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7/25/2019 20150000965623
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TRIBUNAL DE JUSTIÇAPODER JUDICIÁRIO
São Paulo
Registro: 2015.0000965623
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº2224957-28.2015.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é agravante TVÔMEGA LTDA, é agravado ALMEIDA ROTENBERG E BOSCOLI SOCIEDADEDE ADVOGADOS.
ACORDAM, em 27ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiçade São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento em parte ao recurso. V.
U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Exmos. DesembargadoresCAMPOS PETRONI (Presidente) e SERGIO ALFIERI.
São Paulo, 15 de dezembro de 2015
MOURÃO NETO
RELATOR
Assinatura Eletrônica
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TRIBUNAL DE JUSTIÇAPODER JUDICIÁRIO
São Paulo
Agravo de Instrumento nº 2224957-28.2015.8.26.0000 - São Paulo - VOTO Nº 9896 2/7
Agravo de Instrumento n. 2224957-28.2015.8.26.0000
Voto n. 9.896Comarca: São Paulo (Foro Central - 14ª Vara Cível) Agravante: TV Ômega Ltda. Agravada: Almeida Rotenberg e Boscoli Sociedade de
Advogados
MMª. Juíza: Letícia Antunes Tavares
Processual. Ação de cobrança de honoráriosadvocatícios. Cumprimento de sentença. Decisãoagravada que determinou a exibição de contratos depublicidade firmados pela agravante com seusparceiros comerciais para análise do pedido depenhora de créditos formulado pela agravadaexequente. Pretensão à reforma. Cabimento em parte.
Inteligência do art. 620 do CPC. Elementos dos autosque autorizam o acolhimento do segundo pedidodeduzido em caráter subsidiário nas razões recursais,para que venham aos autos apenas informações sobreo valor dos créditos devidos à executada por seusparceiros comerciais. Desnecessidade, portanto, da juntada aos autos dos instrumentos contratuais,providência que não foi requerida pelos exequentes.
RECURSO PROVIDO EM PARTE.
I Relatório.
Trata-se de agravo de instrumento interposto por TV
Ômega Ltda. contra a decisão de fls. 100, proferida em ação de cobrança de
honorários advocatícios que lhe foi proposta por Almeida Rotenberg e
Boscoli Sociedade de Advogados, em fase de cumprimento de sentença, que
determinou a exibição dos contratos de publicidade, firmados pela agravante
com seus parceiros comerciais, para análise do pedido de penhora de créditosformulado pela agravada exequente (cf. fls. 90/92).
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Agravo de Instrumento nº 2224957-28.2015.8.26.0000 - São Paulo - VOTO Nº 9896 3/7
A agravante postula a reforma do decisum, aduzindo que são
confidenciais e sigilosos os termos dos contratos de publicidade que celebroucom seus parceiros comerciais. Subsidiariamente, postula que a“a determinação
deexibição dos contratos depublicidaderestrinja-sea umúnico parceiro comercial” ou
“queao invés derequisitar-secópia dos contratos seja solicitada tão somenteinformação
sobreos valores a serempagos à agravante” (sic) (fls. 9). Considera suficiente para a
análise do pedido da agravada de “penhora de crédito”, “a mera requisição de
informações acerca devalores eventualmenteexistentes” (fls. 1/ 9).O pedido de efeito suspensivo foi deferido (fls. 105).
Contraminuta a fls. 110/132.
II Fundamentação.
O recurso merece provimento em parte.
Como se depreende do exame dos documentos que
compõem este instrumento, a agravada ajuizou em face da agravante ação de
cobrança de honorários advocatícios (fls. 19/ 26).
A sentença, que julgou parcialmente procedente o pedido
para condenar a agravante ao pagamento de honorários no valor de R$
341.844,04 (trezentos e quarenta e um mil oitocentos e quarenta e quatro
reais e quatro centavos), foi confirmada por este E. Tribunal por acórdão
que, na sequência, foi objeto de recurso aos Tribunais Superiores (cf. fls.
33/89).
Iniciada a fase de cumprimento provisório de sentença, e
porque requerida a penhora de créditos titulados pela executada, houve por
bem o MM. Juízo a quodeterminar a exibição dos contratos de publicidade
celebrados pela agravante com Banco do Brasil S/A, Casas Bahia Comercial
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Ltda., Ultrafarma Saúde Ltda. e Ragi Refrigerantes S/ A, nos seguintes termos
(fls. 100 grifo não original):
“Tratando-se de suposto crédito em favor doexecutado, nos termos do artigo 671 e 676 do CPC, se afigurapossível a penhora sobre a receita auferida pela requeridaoriunda de contrato publicidade firmado com terceiros, pois,por óbvio, tal receita possui expressão monetária que poderáser aproveitada para satisfação do débito.
Todavia, sem a ciência do conteúdo dos supostos
contratos de publicidade, não se pode aferir exatamente aextensão de tal medida, que, a depender do valor daquelescontratos, poderá obstacularizar ainda mais a satisfaçãodesta execução ou, ainda, onerar em demasia o executado(artigo 659, caput, e parágrafo 2º, CPC).
