52

28 · mia. A única diferença é que no ano passa- ... entre elas as tradicionais proje- ... Farmácia, Química e Zootecnia

Embed Size (px)

Citation preview

2822

34

50

Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy [email protected] - 9782

ComercialPaulo [email protected]

Redação Érica BarrosAlexandre [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e Bravos Comunicaçã[email protected]

Circulação e Assinatura Christiane Galusni(19) 3241 9292 [email protected]

EXPEDIENTE EDITORIAL

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

ISSN 1983-0017Produção Animal - Avicultura

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

Momento econômico atual é uma ponte em direção a um futuro radioso

Da mesma forma que há um ano, a avicultura encerra o exercício sem qual-quer perspectiva clara do que vem à fren-te. Em 2007, era a indefi nição do milho. Agora, a indefi nição (mundial) da econo-mia. A única diferença é que no ano passa-do os riscos eram futuros. Hoje, os efeitos da crise já recaem pesadamente sobre o setor, sob a forma de escassa liquidez, fal-ta de crédito, aumento da inadimplência.

Mas, porventura, essa situação será tão duradoura quanto a própria crise – que, para alguns analistas, só começa a ser equacionada a partir de 2010? Aparente-mente, não, como mostram matérias des-ta edição, entre elas as tradicionais proje-ções do USDA para a avicultura mundial e as estimativas de líderes do setor para a avicultura brasileira.

É verdade que as projeções do USDA, em particular, datam de antes da crise.

Mesmo assim apontam que as carnes aví-colas (principalmente de frango) continu-am tendo um potencial imbatível frente às outras carnes. Destaca-se, além disso, que situações de crise levam à demanda de ali-mentos mais acessíveis. E sob esse aspec-to, os produtos avícolas são também imbatíveis.

Mesmo assim, esse futuro não está tão próximo. Há, em relação a ele, uma ponte a atravessar – o momento econômico atu-al. Superá-lo exige fi rmeza, criatividade e, sobretudo, adequação a um mercado mo-mentaneamente mais restrito. É, também, o caminho capaz de transformar 2009 em um Feliz Ano Novo.

José Carlos GodoyCoordenador Editorial

[email protected]

Ponto Final Avicultura planejada

e com rumo

Especial ProjeçõesPostura comercial e os números para o setor

Especial ProjeçõesUSDA: Perspectivas para a avicultura mundial

Especial ProjeçõesEstimativas para a

avicultura brasileira

Especial Associações As reivindicações e as conquistas das entidades estaduais .................................. 36

Ciência Avícola Trabalho premiado no AVISULAT .................. 16

Produção Animal | Avicultura 3

Eventos .........................04 Noticias Curtas ... 06

Cobertura do AVISULAT ..12 AviGuia ............... 19

ESTATÍSTICAS E PREÇOS

Produção e mercado em resumo .......................................... 40

Alojamento de matrizes de corte ..........................................41

Produção de pintos de corte ................................................ 42

Produção de carne de frango ............................................... 43

Exportação de carne de frango............................................ 44

Disponibilidade interna de carne de frango ....................... 45

Alojamento de matrizes de postura .................................... 46

Alojamento de pintainhas comerciais de postura ...............47

Desempenho do frango vivo no mês de novembro ........... 48

Desempenho do ovo no mês de novembro ........................ 49

Sumário

Eventos

4 Produção Animal | Avicultura4 Produção Animal | Avicultura

2009

Janeiro26 e 27 de janeiro Fórum Científi co Avícola Internacional (IPSF)Local: Georgia World Congress Center, Atlanta, Geórgia, EUA Realização: Southern Poultry Science Society, Southern Conference on Avian Diseases e U.S. Poultry & Egg AssociationInformações: www.poultryscience.org/spss2009/default.asp

28 a 30 de janeiroFeira Internacional de Avicultura de Atlanta e Interna-tional Feed ExpoLocal: Georgia World Congress Center, Atlanta, Geórgia, EUARealização: U.S. Poultry & Egg AssociationInformações: www.internationalpoultryexposition.com

Fevereiro9 a 13 de fevereiroShow Rural CoopavelLocal: Centro Tecnológico da Coopavel, Cascavel, PRRealização: Coopavel Cooperativa AgroindustrialContato: 45-3225-6885Informações: www.showrural.com.br/E-mail: [email protected]

Março4 a 5 de marçoVI Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Aves e SuínosLocal: Cascavel, PRRealização: CBNATelefone: 19- 3232-7518Informações: www.cbna.com.br E-mail: [email protected]

6 de marçoCurso de MBA em Avicultura Local: Criciúma, SCRealização: Instituto DidatusContato: 41- 3018- 8246Informações: www.didatus.com.brE-mail: [email protected]

23 a 25 de marçoI Conferência Internacional OIE sobre Identifi cação e Rastreabilidade AnimalLocal: Buenos Aires, ArgentinaRealização: Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)Informações: www.oie.int/eng/traceability-2009/index.htmlE-mail: [email protected]

17 a 19 de marçoVII Congresso de Produção, Comercialização e Con-sumo de OvosLocal: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Pedro, SPRealização: APA (Associação Paulista de Avicultura)Contato: 11-3832-1422Informações: www.congressodeovos.com.br E-mail: [email protected]

31 de março a 2 de abrilX Simpósio Brasil Sul de Avicultura e I Brasil Sul Poultry FairLocal: Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nês, Chapecó, SCRealização: Núcleo Oeste de Médicos VeterináriosContato: 49- 3329-1640Informações: www.nucleovet.com.br/ E-mail: [email protected]

Maio26 a 28 de maio 21º Congresso Brasileiro de Avicultura e Conferência APINCO de Ciência e Tecnologia AvícolasLocal: Pavilhão de Exposições do Centro de Eventos FIERGS, Porto AlegreRealização: UBA, ABEF e FACTAE-mail: avicultura@fi ergs.org.br / [email protected] Informações: www.uba.org.br/congresso21.html /www.facta.org.br

Julho17 a 19 de julho 50ª Festa do Ovo de BastosRealização: Sindicato Rural de Bastos Local: Recinto de Exposições Kisuke Watanabe, Bastos, SPContato: 14-3478-9800

20 a 26 de julhoEncontro Anual da Poultry Science Association (PSA)Local: Raleigh, Carolina do Norte, EUARealização: Poultry Science Association Informações: www.poultryscience.org/psa09/

Outubro6 a 9 de outubroXXI Congresso Latino-Americano de Avicultura e Avimundo 2009Local: Centro de Exposições PABEXPO, Havana, CubaRealização: ALA e Associação Cubana de Produtores Avícolas (SOCPA)Informações: www.avicultura2009.com E-mail: [email protected]

6 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Brasil e União Européia chegam a acordo

De acordo com o jornal Valor Econô-mico, o Brasil aceitou um acordo

com a União Européia para pôr fi m ao contencioso envolvendo a administração da cota de exportação de frango salgado brasileiro para o mercado comunitário.

O compromisso acertado reserva 60% da cota total – e não mais 90%, como previa a portaria da Câmara de Comércio Exterior (Camex) – para grandes exporta-doras tradicionais, com base no desempe-nho das vendas nos últimos três anos.

Outros 30% serão distribuídos indepen-dentemente do desempenho de exporta-ções passadas, portanto para grandes, médias ou pequenas empresas. Os 10% restantes fi cam para novas exportadoras no comércio de frango salgado.

Novo sistema de cotas prevê 60% da cota total para grandes exportadores

Frango salgado

Preço médio do frango brasileiro embarcado recuaApesar do retrocesso de 5,5% em outubro preços seguem em boa situação

Exportações

MAPA propõe Programa Nacional de Farmacovigilância Veterinária

Através da Portaria SDA nº 152, de 30 de outubro de 2008, publicada

na edição de 3 de novembro do Diário Ofi cial da União, o Ministério da Agri-cultura submete a consulta pública proposta de criação do “Programa Na-cional de Farmacovigilância Veterinária”.

O programa - a ser ofi cializado atra-vés de Instrução Normativa – se aplica aos produtos de uso veterinário, aos aditivos anticoccidianos e aos aditivos zootécnicos melhoradores de desempe-nho à base de antibióticos registrados no Brasil.

Entre as competências do Programa proposto estão a detecção, identifi ca-ção, avaliação e monitoria dos danos, efi cácia, qualidade e riscos de uso dos produtos especifi cados e a análise de denúncias, reclamações, relatos, notifi -cações e relatórios de eventos adversos ocorridos no Brasil ou no exterior.

A consulta pública permanecerá aberta pelo prazo de 90 dias contados a partir da data da publicação da Portaria. Nesse período, o Projeto de Instrução Normativa e seus anexos permanecerão disponíveis na página do Ministério da Agricultura na Internet (www.agricultu-ra.gov.br).

Objetivo é monitorar os danos e a qualidade dos produtos especifi cados

Legislação

Às vésperas de completar dois anos ininterruptos de preços médios

crescentes, a carne de frango exportada pelo Brasil mostrou outro dos efeitos da crise internacional: em outubro último, conforme a ABEF, o produto embarcado alcançou preço médio de US$2.021,35/t, valor que correspondeu a uma redução de 5,52% sobre o valor alcançado em setembro último - US$2.139,34/t, por ora o maior valor obtido pelos exporta-dores em todos os tempos.

A última vez em que o setor regis-trou recuo de preços foi em novembro de 2006, ocasião em que o mercado internacional ainda enfrentava os efeitos da crise da Infl uenza Aviária. Então, a queda foi de 3,25%, um índice inferior

ao da redução mais recente. Mas como, de lá para cá, o preço médio do produto apresentou valorização da ordem de 70%, o retrocesso atual ainda mantém esses preços em boa situação.

Dessa forma, contraposto ao valor alcançado em outubro de 2007 (US$1.620,57/t), o preço médio de outu-bro passado ainda foi cerca de 25% superior.

Detalhe a observar é que o recuo de 5,52% no mês foi ocasionado, sobretu-do, pelo frango inteiro, cujo preço médio caiu 10%. Os três demais produtos tive-ram recuo inferior à média – os cortes, de 2,57%; os industrializados, de 2,90%; e a carne de frango salgada, de 1,93%.

Produção Animal | Avicultura 7

Fundação APINCO tem nova diretoria executiva

Didatus prepara candidatos via web para concurso do MAPA

Diante do encerramento da atual ges-tão em 30 de novembro corrente, em

Reunião Ordinária realizada no fi nal de novembro, o Conselho Curador da FACTA – Fundação APINCO de Ciência e Tecnolo-gia Avícolas designou, como estabelecem os estatutos sociais, os novos integrantes da Diretoria Executiva (DE) do órgão.

Embora a gestão da nova DE da FAC-TA se estenda até 2010, ela tem como responsabilidade um evento que só ocorre em 2012: a realização, no Brasil, do XXIV

Congresso Mundial de Avicultura (Salva-dor, BA), evento que coincide com as comemorações do primeiro centenário de fundação da Associação Mundial de Ciên-cia Avícola (WPSA na sigla em inglês), a entidade responsável pelos congressos mundiais de avicultura.

Em outras palavras, imediatamente após sua posse (prevista para os primeiros dias de dezembro), a nova DE da FACTA põe mãos à obra nos trabalhos de organi-zação do próximo Mundial.

Com o intuito de colaborar na capacita-ção de candidatos às vagas de Fiscal

Federal Agropecuário disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura através de con-curso público, o Instituto Didatus de Ensino e Qualifi cação oferece cursos preparatórios via web com início em 12 janeiro de 2009.

Com previsão de término para 20 de

Grupo é responsável pela organização do XXIV Congresso Mundial de Avicultura

Aulas têm início em 12 de janeiro de 2009

FACTA

Oportunidade

Engenheiros agrôno-mos, médicos veteriná-rios, farmacêuticos, químicos e zootecnistas podem participar do concurso

junho do próximo ano, o programa do curso da Didatus é baseado no conteúdo das provas realizadas em 2007.

O concurso público do MAPA deve compreender duas etapas. A primeira consiste na realização de provas objetivas, de caráter eliminatório e classifi catório, e será realizada nas capitais das unidades da federação e no Distrito Federal. Já a segun-da etapa, de caráter eliminatório, acontece em Brasília.

Podem participar do concurso do MAPA profi ssionais graduados em Enge-nharia Agronômica, Medicina Veterinária, Farmácia, Química e Zootecnia.

Mais informações podem ser obtidas através do site www.didatus.com.br ou pelo telefone (41)3018-8246

DIRETORIA EXECUTIVA DA FACTA - Fundação APINCO de Ciências e Tecnologia AvícolasGESTÃO 2008/2010

Diretor Presidente: Prof. Dr. Edir Nepomuceno da Silva;

Diretor Administrativo-Financeiro: Dr. João Batista Luchesi;

Diretor Executivo: Dr. Luiz Almiro Carvalho Sesti;

Diretor de Eventos: Prof. Dr. Marcos Macari;

Diretor de Cursos e Publicações: Profª. Drª. Irenilza de Alencar Nääs;

Diretor de Marketing: Dr. Byron Grieco Moreira da Silva;

Diretor de Projetos Especiais: Dr. Antonio Guilherme M. de Castro.

Notícias

Comunicado foi divulgado em novembro

Avanço

Saúde Animal

Embora apresentando ligeiro recuo em relação

aos dois meses anteriores, as exportações de carne de frango dos EUA alcançaram, em setembro passado, a marca das 284.649 toneladas, aumentando 23,22% em relação ao mesmo mês do ano passado. Na comparação com o mês anterior, agosto de 2008, houve recuo de 1,73%.

Com o último resultado, as exportações norte-america-nas de carne de frango nos nove primeiros meses de 2008 somaram pouco mais de 2,361 milhões de tonela-das e apresentaram expansão de 21,78%. A média alcança-da no período, de 262 mil toneladas mensais, projeta para a totalidade do ano volume próximo de 3,150 milhões de toneladas, quase 18% a mais que o exportado

A Agência Estado reproduziu a infor-mação do Departamento para o

Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais (Defra) do Reino, de que o país está ofi cialmente livre da Infl uenza Aviária.

O Reino Unido registrou alguns focos da doença durante a temporada 2007/08, que resultaram na interrupção

das exportações de carne de frango.Autoridades do Reino Unido acredi-

tam que a volta do status de ofi cialmen-te livre de Infl uenza Aviária, sob as re-gras da Organização Mundial para Saúde Animal (OIE), devem ajudar nas negociações que interromperam as importações do país após o registro dos focos.

