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Série ESTUDOS ECONÔMICOS NOTA TÉCNICA DEA 15/11 Caracterização do cenário macroeconômico para os próximos 10 anos (2012-2021) Rio de Janeiro Dezembro de 2011

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Srie ESTUDOS ECONMICOS NOTA TCNICA DEA 15/11 Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)

Rio de Janeiro Dezembro de 2011 (Esta pgina foi intencionalmente deixada em branco para o adequado alinhamento de pginas na impresso com a opo frente e verso - double sided) GOVERNO FEDERAL Ministrio de Minas e Energia Ministro Edison LoboSecretrio Executivo Mrcio Pereira Zimmermann Secretrio de Planejamento e Desenvolvimento Energtico Altino Ventura Filho Srie ESTUDOS ECONMICOS NOTA TCNICA DEA 15/11 Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021) Empresapblica,vinculadaaoMinistriodeMinaseEnergia,instituda nostermosdaLein10.847,de15demarode2004,aEPEtempor finalidadeprestarserviosnareadeestudosepesquisasdestinadasa subsidiar o planejamento do setor energtico, tais como energia eltrica, petrleoegsnaturaleseusderivados,carvomineral,fontes energticas renovveis e eficincia energtica, dentre outras. Presidente Mauricio Tiomno Tolmasquim Diretor de Estudos Econmico-Energticos e Ambientais Amilcar Guerreiro Diretor de Estudos de Energia Eltrica Jos Carlos de Miranda Farias Diretor de Estudos de Petrleo, Gs e Biocombustvel Elson Ronaldo NunesDiretor de Gesto Corporativa Ibans Csar Cssel Coordenao Geral Mauricio Tiomno Tolmasquim Amilcar Guerreiro Coordenao ExecutivaRicardo Gorini de Oliveira Coordenao TcnicaCarla Acho Emilio Matsumura (reviso) Equipe Tcnica Isabela de Almeida Oliveira Jairo Viana Feliciano URL: http://www.epe.gov.br Sede SAN Quadra 1 Bloco B Sala 100-A 70041-903 - Braslia DF Escritrio Central Av. Rio Branco, n. 01 11 Andar 20090-003 - Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro Dezembro de 2011 (Esta pgina foi intencionalmente deixada em branco para o adequado alinhamento de pginas na impresso com a opo frente e verso - double sided) NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)i Ministrio de Minas e Energia Srie ESTUDOS ECONMICOS NOTA TCNICA DEA 15/11 Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos SUMRIO 1INTRODUO_______________________________________________________1 2ECONOMIA MUNDIAL _________________________________________________2 3ECONOMIA NACIONAL ________________________________________________6 4TRAJETRIA MACROECONMICA DE INTERESSE___________________________13 4.1ANLISE QUALITATIVA13 4.2ANLISE QUANTITATIVA14 5REFERNCIAS_____________________________________________________23 5.1DADOS23 5.2BIBLIOGRFICAS23 NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)ii Ministrio de Minas e Energia NDICE DE TABELAS Tabela 1 - Economia Mundial. Diferenas nas expectativas de crescimento para o PIB.2 Tabela 2 Projees de Crescimento do PIB brasileiro.10 Tabela 3 Investimentos mapeados em infraestrutura11 Tabela 4 - Crescimento dos Investimentos na Indstria11 Tabela 5 Taxas de Crescimento do Nvel de Atividade (mdias no perodo)14 Tabela 6 Principais variveis exgenas (mdias no perodo)15 Tabela 7 Investimento (% PIB)15 Tabela 8 Indicadores Econmicos do Setor Pblico (mdias no perodo)16 Tabela 9 Indicadores Econmicos do Setor Externo (mdias no perodo)16 Tabela 10 PIB: Participao Setorial Relativa21 Tabela 11 - Evoluo do Preo do Petrleo tipo Brent21 NDICE DE FIGURAS Figura 1 - Necessidade de financiamento dos pases desenvolvidos em 2011 (% do PIB)3 Figura 2 - Projees de dficit fiscal para os pases desenvolvidos (% do PIB)3 Figura 3 - Evoluo Histrica do Dficit Oramentrio dos EUA (% PIB)4 Figura 4 - Evoluo do preo do petrleo WTI (US$/barril).5 Figura 5 Despesa de Consumo das Famlias (Var. %)6 Figura 6 Evoluo das Classes de Renda no Brasil (%)7 Figura 7 Evoluo do Crdito Total (% PIB)7 Figura 8 Taxa de Cmbio Efetiva Real (Jun/94 = 100)8 Figura 9 Indstria: Produo Fsica com ajuste sazonal8 Figura 10 Saldo em Transaes Correntes em 12 meses (% PIB)9 Figura 11 Investimento externo direto (US$ bilhes)9 Figura 12 PIB per capita (R$ mil de 2010) em fim de perodo17 Figura 13 Relao Habitante por veculo em fim de perodo18 Figura 14 Participao setorial no valor adicionado a preos bsicos (%)18 Figura 15 Participao relativa no valor adicionado da indstria a preos bsicos (%)19 Figura 16 Projeo da evoluo da participao setorial na economia brasileira (%)19 Figura 17 Participao Relativa do PIB Industrial (%)20 NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico de Longo Prazo (2012-2021) 1 Ministrio de Minas e Energia 1INTRODUO Aavaliaodocenrioesperadoparaaeconomiabrasileiraemundialdeextrema importncia para subsidiar os estudos de demanda e oferta de energia de longo prazo, sendo deextremaimportnciaanalisarasprincipaispremissasquenorteiamaconstruodesse cenrio econmico e energtico. Entre essas premissas, primordial discutir a evoluo dos principaisindicadoreseconmicosagrupadosentreosetorexterno,setorpblicoe investimento. A presente Nota Tcnica detalha os elementos conjunturais e estruturais que iro determinar essas premissas econmicas. Com relao ao cenrio mundial, no h considerao de que os pases desenvolvidos sofrero uma nova e prolongada recesso, apesar de crescerem a taxas moderadasnosprximosanos.Nessecontexto,cadavezmaioraparticipaodospases