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2016 MAGISTRATURA ESTADUAL JUIZ ESTADUAL SUBSTITUTO edital sistematizado Leonardo de Medeiros Garcia Roberval Rocha ME COLEÇÃO EDITAL SISTEMATIZADO 2 a edição revista, ampliada e atualizada Edital Sistematizado -Magistratura Estadual-Garcia-Rocha-2ed.indb 3 23/09/2016 11:01:19

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2016

MAGISTRATURA ESTADUALJUIZ ESTADUAL SUBSTITUTOedital sistematizado

Leonardo de Medeiros GarciaRoberval Rocha

MECOLEÇÃO EDITAL SISTEMATIZADO

2a ediçãorevista, ampliada e atualizada

Edital Sistematizado -Magistratura Estadual-Garcia-Rocha-2ed.indb 3 23/09/2016 11:01:19

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APRESENTAÇÃO

O objetivo do Edital Sistematizado Magistratura Estadual (Juiz Estadual Substituto) é fornecer ferramentas úteis, objetivas e sistemáticas para a preparação ao concurso, um dos certames jurídicos mais difíceis e concorridos do país.

O livro divide cada ponto do edital, contemplando-os com:

– Mais de 4000 questões (3823 objetivas, 207 discursivas).

– Súmulas do STF, do STJ e do TSE.

– Enunciados ENFAM e FPPC (Novo Código de Processo Civil)

– Enunciados do CJF (Jornadas de Direito Civil e de Direito Comercial).

– Seleção de Informativos resumidos e recentes do STF, do STJ e do TSE.

– Seleção de temas resumidos e recentes de Repercussão Geral (STF).

– Seleção de temas resumidos e recentes de Recursos Repetitivos (STJ).

Tudo isso separado por ramo do direito e por assunto.

Assim, de modo estruturado e pedagógico, o candidato terá a oportunidade de estudar minuciosamente a jurisprudência e as súmulas aplicáveis dos Tribunais Superiores referentes a cada ponto do edital, e, principalmente, detectar se, e como, os temas foram cobrados nas provas anteriores.

Os temas de repercussão geral, recursos repetitivos e os Informativos do STF e do STJ foram selecionados dentre os noticiados nos últimos doze meses, com maior probabilidade de serem cobrados nas provas da carreira.

Em relação às questões de provas, foi elaborado um RAIO-X da incidência de cobrança em cada ponto do edital, demonstrando a frequência com que eles são mais, ou menos, exigidos, possibilitando melhor direcionamento dos estudos, e reforço na atenção àqueles assuntos mais explorados pelas bancas organizadoras.

As questões objetivas não são comentadas e visam estimular o leitor a treinar para as pro-vas. As questões discursivas são apresentadas também com esse intuito e não contém gabaritos oficiais das bancas (que normalmente não divulgam “espelhos” para esse tipo de teste).

Esperamos, assim, propiciar ao leitor melhores condições na árdua preparação para ocupar tão almejado cargo, visando ao ingresso em carreira das mais prestigiadas do serviço público brasileiro.

Contem sempre conosco.

LEONARDO GARCIA ROBERVAL ROCHA

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OBSERVAÇÕES SOBRE O NCPC

Devido à entrada em vigor do Novo Código de Processo Civil, em março de 2016, pratica-mente todas as questões de certames anteriores perderam a referência em relação aos objeti-vos dos concursos públicos.

Assim, o meio encontrado para integrar a obra foi catalogar questões novas de processo civil, de diversas carreiras jurídicas. Para tanto, foram inseridas no livro mais de trezentas e cin-quenta questões recentes, extraídas de oitenta e cinco concursos de provas realizadas em 2016.

Visando manter uma proporção aproximada com a da última edição do livro sob a égide do CPC/1973, que continha 367 questões objetivas (11,56 % do total das questões), a obra atual contém 414 questões de processo civil, que correspondem a 10,83% do somatório geral das objetivas.

Por se tratar o Direito Processual Civil de assunto vasto e muito cobrado em provas, tam-bém foram incluídos no capítulo atinente à matéria os Enunciados da Escola Nacional de For-mação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM), e os Enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC). Trata-se de material formulado pela vanguarda dos processualistas nacionais, que, além de explicar os novos eixos da disciplina, começa a influenciar bastante os doutrinadores, o que, sem dúvida, terá reflexos na área de concursos públicos jurídicos.

As súmulas aplicáveis do STF e do STJ foram cotejadas com o novo códex, mantendo-se no texto somente aquelas aplicáveis e afinadas com a novel legislação.

Espera-se, assim, manter o objetivo da Coleção Edital Sistematizado, disponibilizando mate-rial utilitário atualizado, para que o leitor possa treinar a feitura de questões, munido de notícias jurídicas e de direito sumular.

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ATUALIZAÇÃO DO LIVRO

O livro encontra-se atualizado até a data de fechamento desta edição, 12/agosto/2016, de acordo com

• Último concurso realizado: Cespe/TJ/AM/Juiz/2016.

• Súmula Vinculante do STF nº 56.

• Súmula do STF nº 736.

• Súmula do STJ nº 579.

• Súmula do TSE nº 71.

• Informativo de Jurisprudência do TSE nº XVIII/7.

• Informativo de Jurisprudência do STF nº 831.

• Informativo de Jurisprudência do STJ nº 584.

• Enunciado das Jornadas de Direito Civil do CJF nº 612.

• Enunciado das Jornadas de Direito Comercial do CJF nº 81.

• Enunciado da ENFAM nº 62.

• Enunciado da FPPC nº 616.

*Observação: os concursos TJ/AM, TJ/DFT, TJ/RJ e TJ/RS estavam em andamento na data de fecha-mento da edição deste livro.

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RAIO-X DOS CONCURSOS 31

RAIO-X DOS CONCURSOS

1. TABELA DE DISTRIBUIÇÃO GERAL DOS ÚLTIMOS CONCURSOSA tabela abaixo indica os concursos ocorridos nos últimos anos, por estado, e a respectiva

organizadora do certame.

Tabela 01

2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006

PR PUCPR UFPR UFPR PUCPR PUCPR TJ TJ

SC FCC TJ TJ TJ TJ TJ TJ

RS Faurgs TJ

ES Cespe

MG Fundep Vunesp Ejef Ejef Ejef Ejef

RJ Vunesp Vunesp Vunesp Vunesp Vunesp TJ TJ

SP Vunesp Vunesp Vunesp Vunesp Vunesp Vunesp Vunesp Vunesp

DF Cespe Cespe Cespe TJ TJ TJ TJ TJ

GO FCC FCC FCC TJ TJ

MS Vunesp PUCPR FCC FGV

MT FMP Vunesp Vunesp

AL FCC Cespe FCC

BA Cespe

CE FCC Cespe

MA Cespe Ieses

PB Cespe Cespe

PE FCC FCC FCC

PI FCC Cespe Cespe

RN Cespe

SE FCC Cespe

AC Cespe Cespe

AM Cespe FGV

AP FCC FCC

PA Vunesp Cespe FGV FGV

RO PUCPR

RR FCC FCC

TO Cespe

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32 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

2. GRÁFICO DE DISTRIBUIÇÃO ANUAL DOS ÚLTIMOS CONCURSOS

3. TABELA DE DISTRIBUIÇÃO GERAL DOS ÚLTIMOS CONCURSOS, POR ORGANIZADORASA tabela abaixo indica quais foram as instituições que organizaram os últimos certames

dessa carreira.

Tabela 02

ORGANIZADORA CONCURSOS

Cespe 19

Ejef 4

Faurgs 1

FCC 17

FGV 4

FMP 1

Fundep 1

Ieses 1

1

PUCPR 5

UFPR 2

Vunesp 18

18

TOTAL 92

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RAIO-X DAS QUESTÕES 35

RAIO-X DAS QUESTÕES

A seguir, são apresentadas as tabelas de Raio-X, que servem para orientar o estudo a ser desenvolvido, descortinando o grau de exigência e a frequência com que certos temas são explo-rados nos concursos públicos para ingresso nesta carreira jurídica.

As tabelas indicam o número total de questões objetivas e as respectivas percentagens de distribuição nas disciplinas abordadas nos concursos.

