29
Série ESTUDOS ECONÔMICOS NOTA TÉCNICA DEA 06/13 Caracterização do cenário macroeconômico para os próximos 10 anos (2013-2022) Rio de Janeiro Março de 2013

20130404_1.pdf

  • Upload
    hfiche

  • View
    225

  • Download
    3

Embed Size (px)

Citation preview

Srie ESTUDOS ECONMICOS NOTA TCNICA DEA 06/13 Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022)

Rio de Janeiro Maro de 2013 (Esta pgina foi intencionalmente deixada em branco para o adequado alinhamento de pginas na impresso com a opo frente e verso - double sided) GOVERNO FEDERAL Ministrio de Minas e Energia Ministro Edison LoboSecretrio Executivo Mrcio Pereira Zimmermann Secretrio de Planejamento e Desenvolvimento Energtico Altino Ventura Filho Srie ESTUDOS ECONMICOS NOTA TCNICA DEA 06/13 Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) Empresapblica,vinculadaaoMinistriodeMinaseEnergia,instituda nostermosdaLein10.847,de15demarode2004,aEPEtempor finalidadeprestarserviosnareadeestudosepesquisasdestinadasa subsidiar o planejamento do setor energtico, tais como energia eltrica, petrleoegsnaturaleseusderivados,carvomineral,fontes energticas renovveis e eficincia energtica, dentre outras. Presidente Mauricio Tiomno Tolmasquim Diretor de Estudos Econmico-Energticos e Ambientais Amilcar Guerreiro Diretor de Estudos de Energia Eltrica Jos Carlos de Miranda Farias Diretor de Estudos de Petrleo, Gs e Biocombustvel Elson Ronaldo NunesDiretor de Gesto Corporativa lvaro Henrique Matias Pereira Coordenao Geral Mauricio Tiomno Tolmasquim Amilcar Guerreiro Coordenao ExecutivaRicardo Gorini de Oliveira Coordenao TcnicaCarla da C. Lopes Acho Ricardo Gorini de Oliveira Equipe Tcnica Adriana Fiorotti Campos Bianca Nunes de Oliveira Isabela de Almeida Oliveira Jairo Viana Feliciano Pedro Vincius Bossardi (estagirio) Renato de Souza Corra (estagirio) URL: http://www.epe.gov.br Sede SAN Quadra 1 Bloco B Sala 100-A 70041-903 - Braslia DF Escritrio Central Av. Rio Branco, n. 01 11 Andar 20090-003 - Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro Maro de 2013 (Esta pgina foi intencionalmente deixada em branco para o adequado alinhamento de pginas na impresso com a opo frente e verso - double sided) Ministrio de Minas e Energia Srie ESTUDOS ECONMICOS NOTA TCNICA DEA 06/13 Caracterizao do cenrio macroeconmico para os prximos 10 anos SUMRIO 1INTRODUO_______________________________________________________1 2ECONOMIA MUNDIAL _________________________________________________2 3BRASIL: CONJUNTURA ECONMICA ______________________________________8 4BRASIL: TRAJETRIA MACROECONMICA DE INTERESSE _____________________13 4.1RESULTADOS QUANTITATIVOS DO CENRIO DE INTERESSE13 4.2PERSPECTIVAS SETORIAIS16 5REFERNCIAS_____________________________________________________22 5.1DADOS22 5.2BIBLIOGRFICAS22 Ministrio de Minas e Energia NDICE DE TABELAS Tabela 1 - Economia mundial. Diferenas nas expectativas de crescimento para o PIB (%)5 Tabela 2 - Evoluo do preo do petrleo tipo Brent (mdias por perodo)7 Tabela 3 Investimentos mapeados em infraestrutura11 Tabela 4 Taxas de crescimento do nvel de atividade (mdias no perodo)13 Tabela 5 Principais variveis exgenas (mdias no perodo)14 Tabela 6 Investimento (% PIB)14 Tabela 7 Indicadores econmicos do setor pblico (mdias no perodo)15 Tabela 8 Indicadores econmicos do setor externo (mdias no perodo)15 Tabela 9 PIB: Participao setorial relativa21 NDICE DE FIGURAS Figura 1 Projees de dficit fiscal para os pases desenvolvidos (% do PIB)2 Figura 2 Evoluo do mercado de trabalho americano3 Figura 3 Evoluo do preo de petrleo (dlares por barril)6 Figura 4 Distribuio das classes econmicas entre os anos de 2003 e 2014 (%)8 Figura 5 PIB Brasil: Taxa acumulada em dois trimestres9 Figura 6 Brasil: Exportao por fator agregado (%)10 Figura 7 Brasil: Importaes (US$ FOB)10 Figura 8 PIB per capita (R$ mil de 2011) em fim de perodo16 Figura 9 Participao setorial relativa no PIB a preos de 2010 (%)17 Figura 10 Participao relativa no valor adicionado da indstria a preos bsicos (%)18 Figura 11 Projeo da evoluo da participao setorial na economia brasileira (%)18 Figura 12 Participao relativa do PIB industrial (%)20 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 1 Ministrio de Minas e Energia 1INTRODUO Aanlisedasperspectivaseconmicasmundialebrasileiradeextremaimportnciapara subsidiar os estudos de previso da demanda e de expanso da oferta de energia. A evoluo esperada para os principais indicadores econmicos, entre eles aqueles voltados para o setor externo,paraosetorpblicoouparaosinvestimentos,baseiaaconstruodocenrio econmico e energtico. Neste nterim, a presente Nota Tcnica aborda o monitoramento da conjuntura econmica e do seu impacto sobre a trajetria macroeconmica de interesse para os estudos energticos no horizonte 2022. Cabe ressaltar que o cenrio utilizado neste estudo tem como pano de fundo a anlise dos cenrios do Plano Nacional de Energia 2030, divulgado no ano 2007. Comafinalidadedeapresentarasprincipaispremissasutilizadasnaelaboraodocenrio econmico,opresentetrabalhosedivideemtrscaptulosalmdestaintroduo.No captulo2,soapresentadososprincipaisdestaquesparaaeconomiamundial,buscando identificar a evoluo do cenrio internacional na prxima dcada. No captulo 3, o destaque passaaseraeconomiabrasileira.Nelesoapontadososelementosquesustentamaboa perspectiva de crescimento econmico nacional. Por fim, no captulo 4, so apresentados os principais resultados do cenrio macroeconmico e a respectiva desagregao setorial. 2 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 2 2ECONOMIA MUNDIALCom relao ao cenrio mundial, importante salientar que, mesmo num contexto de baixo crescimento,nose consideraumcenriodeintensificaodacriseeconmicaquehojese concentranospasesdesenvolvidos.Istoocorreapesardaperspectivadedeterioraodo crescimentoglobaldevidoaosriscosassociadosaoprocessodedesalavancagemfinanceira que ameaa a estabilidade financeira global.Nessecontexto,observa-sequeaeconomiamundialatravessaumafasedeincertezas, apresentandosinaisdequeoprocessoderecuperaotenderaserlongoegradual.De acordocomoFundoMonetrioInternacional(FMI,2012a),permaneceelevadaachancede querestriessquaishojeestoexpostasdiversaseconomiasmadurasseprolonguempor umperododetempomaiordoqueeraprevistoanteriormentenassuasprojees.Por exemplo, nos pases da Zona do Euro, estima-se que o cenrio de restrio fiscal se estender paraosprximosanos,vistoquenohespaosuficienteparautilizaodepolticas monetrias. Assim, qualquer que seja a alternativa escolhida para a sada da crise europeia, o processo de ajuste ser lento e custoso (Tendncias, 2012a). Entretanto, o prprio FMI afirma que, apesar da desacelerao da atividade econmica no fim de2011edosfracoscrescimentosprojetados,osdficitsfiscaisdaZonadoEurodevem comearacairem2012e2013,conformepodeservistonaFigura1.Segundoesta instituio,osdficitsdevemdiminuiremvirtudedosestmulosfiscaisedasmedidasde austeridades adotadas por estes pases. Figura 1 Projees de dficit fiscal para os pases desenvolvidos (% do PIB) Fonte: FMI, 2012b. Cabedestacarque,mesmonumcenriodeextrematurbulncia,comoovivenciadono perodo recente pela Unio Europeia, todos os esforos realizados pelos pases do bloco e pelo FMIafimdeevitaradissoluodaZonadoEurosoexemplosdamanutenodeum -3,3-4,7-0,4-2,7-7,0-2,6-3,5-0,4-1,8-5,7-8-7-6-5-4-3-2-10Zona do euro Frana Alemanha Itlia Espanha2012 20133 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 3 elemento-chavedocenrioadotadonoPNE2030,qualseja,acontinuidadedeuma conectividade parcial entre os blocos econmicos. Jaeconomiaamericanasegueumritmodecrescimentomoderado,comumaexpectativa, para os prximos anos, de retorno, e talvez de melhoria, das condies de produo, consumo eempregoexistentesnopr-crisede2008.Umdosindicadoresquemostramapossvel evoluopositivadaeconomiadosEstadosUnidosatrajetriadeclinantedataxade desemprego(Figura2).Almdisso,deve-sesalientaroaumentoderendacomconsequente melhora em indicadores de confiana dos consumidores e o aumento do consumo nacional.Figura 2 Evoluo do mercado de trabalho americano Nota: vagas abertas em milhares e taxa de desemprego em variao percentual. Fonte: BUREAU OF LABOR STATISTCS DATA, 2012. Vale,tambm,ressaltarqueoacessoenergiaabundanteedebaixocusto,resultanteda explorao do petrleo e do gs natural no-convencionais, dever criar excelentes condies de competitividade para a indstria norte-americana nas prximas dcadas. Comrelaoseconomiasemergentes,doisaspectosimportantesmerecemdestaque:(1) desaceleraonoseuritmodecrescimentoeconmico,apesardamanutenodaelevada demanda interna destes pases; neste contexto, so exemplos pases como China e ndia, que passamatertaxasmenoresdecrescimentorefletindooimpacto,viacomrciomundial,do menorcrescimentodospasesdesenvolvidos(EstadosUnidoseUnioEuropeia);e(2) incrementodoseupapelnocrescimentomundial;nestecaso,pasescomooBrasil,que possuemdestaquenaexportaodecommodities1,sobeneficiadospeloaumentoda demanda por estes bens.

