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Anais do www.eniac.com.br V Seminário Multidisciplinar ENIAC 2014, Vol. 1, Nº 5, 97-104 ojs.eniac.com.br Anais do V Seminário Multidisciplinar ENIAC Pesquisa 2014 V Encontro Da Engenharia Do Conhecimento Eniac V Encontro De Iniciação Científica Eniac V Fábrica de Artigos MODELAGEM DO SISTEMA TÉRMICO EM UM AQUECEDOR PARA SECAGEM DE MADEIRA MODELING OF THERMAL SYSTEM IN A HEATER FOR WOOD DRYING ______________________ CARVALHO, José A.D. SILVA, D. O. FURTADO, F. P. GALVÃO, V. V. José Antonio Dias de Carvalho é Engenheiro, Mestre em engenharia e Diretor da Faculdade de Tecnologia Eniac- FAPI. SILVA, D. O. graduando da faculdade de Tecnologia Eniac- FAPI. Em 2013. Furtado F. P. graduando da faculdade de Tecnologia Eniac- FAPI. Em 2013. Galvão V. V. graduando da faculdade de Tecnologia Eniac- FAPI. Em 2013. ______________________ RESUMO Pretende-se com este artigo desenvolver e analisar a modelagem matemática do sistema térmico de aquecimento para secagem de madeira. O sistema térmico discutido analisa a variação de temperatura num sistema de aquecimento. Utiliza-se a ferramenta de análise, para simulação das equações diferenciais, auxiliadas pela técnica da transformada de Laplace. Os resultados obtidos neste artigo demonstram que o modelo matemático do sistema térmico é eficiente para análise dos fatores externos ou internos

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    V Seminr io Mult id isc ip l inar ENIAC 2014, Vol . 1 , N 5 , 97-104 o js .eniac .com.br

    Anais do V Seminrio Multidisciplinar ENIAC Pesquisa 2014 V Encontro Da Engenharia Do Conhecimento Eniac V Encontro De Iniciao Cientfica Eniac V Fbrica de Artigos

    MODELAGEM DO SISTEMA TRMICO EM UM AQUECEDOR PARA SECAGEM DE MADEIRA

    MODELING OF THERMAL SYSTEM IN A HEATER FOR WOOD

    DRYING ______________________

    CARVALHO, Jos A.D. SILVA, D. O. FURTADO, F. P. GALVO, V. V.

    Jos Antonio Dias de Carvalho Engenheiro, Mestre em engenharia e Diretor da Faculdade de Tecnologia Eniac- FAPI. SILVA, D. O. graduando da faculdade de Tecnologia Eniac- FAPI. Em 2013. Furtado F. P. graduando da faculdade de Tecnologia Eniac- FAPI. Em 2013. Galvo V. V. graduando da faculdade de Tecnologia Eniac- FAPI. Em 2013.

    ______________________

    RESUMO

    Pretende-se com este artigo desenvolver e

    analisar a modelagem matemtica do sistema

    trmico de aquecimento para secagem de

    madeira. O sistema trmico discutido analisa a

    variao de temperatura num sistema de

    aquecimento. Utiliza-se a ferramenta de

    anlise, para simulao das equaes

    diferenciais, auxiliadas pela tcnica da

    transformada de Laplace. Os resultados

    obtidos neste artigo demonstram que o modelo

    matemtico do sistema trmico eficiente

    para anlise dos fatores externos ou internos

  • 2 Carvalho , J .A .D . ; S ILVA , D. O . ; FURTADO, F . P . ; GALVO V . V . Modelagem Do Sistema Trmico Em Um Aquecedor Para Secagem De Madeira

    que influenciam no tempo de resposta,

    requerido para o tratamento de madeira.

    Palavras-chave: Aquecedor, Temperatura,

    Termodinmica, Modelagem, Matlab

    ABSTRACT

    This article aims to develop and analyze the

    mathematical modeling of thermal heating

    system for wood drying. The thermal system

    discussed examines the variation in

    temperature in a heating system. The analysis

    tool for simulation of differential equations,

    assisted by the technique of the Laplace

    transform. The results obtained in this paper

    show that the mathematical model of thermal

    system is efficient for analysis of external or

    internal factors that influence the response

    time required for the treatment of wood.

