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Cerimónia na catedral de Notre-Dame O dia em que Guillaume e Stéphanie disseram "sim" A cerimónia na catedral, no sábado, cumpriu à risca o protocolo da Casa Grã-Ducal, e nem a noiva se pôde atrasar. Às oito da manhã começaram a chegar os populares que se inscreve- ram para poderem participar na ceri- mónia. Uma hora depois foi a vez de chegarem os cerca de quarenta jorna- listas que ocuparam as últimas filas da nave central da catedral. Quase ao mesmo tempo, os "minibus" começa- ram a despejar os convidados na passadeira vermelha ladeada por relva artificial instalada à frente do edifício da Biblioteca Municipal. Durão Bar- roso e a mulher, Margarida de Sousa Uva, bem como os duques de Bragan- ça, foram dos primeiros a chegar à igreja. À medida que iam pisando o tapete vermelho, alguns dos convidados pa- ravam para a tradicional pose foto- gráfica. Com a catedral já completamente cheia, começaram a chegar os VIP's: Letizia e Filipe de Espanha, a rainha Sílvia da Suécia, os reis da Bélgica, os príncipes da Dinamarca, a rainha Bea- triz da Holanda, o príncipe Eduardo de Inglaterra, os príncipes Daniel e Victória da Suécia, o príncipe do Japão. Tiveram todos direito a percor- rer a longa passadeira vermelha fora e dentro da Catedral de Notre-Dame. A chegada do pai do noivo, o Grão-Duque Henri, acompanhado de uma tia da noiva, dá sinal de que o início da cerimónia se aproxima. Mi- nutos depois chega o noivo pelo braço da mãe, a Grã-Duquesa Maria Teresa. E quando Guillaume chega ao altar da catedral, já as imagens na televisão mostram Stéphanie a chegar num Daimler azul todo decorado de flores. Bem disposta, a condessa de Lan- noy acena ao povo que, desde manhã cedo, ocupou lugar no boulevard Franklin Delano Roosevelt. Coinci- dência: os Delano são da mesma árvore genealógica que os De Lannoy, uma das mais antigas famílias nobres da Bélgica. A noiva ocupa o lugar na passa- deira acompanhada pelo irmão mais velho, o conde Jehan de Lannoy, e muito lentamente chega à entrada lateral da catedral, onde é esperada pelo arcebispo do Luxemburgo, Jean- Claude Hollerich. Stéphanie tem dificuldades para percorrer toda a passadeira vermelha. Quando aparece à entrada da porta principal da catedral, a condessa de Lannoy está linda, mas não consegue disfarçar o nervosismo. O vestido é majestoso: da autoria do estilista libanês Elie Saab, em tons de marfim e com uma cauda de 2,5 metros de largura e 4,5 de compri- mento, demorou 3.200 horas a ser bordado e 700 a ser costurado. A tiara impressiona pela sua simpli- cidade, mas é igualmente majestosa: 270 brilhantes incrustados em platina e elaborado pela casa belga Althenloh. O bouquet de orquídeas feito em Paris, a maquilhagem muito discreta realizada por um belga, o cabeleireiro francês, enfim, todos os requisitos para um verdadeiro casamento de conto de fadas. O irmão de Stéphanie deixa a con- dessa na mão do pai, que não pôde acompanhar a filha no cortejo por se encontrar numa cadeira de rodas, e é aí que Guillaume a vai buscar. O noivo não se cansa de olhar para Stéphanie. O arcebispo do Luxem- burgo começa a celebração. "Obri- gado por celebrarem este casamento com todo o povo luxemburguês, num dia que é de festa e de graça. Mas entre a alegria do dia do noivado e a alegria deste dia, há um véu de tris- teza que chegou no dia da morte da condessa Alix de Lannoy". A mãe da noiva morreu em Agosto, mas a sua memória esteve bem presente ao longo de toda a celebração: o minuto de silêncio logo ao início da cerimó- nia, o anel de noivado da mãe, que Stéphanie usava na mão esquerda, a imagem da Nossa Senhora dos Aflitos do Luxemburgo, que estava coberta com um manto em renda do século XVIII que pertencia à mãe da con- dessa. A cerimónia foi praticamente toda em francês, mas a língua nacional luxemburguesa tomou as rédeas da cerimónia na altura da troca do con- sentimento: "Stéphanie, wëlls du meng Fra ginn?" (Queres ser minha mulher?), perguntou Guillaume. "Jo, ech wëll" (Sim, quero), respondeu Stéphanie. "An du, Guillaume, wëlls du mäi Mann ginn?" (E tu, Guillaume, queres ser meu marido?), perguntou por sua vez Stéphanie. "Jo, ech wëll", respondeu o príncipe. A troca de alianças, provenientes do comércio justo, também conti- nuou em luxemburguês, mas no final o protocolo luxemburguês não previu o tradicional "agora o noivo pode beijar a noiva". A língua portuguesa também marcou presença na cerimónia. D. Isabel de Herédia, duquesa de Bra- gança, subiu ao altar para ler uma oração em português. Esta oração foi dita em várias línguas: luxembur- guês, francês, alemão, neerlandês, inglês e português. As três primeiras por serem línguas do país; neerlan- dês por ser, com o francês, uma das línguas da Bélgica, o país da noiva. O inglês por ser uma língua internacio- nal. O português foi um piscar de olhos a um quarto da população do Luxemburgo, que é portuguesa ou lusófona. A cerimónia não terminou sem que a noiva oferecesse o bouquet de flores a Nossa Senhora e sem que o hino nacional luxemburguês, "Ons He- mecht" (A Nossa Pátria), se entoasse na catedral. Stéphanie está a aprender a língua nacional e conseguiu trau- tear algumas passagens do hino. A benção apostólica do Papa Bento XVI chegou aos noivos através do Núncio Apostólico no Luxemburgo, e no final os noivos foram ovacionados com uma enorme salva de palmas. Tudo muito sóbrio. Tudo muito dis- creto. Domingos Martins Stéphanie chegou à catedral pela mão do irmão. A cauda do vestido, uma criação do estilista libanês Elie Saab, tinha uma cauda de 2,5 metros de largura e 4,5 de comprimento Os príncipes das Astúrias, Felipe e Letizia, vieram em representação de Espanha A rainha Sílvia da Suécia saúda os populares à chegada à catedral Carolina do Mónaco era uma das mais elegantes O momento em que os noivos trocaram alianças O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, veio ao casamento com a mulher Os duques de Bragança, primos dos actuais Grão-Duques, estiveram no jantar de gala na sexta à noite e na cerimónia na catedral de Notre-Dame, no sábado. D. Isabel de Herédia leu uma oração em português Guillaume e Stéphanie receberam verdadeiros banhos de multidão, tanto no casamento civil como no religioso O príncipe Guillaume chegou à catedral com a mãe, a Grã-Duquesa Maria Teresa Fotos: Corte Grã-Ducal/Guy Wolff / Marc Wilwert / Guy Jallay / Laurent Blum Casamento real Casamento real 24 DE OUTUBRO DE 2012\\CONTACTO CONTACTO\\24 DE OUTUBRO DE 2012 2 3 Comprar jogos e multimédia no estrangeiro, a melhor estratégia é a BPM: Com a BPM sou o primeiro a aproveitar as novidades, porque com as moradas de entrega, da BPM, no estrangeiro, posso fazer as minhas compras em todo o lado e depois levantar as minhas encomendas numa Parcel-Station perto de mim. Rápido, em linha e acessível. Inscreva-se em: www.bpm.lu