1. TODAS AS DISCIPLINAS

1.1. Geral

Tabela 05

ASSUNTOS QUESTÕES %

440 11,51%

225 5,89%

254 6,64%

414 10,83%

358 9,36%

206 5,39%

410 10,72%

405 10,59%

340 8,89%

210 5,49%

298 7,79%

263 6,88%

TOTAL GERAL 3823 100%

Tabela 06

TODAS AS DISCIPLINAS

ASSUNTOS QUESTÕES %

BLOCO 011333 34,87%

BLOCO 021379 36,07%

BLOCO 031111 29,06%

TOTAL GERAL 3823 100%

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36 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

1.3

1.3.1. Direito Civil

Tabela 07

ASSUNTOS QUESTÕES %

24 5,45%

7 1,59%

57 12,95%

141 32,05%

68 15,45%

49 11,14%

41 9,32%

0 0,00%

53 12,05%

TOTAL GERAL 440 100%

1.3.2. Direito da Criança e do Adolescente

Tabela 08

ASSUNTOS QUESTÕES %

8 3,56%

62 27,56%

9 4,00%

9 4,00%

12 5,33%

38 16,89%

2 0,89%

16 7,11%

44 19,56%

15 6,67%

10 4,44%

TOTAL GERAL 225 100%

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ANÁLISE GRÁFICA DOS DADOS 43

ANÁLISE GRÁFICA DOS DADOS

Adiante, é feita uma análise gráfica das informações contidas nas tabelas de Raio-X apre-sentadas no tópico anterior, objetivando traduzir visualmente a importância dos conteúdos mais explorados nas provas.

1. TODAS AS DISCIPLINAS

1.1. GeralDentre as disciplinas exigidas nos certames da Magistratura Estadual, nota-se uma leve

preponderância do eixo formado por Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito Penal e Direito Processual Penal, que corresponde a 44% do total de questões.

Gráfico 02

1.1.1. Por BlocosA divisão das disciplinas é feita por “blocos”, seguindo a ordem estabelecida na Resolução

nº 75/2009 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que dispõe sobre os concursos públicos para ingresso na carreira da Magistratura em todos os ramos do Poder Judiciário nacional.

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44 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

Gráfico 03

1.2.1. Direito CivilTrata-se de disciplina prioritária nestes concursos, com destaque para os seguintes pontos:

Direito das Obrigações, Direito das Coisas e Fatos Jurídicos, que concentram o grosso dos temas versados nas provas, com aproximadamente 60% do total das questões. Obrigações, por exem-plo, é assunto que, por si só, abarca quase um terço do conteúdo das provas.

Convém observar que as questões referentes ao direito de empresa foram deslocadas para capítulo próprio: Direito Empresarial.

Gráfico 04

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SUMA DOS TEMAS 53

SUMA DOS TEMAS

1. VISUALIZAÇÃO-RESUMO DOS TEMAS MAIS EXIGIDOS NAS PROVAS OBJETIVASNo texto do livro foram ressaltados os trinta temas mais exigidos nas provas objetivas.

São verdadeiros pontos-chave de estudo que merecem toda atenção e análise do leitor. Todos sinalizados em realce:

ATENÇÃO: ESTE TEMA É MUITO EXIGIDO NOS CONCURSOS!

Abaixo, uma tabela-resumo desses verdadeiros “temas sensíveis” dos concursos da car-reira. Os tópicos, que agregam 749 questões, representam estatisticamente, quase um quinto do conteúdo desses certames.

Tabela 20

CAPÍTULO / TÓPICOS Nº DE QUESTÕES

DIREITO CIVIL

20

20

20

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

23

DIREITO DO CONSUMIDOR

30

26

20

20

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

28

21

DIREITO CONSTITUCIONAL

30

22

10.1.1. ADI/ADC20

20

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54 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

DIREITO ELEITORAL

21

DIREITO PENAL

25

29

30

DIREITO PROCESSUAL PENAL

25

27

27

31

DIREITO ADMINISTRATIVO

20

23

DIREITO AMBIENTAL

30

DIREITO EMPRESARIAL

29

35

25

29

DIREITO TRIBUTÁRIO

23

2. VISUALIZAÇÃO-RESUMO DE TODOS OS TEMAS EXIGIDOS NAS PROVAS OBJETIVASA tabela abaixo indica visualmente o grau de exigência dos tópicos de cada disciplina.

As questões objetivas são totalizadas por símbolos. Cada um dos símbolos utilizados agrega um conjunto de até cinco questões.

O gradiente/simbologia indica o número acumulado de questões em cada item, eviden-ciando o perfil estatístico que as bancas organizadoras adotam na feitura das provas.

Tabela 21

CAPÍTULO / TÓPICOS QUESTÕES

DIREITO CIVIL

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DIREITO CIVIL 59BLOCO I

DIREITO CIVIL

CJF/Civil 397. A emancipação por concessão dos pais ou por sentença do juiz está sujeita a descons-tituição por vício de vontade.

CJF/Civil 530. A emancipação, por si só, não elide a incidência do Estatuto da Criança e do Adoles-cente.

2) Dos Direitos da PersonalidadeCJF/Civil 4. O exercício dos direitos da personali-

dade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral.

CJF/Civil 5. (1) As disposições do art. 12 têm cará-ter geral e aplicam-se inclusive às situações previs-tas no art. 20, excepcionados os casos expressos de legitimidade para requerer as medidas nele estabelecidas; (2) As disposições do art. 20 do novo Código Civil têm a finalidade específica de regrar a projeção dos bens personalíssimos nas situações nele enumeradas. Com exceção dos casos expres-sos de legitimação que se conformem com a tipifi-cação preconizada nessa norma, a ela podem ser aplicadas subsidiariamente as regras instituídas no art. 12.

CJF/Civil 6. A expressão “exigência médica”, con-tida no art. 13, refere-se tanto ao bem-estar físico quanto ao bem-estar psíquico do disponente.

CJF/Civil 139. Os direitos da personalidade podem sofrer limitações, ainda que não especificamente previstas em lei, não podendo ser exercidos com abuso de direito de seu titular, contrariamente à boa-fé objetiva e aos bons costumes.

CJF/Civil 140. A primeira parte do art. 12 do Código Civil refere-se às técnicas de tutela específica, apli-cáveis de ofício, enunciadas no art. 461 do Código de Processo Civil, devendo ser interpretada com resultado extensivo.

CJF/Civil 274. Os direitos da personalidade, regu-lados de maneira não exaustiva pelo Código Civil, são expressões da cláusula geral de tutela da pes-soa humana, contida no art. 1º, III, da Constituição (princípio da dignidade da pessoa humana). Em caso de colisão entre eles, como nenhum pode sobrelevar os demais, deve-se aplicar a técnica da ponderação.

1. DAS PESSOAS

STJ 387. É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.

STJ 403. Independe de prova do prejuízo a inde-nização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.

1) Da Personalidade e da CapacidadeCJF/Civil 1. A proteção que o Código defere ao

nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura.

CJF/Civil 2. Sem prejuízo dos direitos da perso-nalidade nele assegurados, o art. 2º do Código Civil não é sede adequada para questões emergentes da reprogenética humana, que deve ser objeto de um estatuto próprio.

CJF/Civil 3. A redução do limite etário para a definição da capacidade civil aos 18 anos não altera o disposto no art. 16, I, da Lei n. 8.213/91, que regula específica situação de dependência econômica para fins previdenciários e outras situações similares de proteção, previstas em legislação especial.

CJF/Civil 272. Não é admitida em nosso orde-namento jurídico a adoção por ato extrajudicial, sendo indispensável a atuação jurisdicional, inclu-sive para a adoção de maiores de dezoito anos.

CJF/Civil 273. Tanto na adoção bilateral quanto na unilateral, quando não se preserva o vínculo com qualquer dos genitores originários, deverá ser averbado o cancelamento do registro originário de nascimento do adotado, lavrando-se novo registro. Sendo unilateral a adoção, e sempre que se pre-serve o vínculo originário com um dos genitores, deverá ser averbada a substituição do nome do pai ou da mãe natural pelo nome do pai ou da mãe adotivos.

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60 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

CJF/Civil 275. O rol dos legitimados de que tra-tam os arts. 12, parágrafo único, e 20, parágrafo único, do Código Civil também compreende o com-panheiro.