1Comrelaoaospreosdecommodities,algunsfatorescontriburamparaoselevadospreos internacionais,especialmente,apartirdofimdoanode2011,asaber:(1)ampliaodaliquidez global; (2) divulgao de indicadores econmicos relativamente favorveis em importantes economias; (3) reduo da averso ao risco nos mercados financeiros; e (4) ocorrncia de adversidades climticas em regies produtoras (BCB, 2012).7,08,09,010,030004000abr-11mai-11jun-11jul-11ago-11set-11out-11nov-11dez-11jan-12fev-12mar-12abr-12mai-12jun-12jul-12ago-12vagas abertas Taxa de desemprego NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 4 Ministrio de Minas e Energia BOX 1 PNE 2030:BOX 1 PNE 2030:BOX 1 PNE 2030:BOX 1 PNE 2030: Descri Descri Descri Descrio dos Cenrios Mundiais o dos Cenrios Mundiais o dos Cenrios Mundiais o dos Cenrios Mundiais Na determinao do cenrio de longo prazo do PNE 2030 foram considerados trs rumos possveis para a economiamundial(MundoUno,ArquiplagoeIlhas)equatronacionais(NaCristadaOnda,Surfandoa Marola, Pedalinho e Nufrago). No mbito mundial, as trs incertezas crticas dos cenrios so o padro de globalizao, a estrutura dopoder poltico econmicoea soluo de conflitos. Na tabela abaixo possvel visualizar como cada incerteza retratada nos diferentes cenrios. Incerteza Crtica Cenrios Mundo Uno ArquiplagoIlha Padro de globalizao Conectividade mxima: multilateralismo Conectividade parcial:blocos econmicos Conectividade interrompida: protecionismo Estrutura de poder poltico e econmico Equilbrio de foras e compartilhamento do poder poltico Hegemonia dos blocos liderados pelos Estados Unidos e Unio Europeia Maior participao dos blocos dos pases asiticos Polticas macroeconmicas coordenadas Recuperao do equilbrio macroeconmico da economia americana por meio de ajuste interno Ruptura das relaes comerciais sino americanas, seguida de lenta recuperao econmica Soluo de conflitos Solues negociadas Conflitos localizados Divergncias acentuadas Fonte: EPE, 2007. OcenrioderefernciaadotadonoPNE2030foioArquiplago,emqueomundosecaracterizapor conexesassimtricasemsuasrelaeseconmicaseasnaessedividememblocosmarcadospelo regionalismo onde predomina as relaes de comrcio e os fluxos financeiros concentrados entre naes amigas. As assimetrias tambm se estendem s questes de acesso tecnologia, sendo que aqueles que possuem menos acesso ficam margem do mundo digital, restritos a grupos locais perifricos. Na estrutura depoderpolticoeconmicomundial,mantm-seahegemoniadoblocoEUA/UEemcomparaocomo blococompostopelospasesasiticos.OdesequilbriodosdficitsgmeosdosEUAalcanaumasoluo deequilbriopormeiodeumlongoajusteinternonorte-americano,oquegeraumareduonoritmode crescimento da economia mundial. Os conflitos tnicos, religiosos e sociais e a insegurana institucionale econmica evoluem em diferentes estgios de acordo com o bloco econmico e sua regio. 5 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 5 Ao se analisar as perspectivas dos pases da Zona do Euro, dos Estados Unidos e das economias emergentes,observa-sequeoritmodecrescimentomundialserlento,graduale diferenciado entre as regies e entre os pases. Nesse contexto, cabe destacar o incremento daparticipao,noPIBmundial,dospasesemergentesemdetrimentodaparticipaodos pases desenvolvidos.2 Contudo, o maior crescimento dos pases emergentes no levar a uma alteraonaestruturadopoderpolticoeconmicomundial,dadoqueseesperauma manutenodahegemoniadoblocoEUA/UEemcomparaocomoblococompostopelos pases asiticos (conforme premissa adotada no PNE 2030).Na Tabela 1 apresentada a evoluo das expectativas de PIB projetadas pelo FMI no ano de 2012, demonstrando a expectativa de crescimento heterogneo entre as economias. Tabela 1 - Economia mundial. Diferenas nas expectativas de crescimento para o PIB (%)