emergentesnocomrciointernacional,contribuindodeformacrescenteparaocrescimento econmico mundial. Nessecenrio,aevoluodaeconomianacionalsegueemsuatrajetriadecrescimento, beneficiada especialmente pela perspectiva de aumento na taxa de investimento. No perodo, degranderelevnciaasoluodeimportantesentravesparaasustentaodeste crescimento. Destacando-se o aumento da taxa de produtividade em importantes setores da economia nacional.Comafinalidadedeapresentarasprincipaispremissasutilizadasnaelaboraodocenrio econmico, o presente trabalho se divide em 3 captulos alm desta introduo. No captulo 2 so apresentados os principais destaques para a economia mundial, buscando identificar como evoluir o cenrio internacional na prxima dcada. No captulo 3, o destaque passa a ser a economiabrasileira.Nelesoapontadososelementosquesustentamaboaperspectivade crescimentoeconmiconacional.Porfim,nocaptulo4soapresentadososprincipais resultados do cenrio econmico. Nesse captulo, tambm apresentada a anlise qualitativa queembasaosresultadosalcanados,almdabrevedescriodomodelodeconsistncia macroeconmica usado na elaborao das projees. NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)2 Ministrio de Minas e Energia 2ECONOMIA MUNDIAL Ao longo do ano de 2011 alguns fatores foram cruciais para determinar que as expectativas de crescimentodaeconomiamundialfossemsedeteriorando,conformeapresentadonaTabela 1. Entre eles esto a intensificao da crise fiscal nos pases europeus, as tenses geopolticas nonortedafrica,orebaixamentodanotadeclassificaoderiscosdediversospases desenvolvidos e as polticas de conteno de demanda nos pases emergentes. DeacordocomaOrganizaoparaaCooperaoeoDesenvolvimentoEconmico(OCDE, 2011)arecuperaodaeconomiamundialocorrerdeformamaislentadoqueoprevisto, especialmenteporcontadospasesdesenvolvidos.Comrelaoaospasesemergentes,a expectativa de crescimento forte na maioria dos pases. OFundoMonetrioInternacional-FMI(2011a)ressaltouaquedadonveldeatividadeeo aumentodoriscoporcontadosproblemasfiscaisefinanceirosdealgunspases desenvolvidos. Para os pases emergentes, o FMI afirma que os pases asiticos iro manter as altastaxasdecrescimento,apesardareduoemrelaoaoanoanterior.Asperspectivas para a Amrica Latina so de um menor crescimento em virtude das polticas de conteno de demanda. Essas polticas, entretanto, so essenciais para evitar uma piora das projees de inflao e dficit em conta corrente desses pases. Tabela 1 - Economia Mundial. Diferenas nas expectativas de crescimento para o PIB.

Projees Setembro 2011

Projees Julho 2011 Projees Abril 2011

20112012

20112012 20112012 Mundo 4,04,0 4,34,54,44,5 Pases Desenvolvidos 1,61,9 2,22,62,42,6 Estados Unidos 1,51,8 2,52,72,82,9 rea do Euro 1,61,1 2,01,71,61,8 Pases Emergentes 6,46,1 6,66,46,56,5 Rssia 4,34,1 4,84,54,84,5 China 9,59,0 9,69,59,69,5 ndia 7,87,5 8,27,88,27,8 Brasil 3,83,6 4,13,64,54,1 Fonte: FMI, 2011a. Aforteintervenodosgovernosparaevitarummaiorcontgiodacrisemundialsobreas economias levou a um aumento do endividamento pblico e, consequentemente, a uma maior incertezasobreacapacidadedepagamentodessasdvidas.Asincertezasquanto capacidadederecuperaodospaseseuropeusendividadossocrescentes,mesmocomo planodeajudarealizadoconjuntamentepeloFundoMonetrioInternacional(FMI)eBanco CentralEuropeu(BCE).AFigura1apresentaototaldefinanciamentonecessrionoanode 2011 para alguns pases desenvolvidos. NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)3 Ministrio de Minas e Energia Figura 1 - Necessidade de financiamento dos pases desenvolvidos em 2011 (% do PIB) 0,010,020,030,040,050,060,070,0JapoEUAGrciaItliaPortugalFranaEspanhaIrlandaReino UnidoAlemanhaDficit OramentrioDvidas a vencer Fonte: FMI, 2011b. Afimdeevitarumcolapsonessaseconomias,osgovernosdeimportantespasesdaUnio Europeia que apresentam srios riscos de agravamento de sua situao (como Espanha, Grcia eItlia),estoadotandoumasriedereformasparaocontroledosgastosgovernamentais. Como resultado dessas medidas, redues no dficit fiscal desses pases j so contempladas nas projees para 2012 (ver Figura 2). Figura 2 - Projees de dficit fiscal para os pases desenvolvidos (% do PIB) -12,0-10,0-8,0-6,0-4,0-2,00,0AlemanhaItliaPortugalFranaEspanhaGrciaReino UnidoIrlanda20112012 Fonte: FMI, 2011b. Adespeitodacrescentepreocupaocomaeconomiaeuropeia,aperspectivaparaos prximosanosnoenglobamumasegundarecessodospases.Acoordenaoentreas organizaes financeiras para o pacote de ajuda s economias com piores desempenhos, alm da ajuda de algunspases da unioEuropeia que apresentam situaesmais confortveis no cenrio atual, ser importante para impedir que haja uma ruptura no cenrio internacional. Porsuavez,asituaodaeconomiaamericana,mesmoquenumasituaomenos preocupantedoqueaUnioEuropeia,aindarepresentacertaapreensocomrelaoasua capacidade de recuperao nos prximos anos, na medida em que no chegou a uma soluo para o problema do endividamento. De um lado, a atuao do governo para tentar solucionar NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)4 Ministrio de Minas e Energia o problema do setor financeiro do pas intensificou consideravelmente o dficit oramentrio do pas a partir de 2008, conforme apresentado na Figura 3. Figura 3 - Evoluo Histrica do Dficit Oramentrio dos EUA (% PIB) -14-12-10-8-6-4-20242000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Fonte: BEA. Poroutrolado,afortequedadosnveisdeatividadeapartirdacrisemundialteve