CJF/Civil 276. O art. 13 do Código Civil, ao per-mitir a disposição do próprio corpo por exigência médica, autoriza as cirurgias de transgenitalização, em conformidade com os procedimentos estabe-lecidos pelo Conselho Federal de Medicina, e a consequente alteração do prenome e do sexo no Registro Civil.

CJF/Civil 277. O art. 14 do Código Civil, ao afirmar a validade da disposição gratuita do próprio corpo, com objetivo científico ou altruístico, para depois da morte, determinou que a manifestação expressa do doador de órgãos em vida prevalece sobre a vontade dos familiares, portanto, a aplicação do art. 4º da Lei n. 9.434/97 ficou restrita à hipótese de silêncio do potencial doador.

CJF/Civil 278. A publicidade que venha a divulgar, sem autorização, qualidades inerentes a determi-nada pessoa, ainda que sem mencionar seu nome, mas sendo capaz de identificá-la, constitui violação a direito da personalidade.

CJF/Civil 279. A proteção à imagem deve ser ponderada com outros interesses constitucional-mente tutelados, especialmente em face do direito de amplo acesso à informação e da liberdade de imprensa. Em caso de colisão, levar-se-á em conta a notoriedade do retratado e dos fatos abordados, bem como a veracidade destes e, ainda, as carac-terísticas de sua utilização (comercial, informativa, biográfica), privilegiando-se medidas que não res-trinjam a divulgação de informações.

CJF/Civil 398. As medidas previstas no art. 12, parágrafo único, do Código Civil podem ser invoca-das por qualquer uma das pessoas ali mencionadas de forma concorrente e autônoma.

CJF/Civil 399. Os poderes conferidos aos legitima-dos para a tutela “post mortem” dos direitos da personalidade, nos termos dos arts. 12, parágrafo único, e 20, parágrafo único, do CC, não compreen-dem a faculdade de limitação voluntária.

CJF/Civil 400. Os parágrafos únicos dos arts. 12 e 20 asseguram legitimidade, por direito próprio, aos parentes, cônjuge ou companheiro para a tutela contra a lesão perpetrada “post mortem”.

CJF/Civil 401. Não contraria os bons costumes a cessão gratuita de direitos de uso de material biológico para fins de pesquisa científica, desde

que a manifestação de vontade tenha sido livre e esclarecida e puder ser revogada a qualquer tempo, conforme as normas éticas que regem a pesquisa científica e o respeito aos direitos fun-damentais.

CJF/Civil 402. O art. 14, parágrafo único, do Código Civil, fundado no consentimento informado, não dispensa o consentimento dos adolescentes para a doação de medula óssea prevista no art. 9º, § 6º, da Lei n. 9.434/1997 por aplicação analógica dos arts. 28, § 2º (alterado pela Lei n. 12.010/2009), e 45, § 2º, do ECA.

CJF/Civil 403. O direito à inviolabilidade de cons-ciência e de crença, previsto no art. 5º, VI, da Cons-tituição Federal, aplica-se também à pessoa que se nega a tratamento médico, inclusive transfu-são de sangue, com ou sem risco de morte, em razão do tratamento ou da falta dele, desde que observados os seguintes critérios: a) capacidade civil plena, excluído o suprimento pelo represen-tante ou assistente; b) manifestação de vontade livre, consciente e informada; e c) oposição que diga respeito exclusivamente à própria pessoa do declarante.

CJF/Civil 404. A tutela da privacidade da pes-soa humana compreende os controles espacial, contextual e temporal dos próprios dados, sendo necessário seu expresso consentimento para trata-mento de informações que versem especialmente o estado de saúde, a condição sexual, a origem racial ou étnica, as convicções religiosas, filosóficas e políticas.

CJF/Civil 405. As informações genéticas são parte da vida privada e não podem ser utilizadas para fins diversos daqueles que motivaram seu arma-zenamento, registro ou uso, salvo com autorização do titular.

CJF/Civil 531. A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento.

CJF/Civil 532. É permitida a disposição gratuita do próprio corpo com objetivos exclusivamente cientí-ficos, nos termos dos arts. 11 e 13 do Código Civil.

CJF/Civil 533. O paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre todos os aspectos concer-nentes a tratamento médico que possa lhe causar risco de vida, seja imediato ou mediato, salvo as situações de emergência ou no curso de proce-dimentos médicos cirúrgicos que não possam ser interrompidos.

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DIREITO CIVIL 61

CJF/Civil 576. O direito ao esquecimento pode ser assegurado por tutela judicial inibitória.

3) Da AusênciaCJF/Civil 97. No que tange à tutela especial da

família, as regras do Código Civil que se referem apenas ao cônjuge devem ser estendidas à situação jurídica que envolve o companheirismo, como por exemplo na hipótese de nomeação de curador dos bens do ausente (art. 25 do Código Civil).

QUESTÕES OBJETIVAS

01. (Cespe/TJ/DFT/Juiz/2014-1) Assinale a opção correta à luz do entendimento jurispruden-

cial predominante no STJ.a) Admite-se a alteração do regime de bens dos

casamentos celebrados após a vigência do Código Civil de 2002, independentemente de qualquer ressalva em relação a direitos de ter-ceiros, inclusive dos entes públicos, em respeito ao princípio da autonomia dos consortes.

b) A paternidade socioafetiva decorrente de ado-ção à brasileira impede a anulação do regis-tro de nascimento para o reconhecimento da paternidade biológica, ainda quando requerida pelo filho adotado nessas circunstâncias.

c) Permite-se a averbação, no termo de nasci-mento do filho, da alteração do patronímico materno em decorrência do casamento, mas não a averbação do nome de solteira da geni-tora, caso esta, em decorrência de divórcio ou separação judicial, deixe de utilizar o nome de casada.

d) A prática conhecida como adoção à brasileira, assim como a adoção legal, rompe definitiva-mente os vínculos civis entre o filho e os pais biológicos, desfazendo, por consequência, todos os consectários legais da paternidade biológica, como os registrais, os patrimoniais e os hereditários.

e) O direito de reconhecimento da origem genética insere-se nos atributos da própria personali-dade, de modo que, entre o vínculo socioafe-tivo decorrente da adoção à brasileira e os vínculos biológicos decorrentes do nascimento, devem prevalecer os vínculos biológicos, sem-pre que o filho assim desejar.

02. (PUC-PR/TJ/PR/Juiz/2014) Sobre personali-dade e direitos de personalidade, é correta

a assertiva:

a) Consistem em direitos da personalidade, den-tre outros: o direito à vida, ao próprio corpo, à liberdade de pensamento e de expressão, à liberdade, à honra, ao recato, à imagem e à identidade.

b) A personalidade civil começa com a concepção.c) Os direitos de personalidade são, sem exceção,

intransmissíveis, irrenunciáveis e ilimitados.d) Os direitos de personalidade perduram e

podem ser exercidos pelo próprio titular, ou representante, exclusivamente em vida.

03. (Vunesp/TJ/MT/Juiz/2009) Editora lança livro narrando a biografia de cantor famoso, já

falecido. Na obra, há menção a fatos desonrosos referentes ao cantor. Seus filhos, sem pretenderem impedir a veiculação do livro, por ofender a honra e imagem do pai, requerem indenização por danos. Em razão do exposto, indique a alternativa correta.a) Os filhos não podem ingressar com ação com

esse objetivo, pois os direitos da personalidade guardam como principal característica a sua intransmissibilidade.

b) Os filhos pleiteiam tutela por direito próprio, pois a imagem, o nome e os feitos do biogra-fado projetaram efeitos patrimoniais para além de sua morte, que se incorporaram ao patrimô-nio dos filhos.

c) O exercício da livre manifestação do pensa-mento, da expressão intelectual e da profissão autorizam a biografia de pessoas famosas, visto que sua vida é pública.

d) Não sendo o caso de intenção difamatória, mas apenas o relato da vida, o nome da pessoa pode ser empregado por publicações impres-sas, mesmo que acabe atingindo sua honra.

e) A vida privada da pessoa natural é inviolável, e os filhos somente poderão pleitear as pro-vidências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.

