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XX 33 28/02/2012 * Seminário 30 Anos procon-MG (1º de março) - p.01 * Superlotação escancara falência dos presídios - p.21 * Jusça transparente - p.29

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XX 33 28/02/2012

* Seminário 30 Anos procon-MG (1º de março) - p.01

* Superlotação escancara falência dos presídios - p.21

* Justiça transparente - p.29

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Representantes de América-MG, Atlético-MG, Cruzeiro, Se-copa, Arena Independência, Ministério Público e Advocacia-Geral do Estado se reuniram nesta sexta-feira para discutir o contrato fir-mado pelo Atlético-MG e a empresa BWA, para que o Galo passe a administrar o estádio Independência. Depois da análise, o pare-cer foi que contrato assinado é legal.

O Ministério Público, no entanto, pediu que alguns ajustes fossem feitos no contrato.

O advogado geral do estado, Marco Antônio Romanelli, ex-plica que mudanças são essas. ‘São pequenos ajustes de redação de cláusulas que poderiam dar interpretação diferente. Existiam algumas coisas que se contrapunham ao interesse público, ao con-trato de concessão entre o estado e o América-MG, e esses ajus-tes vão ser feitos pelo Atlético-MG e a Arena Independência, para que seja um contrato puramente comercial’, disse. O presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, que desde o início se mostrou confiante na legalidade do acordo assinado com a BWA comemo-rou a decisão que foi tomada nesta sexta-feira. O dirigente atle-ticano deixou a reunião satisfeito e destacou que o América-MG terá seus direitos resguardados, e que o Galo nunca quis tomar o estádio do Coelho. ‘Vai ter alguns ajustezinhos, nada que altere a parte comercial, que é a que interessa o Atlético-MG. Vamos fazer

mudanças, são apenas palavras. Os direitos do América-MG estão mantidos, como falei desde o início. Se eu gostasse de gerir algu-ma coisa eu geriria um shopping, que vale dez Independências. O Atlético-MG fez um bom negócio e fico muito satisfeito, porque o Atlético-MG terá mais dinheiro, ficará mais rentável, mais com-petitivo’, declarou.

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Contrato do Galo com Independência é considerado legal, mas mudará

O TEMpO – ON lINE – 25.02.2012Fórum

IndependênciaMarcel Eustáquio FucksLi a matéria “MP convoca clubes e Estado para tratar do In-

dependência” (Esportes, 24.2). É claro que esse contrato não pode existir. Por que beneficiar apenas um clube da capital? América e Cruzeiro são clubes amados e queridos, assim como o Atlético.

Lauro MagnoO América não pode vacilar e tem que exigir o cancelamento

da licitação. A empresa BWA burlou a licitação e o acordo do Es-tado com os clubes. Kalil quis ser mais esperto e deu nisso. Foram desleais e não éticos com o governo e o povo. Se o Estado não cancelar a licitação, o América deve ir à Justiça, afinal, por que ele deixaria outros clubes administrarem o seu estádio?

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O TEMpO - p. 07 - 28.02.2012 posse

Novo presidente da AMMP promete mais presença no interior

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Parlamentares pedem apoio do Ministério Público aos moradores do Buritis

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No último dia 27 de dezembro, termi-nou o prazo de 90 dias para que os bancos se adequassem à nova legislação municipal que estabelece tempo limite de 15 minutos de espera para atendimento nas agências. Apesar da determinação legal, o desrespei-to aos clientes das agências continua.

Quase dois meses após o prazo para adequação dos bancos, e cinco meses após a publicação da lei, a reportagem de O TEMPO visitou algumas agências na praça Sete, em uma das regiões mais movimen-tadas de Belo Horizonte, e constatou que, em alguns casos, a espera chegou a superar em até três vezes o tempo máximo estabe-lecido pela lei.

“É brincadeira achar que essa lei vai pegar”, desacreditou a vendedora Eliana Maria Belo. Ela ficou mais de 45 minutos esperando para poder descontar um cheque na agência do Banco do Brasil. “Não vi nenhuma mudança. A mesma enrolação de sempre”, reclamou. Apesar da fila relativa-mente pequena no banco, apenas dois fun-cionários faziam o atendimento nos caixas. “Às vezes somos o segundo da fila, mas a pessoa que está na frente tem um proble-ma grande para resolver e não tem outro funcionário para fazer o atendimento”, dis-se Eliana. “Quando tenho de sair de casa para ir ao banco, me programo para ficar pelo menos uma hora na agência”, contou a vendedora.