repercussessobreomercadodetrabalho,levandoaeconomiaamericanaandicesde desempregobemacimadamdiadesuasriehistrica.NumaeconomiaondeoPIBpossui uma grande parcela representada pelo consumo das famlias, isto ainda mais preocupante. Almdoemprego,adesaceleraodaeconomiaamericanarefletidaemindicadoresde venda e da indstria e possuem impactos sobre os ndices de confiana no pas, que so cada vez menores. Dessa forma, o crescimento da economia mundial segue em ritmo heterogneo. Enquanto os pasesdesenvolvidoscrescemaumritmolento,aseconomiasemergentes,emespeciala China, mantm um elevado crescimento econmico.Oresultadotemsidooaumentodaparticipaodestaseconomiasnocomrciomundial, contribuindo para manter elevada a demanda de alguns produtos mesmo em tempos de menor crescimentodaeconomiamundial.Nessecaso,osgrandesbeneficiadostmsidoaqueles pases cuja pauta de exportao composta em grande medida por commodities. Padro semelhante de elevao de preos internacionais tem sido observado para o petrleo. At meados de 2008, quando se instaurou a crise mundial e houve forte reduo do comrcio entreospases,atendnciaobservadaeradealtadospreos.Apartirdoinciode2009, contudo, os preos voltaram a crescer, embora ainda no tenham atingido o mesmo patamar registrado naquele ano. NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)5 Ministrio de Minas e Energia Figura 4 - Evoluo do preo do petrleo WTI (US$/barril).020406080100120140160set/00set/01set/02set/03set/04set/05set/06set/07set/08set/09set/10set/11 Fonte: EIA. A expectativa de continuidade do padro de crescimento mundial com maior contribuio dos pasesemergenteslevaacrerqueospreosdascommodities,emespecialopetrleo,se manteronosprximosanos,sustentandooselevadospatamaresalcanados.Valeressaltar queestefatojustificadopelacrescentedemandadaChina,etambmdandia,que sistematicamente absorvem importantes parcelas do mercado de commodities mundial.Em resposta a este padro de crescimento, o Brasil se beneficiar pelo lado do setor externo peloaumentodocomrciodecommoditiesnoperodo,jqueoprodutopossuiparcela importante na pauta de exportao brasileira. Ademais, o pas ser favorecido com o incio da exploraodospoosdepetrleodasreasdoPr-Sal,trazendoimpactospositivossobrea balana comercial nacional. Uma anlise da evoluo da economia brasileira no perodo recente, com as perspectivas de desdobramentos para os prximos anos, analisada no captulo a seguir. NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)6 Ministrio de Minas e Energia 3ECONOMIA NACIONAL Aperspectivadecrescimentodaeconomiabrasileiraparaosprximosanosestpautada, especialmente, na premissa de que ele ser sustentado prioritariamente pelo comportamento dademandainterna;mastambmpelocanalexterno(exportaoeinvestimentoexterno direto). Esta premissa advm do fato de ter seobservado, no perodo recente, um aumento doconsumodasfamliasacimadoPIB.PelaFigura5podemosobservarqueeste comportamentotemsidoverificadonosltimosanosesemantevemesmonomomentode maior agravamento da crise mundial. Figura 5 Despesa de Consumo das Famlias (Var. %)-4,0-2,00,02,04,06,08,010,02008.I2008.II2008.III2008.IV2009.I2009.II2009.III2009.IV2010.I2010.II2010.III2010.IV2011.I2011.IIPIB Consumodas Famlias Nota: Trimestre contra mesmo trimestre do ano anterior. Fonte: BCB, 2011. Entre os fatores que tem ditado a evoluo do consumo interno nos ltimos anos est o acesso facilitado ao crdito, a reduo na taxa de desemprego e o aumento da renda da populao. ConformeapresentadonaFigura6,arendadapopulaobrasileiraaumentou substancialmentenosltimosanos,levandoaumamaiorparticipaodaclasseCnototal, em substituio as classes D e E. O resultado deste processo que uma parcela considervel dapopulao,quenotinhaacessoaosbensdeconsumo,tornou-seagrandeconsumidora destesbens.Emvirtudedisto,mesmonoperododecrise,ademandamanteve-seelevada estimulando a economia nacional. NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)7 Ministrio de Minas e Energia Figura 6 Evoluo das Classes de Renda no Brasil (%) 7,6 7,7 8,3 9,4 9,7 10,4 10,637,639,741,844,946,949,2 50,526,727,227,126,425,124,423,628,125,422,819,3 18,316 15,30204060801002003 2004 2005 2006 2007 2008 2009AB C D E Fonte: Neri, Marcelo. 2010 Oaumentodoconsumodapopulaobrasileirafoiestimulado,ainda,pelomaioracessoa crditoobservadonosltimosanos,devidoreduonastaxasdejuroseafacilidadede financiamentocomoaumentodosprazosdepagamento.Algunssetores,taiscomo infraestruturaehabitao,seroaindamaisbeneficiadosseascondiesfavorveisde crdito persistirem. A evoluo do crdito como porcentagem do PIB apresentada na Figura 7.Figura 7 Evoluo do Crdito Total (% PIB) 02004006008001.0001.2001.4001.6001.8002.000ago/95ago/97ago/99ago/01ago/03ago/05ago/07ago/09ago/11Crditos HabitacionaisCrditoa pessoas fsicasCrditototal Nota: Saldo das operaes de crdito do sistema financeiro privado e pblico. Fonte: BCB. A despeito da resposta positiva observada na demanda interna, a dificuldade de recuperao da economia mundial, especialmente das economias desenvolvidas que sofrem com problemas dedesempregoeincapacidadedepagamentodesuasdvidas,teminfluenciadonocurto prazonegativamentealgunssetoresdaeconomiabrasileira.Aindstrianacional, especialmente os setores voltados ao setor externo, tem sofrido com a alta competitividade dos produtos importados, agravada pela forte valorizao do real frente ao dlar (Figura 8). NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)8 