04. (Vunesp/TJ/MG/Juiz/2012) Assinale a alter-nativa correta com relação aos direitos da

personalidade.a) Os direitos da personalidade são transmissíveis

e renunciáveis, podendo seu exercício sofrer limitação voluntária, salvo se a lei excepcionar.

b) Para proteção da utilização da imagem não autorizada de pessoa morta, nas hipóteses da lei civil, é parte legítima para requerer a medida judicial protetiva somente o cônjuge sobrevivo.

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62 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

c) É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição onerosa do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.

d) Terá legitimação para requerer medida judi-cial para que cesse lesão a direito da perso-nalidade do morto o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente na linha reta, ou colateral até o quarto grau.

05. (Vunesp/TJ/SP/Juiz/2013) Acerca da personali-dade, é correto afirmar que:

a) embora não exista mais o instituto romano da morte civil, é possível renunciar-se a certos direitos da personalidade, na forma da lei.

b) a morte pode ser real ou presumida, havendo a primeira quando cessam as funções vitais, e a segunda, somente quando alguém, desapa-recido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.

c) se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, pre-sume-se que a morte do mais velho precedeu a do mais jovem.

d) não obstante a existência se extinguir com a morte, é tutelável a ameaça ou lesão aos direi-tos de personalidade do morto.

06. (Cespe/TJ/AM/Juiz/2016) Assinale a opção correta a respeito da pessoa natural e da

pessoa jurídica.a) Será tido como inexistente o ato praticado por

pessoa absolutamente incapaz sem a devida representação legal.

b) Pelo critério da idade, crianças são considera-das absolutamente incapazes e adolescentes, relativamente incapazes.

c) As fundações são entidades de direito privado e se caracterizam pela união de pessoas com o escopo de alcançarem fins não econômicos.

d) Para se adquirir a capacidade civil plena, é necessário alcançar a maioridade civil, mas é possível que, ainda que maior de dezoito anos, a pessoa natural seja incapaz de exercer pes-soalmente os atos da vida civil.

e) O reconhecimento da morte presumida, quando for extremamente provável a morte de quem estava com a vida sob risco, independe da declaração da ausência.

07. (Cespe/TJ/PB/Juiz/2015) Acerca das pessoas naturais, assinale a opção correta.

a) A emancipação voluntária depende de decisão judicial e de averbação no cartório do registro civil do lugar onde estiver registrada a pessoa emancipada.

b) A comoriência é a presunção de simultaneidade de óbitos e o seu reconhecimento depende da demonstração de que os comorientes falece-ram nas mesmas condições de tempo e local, não se podendo comprovar qual morte prece-deu às demais.

c) O registro civil das pessoas naturais é obrigató-rio e tem natureza constitutiva.

d) A legislação civil brasileira admite o reconhe-cimento de morte sem a existência de cadá-ver e sem a necessidade de declaração de ausência.

e) Os menores de dezesseis anos são absoluta-mente incapazes, de fato e de direito, e, mesmo que representados, não têm legitimação para determinados atos.

08. (Vunesp/TJ/SP/Juiz/2015) No que tange aos direitos da personalidade, assinale a alter-

nativa correta.a) A transmissão da palavra de determinada pes-

soa poderá, sempre e em qualquer circunstân-cia, ser proibida a seu requerimento e sem pre-juízo da indenização que couber, se lhe atingir a honra ou se destinada a fins comerciais.

b) O pseudônimo licitamente utilizado goza da proteção que se dá ao nome.

c) A proteção dos direitos da personalidade aplica-se igualmente às pessoas jurídicas.

d) É garantia legal a irrestrita liberdade de dispo-sição do próprio corpo.

09. (FCC/TJ/PI/Juiz/2015) Em se tratando de morto, para exigir que cesse a ameaça ou

a lesão a direito da personalidade, e reclamar per-das e danos:a) terão legitimação o cônjuge sobrevivente, os

parentes afins na linha reta e os parentes na linha colateral sem limitação de grau.

b) não há legitimado, porque essa ação é personalíssima.

c) somente o Ministério Público terá legitimação, porque a morte extingue os vínculos de afini-dade e de parentesco.

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DIREITO CIVIL 63

d) terá legitimação o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta ou colateral até o quarto grau.

e) terão legitimação somente o cônjuge ou com-panheiro sobrevivente e os parentes em linha reta.

10. (Cespe/TJ/DFT/Juiz/2014-1) Acerca da pres-crição e da proteção jurídica à intimidade,

assinale a opção correta.a) A tutela da dignidade da pessoa humana na

sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento.

b) O interesse público na divulgação de casos judi-ciais sempre deverá prevalecer sobre a privaci-dade ou intimidade dos envolvidos.

c) A exibição não autorizada de imagem de vítima de crime amplamente noticiado à época dos fatos, ainda que uma única vez, gera, por si só, direito de compensação por danos morais aos seus familiares.

d) À pretensão de cobrança de cotas condomi-niais aplica-se a regra geral da prescrição decenal, contada a partir do vencimento de cada parcela, conforme disposto no vigente Código Civil.

e) A veracidade de uma notícia confere a ela inquestionável licitude, razão pela qual não há qualquer obstáculo à sua divulgação, dado o direito à informação e à liberdade de imprensa.

GAB01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

E A B D D E D B D A

»» Vide, também, no capítulo Direito Empresarial: Desconsideração da Personalidade Jurídica.

STJ 227. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

STJ 525. A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judi-ciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais.

1) Disposições GeraisCJF/Civil 7. Só se aplica a desconsideração da

personalidade jurídica quando houver a prática de

ato irregular, e limitadamente, aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido.

CJF/Civil 51. A teoria da desconsideração da personalidade jurídica – “disregard doctrine” fica positivada no novo Código Civil, mantidos os parâ-metros existentes nos microssistemas legais e na construção jurídica sobre o tema.

CJF/Civil 141. A remissão do art. 41, parágrafo único, do CC às “pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado”, diz respeito às fundações públicas e aos entes de fiscalização do exercício profissional.

CJF/Civil 142. Os partidos políticos, os sindicatos e as associações religiosas possuem natureza asso-ciativa, aplicando-se-lhes o Código Civil.

CJF/Civil 143. A liberdade de funcionamento das organizações religiosas não afasta o controle de legalidade e legitimidade constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexame pelo Judi-ciário da compatibilidade de seus atos com a lei e com seus estatutos.

CJF/Civil 144. A relação das pessoas jurídicas de Direito Privado, constante do art. 44, incs. I a V, do Código Civil, não é exaustiva.

CJF/Civil 145. O art. 47 não afasta a aplicação da teoria da aparência.

CJF/Civil 146. Nas relações civis, interpretam-se restritivamente os parâmetros de desconsideração da personalidade jurídica previstos no art. 50 (des-vio de finalidade social ou confusão patrimonial). (Este Enunciado não prejudica o enunciado n. 7).

CJF/Civil 280. Por força do art. 44, § 2º, conside-ram-se aplicáveis às sociedades reguladas pelo Livro II da Parte Especial, exceto às limitadas, os arts. 57 e 60, nos seguintes termos: a) Em havendo previsão contratual, é possível aos sócios delibe-rar a exclusão de sócio por justa causa, pela via extrajudicial, cabendo ao contrato disciplinar o procedimento de exclusão, assegurado o direito de defesa, por aplicação analógica do art. 1.085; b) As deliberações sociais poderão ser convocadas pela iniciativa de sócios que representem 1/5 (um quinto) do capital social, na omissão do contrato. A mesma regra aplica-se na hipótese de criação, pelo contrato, de outros órgãos de deliberação colegiada.

CJF/Civil 281. A aplicação da teoria da desconside-ração, descrita no art. 50 do Código Civil, prescinde da demonstração de insolvência da pessoa jurídica.

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64 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

CJF/Civil 282. O encerramento irregular das ativi-dades da pessoa jurídica, por si só, não basta para caracterizar abuso de personalidade jurídica.

CJF/Civil 283. É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denominada “inversa” para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros.

CJF/Civil 284. As pessoas jurídicas de direito pri-vado sem fins lucrativos ou de fins não econômicos estão abrangidas no conceito de abuso da persona-lidade jurídica.