Projees Setembro 2012

Projees Julho 2012

Projees Abril 2012

Projees Janeiro 2012 20122013 20122013 20122013 20122013 Mundo3,63,63,53,93,54,13,33,9 Pases Desenvolvidos1,31,51,41,91,42,01,21,9 Estados Unidos2,22,12,02,32,12,41,82,2 rea do Euro-0,40,2-0,30,7-0,30,9-0,50,8 Pases Emergentes5,35,65,65,95,76,05,45,9 Rssia3,73,84,03,94,03,93,33,5 China7,88,28,08,58,28,88,28,8 ndia4,96,06,16,56,97,37,07,3 Brasil1,54,02,54,63,04,13,04,0 Fonte: FMI, 2012c.Adicionalmente, destaca-se a importncia da trajetria do preo do petrleo para a projeo dediversosaspectosdademandaedaofertadeenergiadeumpas.Quantoaesta commodity, observaram-se, ao longo do ano de 2011, elevados ndices de preos motivados, pelo lado da oferta, pelas tenses geopolticas no Oriente Mdio e no norte da frica, gerando ameaassobreacapacidadedefornecimentodeimportantesprodutoresmundiais.Porsua vez, pelo lado da demanda, o forte crescimento da economia chinesa3 elevou o consumo de petrleo neste pas, gerando presso sobre a demanda mundial.

2 De acordo com o FMI (2012a), nos prximos anos, a economia mundial crescer de forma lenta, com crescimentos no homogneos entre as regies. Enquanto algumas economias, especialmente a Europa, ainda estaro sofrendo as consequncias das reformas e das iniciativas tomadas no auge da crise, tais comoarrochosfiscaisemedidasdemaiorausteridadeparacompensaraquedaexpressivadereceita nospasescommaioresdficitsgovernamentais,outraseconomias,especialmenteospases emergentes,seguiroumatrajetriadecadavezmaiorparticipaodoProdutoInternoBruto(PIB) mundial. 3Valesalientarque,adependnciachinesadepetrleoimportadodecercade55%doconsumo domsticoequeopasosegundomaiorconsumidormundialdepetrleo,abaixosomentedos Estados Unidos (ANP, 2012). 6 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 6 Noinciode2012,opreodopetrleofoiinfluenciadopelasmelhoresperspectivasparaa economiadosEUAepelaampliaodastensesentreoIreoOcidente;taistenses culminaramcomoanncio,porpartedaUnioEuropeia,doembargoaopetrleodaquele pas. Na Figura 3 apresentada a evoluo dospreos de petrleoBrent e WTI nos anos de 2011 e 2012. Figura 3 Evoluo do preo de petrleo (dlares por barril) Fonte: EIA, 2012. Apesardacrescenteaplicaodepolticasdesubstituiodederivadosedeeficincia energtica institudas pelos governos dos pases grandes consumidores de energia, a trajetria decrescimentoeconmicoprevistaparaohorizontedesteestudoconduziraum crescimentorobustodademandamundialdepetrleo.Nocenriodeofertadepetrleo, considera-se que, aps uma retrao motivada pelo cancelamento/adiamento de projetos em virtudedasrestriesdecrditoem2008-2009eumapausaem2011emdecorrnciada eminnciadecriseeconmica,jhumprocessoderecuperaodaproduo,sobretudo, porpartedealgunspasesdaOPEP,taiscomoIraque,LbiaeArbiaSaudita.Esta recuperao, porm, no livre de transtornos4, o que faz com que os preos mdios, embora decrescentesapartirde2012,semantenhamnumpatamaraindaelevadonomdioprazo (prximo de US$ 100/bbl). Assim, acredita-se que, mesmo com a retomada dos investimentos, nohajatempohbilparaatendertotalmenteoritmodecrescimentodademanda,detal forma que o mercado permanecer apertado no mdio prazo.