A nova legislação altera dois pontos de uma legislação anterior, de 1998, que já es-tabelecia o limite de espera em 15 minutos e que nunca foi levada a sério pelos bancos. Pelo novo texto, as agências são obrigadas a aumentar o número de funcionários, caso necessário, para cumprir a meta de tempo de atendimento.

Outra novidade é a que os bancos são obrigados a afixar um cartaz visível, in-formando sobre a lei, e com os telefones dos órgãos de defesa do consumidor, locais onde o cliente pode reclamar caso a lei seja descumprida. No Banco do Brasil, essa informação estava em uma folha de papel ofício escrita em computador pregada na parede de vidro entre a entrada da agência da área dos caixas. “Nem tinha reparado”, disse Eliane.A copeira Dayane Gonçalves levou, segundo ela, meia hora para pagar uma fatura na agência do Santander. “Foi até rápido”, disse. “Estou acostumada a es-perar até uma hora”. Dayane não sabia da existência da lei. “Tomara que os bancos

cumpram, mas eu não acredito muito não”.A diarista Sueli Souza foi atendida em me-nos de cinco minutos no Banco Bradesco - “uma raridade”, segundo ela. “Conheço a lei. Quer dizer, já ouvi falar, mas acho que os bancos não cumprem muito bem não”. Na agência, quatro funcionários faziam o atendimento de quem estava na fila do cai-xa - mesma quantidade de funcionários do Santander.

No Itaú, também na praça Sete, eram cinco caixas e praticamente não havia filas. “A gente nunca sabe o que vai encontrar. Às vezes, chegamos ao banco e não tem fila nenhuma, mas tem vez que ficamos quase uma hora esperando”, disse o office-boy Marcos Souza.

EMpOOutras cidades também têm

legislação própriaVários municípios brasileiros cria-

ram leis para limitar o tempo de espera para atendimento nas agências bancárias. Em Salvador e Porto Alegre, por exemplo, assim como em Belo Horizonte, o tempo máximo de espera é de 15 minutos. Em São Paulo, uma lei municipal de 2005 também limitava a 15 minutos o tempo máximo de espera nas filas. A lei deixou de ter valor em 2007 por uma decisão do Superior Tri-bunal de Justiça. Já em Brasília, o tempo máximo de espera é de 20 minutos.

Segundo a coordenadora do Procon Municipal de Belo Horizonte, Maria Laura Santos, a nova lei é mais clara e seu des-cumprimento pode gerar punições que vão da interdição da agência - como aconteceu com uma agência na Bahia - até uma multa que pode chegar a até R$ 12 milhões em casos de reincidência.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que realizou uma pesquisa entre os anos de 2006 e de 2009 sobre o tempo de atendimento nos bancos e detectou que o tempo de espera tem dimi-nuído. (PG)

Esforço

Instituições dizem que tentam cumprir regra

Por meio das assessorias de imprensa, os bancos informaram que estão investindo para cumprir a legislação. Em nota, o Ban-co do Brasil diz que “a busca da excelência do atendimento é uma preocupação cons-tante do banco, que dispõe de sistema que

faz gestão do atendimento e está adequado às exigências da legislação”.

Já o HSBC informa que “busca sempre se adequar às leis municipais, respeitando a legislação dos locais onde está presente e prezando pela satisfação do cliente”.

A nota enviada pelo Santander diz que o banco “cumpre a legislação que disci-plina o tempo de fila em suas agências de Belo Horizonte, possuindo gerenciamento das filas através de equipamento e gestão do atendimento conforme o fluxo de clien-tes, bem como disponibiliza cartazes com informações quanto à lei e indicação dos números de telefones dos órgãos de defesa do consumidor”.