CJF/Civil 285. A teoria da desconsideração, pre-vista no art. 50 do Código Civil, pode ser invocada pela pessoa jurídica em seu favor.

CJF/Civil 286. Os direitos da personalidade são direitos inerentes e essenciais à pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as pes-soas jurídicas titulares de tais direitos.

CJF/Civil 406. A desconsideração da personali-dade jurídica alcança os grupos de sociedade quando presentes os pressupostos do art. 50 do Código Civil e houver prejuízo para os credores até o limite transferido entre as sociedades.

CJF/Comercial 9. Quando aplicado às relações jurídicas empresariais, o art. 50 do Código Civil não pode ser interpretado analogamente ao art. 28, § 5º, do CDC ou ao art. 2º, § 2º, da CLT.

2) Das AssociaçõesCJF/Civil 280. Por força do art. 44, § 2º, conside-

ram-se aplicáveis às sociedades reguladas pelo Livro II da Parte Especial, exceto às limitadas, os arts. 57 e 60, nos seguintes termos: a) Em havendo previsão contratual, é possível aos sócios delibe-rar a exclusão de sócio por justa causa, pela via extrajudicial, cabendo ao contrato disciplinar o procedimento de exclusão, assegurado o direito de defesa, por aplicação analógica do art. 1.085; b) As deliberações sociais poderão ser convocadas pela iniciativa de sócios que representem 1/5 (um quinto) do capital social, na omissão do contrato. A mesma regra aplica-se na hipótese de criação, pelo contrato, de outros órgãos de deliberação colegiada.

CJF/Civil 407. A obrigatoriedade de destinação do patrimônio líquido remanescente da associa-ção a instituição municipal, estadual ou federal de fins idênticos ou semelhantes, em face da omissão do estatuto, possui caráter subsidiário, devendo

prevalecer a vontade dos associados, desde que seja contemplada entidade que persiga fins não econômicos.

CJF/Civil 534. As associações podem desenvolver atividade econômica, desde que não haja finali-dade lucrativa.

CJF/Civil 577. A possibilidade de instituição de categorias de associados com vantagens especiais admite a atribuição de pesos diferenciados ao direito de voto, desde que isso não acarrete a sua supressão em relação a matérias previstas no art. 59 do CC.

3) Das FundaçõesCJF/Civil 8. A constituição de fundação para fins

científicos, educacionais ou de promoção do meio ambiente está compreendida no CC, art. 62, pará-grafo único.

CJF/Civil 9. O art. 62, parágrafo único, deve ser interpretado de modo a excluir apenas as funda-ções de fins lucrativos.

CJF/Civil 10. Em face do princípio da especia-lidade, o art. 66, § 1º, deve ser interpretado em sintonia com os arts. 70 e 178 da LC n. 75/93.

CJF/Civil 147. A expressão “por mais de um Estado”, contida no § 2º do art. 66, não exclui o Dis-trito Federal e os Territórios. A atribuição de velar pelas fundações, prevista no art. 66 e seus parágra-fos, ao MP local isto é, dos Estados, DF e Territórios onde situadas não exclui a necessidade de fiscali-zação de tais pessoas jurídicas pelo MPF, quando se tratar de fundações instituídas ou mantidas pela União, autarquia ou empresa pública federal, ou que destas recebam verbas, nos termos da Consti-tuição, da LC n. 75/93 e da Lei de Improbidade.

QUESTÕES DISCURSIVAS

01. (Officium/TJ/RS/Juiz/2012) A “disregard doc-trine” tem assento no direito privado e foi

desenvolvida com vistas a afastar os efeitos dano-sos da inadimplência obrigacional. Discorra sobre o tema, em especial: (i) histórico; (ii) teoria maior; (iii) teoria menor e (iv) desconsideração inversa.

QUESTÕES OBJETIVAS

01. (Cespe/TJ/BA/Juiz/2012) A respeito das pes-soas jurídicas, assinale a opção correta.

a) A quebra de “affectio societatis” mostra-se causa suficiente à exclusão de sócio minoritário.

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DIREITO CIVIL 65

b) As novas disposições sobre a desconsideração da personalidade jurídica constantes no Código Civil implicaram mudança nas disposições rela-tivas a essa matéria constantes no CDC.

c) A fundação constituída “inter vivos” será extinta se o instituidor não lhe transferir a propriedade do bem dotado.

d) Na transformação, é extinta a personalidade anterior à alteração para o novo modelo societário.

e) Na interpretação das normas relativas à empresa, deve-se considerar o princípio da função social.

02. (FCC/TJ/PE/Juiz/2013) São pessoas jurídicas de direito privado, segundo o Código Civil:

a) as associações, inclusive as associações públi-cas, em razão da atividade que exercerem.

b) as organizações religiosas e as autarquias.c) os partidos políticos e as empresas individuais

de responsabilidade limitada.d) as fundações e os condomínios em edificação.e) as pessoas jurídicas que forem regidas pelo

direito internacional público, quando as respectivas sedes se acharem em países estrangeiros.

03. (PUC-PR/TJ/RO/Juiz/2011) Acerca das pessoas jurídicas, assinale a única alternativa correta.

a) As associações se organizam para fins não eco-nômicos, estabelecendo em seus estatutos, entre outros, os direitos e deveres dos asso-ciados e direitos e deveres recíprocos entre a pessoa dos associados.

b) As pessoas jurídicas elencadas no Código Civil são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Entre elas encontram-se as organizações religiosas.

c) Para alterar estatuto da fundação, a reforma deverá ser deliberada por dois terços dos com-petentes para gerir e representá-la. Se apro-vada por quatro quintos, em face da ampla maioria, ao submeter o estatuto ao órgão do Ministério Público, é desnecessário o reque-rimento de ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser.

d) O prazo para anular a constituição das pes-soas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, decai em dois anos, con-tado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.

e) Os associados devem ter iguais direitos, vedado ao estatuto da associação instituir categorias com vantagens especiais.

04. (Officium/TJ/RS/Juiz/2012) A “Disregard of Legal Entity” é a teoria da superação da

personalidade jurídica da empresa, que teve sua aplicação consolidada no art. 50 do Código Civil. Em relação a esta teoria, considere as assertivas abaixo.I. Poderá ser desconsiderada a personalidade

jurídica sempre que constituir obstáculo ao res-sarcimento dos prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.

II. Poderá ser desconsiderada a personalidade jurídica sempre que constituir, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento dos prejuí-zos causados ao consumidor.

III. A infração à ordem econômica poderá ser motivo da aplicação desta doutrina quando houver da parte do responsável abuso de direito, excesso de poder, infração à lei, fato ou ato ilícito, ou violação dos estatutos ou contrato social.

Quais são corretas?a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas II e III.e) I, II e III.

05. (Vunesp/TJ/PA/Juiz/2014) No que diz respeito à desconsideração da personalidade jurí-

dica, assinale a alternativa correta.a) Possui como objetivo preservar a dependência

da pessoa jurídica com o sócio ao coibir os atos praticados pelos seus sócios.

b) Visa à anulação da personalidade jurídica quando não for possível encontrar bens do sócio que satisfaçam a obrigação.

c) A insolvência ou falência da pessoa jurídica, acarretando no inadimplemento de suas obri-gações, caracteriza sua desconsideração.

d) A desconsideração inversa é o afastamento do princípio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica para responsabilizar a sociedade por obrigação do sócio.

e) A personalidade jurídica da sociedade se con-funde com a personalidade jurídica dos sócios, por isso o sócio pode postular em nome pró-prio direito de entidade.

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66 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

06. (UFPR/TJ/PR/Juiz/2013) A aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurí-

dica é medida excepcional, pois o patrimônio da pessoa jurídica não se confunde nem se identifica com o patrimônio individual das pessoas natu-rais que a compõem. Nesse contexto, é correto afirmar:a) Por ser medida de exceção, a desconsidera-

ção da personalidade jurídica volta-se contra o detentor efetivo da empresa, não atingindo os diretores assalariados ou empregados não participantes do controle acionário.

b) Ao decretar a desconsideração da persona-lidade jurídica, o magistrado está atingindo a autonomia subjetiva da pessoa coletiva, de modo a acarretar sua dissolução ou liquidação.

c) A desconsideração inversa da personalidade jurídica ocorre para apuração de atividades fraudadoras praticadas por sociedades que se encontram dentro de um mesmo grupo econômico.

d) O Código Civil de 2002, em seu art. 50, estatui que qualquer abuso de personalidade jurídica, que acarretar fraude contra credores ou danos a terceiros, desde que devidamente comprova-dos, autoriza o magistrado a declarar a descon-sideração da personalidade jurídica.