    Keywords: Heater, temperature,

    thermodynamics, modeling, Matlab

    INTRODUO

    Este trabalho tem o objetivo de

    desenvolver e analisar o modelo matemtico

    do sistema trmico de um aquecedor para

    secagem de madeira atravs das equaes

    diferenciais da termodinmica, com auxlio da

    ferramenta Matlab. O estudo de modelos de

    sistemas trmicos vem sendo

    abrangentemente discutido nos tpicos de

    engenharia de sistemas de controle, com a

    finalidade de melhoria de eficincia e maior

    produtividade nos processos industriais.

    Optou-se pela pesquisa bibliografica e

    pesquisa de in loco na metodologia utilizada

    para analisar a variao de temperatura de

    entrada e sada do sistema, em funo da

    vazo mssica de ar atravs da cmara de

    aquecimento (OGATA, 2000).

    A secagem uma fase de grande

    importncia no processo de industrializao da

    madeira, pois proporciona melhoria das

    caractersticas de trabalhabilidade e reduo

    da variao dimensional, tais como aumento

    na resistncia a fungos e melhoria das

    propriedades mecnicas (SIAU, 1995). Um

    dos mtodos de secagem de madeira a

    estufa industrial. Este processo forado tem a

    finalidade de retirar umidade utilizando um

    fenmeno fsico, a troca de calor por

    conveco, mediante alimentao constante

    de fluido.

    A transferncia de calor a cincia da

    termodinmica que trata a transio

    quantitativa da troca de calor. Existem trs

    mecanismos de transferncia, sendo:

    conduo, conveco e radiao (KERN,

    1999). A maneira mais eficiente de transferir

    calor para este processo por conveco.

    O controle ineficiente da temperatura

    pode acarretar em perda de rendimento do

    processo, na qualidade final do produto,

    gastos excessivos ou at mesmo perda total

    do produto por carbonizao. O modelo

    matemtico, portanto, faz-se necessrio para

    garantir que estas condies de riscos no

    ocorram.

    Para o modelo matemtico adotam-se

    equaes diferenciais lineares invariantes no

    tempo (LIT). Na teoria de controle, as funes

    de transferncia so utilizadas para

    caracterizar as relaes de entrada e sada

    dos componentes do sistema, e a funo de

    transferncia do sistema obtida tomando-se

    a transformada de Laplace de ambos os

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    membros da equao (OGATA, 2000).

    O artigo divide-se em quatro partes, sendo:

    estudo do processo: onde so

    desenvolvidas as fundamentaes e

    as justificativas do trabalho

    desenvolvimento: onde esto descritas

    as equaes dos sistemas;

    resultados: onde so desenvolvidas as

    analises dos resultados obtidos na

    ferramenta Matlab;

    consideraes finais e concluses:

    esta etapa descreve a principal parte

    do trabalho onde conclui-se todas as

    opinies da equipe sobre o objetivo

    alcanado.

    1. FUNDAMENTAO

    TERICA

    Para demonstrar as fases da secagem

    os pesquisadores de reportaram aos tericos

    desde meados da dcada de 1920, com

    avano da indstria e a evoluo da qumica

    orgnica, descobrira novas substncias

    sintticas, o plstico. Acreditou-se no passado

    que o plstico iria substituir os artefatos de

    madeira, contudo nunca se produziu tanta

    madeira serrada na contemporaneidade

    (KEINE, 1997). A secagem a cu aberto alm

    de requerer um longo tempo, vrias semanas,

    e exigir grandes espaos fsicos, expe a

    madeira ao ataque de fungos que iniciam o

    processo de deteriorao das camadas mais

    externas, produzindo manchas e outros

    problemas que reduzem o valor comercial das

    peas atacadas (FERNANDES, 2006). Nessas

    condies, as indstrias madeireiras investem

    cada vez mais em processos de secagem

    forados via estufa de aquecimento

    exemplificados na figura 1 .

    Figura 1. Estufa de secagem de madeira

    At o momento existem vrios

    problemas relativos ao processo de secagem

    artificial controlada que ainda no foram

    resolvidos adequadamente. Ocorre que, tanto

    a fabricao das estufas, quanto seu uso pelas

    empresas efetuado tendo como base o

    conhecimento emprico adquirido pela prtica

    dos tcnicos envolvidos na operao da

    secagem. Outra varivel importante a

    circulao de ar dentro da estufa. Os efeitos

    convectivos provocados pelas correntes de ar

    afetam diretamente a velocidade do processo

    de secagem, por isto merecem ateno e

    estudo com auxilio de Kern (1999), Ogata

    (2000) e SIAU (2000).

