20160000003973

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/25/2019 20160000003973

    1/9

    TRIBUNAL DE JUSTIAPODER JUDICIRIO

    So Paulo

    Registro: 2016.0000003973

    ACRDO

    Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelao n9133201-57.2008.8.26.0000, da Comarca de So Paulo, em que so apelantesFELSBERG PEDRETTI MANNRICH E AIDAR ADVOGADOS ECONSULTORES LEGAIS, THOMAS BENES FELSBERG, MARIA DA GRAADE BRITO VIANNA PEDRETTI, GUILHERME FIORINI FILHO e MARCOSANTONIO KAWAMURA, so apelados MARCOS ANTONIO KAWAMURA,BYUNG SOO HONG, ANTONIO CARLOS MAZZUCO e FELSBERGPEDRETTI MANNRICH E AIDAR ADVOGADOS E CONSULTORES LEGAIS.

    ACORDAM, em 10 Cmara de Direito Privado do Tribunal de Justia deSo Paulo, proferir a seguinte deciso: "Deram provimento ao recurso dos autores enegaram ao dos rus. V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra esteacrdo.

    O julgamento teve a participao dos Exmos. Desembargadores ARALDOTELLES (Presidente) e ELCIO TRUJILLO.

    So Paulo, 27 de outubro de 2015.

    Joo Carlos SalettiRELATOR

    Assinatura Eletrnica

  • 7/25/2019 20160000003973

    2/9

    TRIBUNAL DE JUSTIAPODER JUDICIRIO

    So Paulo

    2

    Apelao n 9133201-57.2008.8.26.0000 tv-jcs

    APELAO CVEL n 9133201-57.2008.8.26.0000COMARCA - SO PAULO

    1 Ofcio, Processo n 1662/2004APELANTES eAPELADOS - FERSBERG PEDRETTI MANNRICH E AIDAR

    ADVOGADOS E CONSULTORES LEGAIS E OUTROS eMARCOS ANTNIO KAWAMURA E OUTROS

    VOTO N 25.793

    PRESTAO DE CONTAS INTERESSE ELEGITIMIDADE Ao promovida por ex-scio de

    sociedade de advogados em face dela e dos sciosadministradores Alegao de que os requerentes, porserem scios-conselheiros, eram co-administradores e,assim, tinham acesso s contas e que, portanto, no tminteresse e legitimidade para agir, por no poder exigircontas de si mesmos Interesse configurado, porque a elesno prestadas contas Legitimidade igualmentedemonstrada, porque na qualidade de ento scios e no

    gestores, podem exigir dos scios administradores as contasa que tm direito Preliminar afastada.

    PRESTAO DE CONTAS RECONVENO

    Descabimento Ao que tem por pressuposto obrigaode dar contas, o que significa discriminar e comprovar,um a um, os componentes de dbito e de crdito dedeterminada relao jurdica, culminando por apurareventual saldo, credor ou devedor Pretensoreconvencional de prestao de contas pelo scio que seretirou, por no cumprirem obrigaes como a de gerar

    faturas pelos servios prestados, impossibilitando arealizao de receitas Ao de carter dplice, a tornardescabida e dispensvel a reconveno Exigncia decontas, ademais, que tem por objeto obrigao diversa darelao de crdito e dbito, cujo cumprimento deve, se for ocaso, ser exigido alhures, no pela via escolhida pelosreconvintes.

    PRESTAO DE CONTAS Scios retirantes de sociedadede advogados Pedido de que sejam prestadas contas pela

    sociedade e por seus scios administradores Alegao deque prestadas contas em reunies de scios Nodemonstrao Procedncia da ao Sentena mantida.

    Apelao dos autores provida, no provida a dos rus.

  • 7/25/2019 20160000003973

    3/9

    TRIBUNAL DE JUSTIAPODER JUDICIRIO

    So Paulo

    3

    Apelao n 9133201-57.2008.8.26.0000 tv-jcs

    A r. sentena de fls. 277/280 julgou procedente a ao deprestao de contas e a reconveno para determinar aos rus inventariante

    proceda prestao de contas do perodo em que os autores fizeram parte dasociedade, bem como para que os requerentes prestem contas em relao aosservios prestados aos requeridos no perodo de dezembro de 2003 a fevereirode 2004, ambos na forma mercantil. Opostos embargos declaratrios, foramrejeitados (fls. 291).

