo global para a execuo do convnio, de: a. procedimentos licitatrios; b. execuo dos servios; c. recebimento definitivo dos servios;

    l) o encaminhamento do Termo de Recebimento Definitivo, dentro do prazo de vigncia do convnio, acompanhado da indicao de dois engenheiros ou arquitetos do quadro de funcionrios da Unidade da Federao convenente, sendo que um deles ser, obrigatoriamente, o Responsvel Tcnico do convnio.

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    5.2. Em contrapartida, o Ministrio da Justia/DEPEN e/ou entidade credenciada se obriga a:

    a) providenciar a publicao do Convnio no Dirio Oficial da Unio, dentro de 20 dias de sua assinatura;

    b) supervisionar a execuo da obra, a fim de verificar se, em seu desenvolvimento, esto sendo observados os projetos e especificaes aprovadas pelo Ministrio da Justia/DEPEN e/ou entidade credenciada;

    c) indicar tcnico, que atue na condio de seu representante, para presidir a comisso de aceitao, incumbida de lavrar o Termo de Aceitao Definitiva.

    Nos casos de reformas em unidades em funcionamento, o Ministrio da Justia/DEPEN e/ou entidade credenciada poder receber parcial e progressivamente os servios, propiciando a utilizao imediata da obra.

    Aplicados os recursos, a Unidade da Federao apresentar ao Ministrio da Justia/DEPEN e/ou entidade credenciada a prestao de contas, que dever ser instruda com relatrio e elaborada conforme as determinaes contidas na normatizao vigente.

    Em caso de no utilizao total ou parcial dos recursos repassados, a Unidade da Federao dever promover o recolhimento da importncia recebida do Ministrio da Justia/DEPEN, de conformidade com as normas vigentes.

    Constatada a utilizao dos recursos repassados em objetivos no definidos no convnio, o Ministrio da Justia/DEPEN e/ou entidade credenciada determinar a imediata devoluo da importncia irregularmente aplicada, assim como determinar abertura de procedimento de tomada de contas especial.

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    ANEXO III

    Conceituao e Classificao de Estabelecimentos Penais

    1. Conceituao

    a) estabelecimentos penais: todos aqueles utilizados pela Justia com a finalidade de alojar ou atender pessoas presas, quer provisrias, quer condenadas, ou ainda aquelas que estejam submetidas medida de segurana;

    b) estabelecimentos para idosos: estabelecimentos penais prprios, ou sees, ou mdulos autnomos, incorporados ou anexos a estabelecimentos para adultos, destinados a abrigar pessoas presas que tenham no mnimo 60 anos de idade ao ingressarem ou as que completem essa idade durante o tempo de privao de liberdade;

    c) cadeias pblicas ou estabelecimentos congneres: estabelecimentos penais destinados ao recolhimento de pessoas presas em carter provisrio;

    d) penitencirias: estabelecimentos penais destinados ao recolhimento de pessoas presas com condenao pena privativa de liberdade em regime fechado, dotadas de celas individuais e coletivas;

    e) colnias agrcolas, industriais ou similares: estabelecimentos penais destinados a abrigar pessoas presas que cumprem pena em regime semiaberto;

    f) casas do albergado: estabelecimentos penais destinados a abrigar pessoas presas que cumprem pena privativa de liberdade em regime aberto, ou pena de limitao de fins de semana;

    g) centros de observao criminolgica: estabelecimentos penais de regime fechado e de segurana mxima onde devem ser realizados os exames cujos resultados sero encaminhados s Comisses

  • 26

    Tcnicas de Classificao, as quais indicaro o tipo de estabelecimento e o tratamento adequado para cada pessoa presa;

    h) hospitais de custdia e tratamento, aqui denominados servio de ateno ao paciente judicirio: estabelecimentos penais destinados a atender pessoas submetidas medida de segurana;

    i) complexos ou conjuntos penais: conjunto arquitetnico de unidades penais que formem um sistema de atendimentos com algumas funes centralizadas e compartilhadas pelas unidades que o constituem;

    j) central de penas e medidas alternativas: estabelecimentos destinados a atender pessoas que cumprem penas e medidas alternativas.

  • 27

    ANEXO IV

    Elaborao de Projetos Arquitetnicos e Projetos Especficos Tipologia Arquitetnica

    1. Pesquisa A elaborao de projetos para a construo, reforma ou ampliao

    de estabelecimentos penais dever ser precedida de levantamento de dados e informaes que comprovem a necessidade da obra direcionada categoria, ao tipo, ao regime e espcie do estabelecimento pretendido, conforme item 3.2 do anexo II.

    2. Partido Arquitetnico A criatividade deve ser estimulada na elaborao de um projeto para

    estabelecimento penal, porm h alguns aspectos que devem ser considera- dos para que atinja o objetivo a que se prope a edificao. Deve-se ter conscincia da importncia que tem a definio de uma linha de projeto que poder vir a facilitar a administrao e a manuteno do edifcio proposto e, consequentemente, influir no comportamento das pessoas que dele fazem uso. fundamental favorecer as instalaes com um mnimo de conforto, procurando solues viveis que permitam o grau de segurana necessrio.

    importante observar no terreno proposto sua topografia, orientao da implantao da edificao, que impactam diretamente na insolao e na ventilao natural, levando-se em conta as condies climticas regionais e respeitando as particularidades quanto aerao, ventilao e iluminao naturais.

    A princpio, todos os partidos so aceitveis, mas tero que ser comprovadas medidas que prevejam funcionalidade, segurana, conforto e impacto ambientais.

    Ser admitida a adoo de qualquer tipo de sistema construtivo para os estabelecimentos penais, desde que sejam atendidas todas as diretrizes aqui contidas e que se garantam a solidez e a segurana da edificao. Assim sendo, dependendo do setor em que estiver situado o mdulo e de sua necessidade de segurana, poder a edificao ser executada em:

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    alvenaria de tijolos, alvenaria de blocos de concreto, alvenaria de concreto armado, concreto armado moldado in loco, concreto armado pr-moldado, concreto armado pr-fabricado, etc.

    recomendvel que nos projetos de construo, reforma e/ou ampliao de alas de celas nos mdulos de vivncia coletiva sejam observados os seguintes nveis de segurana de construo2:

    Nvel I Atenda a resistncia mnima de 30 MPa e, preferencialmente, com CFTV e automao; Nvel II - Atenda a resistncia mnima de 20 MPa e, preferencialmente, com CFTV; Nvel III Convencional, pr-fabricada ou pr-moldada, desde que sejam utilizados materiais incombustveis com resistncia mnima ao fogo de 2 horas.

    A seguir so relacionadas algumas recomendaes de carter geral que visam a subsidiar a escolha do partido, em que se preconiza:

    a) planejar as ampliaes dos estabelecimentos desde o incio do projeto, para que as vrias dependncias destinadas a assistir a pessoa presa possam vir a ser dimensionadas de acordo com a capacidade total a ser atingida;

    b) planejar as construes de novos estabelecimentos penais de maneira a atender s demandas por novas vagas, sem prescindir de critrios que favoream a sade mental e o conforto ambiental daqueles que usam este espao;

    c) compreender a rea total do estabelecimento penal a ser construdo entre os limites de 12,00 a 60,00m2 de rea construda por pessoa presa (inclusive ptios de sol descobertos) e a rea total de terreno entre os limites de 16,00 e 100,00 m2 de rea de terreno por pessoa presa, como forma de fixar a taxa de ocupao;

    d) fazer uso de reas verdes, visando a humanizar o ambiente dirio da pessoa presa sem deixar de lado as particularidades relacionadas segurana. Estas reas verdes podem ser as reas

    Qualquer nvel de segurana de construo pode ser usado em qualquer estabelecimento penitencirio, dependendo da destinao e da proposta metodolgica da unidade.