    2. DESENVOLVIMENTO

    Inicia-se o desenvolvimento adotando-

    se hipteses simplificadoras para facilitar a

    resoluo das equaes diferenciais, sendo:

    *circulao do fluido como sendo de fluxo

    constante;

    *sem perdas trmicas e dinmicas;

    *as equaes diferenciais so lineares

    invariantes no tempo (LIT);

    *temperatura de regime estacionrio nula;

    *temperatura de entrada tem valor constante.

    Para transferncia de calor por conveco

    Kq

    onde:

    q = taxa de fluxo de calor, skcal /

  • 4 Carvalho , J .A .D . ; S ILVA , D. O . ; FURTADO, F . P . ; GALVO V . V . Modelagem Do Sistema Trmico Em Um Aquecedor Para Secagem De Madeira

    = diferena de temperatura C

    K = coeficiente, Cskcal /

    O coeficiente das propriedades

    trmicas (K) dado por:

    HAK

    H = coeficiente de conveco, Csmkcal /2

    A = rea normal ao fluxo de calor, 2m

    Conforme (OGATA, 2000), a

    resistncia trmica dada por:

    R = variao na diferena de temperatura, C

    variao na taxa de fluxo de calor, kcal.

    1s

    A resistncia trmica para

    transferncia de calor por conveco dada

    por:

    Kdq

    dR

    1)(

    Uma vez que os coeficientes de

    condutividade e de conveco trmica so

    aproximadamente constantes, a resistncia

    trmica para conveco constante.

    A capacitncia trmica C definida por:

    C = variao no calor armazenado, kcal

    variao na temperatura, C

    ou

    C = m.c

    m = peso da substncia considerada, kg

    c = calor especfico da substncia, kcal.

    1Ckg.

    Considera-se que o reservatrio seja

    termicamente isolado ilustrado na figura 2 de

    modo a eliminar as perdas de calor para o ar

    em volta do sistema. Tambm suposto que

    no h armazenamento de calor do fluido seja

    uniforme. Consequentemente, uma

    temperatura nica usada para descrever a

    temperatura no reservatorio e do lquido da

    sada.

    i = temperatura de regime estacionrio do

    lquido de entrada, C

    0 = temperatura de regime estacionrio do

    lquido de sada, C

    G = vazo mssica de regime permanente,

    skg /

    M = massa do lquido no reservatrio, kg

    c = calor especfico do liquido, Ckgkcal /

    R = resistncia trmica, kcalCs /

    C = capacitncia trmica, Ckcal /

    H = valor estacionrio da taxa de fluxo de

    calor de entrada, skcal /

    Suponha-se a temperatura do lquido

    entrante seja mantida constante e que a taxa

    de entrada de calor seja subitamente variada

    de at . A temperatura do lquido

    que sai tambm ir variar desde at

    . Para este caso, , C e R obtidos

    respectivamente, por:

    (1)

    (2)

    (3)

    A equao diferencial para este sistema

    (4)

    Que pode ser descrita como

    (6)

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    Figura 2. Diagrama do sistema trmico

    Note-se que a constante de tempo do

    sistema igual a RC ou M/G segundos. A

    funo de transferncia relacionando e

    dada por

    (7)

    Onde

    Na prtica a temperatura do lquido

    que entra pode flutuar como um distrbio de

    carga. (Se for desejada uma temperatura de

    sada constante, um controlador automtico

    pode ser instalado para ajudar a taxa de fluxo

    de entrada de calor de maneira a compensar

    as flutuaes na temperatura do lquido de

    entrada.) Se a temperatura do lquido que flui

    na entrada for subitamente variada de para

    , enquanto a taxa de entrada de calor

    H e a taxa de fluxo de lquido G so mantidas

    constantes, ento a taxa de fluxo de sada de

    calor vaiar de para + , e a

    temperatura do lquido que flui na sada ir

    variar de para A equao

    diferencial para este caso :

    (10)

    Que pode ser reescrita:

    (11)

    A funo de transferncia

    relacionando e dada por:

    = (12)

    Onde:

    (13)

    Se o sistema trmico apresentado for

    sujeito tanto a variaes na temperatura do

    lquido que flui na entrada como na taxa

    entrada de calor, enquanto a taxa do fluxo de

    lquido mantida constante, a variao na

    temperatura do lquido que flui na sada pode

    ser dada pela seguinte equao:

    3. RESULTADOS

    De acordo com (OGATA, 2000), o

    diagrama de blocos que representa o modelo

    das propriedades trmicas do fluido e

    propriedades trmicas do aquecedor est

    descrito no diagrama na figura 3.