24 DE OUTUBRO DE 2012...uma tia da noiva, dá sinal de que o início da cerimónia se aproxima. Mi-nutos depois chega o noivo pelo braço da mãe, a Grã-Duquesa Maria Teresa. E quando

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Page 1: 24 DE OUTUBRO DE 2012...uma tia da noiva, dá sinal de que o início da cerimónia se aproxima. Mi-nutos depois chega o noivo pelo braço da mãe, a Grã-Duquesa Maria Teresa. E quando

Cerimónia na catedral de Notre-Dame

O dia em que Guillaume e Stéphanie disseram "sim"

A cerimónia na catedral, no sábado,cumpriu à risca o protocolo da CasaGrã-Ducal, e nem a noiva se pôdeatrasar.

Às oito da manhã começaram achegar os populares que se inscreve-ram para poderem participar na ceri-mónia. Uma hora depois foi a vez dechegarem os cerca de quarenta jorna-listas que ocuparam as últimas filas danave central da catedral. Quase aomesmo tempo, os "minibus" começa-ram a despejar os convidados napassadeira vermelha ladeada por relvaartificial instalada à frente do edifícioda Biblioteca Municipal. Durão Bar-roso e a mulher, Margarida de SousaUva, bem como os duques de Bragan-ça, foram dos primeiros a chegar àigreja.

À medida que iam pisando o tapetevermelho, alguns dos convidados pa-ravam para a tradicional pose foto-gráfica.

Com a catedral já completamentecheia, começaram a chegar os VIP's:Letizia e Filipe de Espanha, a rainhaSílvia da Suécia, os reis da Bélgica, ospríncipes da Dinamarca, a rainha Bea-triz da Holanda, o príncipe Eduardode Inglaterra, os príncipes Daniel eVictória da Suécia, o príncipe do

Japão. Tiveram todos direito a percor-rer a longa passadeira vermelha fora edentro da Catedral de Notre-Dame.

A chegada do pai do noivo, oGrão-Duque Henri, acompanhado deuma tia da noiva, dá sinal de que oinício da cerimónia se aproxima. Mi-nutos depois chega o noivo pelobraço da mãe, a Grã-Duquesa MariaTeresa. E quando Guillaume chega aoaltar da catedral, já as imagens natelevisão mostram Stéphanie a chegarnum Daimler azul todo decorado deflores.

Bem disposta, a condessa de Lan-noy acena ao povo que, desde manhãcedo, ocupou lugar no boulevardFranklin Delano Roosevelt. Coinci-dência: os Delano são da mesmaárvore genealógica que os De Lannoy,uma das mais antigas famílias nobresda Bélgica.