EUA Evolução das exportações de carne de frango em

24 meses - Outubro de 2006 a setembro de 2008MIL TONELADAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. %

Out 197,287 270,911 37,32%

Nov 249,706 278,905 11,69%

Dez 190,073 189,216 -0,45%

Jan 189,544 206,638 9,02%

Fev 205,550 230,030 11,91%

Mar 198,887 246,810 24,10%

Abr 207,724 268,280 29,15%

Mai 192,909 288,472 49,54%

Jun 248,780 253,692 1,97%

Jul 219,430 293,138 33,59%

Ago 245,194 289,671 18,14%

Set 231,004 284,649 23,22%

EM 9 MESES

1.939,022 2.361,380 21,78%

EM 12 MESES

2.576,087 3.100,411 20,35%

Fontes: USDA - Elaboração e análises: AVISITE

em 2007.Nos 12 meses encerrados em outu-

bro de 2008 essas exportações somaram

3,1 milhões de toneladas, volume 20% superior ao registrado nos 12 meses imediatamente anteriores.

Gripe aviária põe Tailândia em novo estado de alerta

A confi rmação de detecção, em menos de uma semana, de dois casos distin-

tos de Infl uenza Aviária do tipo H5N1 levou as autoridades de saúde pública da Tailân-dia a decretarem estado de alerta absoluto em nove províncias da região norte do país na segunda quinzena de novembro.

Em função da nova descoberta, além de Hong Kong, também a Malásia decre-tou embargo aos produtos avícolas da vizinha Tailândia, enquanto as Filipinas (ao lado de Brunei e Cingapura, um dos três únicos países do sudeste asiático até ago-ra não afetado pelo H5N1) avaliava adotar idêntico procedimento, estendendo-o a outros países afetados pela gripe aviária, como China e Vietnã.

Mas tais restrições, embora preventivas, se tornaram desnecessárias. É que o próprio governo tailandês decidiu – como recomen-da a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) – suspender todas as suas exportações de carne de frango in natura.

Dois casos distintos foram identifi cados em menos de uma semana

IA

DEFRA: Reino Unido está ofi cialmente livre da Infl uenza Aviária

8 Produção Animal | Avicultura

Exportação de frango dos EUA cresce quase 22% Valores são referentes aos primeiros nove meses de 2008

Produção Animal | Avicultura 9

Empresas

Balanço

Lucro da Tyson recua 68%

A Tyson Foods anunciou que seu lucro no quarto trimestre do ano fi scal aumen-

tou 50% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas em função, basicamente, dos negócios com bovinos e suínos, pois os negócios com aves – em função do alto custo das matérias-primas – apresentaram prejuízo. Tanto que no ano fi scal encerrado no fi nal de setembro o lucro anual da em-presa apresentou recuo de quase 70%, caindo de US$268 milhões há um ano para US$86 milhões em 2008.

Analisando os resultados alcançados, Richard L. Bond, Presidente e Diretor Executi-vo da Tyson observou que a atuação nos três campos (aves, suínos e bovinos) demonstrou ser estrategicamente vantajosa: “O bom

desempenho de suínos e bovinos garantiu o segmento aves, estrangulado pelos altos custos de produção e baixos preços de venda”.

Consultado por um jornalista da Asso-ciated Press (AP), Bond disse temer que a empresa tenha perdas signifi cativas no pri-meiro trimestre de 2009 (pelo calendário civil, o trimestre corrente). E isso se deve ao surgimento de novos desafi os - por exemplo, a falta de crédito, que prejudica as vendas externas. Há também o bloqueio russo às chamadas “carnes escuras”, o que afeta de maneira especial as exportações da Tyson.

No encontro em que apresentou os resultados do exercício, analistas questiona-ram a Tyson quanto à oportunidade de redu-zir a produção de aves para minimizar suas perdas. Mas Bond obtemperou que isso não é tão simples quanto parece, porque a empresa precisa manter seu mix de produtos.

Por fi m, a Tyson encerra o ano de 2008 com ganhos operacionais de US$106 mi-lhões na área de bovinos, de US$ 145 mi-lhões na área de suínos e de US$63 milhões na área de industrializados. Já as aves causa-ram um prejuízo de US$118 milhões.

Culpadas foram as aves, que deram prejuízo de US$118 milhões

Crise econômica mundi-al é novo agravante da

situação da empresa

Perdas

Justiça dos EUA recebe ações contra a Sadia Decisão deve sair em 6 meses

D e acordo com a Gazeta Mercantil, a Justiça dos Estados Unidos recebeu

em novembro três processos contra os administradores da Sadia por conta dos prejuízos com operações alavancadas de derivativos cambiais.

O escritório de advocacia americano Howard G. Smith entrou com uma das ações em benefício de todos os acionis-tas que compraram American Depositary

Receipts (ADRs) ou ações ordinárias da Sadia entre 1 de maio e 26 de setembro, buscando reparação de prejuízo. A previ-são é de que as ações sejam julgadas em seis meses.

Os advogados alegam que a Sadia informou erroneamente os investidores sobre a natureza de seus negócios e sobre a sua situação fi nanceira, violando leis federais que regulam os mercados nos EUA.

10 Produção Animal | Avicultura

No início de dezembro entrou em funcionamento em Itaberaí, cidade

localizada a 90 quilômetros de Goiânia, o novo incubatório de pintos de corte da SuperFrango. A empresa investiu R$24,4 milhões no empreendimento que tem capacidade para incubar mais de 10,7 milhões de ovos.

O prédio com mais de 14,1 mil metros quadrados foi construído em uma área de 101,9 mil metros quadra-dos. Sua construção foi realizada em

dois anos e seis meses. A Frango Forte está instalada em

Itaberaí e abate atualmente 180 mil aves diariamente. Seus produtos são vendidos para 11 Estados brasileiros e exportados para países da América do Sul, da Ásia e do Leste Europeu.

Atualmente, emprega mais de 2 mil funcionários diretamente e a estimativa é de que, com o funcionamento do incu-batório, sejam gerados cerca de 1100 empregos diretos e indiretos.

Empresas

Logística

Inauguração

Enchentes em SC afetam um terço da logística do frango

SuperFrango lança incubatório em Itaberaí (GO)

Mesmo não tendo atingido a princi-pal região avícola do Estado (e do

Brasil), as enchentes que destruíram boa parte de Santa Catarina e causaram mais de uma centena de vítimas humanas fatais devem, indiretamente, afetar o andamento normal da atividade. Espe-cialmente porque o principal porto de saída da carne de frango exportada pelo País, Itajaí, foi parcialmente destruído e se encontrava paralisado até a última semana de novembro.

Além de impedir os embarques em geral, a catástrofe que se abateu sobre Santa Catarina e sobre o Porto de Itajaí deixou sob a água praticamente todos os armazéns frigorífi cos instalados na região. Até o fi nal de novembro não se sabia o grau de comprometimento dos produtos exportados, o que só seria conhecido depois que as águas baixas-sem de vez.

As mercadorias destinadas a Itajaí foram desviadas para outros portos, como Paranaguá, Rio Grande e Santos.

Praticamente todos os armazéns frigorífi cos instalados na região fi caram sob a água

Empreendimento tem capacidade para incubar quase 11 milhões de ovos

Incubatório da SuperFrango em Itaberaí

Reinício

Avepar retoma abates em Santa Catarina

Projetada para atender às demandas ambientais e de segurança alimentar,

a planta de abate da Avepar (Aves do Parque) retomou as atividades no Estado de SC. No ano passado, depois de ser inaugurado, o frigorífi co da empresa em Abelardo Luz, SC, foi destruído por um incêndio. Segundo a Avepar, a obra foi concluída em um prazo de oito meses e o abate inicial deve aumentar de 150 mil frangos por dia para 200 mil até o fi m de 2009.

Celso Mattiolo, empresário da Ave-

par, anunciou a fi nalização das obras físicas e instalação dos equipamentos do empreendimento. “Traçamos um desafi o no início deste ano de reconstruir em tempo recorde e estamos cumprindo. Encontramos parceiros que acreditaram mais uma vez no projeto e trabalharam para que isso se tornasse realidade. A nova unidade de abates é ainda mais moderna, aperfeiçoamos alguns detalhes do projeto e vamos iniciar ajustes e aba-tes até a segunda quinzena de dezembro”.

Após incêndio em 2007, frigorífi co em Abelardo Luz é reconstruído

Unidade de Abelardo Luz da Avepar

11 Produção Animal | Avicultura

Resultado

Marfrig tem prejuízo no 3º trimestre de 2008 No entanto, Ebtida da empresa tem alta de 91,7% no período

D evido ao impacto cambial no resul-tado fi nanceiro do terceiro trimes-

tre deste ano (sem efeito caixa), o Mar-frig registrou prejuízo líquido de R$52,7 milhões, ante o lucro de R$ 31,7 milhões no mesmo trimestre de 2007 e de R$ 66,4 milhões no segundo trimestre de 2008.

No entanto, o lucro acumulado no ano (janeiro a setembro) permanece positivo em R$38 milhões e o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depre-ciação e amortizações) teve aumento de 91,4% contra os R$89,6 milhões do mesmo período de 2007.

A receita líquida da companhia foi de R$1.523,6 milhões no terceiro trimestre de 2008, com elevação de 87,9% em relação ao alcançado no ano passado (R$ 810,9 milhões) e 25,2% superior ao segundo trimestre deste ano (R$ 1.217,1 milhões). De acordo com assessoria de imprensa do Marfrig, o resultado se deve às vendas na divisão de suínos e frangos no Brasil tanto no mercado interno como no mercado externo.

A comercialização de frangos au-mentou 55,4% se comparado com o trimestre anterior. No acumulado do

ano a receita líquida foi superior em 69,2%, alcançando R$ 3.807,8 milhões contra R$ 2.250,0 milhões nos 9 meses de 2007.

A empresaO Grupo Marfrig é uma organização

de produtos alimentícios, que opera em carnes bovina, suína, ovina e aves entre a América do Sul, a América do Norte e a Europa. Suas plantas têm capacidade de abate diário de 21.100 cabeças de bovinos, 5.400 de suínos, 8.000 de ovinos, 1.726.000 frangos e 2.252 ton./dia de produtos industrializados e processados.

Suspensão

Diplomata interrompe abates no MS

O frigorífi co Diplomata vai suspender

os abates de frango da unidade de

Campo Grande por seis meses e progra-

mou a demissão de 450 colaboradores

da empresa. As informações partem do

Jornal Campo Grande News e foram

confi rmadas pela assessoria de imprensa

da Diplomata.

De acordo com a empresa, um dos

motivos da paralisação é a carga tributá-

ria do Estado do Mato Grosso do Sul,

que o setor considerada elevada. A in-

dústria abate diariamente 40 mil aves e

tem 40 produtores integrados.

Frigorífi co vai demitir 450 funcionários

12 Produção Animal | Avicultura

Evento

Primeira edição do AVISULAT centralizou discussões em torno da situação financeira no mundo e os impactos nos três setores

I Congresso Sul-Brasileiro de Avicultura, Scenário econômico atual

O refl exo da crise econômica in-ternacional no agronegócio

brasileiro, especialmente na produção animal, foi um dos destaques das pales-tras apresentadas por representantes de instituições de ensino e pesquisa e da in-dústria no AVISULAT, que ocorreu em novembro em Bento Gonçalves, RS.

O evento é resultado da parceria entre a Associação Gaúcha de Avicul-tura (ASGAV), do Sindicato das Indús-trias de Laticínios do RS (SINDILAT), e do Sindicato das Indústrias de Produ-tos Suínos do RS (SIPS).

Apesar de ter contado com a pre-sença de duas mil pessoas entre con-gressistas e visitantes por dia, José Edu-ardo dos Santos, Coordenador Geral do AVISULAT e Secretário Executivo da ASGAV, acredita que, não fossem os efeitos da crise econômica mundial, estes números poderiam ser melhores.

Já no painel de abertura, Fran-cisco Turra, Presidente da Associa-ção Brasileira dos Produtores e Ex-portadores de Frangos (ABEF) em conjunto com Pedro de Camargo Neto, Presidente da Associação Bra-sileira da Indústria Produtora e Ex-

portadora de Carne Suína (ABI-PECS), e do Diretor da GMV Internacional, Eduardo Grandal, traçaram cenários para garantir a competitividade dos setores avíco-la, suinícola e lácteo diante da nova realidade mundial.

Foto

s: A

lex

Band

eira

Estandes na Feira de Equipamentos, Tecnologias e Serviços

Produção Animal | Avicultura 13

Temas como o abastecimento de alimentos e as exigências dos merca-dos internacionais para os três setores também estiveram em destaque no congresso. No que se refere à avicul-tura, entre outras questões, foram dis-cutidos o controle de resíduos e a im-portância da qualidade da ração das aves, além do uso de antibióticos al-ternativos aos promotores de cresci-mento tradicionais.

A programação do congresso con-tou ainda com a Feira de Equipamen-tos, Tecnologias e Serviços e eventos paralelos como as reuniões da União Brasileira de Avicultura (UBA) e da Ovos Brasil.

Além disso, o melhor trabalho científi co inscrito na área de avicultu-ra (veja mais nas páginas 16 e 18) re-cebeu um prêmio de R$1.000,00.

Após a abertura ofi cial do evento, foi realizada também uma homena-gem especial a personalidades que contribuem para o desenvolvimento dos três segmentos. A ASGAV, repre-sentando o setor avícola, homenageou

o Diretor da Doux Frangosul, Aristides Vogt, e o Diretor da Ektos Consultoria Empresarial, Silvio da Silva Borba.

Segue abaixo um resumo de algu-mas palestras apresentadas no evento.

Abastecimento mundial de alimentos Abastecimento mundial de alimentos

a, Suinocultura e Laticínios evidencia

UBA e Ovos Brasil realizaram reuniões durante o evento

Antônio Mário Penz, da Nutron Alimentos, afi rma que neste fi nal de ano não devem ser observados pro-blemas no abastecimento de grãos para a avicultura. “Há grãos sufi -ciente, inclusive com preços infe-riores àqueles previstos no início do ano. No caso do Brasil, especifi ca-

mente, o estoque de milho é superior à anos anteriores”, afi rma.