07. (Cespe/TJ/DFT/Juiz/2016) No que se refere às pessoas, assinale a opção correta.

a) A declaração de ausência é a condição eficiente ao recebimento da indenização do seguro de vida da pessoa desaparecida.

b) Está consolidado o entendimento, na doutrina e na jurisprudência, que a oposição de cons-ciência ou de crença pode ser exercida por representante legal de adolescente para impe-dir transfusão de sangue, ainda que urgente e necessária.

c) Dentre as pessoas jurídicas de direito público interno, estão as autarquias, as associações públicas, as entidades de caráter privado que se tenha dado estrutura de direito público.

d) Conforme entendimento prevalente do STJ, a dissolução da sociedade comercial, ainda que irregular, não é causa que, isolada, baste à des-consideração da personalidade jurídica.

e) A emancipação voluntária dos pais é ato revogável, com efeitos a partir do ato de revogação.

08. (Cespe/TJ/RN/Juiz/2013) Assinale a opção cor-reta a respeito do domicílio.

a) O domicílio das pessoas jurídicas restringe-se ao lugar de funcionamento das respectivas diretorias e administrações.

b) Aos contratantes não é permitido especificar, nos contratos escritos, o domicílio onde se exer-citem e cumpram os direitos e obrigações dos contratos.

c) Considera-se domicílio da pessoa natural que viva alternadamente em várias residências tão somente o lugar onde ela permaneça por mais tempo, sendo a pluralidade de domicílios per-mitida apenas às pessoas jurídicas.

d) Considera-se o domicílio da pessoa natural que não tenha residência habitual o lugar de seu nascimento.

e) O marítimo, o incapaz, o servidor público, o militar e o preso têm domicílio necessário.

09. (FCC/TJ/AL/Juiz/2015) São pessoas jurídicas de direito público externo:

a) a União e os Estados federados, quando cele-bram contratos internacionais.

b) somente os organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas.

c) apenas os Estados estrangeiros.

d) os Estados estrangeiros e a União.

e) os Estados estrangeiros e aquelas regidas pelo direito internacional público.

10. (FCC/TJ/PE/Juiz/2015) Segundo a legislação civil vigente:

a) a proteção dos direitos da personalidade é de aplicação irrestrita para as pessoas jurídicas.

b) aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.

c) apenas quanto à utilização do nome é que se aplica às pessoas jurídicas a proteção dos direi-tos da personalidade.

d) para caracterização de dano moral à pessoa jurídica é imprescindível que também ocorra dano patrimonial.

e) às pessoas jurídicas não se concede indeniza-ção por dano moral.

GAB01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

E C B E D A D E E B

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DIREITO CIVIL 67

STF 363. A pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no domicílio da agência, ou estabelecimento, em que se praticou o ato.

CJF/Civil 408. Para efeitos de interpretação da expressão “domicílio” do art. 7º da Lei de Intro-dução às Normas do Direito Brasileiro, deve ser considerada, nas hipóteses de litígio internacional relativo a criança ou adolescente, a residência habi-tual destes, pois se trata de situação fática interna-cionalmente aceita e conhecida.

QUESTÕES OBJETIVAS

01. (Cespe/TJ/PA/Juiz/2012) A respeito do domi-cílio da pessoa natural, assinale a opção

correta.a) Se a pessoa possuir mais de um domicílio, o

local onde ela exercer atividade profissional será considerado o domicílio para fins legais.

b) Para a lei, o elemento subjetivo mostra-se importante na definição do domicílio.

c) O domicílio profissional é tratado pela lei como residual.

d) É considerado especial o domicílio do itinerante.e) A definitividade não é critério legal para se

estabelecer o domicílio.

02. (Cespe/TJ/MA/Juiz/2013) Assinale a opção correta no que se refere a disposições

gerais do Código Civil.a) Caso um profissional que tenha negócios nas

cidades A, B e C seja demandado judicialmente por fato ocorrido na cidade C e a demanda tenha relação com o exercício de sua profissão, essa cidade será considerada o domicílio do profissional para esse fim.

b) Devem ser registrados em registro público os nascimentos, casamentos e óbitos; a emancipa-ção por outorga dos pais ou por sentença do juiz; a interdição por incapacidade absoluta ou relativa e a sentença declaratória do restabele-cimento de sociedade conjugal e de ausência e de morte presumida.

c) Consideram-se interessados para o requeri-mento de declaração de ausência e de abertura

provisória da sucessão, após três anos do desa-parecimento da pessoa do seu domicílio, sem dela haver notícia, o cônjuge não separado judi-cialmente, os herdeiros necessários, legítimos ou testamentários; os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte e os credores do ausente.

d) Entre os bens reciprocamente considerados, o bem principal é o que existe sobre si, abso-luta e concretamente, e acessório, aquele cuja existência supõe a do principal; assim, quando se vende um imóvel, o vendedor, de acordo com essa regra, não pode retirar, por exemplo, o condicionador de ar instalado em um dos cômodos da casa se a retirada não estiver pre-viamente pactuada, uma vez que o acessório segue o principal.

03. (PUC-PR/TJ/RO/Juiz/2011) Dadas as assertivas abaixo, assinale a única correta.

a) Tendo a pessoa jurídica diversos estabeleci-mentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. Já para a pessoa natural domicílio é o lugar onde está estabelecida a sua resi-dência com ânimo definitivo. Se a pessoa não tiver residência habitual, ter-se-á por domicílio o lugar onde for encontrada.

b) É defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costu-mes. Para depois da morte, contudo, é válida a disposição gratuita do próprio corpo, cuja revogação do ato, se assim pretender o doador ou seus parentes, deverá ser motivada.

c) No negócio jurídico são lícitas as condições que o sujeitam ao puro arbítrio de uma das partes, desde que pactuado pelos contraentes.

d) Não pode pessoalmente exercer os atos da vida civil os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade, a exemplo da embriaguez, ainda que ocasional, em que o sujeito não tenha momentaneamente o neces-sário discernimento para a prática desses atos.

e) Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, a suspensão aproveita os outros ainda que se trate de obrigação divisível.

04. (Vunesp/TJ/RJ/Juiz/2013) Conforme o Código Civil, tem domicílio necessário:

a) a pessoa jurídica de direito privado, onde esti-ver sua sede.

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68 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

b) o marítimo, onde o navio estiver ancorado.c) o servidor público, no lugar onde exercer suas

funções, ainda que não permanentemente.d) o preso, onde cumprir a sentença.

GAB01 02 03 04

B A A D

2. DOS BENS

1) Bens PúblicosSTF 340. Desde a vigência do Código Civil, os bens

dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.

STF 477. As concessões de terras devolutas situa-das na faixa de fronteira, feitas pelos Estados, auto-rizam, apenas, o uso, permanecendo o domínio com a União, ainda que se mantenha inerte ou tole-rante, em relação aos possuidores. (Obs.: súmula com aplicação mitigada)

STF 479. As margens dos rios navegáveis são domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.

STF 480. Pertencem ao domínio e administração da União, nos termos dos artigos 4º, IV, e 186, da Constituição Federal de 1967, as terras ocupadas por silvícolas.

STF 650. Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição Federal não alcançam terras de aldeamentos extin-tos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto.

2) Cláusula de Inalienabilidade/IncomunicabilidadeSTF 49. A cláusula de inalienabilidade inclui a

incomunicabilidade dos bens.

STJ 496. Os registros de propriedade particular de imóveis situados em terrenos de marinha não são oponíveis à União.

CJF/Civil 11. Não persiste no novo sistema legisla-tivo a categoria dos bens imóveis por acessão inte-lectual, não obstante a expressão “tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente”, constante da parte final do art. 79 do CC.

CJF/Civil 287. O critério da classificação de bens indicado no art. 98 do Código Civil não exaure a enumeração dos bens públicos, podendo ainda ser classificado como tal o bem pertencente a pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à prestação de serviços públicos.