A Caixa enviou à reportagem um e-mail dizendo que vem realizando ações para se adequar à grande variedade de leis municipais que legislam sobre o tema. “Tais ações consistem na aquisição de sis-temas para gestão de fluxo, racionalização de processos e expansão da rede”. Procura-dos pela reportagem, Itaú e Bradesco não se manifestaram. (PG)

O TEMpO – ON lINE – 27.02.2012Espera.Prazo para adequação das agências ao atendimento mais rápido terminou no dia 27 de dezembro

Lei dos 15 minutos continua sendo ignorada pelos bancosDemora chega a superar em até três vezes o tempo máximo estabelecido

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Dono de pousada e bombeiro são indiciados

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Por Marília ScriboniImediatamente à direita do juiz ou no mesmo nível

da defesa? A discussão sobre a cátedra mais apropriada ao membro do Ministério Público, que à primeira vista pode parecer secundária, será analisada na terça-feira (28/2) pelo Conselho Nacional de Justiça. Até agora, o que se tem é uma liminar a favor do parquet no curso de um procedimento de controle administrativo relata-do pelo conselheiro Marcelo Nobre, relator da consulta. O debate chegou ao CNJ porque, em 2011, dois juízes — Ben-Hur Viza e Fábio Martins de Lima — mudaram o layout de suas salas de audiência de modo a situar defe-sa e acusação no mesmo plano. Acontece que, de acordo com a da Lei Complementar 75, de 1993, promotores têm a prerrogativa de se sentaram no mesmo nível da magis-tratura durante as sessões. Eles são, respectivamente, do 2º Juizado Especial Cível, Criminal e de Violência Do-méstica e Familiar do Núcleo Bandeirante e do 1º Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica e Familiar de Planaltina.

Alegando descumprimento do artigo 18, inciso I, alí-nea a, da Lei Complementar 75, o Ministério Público do Distrito Federal apresentou pedido requerendo o restabe-lecimento da disposição de assentos. De acordo com o órgão, os juízos que modificaram o layout das salas de audiências são de juízos criminais, onde a atuação do Ministério Público como órgão de Estado é obrigatória e não de representação do réu ou a vítima, como o faz o advogado.

Acontece que a Lei Orgânica da Defensoria Pública prevê justamente que o defensor público deve se sentar exatamente no mesmo plano da promotoria. Foi isso, in-clusive, que ensejou a opção dos julgadores em deslocar os promotores para um plano abaixo deles.

As opiniões sobre o embate se dividem. Enquanto o Ministério Público invoca a “tradição consagrada em todas as instâncias judiciárias” do assento diferenciado, membros da Defensoria Pública e advogados pedem a pa-ridade de armas. O Tribunal de Justiça do Distrito Fede-ral, a fim de chegar a um consenso, realizou uma consulta com diversas entidades envolvidas no assunto. Na terça, o Plenário do CNJ decide se o dispositivo merece ques-tionamento e se a moderna configuração da Justiça impõe quebra de paradigma e mudança.

Na inicial da consulta pública, o TJ-DF lembra que o tema envolve duas possibilidades: a atuação do Minis-tério Público como parte ou, ainda, como fiscal da lei, o custus legis. “Existem posicionamentos no sentido de que a incidência da prerrogativa legal ocorre apenas quando o parquet oficia como custus legis”, declara o tribunal, em documento assinado pelo corregedor de Justiça, de-sembargador Sérgio Bittencourt. Na qualidade de ami-

cus curiae, a Associação Nacional dos Defensores Pú-blicos (Anadep) vai fazer sustentação oral defendendo a Lei Complementar 132, que estabelece as prerrogativas dos defensores. Em conversa com a Consultor Jurídico, o vice-presidente da entidade, o defensor público Antô-nio Maffezoli, lembrou que a Anadep defende a paridade de armas, sobretudo nas ações criminais, quando o Mi-nistério Público acusa. Para ele, “a colocação do órgão acusador em lugar de destaque passa a impressão de que acusação tem credibilidade maior, porque está acima do nível”. Ele diz ainda que a intenção da entidade, que in-gressou como amicus curiae no começo do mês, não é se sentar ao lado da magistratura. “Queremos o cumpri-mento da lei, não nos sentar no mesmo nível do juiz. Não queremos essa posição diferenciada”, diz. O presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), desembargador Cláudio dell’Orto, acredita que a simbologia do layout pode afetar o entendimento dos jurados acerca do julgamento. “Essa composição cênica da sala de julgamento causa uma influência no público, nos jurados”, diz ele, que atou em Tribunal do Júri por cinco anos.