    Figura 3. Diagrama em blocos do

    sistema trmico

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    No diagrama de blocos da figura 3,

    observa-se que a somatria da temperatura de

    entrada do fluido e calor gerado pela

    resistncia, junto s propriedades trmicas da

    cmara do aquecedor, obtm-se a

    temperatura de sada. Utilizando a ferramenta

    SIMULINK do software MATLAB, simula-se a

    aplicao de um sinal rampa de entrada,

    ilustrado na figura 4.

    Figura 4. Diagrama em blocos SIMULINK sinal

    de rampa RC igual a 40

    Aplicando-se um sinal de rampa com

    valor 10, obtm-se o grfico da figura 5, a

    partir da leitura do osciloscpio.

    Analisando o sinal gerado, conclui-se

    que em 4 segundos o aquecedor atinge uma

    temperatura de aproximadamente 50 graus

    celsius.

    Figura 5. Grfico gerado no SIMULINK sinal de

    rampa RC igual a 40

    Aplicando-se um sinal degrau com

    valor 10, obtm-se o grfico da figura 7, a

    partir da leitura do osciloscpio.

    Figura 6. Diagrama em blocos SIMULINK

    sinal degrau RC igual 40

    Analisando o sinal gerado, a partir da

    figura 6, conclui-se que em 10 segundos o

    aquecedor atinge uma temperatura de

    aproximadamente 40 graus celsius.

    Figura 7. Grfico gerado no SIMULINK sinal de

    degrau RC igual a 40

    Aplicando-se um sinal de pulso com valor de

    amplitude 10 e perodo 1, obtm-se o grfico

    da figura 9, a partir da leitura do osciloscpio.

    Figura 8. Diagrama em blocos SIMULINK sinal

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    pulso RC igual a 40

    Analisando o sinal gerado, a partir da figura 8,

    conclui-se que a cada pulso, a temperatura

    aumenta gradativamente, obtendose um

    controle de temperatura mais eficiente.

    Figura 9. Grfico gerado no SIMULINK sinal de

    pulso RC igual a 40

    4. CONSIDERAES FINAIS E

    CONCLUSES

    Analisando a insero de sinais do tipo

    rampa, degrau e pulso no sistema, que

    relaciona a resistncia e capacitncia trmica,

    conclumos que o principal fator de influncia

    no controle da temperatura a capacitncia

    trmica. Devido capacitncia estar

    diretamente relacionada no comportamento do

    rendimento do sistema, conclumos que

    quanto maior o volume da cmara de

    aquecimento, maior o tempo requerido para a

    secagem da madeira.

    Para um projeto futuro pretende-se

    desenvolver a modelagem matemtica do

    controle da insero de calor em funo da

    temperatura de entrada, e ter como resposta

    uma temperatura de sada constante. Desta

    forma, o controlador influencia no sistema na

    variao do seu sinal de sada do tipo pulso,

    por exemplo, variando a sua frequncia ou at

    mesmo o seu duty cycle.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    FERNANDES, Laudelino Pontes. Modelagem

    Matemtica da Secagem de Madeira em

    Estufas - Fase de Aquecimento. Publicado no

    Proceedings of the 11th Brazilian Congress of

    Thermal Sciences and Engineering -- ENCIT

    2006. Acesso em: 2012.

    Keine, S. Avaliao do Processo de Secagem

    de Madeira em Estufa com Banho de Vapor.

    Dissertao (Mestrado em Engenharia

    Mecnica) Centro Tecnolgico, Universidade

    Federal de Santa Catarina, Florianpolis,

    215p. Publicado em: 1997

    KERN, Donald Q. Processos de Transferencia

    de Calor. Editora CECSA 31 Edio, 1999.

    OGATA, Katsuhiko. Engenharia de Controle

    Moderno. Editora LTC 3 Edio, 2000.

    SIAU, J.F Wood: Influence of Moisture on

    Physical Properties. Dep of Wood Science

    2000.