Ministrio de Minas e Energia Figura 8 Taxa de Cmbio Efetiva Real (Jun/94 = 100) 406080100120140160180ago/00ago/01ago/02ago/03ago/04ago/05ago/06ago/07ago/08ago/09ago/10ago/11 Fonte: BCB. Porumladoasindstriasexportadorassofremcomalentarecuperaodomercado internacional,almdisso,ocmbiovalorizadoaumentaopreodoprodutobrasileiro tornando-o menos competitivo. Por outro lado, muitas indstrias aproveitam a desvalorizao do dlar para adquirir insumos, para sua produo, no mercado internacional, em detrimento do consumo destes produtos no mercado domsticos. Desta forma, o agravamento da competio internacional, seja pela forte valorizao do Real oupelaentradadenovosprodutores,teminfluenciadointensamenteaatividadedosetor industrial.Ocomportamentodaindstrianoperodorecente,atravsdaevoluodesua produo fsica apresentado na Figura 9. Figura 9 Indstria: Produo Fsica com ajuste sazonal 80100120140ago/05dez/05abr/06ago/06dez/06abr/07ago/07dez/07abr/08ago/08dez/08abr/09ago/09dez/09abr/10ago/10dez/10abr/11ago/11 Fonte: IBGE, 2011. Este cenrio de maior apreciao do real e expanso da economia brasileira acima da mdia daeconomiamundialtemagravadoatrajetriadedeterioraodosaldoemtransaes correntes (Figura 1), que s no ser mais intensa nos prximos anos em virtude dos influxos esperados de Investimento Externo Direto (IED). NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)9 Ministrio de Minas e Energia Figura 10 Saldo em Transaes Correntes em 12 meses (% PIB) -5-4-3-2-101231T 20004T 20003T 20012T 20021T 20034T 20033T 20042T 20051T 20064T 20063T 20072T 20081T 20094T 20093T 20102T 2011 Fonte: BCB, 2011. Defato,aentradadecapitalexternoviaInvestimentoExternoDiretotemsidocrescente (Figura 11). O fraco desempenho das economias desenvolvidas aliado ao bom comportamento domercadointernobrasileirosofatoresresponsveisporestemovimento.Ademais,o potencialdecrescimentodaeconomiabrasileira,comdestaqueparasetorescomvantagem comparativaeaquelesassociadosenergia,tematradoointeressedosinvestidores estrangeiros. Figura 11 Investimento externo direto (US$ bilhes) 01020304050607080ago/02ago/03ago/04ago/05ago/06ago/07ago/08ago/09ago/10ago/11 Nota: Saldo acumulado em 12 meses. Fonte: BCB, 2011. O cenrio positivo da economia brasileira, especialmente o relacionado ao mercado interno, emconjuntocomasperspectivasfavorveisparaosprximosanos,taiscomoos investimentos voltados realizao dos eventos esportivos que sero realizados no pas ainda nestadcada(JogosOlmpicoseCopadoMundo)easoportunidadesligadasaossetoresde infraestruturaedeexploraoeproduodepetrleo,explicam,emboamedida,a expectativa de um cenrio de crescimento da economia brasileira. NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)10 Ministrio de Minas e Energia Adespeitodareduoobservadanasrevisesfeitasaolongode2011poralgumas instituies, representadas na Tabela 2, para as projees dos anos que se seguem, verifica-se que a taxa mdia de crescimento esperada para aeconomia brasileira entre 2012 e 2016 deve manter o padro de crescimento observado nos ltimos anos1. Tabela 2 Projees de Crescimento do PIB brasileiro.InstituioDataHorizonte Taxa Mdia de Crescimento(% a.a.) Tendncias103/09/20112012 20163,8 FMI230/09/20112012 20164,1 Bacen330/09/20112012 20164,2 Bradesco23/09/20112012 20164,6 Fontes:(1) Projees do Cenrio Bsico. (2)World Economic Outlook, setembro de 2011. (3) Relatrio Focus, setembro de 2011. Um padro elevado de crescimento econmico, contudo, exige que haja melhorias estruturais quepossibilitemasustentaodestepadronolongoprazo.Diantedestequadro,umdos grandes desafios para o Brasil nos prximos anos conseguir alcanar nveis satisfatrios de investimentos. Umestudodomapeamentodosinvestimentosnosprximosanos,realizadopelo BNDES(2011a), revela que, embora os maiores montantes de investimento estejam nos setores deenergiaeltricaetelecomunicao,amaiortaxadecrescimentoocorrenosetorde logstica,especialmenteportoseferrovias.Sejaporqueestesetoraindabastante debilitadonoBrasil,sejapelaspolticasdogovernoatravsdoProgramadeAceleraodo Crescimento - PAC. Contribuindo ainda para este avano, verifica-se a melhoria institucional que estimula os investimentos privados.

1 O crescimento mdio da economia brasileira no perodo recente foi de 2,8% a.a. entre 2001 e 2005 e de 4,4% a.a. entre 2006 e 2010. NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)11 Ministrio de Minas e Energia Tabela 3 Investimentos mapeados em infraestrutura Setores Valores (R$ bilho)Crescimento 2006-20092011-2014%% a.a. Energia Eltrica104139346 Telecom6272152,8 Saneamento2641579,4 Logstica5512949918,6 Ferrovias206020224,7 Transp. Rodovirio30517111,4 Portos51822526,6 Infraestrutura247380549 Fonte: BNDES, 2011a. Com relao aos investimentos direcionados ao setor industrial, o estudo aponta a perspectiva de elevado crescimento, apresentando em mdia um aumento de 9,0% a.a. Entre os setores, PetrleoeGssoosapresentammaiorcrescimentonoperodo,emvirtudedacrescente importncia das atividades relacionadas produo de petrleo na economia, que dever ser ainda maior com o incio das atividades ligadas ao Pr-Sal.Adicionalmente,aexpectativadebomdesempenhodaeconomiabrasileira,puxadapelo crescimentodademandainterna,repercutirnosinvestimentosdealgunssetoressoba perspectivadequehajamaiorconsumodealgunsprodutos,comoocasodeveculose eletroeletrnica. Paraossetoresvoltadosaomercadoexterno,beneficiam-seaquelescujosmaiores