“Com o passar dos anos, o juiz do tribunal de júri e o promotor, principalmente no interior, acabam conver-sando. O jurado está vendo. O juiz às vezes conta uma história, o telefone toca, mostra quem é que mandou uma mensagem, coisas desse tipo. Então, revela para o jurado uma certa intimidade entre o juiz. Acho que seria bom para o Ministério Público abrir mão dessa posição do lado do juiz e vir para uma posição mais do povo, mas é difícil convencer o Ministério Público disso”, declara. O desembargador Paulo Rangel, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, é avesso à ideia. Para ele, “essa é uma bobagem que inventaram, de que a disposição geográfi-ca influencia psicologicamente os jurados”. Segundo ele, que também atuou em Tribunal do Júri, “o jurado, quan-do vai à audiência, já sabe o que vai fazer. O problema não é onde estão sentados promotor e advogado, mas sim a forma como o juiz vai conduzir a audiência, se ele é mais liberal ou reacionário”.Ao prestar informações, a Associação dos Defensores Públicos do Distrito Federal (Adepdf) declarou que “a isonomia de tratamento entre todos os operadores do Direito é premissa fundamental ao bom funcionamento da atividade jurisdicional do Estado, sobretudo, diante da moldura democrática estabelecida por nossa Constituição Federal”.O presidente da Associa-ção dos Magistrados Brasileiros (AMB), desembargador Henrique Nelson Calandra, diz não acreditar na alegação de que o lugar do promotor, ao lado e no mesmo nível do julgador, atrapalhe o juízo que os jurados fazem da cena. “Isso se encontra superado”, diz. Ainda assim, declarou que “as vaidades têm de ceder espaço à modernidade, e

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CNJ decide onde sentam MP e defesa em audiência

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O Ministério Público está entre as três instituições mais confiáveis e honestas para a população brasileira, de acordo com pes-quisa da Fundação Getúlio Vargas divulga-da recentemente. A pesquisa, que avalia o chamado Índice de Confiança, vem sendo preparada desde 2009. No levantamento, o MP aparece na 3ª posição, com 51% de índice de confiança, ficando atrás das For-ças Armadas e da Igreja Católica. Grandes empresas ficaram em 4º lugar e a imprensa escrita, em 5º. A pesquisa foi realizada pela Escola de Direito da FGV de São Paulo e ouviu 1.550 pessoas de diferentes estados do país, entre eles Rio de Janeiro, Minas

Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e São Paulo, além do Distrito Federal.

“É com imensa satisfação que cons-tatamos o sentimento de credibilidade da população no Ministério Público brasilei-ro. Com certeza, é fruto da firme atuação de Procuradores e Promotores em todo o Brasil nas diversas áreas onde exercemos nossas atribuições”, disse o Presidente do CNPG, Cláudio Lopes, Procurador-Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Com informações da Assessoria de Im-prensa do MP.

Revista Consultor Jurídico, 25 de fe-vereiro de 2012

na modernidade, promotoria e defesa se sentam no mes-mo nível”. “Advogados e promotores, com todo respeito, apenas passam pela sala de audiência”, conta, enfatizando que o promotor querer se sentar ao lado do juiz “é algo que não se coaduna com os dias atuais”.Para Calandra, todas as partes devem ter posição de conforto, destaque e respeito na sala. “Não é a posição que vai oferecer um tratamento melhor ou pior.” Ainda assim, defende que “o magistrado deve ficar acima por causa da missão que ele desenvolve em prol da sociedade”.Segundo o desembar-gador, “nos países com mais tempo de história de Cons-tituição republicana, existe o mesmo nível físico entre advogados e acusação”. Ele ressalva, ainda, que, em mui-tos casos, as salas de audiência sequer têm espaço para comportar o assento da magistratura, que dirá, um de cada lado, defensor e acusação. “Alguém vai cair de cima do tablado”, diz. O promotor Antonio Suxberger, assessor de controle de constitucionalidade do Ministério Público do Distrito Federal, conta que o ato dos juízes contraria a lei. “Falta uma melhor compreensão sobre o papel do promo-tor. Ele não é um acusador implacável. Essa interpretação é equivocada. O jurado é leigo, mas não por isso menos inteligente e não se impressiona com a colocação dos as-sentos”, diz. Ao prestar informações, o Ministério Público do Distrito Federal disse que “se por um lado pretensões de retirar o assento do Ministério Público têm sido den-sificadas em forma de discurso argumentativo, por vezes com a utilização da polissemia e ambiguidade do conceito doutrinário de parte, por outro lado deve-se atentar que não falta densificação muito mais sólida e profunda, tanto nacional como comparada, sobre a natureza diferenciada das funções de Estado exercidas pelo Ministério Públi-co”.Caso paulista