  • 29

    utilizadas para a permeabilidade do terreno; e) considerar como unidade de vivncia as alas celulares, que, alm

    das celas, devem contar com reas para lazer dirio, refeitrio e ptio; esta medida, alm de organizar melhor os fluxos internos no estabelecimento, permite uma melhor seleo de pessoas presas segundo sua categoria;

    f) evitar sobrecarregar e superpor fluxos nas escadas e circulaes por onde transitem pessoas presas;

    g) evitar o uso de subsolos, por uma questo de salubridade. Caso sejam usados, destinar neles as reas de servios, desde que atendam a critrios de aerao, salubridade, iluminao natural, entradas e sadas de emergncia acessveis; h) caracterizar no projeto um zoneamento geral intencional que

    permita a organizao de cada fluxo de circulao em particular; i) interligar blocos isolados, quando o partido escolhido assim

    definir a construo, por passarelas cobertas, fechadas lateralmente ou no, segundo o grau de segurana do estabelecimento;

    j) ter em conta um cuidado especial na escolha de elementos de composio e de fachada, devido possibilidade de utilizao dos mesmos como esconderijos para pessoas ou objetos;

    h) evitar barreiras visuais que possam criar pontos cegos em reas de segurana, tais como: muralhas, corredores de circulao, acessos e telhados etc.

    3. Recomendaes Gerais

    3.1. Capacidade dos Estabelecimentos Penais A fixao da capacidade mxima tem a importncia de orientar a

    elaborao e a definio dos projetos para os estabelecimentos penais, pois, sempre que se definir uma capacidade, h que se ter em mente a necessidade imediata de acomodao e as ampliaes que forem projetadas (plano diretor de ocupao da rea). Alm disso, h que se avaliar paralelamente as caractersticas administrativas e de tratamento do sistema penitencirio da Unidade da Federao, bem como o tipo ou regime, a categoria e a segurana.

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    Levando tudo isso em conta, esta Resoluo estima diversos padres de lotao, dispostos na tabela abaixo:

    Tabela 1: Capacidade Geral dos Estabelecimentos Penais

    O Conjunto Penal tem capacidade ilimitada, desde que os diversos estabelecimentos que o compem respeitem as capacidades para ele fixadas anteriormente e sejam independentes entre si ou estanques.

    Em nenhuma hiptese um mdulo de celas poder ultrapassar a capacidade de 200 pessoas presas.

    Em todas as penitencirias e cadeias pblicas que possuam celas coletivas, dever ser previsto um mnimo de celas individuais (2% da capacidade total), para o caso de necessidade de separao da pessoa presa que apresente problemas de convvio com os demais por perodo determinado (Portaria Ministrio da Justia/DEPEN n 01, de 27.01.2004, anexo) e pelo menos uma cela com instalao sanitria, por mdulo, obedecendo aos parmetros de acessibilidade (NBR 9050/2004).

    No caso de Penitenciria de Segurana Mxima, alm de permitir a separao da pessoa presa que apresente problemas de convvio com as demais, as celas individuais serviro para abrigar pessoa presa que colabore em procedimento judicial ou inqurito policial, que por este ou outro motivo venha a ter sua integridade fsica posta em risco.

    Est abelecimento Penal Capacidade Mxima at Penitenciria de Segurana Mxima 300

    Penitenciria de Segurana Mdia 800

    Colnia Agrcola, Industrial ou similar 1.000

    Casa do Albergado ou similar 120

    Centro de Observao Criminolgica 300

    Cadeia Pblica 800

  • 31

    3.2. Parmetros Arquitetnicos para a Acomodao de Pessoas Presas

    A cela individual a menor clula possvel de um estabelecimento penal. Neste cmodo devem ser previstos cama e rea de higienizao pessoal com pelo menos lavatrio e aparelho sanitrio, alm da circulao. O chuveiro pode ser configurado fora da cela em local determinado. Podem ainda ser projetados: mesa com banco, prateleiras, divisrias, entre outros elementos de apoio. Caso se opte tambm pode ser includo o chuveiro dentro da cela. A rea mnima dever ser de 6 metros quadrados, incluindo os elementos bsicos cama e aparelho sanitrio independentemete de o chuveiro localizar-se fora da cela ou no. A cubagem mnima de 15 metros cbicos. O dimetro mnimo de 2 metros.

    No caso da cela acessvel, as dimenses do mobilirio dos dormitrios acessveis devem atender s condies de alcance manual e visual previstos na NBR 9050/2004 e ser dispostos de forma a no obstrurem uma faixa livre mnima de circulao interna de 0,90 m de largura, prevendo rea de manobras para o acesso ao sanitrio, camas e armrios. Os armrios devem atender ao item 7.4.2. da NBR 9050/2004. Deve haver pelo menos uma rea com dimetro de no mnimo 1,50 m que possibilite um giro de 360. A altura das camas deve ser de 0,46 m.

    Os parmetros da cela acima descritos devem ser aplicados para salas e celas de sade.

    A cela coletiva qualquer cmodo com a mesma funo de uma cela individual, porm com capacidade para abrigar mais de uma pessoa presa simultaneamente. A seguir colocado um quadro de valores mnimos de rea, dimetro e cubagem para serem adotados no projeto arquitetnico, com base em sua capacidade.

  • 32

    Tabela 2: Dimenses mnimas para celas

    Capacidade (vaga)

    Tipo rea Mnima (m2)

    Dimetro Mnimo (m)

    Cubagem Mnima (m3)

    01 Cela individual 6,00 2,00

    15,00

    02 7,00 2,00 15,00

    03 7,70 2,60 19,25

    04 8,40 2,60 21,00

    05 12,75 2,60 31,88

    06 13,85 2,85 34,60

    073 -

    13,85 2,85 34,60

    084 -

    Cela coletiva

    13,85 2,85 34,60

    No caso do uso de trs camas superpostas (beliches de trs camas) dever ser previsto um p-direito mnimo de trs metros e meio, independentemente de exigir-se uma cubagem menor.

    No caso de o chuveiro localizar-se fora da cela coletiva, podero ser subtrados 0,96 m2 da rea em relao ao valor mnimo fixado no quadro acima, sem prejuzo do parmetro de dimetro equivalente.

    3.3. Localizao

    Para a localizao de conjuntos ou estabelecimentos penais, os parmetros a serem considerados so os seguintes: a facilidade de acesso,

    3 Capacidade vlida at que o Sistema Nacional de Informaes Penitencirias do

    Departamento Penitencirio Nacional comprove a extino do contigente de presos em Delegacias de Polcias por perodo superior ao necessrio para a concluso dos procedimentos investigatrios policiais, ou at 5 de maio de 2015 (cf. Resoluo CNPCP N 2/2011). 4 Capacidade vlida at que o Sistema Nacional de Informaes Penitencirias do

    Departamento Penitencirio Nacional comprove a extino do contigente de presos em Delegacias de Polcias por perodo superior ao necessrio para a concluso dos procedimentos investigatrios policiais, ou at 5 de maio de 2015 (cf. Resoluo CNPCP N 2/2011).

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    a presteza das comunicaes e a convenincia socioeconmica, ou seja, o aproveitamento dos servios bsicos e de comunicao existentes (meios de transportes, rede de distribuio de gua, de energia e servio de esgoto etc.) e das reservas disponveis (hdricas, vegetais, minerais etc.), bem como as peculiaridades do entorno.