Ele acredita que a deman-da por produtos avícolas deve se manter aquecida apesar da redução momentânea verifi -cada e que deve haver uma queda nos preços em virtude da valorização do dólar. Para Penz, “o momento atual é de cautela, pois este tipo de situ-ação, que tem uma repercus-são coletiva, faz com que seja gerado um pessimismo e isto

pode promover a redução do consumo”.

Para ele, os únicos fatores que po-dem desacelerar a produção de ali-mentos nos próximos anos são a falta de crédito (nacional e internacional) e o abastecimento de insumos.

Mário Penz: Há grãos

sufi ciente e com preços

inferiores àqueles

previstos no início de 2008

Autoridades durante o encerramento do AVISULAT

14 Produção Animal | Avicultura

Evento

Exigências do mercado internacional

Qualidade da ração na nutrição de matrizes

Paulo Lourenço, Professor da Universidade Federal de Uberlân-dia (UFU/MG), discutiu aspectos relevantes para a qualidade, a sani-dade de produtos de origem animal e a capacidade de adaptação do siste-ma produtivo às exigências dos con-sumidores no mercado internacional.

Em produtos avícolas, ele afir-ma que a certificação é fundamen-

tada em sistemas estrutura-dos e formalizados para a rastreabilidade dos proces-sos produtivos, como a ava-liação da conformidade e identificação de origem. De acordo com Lourenço, a certificação está relaciona-da à promoção da saúde animal e à segurança ali-mentar, bem como o uso apropriado de antibióticos e o fornecimento dos regis-tros necessários para orien-tar os compradores sobre

boas práticas na produção avícola. “As certificações podem assegurar a conquista de novos mercados in-ternacionais e dinamizar os merca-dos já existentes. Este é o grande desafio da avicultura do Brasil”, destaca.

Segundo o Professor, o enfoque integrado e a visão a longo prazo

da cadeia produtiva trouxeram para o País a condição de maior ex-portador de aves do mundo. “Com isso, surgiram programas com os aspectos essenciais da legislação de segurança alimentar na produção e fabricação, com transformações constantes (mais intensiva, mais industrial, com mais inovações tec-nológicas, etc)”, complementa.

Sobre o cenário de crise mun-dial, Lourenço comenta: “O mo-mento é de prudência. Devemos adequar os níveis de produção à demanda projetada. Precisamos também estar atentos às condições sanitárias dos rebanhos brasileiros”.

Segundo Paulo Tabajara, da Vi-tagri, inúmeros agentes podem cau-sar malefícios à saúde animal e en-tre os principais estão melaminas, dioxinas, micotoxinas, aminas bio-gênicas e microorganismos patogê-nicos como salmonellas, escheri-chias, clostridium e outros provenientes da degradação de ali-mentos básicos. Para garantir a qualidade das rações avícolas, ele

comenta que os ingredien-tes devem estar bem preser-vados e sem adulterantes.

Tabajara lembra que en-tre os cuidados que devem ser tomados com a nutri-ção animal estão o monito-ramento físico-químico permanente na qualidade dos ingredientes que com-põe a dieta, a avaliação da eventual presença de mico-toxinas e de rancificações oxidativas e a presença de microrganismos patogno-

mônicos.“Além disso, para maior e me-

lhor aproveitamento pela ave dos componentes nutritivos dos ingre-dientes, esta deve ter saúde global e principalmente entérica, ser manti-das em ambiente não estressante, além de possuir uma boa qualidade de água”.

De acordo com ele, “novas e

modernas tecnologias nos proces-sos fabris de produção de rações avícolas, têm proporcionado uma maior digestibilidade, uma melhor conversibilidade e principalmente uma boa e constante saudabilidade gastro-entérica”.

Paulo Lourenço:

Na avicultura, a certifi cação pode auxiliar na conquista

de novos mercados

Paulo Tabajara:

Novas tecnologias e cuidados na nutrição das aves podem

garantir qualidade das

rações

“A proposta do AVISULAT é fortalecer política, social

e economicamente as cadeias produtivas de

aves, suínos e lácteos. O evento não é franquia de algo já consolidado, mas

sim uma iniciativa desenvolvida por

entidades comprometidas com os seus setores.

A expectativa é que se torne um marco no

agronegócio brasileiro”, comenta José Eduardo dos Santos, lembrando que o evento é bianual.

Produção Animal | Avicultura 15

Aditivos alternativos Controle de resíduos na fábrica de ração

Segundo Otto Mack Junquei-ra, Professor da Universidade Estadual Paulista (UNESP), exis-te atualmente no mercado de nutrição animal uma grande va-riedade de aditivos alternativos aos promotores de crescimento tradicionais como os probióti-cos, prebióticos, simbióticos, extratos herbais e ácidos orgâ-nicos. De acordo com ele, as en-zimas são um bom exemplo de aditivo alternativo, que promo-ve um melhor aproveitamento do alimento, além de resultar em boa conversão alimentar.

Junqueira acredita que os aditivos devem ter uma posição de maior destaque no mercado de nutrição animal, pois poderá haver uma proibição no Brasil ao uso de antibióticos, como já ocorre na Europa. “O que se vis-lumbra é que em curto espaço de tempo, deve vigorar o mes-mo tipo de proibição em nosso País, daí a necessidade de aditi-vos alternativos e que realmen-te mostrem eficiência sobre o desempenho animal e extrema segurança nos produtos desti-nados ao consumo humano”.

Em um cenário de crise, Jun-queira afirma que os aditivos podem alcançar papel essencial diante da necessidade de produ-zir o melhor produto possível com mais competitividade.

Flávia Ferreira de Cas-tro, Coordenadora Técnica do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), ava-lia que um dos principais desafios enfrentados pela indústria de alimentação animal no País é a dificul-dade de parametrização das matérias-primas no merca-do brasileiro.

Ela afirma que os prin-cípios de segurança dos ali-mentos, o controle de qua-lidade e as Boas Práticas de Fabricação (BPF) utilizados pelas empresas, têm influenciado na evolução técnica e no nível de in-formação dos produtos destinado à nutrição animal. Flavia comen-ta: “Desde 2003, o setor privado tem seu Programa de Gestão do Alimento Seguro do Sindirações, que já certificou mais de 40 em-presas entre BPF, HACCP, Global-Gap e treinou quase 1,5 mil pro-fissionais liberais ou da indústria, governo e instituições de pesquisa”.

A Coordenadora do Sindira-ções aponta que é fundamental que as empresas tenham seu pro-grama de qualificação de fornece-

dores mediante um padrão pró-prio de identificação, qualidade e segurança de suas matérias-pri-mas e produtos finais, baseados em legislação, pesquisas e experiência.

De acordo com Flávia, o Pro-grama Nacional de Controle de Resíduos (PNCR) do MAPA tam-bém contribui para que o Brasil seja um dos países mais seguros em nível de segurança alimentar. “Porém, é importante que mante-nhamos nossa atenção aos típicos problemas relacionados à alimen-tação animal e ao uso de ingre-dientes vegetais, animais, mine-rais e químicos e às contaminações e perigos que possam vir oriundos destes insumos”, revela. •

Otto Junqueira: Enzimas

podem trazer melhorias no

aproveita-mento dos

ingredientes e na conversão

alimentar

Parametrização das matérias-primas é um dos desafi os da avicultura

brasileira

C

trdInAlidinandmd

címliFaemevfoà tateAqpGfigop

çõqgr

Ciência Avícola

Setor avícola precisa de critérios objetivos fundamentados cientifi camente

Durante a programação do AVISULAT, o traba-lho “Estabelecimento de uma nova metodolo-

gia para a avaliação da depleção linfóide folicular da bolsa de Fabricius através da análise digital de ima-gem e de redes neurais artifi ciais”, apresentado na página 18, foi premiado entre 50 pré-selecionados.

Os autores, do Centro de Diagnóstico e Pesquisa em Patologia Aviária (CDPA) da Faculdade de Vete-rinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, desenvolveram uma nova metodologia para a determinação do grau de depleção linfocitária, de forma plenamente reprodutível e com informe do erro classifi catório. “Dessa forma, é possível forne-cer uma ferramenta útil para a melhoria do diag-nóstico das doenças imunodepressoras”, afi rma Lu-cas Brunelli de Moraes, um dos autores.

Vale lembrar que o trabalho faz parte de uma tese de doutorado desenvolvida por Moraes no CDPA e defendida em fevereiro último. O texto abaixo foi produzido por ele e comenta a importân-cia do estudo para a avicultura.

A avicultura é uma atividade de grande magnitude, mas que apresenta algumas distorções até certo ponto pa-radoxais. O mesmo setor que usa equipamentos de última geração e serviços atualizados também é levado a tomar decisões que envolvem os aspectos produtivos apoiado em critérios subjetivos. Como critério subjetivo, entenda-se a análise meramente gráfi ca de alguns dados e a experiência empírica, que se traduz por sensação “epidérmica” de erro e acerto.

Ao contrário disso, o setor avícola necessita de critérios objetivos fundamentados cientifi camente, com probabili-dade de erro e acerto calculados para dar sustentação às decisões que objetivarão a melhoria da produtividade dos plantéis e da qualidade sanitária do produto oferecido aos mercados externo e interno.

Por sua vez, este estudo teve como objetivo gerar uma nova metodologia para a determinação do grau de depleção linfocitária, a qual fosse plenamente reprodutível, robusta e onde o erro classifi catório fosse informado. Fornecendo assim uma ferramenta útil para a melhoria do diagnóstico das doenças imunodepressoras, pois a avaliação da perda linfocitária até então era subjetiva, dependendo somente da experiência do técnico que a realizava, podendo ser in-fl uenciada por inúmeros fatores. Esta ferramenta recebeu o nome de Análise Digital da Depleção Linfocitária (ADDL).

Para criar a ADDL foi necessária a utilização de equipa-mentos processadores de imagens que pudessem demons-trar e quantifi car as lesões do órgão. Através desse proces-samento de imagem, transferiu-se a imagem microscópica a um computador que pôde traduzir discretas alterações de coloração dos tecidos em diferenças cromáticas quan-tifi cáveis.

Dessa forma, a ADDL contribui para um melhor co-nhecimento dos prejuízos acarretados pelas patologias imunodepressoras, através da obtenção de dados pela digi-talização dos cortes histológicos e da quantifi cação do grau de lesão.

A ADDL não substitui o histopatologista, ao contrá-rio, fornece ao profi ssional a medida precisa do erro ou do acerto classifi catório, além de padronizar a leitura das BF, independente da experiência do histopatologista ou de ou-tros fatores.

O Centro de Diagnóstico e Pesquisa em Patologia Aviá-ria (CDPA) já realizou diversos trabalhos neste sentido, que vêm servindo de base para a implantação de redes neurais artifi ciais, as quais serão disponibilizadas para o controle técnico de doenças de interesse avícola e na melhor com-preensão da avicultura.

*Lucas Brunelli de Moraes – CDPA / UFRGS

Estudo científi co gera nova metodologia para a determinação do grau de depleção linfocitária folicular da bolsa de Fabricius

Carlos Salle, Juliana Herpich e Lucas de Moraes

16 Produção Animal | Avicultura

Produção Animal | Avicultura 17

Ciência Avícola

Estabelecimento de uma nova metodologia para a avaliação da depleção linfóide folicular da bolsa de fabricius através da análise digital de imagem e de redes neurais artifi ciais

IntroduçãoA avicultura industrial é uma das mais tecnifi-

cadas áreas do agronegócio, produzindo com alta eficiência e exigindo o máximo de desempenho do seu produto, a ave. Com vista nessa alta eficiência é que existe uma constante corrida para a manu-tenção de um ideal estado sanitário dos lotes, a fim de impedir a quebra deste potencial produtivo, seja de carne ou de ovos. No entanto, patologias imu-nodepressoras são responsáveis por grandes perdas, ou por suas lesões diretas ou servindo como porta de entrada para outras doenças.

Tal fato leva a preocupação em desenvolver no-vos métodos diagnósticos que agilizem a identifi-cação das patologias aviárias. A bursa de Fabricius (BF) é um órgão linfóide primário, sendo acometi-do – principalmente – por três doenças imunode-pressoras: anemia infecciosa, doença infecciosa da bursa e as micotoxicoses. Essas patologias levam a perda linfocitária do órgão, a qual é avaliada de forma subjetiva por histopatologia, estabelecendo-se graus de lesão que variam de um (menos de 25% de perda) a cinco (mais de 90% de perda). Este tra-balho teve o objetivo de gerar um método de ava-

liação da depleção linfocitária mais eficaz, a fim de reduzir a subjetividade na avaliação da depleção.

Material e métodoForam utilizadas 90 amostras de BF coletadas

intactas e processadas histologicamente, incluídas em parafina e coradas com hematoxilina-eosina. As BF foram submetidas à avaliação convencional para a depleção linfocitária, classificando-as em es-cores de 1 a 5. Dez BF foram selecionadas para cada escore de lesão e divididas em quadrantes, sendo três folículos selecionados por quadrante. Imagens digitais foram obtidas dos folículos e analisadas através do software MATLAB®. A partir das caracte-rísticas das imagens foram geradas redes neurais ar-tificiais (RNA) utilizando-se um software comercial.

Resultados e discussãoComparou-se a classificação convencional e a

realizada pela RNA. Observou-se que a rede foi ca-paz de classificar corretamente a maioria dos folí-culos com alta sensibilidade e especificidade (89,81% e 96,17% respectivamente), tendo melhor

desempenho utilizando-se o agrupa-mento em três escores (sensibilidade de até 79,39% e especificidade de até 91,94%) e em dois escores (sensibili-dade e especificidade chegando a 92,54%).