Antes de chegar ao Conselho Nacional de Justiça, o

caso já estava sob análise dos ministros do Supremo Tri-bunal Federal. Por meio de Reclamação, o juiz Ali Ma-zloum pede que a corte reconheça a validade da mudança que fez na sua sala de audiências e adota a portaria que as efetivou como “modelo válido para toda a magistra-tura, com vistas a assegurar paridade de tratamento en-tre acusação e defesa durante as audiências criminais”.O juiz contesta liminar concedida pela desembargadora Cecília Marcondes, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (São Paulo), que determinou que o procurador da República permanecesse sentado “ombro a ombro” com o juiz durante audiências na Justiça Federal. A liminar foi concedida em Mandado de Segurança apresentado por 16 membros do Ministério Público Federal de São Paulo. Os procuradores da República recorreram ao TRF-3 depois que Mazloum mudou a disposição da sala. Até então, os procuradores sentavam-se no mesmo estrado do juiz fede-ral, à sua direita, colado à sua mesa. O juiz determinou a retirada do estrado. Todos ficaram no mesmo plano e co-locou-se o assento do MPF ao lado do assento reservado à defesa, feita por advogados ou por defensores públicos. Além de Mazloum, a Associação Nacional dos Magistra-dos da Justiça levou uma Ação Direta de Inconstitucio-nalidade ao Supremo, questiona a constitucionalidade do dispositivo que confere a prerrogativa do assento dife-renciado aos membros do Ministério Público. Há ainda uma ADI proposta pelo Conselho Federal da OAB. PCA 0001023-25.2011.2.00.0000

Consulta 0000422-19.2011.2.00.0000 - Reclamação 12.011

Marília Scriboni é repórter da revista Consultor Ju-rídico.

Revista Consultor Jurídico, 25 de fevereiro de 2012

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MP está entre as três instituições mais confiáveis

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Branca Nunes e Marina Pinhoni

O julgamento de Lindemberg Alves, condenado pelo assassinato de Eloá Pimentel, foi caracterizado por episó-dios singulares – como a revelação de passagens inéditas do mais longo cárcere privado da história policial de São Paulo, a sentença estabelecida em 98 anos e 10 meses e a atua-ção espalhafatosa de Ana Lúcia Assad, advogada de defesa. Um dos mais marcantes foi a presença de três mulheres no elenco de protagonistas do espetáculo: a promotora Daniela Hashimoto, a juíza Milena Dias e, naturalmente, a própria Ana Lúcia. Tal cena, rigorosamente inviável há poucas dé-cadas, é cada vez mais comum.

Embora ainda minoritária, a participação feminina cres-ce em todas as áreas do direito. Segundo a cientista política da Universidade de São Paulo (USP) Maria Tereza Sadek, pesquisadora senior do Centro Brasileiro de Estudos e Pes-quisas Judiciais, até o fim dos anos 1960, 2,3% dos magistra-dos eram mulheres – número que subiu para 11% no começo da década de 1990. Hoje, o percentual resvala em 30%.

É justamente entre os magistrados que a minoria femi-nina é mais perceptível. Apesar de a primeira juíza brasilei-ra, Thereza Grisólia Tang, ter estreado nos tribunais de Santa Catarina em 1954 (veja lista abaixo), esse terreno ainda é árido para as mulheres. Ellen Gracie, a primeira ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), revela que quando se for-mou pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1970, não podia nem se inscrever em concursos para a magistratura. “Não era uma recusa for-mal”, conta a ministra, que se aposentou em agosto de 2011. “Preenchíamos os formulários e eles simplesmente eram descartados, sem maiores explicações”.

Maria Berenice Dias, primeira desembargadora do Tri-bunal de Justiça do Rio Grande do Sul, passou pelas mes-mas dificuldades. “Até 1973, todas as inscrições feitas por mulheres eram previamente negadas”, afirma. “Na minha época, tivemos que brigar para que as provas não fossem identificadas. Na entrevista de admissão, o desembargador chegou a perguntar se eu era virgem”. Ainda hoje, mesmo no STF, as magistradas precisam vencer obstáculos.