    Apelam os requeridos (fls. 293/304). Alegam: a) deve seranalisada a preliminar aduzida s fls. 58/59, em que pugnam peloreconhecimento de que os apelados eram co-administradores da sociedade e,

    portanto, corresponsveis pela elaborao das contas que esto a exigir; b)os

    apelados eram scios conselheiros da sociedade at dezembro de 2003, razopela qual no podem alegar desconhecimento das contas da sociedade, poiseram co-responsveis por sua elaborao e aprovao nas reunies havidasentre o grupo de co-administradores da sociedade, os chamados SciosConselheiros, grupo do qual os apelados faziam parte; da porque no se podeadmitir tenham os autores legitimidade para a pretenso deduzida na inicial;salientam que tal ilegitimidade se restringe c)ostatus de co-administradores eo inadimplemento das obrigaes por parte deles constituem causasimpeditivas da pretenso inicial; d)a partir de dezembro de 2003 at a sadados autores, foram desmascarados pelo inadimplemento de obrigaes (por ex.

    gerar faturas pelos servios prestados, gerando desvio de receitas) e acabaramsaindo pela porta dos fundos; e)se os apelados no prestaram as contas quelhe cabiam nesse perodo (dezembro de 2003 a fevereiro de 2004) e oresultado delas condio das contas finais da sociedade, resta afirmar aimpossibilidade dos apelados exigirem as contas da sociedade; f)em caso deser mantida a r. sentena, a apresentao das contas, pelos recorrentes deve sedar em ordem sucessiva dos autores, e no concomitantes. Pedem, portanto,seja acatada a preliminar de ilegitimidade ativa dos apelados ou, sejareformada a r. sentena, ou ao menos seja determinada a apresentao decontas de forma sucessiva.

    Apelam tambm os requerentes (fls. 309/317). Alegam: a) asentena parcialmente nula, por ter praticado deciso ultra petita ao dispor(embora no no dispositivo) que os autores devem prestar contas dos valoresrecebidos, contas que deviam aos requeridos ante a sociedade ento existente;a disposio deve ser excluda do julgado; b) nula a sentena por falta deapreciao de questes postas na defesa, quais sejam, a preliminar deinadmissibilidade de reconveno em ao de prestao de contas, e arelevante questo de os autores jamais terem praticado ato de administrao, aconcretizar a obrigao de prestar contas; c) s deve prestar contas quem

  • 7/25/2019 20160000003973

    4/9

    TRIBUNAL DE JUSTIAPODER JUDICIRIO

    So Paulo

    4

    Apelao n 9133201-57.2008.8.26.0000 tv-jcs

    efetua e recebe pagamento por conta de outrem, movimentando recursosprprios ou daquele em cujo interesse se realizam os pagamentos e

    recebimentos; assim, se no exerceram atos de administrao (no h prova nareconveno), no podem ser obrigados a prestar contas; d) suas obrigaeseram apenas de entregar mensalmente o relatrio (conhecido como timesheet) do tempo despendido com cada um dos clientes do escritrio e o tipode servio prestado, de molde a ensejar sociedade a cobrana dos respectivosservios, o que, alis, objeto da reclamao dos reconvintes; e) eram osadministradores da sociedade, nominados no contrato social que faturavam osservios prestados; f)tais relatrios foram entregues; como desculpa para no

    pagar o que devem, os requeridos passaram a alegar que os relatrios noestariam completos, e que existiriam servios prestados e no includos; g)

    ainda que estivessem incompletos (e no esto) o caminho no seria o daprestao de contas, por no envolver movimentao de recursos; h)impossvel, assim, apresentarem relatrios de prestao de servios na formamercantil. Pedem, assim, seja declarada a carncia ou a improcedncia dareconveno.

    Os recursos foram respondidos (fls. 330/340 e 343/349).