4Dentreostranstornos,podemserdestacados:(1)aPrimaverarabe,mesmoapsaretomadade oferta na Lbia, ainda apresenta focos de tenso poltico-econmicos na regio, como o caso da Sria, o que repercute negativamente no mercado de petrleo; (2) o embargo ao petrleo Iraniano pelos EUA eEuropaapartirdejulhode2012,mesmoquenovenhaasertotalmenterespeitado,tambm colaborar, de alguma forma, para uma reduo das expectativas de aumento da oferta; e (3) a OPEP, comoumtodo,notemadotadocomoestratgiaaantecipaodeinvestimentosemcapacidade produtivaparabalancearomercado,deixando-opressionadoevulnervelaeventosderestriode oferta. 020406080100120140jan/11 abr/11 jul/11 out/11 jan/12 abr/12 jul/12 out/12WTIBRENT7 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 7 Comessaevoluodobalanodeofertaedemanda,acotaodopetrleoBrentaindase manternopatamaracimadeUS$100/bblnoprimeiroquinqunio.Noentanto,a combinao de vrios efeitos dever levar a um novo balano de oferta-demanda de petrleo, amenizandoospreosdopetrleonosegundoquinqunio:(1)retomadaematuraode projetos de E&P, que haviam sido cancelados ou adiados por causa da crise; (2) manuteno de um crescimento econmico mundial moderado; (3) o prprio efeito da alta de preos sobre ademandadederivados;e(4)amaturaodepolticasdesubstituiodederivadosede eficincia energtica. Desta forma, as cotaes do Brent devero cair, nesse cenrio, para o patamar mdio de US$ 84/bbl no final do horizonte (a valores constantes de maio de 2012). NaTabela2,apresenta-se,porquinqunio,aevoluoesperadadopreodopetrleotipo Brent. Tabela 2 - Evoluo do preo do petrleo tipo Brent (mdias por perodo) Indicadores Econmicos HistricoProjeo 2003-20072008-20122013-20172018-2022 Preo do Petrleo tipo Brent(US$ maio 2012/barril)65,7496,71 99,5183,32 Fonte: Elaborao EPE. 8 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 8 3BRASIL: CONJUNTURA ECONMICAOsfatoressupracitadosreferentesaocenrioglobalafetamdiretamenteaeconomia brasileira,queseencontranofocodocenriointernacional,juntamentecomosdemais pasesquecompemosBRICS5.Nessecontexto,ocanalexternotemsidoumelemento importante para explicar o crescimento econmico nacional dos ltimos anos. Diante disto, o Brasilprecisa,cadavezmais,delidarcomquestesqueanteriormentenoestavamto evidenciadasnosseusprojetosdedesenvolvimento,masquenomomentosetornamtemas relevantes,taiscomoareduodegargalosdeinfraestruturaeaelevaoda competitividade da indstria e dos ganhos de produtividade da economia.Outrofatorquepodecontribuirparaocrescimentoeconmiconacionalequeest intimamenterelacionadocomoaumentodamassasalarialecomareduodataxade desemprego a trajetria de reduo das desigualdades sociais. Neste ponto, cabe destacar o resultadodoestudorealizadoporMarceloNeri(2012),queindicouamanutenodo acrscimo da populao da classe C, em detrimento das classes D e E, o que contribuiria para oincrementodomercadoconsumidorbrasileiro.ConformepodeserobservadonaFigura4, espera-se que, em 2014, a classe C represente 60% do total da populao, com 118 milhes de pessoas e as classes D e E representem 25% (48,9 milhes de pessoas).Figura 4 Distribuio das classes econmicas entre os anos de 2003 e 2014 (%) Fonte: NERI, 2012. Apesar do crescimento do mercado domstico e da ampliao do canal externo da economia, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), o PIB registrou um crescimento de 2,7% no ano de 2011 em relao ao ano de 2010, ficando abaixodamdiamundial(3,9%).Deve-sedestacarque,em2012,odesempenhotampouco deversuperaramdiamundial,umavezqueoresultadodascontasnacionaisdoprimeiro semestre j mostrava que o pas vinha crescendo a taxas inferiores. O motivador de tais taxas

5 Brasil, Rssia, ndia, China e frica do Sul. 9 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 9 foiobaixodesempenhodossetoresindustrialeagropecurio6,almderesultadospositivos menores do que o observado nos semestres anteriores no setor de servios. Todavia, deve-se destacarqueoconsumodasfamliascontinuouapresentandoumbomdesempenho7, refletindo o aumento de massa salarial e o crescimento do crdito para pessoas fsicas. Figura 5 PIB Brasil: Taxa acumulada em dois trimestres Fonte: IBGE, 2012. QuantoaobaixodesempenhodoPIBrelacionadoaosetorindustrial,almdosfatores estruturais de competitividade, pode-se citar a valorizao do cmbio, que acirrou a disputa deprodutosestrangeiroscomosprodutosnacionais.Essefatonoserestringesomentea empresas voltadas para o mercado interno, mas tambm quelas que atuam no setor externo, pois com tal valorizao o produto nacional perde competitividade no comrcio exterior. No perodo,evidenciou-seaindaanecessidadedaresoluodasquestesquelimitama competitividadedaindstrianacional,aumentandoocustodaproduoe,comisto, dificultandoacompetiodepreosnomercadointernacionaloumesmofavorecendoa importao de produtos similares aos produzidos nacionalmente. Cabemencionarqueasexportaes,almdaquestocambial,sofreramretraotambm por queda da demanda, relacionada ao menor ritmo de crescimento em pases considerados estratgicosparaamaioriadossetoresexportadoresnacionaiscomoaZonadoEuroeos EstadosUnidos.Porm,oagronegcioobteveganhoscomomercadointernacional, relacionados principalmente alta dos preos das commodities, o que manteve uma balana comercialsuperavitria,adespeitodofortecrescimentodasimportaes.Noanode2012,

6Deve-sedestacarqueofracodesempenhodaatividadeagropecurianoinciodoanoteveforte influncia de fatores conjunturais, tais como efeitos climticos enfrentados por vrias regies do pas e que afetaram a safra de importantes produtos. 7 Observa-sequeopadrodecrescimentoverificadonosltimosanos,emqueaeconomiabrasileira trilhouumcrescimentopuxadoespecialmentepelosbonsresultadosobtidoscomoconsumodas famlias, se manteve em 2012. Contriburam para isso o bom desempenho do mercado de trabalho, que resultaemtaxasdedesempregoempatamaresprximosaodesempregonatural,combinadocom aumento da renda dos trabalhadores. 1,22,93,8 3,82,61,52,82,77,60,31,7 1,7-1,4-0,21,51,1-3,0-1,21,50,6-4,0-2,00,02,04,06,08,010,0AGROPECURIA INDSTRIA SERVIOS PIB2011.II 2011.III 2011.IV 2012.I 2012.II10 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 10 entretanto, as exportaes vem diminuindo devido ao baixo crescimento da economia global e ao menor preo de commodities relevantes para a pauta de exportao brasileira. Figura 6 Brasil: Exportao por fator agregado (%) Nota: dados de 2012 at setembro.Fonte: SECEX/MDIC, 2012. Jasimportaesforampressionadaspelavalorizaodamoedaepeloaltocustoda produonacional.8Estescustosestorelacionadosvalorizaorealdosalriodos trabalhadores,aoaumentodovalordasmatrias-primas,elevadacargatributriae infraestrutura deficitria. Como consequncia, as empresas que atuam no mercado domstico sofreram com uma maior concorrncia de produtos estrangeiros.Figura 7 Brasil: Importaes (US$ FOB) Fonte: SECEX/MDIC, 2012. Comosalientadoanteriormente,umdosgrandesdesafiosparaocrescimentodaeconomia brasileira no horizonte do estudo a mitigao dos problemas advindos de uma infraestrutura comlimitaes.Paratanto,serianecessrioaobtenodenveissatisfatriosde