    Os complexos ou estabelecimentos penais no devem, de modo geral, ser situados em zona central da cidade ou em bairro eminentemente residencial. Entretanto, as colnias e as casas do albergado, se no puderem ser instaladas nas proximidades de local onde existam oportunidades de trabalho e de escola, devero localizar-se pelo menos onde haja facilidade de meios de transportes.

    Os estabelecimentos penais devero estar localizados de modo a facilitar o acesso e a apresentao dos apenados e processados em juzo.

    A origem das pessoas presas um dos indicadores bsicos de localizao, de modo a no impedir ou dificultar sua visitao e a preservar seus vnculos para a futura reintegrao harmnica vida em sociedade.

    A gleba em que se edificarem os estabelecimentos com atividades hortigranjeiras, agrcolas, pecurias ou florestais, ou ainda, mistos, dever ter rea suficiente e demais condies adequadas boa explorao das atividades especificas, com as variaes, conforme o clima, o solo etc., de cada regio.

    Alm de considerarem-se as diretrizes constantes deste documento, devero ser cumpridas as normas do Cdigo de Posturas Municipal ou legislao anloga.

    Os estabelecimentos devem ser edificados em terreno que favorea sua implantao e que preferencialmente possuam condies naturais adequadas. Assim, na escolha deve-se evitar terreno muito acidentado, de aterro e alagadio, tendo em vista o alto custo gerado por movimentos de terra e por fundaes especiais.

    3.4. Muros ou Alambrados

    So de dois tipos os muros e alambrados nos estabelecimentos penais: a) os que cercam reas de segurana (reas de permanncia

    prolongada ou de circulao de pessoas presas);

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    b) os que cercam o estabelecimento de maneira geral.

    De acordo com a segurana especfica de cada estabelecimento penal, sugere-se que sejam utilizados alambrados para cercar ou setorizar reas internas, o que minimiza a dificuldade por parte dos agentes ou guarda externa na fiscalizao das pessoas presas; para cercar de maneira geral os edifcios do conjunto sugere-se que seja utilizado o muro ou alambrado.

    O muro poder ser substitudo por qualquer outro elemento que alcance o mesmo objetivo, devendo, porm, ser consultado o Ministrio da Justia/DEPEN e/ou entidade credenciada para aprovao preliminar.

    No caso de estabelecimentos penais de regime fechado, o muro ou alambrado externo que limita o estabelecimento dever ter no mnimo 5 metros de altura acima do nvel do solo, incluindo-se, se for o caso, nesta altura, a passarela de circulao para a segurana externa. O muro poder tambm possuir guaritas de vigilncia, dotadas de equipamentos de iluminao e alarme, posicionados em locais estratgicos e com distncia que no comprometa a segurana do estabelecimento penal. Recomenda-se que as guaritas possuam mictrios e lavatrios e acesso vertical individual, de preferncia dentro do permetro de segurana da unidade.

    O muro no poder, em hiptese alguma, possuir salincias ou reentrncias em sua face interna.

    recomendvel que os muros externos que limitam os estabeleci- mentos penais sejam implantados de forma a permitir a circulao de viaturas em todo seu permetro, facilitando seu patrulhamento, considerado como permetro de segurana da unidade.

    3.5. Afastamento e Recuos Necessrios

    Os afastamentos e recuos mnimos so condicionados pelas caractersticas da barreira a ser adotada no projeto e devero obedecer s determinaes abaixo colocadas, lembrando-se que as dimenses mnimas tratadas podem influir sobre o dimensionamento dos terrenos. Considera-se que as dimenses so relativas entre os alinhamentos laterais, frontais e posteriores mais externos das edificaes e as barreiras fsicas correspondentes.

  • 35

    Tabela 3: Recuos mnimos necessrios por tipologia arquitetnica e por barreira

    Recuo mnimo Tipologia arquitetnica Muro Alambrado

    Com presena de preso

    10,00 15,00 Edifcio horizontal

    Sem presena de preso

    Altura da barreira

    10,00

    Com presena de preso

    10,00 + (n5 - 2)/2

    15,00 + (n - 2)/2

    Edifcio vertical

    Sem presena de preso

    Altura da barreira = (n - 2)/2

    10,00 + (n - 2)/2

    Ainda dever ser previsto um permetro de segurana externo, correspondente e paralelo a toda a barreira, quando esta utilizar materiais cortantes ou perfurantes. O permetro externo ter a funo de afastar pessoas de fora do meio penitencirio da barreira, como medida de preveno contra acidentes no contato com os materiais letais ou que provoquem leso. A distncia mnima entre a linha externa e a barreira dever ser de cinco metros. Tambm dever ser providenciada sinalizao que advirta sobre a necessidade de ateno segurana.

    3.6. Taxa de Permeabilidade Considera-se taxa de permeabilidade a relao entre reas

    descobertas e permeveis do terreno e a sua rea total. So permeveis as reas sem pavimentao e sem edificao subterrnea, dotadas de solo natural ou vegetao, ou com pavimento drenante, que contribua para o equilbrio climtico e favoream a drenagem de guas pluviais. Deve ser respeitada a taxa de permeabilidade mnima para terrenos ou lotes prevista nos Planos Diretores dos Municpios para as Zonas Urbanas e Corredores Urbanos, ou obedecer a esta Taxa de permeabilidade mnima : I 3% (trs por cento), nos imveis com rea superior a

    5 n = nmero de pavimentos.

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    5.000,00 m2 (cinco mil metros quadrados) at 10.000,00 m2 (dez mil metros quadrados); II 5% (cinco por cento), nos imveis com rea superior a 10.000,00 m2 (dez mil metros quadrados) at 15.000,00 m2 (quinze mil metros quadrados); III 10% (quinze por cento), nos imveis com rea superior a 15.000,00 m2 (quinze mil metros quadrados) ; IV para os terrenos e lotes onde houver exigncia de reserva de reas para destino final dos efluentes de tanques spticos aplica-se o disposto nos Planos Diretores Municipais.

    3.7. Acessos e Circulaes

    Um dos primeiros aspectos a ser considerado o que diz respeito localizao das diversas unidades, sua interligao e aglutinao, que deve ser levada em conta para possibilitar um bom fluxo de pessoas presas e de funcionrios.

    O acesso de pedestres e de veculos deve ser nico, atravs de portal especfico e mediante vistoria. A preocupao de se restringir ao mximo este acesso tem por objetivo conseguir um maior controle na entrada, na sada e na circulao de pessoas.

    Nos espaos livres do terreno do estabelecimento penal conveniente verificar a rea necessria para circulao de veculos, viaturas de abasteci- mento, bem como os locais de paradas junto s entradas etc. Tambm importante estabelecer a circulao de pedestres por acessos apropriados.

    Quanto s circulaes adotadas na rea prisional (mdulo de celas individuais ou coletivas), a exigncia a largura mnima de 2,00m para corredores que possuam celas em apenas uma de suas laterais e de 2,50m para aqueles com celas nas duas laterais. Nas passagens cobertas que interligam os mdulos, a largura mnima deve ser de 2,50m.

    3.8. Estacionamentos Preferencialmente, o estacionamento de veculos para funcionrios

    deve ser exclusivo. O estacionamento para o pblico deve ser previsto fora da rea de segurana.

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    Os estacionamentos devem prever oferta de vagas levando em considerao a quantidade de funcionrios e de presos, obedecendo aos seguintes critrios:

    a. 1 vaga para cada 3 funcionrios; b. 10 vagas para autoridades; c. Com estacionamento para at 100 vagas, pelo menos 1 vaga

    dever ser destinada a PNE; d. Com estacionamento para mais de 100 vagas, pelo menos 1% das

    vagas devero ser destinadas a PNE. Nas reas destinadas a estacionamentos, as faixas de acesso de

    veculos devero apresentar dimenses mnimas, para cada sentido de trfego, de:

    I 2,75 m (dois metros e setenta e cinco centmetros) de largura, quando destinadas circulao de automveis e utilitrios;

    II 3,5 m (trs metros e cinquenta centmetros) de largura, quando destinadas circulao de caminhes e nibus.