    Os autos subiram, sendo distribudos 26 Cmara de DireitoPrivado, que no conheceu do recurso, determinando a redistribuio do

    processo, em razo de a matria se inserir na competncia das 1 e 10Cmaras.

    O processo, ento, veio a mim redistribudo.

    o relatrio.

    1. Trata-se ao de prestao de contas ajuizada por scios

    retirantes da sociedade de advogados Felsberg, Pedretti, Mannrich e AidarAdvogados e Consultores Legais, buscando prestao de contas para a devidaapurao de seus haveres. Os requeridos, por sua vez, alegaram que osrequerentes, como scios conselheiros tinham acesso ao faturamento e contasda sociedade, desligando-se de maneira anti-tica sem enviar relatrio dosltimos trabalhos por eles realizados, razo pela qual era impossvel prestarcontas sem tais valores correspondentes aos servios prestados. Nareconveno, pediram que os requerentes prestassem contas os servios

    prestados no perodo de dezembro de 2003 a fevereiro de 2004.

  • 7/25/2019 20160000003973

    5/9

    TRIBUNAL DE JUSTIAPODER JUDICIRIO

    So Paulo

    5

    Apelao n 9133201-57.2008.8.26.0000 tv-jcs

    Ensina NELTON DOS SANTOS (Cdigo de Processo CivilInterpretado, Coordenador Antonio Carlos Marcato, Atlas Jurdico, 2004,

    pg. 2389), comentando o art. 914 do Cdigo de Processo Civil,

    Em sentido comum, prestar contasou dar contade algumacoisa quer dizer justificar, explicar, demonstrar. A acepo jurdica dessasexpresses no diversa. Prestar ou dar contas significa, para o Direito,discriminar e comprovar, um a um, os componentes de dbito e de crditode determinada relao jurdica, culminando por apurar eventual saldo,credor ou devedor.

    ...O desejvel que, sendo devida, a prestao de contas

    realize-se voluntria e corretamente, de modo a no exigir a atuaojurisdicional. possvel, todavia, que haja injustificada resistncia prestao ou ao recebimento das contas; que no exista consenso a respeitoda correo das contas porventura apresentadas; ou, ainda, que se divirjasobre a prpria obrigao de prest-las. Ocorrendo qualquer dessassituaes, estar viabilizada a propositura da ao de prestao de contas.

    2.Neste caso, como se ver adiante, cabe a ao de prestao decontas pelos autores, que ostentam interesse e legitimidade para o seuexerccio.

    Asseverou a r. sentena que

    Possuem os autores interesse de agir, uma vez que,ainda que as contas tenham sido prestadas, no concordaram com asmesmas e, ainda que scios conselheiros da sociedade, o dever de

    prestar contas dos administradores da mesma, no sendoconsequncia direta da posio dos requerentes o acesso s contas.

    No h prova de que os requerentes atuavam como sciosadministradores e que tinham pleno acesso s contas, razo pela qual, de um

    lado, no esto os autores a pedir contas, quando tm igual obrigao de prest-las, ou seja, no podem pedir contas a si mesmos. De outro, se eles, autores,no exerciam funes de administrao da sociedade, no tinham obrigaoidntica dos requeridos, estes os gestores e, por conseguinte, obrigados a

    prestar contas. Da porque bem dirigida a demanda aos administradores assimdesignados pelo Contrato Social (fls. 9/21), qual sejam, scio majoritrioThomas Benes Felsberg ou scios administradores Maria da Graa de BritoVianna Pedretti e Guilherme Fiorini Filho, agindo sempre em conjunto de dois(cf. fls. 17).

  • 7/25/2019 20160000003973

    6/9

    TRIBUNAL DE JUSTIAPODER JUDICIRIO

    So Paulo

    6

    Apelao n 9133201-57.2008.8.26.0000 tv-jcs

    Sustentam os requeridos em seu recurso, reafirmando acontestao, que as contas foram prestadas em reunio de scios. Os

    documentos de fls. 101/110, no entanto, no demonstram efetiva prestao decontas, malgrado tragam a concluso de distribuio de lucros pertinentes aosresultados nos perodos que referem. Vieram desacompanhados dedemonstrativos dos mesmos resultados e de documentos que oscomprovassem, a justificar a distribuio (igualmente no discriminada nosmesmos documentos) dos resultados, na parte cabente aos demandantes. Alis,falou-se em reunies mensais dos membros da sociedade, mas os mesmosdocumentos referem-se a apenas alguns meses entre novembro de 2002 efevereiro de 2004. conferir.

