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Vivendo Anunciando & Dez chamas: da pastoral para a comunicação, da comunicação para a pastoral. Informativo nº 10 - 2014

Anunciando · 2014. 8. 21. · Verdade e Vida. O Apostolado é dar à humanidade a salvação: Jesus Cristo Caminho, Verdade e Vida.” Dar o que tem: Jesus Cristo, sua doutrina,

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VivendoVivendoAnunciando

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Dez chamas:da pastoralpara a comunicação,da comunicação para a pastoral.

Info

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nº 1

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2014

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A COMUNICAÇÃOPASTORAL

NA MISSÃO DAS IRMÃS PASTORINHAS

*Frase extraída do pronunciamento do Papa Paulo VI por ocasião da audiência concedida ao Pe. Alberione e representantes da Família Paulina (29/06/1969)

Editorial

O Papa Paulo VI reconheceu a grande contribui-ção de Padre Tiago Alberione condecorando-o por ter dado ”à Igreja novos instrumentos para se exprimir, novos meios para dar vigor e amplitu-de ao seu apostolado, nova capacidade e nova consciência da validade e possibilidade da sua missão no mundo moderno e com meios moder-nos”*. Foi beatificado pelo Papa João Paulo II aos 27 de abril de 2003 e apresentado ao mundo como “Apóstolo da Comunicação Social”.

Dez chamas: da Pastoral à Comunicação, da co-municação à pastoral é o fio condutor desta 10ª edição da Revista VIVENDO E ANUNCIANDO. Per-correndo o caminho de resgate da história cen-tenária da Família estaremos enfocando o lugar específico das Irmãs Pastorinhas e a originalidade da sua presença pastoral na Igreja. Herdeiras do legado do Fundador vivem a comunicação direta junto às pessoas e comunidades, compartilham a mesma mística e missão de tornar o anúncio de Cristo Caminho, Verdade e Vida credível ao mun-do de hoje, sem perder de vista a meta proposta pelo Fundador: chegar às pessoas em todas as situações de vida, sobretudo nos lugares mais carentes de evangelização.

No decorrer da história Deus continue a suscitar Irmãs Pastorinhas que sob o exemplo de Paulo e Pedro, colunas da Igreja, acolham, cuidem, con-duzam, formem comunidades e defendam a dig-nidade da vida. Que fortalecidas pela mística que as gerou, com toda Família Paulina, na interação entre pastoral e comunicação continuem a reve-lar ao mundo Jesus Cristo Divino Mestre Pastor Caminho, Verdade e Vida com sua vida e missão.

Ir. Elenir Agustini, sjbp

Nascida para dar glória a Deus e o bem da Igreja, a Família Paulina celebra neste ano, o cen-tenário de fundação do seu primeiro núcleo. Nos cinco Continentes por onde se estenderam as ra-ízes dessa grande árvore, nascida da obediência do Bem-Aventurado Tiago Alberione à vontade de Deus e aos sinais dos tempos, todos se unem em ação de graças pelas ”abundantes riquezas” que Deus concedeu à sua Igreja através dela.

Decidido a fazer algo pela humanidade no novo século, Alberione se colocou em estado de aler-ta, disposto a empenhar toda sua vida para anun-ciar o Divino Mestre Jesus Caminho, Verdade e Vida. Tendo diante de si o incansável missionário Paulo, sente-se impulsionado a atingir o maior número possível de pessoas e lugares. Para isso é preciso atrair uma grande falange de apóstolos. Da experiência pastoral e abertura às mudanças na sociedade e às urgências do mundo no início do novo século, Tiago Alberione vislumbra a po-tência da mulher associada à pastoral da Igreja. Conhece também a grande riqueza e ambíguos frutos dos novos meios como a imprensa, o rádio e outros que se prestam a construir ou destruir os valores humanos e cristãos, segundo o olhar de quem as dirige. Decide-se por atacar o mal pela raiz. Pela oração e obediência a Deus e aos seus orientadores, aos poucos vai descobrindo no-vas formas e reunindo seguidores que, com ele assumem não só combater o mal, mas oferecer meios rápidos e eficazes para difundir a Palavra de Deus e promover o bem.

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ALBERIONE:UM SONHO, UM PROJETO

DA PASTORAL À COMUNICAÇÃO EDA COMUNICAÇÃO

À PASTORALDa pastoral à comunicação e da comunicação à pastoral - um grande projeto de vida, um proces-so, a realização de um grande sonho. “Fazer algo pelo Senhor e pelos homens do novo século”, é a síntese de uma profunda experiência de Deus fei-ta em adoração diante do Santíssimo Sacramen-to, aos dezesseis anos, na passagem do século, 31/12/1900.

Tiago Alberione, ainda seminarista, atento aos si-nais dos tempos e obediente às orientações do Papa Leão XIII, que convocava a todos para orien-tar tudo a partir de Cristo Caminho, Verdade e Vida, se coloca em oração. Naquele momento uma luz muito particular lhe veio da Hóstia. Sentiu compre-ender o convite de Jesus: “Vinde a mim todos...” (Mt 11,28), o coração do Papa, os apelos da Igreja, a verdadeira missão do sacerdote. Pareceu-lhe muito claro tudo quanto dissera Toniolo sobre o dever de ser apóstolos de hoje, usando os meios de hoje.

Diante da realidade em mudança, provocada pela revolução industrial, surgimento da imprensa, evo-lução das ciências e da tecnologia, trazendo novo modo de pensar e organizar a sociedade, não teve dúvida: sentiu-se profundamente obrigado a prepa-rar-se para fazer alguma coisa por Deus e pelas pessoas do novo século. Um Projeto que aos pou-cos foi se esclarecendo e concretizando em suas múltiplas expressões: Pastoral, Comunicação e Pastoral-Comunicação.

PastoralApenas ordenado sacerdote, 1908, trabalhou em Narzole uma paróquia da Itália, como vice-pároco, onde pode experimentar, no contacto direto com o povo, a beleza do pastoreio e os desafios pas-

torais. Depois, como orientador espiritual do seminá-rio de Alba, dedicava seu tempo disponível para dar assessorias às paróquias como confessor, pregador e colaborador nas diversas atividades onde foi amadu-recendo suas experiências e suas buscas. Além das atividades apostólicas e envolvimento na vida da Igreja e da sociedade, participava de congressos e cursos, procurando compreender melhor os sinais dos tempos, diante das grandes transformações. Com um grupo de sacerdotes se reuniam semanalmente com a finalidade de rezar, refletir e buscar novas formas, para melhor organizar a paróquia e responder às necessidades e anseios do ser humano numa sociedade em fase de mudanças socio-eclesial.