ConclusãoOs resultados mostraram que é

possível a utilização de análise de imagem e redes neurais para a classi-ficação histopatológica de depleção linfocitária da bursa de Fabricius. Essa metodologia não substitui o his-topatologista, ao contrário, fornece ao profissional a medida precisa do erro ou do acerto classificatório, além de padronizar da leitura das BF, inde-pendente da experiência do histopa-tologista ou de outros fatores. •

Autores: Juliana Herpich, Lucas B. Moraes, Hamilton L.S. Moraes, Guilherme Souza, Caroline Hiller e Carlos T. P. SalleCentro de Diagnóstico e Pesquisa em Patologia Aviária (CDPA) da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

18 Produção Animal | Avicultura

Produção Animal | Avicultura 19

Planta onde será produzido o ProAct

R ONOZYME ProAct é a última enzima desenvolvida em con-

junto pelas empresas DSM Produtos Nutricionais e Novozymes. O produ-to promete maximizar o poder de absorção dos ingredientes contidos nas rações avícolas e permite reduzir os custos de produção entre 3 e 6% com a melhora da conversão nutri-cional. Apresentado na forma gra-nulada para ser misturado à ração.

O lançamento aconteceu na sede da Novozymes em Araucária, PR, onde o ProAct vai ser produzido e exportado para todo o mundo. De acordo com executivos das duas empresas o Brasil foi excolhido como plataforma de exportação graças à sua posição de maior ex-portador de frango e a disponibili-dade de água, terra e clima favorável.

Antonio Ruy Freire, presidente da Área de Nutrição Animal e Saúde da DSM e Pedro Luiz Fernandes, Presidente Regional da Novozymes para a América Latina, estiveram presentes no lançamento do produ-to e ressaltaram a importância dos investimentos em pesquisa para o crescimento da avicultura. Grande parte do faturamento das duas companhias é destinada para essa área. No desenvolvimento do Pro-Act, por exemplo, foram investidos cerca de 13 milhões de dólares durante dez anos.

Sobre a crise econômica mundial, Freire e Fernandes acreditam que a conjuntura atual pode favorecer a comercia-lização do ProAct, já que a adi-ção de enzimas acelera o proces-so de engorda dos frangos.

Aliança DSM Novozymes

A enzima

Lançamento das empresas Novozymes e DSM permite redução de custosLançamento das empresas Novozymes e DSM permite redução de custos

Nutrição

Nova enzima promete bons resultados na Nova enzima promete bons resultados na melhora da conversão nutricionalmelhora da conversão nutricional

RONOZYME ProAct maximiza o poder de absorção dos nutrientes contidos nas rações avícolas

ROONOZYME ProActmaaximiza o poder dee absorção dos nuutrientes contidos naas rações avícolas

A aliança entre as duas em-presas existe desde 2001 e é prevista para durar até 2012. Com base no acordo, a Novozy-mes desenvolve e produz as enzimas enquanto a DSM é a responsável pela comercialização.

O RONOZYME ProAct atua na hidrolisação das proteínas comple-mentando as enzimas digestivas, apresentando estabilidade em rações fareladas e processadas.

O produto aumenta o valor nutri-cional de uma grande variedade de ingredientes que complementam a atividade das proteases endógenas produzidas pelo pâncreas, resultando em uma maior quantidade de peptídeos e aminoácidos livres. A enzima catalisa a hidrolisa-ção das proteínas para peptí-deos e aminoácidos, tornando estes nutrientes mais disponí-veis para serem absorvidos e utilizados pelos animais.

ProAct está disponível na forma granulada e revestida com a tecnologia CT (coated termostable, patenteada pela Novozymes), que reduz a produção de pó e dá maior estabilidade ao produto em rações fareladas e processa-das. Pode ser armazenado durante 12 meses à tempe-ratura ambiente e seis me-ses em rações misturadas. Pedro Fernandes, da Novozymes e Ruy Freire, da DSM

Animal | Avicultura 19

esultando dere-í-doí-

e

a

da

nimal | Avicultura 1919

ultando es.

o

AviGuia: produtos, serviços e empresas

20 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Vacina garante imunização contra Marek e Gumboro

Saúde animal Contratação

Reformulação

Vaxxitek HVT+IBD da Merial Vaxxitek HVT+IBD da Merial também protege matrizes também protege matrizes com efi ciência com efi ciência

Novo reforço para Novo reforço para a equipe da Cobba equipe da Cobb

Adisseo renova website Adisseo renova website do Laboratório CEANdo Laboratório CEAN

A vacina Vaxxitek HVT + IBD da Merial, indicada para imuniza-

ção contra Marek e Gumboro em frangos de corte e pintainhas de postura, começa a ser comercializada para os incubatórios de matrizes e os primeiros resultados são promissores. Vaxxitek é igualmente efi ciente na proteção das matrizes contra os desafi os de Gumboro no período de cria e recria. E ainda, o produto favorece a uniformidade nos lotes devido à maior integridade do siste-ma imunológico das aves, destaca Jeovane Pereira, gerente técnico da Merial.

Lançada mundialmente em 2005 no Brasil, Vaxxitek HVT + IBD foi a primeira vacina avícola com tecnolo-gia vetorial comercializada no merca-

do avícola. O produto foi um marco na imunização de aves comerciais, especialmente contra a doença de Gumboro, por incorporar ao proces-so uma série de benefícios.

De forma inédita, Vaxxitek permi-tiu a imunização simultânea contra Marek e Gumboro, com dose única no incubatório, administrada “in ovo” ou pela via subcutânea em aves de um dia. Aliado as características de proteção, a vacina elimina a vaci-nação a campo contra Gumboro, proporcionando economia de mão-de-obra, menor estresse para as aves e melhores condições de rastreabili-dade para os processos de sanidade na granja.

Além disso, Vaxxitek eliminou o dilema entre segurança e a efi cácia na escolha da vacina de Gumboro, graças à sua tecnologia vetorial exclusiva. A vacina utiliza como vetor o vírus de Marek (cepa HVT) que foi modifi cado em sua estrutura com a inserção da seqüência de aminoáci-dos que codifi ca a proteína VP2, do vírus de Gumboro.

M ônica da Silva Pinto passou a fazer parte da equipe de vendas da

Cobb-Vantress e também assumiu a res-ponsabilidade pelo Serviço de Atendimen-to ao Consumidor (SAC) da empresa.

O SAC é um canal direto de comuni-cação entre a companhia e seus clientes demonstrando a preocupação da Cobb em conhecer, atender e dialogar com seus consumidores de forma efi ciente e rápida.

A promoção interna da colaboradora foi baseada na fi losofi a da Cobb de valori-zação de seus profi ssionais e na busca por melhorias constantes.

A Adisseo reformulou o website do Labo-ratório do Centro de Apoio Nutricional

(CEAN), que desenvolve pesquisas em parce-ria com o Laboratório de Análises Micotoxi-cológicas (Lamic) da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria).

Com foco na “Nutrição de Precisão”, o CEAN, que integra a rede mundial de labora-tórios da Adisseo, destaca-se pelo trabalho em análises de aminoácidos e oferece análi-ses de aminoácidos via NIRS (Near Infrared System).

O website do CEAN está disponível nas línguas portuguesa, inglesa, espanhola e chinesa. O acesso é controlado por meio de um endereço de uso restrito na internet, acompanhado de senhas exclusivas para cada cliente. O serviço oferece análise e controle on-line de mais de 30 tipos diferentes de materiais (milho, soja, farinha de carne etc.).

Acesse: adisseo.iconeweb.com.br:8080/extranet_adisseo.html

Primeiros resultados da utilização de Vaxxitek em incubatórios de ma-trizes são promissores

Mônica da Silva Pinto

Produção Animal | Avicultura 21

22 Produção Animal | Avicultura

O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado

no mês de outubro traz as perspec-tivas para a produção, o consumo e o comércio internacional para as três principais carnes em 2009. Apesar do crescimento mais lento a

ser observado no próximo ano, a carne de frango, deve registrar o maior crescimento na produção entre as três principais carnes.

Ainda que o documento tenha

sido liberado em meio aos desdobra-mentos da crise econômica mundial

Os dados dos USDA sugerem que em 2009, a produção total de carnes deve ser da ordem de 231 milhões de toneladas, contra 228 milhões em 2008.

A produção mundial de carne de frango deve registrar crescimen-to mais lento que em 2008, com aumento de 4%.

Já a produção de carne bovina deve se manter estável em aproxi-madamente 59 milhões de tone-ladas, mas pela primeira vez em nove anos, deve registrar queda de cerca de 1% (ou 295 mil tone-ladas). Brasil, China e Índia de-vem registrar crescimento mo-desto e compensar o declínio na produção da União Européia, Ar-gentina, Austrália e Rússia.

Para a carne suína é previsto

um aumento de 1% na produção, totalizando 97,9 milhões de tone-ladas. A produção na China, res-ponsável por metade da produção mundial, deve crescer mais de 3% (ou 1,2 milhões de toneladas). Se este país fosse excluído do total, a produção mundial permaneceria inalterada, já que a retração na pro-dução da União Européia e nos Es-tados Unidos seria largamente compensada pelo crescimento bra-sileiro e russo.

Perspectivas para as carnes (principalmente a de frango) em 2009 na visão do USDAAinda que em ritmo mais lento, a carne de frango é a que deve experimentar maior evolução no ano que aí vem. Aliás, o USDA não diz, mas crise deve favorecer consumo do frango, a carne mais acessível a um mundo em difi culdades econômicas

Projeção

... deve aumentar quase 12% (de 28,8% para 32,1% do total), enquanto a participação da carne bovina decresce

4,85% (de 26,8% para 25,5%) e a da carne suína recua 4,66% (de 44,4%

para 42,4% do total).

Representadas preponderantemente pelo frango, as carnes avícolas vêm tendo aumento de participação constante na produção global de carnes. De 2004 para 2009 (previsão) a participação das aves nas carnes produzidas...

Em 2009 as aves devem responder por quase

um terço da produção mundial de carnes

Produção Animal | Avicultura 23

A produção mundial de carne de frango deve alcançar em 2009

os 74 milhões de toneladas, o que signifi ca um adicional de 2,5 mi-lhões de toneladas sobre o valor previsto para 2008. A brasileira, no entanto, deve crescer 5% alcançan-do 11,4 milhões de toneladas e a chinesa, 8%, alcançando 13,7 mi-lhões de toneladas.

O USDA observa que a produ-ção chinesa de frango está em cres-cimento desde 2006 devido princi-palmente a um declínio acentuado na oferta de suínos e a brasileira deve crescer graças ao aumento da demanda externa.

Já a produção norte-americana pode recuar mais de 1%, caindo dos 16,6 milhões de toneladas pre-vistos para 2008 para 16,5 milhões de toneladas em 2009. Esta é a pri-

meira redução prevista pelo USDA para a produção dos EUA de carne de frango desde 1973. A justifi cati-va citada pelo órgão são os altos custos observados na produção de

ração animal e energia. No entanto, o frango permane-

ce como a principal carne produzi-da nos EUA: deve manter, em 2009, a mesma participação registrada

em 2008, cerca de 39% do total. Vem a seguir a carne bovina, com 29%, a carne suína com 25% e, por fi m, a carne de peru, com 7%.

A União Européia deve expan-

dir levemente sua produção a des-peito do declínio da produção de frango no Reino Unido causado pe-los surtos de Infl uenza Aviária re-gistrados no país e as barreiras im-postas à produção local.

A produção russa de carne de frango, que vem apresentando uma expansão que pode ser considerada excepcional, deve registrar cresci-mento de 15% em 2009, índice ve-rifi cado também em 2008.

Comparando a evolução da pro-dução norte-americana de carne de frango com aquela apontada pelo próprio USDA para o Brasil, consta-ta-se que enquanto o volume pro-duzido nos EUA aumentou perto de 50% nos últimos 14 anos de história do setor (de 1995 a 2008), o do Bra-sil deve registrar expansão da ordem de 170%, passando de pouco mais de 4 milhões de toneladas em 1995 para cerca de 10,9 milhões de tone-ladas em 2008.

Nesse espaço de tempo, a pro-dução brasileira de carne de frango – que em 1995 correspondia a 35% da produção norte-americana – chega em 2008 aos 65% e pode – mantidas as projeções do USDA – alcançar os 70% em 2009. Nesse passo, em menos de uma década o Brasil estará produzindo tanto ou mais frangos que os EUA.

Produção mundial de carne de frangocresce 4% em 2009. A brasileira, 5%

24 Produção Animal | Avicultura

As importações de carne ver-melha e avícolas (frango e

peru) devem avançar 1% e alcan-çar 21 milhões de toneladas em 2009. As carnes bovina e de fran-go devem registrar crescimento perto de 2%, cada uma, nas im-portações. A expansão observada na importação de carne bovina é uma reversão da queda verifi cada nos últimos dois anos.

As importações de frango de-vem ter crescimento lento se com-parado aos dois anos anteriores. Já a carne suína deve registrar queda de 1% nas importações, a primeira redução observada desde 1997.

O crescimento a ser registrado no comércio internacional de frango é atribuído a uma maior demanda de países como Arábia

Saudita, México, Cuba e Venezue-la, o que compensa uma diminui-ção nas compras da Rússia.

A União Européia deve se tor-nar em 2009 o segundo maior im-portador mundial de carne de

frango, uma vez que o consumo doméstico do bloco cresce mais rápido que a produção interna. A

UE deve seguir importando do Brasil e da Tailândia, já que o pre-ço do frango oferecido por estes países deve continuar mais baixo que o produzido internamente. No entanto, o aumento nas com-

pras internacionais do bloco deve ser de apenas 10 mil toneladas a mais que o previsto em 2008 pelo USDA.

Assim como a União Euro-péia, a Venezuela também segue importando carne de frango pre-ferencialmente do Brasil, mas em ritmo mais lento do que o verifi -cado em 2008, quando as com-pras saltaram de 163 mil tonela-das em 2007 para 300 mil toneladas.

Já o México deve importar mais frango especialmente dos Estados Unidos devido ao aumen-to da demanda da indústria de processamento.

A Rússia deve diminuir suas importações em decorrência do aumento da produção interna. Mesmo assim, porém, para aten-der a demanda (que deve aproxi-mar-se dos 2,970 milhões de to-neladas) serão necessárias importações próximas do 1,2 mi-lhão de toneladas, volume infe-rior ao 1,235 milhão de toneladas previsto para 2008.

As importações do Japão e da China devem se manter inaltera-das em 2009 com relação a 2008, permanecendo em 680 e 450 mil toneladas, respectivamente.

Importações mundiais crescem 2%

Projeção

Produção Animal | Avicultura 25

O USDA estima que após cres-cer 10% em 2008, as exporta-

ções de carnes avícolas (preponde-rantemente carne de frango) devem aumentar perto de 2,5% em 2009. Nesse contexto, Brasil e EUA irão responder por 78% das exportações mundiais.