8 Para os prximos anos, um aumento mais rpido da taxa de importao do que da taxa de exportao resultar em supervits menores na balana comercial brasileira, a exemplo do que se deve verificar j noanode2012.Contudo,omenorsaldodabalanacomercialnodevetrazergrandesimpactos negativos,vistoqueodficitgeradoemtransaescorrentessuficientementefinancivel,ainda mais quando se considera o aumento dos investimentos externos diretos a serem realizados. 26,328,1 28,9 29,5 29,3 29,232,136,940,544,647,8 47,714,114,815,0 13,9 13,5 14,213,613,713,414,014,1 13,256,554,7 54,3 55,0 55,1 54,452,346,844,039,436,0 36,83,0 2,4 1,8 1,6 2,1 2,2 2,1 2,6 2,1 2,1 2,1 2,32001 2002 20032004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012Bsicos Semimaf. Manuf. Operaes Especiais-50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 2009 2010 2011Importaes Matrias-primas e produtos intermediriosCombustveis e lubrificantes Bens de capitalBens de consumo11 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 11 investimentos,oquepossibilitariaareduodoscustosdeproduoeoaumentoda competitividadebrasileira.Noentanto,oqueseobservourecentementefoiumaquedado percentual de crescimento do investimento, que passou de 21,3% em 2010 para 4,7% em 2011. Almdisso,deve-sesalientarqueaparticipaodoinvestimentopbliconoPIBtambm decresceu no perodo. Segundo o Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (IPEA), em 2011, o nvel de investimento pblico foi de 2,5% do PIB, ficando abaixo do observado em 2010 (2,9% do PIB). Porm, nos prximos anos, de acordo com o estudo realizado pelo BNDES (2012), continuaro sendo realizados importantes investimentos em grandes projetos de longo prazo, a saber: (1) projetosdeinfraestruturaeconmicaesocial,como,porexemplo,orelativoaosetor habitacional;(2)projetosrelacionadosaoseventosesportivosdaCopadoMundoem2014e dasOlimpadasem2016;e(3)investimentosnosetordepetrleoegs.Cabefrisarque, comopodeservistonaTabela3,grandepartedosmontantesasereminvestidosnosanos 2012-2015 ser direcionada para o setor de petrleo e gs.Tabela 3 Investimentos mapeados em infraestrutura Setores Valores (R$ bilho)Variao 2007-20102012-2015% Petrleo e Gs23835448,5 Extrativa Mineral6858-13,9 Automotivo355658,8 Papel e Celulose202630,9 Eletroeletrnica212517,5 Qumica24254,9 Siderurgia3221-33,6 Txtil e Confeces101433,3 Complexo Industrial de Sade10119,1 Aeronutica37158,5 Indstria46159729,5 Fonte: BNDES, 2012. Noprximocaptulodetalhadoocenrioeconmicodeinteresseparaosestudosde planejamento energtico. 12 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 12 BOX 2 PNE 2030:BOX 2 PNE 2030:BOX 2 PNE 2030:BOX 2 PNE 2030: Descrio Descrio Descrio Descrio do Cenrio Nacional do Cenrio Nacional do Cenrio Nacional do Cenrio Nacional Nombitonacional,osfatoresanalisadosparaadistinodoscenriossebasearamnasprincipais potencialidades e obstculos a superar que opas apresenta frente aos contextos mundiais descritos noBOX1.Caberessaltarque,acadapossibilidadedetrajetriadaeconomiamundialhaviadois cenrios para a economia nacional, conforme exemplificado na figura abaixo. Fonte: EPE, 2007. No cenrio nacional adotado pela EPE (B1 - Surfando a Marola), o crescimento da economia brasileira superaumcrescimentomaismoderadodaeconomiamundial.Omelhordesempenhodaeconomia nacional se deve em parte a uma gesto mais ativa no encaminhamento dos problemas internos. Por outrolado,humprocessomaislongonaconsolidaodaestabilidademacroeconmica,devidoa certa dificuldade na aprovao de reformas microeconmicas. Destaforma,osgargaloseminfraestrutura,emboracomimportantesavanos,nosototalmente resolvidos,eaprodutividadetotaldosfatoresficamaisconcentradaemnichosespecficos.As restriesdecapitalparaP&D&Ilevamaumasoluodomsticadecapacitaotecnolgicae, consequentemente,aumnveldedesenvolvimentoabaixodonveldospasesmaisdesenvolvidos. Almdisso,ummercadodecrditolimitadoedeacessocomplexonopermiteofinanciamento necessrioparaacontnuamodernizaodoparqueprodutivo.Comrelaodesigualdadescio-regional, h avano modesto, com redistribuio parcial de renda e lenta desconcentrao regional do crescimento. Porfim,deve-sefrisarqueesteumcenriomarcadopeloesforodascorporaesnacionaisna conquistapormercadosinternacionais,aindamaisporqueomundo,divididoemblocoseconmicos, oferece oportunidades parciais de aproveitamento. A2 - Perdendo a onda A1 - Na crista da ondaB2 - Navegando de pedalinho B1 - Surfando a marolaC2 - Naufragando C1 - Nadandocontra a corrente- eficaz + eficaz+ favorvel- favorvelCenrios MundiaisAdministrao de foras e fraquezas nacionais13 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 13 4BRASIL: TRAJETRIA MACROECONMICA DE INTERESSE A partir da descrio qualitativa do cenrio, a trajetria econmica quantificada com base nomodelodeconsistnciamacroeconmicadelongoprazo(MCMLP).Aseguirso apresentados os resultados quantitativos do modelo9 para o horizonte decenal de 2013 a 2022. 4.1Resultados Quantitativos do Cenrio de Interesse Neste horizonte, o Brasil crescer a uma taxa mdia de 4,7% a.a, enquanto o mundo cresce a 4,0%. O crescimento por quinqunio apresentado na Tabela 4. Tabela 4 Taxas de crescimento do nvel de atividade (mdias no perodo) Indicadores Econmicos HistricoProjeo 2002-20062007-20112013-20172018-2022 PIB Mundial (% a.a.) 4,2%3,5%3,9%4,0% Comrcio Mundial (% a.a.) 7,3%3,7%5,1%5,3% PIB Nacional (% a.a.) 3,3%4,2%4,5%5,0% Fontes: IBGE e FMI (dados histricos) e EPE (projees). Noprimeiroquinqunio,aeconomiamundialsecaracterizarporumperododebaixo crescimento nas economias da Zona do Euro que ainda estaro voltadas para a reestruturao deseusistemaeconmicoefinanceiro.Cabefrisarque,nesteperodo,asmedidas governamentaisestarovoltadaspararecuperarospasesmaisvulnerveisdiantedacrise mundial.Jalgunspasesemergentes,comojcitadoanteriormente,continuamse destacando pelas taxas expressivas de crescimento, em especial China e ndia. Omaiordinamismodaseconomiasemergentes,adespeitodofracodesempenhodospases desenvolvidos, sustentar o crescimento da economia mundial em patamares semelhantes aos observados na ltima dcada.Comrelaoaocrescimentobrasileiro,umaumentodapoupanadelongoprazo imprescindvel para possibilitar o estoque de capital necessrio para viabilizar o crescimento econmico. No cenrio considerado, a taxa de poupana evolui de uma taxa mdia de 20,9% doPIBpassandopara21,7%nofinaldoperodo,conformeapresentadonaTabela5.Este crescimentodataxadepoupanaemrelaoaoPIBbeneficiadopelapoupanaprivada, cuja grande contribuio vir da maior lucratividade das empresas que se beneficiam do bom momento econmico do pas. Outroelementodegrandeimportnciaparaocrescimentoeconmiconacionala ProdutividadeTotaldosFatores(PTF).Noperodoestudado,amaiorcontribuioparao