Em 1911 escreveu o livro: Apuntti di Teologia Pastorale e em 1913 La Donna Associata al Zelo Sacerdotale, propondo assim uma nova visão e uma nova prática da vida eclesial. Obediente aos ensinamentos da Igreja orienta sua vida cada vez mais em busca da Vontade de Deus.

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...Uma luz muito particularlhe veio da Hóstia.

...Uma luz muito particularlhe veio da Hóstia.

...Uma luz muito particular

Pareceu-lhe muito claro o dever de serapóstolos de hoje usando os meios de hoje.

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Em tudo isso percebemos em Padre Alberione um grande coração e uma mente bem aberta, para as-sumir como o Bom Pastor, com compreensão, com-paixão e zelo pastoral a vida das pessoas, famílias e grupos paroquiais em suas novas realidades.

ComunicaçãoNeste envolvimento eclesial-pastoral, vai amplian-do sua visão e assumindo os encargos dados pelo bispo, como a direção do jornal “Gazeta d’Alba”, os periódicos e diversos subsídios pastorais da época. Sente a necessidade de usar os meios mais velozes e eficientes para fazer chegar o Evangelho a todas as pessoas e em todas as situações da vida. Comu-nicar a Verdade revelada por Deus, pois reconhece que só em Jesus Cristo Caminho, Verdade e Vida o ser humano encontra resposta. Pensa em um gru-po de escritores e propagandistas e começa com a Casa do Pequeno Operário, reunindo alguns jovens

e adolescentes para realizar a grande missão. Para melhor responder a este projeto, percebe que precisa de um grupo bem formado, não simplesmen-te escritores e sim escritores católicos, com uma for-te espiritualidade e adesão ao Projeto Divino, como São Paulo, o grande apóstolo, missionário de Jesus Cristo. Assim começa a fundação da Família Paulina, que se constitui de cinco Congregações Religiosas, quatro Institutos e uma Associação de Leigos. Em 1914, funda o primeiro grupo: Pia Sociedade de São Paulo (padres e irmãos Paulinos), com o objetivo de anunciar a Palavra de Deus com os meios de co-municação (imprensa, radio...). Um ano depois, em 1915, o instituto feminino, Filhas de São Paulo (Irmãs Paulinas), com o mesmo objetivo da comunicação. Em 1917, os Cooperadores Paulinos, movimento de

Pastoral-ComunicaçãoO que une e alimenta a Família Paulina é a Espiritu-alidade Paulina. Isto é, como São Paulo, assume a grande meta do Viver em Cristo; “Já não sou mais eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.” (Gl

2,20). A Missão da Família Paulina é: Anunciar Je-sus Cristo Mestre e Pastor, Caminho, Verdade e Vida a toda a humanidade, e à pessoa toda: mente, vontade e coração, usando de todos os meios, os mais modernos, os mais velozes, para que o Evan-gelho chegue a todos. É uma missão Universal. A Família Paulina, conforme a acentuação própria de cada Instituto é encarregada de:• Uma comunicação de pastoralidade, voltada a todo o povo de Deus, em suas realidades, capaz de amar e servir com as interrogações e diversida-

Leigos, destinado a toda classe de pessoas, ho-mens e mulheres que se comprometem a viver a mesma vida paulina, no meio do mundo, cooperan-do pela oração, pela ação.

No decorrer do tempo, conforme as necessidades e inspirações divinas vieram as outras fundações: Irmãs Discípulas do Divino Mestre com o aposto-lado eucarístico, sacerdotal e litúrgico. As Irmãs de Jesus Bom Pastor (Pastorinhas) que participam da mesma missão de Cristo Pastor, cooperam na ação pastoral da Igreja, levam o espírito paulino às comunidades em que realizam sua missão. Irmãs Rainha dos Apóstolos (Apostolinas) com a finali-dade da promoção vocacional. O Instituto Jesus Sacerdote, destinado aos sacerdotes diocesanos. Os Institutos São Gabriel Arcanjo, para homens e Nossa Senhora da Anunciação para mulheres, que se consagram a Deus, realizando sua missão no ambiente em que vivem. O Instituto Sagrada Fa-mília, constituído por casais que se consagram a Deus e vivem o espírito paulino. Uma só família com ministérios diferentes, mas animada por um mesmo espírito: o de São Paulo, missionário do Evangelho, homem de oração profunda, fundador e animador de comunidades, suscitador e formador de discí-pulos de Cristo.

Comunicar a Verdade revelada por Deus,

pois só em Jesus Cristo Caminho, Verdade e Vida o ser humano

encontra resposta.

...rezar, refletir, buscar novas formas,para melhor organizar a Paróquia

e responder às necessidadese anseios do ser humano

numa sociedadeem fase de mudanças socio-eclesial ...

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de de culturas. O Evangelho e a história são instru-mentos e lugar da mediação cultural que descobrem os caminhos para chegar a toda a humanidade.

• Uma pastoralidade capaz de comunicar o Verbo da Vida, no coração do povo de Deus. Na mediação das relações (Caminho). Na profecia que acompanha o caminho (Verdade), na presença que se faz pedra viva da construção de um edifício espiritual (Vida), sendo testemunhas do Pastor Crucificado. • O Primado da pessoa: a formação da consciência, do diálogo como forma de comunicação são tarefas decisivas para um espírito pastoral capaz de comu-nicar.• Radicalidade evangélica: raízes que penetrando na terra profunda de uma existência marcada pelo cha-mado do Pai, ao seguimento de Jesus Cristo e a uni-ficação do Espírito Santo.

A Família Paulina tem o respiro do Mestre e o coração do Pastor, que se fazem paixão pelo grito do evange-lho e pela vida da Igreja. Tudo está aqui: “Viver Jesus Cristo e fazer a caridade de Cristo a quem são priva-dos e famintos dando de fato o Cristo total Caminho, Verdade e Vida. O Apostolado é dar à humanidade a

salvação: Jesus Cristo Caminho, Verdade e Vida.” Dar o que tem: Jesus Cristo, sua doutrina, sua mo-ral, os meios da graça e a vida sobrenatural . Na natureza do apostolado se enraíza o “sentido pas-toral”.