importadores sejam os pases emergentes, em especial a China. o caso dos investimentos na indstriadeceluloseque,segundoomapeamentorealizadopeloBNDESeapresentadona Tabela4,crescerosubstancialmentenosprximosanosemrespostaaoaumentoda demanda externa. Tabela 4 - Crescimento dos Investimentos na Indstria Setores Valores (R$ bilho)Crescimento 2006-20092011-2014%% a.a. Petrleo e Gs2053788413 Extrativa Mineral606240,9 Siderurgia2833173,2 Qumica22407812,3 Papel e Celulose1828528,7 Veculos2533315,6 Eletroeletrnica2029488,2 Txtil e Confeces912396,8 Indstria387614599,7 Fonte: BNDES, 2011b. NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)12 Ministrio de Minas e Energia Noprximocaptulodetalhadoocenrioeconmicodeinteresseparaosestudosde planejamento energtico. NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)13 Ministrio de Minas e Energia 4TRAJETRIA MACROECONMICA DE INTERESSE 4.1Anlise Qualitativa UmadasprincipaispremissasadotadasnoPDE2020eradequeaeconomiabrasileira cresceria, ao longo dos anos seguintes, acima da mdia mundial. A despeito dos novos fatos ocorridosnaeconomiamundialatomomentodeexecuodestanota,persistea expectativadacapacidadedaeconomianacionaldesuperarestasameaasesemantera frente nas taxas de crescimento.Aolongodohorizontedosprximos10anosiniciadosem2012,espera-sequeaeconomia mundial cresa em resposta ao melhor desempenho das economias emergentes, enquanto os pasesdesenvolvidosaindalutamparasolucionarseusproblemasfiscais.Omaiorpapeldas economias emergentes no crescimento mundial ir impactar a evoluo do comrcio mundial, dandodestaqueaoaumentodedemandadascommodities,beneficiandoprincipalmenteos pases com importante participao na comercializao estes bens, caso em que se enquadra o Brasil. A trajetria de crescimento para a economia nacional est embasada tanto na expectativa de evoluodoaumentodademandainterna,seguindoopadrodecrescimentoqueoBrasil vemacompanhandonosltimosanos,quantonaperspectivademaiorvolumede investimentos que so necessrios para sustentar essa taxa de expanso.Com relao a estes investimentos, o Brasil se beneficia da existncia de importantes eventos esportivosqueaconteceronopasnestadcada.Osinvestimentoseminfraestruturaque serodemandadosparadarsuporterealizaodesteseventosserocruciaisparareduzir alguns gargalos que impedem atualmente um melhor desempenho da economia nacional. A premissa de crescimento da economia brasileira acima da mdia mundial, contudo, induz a umaexpectativadedeterioraodabalanadepagamentosemvirtude,especialmente,do aumento das importaes a uma taxa mais elevada do que o crescimento das exportaes no primeiroquinqunio.Oresultadoumabalanacomercialmenossuperavitriadoque observadonosltimosanos,emboraosaldodabalanasigacomtaxaspositivas.Este resultado, entretanto, no traz grandes problemas para o pas, visto que o dficit gerado em transaescorrentessuficientementefinancivel,aindamaisquandoseconsiderao aumento dos investimentos externos diretos a serem realizados. NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)14 Ministrio de Minas e Energia 4.2Anlise Quantitativa A partir da breve descrio qualitativa do cenrio, a trajetria econmica quantificada com basenomodelodeconsistnciamacroeconmicadelongoprazo(MCMLP).Aseguirso apresentados os resultados quantitativos do modelo2. 4.2.1Resultados Quantitativos do Cenrio de Interesse Em consonncia com os estudos de longo prazo conduzidos pela EPE, a trajetria econmica adotadanestecenriotemcomoelementocentralahiptesedequeaeconomiabrasileira continua a ter um desempenho acima da mdia mundial nos prximos 10 anos, principalmente devidoaocrescimentoeconmiconacionalno2quinqunio.Nestehorizonte,oBrasil crescer a uma taxa mdia de 4,7% a.a, enquanto o mundo cresce a 4,0%. O crescimento por quinqunio apresentado na Tabela 5. Tabela 5 Taxas de Crescimento do Nvel de Atividade (mdias no perodo) Indicadores Econmicos HistricoProjeo 2001-20052006-20102012-20162017-2021 PIB Mundial (% a.a.)3,73,64,13,9 Comrcio Mundial (% a.a.)5,54,15,65,1 PIB Nacional (% a.a.)2,84,44,45,0 Fontes: IBGE e FMI (dados histricos) e EPE (projees). Ainda que as economias desenvolvidas possuam uma trajetria de crescimento mais moderada nosprimeirosanos,ocomrciomundialbeneficiadopelomaiordinamismodaseconomias emergentes,emespecialaChina,levandoaumincrementodaeconomiamundialacimada mdiaobservadanohistricorecente.Paraosanosqueseseguem,contudo,umamudana noperfildaevoluodaeconomiamundialesperada.Aocontrriodoqueseobservouno passado,ocrescimentomundialpassaraterumacontribuiomenordospases desenvolvidos. Noprimeiroquinquniodohorizontedeprojeo,asmedidasgovernamentaisestaro voltadas para recuperar os pases mais vulnerveis diante da crise mundial, maiores esforos emtermosdeestmulosaoaumentodademandaseronecessriosparadarflegos economias desenvolvidas e impedir que elas entrem no chamado duplo-mergulho. No segundo quinqunio,porm,ospasesdesenvolvidossofreroosefeitosdaspolticasadotadaspara solucionar o problema de solvncia do setor pblico e dos esforos para uma maior regulao sobre o sistema financeiro internacional.Alm disso, no segundo perodo do horizonte de projeo, a economia mundial cresce a taxas inferioresdevidomenordinmicadospasesemergentes,especialmente,aChina.Como resultadodareduodemandadessespases,ocomrciomundialapresentacrescimento relativamente menor ao observado no primeiro quinqunio.