Durante o julgamento sobre a validade da Lei Maria da Penha, em fevereiro deste ano, a ministra Cármen Lúcia de-sabafou: “Às vezes acham que juíza desse tribunal não sofre preconceito. Mentira, sofre! Há os que acham que isso aqui não é lugar de mulher, como uma vez me disse uma determi-nada pessoa sem saber que eu era uma dessas.” Cármem Lú-cia foi a primeira mulher que ousou vestir calças compridas durante uma sessão plenária da Corte – e isso foi em 2007.

Maria Tereza atribui essa disparidade entre os sexos ao conservadorismo. “Na defensoria pública, por exemplo, que é uma instituição mais recente, encontramos mais mulheres do que homens advogando em alguns estados”, diz. “No Mi-

nistério Público, a porcentagem feminina varia entre 40% a 50%.”

Defensoria Pública - De acordo com estudo publicado em 2009 pela Defensoria Pública da União, as mulheres já são maioria no Pará, no Paraná, em Roraima e no Tocan-tins. Na Defensoria Pública Estadual, a presença feminina é maior na Bahia, no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Paraná. Em números gerais, 50,1% dos defensores públicos estaduais são do sexo masculino, enquanto os da União somam 65,4%.

Ao mesmo tempo em que é uma instituição mais femi-nina que as demais áreas do direito, a Defensoria Pública também é uma das mais jovens. A média de idade dos de-fensores públicos da União é de 32 anos – e de 39 anos nas defensorias públicas Estaduais. Na magistratura, a média é 49 anos.

No Ministério Público da União (MPU), os números também são animadores. Dos 623 integrantes do Ministério Público Federal (MPF), 42,37% são mulheres. No Ministé-rio Público do Trabalho (MPT), elas representam 49,37% dos 725 procuradores. Surpreendentemente, uma das duas subdivisões do MPU que têm mulheres no cargo mais alto é o Ministério Público Militar (MPM). Embora só 36,98% dos membros do MPM sejam do sexo feminino, Cláudia Márcia Ramalho Moreira Luz é a quarta mulher seguida a assumir o cargo de procuradora-geral de Justiça Militar. No Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a procu-radora-geral de Justiça é Eunice Pereira Carvalhido.

Consequências - Com o aumento da participação femi-nina, o Poder Judiciário tende a se transformar. “A mulher traz mudanças significativas para a magistratura”, acredita Sérgia Miranda, desembargadora do Tribunal de Justiça do Ceará e presidente da Secretaria da Mulher Magistrada da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). “Essa dife-rença pode ser notada principalmente na forma de aplicação da lei. A mulher é mais humanista”.

Para Ellen Gracie, as transformações não ocorrem de uma hora para outra, mas já existem mudanças visíveis, principalmente nas questões relacionadas ao direito de famí-lia. “A mulher tem uma visão mais sensível para esse tipo de assunto”, afirma a ministra, que se aposentou recentemente.

Se até o começo do século XXI não havia mulheres en-tre os onze ministros do STF, hoje há duas. Dos sete minis-tros titutlares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dois são mulheres. Entre os 689.927 advogados inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), as mulheres correspondem a 44,83% (309.349). Apesar de nenhum estado brasileiro ter mais advogadas, essa realidade tende a mudar nos próximos anos: as mulheres já são maioria em grande parte dos cursos de direito.

“Infelizmente, ainda são poucas as mulheres que ocu-pam os cargos mais altos nos tribunais, mas acredito que seja

Brasil - justiça

O Judiciário de saia – ou melhor, de calçaAté o fim dos anos 60, apenas 2,3% dos magistrados eram mulheres – número

que chegou a 11% na década de 90. Hoje, o percentual resvala em 30%

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apenas uma questão de tempo até que esse quadro mude”, observa Sérgia. “Muitas promoções são feitas pelo critério de antiguidade e os homens ainda encabeçam a maioria das listas neste ponto”.

Ellen Gracie é a prova de que as mudanças estão che-gando a galope. Nomeada em 2000 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, a primeira mulher a integrar o STF afirma que não sofreu preconceito dos colegas. “Não cheguei a me sentir intimidada, porque havia estudado ou sido aluna de alguns dos ministros”, conta. “Mas sentia que me tratavam com polidez excessiva. Era algo estranho para eles”.