O Espírito Pastoral é a capacidade de comunicar Jesus Cristo às pessoas. Explicita-se em três di-reções: Ensinar é comunicar a Verdade para abrir a inteligência humana às insondáveis riquezas que estão escondidas em Cristo Jesus. Educar é con-duzir a pessoa no caminho do seguimento de Cris-to. Uma moral, que não é moralismo, imposição de preceitos, mas exemplo de vida. “Santificar significa dar a vida pelas almas.” Os meios devem sempre permanecer a serviço da finalidade apostólica: “dar o Cristo total”. Apostolado é um grande ato de amor a Deus e ao próximo.

Alberione deixa para a Igreja uma grande heran-ça: a interação entre pastoral e comunicação, res-pondendo aos sinais dos tempos, o que justifica o grande parentesco entre os Institutos da Família Paulina, todos nasceram da Eucaristia e são cha-mados a anunciar Jesus Mestre e Pastor, Caminho, Verdade e Vida a toda a humanidade, evangelizan-do a pessoa na sua totalidade.

Ir. Maria de Lourdes Lara - sjbp

1 - Cf. www.alberione.org, 28/05/2014, Giuseppe Toniolo, 1845 -1918, sociólogo e economista, iluminado representante do pensamento cristão-social da Igreja num rico período de fermentos políticos, religiosos e culturais no início de 1900. (tradução própria).2 - Teologo Giacomo Alberione, Appuntti di Teologia Pastorale, Pratica del Ministero Sacerdotale per il giovane Clero, 1911. Editado em português pela Paulus em 2012.3 - Teologo Giacomo Alberione, La donna associata all zelo sacerdotale. Editado em português pela Paulus em 2011.4 - CISP - Carissimi in San Paolo, 165.5 - Cf. Idem, 8626 - Coletânea de Meditações de Padre Alberione, 202

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A Missão da Família Paulina é: Anunciar Jesus Cristo Mestre e Pastor,

Caminho, Verdade e Vida ... Usando de todos os meios,

os mais modernos, os mais velozes,para que o Evangelho chegue a todos.

O Espírito Pastoralé a capacidade de comunicar

Jesus Cristo às pessoas

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DEZ CHAMAS QUEIRRADIAM O EVANGELHO

“Anunciar o Evangelho é missão essencial da Igre-ja”, lembra-nos o documento de Aparecida. Por-tanto, cada batizado, ao inserir-se na comunidade cristã assume a missão evangelizadora em nome da Igreja. Há quem se torna missionário em sua vida cotidiana, participando de sua comunidade e há quem faz uma opção mais radical colocando-se inteiramente a serviço do Evangelho.

Na história surgiram homens e mulheres que a partir de seu batismo, de sua vivência cristã tive-ram uma profunda experiência de Deus, que deu origem a uma vocação especial. Iluminados pelo Espírito Santo, sentiram um apelo mais pertinente nesta direção tornaram-se sensíveis aos clamo-res da sociedade de sua época, interpretaram os acontecimentos, perceberam as rápidas mu-danças sociais e vislumbraram novos horizon-tes. Cada um teve sua característica própria, seu modo de anunciar e denunciar, de agir e fazer agir, de atuar; uns agiram sozinhos, outros sentiram a urgência de somar forças, de incluir outros na sua missão profética no intuito de balizar metas e ob-jetivos para alcançar seu vasto horizonte.

No final do século XVIII surge, nos Alpes montanheses, um desses homens. Era um menino de aparência frágil, silencioso, reflexivo, simples, pobre, mas de um olhar profundo e perspicaz, inquieto, preocupado com o novo século que está às portas. Muito jovem ainda lia mui-to jornais, livros. Parecia que procurava descobrir algo novo na sociedade que se dirigia a um novo século.

Este jovem inquieto e sonhador é Tiago Alberione. Os anos vão passando e ele vai se apaixonando, cada vez mais, por um ideal de vida. A leitura da vida de São Paulo Apóstolo foi, para ele, modelo e inspirador de uma grande idéia: anunciar Jesus Cristo Caminho, Verdade e Vida para a humanidade do novo século e de todos os tempos, para a sociedade moderna que estava emer-gindo da era industrial.

Era preciso fazer frente a esse novo modelo de socie-dade, usar os novos meios de comunicação como o rá-dio, o cinema, a televisão, jornais, revistas para anunciar o Evangelho a todos os povos. No início pareceu uma utopia, mas esse homem movido por uma fé inabalável e uma coragem a toda prova teve a ousadia de congre-gar um pequeno grupo de jovens para dar início a sua grande obra. Fundou inicialmente a Pia Sociedade de São Paulo - Padres e Irmãos Paulinos, cujo carisma é anunciar o Evangelho com os Meios de Comunicação Social. É uma nova luz para novos tempos. O Evange-lho deve ser propagado através dos meios que estão surgindo na sociedade. Tiago Alberione nunca se con-tentou com pouco, sempre descobria novos espaços e novo jeito para levar o evangelho a todos: crianças, jovens, adultos, família, chegando a todos os espaços da sociedade moderna. No ano seguinte fundou também o ramo feminino com o mesmo carisma paulino, a Pia Sociedade das Filhas de São Paulo - Irmãs Paulinas, incluindo a mulher como co-municadora do evangelho na cultura da comunicação. Mais tarde, com sua sensibilidade litúrgica percebe o quanto a mulher pode colaborar na formação do povo de Deus, na produção de subsídios que colocam a arte e a criatividade a serviço da liturgia: funda as Irmãs Pias

A vida de São Paulo Apóstolo foi para ele modelo e inspirador:

anunciar o Caminho, Verdade e Vida.

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Discípulas do Divino Mestre - Irmãs Discípu-las.