    Nos estacionamentos, as faixas de circulao para acomodao de veculos devero apresentar as seguintes dimenses mnimas:

    I 5,0 m (cinco metros), para acomodao de automveis e utilitrios, a 90 (noventa graus);

    II 12 m (doze metros), para acomodao de caminhes leves e nibus, a 90 (noventa graus);

    III 11 m (onze metros), para acomodao de caminhes leves e nibus, a 45 (quarenta e cinco graus).

    Quando a faixa de circulao de veculos for comum a automveis, utilitrios e caminhes, prevalecero os parmetros para os veculos de maiores dimenses.

    As rampas para acesso de veculos observaro NBR 9050/2004.

    3.9. Segurana contra incndios

    Os registros de incndio (pontos de gua) devero ficar em locais apropriados e de acordo com as normas do Corpo de Bombeiros, sendo que as mangueiras e os respectivos requintes devero ficar em locais seguros e restritos aos funcionrios.

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    Independentemente do nmero de pavimentos ou da rea total construda, os estabelecimentos devero dispor de Sistema Preventivo por Extintores.

    Com 3 ou mais pavimentos ou rea total construda igual ou superior a 750 m, ser exigido Sistema Hidrulico Preventivo, desde que disponham de reas cuja carga de fogo exija.

    Os estabelecimentos penais devem dispor de Sadas de Emergncia; Sinalizao que auxilie o Abandono de Local; Sistema de Alarme e Iluminao de Emergncia.

    Todo material inflamvel ou explosivo dever ser armazenado em local prprio e externo edificao.

    No ser permitido o uso de trancas que, em caso de incndio, possam dificultar a rpida retirada das pessoas presas de suas celas.

    3.10. Conforto ambiental (ventilao e iluminao naturais)

    A fim de se obter desempenho trmico adequado da edificao, devero ser adotadas estratgias para aproveitamento de ventilao e de iluminao naturais.

    Para paredes e coberturas dever ser usado material adequado de acordo com as peculiaridades de cada regio, prevendo-se a conveniente ventilao, e proteo, com a adoo de esquemas tcnicos especiais que atendam s condies climticas regionais, seguindo a planilha abaixo:

    Tabela 4: Tipo de vedao externa por zona bioclimtica (NBR 15220)

    Vedaes externas Regies bioclimticas Parede Cobertura Zona bioclimtica 1 Leve Leve isolada Zona bioclimtica 2 Leve Leve isolada Zona bioclimtica 3 Leve refletora Leve isolada Zona bioclimtica 4 Pesada Leve isolada Zona bioclimtica 5 Leve refletora Leve isolada Zona bioclimtica 6 Pesada Leve isolada Zona bioclimtica 7 Pesada Pesada Zona bioclimtica 8 Leve refletora Leve refletora

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    Para fins de esclarecimento, consideram-se como definio das vedaes:

    Leve materiais de baixa densidade, pequena espessura e baixa capacidade trmica, como por exemplo os painis e as divisrias;

    Leve Isolada materiais de baixa densidade, pequena espessura e baixa capacidade trmica com camada isolante;

    Leve Refletora materiais de baixa densidade, pequena espessura e baixa capacidade trmica com revestimento em cores claras;

    Pesada materiais com maior capacidade trmica e grandes espessuras, tais como concreto, alvenaria ou tijolo macio.

    Os beirais dos edifcios de celas, oficinas, escolas, enfim, dos lugares que a pessoa presa frequente, ou os que possuam em seu entorno ptios que a pessoa presa utilize, devero ter proteo para evitar seu acesso ao telhado.

    As aberturas dos compartimentos devero obedecer a um mnimo de 1/8 a 1/6 da rea de seu piso, dependendo da zona Bioclimtica em que o estabelecimento est inserido, por questes de aerao dos ambientes, atendendo ainda as normas da NBR 15220/2003 para as condies de ventilao natural por regio bioclimtica. Excluem-se dessa obrigatoriedade os compartimentos que servem de corredores e passagens com rea igual ou inferior a 10m2. Quando a iluminao/ventilao for zenital dever atender tambm ao mnimo de 1/6 da rea do piso.

    Os ambientes devero possuir ventilao cruzada. Para isso, a relao entre aberturas de entrada e de sada dever corresponder ao mnimo de 0,5 para a circulao de ar.

    Alm disso, deve-se considerar as localizaes das aberturas de entrada de ar, de modo a produzir uma corrente de ar na altura do usurio dos diversos ambientes, a fim de se obter o resfriamento fisiolgico dos mesmos, alm da renovao do ar.

    Em locais sujeitos a temperatura baixa no inverno, as aberturas devero ser passveis de fechamento, permitindo controle da ventilao nestes ambientes.

    Em regies onde a presena de calmaria ocorrncia frequente, obrigatria a instalao de sistemas mecnicos de ventilao. Estes devem

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    ser instalados de modo a funcionar como exaustores. Nas Zonas Bioclimticas onde a insolao no inverno se faz

    necessria, a orientao dos ambientes (ou pelo menos, das celas) dever facilitar a entrada da radiao solar. Por outro lado, devero ser evitadas incidncias dos raios solares diretos no vero.

    Para o estabelecimento de condicionamento trmico passivo deve-se considerar as estratgias para aberturas de vos e sombreamento das esquadrias, de acordo com as caractersticas bioclimticas regionais, obedecendo ao dimensionamento estabelecido na NBR 15220/2003 Zonas Bioclimticas, segundo tabela abaixo:

    Tabela 5: Estratgias bioclimticas e dimensionamento para aberturas, por zona bioclimtica (NBR 15220/2003)

    Regies bioclimticas

    Abertura para ventilao (A em percentual da rea

    do piso)

    Sombreamento das aberturas

    Zona bioclimtica 1 16%

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    visor com comando de abertura, que possibilite a melhor visualizao de seu interior e de suas instalaes pelo guarda. Se isso no for possvel apenas com um visor, instalar-se-o tantos quantos forem necessrios na parede contgua porta.

    As portas das celas, quando fechadas, no devero possuir folgas de nenhuma espcie, devendo para tanto ser estudados mecanismos que propiciem o trabalho das trancas sob presso.

    As portas das celas devero sempre abrir para fora e todas em um s sentido, possibilitando ao guarda visualizar a pessoa presa at seu completo acesso cela. Estas portas, tambm, podero ser corredias, com comando centralizado ou no.

    3.12. Iluminao artificial

    Deve ser prevista iluminao artificial em todas as dependncias do estabelecimento, bem como gerador de emergncia que entrar em funcionamento caso ocorra pane na subestao principal ou falta de energia.

    A iluminao artificial externa dever ser executada da periferia para o interior ou da parte superior para a inferior. Neste caso, os postes de iluminao devero ter altura mnima equivalente ao dobro da cumeeira da cobertura dos telhados e permitir total iluminao das fachadas, ptios e coberturas.

    Todos os servios das celas, como iluminao artificial, descarga dos vasos sanitrios, gua nos chuveiros, podero contar com comando externo centralizado (de acordo com as peculiaridades de cada estabelecimento), devem contar com dispositivos de aquecimento de gua quando a unidade estiver em regio de baixas temperaturas e devem ser oferecidos de forma que atendam s necessidades humanas com conforto e higiene.