O Brasil permanece na lideran-ça, devendo fornecer a outros paí-ses cerca de 3,895 milhões de to-neladas de carnes avícolas (3,660

milhões/t de frango; 235 milhões/t de peru), volume que corresponde a 43,4% das exportações mundiais previstas para o setor avícola. No-te-se que os volumes propostos es-tão defasados, deveriam corres-

ponder não a 2009, mas a 2008, já que esses números devem ser al-

cançados neste ano. Ainda assim as projeções do USDA servem para demonstrar a dimensão e a impor-tância das exportações brasileiras no mercado internacional.

Enquanto é prevista, de 2008

para 2009, expansão de cerca de 10% nas exportações brasileiras, é antevista redução da ordem de 6% nas exportações norte-americanas. Assim, as vendas externas dos EUA que, neste ano, devem correspon-der a 34,3% do comércio mundial de carne de frango, passariam a re-presentar em 2009 perto de 35% das exportações mundiais – cerca de 2,846 milhões de toneladas nas projeções do USDA.

Em terceiro lugar, mas já bem à distância, surgem os 27 países componentes da União Européia, cujas exportações de carne de fran-go para 2009 são previstas em 610 mil toneladas, 7,35% do total. Neste caso, porém, as vendas serão totalmente neutralizadas pelas compras, já que o USDA prevê que a União Européia importará, no ano que vem, 680 mil toneladas de carne de frango.

Entre os demais países estão Tailândia (360 mil toneladas), Chi-na (283 mil toneladas), Canadá (150 mil toneladas) e Argentina (135 mil toneladas), que incluem-se no grupo que responderá por cerca de 14% do comércio mun-dial de carne de frango em 2009.

Exportações mundiais devem registrar expansão de 2,5%

Ao redor de 43,4% das exportações mundiais

de carnes avícolas serão atendidas pelo Brasil

26 Produção Animal | Avicultura

Em 2009 se espera um consu-mo global da ordem de

73,831 milhões de toneladas de carne de frango, um avanço de 3,42% sobre o estimado para 2008 (71,390 milhões de toneladas).

De 2004 até 2008, o consu-mo de carnes avícolas se expan-diu à razão de 25,3%, enquanto o de carne bovina evoluiu 4,95% e o consumo de carne suína 6,22%.

Os Estados Unidos devem re-gistrar uma queda de 0,07% no consumo de carne de frango en-tre 2008 e 2009. A Índia e a Chi-

na devem registrar os maiores aumentos no consumo, 11,24% e 8,12%. Rússia (6,76%) e Méxi-co (3,35%) vêm na seqüência. Já o avanço registrado pelo Brasil entre 2008 e 2009 deve ser de 2,54%.

Vale lembrar que o consumo global de carne de frango não é proporcional às respectivas populações.

Para encerrar, poderia ser co-locado como contraponto às previsões de produção, importa-ção, exportação e consumo de carnes do USDA o fato de que o mundo se encontra em séria cri-se econômica e financeira cuja extensão e desdobramentos per-manecem, ainda, no campo do imponderável. Por isso, tudo o que foi projetado nos meses que antecederam o deflagrar da crise pode não se concretizar. Será?

Se existe um setor com vi-vência real de problema similar esse setor é a avicultura. Em 2006, com a Influenza Aviária se disseminando pela Ásia, Eu-ropa e África e fazendo vítimas humanas fatais, todos, indistin-

tamente (entre eles USDA, OCDE e FAO) previram forte queda na produção e no consu-

mo de carne de frango. Porém, excetuados casos pontuais, o que se observou foi apenas um

ritmo menor de in-cremento. Porque a expansão continuou.

Pois nada impede que em 2009 seja, também, assim. Mes-mo porque não esta-mos tratando de su-pérfluos, mas de alimentos. Sob esse aspecto, aliás, é pra-ticamente certo que, entre as três carnes, as de aves sejam as

menos afetadas pelo caminhar mais lento da economia mun-dial. Porque permanecem como a carne de custo mais acessível, portanto, a mais propícia para situações de crise econômica.

Isso, entretanto, não signifi-ca que a avicultura passará ao largo dessa situação crítica: o problema, agora, não é desta ou daquela atividade econômica, mas de todas. E não alcança apenas um ou outro país, é mundial. É certo, portanto, que ninguém ou nenhuma ativida-de permanecerá imune aos seus efeitos.

A grande diferença é que suas influências sobre a ativida-de poderão ser menores. Desde, claro, que não se ignore que o mundo está em crise.

Em 2009, consumo mundial deve crescer 3,42%

Previsões do USDA têm todas as chances de

confi rmação, porque tratam de alimentos

essenciais

Projeção

Produção Animal | Avicultura 27

Em 2008 o Brasil deve registrar um consumo per capita de car-

ne de frango da ordem de 38,5 kg, volume que coloca o País atrás ape-nas dos EUA (com 45,1 kg), da Ve-nezuela (com 39,4 kg) e da Malásia (com 38,7 kg) e coloca os brasilei-ros como quarto maiores consumi-dores mundiais do produto.

É verdade que o USDA revela que Emirados Árabes Unidos (EAU) e Kuwait devem registrar, neste ano, um consumo per capita da or-dem de 66,2 kg e 59,7 kg, respecti-vamente, volumes que os tornam os dois maiores consumidores mundiais e levam o Brasil para a sexta posição. No entanto, o pró-prio USDA observa que os números relativos a esses dois países estão “infl ados por uma quantidade su-postamente reexportada para o Ira-que”. Assim, supondo-se que o

consumo de ambos seja similar ao de outro país do Oriente Médio, a Arábia Saudita (37 Kg per capita), eles se colocam logo após o Brasil.

A grande surpresa nesse ranking é a presença no segundo posto (se desconsiderados EAU e Kuwait) da Venezuela, com um consumo per capita superior ao do Brasil. Seis anos atrás, pelos mesmos dados do USDA, a Venezuela estava colocada numa remota 10ª posição.

Chama a atenção, por outro lado, o fato de os dois países com a maior população do planeta se encontrarem no lado oposto da tabela, ou seja, com os menores consumo per capita (pelo menos entre os países relacionados) – a China, na antepenúltima posição, com 9,6 kg per capita; e a Índia, na última posição, com apenas 2,2 kg per capita. Isso dá uma boa

mostra do potencial de consumo ainda reservado à carne de frango.

Independentemente da conso-lidação do Brasil como quarto maior consumidor mundial de car-ne de frango, o que mais chama a atenção neste instante é a perspec-tiva, apontada pelo USDA, de o consumo per capita dos brasileiros aumentar não mais que 1% e che-gar, em 2009, aos 39 kg.

O que se questiona, aqui, não são as perspectivas de consumo, mas as tendências de oferta interna – fator que leva em conta, de um lado, a capacidade de produção instalada pelo setor (matrizes de corte alojadas em 2008) e, de outro lado, as tendências de exportação de carne de frango.

Em outras palavras, a capacida-de de produção brasileira vai além dos 11,4 milhões de toneladas apontados pelo USDA. E se a ten-dência, frente à crise, é de recuo das exportações, o resultado fi nal é um sensível aumento da disponi-bilidade interna e a necessidade de um consumo per capita obrigato-riamente maior (há quem aponte algo acima dos 40 kg per capita).

Obviamente, uma situação des-se gênero não se coaduna com um mercado em crise. Mas o problema não é tão ruim quanto se pensa, já que é totalmente evitável. Ou seja: só haverá excesso de oferta se o se-tor deixar de manter a produção “sob rédea curta”, isto é, sob abso-luto controle, conforme evoluam as condições dos mercados interno e externo. •

Em 2008, Brasil se consolida como o 4º maior consumidor de carne de frango do mundo

Estimativas de consumo para 2009 diferem das

tendências de oferta interna

ProjeçãoProjeção

Com a inten-sifi cação da crise eco-

nômica e fi nan-ceira, todas as atividades eco-nômicas, indis-t i n t a m e n t e , chegam ao fi nal do ano apreensi-

vas e sem uma indicação segura do que vem à frente. Na avicultura brasileira, especifi camente, a falta de crédito para o fi nanciamento das exportações de carne de frango e para a formação de capital de giro das empresas pegou o setor de surpresa.

Ariel Mendes, Presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), afi rma que o cenário para 2009 ainda não está claro, mas que deve ser registrado um crescimento menor nas exportações, principal-mente nos primeiros quatro meses do próximo ano.

Para se adaptar à nova realidade e evitar problemas de excesso de produção e queda nos preços no mercado interno, a UBA tem reco-mendado uma redução na produ-ção e no alojamento de pintos de

corte no fi nal deste ano e no início de 2009 de 15%.

O Presidente explica: “As ex-portações brasileiras eram fi nancia-das principalmente com recursos internacionais. Com a crise, essa fonte secou e o setor passou a de-pender de auxílio interno. Embora o governo tenha demonstrado boa vontade em resolver esse proble-ma, alocando recursos para fi nan-ciar o Adiantamento sobre Contra-to de Câmbio (ACC), essa ação não chegou com a rapidez necessária. E ainda, os recursos para capital de giro se tornaram escassos, pois os comitês de crédito dos bancos pas-saram a exigir uma série de garan-tias extras para emprestar dinheiro às empresas”.

Para contornar estes problemas, a UBA solicitou uma série de medi-das pontuais ao governo: A amplia-

ção do limite de crédito dos produ-tores (de R$25 mil para R$50 mil), a ampliação do crédito de carteira das empresas (de R$10 para R$20 milhões), a utilização dos créditos de PIS-Cofi ns, a alocação de mais recursos no programa de EGF para compra de milho e outras linhas de crédito para a compra de insumos.

Ariel Mendes acredita que, se atendidas, as medidas recomenda-das pela UBA serão sufi cientes para enfrentar a crise. “É uma questão de oferta e demanda, temos que ter consciência que essa lei de merca-do funciona e não pode ser rompi-da. Temos percebido um grau maior de preocupação por parte dos em-presários avícolas. Por isso, estou otimista de que os ajustes serão fei-tos, embora o alojamento em outu-bro ainda não tenha demonstrado isso”, afi rma.

Esperando queda das exportações no início do ano, lideranças do setor recomendam redução da produção

omsifi ccrisca e

a, toidad

micat a m

chegam do ano a

vas e sem uma indicação seque vem à frente. Na avbrasileira, especifi camente,de crédito para o fi nancidas exportações de carne de

nômiceiraativinômt i ncheg

Projeção

Para evitar problemas de excesso de produção e queda nos preços internos,

UBA recomenda redução de 15% no alojamento de pintos de corte

28 Produção Animal | Avicultura

Produção Animal | Avicultura 29

Como no último bimestre do ano a produção de carne de frango

deve aproximar-se dos 2 milhões de toneladas, é provável que a produ-ção anual supere (embora ligeira-mente) os 11 milhões de toneladas em 2008, aumentando pelo menos 7% em relação ao ano anterior.

No que se refere ás exportações, o ano deve ser fechado com cerca de 3,7 milhões de toneladas de car-ne de frango embarcadas. Isso re-presenta aproximadamente 17% de crescimento em volume em re-lação a 2007.

O volume exportado pelo Brasil nos 12 meses encerrados em outu-bro (3,743 milhões de toneladas) deve se manter como recorde do

setor por um bom tempo, já que a crise fi nanceira mundial e a violen-ta queda nos preços do petróleo de-vem provocar uma redução no consumo em mercados importado-res importantes.

Embora o Brasil disponha de um amplo portfólio de comprado-

res (mais de uma centena e meia de países consomem a carne de frango brasileira), a dependência do setor a países produtores de petróleo (PPP) é bastante elevada – fator adi-cional de preocupação em momen-tos de crise como a presente.

Dados da SECEX/MDIC (para a carne de frango in natura) para os pri-meiros nove meses de 2008 revelam essa dependência ao mostrar que a metade dos 10 maiores clientes do Brasil no setor está representada por

grandes produtores de petróleo, a saber: Arábia Saudita (maior pro-

dutor mundial), Rússia (2ª no ranking da OPEP), Emirados Árabes Unidos (8º), Venezue-la (9º) e Kuwait (11º).

Entre janeiro e setembro des-te ano, os PPP propiciaram um aumento de 76% na receita cam-bial da carne de frango, expansão bem acima dos 52,78% registra-dos pela SECEX para a receita to-tal. E, aqui, o caso mais destaca-do é o da Venezuela, cujas

compras tiveram seu valor au-mentado em 196%, o que propi-ciou quase o triplo da receita cambial registrada entre janeiro e setembro do ano passado.

O setor exportador prevê que no primeiro trimestre de 2009 os embarques do produto não irão ultrapassar as 250 mil toneladas mensais.

É preciso lembrar também que a avicultura brasileira alcan-çou uma alta dependência do mercado externo. O setor deve exportar em 2008 o correspon-dente a, pelo menos, 30% de sua produção, ou seja, quase um ter-ço de tudo que produz internamente.

Quem opera no mercado interno lembra que, tradicionalmente,

no primeiro trimestre do ano, o con-sumo interno sofre forte retração (fé-rias da população, ônus deixados pe-las compras natalinas e pagamento dos tributos de todo início de ano, além de despesas com matrículas e material escolar), situação que tende a se agravar com a atual crise econô-mica. Daí a previsão de que o consu-

mo mais recente, da ordem de 600 mil toneladas mensais, recue para 550 mil toneladas.

A conclusão é a de que no pri-meiro trimestre de 2009 a produ-ção brasileira de carne de frango não poderá ultrapassar a marca das 800 mil toneladas mensais, volume alcançável com uma produção pouco superior a 400 milhões de pintos de corte.

Considerada a produção de se-tembro – 485,3 milhões de pintos de corte – a redução recomendada é de pelo menos 15%.

No entanto, até outubro a redu-ção recomendada pela UBA ainda não havia sido observada. Ao contrá-rio, a produção de pintos de corte se-guia registrando recordes.

Supõe-se que os efeitos dos aler-tas sejam sentidos em novembro.