A intuição carismática de Alberione não pára ai. Percebe que o ministério sacerdotal pre-cisa da dimensão feminina para atingir todo o Povo de Deus nas comunidades cristãs. Pensa nas Irmãs de Jesus Bom Pastor-Irmãs Pastorinhas. Em sua expressão, as Pastori-nhas são nas paróquias mães, irmãs, mes-tras e pastoras. Participam da missão de Cristo Pastor na edificação e no crescimento das comunidades cristãs em colaboração e reciprocidade com os pastores da Igreja. Dando continuidade à sua inspiração caris-mática funda o Instituto Rainha dos Apóstolos - Irmãs Apostolinas. Em sua missão pastoral buscam despertar a consciência de que to-dos são vocacionados e vocacionadas. Aju-dam e acompanham as pessoas na desco-berta e vivência da própria vocação e missão na Igreja e no mundo. São cinco as congregações religiosas dire-

cionadas ao serviço direto da evangelização na Igreja. Pe. Alberione, homem de grande preocupação pastoral, continuou buscando contemplar outras pessoas a fim de atingir o maior número possível de colaboradores na obra apostólica. Deu início assim aos Institu-tos de Vida Secular Consagrada e a União dos Cooperadores Paulinos. São eles:Instituto São Gabriel (Gabrielinos) - destinado a homens solteiros que, como leigos consa-grados exercem sua missão na sociedade usando os meios que estão ao seu alcance para tornar conhecido Jesus Mestre e Pastor.Instituto Nossa Senhora da Anunciação (Anunciatinas) - Esse é para mulheres que querem se consagrar a Deus no seu próprio ambiente familiar. Realizam sua missão lá onde vivem, tendo como suporte a espiritu-alidade paulina, herança deixada pelo Bem- Aventurado Tiago Alberione.Instituto Jesus sacerdote - destina-se aos sa-cerdotes e bispos diocesanos que aspiram viver a espiritualidade e missão paulina onde exercem o seu ministério pastoral.Instituto Santa Família - Pe. Alberione, já no final de sua vida, sempre preocupado em le-var Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida a todos os seguimentos da sociedade lançou

as bases desse Instituto com a finalidade de santificar a vida conjugal e familiar. O casal que participa do Instituto tem a missão de testemunhar o Evangelho no seu ambiente onde vive e trabalha.

Cooperadores Paulinos - é um grupo de leigos voluntários que ajudaram e ajudam as Congregações naquilo que é ne-cessário, participando de sua mística e missionariedade. No pensamento do Padre Alberione, os cooperadores são ben-feitores, mas ao mesmo tempo, pessoas que compartilham da mesma missão das Congregações da Família Paulina.Hoje, às vésperas da celebração de um século de sua pri-meira fundação na velha Europa, constatamos que a árvo-re por ele plantada, continua estendendo seus ramos além dos mares nos cinco continentes levando de modo rápido e eficaz, a mensagem do Evangelho a todas as culturas.

O Papa Paulo VI, amigo de Alberione e admirador de sua obra apostólica, assim se expressou na audiência concedi-da por ocasião do encerramento do Capítulo Geral da So-ciedade São Paulo e representantes de todos os Institutos (29/06/1969): ”Aqui está ele, humilde, silencioso, infatigável, sempre vigilante, sempre recolhido em seus pensamentos, que correm da oração para a ação, sempre atento em sondar os sinais dos tempos. O nosso Pe. Alberione deu à Igreja novos instrumentos para ela se exprimir. Novos meios para a ela dar vigor e amplidão ao seu apostolado. Nova capacidade e nova consciência da validade e possibilidade da sua missão no mundo moderno e com meios moder-nos” . Deixe, caro Pe. Alberione, que o Papa goze dessa longa, fiel e indefesa fadiga e dos frutos que produziu para a glória de Deus e o bem da Igreja...

Ir. Daniela Vasconcelos, sjbp

7 - Luigi Rolfo p. 3608 - (Osservatore Romano29/06/1969)9 - Luigi Rolfo p. 361

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“Aqui está ele, humilde, silencioso,infatigável, sempre vigilante,

sempre recolhido em seus pensamentos,que correm da oração para a ação,

sempre atento em sondaros sinais dos tempos.

...o ministério sacerdotalprecisa da dimensão feminina

para atingir todo o Povo de Deus nas comunidades cristãs.

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O CARISMA PAULINOÉ PASTORAL

A intuição do Fundador da Família Paulina é fruto do Espírito Santo agindo nele e o leva a ver o mundo através da urgência do anúncio do Evangelho.

Numa ótica de fé, com os pés no chão é preciso atingir todos os lugares e aspectos da existência humana. Nossa paróquia é o mundo diz Alberione.

Toda a Família Paulina aprende com o Após-tolo Paulo a ser mis-sionária que escuta, acolhe, anuncia a Boa Nova de Jesus; apren-

dei com o Mestre: “Jesus é o Cami-

nho, a Verdade e a Vida”. (Jo 14,6). Como dez chamas e s p a l h a d a s

pelo mundo, cada uma com

uma missão espe-cífica, porém, for-mam um corpo comum enfocan-

do seu olhar nas realidades diversifi-

cadas com uma aten-ção especial e contínua

ao anúncio do evangelho.Aprofundando o olhar sobre a riqueza da ação pastoral da Família Paulina coloco em evidência as Irmãs de Jesus Bom Pastor - Pastorinhas, que tem por missão a pasto-ralidade na Igreja. Se a considerarmos so-zinha, isolada do contexto de Família, talvez perca sua força e o mesmo se pode dizer de todas as outras Congregações e Institu-tos pensados e orientados pelo Bem-Aven-turado Alberione. Diante da Eucaristia, ponto de unidade, coloca-se toda a fragilidade de cada membro da Família e muito mais, as riquezas de seus dons e o fruto das experi-ências trazidas no contato com as pessoas nas diferentes realidades em que se atua. Daí a importância da presença e ação de cada Congregação e Instituto para se che-

gar à meta: anunciar Jesus Caminho, Verdade e Vida a todos.

O apóstolo Pedro, exemplo de pastor, com o olhar fixo em Jesus deixa-se transformar por Ele, permitindo-lhe quebrar as resistên-cias que o impedem de aproximar-se de realidades diferentes da sua, muda seu modo de pensar e agir e en-tra numa dinâmica de liberdade. O Senhor caminha à sua frente e Pedro deixa-se tocar no mais íntimo do seu ser, por isso torna-se também modelo de apóstolo na ação pastoral para as Irmãs Pastorinhas.