    As luminrias das celas e dos corredores podem ficar embutidas no forro e protegidas por materiais que lhes vedem o acesso por parte do usurio, sendo sua manuteno feita atravs de alapo situado sobre a carceragem ou por outra soluo arquitetnica.

    3.13. Recomendaes tcnicas

    No ser admitido beliche superior a trs camas. A dimenso mnima

  • 42

    de uma cama ser de 0,70m x 1,90m. As construes devero adotar os aspectos construtivos e materiais

    conforme destinao e projeto pedaggico da unidade. As edificaes devem ser projetadas de modo a atender aos quesitos

    necessrios quanto ao custo da construo, considerando-se tambm o material a empregar, objetivando a reduo das despesas que venham a demandar com a manuteno e o funcionamento, sem, contudo, acarretar prejuzo das condies mnimas de comodidade, indispensveis para a segurana e a preservao dos direitos fundamentais da pessoa humana.

    As edificaes devem ser projetadas, preferencialmente, considerando as caractersticas necessrias ao sistema de distribuio, reservao e utilizao de gua potvel do prdio, assim como as condies necessrias para aparelhos sanitrios, tubulaes de gua e de esgotos, sistema de drenagem, reuso de guas e aproveitamento de guas pluviais.

    Quando forem exigidos novos estabelecimentos, as edificaes penais existentes no devero ser demolidas, desde que possam continuar sendo utilizadas para os mesmos fins ou outros, ainda que necessitando de reformas ou adaptaes.

    Os pilares devem, de preferncia, ser embutidos na alvenaria. Sempre que possvel, devem ser evitados revestimentos com

    materiais abrasivos no interior dos estabelecimentos. Os pisos e outros materiais devero ser lavveis e resistentes,

    permitindo uma prtica e eficiente manuteno e conservao e no devem ser passveis de utilizao como arma.

    Todos os esgotos devero ser lanados em caixa de inspeo situada na parte externa contgua s celas; os ralos no interior das celas sero em PVC.

    As partes externas devero ser convenientemente drenadas, permitindo o perfeito escoamento das guas pluviais, protegendo, assim, as construes; recomenda-se que as tubulaes devem ter no mximo 200 mm de dimetro por linha.

    Todos os estabelecimentos penais devem ser munidos de pra-raios, instalados no ponto mais alto da construo, bem como de aparelhagem contra incndio.

    As edificaes devem ser projetadas de modo a atender aos quesitos necessrios para obteno da Etiqueta Nacional de Conservao de Energia A, emitida pelo Ministrio de Minas e Energias atravs do Programa

  • 43

    Nacional de Eficincia Energtica em Edificaes, o PROCEL EDIFICA. A fiao eltrica, os quadros e caixas de passagem enterradas,

    caixas de incndio e reservatrios dgua devem ser especialmente protegidos com trancas de segurana e cadeados, e situados em locais de difcil acesso s pessoas presas.

    As paredes, sempre que possvel, devero ser lisas, de pintura lavvel.

    No dever ser utilizado material combustvel nos estabelecimentos penais, tais como: tinta a leo ou produtos graxos.

    As questes de salubridade das celas devem ser analisadas em carter regional, tomando-se as precaues necessrias quanto aos materiais aplicados, sua disposio, ou as necessrias adaptaes.

    No devem ser colocados no interior das celas, com exceo de colnias e casa do albergado, por medida de segurana, os seguintes elementos:

    a) registros, torneiras, vlvulas de descargas de lato ou metlicas; b) chuveiros metlicos; c) luminrias sem grade protetora; d) azulejos e cermicas (ladrilhos); e e) todo objeto que possa se transformar em arma ou servir de

    apoio ao suicdio. O mobilirio das celas, refeitrio e auditrio dever ser,

    preferencialmente, de alvenaria, concreto ou inox e, especificamente quanto a camas, deve-se fazer uso da malha de ao ao invs de ferragem comum, havendo furos em dimenses compatveis para assegurar a ventilao necessria. No caso de estabelecimentos de regime fechado e segurana mxima, recomenda-se ser executado mobilirio em concreto ou inox.

    Nas instalaes sanitrias para alojamentos de estabelecimentos de regime aberto, deve-se dar preferncia a mictrios e lavatrios tipo calha.

    Para especificao de materiais de impermeabilizao, devem ser consideradas as orientaes das NBRs 9575/2010, para Projetos de Impermeabilizao, e a 9574/2009, para Execuo de Impermeabilizao, considerando-se, ainda, possibilidades de fechamento dos poros, facilidade de limpeza e de manuteno e durabilidade adequados ao material construtivo utilizado.

    Com um concreto adequado, mais a pintura superficial, possvel garantir durabilidade ao concreto e sua sela, dificultar a proliferao de

  • 44

    fungos e bactrias e facilitar a manuteno. A resina epxi no inflamvel e se algum descasc-la no ir conseguir fabricar nenhum tipo de arma com o seu resduo. Outra vantagem que no precisa de nenhum tipo de proteo superficial, ou seja, no existem camadas, a pintura totalmente aplicada sobre o concreto. Alm disso, deve-se levar em conta o uso de materiais no inflamveis e no vandlicos.

    Deve-se primar por aspectos de harmonizao do ambiente com a vida humana, de forma a favorecer o equilbrio, a sade e a tranquilidade, considerando itens como a pintura (cores), acabamento, configurao espacial que minimize a sensao de opresso, respeito ao espao pessoal, layout dos ambientes obedecendo aos princpios da ergonomia etc. Tais cuidados so necessrios para minimizar os efeitos da prisionalizao, nocivos sade mental, no s dos presos, mas tambm dos funcionrios que vivenciam os espaos prisionais.

    Sugere-se, tambm, que a configurao espacial no favorea o empoderamento de grupos, fato que possibilita o uso ilcito e a subverso de espaos. Este cuidado permite a preservao da segurana de todos os grupos que convivem dentro destes espaos.

  • 45

    ANEXO V

    Programas para Estabelecimentos Penais

    A diferena essencial entre os vrios tipos de estabelecimentos penais est na categoria das pessoas presas que os ocuparo.

    Essa diferena de categoria provocar, na elaborao dos projetos, a particularizao para cada tipo de estabelecimento, de caractersticas tcnicas prprias de localizao ou mesmo de tratamento, adequao e dimensionamento de seus espaos fsicos.

    Os projetos para estabelecimentos penais devero prever, conforme o caso e o uso a que se destina o estabelecimento, os mdulos conforme o programa de necessidades, atendendo atividades:

    a) administrativas; b) de almoxarifado; c) de atuao de estagirios; d) de servios6 (alimentao, lavanderia, manuteno); e) de convivncia; f) de solrio; g) de refeio; h) religiosas; i) educativas; j) esportivas e de lazer; k) laborais; l) de visitas s pessoas; m) de visita ntima; n) de atendimento mdico; o) de atendimento odontolgico; p) de atendimento psicolgico; q) de atendimento do servio social; r) de atendimento jurdico; s) de comunicao reservada entre a pessoa presa e seu

    advogado;

    6 As atividades de servios podem ser realizadas fora do estabelecimento penitencirio.

    Neste caso, se devidamente justificado e documentado, os espaos para esse fim podem ser suprimidos do projeto arquitetnico.

  • 46

    t) de enfermaria; u) de alojamento para agentes ou monitores; v) de alojamento para guarda externa; w) de berrio e/ou creche.