Conheça a trajetória de mulheres que se destacaram na Justiça: Ellen GraciePara a ministra, “é uma questão de tempo até que o

equilíbrio absoluto seja alcançado”. Ela fala por experiên-cia própria. Em menos de quatro décadas, Ellen Gracie, que quando se formou não pode nem se inscrever em concursos para a magistratura, chegou à presidência da instância máxi-ma da Justiça do país.

Deborah DupratEm 2009, Deborah Duprat entrou para a história como a

primeira mulher a comandar a Procuradoria-Geral da Repú-blica, cargo máximo de representação do Ministério Público Federal. A sub-procuradora-geral assumiu interinamente o cargo durante 22 dias, período correspondente à transição entre Antonio Fernando Souza e Roberto Gurgel. Apesar de rápida, a atuação de Deborah nas sessões do Supremo Tribu-nal Federal foi intensa, marcada pelo desengavetamento da ação sobre o aborto de fetos anencéfalos e pelo ajuizamento de outros processos polêmicos, como a Marcha da Maconha e a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Maria Berenice DiasMaria Berenice Dias foi a primeira mulher a se tornar

juíza no Rio Grande do Sul, em 1973. Vinte e cinco anos depois, foi também pioneira no estado como desembarga-dora do Tribunal de Justiça, onde ficou conhecida por de-cisões relacionadas aos direitos da mulher e das minorias, especialmente dos homossexuais. Em 2008, aposentou-se da magistratura para abrir um escritório de advocacia especia-lizado em direito homoafetivo. É também presidente da Co-missão Especial da Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM).

Luislinda Dias Valois dos SantosA baiana Luislinda Dias Valois dos Santos foi a primei-

ra mulher negra a se tornar juíza no Brasil, em 1984. Reco-nhecida por lutar contra o preconceito racial, foi a primeira juíza no país a proferir uma sentença contra o racismo. Aos 69 anos, foi promovida no fim de 2011, pelo critério de anti-

guidade, ao cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia.

Patrícia AcioliA juíza fluminense Patrícia Acioli, da 4ª Vara Crimi-

nal de São Gonçalo, ficou conhecida pela atuação rigorosa contra o crime organizado na região. Em agosto de 2011, o assassinato brutal da magistrada, de 44 anos, chocou o país. Onze policiais militares foram acusados de participar da morte de Patrícia, atingida por 21 tiros quando chegava em casa.

Thereza Grisólia TangThereza Grisólia Tang foi a primeira mulher a tornar-se

juíza no Brasil, ingressando na magistratura de Santa Catari-na em 1954. Ela permaneceu como a única mulher do judici-ário de Santa Catarina por quase vinte anos. Thereza foi pre-sidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina e também do Tribunal Regional Eleitoral (TER) do estado. Faleceu em 2009, aos 87 anos.

Esther de Figueiredo FerrazA advogada Esther de Figueiredo Ferraz entrou na Fa-

culdade de Direito do Largo do São Francisco em 1940 e se tornou a primeira mulher a lecionar na instituição. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a advogada foi pioneira ao escolher sua especialidade, o Direito Criminal, espaço predominantemente masculino. Foi também a pri-meira reitora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em 1965. Em 1982, tornou-se a primeira mulher a ocupar um ministério no Brasil , assumindo a pasta da Educação no go-verno do general João Figueiredo. A advogada faleceu em 2008,

Maria Augusta SaraivaEm 1902, Maria Augusta Saraiva foi a primeira mulher

a se tornar bacharel pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Depois de formada, exerceu a profissão em es-critórios de advocacia, atuando também na área criminal. Maria Augusta Saraiva faleceu em São Paulo no dia 28 de setembro de 1961, aos 82 anos. A ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) criou um prêmio que leva o seu nome, para homenagear as mulheres na profissão.

Amélia DuarteAmélia Duarte foi a primeira mulher a fazer parte do

Ministério Público. Hoje, dos 623 membros do Ministério Público Federal (MPF), 42,37% são mulheres. Atualmente, duas subdivisões do Ministério Público da União têm mu-lheres no cargo mais alto: No Ministério Público Militar (MPM), Cláudia Márcia Ramalho Moreira Luz é a quarta mulher seguida a assumir o cargo de procuradora-geral de Justiça Militar. No Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a procuradora-geral de Justiça é Euni-ce Pereira Carvalhido.

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Para a PBH, empresas têm dinheiro para se adequarem

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