Maria Pastora, aquela que aponta os irmãos e irmãs que necessitam de aproxi-mação no anúncio da Boa Nova do seu Filho Jesus, é também apresentada como aquela que aponta a humanidade ao seu Filho e este a resgata e devolve a vida em plenitude a todos que queiram se aproximar d’Ele.

Na resposta à vocação da Família Paulina somos chamados a ser Discípulos/as missionários/as que editam livros, anun-ciam através da catequese, liturgia, estudos bíblicos, junto à juventude, às famílias, pastorais sociais... doando a própria vida ao anúncio da Boa Nova trazida por Cristo Jesus, como Consagrados/as.

Ser discípulas do Senhor é o centro da nossa missão de Pas-torinhas. Jesus Bom Pastor dá sentido à vida e nos torna pes-soas Consagradas. Apaixonadas por Ele é impossível guardar para nós mesmas a experiência de ser amadas, por isso nos impulsiona a transmitir ao mundo o amor, o cuidado de Deus Pastor pela humanidade.

No contexto da pastoralidade, por carisma, através do contato direto nas paróquias e dioceses, as Pastorinhas têm a missão de indicar aos Padres Paulinos e Irmãs Paulinas as necessida-

preciso atingir todos os lugares e aspectos da existência humana. Nossa paróquia é o mundo diz Alberione.

Toda a Família Paulina aprende com o Após-tolo Paulo a ser mis-sionária que escuta, acolhe, anuncia a Boa Nova de Jesus; apren-

dei com o Mestre: “Jesus é o Cami-

nho, a Verdade e a Vida”. (Jo 14,6). Como dez chamas e s p a l h a d a s

pelo mundo, cada uma com

uma missão espe-cífica, porém, for-mam um corpo comum enfocan-

do seu olhar nas realidades diversifi-

cadas com uma aten-ção especial e contínua

ao anúncio do evangelho.Aprofundando o olhar sobre a riqueza da ação pastoral da Família Paulina coloco em evidência as Irmãs de Jesus Bom Pastor - Pastorinhas, que tem por missão a pasto-

tolo Paulo a ser mis-sionária que escuta, acolhe, anuncia a Boa Nova de Jesus; apren-

dei com o Mestre: “Jesus é o Cami-

nho, a Verdade e a Vida”. 14,6)dez chamas e s p a l h a d a s

pelo mundo, cada uma com

uma missão espe-cífica, porém, for-mam um corpo comum enfocan-

do seu olhar nas realidades diversifi-

cadas com uma aten-ção especial e contínua

tolo Paulo a ser mis-sionária que escuta, acolhe, anuncia a Boa Nova de Jesus; apren-

dei com o Mestre: “Jesus é o Cami-

nho, a Verdade

pelo mundo, cada uma com

uma missão espe-cífica, porém, for-mam um corpo comum enfocan-

do seu olhar nas realidades diversifi-

cadas com uma aten-ção especial e contínua

gar à meta: anunciar Jesus Caminho, Verdade

O apóstolo Pedro, exemplo de pastor, com o olhar fixo em Jesus deixa-se transformar por Ele, permitindo-lhe quebrar as resistên-cias que o impedem de aproximar-se de realidades diferentes da sua, muda seu modo de pensar e agir e en-tra numa dinâmica de liberdade. O Senhor caminha à sua frente e Pedro deixa-se tocar no mais íntimo do seu ser, por isso torna-se também modelo de apóstolo

Toda a Família Paulinaaprende com Apóstolo Paulo

a ser missionáriaque escuta, acolhe, anúncia

a nova boa de Jesus

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PASTORALIDADEDA COMUNICAÇÃO

VIVENCIADAPELAS PASTORINHAS

A pastoralidade é vivida e desenvolvida de for-mas diferentes e por pessoas diferentes que assumem o pastoreio dos seus semelhantes, no cuidado da vida e das feridas dos que so-frem. Na Bíblia, a fundamentação do ser pas-tor está carregada de ambigüidades, pois os que dominam e governam o povo se fazem chamar de pastores. Os profetas se levantam contra eles, pois em vez de se preocupar com o povo “apascentam a si mesmos” (Ez 34,2). Para nós Pastorinhas o modelo de pastor é Jesus que deixa noventa e nove ovelhas no deserto e vai em busca da que se perdeu (cf.

Lc 15,4), chama as ovelhas pelo nome e as conduz (Jo 10,3).

Esta imagem do Bom Pastor expressa jus-tamente o ministério pastoral: estar próximo, carregar os mais frágeis, os desprotegidos, os perdidos. Olhe, não são poucos os que es-

tão perdidos neste mundo tão complexo! Por isso, temos que ser um referencial onde as pessoas procuram alívio e possam encontrar os ombros do Bom Pastor.

No nosso trabalho como Pastorinhas, somos chamadas a cuidar da vida em todas as suas circunstâncias. Vida em abundância é a realidade que queremos para nós e para todas as pessoas. A fé que professamos e a graça ineren-te a nossa vocação nos motivam a sentir diariamente os clamores das comunidades. A voz do Espírito suscita em nós, acreditar no protagonismo dos pequenos e pobres garantindo um processo permanente de formação, de acolhida, de escuta e de diálogo com a situação existen-cial de cada pessoa, com suas alegrias e tristezas, com

des da Igreja nas edições, às Irmãs Discípulas do Divino Mestre sobre a liturgia e, a diversidade de ministérios às Apostolinas. Formamos então a Família Paulina com um carisma específico que desempenha com qualidade a ação pastoral na Igreja.

O Carisma Pastoral da Família Paulina é um dom, um presente para a Igreja e o mundo nos cinco Continen-tes, atingindo inúmeras realidades e culturas diferentes. É justamente aí que Deus nos espera: testemunhar com nossa vida e missão que Jesus é Mestre Pastor Caminho, Verdade e Vida.

Ir. Maria de Fátima Piai, sjbp

O Carisma Pastoral da Família Paulinaé um dom, um presente para a Igreja

e o mundo nos cinco Continentes,atingindo inúmeras realidades

e culturas diferentes.

Para nós Pastorinhas,o modelode pastor é Jesus que deixa

noventa e nove ovelhas no desertoe vai em busca da que se perdeu,

chama as ovelhas pelo nome e as conduz.