2 A metodologia utilizada no modelo descrita em EPE NT DEA 13/10. NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)15 Ministrio de Minas e Energia Para que se confirme este crescimento de 4,7% do PIB nacional, entretanto, ser necessrio obter uma maior taxa de poupana de longo prazo e um crescimento da Produtividade Total dos Fatores (PTF). Estes indicadores so apresentados na Tabela 6. Tabela 6 Principais variveis exgenas (mdias no perodo) HistricoProjeo Indicadores Econmicos2001-20052006-20102012-20162017-2021 Taxa de Poupana (% PIB)16,218,121,521,7 PTF (% a.a.)0,61,01,51,5 Notas:(1)Asprojeesdetaxadepoupananosquinquniosdizemrespeitoaosseusvaloresdelongoprazo.Osvalores histricosrepresentamasmdiasdastaxascorrentesdepoupanae,portanto,somaisafetadasporquestes conjunturais. (2) Para o clculo da PTF, ver Souza Jr. (2005). Fontes: IBGE (dados histricos) e EPE (Projees). Umaumentodapoupanadelongoprazoimprescindvelparapossibilitaroestoquede capitalnecessrioparaviabilizarocrescimentoeconmico.Nocenrioadotado,ataxade poupana brasileira ser beneficiada especialmente pela evoluo da poupana pblica. Com relao poupana privada, a grande contribuio vir da maior lucratividade das empresas que se beneficiam do bom momento econmico do pas.ComrelaoProdutividadeTotaldosFatores(PTF),aexpectativadeaumentodos investimentoseminfraestruturanoperodopermitirumavanonesteindicador,aindaque outros gargalos que impedem um aumento mais expressivo da produtividade ainda persistam, tais como a falta de mo de obra qualificada, polticas de estmulos s inovaes tecnolgicas e mudanas institucionais mais profundas. AperspectivadecrescimentodaPTFocorre,contudo,estimuladapeloaumentodos investimentosnopasedeverocorrerdeformamaisintensanossetoresemqueopas apresenta vantagem comparativa. Osinvestimentos,especialmenteaquelesvoltadosinfraestrutura,soimprescindveispara manterumcrescimentoeconmicodelongoprazoelevadoedeformasustentvel,assim como para fornecer ganhos de competitividade a qualquer pas. Na Tabela 7 so apresentadas as taxas de investimento capazes de sustentar o crescimento econmico brasileiro no perodo. Tabela 7 Investimento (% PIB)Indicadores Econmicos HistricoProjeo 2001-20052006-20102012-20162017-2021 Investimento Total (1)16,718,320,221,7 Investimento Pblico (1) (2)3,13,33,44,0 Notas: (1) Taxas de investimento a preos correntes. (2) Inclui empresas estatais federais. Fontes: IBGE e Ministrio do Planejamento (dados histricos) e EPE (Projees). Asperspectivasdeeventosimportantesaseremrealizadosnopasnosprximos10anos, entretanto,trazemaconfianadequeessespatamaresdeinvestimentosdeveroseelevar substancialmente nos anos que se seguem. NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)16 Ministrio de Minas e Energia Somado aos eventos esportivos, que tero sede no pas nos anos de 2014 e 2016, ampliando a necessidade de aumento dos investimentos pblicos e privados no pas, tem-se o dinamismo da cadeia produtiva de petrleo e gs natural que com a descoberta do pr-sal e os planos de incrementodaproduodogsnaturalreceberoummontantemaiorderecursosparaa infraestrutura no setor. Do lado do quadro fiscal, h uma manuteno da trajetria de gradual melhoria dos principais indicadores de solvncia do setor pblico no perodo de 2012 a 2021, como mostra a Tabela 8. Tabela 8 Indicadores Econmicos do Setor Pblico (mdias no perodo)Indicadores Econmicos HistricoProjeo 2001-20052006-20102012-20162017-2021 Supervit Primrio (% PIB) 1,93,92,11,7 Dficit Nominal (% PIB) 4,22,92,51,4 Dvida Lquida (% PIB) 53,342,938,232,0 Fontes: Banco Central (dados histricos) e EPE (Projees). Seguindoatendnciaobservadanosltimosanos,espera-seque,nestehorizontede projeo, haja queda da Dvida Lquida do Setor Pblico, embora esta queda seja mais suave nosanosiniciais.Damesmaforma,osbonsresultadosdaeconomiabrasileirareduzema necessidade de um maior esforo fiscal, fazendo com que o supervit primrio apresente uma trajetria declinante no longo prazo. Alm disso, a reduo esperada das taxas de juros reais contribui para diminuir a importncia da conta de juros na evoluo da dvida. Passando para o setor externo, os principais resultados para o horizonte so apresentados na Tabela 9. Tabela 9 Indicadores Econmicos do Setor Externo (mdias no perodo)Indicadores Econmicos HistricoProjeo 2001-20052006-20102012-20162017-2021 Balana Comercial (US$ bilhes)23,827,69,18,6 Exportaes (US$ bilhes)81,3166,5275,2343,9 Importaes (US$ bilhes)57,5138,9266,1335,3 IED (US% bilhes)16,534,651,054,0 Transaes Correntes (% PIB)-0,3-1,1-2,9-2,6 Fontes: Banco Central (dados histricos) e EPE (Projees). Peloladodosetorexterno,obomdesempenhoesperadoparaaeconomiabrasileiratraz reflexosimportantessobreasimportaes.Ocrescimentoeconmiconacional,puxadopelo maiorconsumointernotraduz-senumamaioraquisiodeprodutospelapopulao, impactando especialmente as compras externas de bens de consumo durveis e no durveis. Comrelaoimportaodebensdecapital,ademandainternaincentivaracomprade mquinas e equipamentos que sero exigidos para atender oaumentodos investimentos em infraestrutura no perodo, especialmente no 1 quinqunio, momento em que as importaes crescem em ritmo superior s exportaes. NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)17 Ministrio de Minas e Energia Asexportaes,porsuavez,crescememfunodamaiorexpansodaseconomias emergentes.Dessaforma,oBrasilsebeneficiadoaumentodademandadessespasespor commodities e pelo aumento do preo destas no mercado internacional.Comoresultadodaevoluodasimportaeseexportaes,abalanacomercialbrasileira, apesar de apresentar um resultado mais favorvel no 2 quinqunio, mantm-se em patamar aqum do observado no histrico recente. O maior