CJF/Civil 288. A pertinência subjetiva não constitui requisito imprescindível para a configuração das universalidades de fato e de direito.

CJF/Civil 535. Para a existência da pertença, o art. 93 do Código Civil não exige elemento subjetivo como requisito para o ato de destinação.

QUESTÕES OBJETIVAS

01. (FCC/TJ/PE/Juiz/2013) Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis:

a) por disposição expressa de lei ou pela vontade das partes, desde que, neste caso, o prazo de obrigatoriedade da indivisão não ultrapasse dez anos.

b) apenas pela vontade das partes.c) por vontade das partes, não podendo exce-

der de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doador ou pelo testador.

d) por vontade das partes, que não poderão acordá-la por prazo maior de cinco anos, insus-cetível de prorrogação ulterior.

e) apenas por disposição expressa de lei.

02. (Cespe/TJ/CE/Juiz/2012) Caso uma pessoa adquira um trator para melhor explorar sua

propriedade rural, esse bem, de acordo com o Código Civil brasileiro, caracteriza-se como:a) bem infungível.b) bem imóvel por determinação legal.c) bem imóvel por acessão industrial.d) benfeitoria.e) pertença.

03. (Cespe/TJ/AM/Juiz/2016) A propósito dos bens e do domicílio, assinale a opção cor-

reta com fundamento nos dispositivos legais, na doutrina e no entendimento jurisprudencial pátrio.a) Possuem domicílio necessário ou legal o militar,

o incapaz, o servidor público, a pessoa jurídica de direito privado e o preso.

b) Pelo princípio da gravitação jurídica, a pro-priedade dos bens acessórios segue a sorte do bem principal, podendo, entretanto, haver

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DIREITO CIVIL 69

disposição em contrário pela vontade da lei ou das partes.

c) O atributo da fungibilidade de um bem decorre exclusivamente de sua natureza.

d) Os rendimentos são considerados produto da coisa, já que sua extração e sua utilização não diminuem a substância do bem principal.

e) Ao possuidor de boa-fé faculta-se o exercício do direito de retenção para ver-se indenizado das benfeitorias úteis e voluptuárias, quando estas não puderem ser levantadas sem prejuízo ao bem principal.

04. (Cespe/TJ/PB/Juiz/2015) Assinale a opção cor-reta com relação a bens.

a) O entendimento sumulado pelo STF é no sen-tido de que, em regra, o adquirente de imóvel responde pelas benfeitorias realizadas pelo locatário.

b) A lei veda a instituição de bem de família por um dos cônjuges sem a outorga do outro.

c) A proteção dos bens corpóreos e dos incor-póreos pode ser realizada por meio de tutela possessória.

d) A infungibilidade de um bem pode decorrer da manifestação de vontade da parte.

e) Os produtos são acessórios produzidos com periodicidade, e sua retirada não prejudica a substância da coisa principal.

05. (Fundep/TJ/MG/Juiz/2014) Consideram-se bens imóveis para os efeitos legais:

a) os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

b) as energias que tenham valor econômico.c) os materiais provisoriamente separados de um

prédio, para nele se reempregarem.d) os direitos reais sobre objetos móveis e as

ações correspondentes.

06. (Vunesp/TJ/MG/Juiz/2012) Os bens de uso comum do povo, desde que suscetíveis de

valoração patrimonial e desafetados, podem ser alienados porque tanto uma rua quanto uma praça, uma praia ou as margens de um rio navegável são suscetíveis de valoração patrimonial e de desafeta-ção. Assinale a alternativa correta.a) A primeira afirmativa é falsa e a segunda é

verdadeira.b) A segunda afirmativa é falsa e a primeira é

verdadeira.

c) As duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.

d) As duas afirmativas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira

07. (FGV/TJ/AM/Juiz/2013) As pertenças, de acordo com o Código Civil, são definidas

como:a) os bens públicos que constituem o patrimônio

das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

b) os bens de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.

c) os bens que, não constituindo partes integran-tes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

d) os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.

e) os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.

GAB01 02 03 04 05 06 07

C E B D C B C

3. DOS FATOS JURÍDICOS

3.1.1. Disposições Gerais

CJF/Civil 289. O valor de 30 salários mínimos cons-tante no art. 108 do Código Civil brasileiro, em refe-rência à forma pública ou particular dos negócios jurídicos que envolvam bens imóveis, é o atribuído pelas partes contratantes e não qualquer outro valor arbitrado pela Administração Pública com fina-lidade tributária.

CJF/Civil 409. Os negócios jurídicos devem ser interpretados não só conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração, mas também de acordo com as práticas habitualmente adotadas entre as partes.

CJF/Civil 421. Os contratos coligados devem ser interpretados segundo os critérios hermenêuticos do Código Civil, em especial os dos arts. 112 e 113, considerada a sua conexão funcional.

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70 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

QUESTÕES OBJETIVAS

01. (Cespe/TJ/RN/Juiz/2013) Mário, de dezesseis anos de idade, e Maria, de dezoito anos de

idade, celebraram, de forma consciente, voluntária e direta, contrato verbal de compra e venda de uma bicicleta, por meio do qual Mário ficou obri-gado a entregar a Maria o bem mediante o recebi-mento do preço ajustado. Considerando a situação hipotética apresentada e as regras relativas aos negócios jurídicos, assinale a opção correta.a) Supondo-se que o negócio tenha sido celebrado

com a devida assistência, a inclusão de termo inicial, como cláusula do negócio jurídico, sus-penderia o exercício e a aquisição do direito.

b) Caso Mário invocasse coação na celebração do contrato, alegando fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, a apre-ciação do vício pelo julgador ocorreria ape-nas quando da análise do plano da eficácia do negócio jurídico.

c) O negócio jurídico é nulo de pleno direito, pois Mário, não tendo plena capacidade para os atos da vida civil ao tempo do negócio, deveria ter sido devidamente assistido por responsá-vel legal.

d) Na hipótese retratada, mesmo sem a assistên-cia ao menor, estão presentes os pressupostos de existência do negócio jurídico.

e) Maria, plenamente capaz ao tempo do negó-cio, verificando posteriormente que não mais tenha interesse na bicicleta, poderá invocar, em benefício próprio, a incapacidade relativa de Mário.

02. (UFPR/TJ/PR/Juiz/2012) Acerca dos fatos jurídi-cos, assinale a alternativa incorreta.

a) Nos casos de condição suspensiva ou resolu-tiva, é permitido ao titular do direito eventual praticar os atos destinados a conservá-lo.

b) Subsistirá a manifestação de vontade ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, mesmo se dela o destinatário tinha conhecimento.

c) O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.

d) Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito.

03. (Cespe/TJ/PB/Juiz/2015) Acerca da interpreta-ção dos negócios jurídicos e do princípio da

boa-fé objetiva, assinale a opção correta.a) A boa-fé objetiva limita os direitos subjetivos

e constitui fonte de obrigação aos contratan-tes, de forma a estabelecer deveres implíci-tos que não estão previstos expressamente no contrato.

b) Os negócios jurídicos que estabeleçam benefício devem ter interpretação ampla.

c) De acordo com o Código Civil de 2002, não é permitido que o silêncio de um dos participan-tes seja interpretado como caracterizador de concordância com o negócio.

d) A boa-fé objetiva importa para a interpretação dos contratos, mas não pode ser fundamento para relativização da força obrigatória das avenças.

e) O negócio jurídico celebrado com reserva mental de um dos contratantes, com ou sem conhecimento do outro, deve ser considerado inexistente.

04. (FCC/TJ/AP/Juiz/2014) Consideram-se negócios jurídicos:

a) quaisquer atos jurídicos válidos.b) o contrato de locação e a notificação que o loca-

dor fizer ao locatário, para denunciar a locação prorrogada por prazo indeterminado.

c) a doação e o testamento.d) os atos de posse e a aquisição ou perda do

domicílio.e) apenas os contratos bilaterais, excluindo-se

todos os unilaterais.

GAB01 02 03 04

D B A C

3.1.2. Da Condição, do Termo e do En-cargo

STJ 35. Incide correção monetária sobre as pres-tações pagas, quando de sua restituição, em virtude da retirada ou exclusão do participante de plano de consórcio.