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suas dificuldades e conquistas. Nossa fidelidade está em seguir as pegadas de Jesus, o Bom Pastor, que viveu em comunhão com homens, mulheres, crianças, especialmente com os mais sofridos e esquecidos da sociedade. Na sua missão escutou, respeitou e aco-lheu as pessoas em suas situações concretas. Buscou oferecer uma melhor qualidade de vida espiritual, ma-terial, psicológica e social. As parábolas e os relatos de curas e milagres foram guardados na memória das co-munidades para não deixar esquecer que o ministério de Jesus e da comunidade cristã, é cuidar e deixar-se cuidar. A comunidade é o lugar privilegiado da cura, do restabelecimento e do perdão. Ali encontramos colo, alento e lugar de treino para novas relações que conectam a gente e que nos fazem seguir adiante na vida, mesmo com o sofrimento de cada dia.

“Guardemos Cristo em nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação” diz o Papa Francisco. Ele também tem nos alertado em suas homilias que não devemos ter medo da bondade e da ternura. Isto vem nos ajudar a rever a maneira como realizamos nossa missão de ir ao encontro de nossos irmãos, sobretudo nos bolsões de pobreza; de rever o lugar geográfico no qual estamos atuando. O papa também nos convida a sermos pessoas alegres “nunca sejais homens, mulhe-res tristes: um cristão não pode jamais ser triste. Nunca mais vos deixeis invadir pelo desânimo! A nossa alegria não nasce do fato de possuirmos muitas coisas, mas do fato de termos encontrado uma Pessoa: Jesus, de sabermos que, com Ele, nunca estamos sozinhos, mesmo nos momentos difíceis, mesmo quando o ca-

minho da vida é confrontado com problemas e obstáculos que parecem insuperáveis... e há tan-tos! Nós acompanhamos, seguimos Jesus, mas, sobretudo sabemos que Ele nos acompanha e nos carrega nos seus ombros: aqui está a nossa alegria, a esperança que devemos levar a este mundo. Levemos a todos a alegria da fé!” - homi-lia, na celebração do domingo de Ramos o Bom Pastor 20/04/2013.

A pastoralidade da comunicação nos fala de pro-ximidade. Todo o dia temos que nos confrontar com as forças contrárias (ver Jo 10,1.8.12) dos que não querem o pão repartido e o povo organizado, como Jesus nos aponta quando mandou seus discípulos organizarem o povo em grupos para que o pão pudesse saciar a todos. (cf. Mc 6,39-40). Muito ainda precisa ser feito, mas é importante celebrar o que temos e já fazemos para que a co-munidade seja um espaço seguro e de exemplo de paz e compreensão com a vida do planeta e das pessoas mais vulneráveis. Na nossa missão estamos compartilhando gestos e palavras que conduzem à verdade, justiça, paz e ternura?“Façam tudo o que Ele lhes disser” (Jo 2,5) Esse foi o pedido de Maria, mãe de Jesus para os ser-

...acreditar no protagonismo dos pequenos e pobres garantindo

um processo permanentede formação, de acolhida,

de escuta e de diálogocom a situação existencial

de cada pessoa...

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ventes das bodas de Caná. É necessário o vi-nho da alegria, da verdade, da atenção e do permanecer com Ele. A vida da comunidade é uma vida baseada nas relações que consegui-mos estabelecer. Para garantir que a festa não acabe por falta de vinho, somos convidadas a

fazer o que Ele nos disser. Estar dispostas a entregar-nos no dia a dia para continuar o mi-nistério de transformar a água em vinho, a falta em abundância, a tristeza em alegria, não per-mitindo que a morte vença.

Ir. Seli Rico, sjbp

COMUNICAÇÃO:OS DESAFIOS PARAA PASTORAL HOJE

Evangelizar é comunicar, como diz o Docu-mento de Puebla (1063). De Jesus recebemos a ordem de comunicar a Boa Nova: Ele que so-licitou: “Ide por todo o mundo e pregai o Evan-gelho”. (Mc 16,15)

O desafio para o Cristianismo, neste novo mi-lênio, é comunicar através da profissão da fé cristã, um Jesus que seja compreendido e que motive o seu seguimento. A credibilidade de Jesus vinha de suas atitudes. Jesus comunica-va esperança e certeza numa vida nova, tinha proposta diferente daquele modelo vigente na sociedade da época. Ele anunciava possibili-dades.

Da boca de Jesus saem palavras que conso-lam e que inquietam, que convertem e que con-denam. Jesus fala abertamente do Pai e das coisas do Reino (cf. Jo 16,25 e 3,12). Anunciava com autoridade e não como os escribas (cf. Mt 7,29). ” Nunca nenhum homem falou assim!” (Jo 7,44-46). Ele é o modelo de comunicação.

Como explicita o Prof. Tarcisio Justino Loro , em seu artigo intitulado JESUS CRISTO, MO-DELO DE COMUNICADOR: “Na prática de Jesus, encontramos algumas exigências fundamentais da pregação, dentre elas: pregar a Boa Nova, despertar a fé, utilizar a linguagem do seu tempo, estar no meio do

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A pastoralidade dacomunicação nos fala

de proximidade.

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municação, ele que é arcebispo de Campo Grande (MS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, diz que,” a lingua-gem é o maior desafio para a Igreja comunicar com eficácia sua mensagem”. Ele afirma que é preciso traduzir o conteúdo da fé numa linguagem própria para a cultura atual.

“Eu sempre digo que, da mesma maneira que nós reclamamos quando o médico começa a falar o ‘me-diques’ dele e a gente não entende - afinal de con-tas, onde ele quer chegar? -, pode acontecer que o padre (ou qualquer evangelizador ) use uma lingua-gem teológica tão rebuscada, que aqueles que não são iniciados não vão entendê-la”.

Vivemos na era da comunicação, que tem provoca-do grandes transformações. O costume e as rotinas pessoais sofreram inúmeras modificações. Novas atitudes preenchem o dia-a-dia e novos conceitos estão presentes e intrínsecos como padrões nor-mais em uma vida corriqueira e repleta de informa-ções. A cultura tradicional impunha às comunidades humanas um padrão de vida, um modelo de con-duta. Hoje a cultura não impõe mais nada: oferece um supermercado, uma variedade de referências, valores, comportamentos, opções, possibilidades para a escolha de cada um. Até a linguagem so-freu modificações. A marca da atualidade é a ra-pidez, a agilidade com que as coisas acontecem.

povo para melhor compreender sua vida, respei-tar a liberdade das pessoas, corrigir todo tipo de fechamento religioso, ir ao encontro das pessoas, anunciar a Palavra, em primeiro lugar aos pobres e excluídos. Pregar é anunciar Jesus Cristo como pastor, sacerdote e profeta; é anunciar o querig-ma, falar do Reino e aplicar a Boa Nova à vida das pessoas.