9AmetodologiautilizadanomodelodescritananotatcnicaEPENTDEA13/10,disponvelem: http://www.epe.gov.br. 14 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 14 aumento da produtividade vir do crescimento esperado dos investimentos em infraestrutura e ocorrer de forma mais intensa nos setores em que o pas apresenta vantagem comparativa. Tabela 5 Principais variveis exgenas (mdias no perodo) HistricoProjeo Indicadores Econmicos 2002-20062007-20112013-20172018-2022 Taxa de Poupana (% PIB)19,0%18,8%20,9%21,7% PTF (% a.a.)1,0%0,9%1,3%1,5% Notas: (1) As projees de taxa de poupana nos quinqunios dizem respeito aos seus valores de longo prazo. Os valoreshistricosrepresentamasmdiasdastaxascorrentesdepoupanae,portanto,somaisafetadaspor questes conjunturais.(2) Para o clculo da PTF, ver Souza Jr, 2005. Fontes: IBGE (dados histricos) e EPE (Projees). evidentequeoutrosgargalosqueimpedemumaumentomaisexpressivodaprodutividade aindapersistiro(faltademodeobraqualificada,polticasdeestmulossinovaes tecnolgicasemudanasinstitucionaismaisprofundas),vistoqueaimplementaode algumasreformasnecessitadeumperodomaiordematuraodoqueohorizontedecenal considerado neste estudo. Caberessaltarqueosinvestimentos,especialmenteaquelesvoltadosinfraestrutura,so imprescindveisparamanterumcrescimentoeconmicodelongoprazoelevadoedeforma sustentvel, assim como para fornecer ganhos de competitividade a qualquer pas. Na Tabela 6soapresentadasastaxasdeinvestimentocapazesdesustentarocrescimentoeconmico brasileiro no perodo. Tabela 6 Investimento (% PIB)Indicadores Econmicos HistricoProjeo 2002-20062007-20112013-20172018-2022 Investimento Total (1)16,4%19,4%20,5%21,7% Investimento Pblico (1) (2)3,1%3,0%3,3%3,9% Notas: (1) Taxas de investimento a preos correntes. (2) Inclui empresas estatais federais. Fontes: IBGE e MINISTRIO DO PLANEJAMENTO (dados histricos) e EPE (Projees). Conforme citado anteriormente, o grande propulsor dos investimentos nacionais ser o setor depetrleoegsnatural,beneficiadopelasrecentesdescobertasdehidrocarbonetosna camadadopr-sal.Talsetorampliaanecessidadedeinvestimentosemtodaacadeiade produoe,tambm,impactapositivamenteoutrossetoresdaeconomia(porexemplo, petroqumica e fertilizantes).Adcada2013-2022tambmsebeneficiadeimportanteseventosesportivosquetrazema oportunidadeparaopasdeinvestiremumainfraestruturaaindadeficitria.Assim,esse momento favorvel traz a confiana de que os patamares de investimentos devero se elevar substancialmente nos anos que se seguem. Por fim, outro setor que merece destaque no que concerne ao aumento de investimentos o setor habitacional. A manuteno do crescimento da renda e a expanso creditcia so fatores que devem contribuir para a maior inverso de capital neste segmento. 15 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 15 Com relao s contasdo governo, observa-seque noquadro fiscal h uma continuidade da trajetriadegradualmelhoriadosprincipaisindicadoresdesolvnciadosetorpblicono perodo de 2013 a 2022, como mostra a Tabela 7. Tabela 7 Indicadores econmicos do setor pblico (mdias no perodo)Indicadores Econmicos HistricoProjeo 2002-20062007-20112013-20172018-2022 Supervit Primrio (% PIB)3,4%2,9%2,0%1,6% Dficit Nominal (% PIB)4,0%2,6%2,4%1,3% Dvida Lquida (% PIB)52,3%40,3%36,4%30,2% Fontes: BANCO CENTRAL (dados histricos) e EPE (Projees). Aevoluo,porquinqunio,deimportantesindicadoresdascontasgovernamentais,entre elessupervitprimrio,dficitnominaledvidalquidadosetorpblico,indicaqueno prximodecnioatendnciadequeoquadrosigaatrajetriapositivaobservadano perodorecente(verTabela7).Ouseja,advidalquidadosetorpblicopermanecerem trajetriadeclinante,levandoaumareduodanecessidadedeummaioresforofiscal.O resultado reduo da necessidade de obteno de elevados supervits primrios. Ademais, espera-se uma reduo nas taxas de juros reais, contribuindo para diminuir a importncia da conta de juros na evoluo da dvida. Pelo lado do setor externo, os resultados da balana comercial e transaes correntes para o horizonte projetado so apresentados na Tabela 8 e revelam que se mantm as expectativas favorveis com relao ao impacto positivo deste setor sobre a economia brasileira.Tabela 8 Indicadores econmicos do setor externo (mdias no perodo)Indicadores Econmicos HistricoProjeo 2002-20062007-20112013-20172018-2022 Balana Comercial (US$ bilhes) 32,726,09,86,0 Exportaes (US$ bilhes) 97,3173,7302,9350,8 Importaes (US$ bilhes) 64,7147,7293,1344,9 IED (US$ bilhes) 15,844,257,760,5 Transaes Correntes (% PIB) 0,8%-1,3%-3,0%-2,7% Fontes: BANCO CENTRAL (dados histricos) e EPE (Projees). Ocrescimentoeconmiconacional,puxadopelomaiorconsumointerno,traduz-senuma maior aquisio de produtos pela populao, impactando especialmente as compras externas de bens de consumo durveis e no durveis. Com relao importao de bens de capital, a demanda interna incentivar a compra de mquinas e equipamentos que sero exigidos para atenderoaumentodosinvestimentoseminfraestruturanoperodo,especialmenteno1 quinqunio, momento em que as importaes crescem em ritmo superior s exportaes. Asexportaes,porsuavez,crescememfunodamaiorexpansodaseconomias emergentes.Dessaforma,oBrasilsebeneficiadoaumentodademandadessespasespor commoditiesepeloaumentodopreodestasnomercadointernacional.Comoresultadoda 16 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 16 evoluodasimportaeseexportaes,abalanacomercialbrasileiramantm-se superavitria, apesar de apresentar um resultado menor que o observado na ltima dcada. Destaforma,omaiorcrescimentodaeconomiabrasileiraserresponsvelpelareduodo saldo comercial e consequentemente do maior dficit em transaes correntes. Este dficit, entretanto,serfinanciveldevidoaomaiorafluxodecapitaisparaopas.Aentradade capitaisviaaumentodoinvestimentoexternodiretoocorrer,principalmente,beneficiada