STJ 176. É nula a cláusula contratual que sujeita o devedor à taxa de juros divulgada pela Anbid/Cetip.

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DIREITO CIVIL 71

QUESTÕES OBJETIVAS

01. (FCC/TJ/PI/Juiz/2015) Quando o testamento foi aberto, Rubião quase caiu para trás. Advi-

nhas por quê. Era nomeado herdeiro universal do testador. Não cinco, nem dez, nem vinte contos, mas tudo, o capital inteiro, especificados os bens, casa na Corte, uma em Barbacena, escravos, apólices, ações do Banco do Brasil e de outras instituições, joias, dinheiro amoedado, livros – tudo finalmente passava às mãos do Rubião, sem desvios, sem dei-xas a nenhuma pessoa, nem esmolas, nem dívidas. Uma só condição havia no testamento, a de guardar o herdeiro consigo o seu pobre cachorro Quincas Borba, nome que lhe deu por motivo da grande afeição que lhe tinha. Exigia do dito Rubião que o tratasse como se fosse a ele próprio testador, nada poupando em seu benefício, resguardando--o de moléstias, de fugas, de roubo ou de morte que lhe quisessem dar por maldade; cuidar final-mente como se cão não fosse, mas pessoa humana. Item, impunha-lhe a condição, quando morresse o cachorro, de lhe dar sepultura decente, em terreno próprio, que cobriria de flores e plantas cheirosas; e mais desenterraria os ossos do dito cachorro, quando fosse tempo idôneo, e os recolheria a uma urna de madeira preciosa para depositá-los no lugar mais honrado da casa. (Assis, Machado de. Quincas Borba. p. 25. Saraiva, 2011). As exigências feitas a Rubião consubstanciam:a) termo final.b) condição resolutiva.c) condição suspensiva.d) termo inicial.e) encargo.

02. (FMP/TJ/MT/Juiz/2014) Assinale a alternativa incorreta:

a) A condição é elemento acidental do negócio jurídico e, não obstante isso, sendo suspensiva, invalidará o ato se for originariamente impossí-vel, uma vez que o priva de todo o efeito.

b) A condição resolutiva impossível reputa-se não escrita.

c) A letra do Código Civil em vigor leva à nuli-dade do negócio jurídico que contiver previ-são de condições ilícitas, sejam resolutivas ou suspensivas.

d) A condição logicamente incompatível com o negócio jurídico gera a nulidade da cláusula condicional, permanecendo hígido o negócio,

por ser elemento meramente acidental do negócio jurídico.

e) A condição puramente potestativa é conside-rada ilícita.

03. (FCC/TJ/PE/Juiz/2013) Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados as

condições:a) impossíveis e as de não fazer coisa impossível,

quando resolutivas.b) suspensivas quando juridicamente impossí-

veis, mas não as que forem apenas fisicamente impossíveis.

c) ilícitas, mas não as de fazer coisa ilícita, porque, neste caso, apenas a condição é inválida e não os negócios.

d) física ou juridicamente impossíveis, quando resolutivas.

e) incompreensíveis ou contraditórias.

04. (Vunesp/TJ/SP/Juiz/2014) Assinale a opção correta.

a) O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.

b) Considera-se condição a cláusula que, deri-vando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e certo.

c) Ao titular do direito eventual, nos casos de con-dição suspensiva ou resolutiva, não é permitido praticar os atos destinados a conservá-los.

d) Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, adquire-se desde logo o direito a que ele visa.

GAB01 02 03 04

E D E A

3.1.3. Dos Defeitos do Negócio Jurídico

STJ 195. Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores.

1) Do Erro ou IgnorânciaCJF/Civil 12. Na sistemática do art. 138, é irrele-

vante ser ou não escusável o erro, porque o dispo-sitivo adota o princípio da confiança.

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72 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

2) Do Estado de PerigoCJF/Civil 148. Ao “estado de perigo” (art. 156)

aplica-se, por analogia, o disposto no § 2º do art. 157.

3) Da LesãoCJF/Civil 149. Em atenção ao princípio da conser-

vação dos contratos, a verificação da lesão deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial do negócio jurídico e não à sua anulação, sendo dever do magistrado incitar os contratantes a seguir as regras do art. 157, § 2º, do Código Civil de 2002.

CJF/Civil 150. A lesão de que trata o art. 157 do Código Civil não exige dolo de aproveitamento.

CJF/Civil 290. A lesão acarretará a anulação do negócio jurídico quando verificada, na formação deste, a desproporção manifesta entre as presta-ções assumidas pelas partes, não se presumindo a premente necessidade ou a inexperiência do lesado.

CJF/Civil 291. Nas hipóteses de lesão previstas no art. 157 do Código Civil, pode o lesionado optar por não pleitear a anulação do negócio jurídico, deduzindo, desde logo, pretensão com vista à revisão judicial do negócio por meio da redução do proveito do lesionador ou do complemento do preço.

CJF/Civil 410. A inexperiência a que se refere o art. 157 não deve necessariamente significar ima-turidade ou desconhecimento em relação à prática de negócios jurídicos em geral, podendo ocorrer também quando o lesado, ainda que estipule con-tratos costumeiramente, não tenha conhecimento específico sobre o negócio em causa.

4) Da Fraude Contra CredoresCJF/Civil 151. O ajuizamento da ação pauliana

pelo credor com garantia real (art. 158, § 1º) pres-cinde de prévio reconhecimento judicial da insufi-ciência da garantia.

CJF/Civil 292. Para os efeitos do art. 158, § 2º, a anterioridade do crédito é determinada pela causa que lhe dá origem, independentemente de seu reconhecimento por decisão judicial.

QUESTÕES DISCURSIVAS

01. (TJ/RJ/Juiz/2013) À luz da jurisprudência pre-dominante, a fraude contra credores con-

duz à anulabilidade do negócio jurídico? Responda fundamentadamente.

02. (Cespe/TJ/AL/Juiz/2008) João intentou ação em que pretende a anulação da venda de

um carro de Ana sua devedora, a Pedro. Alegou que a venda foi realizada apesar de Pedro saber que Ana, em virtude das dívidas resultantes de seu tra-tamento de saúde, não possuía dinheiro suficiente para pagar suas dívidas e o negócio agravaria a já configurada incapacidade de o patrimônio da vendedora garantir todas as dívidas pendentes, o que acarretaria defeito do negócio. Pedro e Ana foram arrolados como litisconsortes passivos e, após regular citação, alegaram que estavam cien-tes da situação financeira da vendedora e que o negócio era válido, pois o veículo fora vendido pelo valor de mercado, estando, assim, ausente a lesão ou qualquer outro defeito, já que o autor não apon-tara dispositivo legal que sustentasse sua alegação. Diante dessa situação hipotética, apresente a solu-ção que o juiz deve aplicar à questão da anulação do negócio, fundamentando a resposta com refe-rência aos dispositivos legais aplicáveis.

QUESTÕES OBJETIVAS

01. (Vunesp/TJ/SP/Juiz/2013) Em matéria de ine-ficácia “lato sensu” do negócio jurídico, é

correto afirmar-se:a) O erro de direito, consistente em falsa suposi-

ção decorrente do desconhecimento do direito aplicável, jamais configura erro substancial capaz de viciar o negócio jurídico.

b) Uma vez demonstrada a simulação do negócio jurídico, seja ela absoluta ou relativa, será ele anulado na sua inteireza.

c) No que concerne ao elemento subjetivo da fraude pauliana, não se exige intenção de pre-judicar, tendo-se como presente quando hou-ver motivo para que o contratante “in bonis” conheça a insolvência de sua contraparte, ou esta seja notória.

d) O negócio jurídico celebrado mediante coação é absolutamente nulo, não sendo suscetível de confirmação.

02. (FGV/TJ/AM/Juiz/2013) João, premido pela necessidade de conseguir dinheiro para

purgar a mora referente a alugueis e encargos da casa em que reside e evitar o despejo, vendeu uma joia de família a Ricardo, por R$5.000,00, embora o seu preço de mercado seja de aproximadamente R$50.000,00. Posteriormente, não conseguindo des-fazer amigavelmente o negócio realizado, propõe

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