Jesus não faz o jogo dos interlocutores para anunciar sua mensagem. Ele é um modelo de au-dácia e valentia pessoal no anúncio profético do Reino. Jesus traz consigo a força de renovação que não se deixa vencer por qualquer obstáculo. Ele não se deixa intimidar nem pela possibilidade de prisão e condenação à morte cf. (Jo 7,14ss. e Jo 18,19-21). Daí sua total liberdade na denúncia dos males e no anúncio da Boa Nova. Não teme agir publicamente (cf. Jo 11,6-10) e expulsar os merca-dores do templo (cf. Jo 2,13-22).

Atreve-se a questionar os que se sentem seguros da verdade (Jo 8,15ss.). Diante da morte, mantém a liberdade de quem se sabe Senhor da vida (At 3,15): “Dou a minha vida para recobrá-la de novo. Ninguém ma tira: eu a dou voluntariamente. Tenho poder para dá-la e para retomá-la” (Jo 10,17-18).

Anunciava do meio do povo, conhecia sua his-tória, seus desafios e esperanças. Jesus não só conhecia o seu povo, mas especialmente vivia como alguém do povo. Jesus é um homem inse-rido no meio do povo e isto lhe garante a palavra sábia que gera força e esperança. Fala em sinto-nia com as mazelas da população sofrida”.

E daí resultam outros grandes desafios para po-der evangelizar. Propor uma sociedade diferente superando a realidade sócio/econômica, a fome, o desemprego estrutural, a cultura da violência, a implementação dos direitos humanos como di-reitos dos pobres, superação dos preconceitos e discriminação contra mulheres, (mesmo dentro da própria Igreja), contra as(os) negras(os), po-vos indígenas, superação da exclusão, construir consciência planetária, novas formas de relações e, até mesmo dar novo sentido a própria vida. “Fi-cai atentos aos sinais dos tempos”, nos alertava Pe. Tiago Alberione.

No dia 13 de março deste ano , Dom Dimas Lara Barbosa, falando sobre uma novidade para a Igre-ja no Brasil: a aprovação de um Diretório de Co-

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...é preciso traduzir o conteúdo da fé numa linguagem própria

para a cultura atual.

Jesus comunicava esperança e certeza numa vida nova.

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Segundo o saudoso Libanio: “Diante de uma realidade plural, o cristianismo também se torna plural. Esta nova situação com-plexifica, ainda mais a temática dos desafios a serem enfrentados, pois para além da comple-xidade da realidade social, defrontamo-nos com a complexidade interna do próprio Cristianismo”. Como superar tão grandes desafios?A comunicação de Jesus está orientada para o envolvimento, é um apelo, uma interpelação que solicita a adesão e que pode gerar a rejeição.

10 - Doutor em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, Revista Eletrônica Espaço Teológico ISSN 2177-952x maio/2010/pp. 47-5511 - Cancaonova; click.uol.com.br 12 - Acréscimo nosso13 - Cf. LIBANIO, J. B., Qual o futuro do cristianismo?, São Paulo, Paulus, 2006, p. 21, citado por Benedito FERRARO em seu artigo denominado “Os desafios para o cristianismo no século XXI” – disponível emhttp://www.cefep.org.br/documentos/textoseartigos/ politicaevangelhodsi/osdesafiosparaocristianismoferraro.doc/view

Essa comunicação, se for aceita, torna-se comunhão, in-timidade, amizade profunda: «Já não vos chamo servos, visto que um servo não está ao corrente do que faz o seu senhor; mas a vós chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi do meu Pai» (Jo 15,15).

Ir. Maria Sueli Berlanga, sjbp

Como você anunciaJesus Cristo?

Venha conosco revelarJesus Bom Pastor aos pequenos

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A comunicação de Jesusestá orientada para

o envolvimento,é um apelo, uma interpelação

que solicita a adesãoe que pode gerar a rejeição.

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TestemunhosO desafio da comunicação na pastoral hoje

Desde o inicio da evangelização o grande desafio da comunica-ção sempre foi a linguagem, seja por dificuldade do entendimento entre os vários idiomas ou den-tro de uma mesma nação. E, em se tratando de uma comunicação dentro da mesma língua mãe, a dificuldade é atingir o interlocu-tor com uma linguagem compre-ensível a cada destinatário. Ve-mos exemplos claros nas cartas do apóstolo Paulo que buscava uma linguagem diferenciada para cada comunidade a quem es-crevia fazendo suas exortações.

Bem, mas estamos falando do hoje, num contexto histórico hiper-desenvolvido na área da comuni-cação, no mundo da mídia televi-siva, por exemplo, são imagens de altíssima resolução, painéis que se movem para um lado e para outro para conversar com pessoas que estão a milhares de quilômetros de distância, umas das outras e a comunicação acontece perfeita-mente. Sem contar com as outras mídias não tão sofisticadas, mas muito sofisticadas ao ponto de comunicar acontecimentos quase que no momento exato do pró-prio acontecimento, pelas quais as pessoas conversam em tempo real o tempo todo.

Todo esse apoio tecnológico ajuda na evangelização, ou seja, no trabalho pastoral? Queremos acreditar que sim, pois a Igreja se abriu para aceitar os canais de comunicação da atualidade para fazer pastoral, para evangelizar o povo, não importa onde ele es-teja. Isto é possível e vemos que muitos grupos têm utilizado estes meios, porém há que se pensar quem são os que estão por trás das mídias, qual a mensagem que a Igreja pretende que continue sendo anunciada. As primeiras comunidades iniciaram-se com uma tríplice expansão: o derrama-mento do Espírito, o testemunho dos Apóstolos e o anúncio que-rigmático. Então, talvez este seja o maior desafio da comunicação na pastoral hoje: buscar esta trí-plice expansão, contando que o derramamento do Espírito já nos foi dado. Entretanto é preciso dar testemunho coerente de verda-deiros seguidores de Jesus Cristo Ressuscitado e anunciá-lo em to-dos os lugares através da lingua-gem do amor, pois esta é a única que comunica verdadeiramente.