pelo desempenho da economia nacional acima da mdia mundial. ComrelaoaoPIBpercapita,espera-seumcrescimentoexpressivonesteindicadornos prximosanos,emvirtudedocrescimentoeconmicobrasileiroprevistonoperodo. Conforme pode ser visto na Figura 8, o PIB per capita atingir o valor de cerca de R$ 25 mil reais em 2022 (a preos de 2011) saindo de um valor perto de R$ 14 mil em 2013, implicando aumento de aproximadamente 6,4% ao ano em mdia no perodo.Figura 8 PIB per capita (R$ mil de 2011) em fim de perodo Fonte: Elaborao EPE. Almdoquefoiexpostoacima,deve-sesalientarque,numcontextodecaracterizaodo cenriomacroeconmicoparaoprximodecnio,oestudodoimpactodatrajetria econmicanossetoresindustrial,agropecurioedeserviosdesumaimportncia, especialmenteemumaeconomiadiversificadacomoabrasileira.Comesteintuito,no prximo item, ser feita a anlise setorial do horizonte 2013-2022. 4.2Perspectivas setoriais Analisandoohistricodovaloradicionadoporsetoreconmiconosltimosdezanos, constata-seumcrescimentomaiordaagropecuriaedosetordeservios,enquantoa indstria perdeu participao relativa. A Figura 9 mostra essa dinmica.14,2 18,1 24,7 0,05,010,015,020,025,030,02013 2017 202217 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 17 Figura 9 Participao setorial relativa no PIB a preos de 2010 (%) Fonte: IBGE, 2012. Doisfatoresexplicamaquedanaparticipaorelativadaindstrianacional:aforte concorrnciaexternae oaumentodoscustosindustriais,especialmenterelacionadosmo deobra,acabaramdeslocandoaindstrianacionalnoatendimentodaforteexpansodo consumo. A forte concorrncia externa sofrida pela indstria domstica em um ambiente de expanso significativadoconsumonosltimos10anosfoiconsequnciadoaumentodocomrcio mundial (com reduo de custos de transporte e de comunicao), da valorizao da moeda nacional e da dificuldade de reduo do Custo Brasil.Almdisso,ascondiesfavorveisnomercadodetrabalho,principalmentenosetorde servios (trabalho intensivo), pressiona o rendimento real do trabalhador para cima elevando ocustodafolhasalarialemtodosossegmentosjqueexistemigraodostrabalhadores entresetores.Dessaforma,acompetiopelomesmorecurso(trabalho)nosltimosanos tem sido mais um fator de perda de competitividade do setor industrial. Comrelaoaodesempenhodaindstriaps-crisefinanceira,aextrativamineral(EXTMIN) liderouarecuperaopuxadapelofortecrescimentodaproduodeminriodeferro principalmente em 2010. A construo civil (CCIV) tambm ganhou participao confirmando asexpectativasdequeosetorcontinuariaasebeneficiardaspolticashabitacionaisda Unio.Aindstriadetransformao(TRANS)manteveatendnciademenorcrescimento atribudo forte concorrncia externa a que est submetida. J a Produo e Distribuio de gua, Gs e Eletricidade (EE+A+G) perdeu participao ao crescer um pouco abaixo da mdia da indstria. A Figura 10 ilustra essa dinmica industrial. 5,3 5,5 5,3 5,429,3 29,0 28,1 27,865,4 65,5 66,6 66,80%10%20%30%40%50%60%70%80%90%100%2001 2006 2010 2011Agropecuria Indstria Servios18 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 18 Figura 10 Participao relativa no valor adicionado da indstria a preos bsicos (%) Fonte: IBGE, 2012. As projees mantiveram-se na linha das perspectivas do planejamento anterior (PDE 2021) e, com isso, mantm-se a expectativa de que a participao relativa dos setores se altere com ligeiro ganho de participao da indstria em detrimento do setor de servios, j com elevada participaonoPIB.Issosignificaqueaexpansoconsideradanoperododecenal,iniciado em 2013, tem a indstria crescendo acima da mdia dos setores como ser analisado adiante. Apresenta-se,nafiguraabaixo,aprojeodaevoluodovaloradicionadosetorialparao horizonte de 2013 a 2022. Figura 11 Projeo da evoluo da participao setorial na economia brasileira (%) Fonte: Elaborao EPE. Comrelaoaosetoragropecurio,entende-sequecrescerumpoucoacimadamdiano horizonteanalisado.Aexpectativademanutenodospreosdosprodutosagropecurios empatamareselevadosnomercadointernacional.Osprincipaisfatoresquesustentamessa 8,710,3 10,610,860,860,257,857,020,1 18,520,120,610,4 11,0 11,511,70%10%20%30%40%50%60%70%80%90%100%2001 2006 2010 2011EXTRMIN TRANS CCIV EE+A+G5,2 5,3 5,427,9 28,6 28,666,9 66,1 65,90%20%40%60%80%100%2013 2017 2022Agropecuria Indstria Servios19 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 19 projeosoademandacrescenteporgros,oleaginosaseprodutosdaagropecuria;a manutenodospreosdaenergiaemaltanomercadointernacionaleocrescimentoda produo de biocombustveis que disputar os mesmos recursos de produo dos alimentos.Quantoaosetordeservios,aexpectativapositivapelamanutenodocrescimentoda massaderendimentos.Osetorcresce,masumpoucoabaixodamdia,perdendo participao. O principal desafio a ser enfrentado ser a falta de mo de obra qualificada que seintensificarnosprximosanos,poisaatividadedeserviosintensivaemmodeobra necessitando mais desse recurso para sustentar seu crescimento.Jcomrelaoindstria,adespeitodosimpactosnegativosdecorrentesdomodelode crescimentobaseadonoconsumo,espera-sequeosetorganheparticipaonovalor adicionado.Essaexpectativapositivacorroboradapeloestudoqualitativoquelevouem contaascaractersticasintrnsecasdecadasetorecujoresultadoapontaparaum crescimento da indstria acima da mdia da economia puxada pelo desempenho da extrativa mineral e pela indstria da construo civil. MesmocomospossveisdesdobramentosdacrisedadvidasoberananaZonadoEuroeas perspectivasdecrescimentoumpoucomaismoderadodasduasmaioreseconomias,EUAe China, a expectativa que os preos das commodities continuem, pelo menos, nos patamares atuais. Sendo assim, espera-se que os setores que apresentam vantagens comparativas e que so puxados pelas demandas dos pases emergentes mais dinmicos (como siderurgia, celulose e extrativa mineral) continuem