    Tabela 6: Tabela Sntese de Programa de Necessidades Geral por Estabelecimento Penal

    Estabelecimento penal

    Mdulos P

    eniten-

    ciria

    Colnia7

    Cadeia

    pblica

    COC8

    Casa do

    Albergado

    SAPJ9

    CPMA10

    Guarda Externa Agente Penitencirio / Monitor

    Administrao Recepo/revista Centro observao / triagem / incluso

    Tratamento Penal Vivncia coletiva Vivncia individual Servios Sade Tratamento para de-pendentes qumicos

    Oficina de trabalho Educativo Polivalente Creche Berrio Visita ntima Esportes

    Legenda: Existncia obrigatria Existncia facultativa No necessrio

    7 Colnia agrcola, industrial ou similar.

    8 Centro de observao criminolgica.

    9 Servio de ateno ao paciente judicirio.

    10 Central de penas e medidas alternativas.

  • 47

    possvel a destinao da mesma dependncia para mais de uma finalidade ou uso, desde que haja compatibilidade, como o caso, por exemplo, do espao interreligioso, que poder servir como rea de mltiplo uso (festas, reunies, palestras, visitas etc.), devidamente justificado em Memoriais Justificativo e Descritivo.

    Consideram-se parte das instalaes da administrao, embora no localizados no mdulo especfico, o alojamento e as demais dependncias para pessoal que pernoita no estabelecimento, sendo que:

    a) o alojamento dos agentes penitencirios, preferencialmente, ser situado junto entrada do estabelecimento ou do edifcio;

    b) o alojamento da guarda externa dever estar situado de modo a impedir trnsito de seus componentes dentro do recinto do estabelecimento, ou seu contato com as pessoas presas.

    Os locais para visitas reservadas dos familiares e visitas ntimas devero constituir mdulo prprio, isolado dos demais, com via de acesso disposta de modo a evitar contato dos visitantes com a populao prisional em geral. Devero ser formados por acomodaes autnomas para visitas ntimas, ptios cobertos e descobertos, sanitrios, revista, controle do agente, entre outros.

    Nas edificaes com mais de um pavimento, as dependncias de maior circulao de pessoas presas e de pblico, bem como as que tiverem de suportar maior sobrecarga, exigncia de fluxos e atividades, devero, preferencialmente, ser situadas no pavimento trreo.

    Nos conjuntos penais, cada estabelecimento dever ter suas prprias precaues de segurana, conforme, respectivamente, a categoria, o tipo ou o regime e a espcie. Este dispositivo tambm se aplica aos estabelecimentos cujos mdulos, isoladamente ou constituindo sees, tm destinaes especficas.

    As guaritas da guarda externa devero ser ocupadas por guardas especialmente treinados para esta finalidade, de acordo com a legislao da Unidade da Federao. O acesso a elas ou ao passadio que as possa interligar dever ser projetado de modo a no permitir o contato entre a guarda externa e as pessoas presas. A quantidade, a disposio e a intercomunicao das guaritas devero ser estudadas em consonncia com o regime e o tipo de segurana do estabelecimento proposto.

    Para os mdulos de sade dos estabelecimentos devem ser observadas

  • 48

    tambm as normas pertinentes do Ministrio da Sade, em sintonia, porm, com estas Diretrizes.

    Cada mdulo ou conjunto de celas individuais ou coletivas dever ser dotado de reas reservadas para: refeio e lazer das pessoas presas, assim como ptios cercados para banho de sol.

    O solrio de uso das pessoas presas dever ter sua rea dimensionada considerando um ndice de, no mnimo, 6,00m ou, em caso de ptio de sol coletivo, respeitada a proporo de 1,50m por indivduo. A rea total pode ser calculada sobre o nmero de usurios, considerando que o solrio poder ser utilizado em forma de rodzio pelas diversas pessoas presas do mdulo. Ainda dever ser considerado um dimetro mnimo que varia de acordo com o nmero de usurios, conforme tabela abaixo.

    Tabela 7: Dimensionamento do ptio de sol das pessoas presas

    Nmero de usurios Dimet ro Mnimo (m) rea Mnima (m2) 01 (cela individual) 2,00 6,00 02 at 04 3,00

    05 at 14 6,00

    acima de 14 10,00

    6,00 + 1,50/ por usurio

    O dimetro mnimo exigido para o ptio de sol de 10,00m, devendo, no entanto, possuir uma rea de 6,00m2, acrescidos de 1,50 m2 por pessoa presa. Salienta-se que o ptio de sol poder ser utilizado em forma de rodzio pelas diversas pessoas presas dos mdulos.

    Na hiptese de no existncia de um chuveiro em cada cela, dever ser previsto compartimento para banho com um ponto para chuveiro a cada cinco pessoas presas, at o mximo de 12 pontos, e tantos outros compartimentos para o que exceder este mximo. Nos estabelecimentos femininos obrigatria a instalao do sanitrio e do chuveiro na cela.

    O estabelecimento para mulheres dever ser dotado de seo para gestantes e parturientes e creche com a finalidade de assistir a criana cuja responsvel esteja presa.

    Mesmo que haja uma administrao geral para o conjunto penal ou a centralizao de servios comuns, como guarda externa, cozinha, lavanderia etc., cada estabelecimento dever ser fisicamente autnomo,

  • 49

    com caractersticas e precaues de segurana concernentes sua categoria, a seu tipo e a seu regime, bem como, se for o caso, sua espcie. Deve ser observada a separao entre as pessoas presas, conforme o sexo e a faixa etria, possibilitando, em qualquer estabelecimento, tratamento prisional adequado, com exerccio dos direitos e cumprimentos dos deveres que compem o status jurdico do condenado, quando for este o caso, ou tendo presente a presuno de inocncia, quando se tratar de pessoa presa em situao provisria.

    Dever ser feito um estudo de segurana especfico para dotar o estabelecimento, de acordo com sua categoria, tipo e regime, de elementos que auxiliem as guardas interna e externa no controle das pessoas presas, dos visitantes e at mesmo do pessoal administrativo.

    Recomenda-se, tambm, a obedincia ao alinhamento, tanto para as faces quanto para as empenas dos edifcios, de forma a facilitar a vigilncia.

    Os estabelecimentos penais devero levar em conta a acessibilidade para pessoas com deficincia, prevista na Lei n 10.098, de 19/12/00.

    1. Caracterizao de Setores O programa de necessidades do projeto deve ser elaborado de forma

    a caracterizar, atravs do uso, os setores que devem estar zoneados a fim de promover um fluxo ordenado de pessoas e de veculos. Definem-se a seguir os setores de uma forma geral:

    a) setor externo, cujo fluxo componha-se de pessoas estranhas ao estabelecimento (visitas), guarda externa e pessoal administrativo;

    b) setor intermedirio, onde possam vir a circular pessoas dos setores externo e interno;

    c) setor interno, onde o uso exclusivamente de pessoas presas e de funcionrios.

    2. Programas

    2.1. SETOR EXTERNO

    a) Mdulo da Guarda Externa: promove apenas a vigilncia externa da unidade prisional. necessrio que se localize fora do estabelecimento penal, para um controle mais eficaz em episdios de crise.