Como agente de pastoral, na Pa-róquia São José Operário, posso dizer que o desafio da comunica-ção é constante, tanto na lingua-gem do dia a dia entre as pastorais como no tocante a evangelização propriamente dita. No entanto, há um principio de trabalho com o uso das mídias e redes sociais, boletim informativo e um projeto de site. A paróquia tem procurado se atualizar e utilizar as novas fer-ramentas de comunicação.

Eu, Rita Bastos Dias, sou viúva, mãe de dois filhos, sempre me dediquei a causa do povo de Deus, no exercício de ministérios e também das pastorais sociais. Hoje, devido a minha idade, mi-nha participação é restrita.

Participo da paróquia Nossa Se-nhora das Graças da Vila Califór-nia – São Paulo.

Digo com segurança que há co-municação, presença de Igreja que caminha e busca integração na pastoral.

Sinto, porém, que é muito impor-tante crescer no diálogo, aprimo-rar as amizades, favorecer troca de experiências, ter mais clareza do específico de cada pastoral.

Havendo um trabalho de con-junto, considerando o interesse e o compromisso das pastorais, construiremos uma Igreja Missio-nária e liberadora.

Francisca Cirlena Cunha SuzukiCooperadora

“Amigos de Jesus Bom Pastor”

Rita Bastos Dias

Igreja Missionária e Libertadora

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O anúncio de Jesus Cristo é diário na minha vida, principalmente nas orações, em que muitas vezes agradeço mais do que peço, pois como pecador que sou, venho buscando sempre o perdão do Pai na minha família, quando nos momentos de aflição ou alegria sempre é através de sua Palavra

que nos sentimos em paz.

Anuncio Jesus Cristo através dos meus atos concretos, fazendo com que a palavra de Deus se torne ação prática, na vivência em comunidade, quando aprendo conviver com pessoas de tão dife-rentes opiniões, no meu trabalho, falando das coisas de Deus, na rua, quando olho para o irmão ne-cessitado e ofereço ajuda, ou nas coisas simples da vida quotidiana, quando devemos estar sempre atentos para os sinais que Deus coloca na minha vida.

Anuncio Jesus Cristo seguindo os seus mandamentos, tentan-do buscar a santidade, para viver neste mundo tão violento e des-

crente em Deus, valorizando os sacramentos que recebi que não foram em vão, não ficaram enga-vetados, mas atualizados nas for-mações e preparações para po-der transmitir com mais segurança aquilo que aprendi.

Enfim, anuncio Jesus Cristo sem-pre que tenho oportunidade, mes-mo nas dificuldades, se faz ne-cessário o anúncio do Senhor das nossas vidas, pois só Ele pode nos dar a paz que precisamos para vi-ver dignamente como seus discí-pulos que somos desde o momen-to do nosso batismo.

Maristela Cassoli da Silva Paróquia São José Operário - Vitória - ES

Abreviações: AD = Abundantes Divitiae Gratiae SuaeAAP = Alle Suore di Gesù Buon PastoreSo = Alla Sorgente (À Fonte) coletânea de escritos de Padre Alberione às Pastorinhas feita por ocasião do 1ºCapítulo Geral em 1969.CISP = Carissimi in San Paulo

A comunicação Pastoral na missão das Irmãs Pastorinhas _______________________________2

Alberione um sonho, um projeto: da pastoral para a comunicação, da comunicação para a pastoral. ___________________________________________________ 3 à 5

Dez chamas que anunciam o Evangelho ___________________________________________ 6 e 7

O carisma paulino é pastoral ______________________________________________________ 8 e 9

Pastoralidade da Comunicação vivenciada pelas Pastorinhas ________________________9 e 10

Os desafios da Comunicação na pastoral hoje _____________________________________ 11 à 13

Testemunhos ___________________________________________________________________14 e 15

Índicepáginas

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Realização:Irmãs de Jesus Bom Pastor - Pastorinhas

Província Padre AlberioneRua Pepiguari, 302 - Alto da Lapa - CEP 05059-010 São Paulo, SP

e-mail: [email protected]@irmaspastorinhas.com.br

irmaspastorinhas @sigapastorinhasCinelândia - Gráfi ca e Editora

Rua Vitória, 93 - São Paulo - SPTel.: 11 3331 9928

Palavra do Bem-AventuradoTiago Alberione“Que desejo pio e meritório

um grupo de Pastorinhas em muitas paróquias! Não um grupo de Irmãs

que apenas cuidam de Jardim de Infância,mas um grupo de Pastorinhasque compreendam e realizema missão que vos descrevo”

So, 1947, p. 55

“...a pastoral é para que? Para as comunicações sociais.

E aquilo que se refere à imprensa, rádio, cinema, televisão, discos, etc.São todas partes da pastoral.Portanto, de uma parte tem

a pregação oral edepois tem a pregação

por meio dos instrumentos,dos meios que são usados.

AAP 1966, 47

“O apostolado é caridade:“O apostolado é caridade:quanto mais soubermosquanto mais soubermos

nos adaptar à humanidade de hoje, nos adaptar à humanidade de hoje, de cada condição, língua, continente,

tanto mais seremos eficazes”.So 1947, p. 63

“A profunda compreensãode Jesus Bom Pastor

na vida pública e da missãode Maria Mãe do Divino Pastor

farão de vocêsverdadeiras Pastorinhas”.

So, 1946, p. 50

“É de suma importância “É de suma importância que adquirais um espírito pastoral, que adquirais um espírito pastoral,

coração pastoral,coração pastoral, intenção pastoral, alma pastoral:

eis a Pastorinha que é a consolação de Jesus Bom Pastor”.

So 1948, p. 70de Maria Mãe do Divino Pastor

“A vossa missão nasce do amor... A primeira condição para exercer o apostoladoA primeira condição para exercer o apostolado

é o amor, um amor semelhanteàquele de Jesus na cruz...

Um amor bem determinado, não um sentimento vago. Amor verdadeiro, completo,

que se põe à disposição das almas,sem nenhum limite”.

So 1947, p. ‘62