crescimento da economia brasileira ser responsvel pela reduo do saldo comercial e consequentemente do maior dficit em transaes correntes. Este dficit, entretanto, ser financivel devido ao maior afluxo de capitais para o pas. A entrada de capitais via aumento do investimento externo direto ocorrer beneficiada pelo desempenhodaeconomianacionalacimadamdiamundialedeverbeneficiar principalmente os setores em que o pas possui maiores vantagens comparativas. Considerando-seocrescimentoeconmicobrasileiroprevistoparaosprximos10anos, observa-seumexpressivocrescimentodoPIBpercapitanoperodoqueatingeovalorde cerca de R$ 24 mil reais em 2021 (a preos de 2010) saindo de um valor perto de R$ 13 mil em 2012, implicando aumento de aproximadamente 6,4% ao ano em mdia no perodo. A Figura 12 mostra a evoluo do PIB per capita no perodo.Figura 12 PIB per capita (R$ mil de 2010) em fim de perodo13,316,923,301020302012 2016 2021 Fonte: Elaborao Prpria O aumento de renda da populao brasileira no horizonte decenal implicar em efeitos sobre oconsumodebensdeconsumo,notadamentebensdurveiseimveis.Deimportncia fundamental para as projees de demanda de energia a frota de veculos, cuja evoluo apresentada, atravs da relao veculos por habitante, na Figura 22. NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)18 Ministrio de Minas e Energia Figura 13 Relao Habitante por veculo em fim de perodo5,84,73,70,01,02,03,04,05,06,07,02012 2016 2021 Fonte: EPE (Projees) Porfim,aperspectivadeevoluodaeconomiabrasileirapossuiimpactosdiferenciados sobreosdiversossegmentosdossetoresindustrial,agropecurioedeservios.Aanlise setorial para o horizonte apresentada a seguir. 4.2.2Perspectivas setoriais Aparticipaosetorial novaloradicionadoapreosde2010apresentou,nosltimos anos, a evoluo descrita na Figura 14, a seguir.Figura 14 Participao setorial no valor adicionado a preos bsicos (%) 5,6 5,9 5,828,8 28,326,865,6 65,767,40%20%40%60%80%100%2000 2005 2010Agropecuria Indstria Servios Fonte: IBGE (2011) Passadoomomentomaisagudodacrisefinanceirade2008aindstriarecuperouparteda perda em 2010. Segundo dados do IBGE, a indstria cresceu em um ritmo mais acelerado que a agropecuria e o setor de servios ganhando participao relativa. NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)19 Ministrio de Minas e Energia Odesempenhodaindstriafoilideradopelaextrativamineral(EXTMIN)comoreflexoda recuperaomundialjqueessesetorestancoradopreponderantementedinmica internacional. A indstria de transformao (TRANS) foi bastante afetada pela crise de 2008 e,apesardomenordesempenhorelativo,apresentouumcrescimentorobustoem2010.A construocivil(CCCIV)ganhouparticipaoem2010confirmandoasexpectativasdebom desempenhodosetor.JaProduoeDistribuiodegua,GseEletricidade(A+G+EE) perdeuparticipaoaocrescerumpoucoabaixodamdiadaindstriamantendoarelao elasticidade renda do setor prxima de um. A Figura 2 ilustra a referida dinmica industrial. Figura 15 Participao relativa no valor adicionado da indstria a preos bsicos (%) 7,0 8,5 8,9 9,4 60,361,4 59,1 58,7 20,718,319,4 19,6 12,0 11,8 12,5 12,2 0%20%40%60%80%100%2000 2005 2009 2010EXTMIN TRANS CCIV A+G+EE Fonte: IBGE(2011) Aprojeodeevoluosetorialparaoperodo2012-2021est,evidentemente,ligadas premissas gerais da economia mundial e nacional, e apresentada na Figura 16, a seguir. Figura 16 Projeo da evoluo da participao setorial na economia brasileira (%) 5,9 6,0 6,027,3 28,2 28,466,8 65,9 65,60%20%40%60%80%100%2012 2016 2021Agropecuria Indstria Servios Fonte: Elaborao Prpria NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)20 Ministrio de Minas e Energia Espera-sequeaparticipaorelativadossetoressealterecomganhodeparticipaoda indstriaemdetrimentodosetordeservios,emparticular.Issosignificaqueaexpanso considerada no perodo decenal iniciado em 2012 tem a indstria crescendo acima da mdia dos setores. Estemelhordesempenhorelativodaindstriadeveseranalisadolevando-seemcontaa separaoentreaquelessegmentosmaisligadoslgicainternacionaleaquelesmais voltados aos condicionantes domsticos. A despeito da crise da dvida soberana na zona do Euro e da debilidade econmica dos EUA, a expectativaqueospreosdascommoditiescontinuemempatamarescompatveiscomo desempenhoindustrialprojetado.Sendoassim,espera-sequeossetoresqueapresentam vantagenscomparativasequesopuxadospelasdemandasdospasesemergentesmais dinmicos(comosiderurgia,celulose,extrativamineraleagroindstria)continuemase beneficiar. Nocasodossetoresmaisligadosdinmicadeexpansodomstica,espera-sequeo crescimentoseconcentrenaquelesqueestorelacionadosinfraestruturaeconstruo civil, refletindo a melhoria, ao longo do horizonte decenal, nas condies de crdito de longo prazo e em programas governamentais de incentivo a esses segmentos. Aevoluoesperadaparaaindstrianohorizontedecenalemtermosdeseusquatro principaissegmentos,quaissejam:ExtrativaMineral(EXTMIN),IndstriadeTransformao (TRANS),ConstruoCivil(CCIV)eProduoeDistribuiodeEnergiaEltrica,guaeGs (A+GAS+EE), apresentada na Figura 17.Figura 17 Participao Relativa do PIB Industrial (%) 57,6 56,1 54,819,920,620,710,6 11,612,311,9 11,7 12,20%20%40%60%80%100%2012 2016 2021TRANS CCIV EXTMIN A+G+EE Fonte: Elaborao Prpria Nessecenrio,aindstriadetransformaoperdeparticipaorelativaemfunodeuma expanso relativa mais moderada do que a da indstria extrativa mineral (impulsionada pela demandaexternadospasesemergentes)edaconstruocivil(cujocrescimentoest vinculadoexpansodainfraestruturaedosprogramashabitacionaisdogoverno).O NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)21 Ministrio de Minas e Energia segmentorelativoproduoedistribuiodeeletricidade,guaegscrescenoritmo mdio da indstria como um todo. Em resumo, as