  • 50

    Tabela 8: Programa de necessidades do Mdulo de Guarda Externa

    Estabelecimentos Penais PROGRAMA

    DISCRIMINADO REA

    MNIMA (m) P CP COL CA COC SAPJ CPMA

    Sala para comando da guarda

    9,00 X

    -

    -

    -

    X -

    -

    Guarita com instalao sanitria

    4,00 X

    -

    -

    -

    X -

    -

    Sala de armas 6,00 X

    -

    -

    -

    X -

    -

    Instalao sanitria masculina/feminina11

    2,25 (cada) X

    -

    -

    -

    X -

    -

    Copa 6,00 X

    -

    -

    -

    X -

    -

    15,00 X

    -

    -

    -

    X -

    -

    Dormitrio da guarda masc./fem. (caso necessrio)12

    15,00 X

    -

    -

    -

    X -

    -

    DML - depsito de material de limpeza com previso de tanque

    2,00 X

    -

    -

    -

    X -

    -

    Acesso nico para a passarela localizado nos muros de segurana de guaritas de proteo

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    Vestirio13 12,00 X -

    -

    -

    X - -

    Legenda: P Penitenciria CP Cadeia pblica COL Colnia agrcola, industrial ou similar CA Casa do albergado COC Centro de Observao Criminolgica SAPJ Servio de Ateno ao Paciente Judicirio CPMA Central de Penas e Medidas Alternativas

    11 Considerando uma instalao sanitria e um lavatrio, obedecendo as dimenses da NBR

    9050/2003. 12

    Vestirios podem abranger instalaes sanitrias, na proporo de um vaso sanitrio para cada vinte homens ou dez mulheres e um lavatrio para cada quinze pessoas. 13

    Vestirios podem abranger instalaes sanitrias, na proporo de um vaso sanitrio para cada vinte homens ou dez mulheres, mais um lavatrio para cada quinze pessoas.

  • 51

    Por motivo de segurana, a subestao de energia eltrica, a central de gs, o castelo dgua, a cisterna e o lixo devero ser implantados prximos a este mdulo. Este abriga a Polcia Militar ou guarda de segurana externa, podendo ser anexo ao mdulo de administrao com acesso individual.

    O nmero de leitos da guarda externa deve ser na razo de 2/3 do nmero de guardas.

    b) Mdulo para Agentes Penitencirios

    Este mdulo abriga a guarda interna, cuja funo controlar a entrada e a sada de pessoas presas, de visitantes, de viaturas e a segurana interna do estabelecimento penal. Este mdulo poder ser contguo ao mdulo da administrao.

    A Resoluo N 9 de 2009, do CNPCP, determina que o nmero de agentes do estabelecimento penal deve respeitar a proporo de 1 agente penitencirio para cada 5 presos, por turno.

    Tabela 9: Programa de necessidades para Mdulo de agentes penitencirios/monitores

    Estabelecimentos Penais PROGRAMA

    DISCRIMINADO REA

    MNIMA (m) P CP COL CA COC SAPJ CPMA

    Dormitrio dos agentes/monitores14

    3,60 / beliche X X X - X - -

    Vestirios masculino e feminino15

    De acordo com o

    projeto16 X X X - X - -

    DML - depsito de material de limpeza

    2,00 X X X - X - -

    14 Dimensionado para 5% do nmero de agentes/monitores, dos quais 60% para agentes

    masculinos e 40% para agentes femininos. 15

    Vestirios podem abranger instalaes sanitrias, na proporo de um vaso sanitrio para cada vinte homens ou dez mulheres, mais um lavatrio para cada quinze pessoas. 15

    Segundo NBR 18. 16

    Segundo NBR 18.

  • 52

    c) Mdulo de Recepo e Revista de Visitantes

    Destina-se a controlar a entrada e a sada de pessoas, veculos, pertences e materiais. Dever ser a entrada principal do estabelecimento penal.

    Tabela 10: Programa de necessidades do Mdulo de Recepo e Revista de visitantes

    Estabelecimentos Penais PROGRAMA

    DISCRIMINADO REA

    MNIMA (m) P CP COL CA COC SAPJ CPMA

    Sala de espera externa portaria (coberta e com bancos)

    40 m/100 pessoas presas

    visitadas

    X X X - x - -

    Sala de administrao e controle

    9,00 X - - - X - -

    Setor de revista 1,6 m/box X X X - X - -

    Sanitrios de visitantes masculino e feminino17

    1,80 + 1 PNE X X X - X - -

    Sala de pertences18 (visitantes)

    De acordo com a ar-quitetura

    X X X - X - -

    DML - depsito de material de limpeza

    2,00 X X X X X - -

    Portaria de acesso e recepo

    De acordo com a

    arquitetura X X X X X - -

    Vestirio para presos com armrios (trabalho externo)

    De acordo com a

    arquitetura - - X - - - -

    Salas de atendimento familiar (1 sala de atendimento individual)

    De acor- do com a

    arqui-tetura

    X X X - X - -

    17 Deve obedecer a proporo recomendada pela NR 18: um vaso sanitrio para vinte

    homens, ou para quinze mulheres, acrescido de um lavatrio para cada dez pessoas. necessrio prever ao menos um sanitrio acessvel. 18

    Para pblico equivalente a 5% da populao carcerria.

  • 53

    d) Mdulo de Administrao

    Funcionando como rgo central de controle e administrao, abriga a diretoria do estabelecimento e suas dependncias administrativas.

    Tabela 11: Programa de necessidades do Mdulo de Administrao

    Estabelecimentos Penais PROGRAMA

    DISCRIMINADO REA

    MNIMA (m) P CP COL CA COC SAPJ CPMA

    Central de Monitoramento e apoio administrativo

    De acordo com a

    arquitetura X X - - X - -

    Sala para o diretor com mesa para reunio

    De acordo com a

    arquitetura X X X X X X -

    Instalao sanitria diretor

    2,25 X X X X X X -

    Sala secretaria / recepo

    De acordo com a

    arquitetura X X - - X X X

    Sala para o vice-diretor

    De acordo com a

    arquitetura X - - - X - -

    Sala para pronturio

    De acordo com a

    arquitetura X X X X X X X

    Sala para apoio administrativo

    De acordo com a

    arquitetura X X X - X X X

    Sala administrativa da equipe tcnica

    De acordo com a

    arquitetura X - X - X X X

    Sala de reunies De acordo com a

    arquitetura X X X X X X X

    Almoxarifado Central19 De acordo com a

    arquitetura X X x X X X X

    19 Com pallets para estoque de colches, dimensionado para 10% do nmero de presos.

  • 54

    Oficina de reparos e manuteno

    De acordo com a

    arquitetura, para unidades com mais de

    300 vagas

    X - X - X - -

    Instalaes sanitrias masculinas/femininas

    2,25 cada X X X X X X X

    Copa 6,00 X X X X X X X

    2.2. SETOR INTERMEDIRIO

    a) Mdulo de Triagem/Incluso

    Este mdulo destina-se a receber a pessoa presa quando de sua entrada no estabelecimento.

    A permanncia da pessoa presa dever ser a mais breve possvel, apenas o tempo necessrio para a coleta de dados e a identificao. Este mdulo s ser includo no programa do estabelecimento caso no exista uma triagem nica na Unidade da Federao ou no complexo (quando for o caso).

    Tabela 12: Programa de necessidades do Mdulo de Triagem/Incluso

    Estabelecimentos Penais PROGRAMA

    DISCRIMINADO REA

    MNIMA (m) P CP COL CA COC SAPJ

    CPMA

    Eclusa para desembarque de veculos

    De acordo com a

    arquitetura X X - - X - -

    Sala para agentes 9,00 X X X - X - -

    Sala de chefia dos agentes

    9,00 X X X - X - - Instalao sanitria para agentes

    2,25 X X X - X - -

  • 55

    Chuveiro/ higienizao

    2,25 X X X - X - -

    Sala de identificao/ biometria

    6,00 X X X - X - -

    Revista de pessoas presas20

    1,6 m/box X X X - X - -

    Instalao sanitria para funcionrio

    2,25 (cada) X X X - X - -

    Celas individuais e coletivas com instalao sanitria21

    6,00 (cada) X X X - X - -

    Solrio individual 6,00 - - - - - - -

    Solrio coletivo 19,00 X X X - X - -

    Sala de pertences (pessoas presas)

    De acordo com a

    arquitetura X X X - X - -

    Sala/cela para recebimento de pessoa presa

    De acordo com a

    arquitetura X X X - X - -

    Cela PNE 12,00 X X X - X - -

    b) Mdulo de Assistncia Sade

    Prov, em carter preventivo e curativo, assistncia mdica, farmacolgica , psicolgica, entre outras especialidades.