Produção de carne de frango precisa se adequar a uma menor exportação nos primeiros meses de 2009

Redução de consumo interno típica de todo início de ano pode ser agravada com a atual crise econômica

Produção não poderá ultrapassar a marca das 800 mil toneladas mensais no primeiro

trimestre de 2009

O voluuumemememememeemmeemmmmemme ee eeeeeeeeeee xpxppx oro tado pelo Brasilnos 12 mese eseee enccererrados em outu-brb o (3,743 mmilhõhh es de toneladas)deve sse maamaantn er como recordr e e doddoddd

res (m(papaísíí eeeeeeeeeebrrb asia pa(PPPcionntos d

DDcarnemeiroesssaa memememmeemmetatatatatattBrBBBBBrasa il

grgrggggggg aaaaa

30 Produção Animal | Avicultura

Projeção

O volume alojado até outu-

bro deste ano sugere que

se possa chegar até o fim de

2008 a um volume de 48,7 mi-

lhões de cabeças alojadas, qua-

se 15% a mais que em 2007.

Pelo simples fato de, em se-

tembro e outubro, o alojamen-

to de matrizes de corte ter fica-

do aquém dos 4 milhões de

cabeças mensais, muita gente

entende estar superado o pro-

blema criado com o elevado

alojamento anterior (16% de

expansão nos 12 meses encer-

rados em agosto de 2008).

No entanto, são precisos vá-

rios meses de alojamentos infe-

riores a esses 4 milhões de ca-

beças mencionados para que a

capacidade brasileira de produ-

ção de frangos retorne a um pa-

tamar mais adequado – e que,

de qualquer maneira, já estaria

prejudicado pela atual crise na

economia mundial.

Analisando o comportamen-

to do setor no decorrer do ano,

parece que o melhor nível de

produção foi registrado no bi-

mestre junho-julho, quando o

volume total produzido ficou

próximo, mas ainda abaixo, das

900 mil toneladas. E isso foi

conseguido com um alojamen-

to anterior ao redor de 3,6 mi-

lhões de matrizes de corte

mensais.

Não que esse possa ser

considerado o volume ide-

al – mesmo porque é esse

alojamento que vai defi-

nir a produção de carne

de frango do segundo se-

mestre de 2009, quando as con-

dições de mercado podem ser

totalmente diferentes das atu-

ais. Mas consideradas as indica-

ções de que as dificuldades eco-

nômicas mundiais podem se

estender por mais de um ano,

parece que um alojamento va-

riando entre um mínimo de 3,6

milhões e um máximo de 3,9

milhões de cabeças (média re-

gistrada no último bimestre) é

o mais adequado para que o se-

tor retome a tranqüilidade.

Na marcha em que vinha

até outubro, logo o setor esta-

ria em condições de produzir,

anualmente, mais de 13 mi-

lhões de toneladas de carne de

frango, 30% a mais que o regis-

trado no ano passado. E – con-

venhamos – não há no mundo

mercado para tão grande

expansão.

O volume acumulado na oferta interna de carne de

frango nos dez primeiros me-ses de 2008 apresentou discre-ta evolução. Entre janeiro e outubro somou 5,914 milhões

de toneladas, um aumento de 2,26%, índice que corresponde a um incremento de pouco mais de 1% em relação ao cres-cimento vegetativo da população.

Nos 12 meses deste ano o volume de carne de frango ofer-tada internamente deve se man-ter ao redor de 7,080 milhões de toneladas, o que significa au-mento anual inferior a 1%.

Alojamento mensal de matrizes de corte deve registrar recuo em 2009

Disponibilidade interna aumenta 1% em 2008

amen-

,6 mi-

corte

ser

e-

e

-

e

e-

s con-

m ser

s atu-

ndica-

p g

expansão.

Consideradas as indicações de que as difi culdades econômicas mundiais podem

se estender por mais de um ano, um alojamento variando entre um mínimo de

3,6 milhões e um máximo de 3,9 milhões de cabeças é o mais adequado para que o setor

retome a tranqüilidade

Produção Animal | Avicultura 31

A Companhia Nacional de Abaste-cimento (CONAB) estima que

2008 pode ser encerrado com um esto-que fi nal recorde de milho, o que, para os segmentos mais dependentes do grão como a avicultura e a suinocultu-ra, deve se traduzir num clima oposto ao observado há um ano. No fi nal de 2007, a perspectiva (com o atraso no plantio da safra principal e a grande de-manda externa do produto) era de es-gotamento total dos estoques.

Pelas projeções da CONAB, as ex-portações de milho, neste ano, devem recuar mais de 30% e fi car em 7,5 mi-lhões de toneladas – o que, mesmo as-sim, representa o segundo maior volu-me já exportado pelo Brasil. Como o suprimento total (estoque inicial + pro-dução + importação) está sendo esti-mado em 65,7 milhões de toneladas e se prevê um consumo interno da or-dem de 44,5 milhões de toneladas (au-mento de 10% em relação a 2007), o estoque fi nal deve chegar aos 13,7 mi-lhões de toneladas, aumentando mais de 100% em relação ao ano passado.

Para 2009 a CONAB, em sua pri-meira previsão, estima um estoque fi -nal também elevado, da ordem de 12,8 milhões de toneladas. Mas essa é uma previsão bastante prematura, pois de-pendente de inúmeros fatores.

Com relação aos preços, no se-gundo semestre de 2008 a avicultu-ra foi benefi ciada pela redução no custo da principal matéria-prima do setor. Em novembro de 2007, com o milho cotado a R$31,75/saca nesta época, o produtor adquiria

menos de 50 sacas do grão com uma tonelada do produto. Em no-vembro de 2008, com o milho a R$21,25/saca, o mesmo volume de frangos é sufi ciente para adquirir cerca de 82 sacas de milho, quase 70% a mais. •

Estoque fi nal de milho deve atingir recorde histórico neste fi nal de ano

O Sindicato Nacional da Indústria de Ali-

mentação Animal (Sindi-rações) prevê que a pro-dução de ração durante o ano de 2008 alcance 59 milhões de toneladas, um crescimento da or-dem de 10% sobre 2007.

A avicultura industrial continua contribuindo com a maior fatia, pois tem conquistado novos mercados no exterior e o consumo doméstico tem

se mantido firme.O Sindirações traba-

lha com duas projeções para a evolução da pro-dução de rações para a avicultura em 2009: Diante de um cenário macroeconômico conser-vador, espera-se a manu-tenção da atual produ-ção. Caso a recuperação da economia global se dê com brevidade prevê-se um crescimento da or-dem de 5%. •

Produção de ração cresce 10%

Os setores produtor, exportador e de alimentação animal em 2008

O Presidente da UBA afi rma que, de modo geral, 2008 foi um bom ano para a avicultura brasileira. Ele lembra que nos primeiros meses do ano foram registrados alguns problemas decorren-tes dos preços elevados de milho, situa-ção que se inverteu mais tarde, com a boa colheita da safra e a redução das exportações de milho quando compa-radas a 2007.

“O Brasil se consolidou como o grande fornecedor de carne de frango e perus para o mundo e se capacita para desempenhar um papel semelhante na produção de ovos, no médio prazo. As bases para isso estão sendo preparadas, faltando apenas a implantação do pro-grama de resíduos para ovos e alguns programas de qualidade”, ressalta ele.

Entre as conquistas alcançadas pelo setor, Ariel Mendes menciona a consoli-dação do programa de regionalização da avicultura brasileira e a apresentação à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e à Organização Mundial do Co-mércio (OMC) do projeto piloto de com-partimentação. Ele completa: “Houve também um grande ganho em qualida-de com a implementação do programa de controle de resíduos ampliado para frangos e de outros programas de quali-dade. Aliás, nesse aspecto, a UBA teve um papel de destaque com a publicação de 4 protocolos: Boas Práticas de Produção para Frangos e Poedeiras e Bem-estar Ani-mal para Frangos e Poedeiras”.

A exportação de carne de frango teve um excelente ano com boa re-ceptividade de nossos mercados compradores. É o que afi rma o Pre-sidente da ABEF. “O atual momento é de amplo reconhecimento inter-nacional da qualidade, sanidade e sustentabilidade da carne de frango brasileira, o que nos gratifi ca”, com-pleta ele.

Entre as difi culdades enfrentadas pelo setor no primeiro semestre de 2008, Turra cita a valorização do real frente ao dólar (até meados de agos-to) e a alta do custo de importantes insumos como o milho, que reduzi-ram sensivelmente a rentabilidade das exportações brasileiras de carne de frango.

Entre as conquistas, está a aber-tura de novos mercados, como a Ín-dia, para onde em breve o Brasil deve embarcar o produto.

Neste fi nal de ano, com os des-dobramentos e conseqüências da cri-se mundial, a ABEF espera que o Go-verno Federal crie mais mecanismos de estímulo para garantir a disponi-bilidade dos recursos que os bancos destinam aos Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACCs).

Além disso, Turra lembra que fo-ram observadas “redução de enco-mendas da Rússia, por efeito da crise fi nanceira internacional, e do Japão, que está com estoques elevados”.

O Diretor Executivo do Sindirações afi rma que o milho infl acionado até o primeiro semestre de 2008 e o alto custo dos fosfatos abriram espaço para a intro-dução da formulação de precisão basea-da em aminoácidos sintéticos, minerais orgânicos, enzimas e outros aditivos tec-nológicos nas rações animais.

“A crise fi nanceira enxugou a liqui-dez, derrubou o consumo e paralisou os investimentos na construção de novas usinas de etanol nos EUA. A partir disso, o preço do milho sofreu então desvalori-zação da ordem de 50% e desabou para U$ 4,00/bushel nos EUA e R$20,00/saca 60 kg no Brasil”, explica.

No entanto, ressalta Zanni, “apesar da abissal desvalorização do petróleo, os custos dos insumos importados – aditi-vos, fertilizantes e agro defensivos - con-tinuam elevados, uma vez que seu custo é calculado em dólar americano que so-freu valorização sobre toda a cesta de moedas estrangeiras”.

Atualmente, o setor de alimentação animal enfrenta a escassez de linhas de financiamento para a próxima safra agrí-cola, a antecipação de contratos de câm-bio para exportadores e o limitado capital de giro para importadores de insumos.

“A cadeia de suprimento e produ-ção de carnes pode ser abatida severa-mente caso o sistema fi nanceiro não garanta que os investimentos alcancem seus elos o mais rapidamente possível”, alerta ele.

Ari

el M

ende

s A

riel

Men

des

Fran

cisc

o Tu

rra

Fran

cisc

o Tu

rra

Ari

oval

do Z

anni

Ari

oval

do Z

anni

A atuação da UBA O setor exportador O segmento de alimentação animal

Projeção

32 Produção Animal | Avicultura

Produção Animal | Avicultura 33

34 Produção Animal | Avicultura

Projeção

Setor de postura comemora avanço nas exportações em 2008

A avicultura de postura encerra 2008 comemorando os bons resultados alcançados na ex-

portação de ovos e inicia o ano vin-douro na expectativa de avanços ain-da maiores nos embarques do produto. É que o setor está na expec-tativa da publicação da portaria, por volta de fevereiro ou março, do Pro-grama de Controle de Resíduos de Contaminantes para Ovos (PCRC). A partir daí, os exportadores esperam acessar o mercado da União Européia. José Roberto Bottura, Diretor Executi-vo da Ovos Brasil, acredita no poten-cial deste mercado consumidor, prin-cipalmente, para ovo produtos.

Até setembro último, as exportações brasileiras de ovos e seus produtos totali-zaram 24.641 toneladas com receita de

US$41,260 milhões, números superio-res aos de todo o ano de 2007, em 131,2% e 136,6% , respectivamente.

Esse desempenho positivo deve-se principalmente à exportação de

ovos in natura que entre janeiro e se-tembro avançaram 194,54% em vo-lume e 268,78% em receita, graças ao aumento das importações do Oriente Médio e África.

B ottura acredita que o setor de postura deve mirar-se no exem-

plo do setor exportador de frango brasileiro para continuar crescendo. “As empresas têm que investir mais em tecnologia e também em ima-gem. A avicultura de postura, em geral, tem que aprender a investir”, defende. Na sua avaliação, o setor vem registrando avanços, como as ações que a Ovos Brasil desenvolveu ao longo do ano. A entidade já con-ta com uma página na internet e uma assessoria de imprensa contra-tada para divulgar informações so-bre o ovo, além da pesquisa qualita-tiva desenvolvida para conhecer o que pensam consumidores, médi-cos e nutricionistas sobre o ovo. Hoje, a imprensa em geral, como re-vistas femininas, de moda, de recei-ta e também das áreas médicas, re-cebe informações corretas sobre o ovo com o objetivo de desmistifi car o consumo do produto.

De acordo com Bottura, o próxi-mo passo é a realização de ações nos pontos de venda (supermercados,

principalmente) em seis capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Recife e Goiânia). Após isso, a Ovos Brasil deve quan-tifi car o volume de venda de ovos antes e depois das ações para avaliar a efi ciência deste tipo de iniciativa.

Para Bottura, não basta o ovo ter todas as vantagens nutritivas já co-

nhecidas e que estão sendo divulga-das para a sociedade. “É preciso também transmitir segurança para o consumidor. E o setor vem se nor-matizando em termos de biossegu-rança e boas práticas de fabricação para que a segurança seja garanti-da”, afi rma.

Bottura lembra que o governo federal vem atuando em parceria com o setor de postura. Por exem-plo, no projeto da Agência Nacio-

nal de Vigilância Sanitária (ANVI-SA) que propõe a modifi cação da rotulagem das embalagens de ovos. “O projeto inicial previa a inclusão de cinco frases de adver-tência. Quando começamos a con-versar com o órgão, conseguimos baixar para quatro frases, e por fi m, a proposta fi nal prevê a inclu-

são de duas advertências: ‘O con-sumo deste alimento cru ou mal cozido pode causar danos à saúde’ e ‘Mantenha os ovos preferencial-mente refrigerados’”, relata ele, observando que a inclusão das duas frases são positivas, pois tra-zem um respaldo para o produtor. Atualmente, o setor ainda tenta negociar o prazo para adequação das embalagens. A ANVISA prevê 180 dias e o setor pede 360.