projees decenais das participaes relativas setoriais mdias por quinqunio na economia e na indstria so apresentadas na Tabela 10. Como parmetro de comparao, inclui-se a evoluo quinquenal no perodo 2001 a 2010. Tabela 10 PIB: Participao Setorial RelativaSetor HistricoProjeo 2001-20052006-201020112012-2016 2017-2021 % PIB Brasil Agropecuria 6,05,95,95,96,0 Indstria 28,227,227,027,828,3 Servios 65,866,967,166,365,7 % PIB Indstria Extrativa Mineral 7,98,810,011,112,1 Transformao 61,459,958,256,855,3 Construo Civil 19,119,219,620,320,7 Prod. e dist. de gua, elet. egs 11,612,112,211,811,9 Fontes: IBGE (dados histricos) e EPE (Projees). Deve-seconsiderarqueasprojeessetoriaisdoPDE2020foramfeitasutilizandoo valor adicionado a preos de 2008 e as projees do plano atual foram calculadas a preos de 2010.Essamudanaprovocoualteraesimportantesnacomposiodovaloradicionado industrial,poisospreosdosdiversossetoresem2010estavamemestgiosdiferentesde recuperaodacrisede2008.Portanto,ascomparaescomasprojeesdoPDE2020 relacionadasparticipaosetorialdentrodaindstriadevemserfeitascomodevido cuidado. 4.2.3Perspectivas de Preos de Petrleo Atrajetriadopreodopetrleofundamentalparaaprojeodediversosaspectosda demanda e da oferta de energia do Brasil e sua evoluo esperada (no que se refere ao tipo Brent) por quinqunio apresentada na Tabela 11. Tabela 11 - Evoluo do Preo do Petrleo tipo Brent Indicadores Econmicos HistricoProjeo 2002-20062006-20112012-20162017-2021 Preo do Petrleo tipo Brent(US$ maio 2011/barril)56,7892,70 102,3682,63 Fonte: Elaborao EPE. Associadatrajetriadecrescimentoeconmicomundial,prev-seamanutenodo significativocrescimentodademandamundialdepetrleonosprximosanoseuma moderao de tal crescimento no final do perodo analisado. A recuperao da demanda por petrleo no mundo (em especial, nos pases emergentes como a China) aps a crise de 2008-2009foimaisfortedoqueoesperado,sobretudonoquartotrimestrede2010.Poroutro lado,nosegundoquinqunio,atendnciamoderaodademandaporpetrleoser NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)22 Ministrio de Minas e Energia reforadapelaspolticasdesubstituiodederivadosedeeficinciaenergticainstitudas pelos governos dos pases grandes consumidores de energia. Nocenriodeofertadepetrleo,considera-sequeadefasagemdaexpansodaofertaem relaoaoritmodeincrementodademandaporpetrleops-crisemanterospreosnum patamarelevadonomdioprazo(acimadeUS$100/b).Istoporque:i)aretomadados investimentosemprojetosdeE&P(houvecancelamento/adiamentodeprojetosporcauda dasrestriesdecrditoem2008-2009)ocorrernumritmomoderado;ii)aPrimavera rabe,emparticularnaLbia,restringiuaofertadepetrleoem2011eoprocessode recuperaodopatamardeproduo,mesmosuperadooperodomaiscrtico,noser imediato (embora, atualmente, j se considere um retorno menos lento); iii) a OPEP no tem adotadocomoestratgiaaantecipaodeinvestimentosemcapacidadeprodutivapara balancear o mercado, deixando-o pressionado e vulnervel a eventos de restrio de oferta. Assim, acredita-se que, mesmo com a retomada dos investimentos, no haja tempo hbil para atenderoritmodecrescimentodademanda,detalformaqueomercadopermanecer apertadonomdioprazo.AprpriacapacidadeociosadospasesdaOPEPcairpara patamaresmaismodestos,aolongodoprimeiroquinqunio,paracompensarohiatoda expansodaproduofrenteaocrescimentodademandaporpetrleo.Areduoda capacidade ociosa dos pases da OPEP adicionar prmio de risco aos preos do petrleo. Com essa evoluo do balano de oferta e demanda, haver uma persistncia do novo ciclo de altadepreos,comacotaodopetrleoBrentmantendo-se,maisumavez,nopatamar acimadeUS$100/b(aforterecuperaodademandaporpetrleoeasimplicaesda Primavera rabe anteciparam essa elevao de patamar de preos, que era esperada para 2014-2015).Noentanto,acombinaodevriosefeitosdeverlevaraumnovobalanodeoferta-demanda de petrleo, amenizando os preos do petrleo no segundo quinqunio: i) retomada e maturao de projetos de E&P, que haviam sido cancelados ou adiados por causa da crise; ii) moderao do crescimento econmico mundial; iii) o prprio efeito da alta de preos sobre ademandadederivados;iv)amaturaodepolticasdesubstituiodederivadosede eficincia energtica. Desta forma, as cotaes do Brent devero cair, nesse cenrio, para o patamar de US$ 80/b no final do horizonte (a valores constantes de maio de 2011). NOTA TCNICA DEA 15/11 - Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2012-2021)23 Ministrio de Minas e Energia 5REFERNCIAS 5.1Dados BCB [Banco Central do Brasil]: http://www.bcb.gov BEA [Bureau of Economic Analysis]: http://www.bea.gov EIA [U.S. Energy Information Agency]: http://www.eia.doe.gov FMI [Fundo Monetrio Internacional]: http://www.imf.org IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica]: http://www.ibge.gov.br 5.2Bibliogrficas BNDES(2011).Perspectivadeinvestimentosnaindstria2011-2014.Visodo desenvolvimento n 91. 25 de fevereiro de 2011. BNDES(2011).Perspectivadeinvestimentoseminfraestrutura2011-2014.Visodo desenvolvimento n 92. 25 de fevereiro de 2011. FMI(2011).SlowingGrowth,RisingRisks,WorldEconomicOutlook,setembrode2011, disponvel em < http://www.imf.org > (acesso em 06 de outubro de 2011). FMI (2011). Addressing Fiscal Challenges to Reduce Economic Risks Sustaining the Recovery, Fiscal Monitor, setembro de 2011, disponvel em < http://www.imf.org > (acesso em 06 de outubro de 2011). NERI, Marcelo C. (2010). A nova classe mdia: O lado brilhante dos pobres. Disponvel em . OCDE (2011). Economic Outlook, setembro de 2011. Disponvel em . SOUZAJr.,J.R.C.EstimativadoProdutoPotencialparaaEconomiaBrasileira:Atualizao UtilizandooSistemadeContasNacionaisReferncia2000.In:IPEA.Boletimde Conjuntura, nmero 77, Rio de Janeiro, junho de 2007.