    Dever ser consultada a regulamentao especfica da rea na Resoluo N 07/2004, do CNPCP, e na Resoluo ANVISA N 050/2002.

    20 Dimensionado para capacidade de 5% do nmero de presos na Unidade.

    21 Em unidades com capacidade de at 300 presos devem ser trs celas individuais e duas

    coletivas; em unidades com capacidade para mais de 300 presos devem ser seis celas individuais e quatro coletivas.

  • 56

    Tabela 13: Programa de necessidades para mdulo de sade

    Estabelecimentos Penais PROGRAMA

    DISCRIMINADO

    REA MNIMA

    (m) P CP COL CA COC SAPJ CPMA

    Sala de recepo e espera 12 X X X - X - -

    Sala de acolhimento multiprofissional

    12 X X X - X - -

    Sala de atendimento clnico multiprofissional

    7,5 X X X - X X -

    Consultrio de atendi-mento ginecolgico com sanitrio22

    7,5 + 2,25 X X X - X - -

    Estoque 7,5 X X X - X - -

    Dispensao de medicamentos e estoque

    1,5 X X X - X X -

    Cela enfermaria23 12/ leito

    At

    100

    pres

    os

    (10h/

    sem

    )

    X X - - X - -

    Consultrio de atendimento odontolgico

    9 X X X - X

    - -

    Sala multiuso 9 X X X - X - - Sala de procedimentos 3,6 De

    10

    1 a

    300

    pres

    os

    (20h\

    sem

    ana)

    X X X - X - - Laboratrio de diagnstico24 *

    25 De

    301 a X X X - X - -

    22 Em caso de unidades femininas.

    23 Dimensionado para 0,5% da capacidade da Unidade.

    24 O laboratrio de diagnstico e a sala de Raio X compem o servio de diagnstico,

    preveno e tratamento de Tuberculose, HIV e imunizao contra doenas, sendo obrigatrio nas unidades planejadas para serem a porta de entrada do sistema prisional de um Estado ou regio (quando houver essa centralizao). facultado no caso de estabelecimento penal que faz parte de um conjunto prisional que j possua esse servio ou que seja atendido por um servio de diagnstico que d cobertura a vrias unidades prisionais de uma regio geogrfica. *

    25 De acordo com o projeto arquitetnico.

  • 57

    Sala de coleta de material para laboratrio

    *26

    X X X - X - -

    Sala de Raio X 12

    X X X - X - -

    Cela de espera 6 X X X - X - -

    Consultrio Mdico 7,5 X X X - X - - Sala de curativos, suturas e Posto de Enfermagem

    12 X X X - X - -

    Cela de Observao (02 leitos)

    9 X X X - X - -

    Sanitrio para pacientes

    2,25 X X X - X X -

    Central de material esterilizado / expurgo

    9,60 X X X - X - -

    Rouparia *27 X X X - X - -

    Depsito de Material de Limpeza

    6,00 X X X - X - -

    Sanitrios para equipe de sade

    2,25 cada

    De

    70

    1 a

    10

    00 pr

    eso

    s (40

    h\se

    ma

    na

    )

    X X X - X - -

    c) Mdulo de Tratamento Penal

    Este mdulo destina-se s atividades de avaliao e de acompanhamento das pessoas presas, devendo funcionar em conjunto com a equipe de sade e, se possvel, prximo ao Mdulo de Sade.

    *26

    De acordo com o projeto arquitetnico. *

    27 De acordo com o projeto arquitetnico.

  • 58

    Tabela 14: Programa de necessidades para Mdulo de Tratamento Penal

    Estabelecimentos Penais PROGRAMA

    DISCRIMINADO REA

    MNIMA (m) P CP COL CA COC SAPJ CPMA

    Salas de atendimento (servio social e psicologia)

    6,00 (cada) X X X X X X X

    Sala de atendimento jurdico28

    3,00 X X X - X - -

    Sala da Defensoria Pblica 10,00 X X X - X X X

    Sala de atendimento em grupo

    30,00 (20 pessoas) X X X X X X -

    Instalaes Sanitrias (masculina/feminina)

    2,25 cada X X X X X X X

    Espera para atendimento de pessoas presas

    6,00 X X - - X X X

    Sala de rec onhe-c ime nto/ acarea o

    12,00 X X - - - - -

    Sala para interrogatrio/audincia

    30,00 X - - - - - -

    d) Mdulo de Servios

    Este mdulo dever conter cozinha, lavanderia, almoxarifado, padaria etc., e, preferencialmente, usar a mo de obra das pessoas presas, servindo como curso profissionalizante. A cozinha poder ser centralizada e a distribuio dos alimentos dever atender aos vrios refeitrios do estabelecimento.

    Para o clculo da rea de cozinha a, deve-se considerar o nmero de refeies produzidas por turno, segundo a tabela abaixo:

    28 Espaos em quantidade equivalente a 3% do nmero de presos, um espao para PNE.

  • 59

    Tabela 15: Nmero de refeies x coeficiente = rea em m2.

    Nmero de refeies

    Coeficiente Nmero de Refeies

    Coeficiente

    100 0,9 700 0,3 150 0,8 800 0,3 200 0,7 900 0,3 250 0,6 1000 0,3 300 0,5 1500 0,28 400 0,4 2000 0,26 500 0,35 3000 0,24

    Fonte: SILVA FILHO, 1996, p.127.

    Estas reas esto sujeitas anlise e aprovao dos rgos estaduais responsveis pela regulamentao sanitria. Para a definio da planta baixa, o projetista dever utilizar como base o fluxograma sugerido a seguir:

  • 60

    1) Setor de Recepo/Pr-Higienizao e Estocagem de Matria-Prima

    1.1) Recepo/Pr-Higienizao: local de recebimento dos materiais e gneros entregues pelos fornecedores.

    a) Pr-higienizao de gneros; b) Entrada de materiais e gneros recomendvel que a entrada

    dos gneros (alimentos) e a sada do lixo no sejam feitas pela mesma porta.

    1.2) Despensa: onde so armazenados gneros como cereais, enlatados, acar etc. Os gneros podem ser armazenados temperatura ambiente (despensa seca), sob congelamento ou sob refrigerao. recomendvel que equipamentos como refrigerador e freezer sejam dispostos neste ambiente, a fim de se ganhar espao dentro da cozinha.

    1.3) Depsito de Material de Limpeza (DML): deve ser uma sala fechada e, necessariamente, separada de todo o fluxo referente aos alimentos (armazenamento, manipulao e coco). recomendvel que se preveja, neste ambiente, um esguicho de presso e um tanque exclusivo para higienizao de material de limpeza.

    1.4) Sanitrios/Vestirios dos Funcionrios: deve ser uma rea isolada, ou seja, sem comunicao direta com os setores de preparo e de armazenamento de alimentos da Cozinha Comunitria. Devem localizar-se de tal forma a permitir que todos os funcionrios tenham que, obrigatoriamente, passar por eles antes de ingressar na rea de produo. Cada conjunto de vestirios e banheiros deve dispor de trs reas distintas: vestirios com armrios individuais, boxes para banho e vasos sanitrios (no caso do vestirio masculino tambm devem existir mictrios).

    2) Setor da cozinha: 2.1) Setores de Pr-Preparo Estas reas so destinadas a comportar atividades e proc