Não basta ter todas as vantagens nutritivas. É preciso também transmitir

segurança para o consumidor

Ações de marketing da Ovos Brasil se iniciam no próximo ano

Produção Animal | Avicultura 35

Apesar de não depender excessiva-mente do mercado externo

como a avicultura de corte, o setor de postura também deve sentir os efeitos da crise econômica internacional. As restrições de crédito podem afetar os investimentos das indústrias nacio-nais e a desvalorização do real pode infl uir nos preços dos produtos ex-portados. Além disso, a crise pode causar uma retração no consumo in-terno de ovos.

Apesar disso, José Carlos Teixeira acredita que considerando o compor-tamento atual e o cenário de crise, as principais perspectivas para a avicul-tura de postura podem ser favoráveis, já que os preços das proteínas animais para o consumidor devem manter-se elevados benefi ciando o consumo de ovos. E ainda, milho e farelo de soja, itens principais do custo de produ-ção, devem manter cotações estáveis favorecendo o produtor.

Teixeira acredita que o desafi o do setor em épocas de crise é con-tinuar crescendo e se desenvolven-do e conciliar a rentabilidade com o aumento de produção e consumo.

“A adoção de uma política de marketing para o ovo é a principal ação para atingir volumes condi-zentes com a relevância da postura comercial brasileira e enfrentar uma provável redução de consu-mo motivada pelos efeitos da crise global”, avalia Teixeira, observan-do que o “setor precisa também garantir maior infl uência política a fi m de obter os recursos necessá-rios a custo compatível para man-ter o desenvolvimento”. •

S eguindo com a redução do aloja-mento de pintos comerciais de

postura para evitar excesso de produ-ção e alcançar preços mais altos, o se-tor de postura deve registrar em 2008 uma queda de 18,8% no plantel de poedeiras e de 5,87% na produção de ovos na comparação com 2007. Por outro lado, no que se refere a preços, 2008 apresenta resultados positivos em comparação ao ano anterior: O valor pago ao produtor registrou alta de 13,06% e para o consumidor o avanço foi de 18,48%.

Produção em 2008 registra queda de 5,87%. Já o valor pago ao produtor teve

alta de 13,06%

Perspectivas para postura comercial podem ser favoráveis, já que os preços das proteínas animais devem manter-se

elevados benefi ciando o consumo de ovos

Em 2008, queda na produção e avanço nos preços pagos ao produtor

Crise econômica pode reduzir consumo, mas setor se mantém otimista

De acordo com José Carlos Tei-xeira, da José Carlos Teixeira Consul-toria, o consumo per capita neste ano deve ser de 121,6 unidades, 4,69% inferior ao de 2007.

A estimativa para a produção de ovos em 2008 é de 63,4 milhões de caixas de 30 dúzias, contra 67,3 mi-lhões de caixas de 30 dúzias em 2007.

36 Produção Animal | Avicultura

AssociaçõesAssociações

Para Clever Ávila, Presidente da Associação Catarinense de Avi-

cultura (ACAV), a abertura do merca-do do Chile para o frango brasileiro neste ano é uma grande conquista para a avicultura catarinense. Após as negociações com autoridades

brasileiras, o governo chileno decidiu abrir o seu marcado para plantas exportadoras de Santa Catarina e também de outros Estados brasileiros.

Entre as iniciativas desenvolvidas pela ACAV em 2008 estão ações específi cas nas áreas de sanidade animal, desoneração de impostos e ampliação de créditos para exportação.

Em relação à sanidade avícola no Estado, por exemplo, Ávila afi rma que o setor investiu no aperfeiçoamento da qualidade através da aplicação de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC). “A avicultura de SC evoluiu nos aspectos de biosse-

guridade e mantém a dianteira no País sob aspectos de sanidade ani-mal”, comenta o Presidente.

Questionado a respeito das ex-pectativas para 2009, o Presidente da entidade aponta que será um ano difícil, ainda com impactos da crise econômica mundial e da confi abili-dade no mercado internacional.

Ele ainda destaca que, no próxi-mo ano, a exemplo da chegada da Tyson Foods no Brasil, outras empre-sas multinacionais podem se posicio-nar no Brasil como estratégia de crescimento e competitividade. E completa: “A busca da inovação e diferenciação será vital neste mundo cada vez mais competitivo”.

ACAV – Principal conquista é abertura do mercado chilenoSanta Catarina

Clever Ávila

A exemplo da edição de dezem-bro de 2007 de Produção Ani-

mal-Avicultura, a equipe da revista entrou em contato com os Presiden-tes e/ou Executivos das entidades que representam o setor avícola em alguns Estados para saber quais foram as principais iniciativas e rei-vindicações levantadas pelos avicul-tores em 2008, além das perspecti-vas para 2009.

Neste fi nal de ano, nada foi mais comentado do que a crise econômi-ca que assola o mundo e pode ter conseqüências sobre o setor avícola nacional. Diante deste cenário, é essencial que prevaleça o espírito associativo das entidades estaduais para através de planejamentos estra-tégicos em curto, médio e longo prazos minimizar os efeitos da crise. Por exemplo, no que diz respeito ao cumprimento da recomendação feita pela UBA de redução de 15% no alojamento de pintos de corte.

Entidades, como a ACEAV e a AVES, que representam, respectiva-mente, o Ceará e o Espírito Santo, continuam às voltas com as difi culda-

des no fornecimento de milho, já que os Estados estão distantes dos centros de produção do grão. Para 2009, cearenses e capixabas apostam na utilização da malha férrea para o abastecimento em ambas as regiões. Os primeiros estão na expectativa da implantação da Ferrovia Transnordes-tina e os segundos tentam viabilizar o transporte do milho através da Ferro-via Centro Atlântico (FCA).

As associações destacam ainda a expectativa em torno dos resultados das novas auditorias realizadas pelo Ministério da Agricultura no decorrer de 2008, que reavaliou a estrutura de defesa sanitária avícola das unida-des federativas que fazem parte do Plano Nacional de Prevenção da Infl uenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle.

Na seqüência, seguem alguns pontos levantados pelas associações que conversaram com Produção Animal-Avicultura.

Entidades destacam Entidades destacam iniciativas, conquistas iniciativas, conquistas e perspectivas e perspectivas da avicultura brasileirada avicultura brasileiraCrise e redução na produção são os principais assuntos discutidos

A

Produção Animal | Avicultura 37

Luiz Fernando Ross, Presidente da Associação Gaúcha de Avicultura

(Asgav), conta que o setor vem en-frentando algumas difi culdades (as-sim como em outros Estados) que têm gerado entraves na produção avícola, com destaque para a carga tributária. “Os créditos de ICMS dos exportadores, que têm seu uso inte-gral restringido pelo governo, acaba por prejudicar a competitividade da avicultura.”, afi rma.

Ross enfatiza que a assinatura de um convênio entre o Fundo de Desen-

volvimento e de Defesa Sanitária do RS (Fundesa) e a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, que credenciou o Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF) junto ao MAPA para análises laboratoriais foi uma conquista importante. A iniciativa permite ao Rio Grande do Sul alcançar um conceito melhor no que se refere ao Plano Nacional de Prevenção da Infl uenza Aviária e Prevenção e Con-trole da Doença de Newcastle.

Para o próximo ano, a entidade pretende tirar uma lição da crise eco-nômica internacional. “O planejamen-to da produção, a manutenção do mercado interno e a consolidação das exportações devem ser trabalhadas com muita atenção em 2009. Será vital no próximo ano o controle do custo de produção e a estabilidade do mercado interno, para evitar prejuízos irreparáveis para avicultura de corte e postura”, analisa o Presidente da Asgav.

ASGAV – Carga tributária continua criando entraves na produção

Rio Grande do Sul

Luiz Fernando Ross

Buscar a redução dos custos e au-mentar a renda dos avicultores do

oeste do Paraná foram as duas princi-pais ações desenvolvidas pela associa-ção que representa o setor avícola nesta região do Estado (AAVIOPAR) em 2008. Luiz Ari Benartt, Presidente da entidade, comenta que a AAVIOPAR atuou na aquisição de insumos para diminuir os gastos da atividade. “A maravalha foi repassada aos associados a preço de custo e também oferecemos máquina para limpeza dos galpões na retirada da cama, com um diferencial de preço de até 45%”, explica.

O Programa de Avicultura Noturna (PAN), onde o governo do Paraná con-cede descontos de até 60% para os produtores que utilizam energia elétrica no período das 21 às 6 horas, também trouxe benefícios. “Em cálculos prelimi-nares o produtor consegue uma econo-mia de até 15% na energia gasta por lote”, conta Bernartt.

Em 2009, o Presidente da entidade destaca que as agroindústrias do Estado precisam melhorar a renda dos aviculto-res paranaenses. “Em médio prazo certamente teremos sérios problemas, pois os estudos (em conclusão) da AAVIOPAR junto com a Embrapa e FAEP mostram que a viabilidade econômica no campo está negativa e nós não acreditamos que o produtor ou seus fi lhos continuem nessa atividade por muito tempo”, afi rma.

AAVIOPAR – Renda e custos com a produção foram as iniciativas trabalhadas

Paraná

Luiz Ari Bernartt

E mpenhada em contornar os problemas que podem chegar ao

Paraná, segundo maior exportador de carne de frango, em decorrência da queda verifi cada nos embarques do produto, o Sindicato das Indús-trias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) tem estimula-do neste fi nal de ano as empresas

avícolas paranaenses a conhecer e explorar a potência do mercado regional. Domingos Martins, Presi-dente da entidade, afi rma: “Essa percepção regional é importante para que a comercialização do fran-go não passe a ser uma ‘odisséia’. Se cada produtor atingir internamente o seu próprio mercado, podemos ajustar a oferta à demanda”, explica.

Entre as reivindicações da enti-dade para 2009, o Presidente do Sindiavipar destaca que o governo deve manter a política de controle da sanidade avícola no Estado, além de reconhecer o frango como um item da cesta básica, por ser um produto de origem animal com preços altamente competitivos.

Sindiavipar – Diminuição de crédito é barreira para exportador

Paraná

Domingos Martins

38 Produção Animal | Avicultura

Associações

De acordo com Érico Pozzer,

Presidente da Associação

Paulista de Avicultura, (APA), em

2009 a entidade deve continuar

trabalhando pela redução da carga

tributária. Em nível estadual, se-

gundo Pozzer, a APA segue desen-

volvendo um trabalho com a Secre-

taria de Agricultura do Estado para

liberação de créditos do ICMS para

as empresas avícolas. Já em nível

federal, os associados buscam a

eliminação do PIS e COFINS das

atividades de produção relaciona-

dos ao setor.

Segundo o Presidente da enti-

dade, a avicultura paulista deve

crescer cerca de 6% em 2008.

Sobre as perspectivas para 2009,

Pozzer comenta: “Esperamos que a

avicultura brasileira não inicie o

ano com estoques altos e que as

exportações possam ter alta signifi -

cativa auxiliando no controle da

oferta e da demanda”.

Os altos preços das matérias-

primas, principalmente o milho

que é importado de outros esta-

dos, foi um dos entraves para a

avicultura de SP em 2008. Para o

Presidente da APA, deveria haver

uma integração entre o governo e

os produtores paulistas no intuito

de aumentar a produção de milho

no Estado. Após as reivindicações

dos avicultores paulistas, a Conab

realizou no decorrer de 2008 lei-

lões de milho em SP para tornar os

preços mais acessíveis.

No segmento de postura,

Pozzer conta que os avicultores

têm conseguido manter a produ-

ção ajustada, ao contrário do que

está acontecendo com a avicultu-

ra de corte, e estão operando

com margem de lucro. Segundo

ele, os produtores de ovos aguar-

dam a implementação total do

Plano Nacional de Controle de

Resíduos (PNCR) para conquistar

os consumidores da União

Européia.

Marilia Martha Ferreira, Su-

perintendente da Associa-

ção dos Avicultores de Minas

Gerais (AVIMIG), destaca que as

reivindicações mais importantes

do setor em 2008 estiveram rela-

cionadas à sanidade avícola. De

acordo com ela, a criação do

Fundo Privado de Emergência

Sanitária da Avicultura de MG

(Funamig), com aportes financei-

ros de empresas mineiras, foi a

principal conquista da entidade

neste ano.

Considerado outro avanço na

avicultura mineira, a adoção do

Sistema de Georreferenciamento

(GeoDSA) desenvolvido em parce-

ria com o IMA e a Universidade

Federal de Santa Maria (UFSM/RS)

para monitoramento exclusivo das

granjas avícolas do Estado tam-

bém foi mencionada pela Superin-

tendente da Avimig.

Por outro lado, os produtores

avícolas enfrentaram dificuldades

com as oscilações de preços no

mercado avícola, principalmente

na venda de frango. “A avicultura

mineira iniciou o ano com a cota-

ção do frango vivo posto granja a

R$1,80/kg nos primeiros dias de

janeiro, tendo a cotação máxima

em agosto/setembro R$2,05 e a

cotação mínima R$1,20 em feve-

reiro/março”, afirma Marília.

“Em 2008, o saldo positivo do

setor avícola de MG foi conseguir

criar e viabilizar o Funamig. Até

agora, no penúltimo mês do ano,

acreditamos que com a melhoria

das cotações nos festejos de fim

de ano, a média dos preços de

frangos e ovos seja elevada”,

comenta a Superintendente da

entidade.

APA – Tributação é um dos principais desafi os

AVIMIG – Criação do Funamig foi uma grande vitória

São Paulo

Minas Gerais

Érico Pozzer

Marília Martha Ferreira

Produção Animal | Avicultura 39

P rocurar alternativas para via-

bilizar o transporte de insu-

mos para o ES através da Ferrovia

Centro Atlântico (FCA) esteve na

pauta da Associação dos Avicul-

tores do Espírito Santo (AVES) em

2008. “O setor avícola do ES

trabalhou de forma intensa junto

ao governo federal no sentido de

garantir o abastecimento a pre-

ços competitivos, já que o Estado

é deficitário quanto à produção,

principalmente de milho e soja”,

afirma o Presidente da AVES,

Antônio Venturini.

As ações desenvolvidas no ES

com o intuito de alcançar uma

classificação melhor no PNSA

também foram destacadas pela

entidade. Venturini ressalta que

o empenho dos produtores aví-

colas quanto ao registro das

granjas de produção comercial

foi outro ponto positivo do

setor.