a se beneficiar. Nocasodossetoresmaisligadosdinmicadeexpansodomstica,aexpectativaqueo crescimento se concentrar naqueles que estorelacionados infraestrutura e construo civil, refletindo a melhoria, ao longo do horizonte decenal, nas condies de crdito de longo prazo e em programas governamentais de incentivo a esses segmentos. Quanto ao crdito, as recentes redues nas taxas de juros foram fundamentais para dar mais flego poltica de concessodecrditodogoverno.Ofatoque,dadoonveldeendividamento,comas redues de juros, o muturio passou a comprometeruma parcela menor da sua renda para amortizaoepagamentodosjuroseoresultadofoiumaumentodacapacidadede endividamentodasempresasefamliase,portabela,dopotencialdecrescimentodos segmentos baseados no crdito. A Figura 12 resume a evoluo esperada em termos de valor adicionado dos quatro principais segmentos da indstria no horizonte decenal.20 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 20 Figura 12 Participao relativa do PIB industrial (%) Fonte: Elaborao EPE. Aindstriadetransformaoperdeparticipaoemfunodeumaexpansorelativamais moderadaquedosoutrossegmentos.Esseosetorqueestmaisexpostoconcorrncia externa e, com isso, uma perda de participao esperada nos prximos anos. A indstria de transformao cresce, mas abaixo da mdia da indstria. J a indstria extrativamineral caracteriza-se pela produo de recursos naturais em que o Brasilapresentaumavantagemcomparativaconsidervel.Atendnciaqueosetorcresa impulsionadopelademandaexternadospasesemergentese,paraisso,asempresastm feito pesados investimentos na explorao e produo de petrleo e na minerao. Para este setor, projeta-se uma taxa de crescimento acima da mdia da indstria que se traduzir em aumento da participao no valor adicionado setorial em 2022. Aconstruo civilter noperodoumcrescimentovinculadoexpansodainfraestruturae aosprogramashabitacionaisdogoverno.Almdasobrasparaatendersdemandasdos eventosesportivos,osetorserpuxadopelocrescimentodainfraestruturaassociadoao estgiodedesenvolvimentoeconmicoquesepretendealcanar.Essesetortambm bastante influenciado pelas condies de crdito e ser beneficiado pela inflexo recente da polticamonetria.Poressasrazes,aprojeodecrescimentodaconstruocivilfoi mantida acima da mdia da indstria com ganho de participao do setor. Aproduoedistribuiodeeletricidade,deguaedegscrescemnoritmomdioda indstriacomoumtodoe,comomostradonaFigura12,terumpequenovisdealtano horizonte considerado.Em resumo, as projees decenais das participaes relativas setoriais mdias por quinqunio na economia e na indstria so apresentadas na Tabela 9. Como parmetro de comparao, inclui-se a evoluo quinquenal no perodo de 2002 a 2011. 11,414,5 14,455,352,0 51,321,4 21,922,011,9 11,6 12,30%20%40%60%80%100%2013 2017 2022EXTMIN TRANS CCIV EE+A+G21 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 21 Tabela 9 PIB: Participao setorial relativaSetor HistricoProjeo 2002-20062007-20112013-2017 2018-2022 % PIB Brasil Agropecuria 5,55,45,25,4 Indstria 29,328,128,328,7 Servios 65,266,566,466,0 % PIB Indstria Extrativa Mineral 9,810,412,814,7 Transformao 61,058,653,751,4 Construo Civil 18,519,621,821,9 Prod. e dist. de gua, elet. egs 10,711,411,712,0 Fontes: IBGE (dados histricos) e EPE (Projees). 22 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 22 5REFERNCIAS 5.1Dados BCB [Banco Central do Brasil]: http://www.bcb.gov BEA [Bureau of Economic Analysis]: http://www.bea.gov EIA [U.S. Energy Information Agency]: http://www.eia.doe.gov FMI [Fundo Monetrio Internacional]: http://www.imf.org IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica]: http://www.ibge.gov.br 5.2Bibliogrficas ANP [Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis]. Preos de Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis nos Mercados Nacional e Internacional. Boletim Anual. Rio de Janeiro: ANP, 2012. BCB[BancoCentraldoBrasil].RelatriodeInflao.RiodeJaneiro:BCB,marode2012. Disponvel em . BNDES[BancoNacionaldeDesenvolvimentoEconmicoeSocial].Perspectivade investimentosnaindstria2012-2015.In:VisodoDesenvolvimenton100.Riode Janeiro: BNDES, 19 de abril de 2012. EPE [Empresa de Pesquisa Energtica]. Plano Nacional de Energia 2030. Rio de Janeiro: EPE, 2007. EPE[EmpresadePesquisaEnergtica].PlanoDecenaldeExpansodeEnergia2021.Riode Janeiro: EPE, 2012. FMI[FundoMonetrioInternacional].GlobalRecoveryStalls,DownsideRisksIntensify.In: WorldEconomicOutlook.Washington,D.C.:FMI,janeirode2012a.Disponvelem . FMI[FundoMonetrioInternacional].TheQuestforLastingStability.In:GlobalFinancial StabilityReport.Washington,D.C.:FMI,outubrode2012b.Disponvelem . FMI[FundoMonetrioInternacional].CopingwithHighDebtandSluggishGrowth.In:World EconomicOutlook.Washington,D.C.:FMI,outubrode2012c.Disponvelem . 23 NOTA TCNICA DEA 06/13 - Caracterizao do Cenrio Macroeconmico para os prximos 10 anos (2013-2022) 23 IPEA [Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada]. Como anda o investimento pblico no Brasil? In: Comunicados do IPEA n 126. Rio de Janeiro: IPEA, 29 de dezembro de 2011. NERI, Marcelo C. De Volta ao Pas do Futuro: Projees, Crise Europeia e a Nova Classe Mdia. Rio de Janeiro: FGV, 2012. Disponvel em . OCDE[OrganizaoparaCooperaoeDesenvolvimentoEconmico].EconomicPolicy50 Reforms2012:GoingForGrowth.Paris(Frana):OCDE,2012.Disponvelem . SOUZAJr.,J.R.C.EstimativadoProdutoPotencialparaaEconomiaBrasileira:Atualizao Utilizando o Sistema de Contas Nacionais Referncia 2000. In: Boletim de Conjuntura n 77. Rio de Janeiro: IPEA, junho de 2007. TENDNCIAS CONSULTORIA. Cenrios de Longo Prazo. So Paulo: Tendncias Consultoria,14 de maro de 2012a. TENDNCIASCONSULTORIA.EntendendoaQuestodaIndstria,DiagnsticoeMedidas. Relatrio Especial. So Paulo: Tendncias Consultoria, 14 de junho de 2012b.