A noiva ocupa o lugar na passa-deira acompanhada pelo irmão maisvelho, o conde Jehan de Lannoy, emuito lentamente chega à entradalateral da catedral, onde é esperadapelo arcebispo do Luxemburgo, Jean-Claude Hollerich.

Stéphanie tem dificuldades parapercorrer toda a passadeira vermelha.Quando aparece à entrada da porta

principal da catedral, a condessa deLannoy está linda, mas não conseguedisfarçar o nervosismo.

O vestido é majestoso: da autoriado estilista libanês Elie Saab, em tonsde marfim e com uma cauda de 2,5metros de largura e 4,5 de compri-mento, demorou 3.200 horas a serbordado e 700 a ser costurado.

A tiara impressiona pela sua simpli-cidade, mas é igualmente majestosa:270 brilhantes incrustados em platinae elaborado pela casa belga Althenloh.O bouquet de orquídeas feito emParis, a maquilhagem muito discretarealizada por um belga, o cabeleireirofrancês, enfim, todos os requisitospara um verdadeiro casamento deconto de fadas.

O irmão de Stéphanie deixa a con-dessa na mão do pai, que não pôdeacompanhar a filha no cortejo por seencontrar numa cadeira de rodas, e éaí que Guillaume a vai buscar.

O noivo não se cansa de olhar paraStéphanie. O arcebispo do Luxem-burgo começa a celebração. "Obri-gado por celebrarem este casamentocom todo o povo luxemburguês, numdia que é de festa e de graça. Masentre a alegria do dia do noivado e aalegria deste dia, há um véu de tris-

teza que chegou no dia da morte dacondessa Alix de Lannoy". A mãe danoiva morreu em Agosto, mas a suamemória esteve bem presente aolongo de toda a celebração: o minutode silêncio logo ao início da cerimó-nia, o anel de noivado da mãe, queStéphanie usava na mão esquerda, aimagem da Nossa Senhora dos Aflitosdo Luxemburgo, que estava cobertacom um manto em renda do séculoXVIII que pertencia à mãe da con-dessa.

A cerimónia foi praticamente todaem francês, mas a língua nacionalluxemburguesa tomou as rédeas dacerimónia na altura da troca do con-sentimento: "Stéphanie, wëlls dumeng Fra ginn?" (Queres ser minhamulher?), perguntou Guillaume. "Jo,ech wëll" (Sim, quero), respondeuStéphanie. "An du, Guillaume, wëllsdu mäi Mann ginn?" (E tu, Guillaume,queres ser meu marido?), perguntoupor sua vez Stéphanie. "Jo, ech wëll",respondeu o príncipe.

A troca de alianças, provenientesdo comércio justo, também conti-nuou em luxemburguês, mas no finalo protocolo luxemburguês não previuo tradicional "agora o noivo podebeijar a noiva".

A língua portuguesa tambémmarcou presença na cerimónia. D.Isabel de Herédia, duquesa de Bra-gança, subiu ao altar para ler umaoração em português. Esta oraçãofoi dita em várias línguas: luxembur-guês, francês, alemão, neerlandês,inglês e português. As três primeiraspor serem línguas do país; neerlan-dês por ser, com o francês, uma daslínguas da Bélgica, o país da noiva. Oinglês por ser uma língua internacio-nal. O português foi um piscar deolhos a um quarto da população doLuxemburgo, que é portuguesa oulusófona.

A cerimónia não terminou sem quea noiva oferecesse o bouquet de floresa Nossa Senhora e sem que o hinonacional luxemburguês, "Ons He-mecht" (A Nossa Pátria), se entoassena catedral. Stéphanie está a aprendera língua nacional e conseguiu trau-tear algumas passagens do hino.

A benção apostólica do Papa BentoXVI chegou aos noivos através doNúncio Apostólico no Luxemburgo, eno final os noivos foram ovacionadoscom uma enorme salva de palmas.Tudo muito sóbrio. Tudo muito dis-creto.

■ Domingos Martins

Stéphanie chegou à catedral pela mão do irmão. A cauda do vestido, uma criação do estilista libanês Elie Saab, tinha uma cauda de 2,5 metros de largura e 4,5 decomprimento

Os príncipes das Astúrias, Felipe e Letizia, vieram em representação de Espanha

A rainha Sílvia da Suécia saúda ospopulares à chegada à catedral

Carolina do Mónaco era uma das maiselegantes

O momento em que os noivos trocaram alianças

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, veio ao casamento com amulher

Os duques de Bragança, primos dos actuais Grão-Duques, estiveram no jantar degala na sexta à noite e na cerimónia na catedral de Notre-Dame, no sábado. D.Isabel de Herédia leu uma oração em português

Guillaume e Stéphanie receberam verdadeiros banhos demultidão, tanto no casamento civil como no religioso

O príncipe Guillaume chegou à catedral com a mãe, aGrã-Duquesa Maria Teresa

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