Desta feita, para análise do pedido dosexequentes, determino que o Banco do Brasil S.A., as CasasBahia Comercial Ltda., a Ultrafarma Saúde Ltda., e a RagiRefrigerantes S.A., exibam os contratos de publicidadefirmados com a executada TV Ômega Ltda., no prazo detrinta dias, encaminhando cópias a este feito. (...)”.
Importante salientar, nesse passo, que a exibição não foi
requerida pelos exequentes, mas, sim, determinada pelo MM. Juízoa quocom
fulcro em justificada preocupação em previamente conhecer os valores dos
créditos.
Ocorre que, para tal desiderato, não se faz necessária, emprincípio, a exibição, devendo ser observado, no particular, o disposto no
artigo 620, do Código de Processo Civil, muito embora não se possa deixar
de considerar: (i) o porte econômico da agravante; (ii) que o valor exequendo
soma o montante de R$ 1.527.496,60 (fls. 90/94); (iii) que a penhoraon linede
seus ativos financeiros foi efetivada no valor ínfimo de R$ 3.285,00 (três mil
duzentos e oitenta e cinco reais) (fls. 135); e (iv) que frustrada foi a tentativade localização de bens de titularidade da agravante.
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Portanto, merece acolhimento somente o segundo pedido
subsidiário formulado neste recurso.De fato, nas razões recursais, a agravante ressalta que “a
única informação que possa interessar ao processo éa dos valores a
serem pagos, sendo absolutamenteinútil a violação do sigilo quanto aos demais aspectos
da relação comercial, queemnada contribuiriampara o desfecho do cumprimento de
sentença p. ex. horários das exibições dos anúncios, regras deprodução do material
audiovisual a ser exibido, descontos praticados, valores já pagos antes da determinação judicial, etc embora sobreeles recaia justo interessedeconfidencialidade, por parteda
agravanteeseus clientes” (sic) (fls. 5).
Por tal razão, pondera que “a mera requisição de
informações acerca de valores eventualmente existentes já seri a
suficiente para a análise do D . Julgador Singular com relação ao pleito
de penhora de crédi to formulado pelo agravado ” (sic) (fls. 6 grifo não
original).
Em decorrência pediu em caráter subsidiário que “a
determinação deexibição dos contratos depublicidaderestrinja-sea umúnico parceiro
comercial” ou “que ao invés de requisitar-se “cópia de contratos” seja
solici tada tão somente informação sobre os valores a serem pagos à
agravante” (sic) (fls. 9).
E como se viu do pedido formulado pela agravada, sua
pretensão corresponde a penhora dos créditos a serem recebidos pela
agravante em decorrência da prestação de serviços de publicidade, conforme
reiterou a fls. 129/131 na contraminuta.
Desse modo, respeitado o entendimento do MM. Juízo a
quo, não parece razoável que para análise deste pedido sejam expostas nestes
autos as demais informações constantes dos instrumentos contratuais, sendo,
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portanto, desnecessária a exibição dos contratos.
Nesse sentido, cumpre mencionar decisão desta C. Corte
proferida em caso análogo:
EXECUÇÃO Adota-se a orientação deque é admissível o deferimento do pedido do credor deexpedição de ofício para empresas por ele indicadas para
informar acerca da existência de créditos a serem recebidospelo devedor, por ser medida de interesse da justiça, quandonecessitar de intervenção judicial e depois de esgotadas astentativas de localização de bens passíveis de penhora para asatisfação integral do débito (...) A penhora sobre créditosou outros direitos patrimoniais, dentre os quais se incluem osreferentes a valores a serem recebidos a título decontraprestação Recurso desprovido. (Agravo deInstrumento n. 2085903-47.2015.8.26.0000, 20ª Câmara deDireito Privado, Des. Rel. Rebello Pinho, j. 27/7/2015)
Por fim, observo que em consulta encetada no Portal deste
Tribunal de Justiça na Internet, constatou-se a existência de decisão proferida
na origem no sentido de preservar, em pasta própria (com proteção a
eventual confidencialidade), instrumentos contratuais já exibidos e que
venham a ser exibidos. Em assim sendo, as informações necessárias à
constrição dos créditos poderão ser colhidas diretamente pelo MM. Juízo aquo, sem maiores delongas.
III Conclusão.
Diante do exposto, dá-se provimento em parte ao
recurso para afastar a determinação de exibição dos instrumentos
contratuais, bastando que venham aos autos informações acerca dos créditos
decorrentes dos contratos que foram celebrados, pela agravante, com Banco
do Brasil S/ A, Casas Bahia Comercial Ltda., Ultrafarma Saúde Ltda. e Ragi
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Refrigerantes S/ A, informações que poderão ser colhidas pelo juízo
diretamente nos instrumentos contratuais que já foram ou venham a serexibidos e que, por força da liminar concedida neste agravo, estão arquivados
em pasta própria.
MOURÃO N ETO
Relator