    Evidente, por conseguinte, o interesse de agir e a legitimidadeativa dos autores para exigir contas dos administradores.

    2.Procede a preliminar de descabimento da reconveno na aode prestao de contas.

    A questo controvertida, como os prprios reconvintesreconhecem. THEOTNIO NEGRO e colaboradores (cf. Cdigo de

    Processo Civil e Legislao Processual em Vigor, 45 edio, Saraiva, nota 2,ao art. 915, pg. 995), noticiam a controvrsia presente na jurisprudncia.

    Melhor a orientao de descabimento da reconveno, pelasingela razo de a ao de prestao de contas tem carter dplice.

    Ensina HUMBERTO THEODORO JNIOR (Curso de DireitoProcessual Civil Procedimentos Especiais, vol. III, Forense, 40 ed./2008), arespeito do tema, o seguinte:

    A ao de prestao de contas uma ao especial deconhecimento com predominante funo condenatria, porque a meta

    ltima de sua sentena dotar aquele a que se reconhecer a qualidadede credor, segundo o saldo final do balano aprovado em juzo, dettulo executivo judicial para executar o devedor, nos moldes daexecuo por quantia certa (CPC, art. 918).

    No h duas prestaes jurisdicionais distintas, ou seja,uma de acertamento das parcelas que compem ao certo de contasentre os litigantes, e outra para condenar o devedor ao pagamento dosaldo apurado. A demanda nica. Toda a atividade jurisdicional , aum s tempo, voltada para a definio das contas com o propsito de

  • 7/25/2019 20160000003973

    7/9

    TRIBUNAL DE JUSTIAPODER JUDICIRIO

    So Paulo

    7

    Apelao n 9133201-57.2008.8.26.0000 tv-jcs

    tornar o seu resultado apto a desaguar nas vias operacionais daexecuo forada.

    Somente quando inexiste saldo devedor no acertamentode contas que o procedimento no redunda na formao imediata dettulo executivo, por inexistir, evidentemente, o que executar.

    Pode-se, destarte, concluir que o procedimento especialda ao de prestao de contas tem, em regra, a fora de tornar certa aexpresso numrica de uma relao jurdica, com o fim de impor umacondenao parte devedora pelo saldo apurado; e, s vezes, apenas afora de acertar o relacionamento jurdico e econmico entre as

    partes (fls. 83).

    Para se contrapor ao contedo das contas no precisousar a via reconvencional, pois que a ao de prestao dplice e,assim, permite a qualquer das partes agir como autor durante toda amarcha processual, independentemente de reconveno (fls. 93).

    A sentena final da ao de prestao de contas (tantona prestao forada como na espontnea) dever, segundo o art. 918do CPC, declarar o saldo das contas deduzidas em juzo. No teria

    sentido, no campo do procedimento especial de que se cuida, umasentena que se limitasse, por exemplo, a considerar no prestada ascontas devidas ou simplesmente cumprido o dever de prestar contas. Ameta traada pela lei, como objetivo ltimo e necessrio, a definiodo saldo resultante das contas que uma parte deve outra.

    Diz, outrossim, o art. 918 que a sentena no sdeclarar o saldo credor como atribuir parte beneficiria dadeclarao ttulo para cobr-lo em execuoforada.

    No se trata, portanto, de uma sentena puramentedeclaratria. O escopo principal da estrutura procedimental , como sev, o de atingir uma condenao, mesmo que a lei no utilizeexplicitamente tal vocbulo. As sentenas, todas elas, so na basedeclaratrias, mas devem ser classificadas por sua eficcia maisrelevante, e assim sendo, no se pode recusar a qualidade decondenatria sentena que declara o saldo das contas prestadas em

    juzo.

    Cuidando-se, outrossim, de ao dplice, no importa

  • 7/25/2019 20160000003973

    8/9

    TRIBUNAL DE JUSTIAPODER JUDICIRIO

    So Paulo

    8

    Apelao n 9133201-57.2008.8.26.0000 tv-jcs

    de quem tenha partido a iniciativa do processo: a sentena gerar ttuloexecutivo pelo saldo apurado contra qualquer dos litigantes que venha

    a se colocar na posio final de devedor (fls. 101).

    Assim, tendo a ao de prestao de contas carter dplice,dispensvel a via reconvencional. Em virtude desse carter da demanda, asentena, verificando haver saldo credor, deve declar-lo, condenando a partedevedora ao seu pagamento, seja ele o ru ou o autor.

    3. Neste caso em particular, os requeridos deduziram nacontestao razes que repetiram na reconveno, razes essas especialmentecentradas em que os autores deixaram de dar contas dos servios que

    prestaram, assim motivando desvio de receitas ou no percepo das receitasrelativas aos servios que prestaram.

    No obstante, as contas que os requeridos devem prestar noesto inviabilizadas. De um lado porque sustentam t-las prestadoanteriormente. Se o fizeram, tm como faz-lo, portanto, com os elementos deque dispem.

    Por outra parte, se os requeridos no eram encarregados dearrecadar as receitas e resultados da sociedade, e no receberam valores

    quaisquer por conta e em nome dela, como com razo sustentam os autores,mas deviam dar mesma sociedade notcia dos servios que prestaram aosclientes como scios ou membros dela, a pretenso reconvencional, emverdade, devia ser exercitada por outro meio. Os autores teriam deixado deentregar sociedade notcia e demonstrao dos servios que prestaram clientela, mas no gerido recursos cujos resultados resultassem a apresentaode contas em forma contbil. Da a inviabilidade da reconveno.

    Nesse passo, procede, portanto, o inconformismo dospostulantes, apoiado na lio de ADROALDO FURTADO FABRCIO.

    Decorrncia dessa concluso ter por prejudicada a alegao deter sucedido julgamento ultra petita, alegao essa fundada em que o Juzoordenou aos reconvindos prestar contas dos valores recebidos, imposio queest no corpo do julgado, embora no repetido no dispositivo, como lembrameles. De igual modo, fica, pelos mesmos motivos afastada a preliminar denulidade da sentena por no ter examinado a preliminar de descabimento dareconveno, e de jamais terem os autores praticado ato de administrao.

    4.As mesmas lies antes lembradas refora o afastamento da

  • 7/25/2019 20160000003973

    9/9

    TRIBUNAL DE JUSTIAPODER JUDICIRIO

    So Paulo

    9

    Apelao n 9133201-57.2008.8.26.0000 tv-jcs

    imposio sentencial de os autores prestarem contas porque no apresentaramos documentos relacionados aos servios que prestaram no perodo, isso

    significando que a determinao sentencial alusiva, no a relao de dbito ecrdito, mas a obrigao de diversa natureza, cujo cumprimento, se for o caso,deve ser exigido alhures, no na ao de prestao de contas.

    Mas acertado o julgado no que concerne obrigao dos rusde prestar contas. Afirma o julgado:

    Os rus tm o dever de prestar contas do perodo emque os autores participaram da sociedade, (...)

    Ainda que as contas tenham sido apresentadas nasreunies e assembleias realizadas, das quais participaram osrequerentes, entendem estes que elas no foram prestadas a contento.

    E tem razo em seu inconformismo, uma vez que noprovaram os requeridos terem efetuado a prestao de contas na formamercantil, como estipulado pela lei.

    5. Ante o exposto, dou provimento ao recurso dos autores,negando-o ao dos requeridos, condenando a estes ao pagamento das custas,

    despesas processuais e honorrios advocatcios, estes fixados equitativamenteem R$ 10.000,00 (dez mil reais), observados os parmetros a que aludem o 3 e 4 do artigo 20 do Cdigo de Processo Civil.

    meu voto.

    JOO CARLOS SALETTIRelator

    assinado digitalmente