“Em 2009, a avicultura capi-

xaba continuará trabalhando

seus gargalos e melhorando

suas particularidades para al-

cançar cada vez mais competiti-

vidade”, afirma Venturini.

AVES – Abastecimento de milho ainda preocupa avicultores

Espírito Santo

Antônio Venturini

P ara João Jorge Reis, Presi-

dente da Associação Cea-

rense de Avicultura (ACEAV), a

infra-estrutura ferroviária ne-

cessária para a implantação da

ferrovia Transnordestina é a

expectativa da avicultura do

Ceará. “O projeto precisa sair

do papel e esperamos que seja

de fato uma prioridade para o

governo. Precisamos encontrar

uma saída para dependência

das políticas públicas de forne-

cimento de grãos para o Nor-

deste e do uso da malha rodo-

viária que nos sacrifica”,

explica Reis.

A estruturação do canal de

comercialização do frango

abatido na hora foi outro de-

safio encontrado pela entidade

neste ano. De acordo com o

Presidente, grande parte da

produção cearense é direciona-

da para esses canais que são

formados por pequenos e mé-

dios abatedouros localizados

em áreas de maior concentra-

ção populacional. “Estamos

desenvolvendo em parceria com

o Sebrae do Ceará um projeto

iniciado com 20 pontos de aba-

te e comercialização e que en-

volve adequação de infra-estru-

tura, treinamento em boas

práticas e em gestão”,

comenta.

A respeito das expectativas

para o próximo ano, Reis co-

menta: “No caso da avicultura

cearense, como atuamos apenas

no mercado interno, sentiremos

mais se as empresas que atuam

no mercado internacional não

se adequarem a uma menor

demanda externa e forem pres-

sionadas a praticar preços bai-

xos aqui dentro, como forma de

diminuir os estoques”.

ACEAV – Expectativa é implantar a Transnordestina

Ceará

João Jorge Reis

AV

É preciso encontrar uma saída para o

abastecimento de grãos no Nordeste

Produção e mercado em resumoRecuo na exportação eleva ainda mais oferta interna de carne de frango

Antes estimada pela ABEF em 4 milhões de toneladas, as expor-tações brasileiras de carne de

frango devem encerrar o ano entre 3,6 milhões e 3,7 milhões de toneladas.

O fraco resultado alcançado no últi-mo mês surpreendeu o setor. Mas, de toda forma, as exportações de carne de frango devem fechar o ano com uma expansão igual ou ligeiramente superior a 10%.

Com a produção de pintos alcança-da em outubro (496 milhões de cabe-ças) e o retrocesso enfrentado nas ex-portações, pode-se estimar para dezembro produção em torno de 1,030 milhão de toneladas de carne de frango.

Já o volume anual de carne de fran-

go produzida pelo Brasil deve fi car mui-to próximo de 11,1 milhões de tonela-das, perto de 8% a mais que o produzido em 2007 (10,3 milhões de toneladas).

Na exportação, é quase improvável ir-se muito além das 250 mil toneladas neste mês.

O resultado fi nal deve ser uma ofer-ta interna não muito distante dos 7,5 milhões de toneladas, perto de 7% a mais que o ofertado em 2007. Esse índice de incremento já foi ob-servado no setor em várias ocasiões e, assim, não chega a surpreender. A questão, apenas, é que, desta vez, a expansão está toda con-centrada no bimestre fi nal de 2008, pois, até outubro, o aumento era de apenas 2,26%.

Quanto aos preços, o va-lor médio alcançado pelo frango no ano (R$1,63/kg) se encontra apenas 5% acima do re-gistrado no mesmo período do

ano passado, janeiro a novembro de 2007. Ou seja: está claro que o setor encerra o ano com evolução de preços negativa em relação à in-fl ação, pois difi cilmente haverá qualquer recuperação em dezembro corrente.

Não é, felizmente, a situação do ovo que, graças a uma produção mais controlada e, também, às exportações,

alcançou até novembro preço médio 13% superior ao do mesmo pe-

ríodo de 2007. Poderia ter sido melhor mas, parece, os efeitos da crise econômica e, ainda, os

problemas da avicultura de corte acabaram interferindo de

maneira direta e preju-dicando o desem-

penho do setor

40 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Oferta interna de carne de frango no ano deve aproximar-se dos 7,5 milhões de toneladas, quase 7% a mais que o

ofertado em 2007

já foi ob-m várias

chega uestão,vez, acon-tre téo.s, o va-o pelo 63/kg) se acima do re-período do

a novembro á claro que o om evolução

m relação à in-mente haverá

em dezembro

13% superior ao do mesmo pe-ríodo de 2007. Poderia ter sido melhor mas, parece, os efeitos da crise econômica e, ainda, os

prppppppp oblemas da avicultura de corte acabaram interferindo de

maneira direta e preju-dicando o desem-

penho do setor

o nolhões ue o

Aviculturaão Animal |

Em momento já não muito propício, avicultura brasileira segue batendo recordes. Abaixo, alguns dos registrados em outubro de 2008

Segmento VolumeVariação sobre

outubro de 2007Produção de pintos de corte (milhões de cabeças)

496,165 7,08%

Produção de carne de frango (mil toneladas)

990,463 11,11%

Disponibilidade interna de carne de frango(mil toneladas)

674,830 16,74%

Alojamento de matrizes de postura(milhares de cabeças)

78,722 223,44%

Produção Animal | Avicultura 41

MATRIZES DE CORTEAlojamento mensal em 24 meses

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. %

NOV 3,490 3,858 10,55%

DEZ 3,585 3,766 5,05%

JAN 3,137 4,265 35,97%

FEV 2,962 3,852 30,06%

MAR 3,674 3,944 7,34%

ABR 3,444 3,953 14,78%

MAI 3,863 4,012 3,84%

JUN 3,358 4,037 20,22%

JUL 3,601 4,409 22,46%

AGO 3,527 4,348 23,28%

SET 3,347 3,866 15,52%

OUT 3,945 3,915 -0,77%

EM 10 MESES 34,857 40,601 16,48%

EM 12 MESES 41,933 48,225 15,01%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Pelo segundo mês consecutivo o aloja-mento brasileiro de matrizes de corte

fi cou abaixo dos 4 milhões de cabeças. Conforme a UBA, em outubro passado foram alojadas no País 3.914.742 matri-zes de corte, volume quase 1% menor que o registrado no mesmo mês do ano passado e 1,2% superior ao do mês ante-rior, setembro de 2008.

Faltando apenas dois meses para o fechamento do ano, o volume acumula-do no decorrer do exercício soma 40,6 milhões de cabeças e apresenta incre-mento de perto de 16,5% sobre o aloja-do nos 10 primeiros meses de 2007. Correspondendo a uma média mensal de 4,061 milhões de matrizes de corte, esse volume projeta para o ano aloja-mento total de 48,7 milhões de cabeças, quase 15% a mais que o alojado em 2007. Ou um quarto a mais que o aloja-do em 2006.

Não é muito diferente o volume aloja-do nos 12 meses encerrados em outubro passado: soma 48,225 milhões de matri-zes de corte e apresenta expansão de 15,01% sobre idêntico período anterior.

A esta altura se pergunta qual seria o alojamento mais adequado para o atual momento. Analisando o comportamento do setor no decorrer do ano, parece que o melhor nível de produção foi registrado no bimestre junho-julho, quando o volume total produzido fi cou próximo das 900 mil toneladas. E isso foi conseguido com um alojamento anterior ao redor de 3,6 mi-lhões de matrizes de corte mensais.

Não que esse possa ser considerado o volume ideal – mesmo porque é esse alojamento que vai defi nir a produção de carne de frango do segundo semes-tre de 2009, quando as condições de mercado podem ser totalmente diferen-tes das atuais. Mas consideradas as indi-cações de que as difi culdades econômi-cas mundiais podem se estender por mais de um ano, parece que um aloja-mento variando entre um mínimo de 3,6 milhões e um máximo de 3,9 milhões de cabeças é o mais adequado.

Alojamento de matrizes de corteVolume alojado fi ca novamente aquém dos 4 milhões de cabeças

42 Produção Animal | Avicultura

Produção de pintos de corteSegmento registra novo recorde pelo 4º mês consecutivo

PINTOS DE CORTEProdução brasileira em 24 meses

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. %

NOV 394,1 431,5 9,50%

DEZ 405,4 451,8 11,44%

JAN 420,5 460,7 9,56%

FEV 390,8 427,9 9,48%

MAR 423,4 441,1 4,19%

ABR 414,3 429,0 3,56%

MAIO 433,5 455,5 5,06%

JUN 418,8 437,0 4,34%

JUL 434,6 476,1 9,55%

AGO 444,8 484,3 8,88%

SET 424,4 485,3 14,33%

OUT 463,4 496,2 7,08%

EM 10 MESES 4.268,5 4.593,1 7,60%

EM 12 MESES 5.068,0 5.476,4 8,06%

Fonte: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

Se não chegou ao meio bilhão, fal-tou pouco, muito pouco – menos

de 1%. Pois conforme a APINCO, em outubro passado o Brasil produziu 496.164.950 pintos de corte, 7% a mais que em outubro do ano passado e 2,24% a mais que no mês anterior, setembro de 2008. Considere-se, po-rém, que o mês foi mais longo (31 dias) e esse incremento torna-se negativo – menos 1,05%. O volume alcançado correspondeu, também, a quase 97,5% do potencial instalado, o que signifi ca que no mês foi mantido um ritmo de produção não muito diferente dos meses anteriores (98,36% em agosto; 99,96% em setembro).

Correspondendo a um novo recor-de do setor em valores nominais (pois, em valores reais, o maior volume do ano foi alcançado em setembro), a produção registrada em outubro eleva o acumulado nos 10 primeiros meses de 2008 para 4,593 bilhões de cabe-ças, volume que representa aumento de 7,60% sobre o mesmo período do ano passado.

A média mensal registrada entre janeiro e outubro, de 459,3 milhões de pintos de corte, projeta para os 12 me-ses do ano volume em torno de 5,510 bilhões de cabeças, 7% a mais que o produzido no ano passado. À primeira vista, isso não deveria ocorrer, pois o potencial de produção instalado pelo setor permanece crescente e, assim, os valores fi nais de 2008 deveriam supe-rar os dos meses mais recentes.

Isso, porém, não deve ocorrer, pois a produção do corrente bimestre, o úl-timo do ano, vem registrando forte de-saceleração. Dessa forma, a expansão efetiva não deve ser muito diferente dos 7% apontados.

Nos 12 meses encerrados em outu-bro passado, o volume de pintos pro-duzidos totalizou 5,476 bilhões de ca-beças, o que signifi cou expansão de 8,06% sobre idêntico período anterior.

Produção Animal | Avicultura 43

Produção de carne de frangoVolume produzido em outubro fi ca próximo do milhão de toneladas

CARNE DE FRANGOProdução brasileira em 24 meses

MIL TONELADAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. %

NOV 790,7 887,9 12,29%

DEZ 851,4 945,5 11,05%

JAN 828,9 914,0 10,26%

FEV 749,8 866,3 15,53%

MAR 843,7 926,5 9,81%

ABR 835,3 880,0 5,35%

MAI 859,7 872,1 1,45%

JUN 851,6 861,8 1,20%

JUL 872,6 897,0 2,80%

AGO 871,8 923,8 5,96%

SET 866,9 926,5 6,88%

OUT 891,4 990,5 11,11%

EM 10 MESES 8.471,7 9.058,5 6,93%

EM 12 MESES 10.113,8 10.891,9 7,69%

Fonte: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

Levando em conta a produção ante-rior de pintos de corte e o resultado

das exportações de carne de frango em outubro passado, a APINCO esti-mou que no décimo mês do ano foram produzidas no País 990.463 toneladas de carne de frango, volume 11,11% e 6,90% superior aos registrados, res-pectivamente, em outubro de 2007 e em setembro de 2008. Também foram superadas – em 4,7% - as 945.515 to-neladas alcançadas em dezembro de 2007 e, por essa razão, o volume pro-duzido em outubro último correspon-de a um novo recorde do setor.

Com esse resultado, o volume de carne de frango produzido entre janei-ro e outubro de 2008 ultrapassa ligei-ramente os 9 milhões de toneladas, sendo quase 7% superior ao registra-do no mesmo período de 2007. Cor-respondendo a uma produção média mensal de 905,8 mil toneladas, a pro-dução atual projeta para a totalidade do ano volume da ordem de 10,870 milhões de toneladas, 5,5% a mais que o produzido no ano passado.

O mais provável, no entanto, é a produção do corrente bimestre (o últi-mo do ano) aproximar-se dos 2 mi-lhões de toneladas. E, neste caso, a produção anual de carne de frango deve superar (embora ligeiramente) os 11 milhões de toneladas, aumen-tando pelo menos 7% em relação ao ano anterior.

Nos 12 meses encerrados em outu-bro passado a produção brasileira de carne de frango já somou quase 10,9 milhões de toneladas, um volume 7,69% superior ao alcançado no mes-mo período anterior.

No décimo mês do ano foram produzidas no País

990.463 toneladas de carne de frango

44 Produção Animal | Avicultura

Exportação de carne de frangoEm 10 meses, embarques já chegam a 95% do total de 2007

CARNE DE FRANGOExportação brasileira em 24 meses

MIL TONELADAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. % ANUAL

NOV 284,1 298,9 5,32%

DEZ 238,1 299,9 25,95%

JAN 209,2 274,9 31,40%

FEV 232,4 292,6 25,89%

MAR 303,6 313,2 3,18%

ABR 264,0 270,0 2,27%

MAI 275,2 361,4 31,33%

JUN 259,3 330,1 27,30%

JUL 284,0 339,4 19,49%

AGO 304,7 322,7 5,91%

SET 242,1 323,9 33,78%

OUT 313,4 315,6 0,72%

EM 10 MESES 2.687,9 3.143,9 16,96%

EM 12 MESES 3.210,1 3.742,6 16,59%

Fonte: ABEF - Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

De acordo com os números consoli-dados da ABEF, em outubro, as ex-

portações brasileiras de carne de frango – aí inclusos os quatro tipos de produto comercializados internacionalmente, frango inteiro, cortes de frango, indus-trializados de frango e carne de frango salgada – totalizaram 315.633 tonela-das, o que signifi ca dizer que retrocede-ram 2,57% em relação ao mês anterior, setembro de 2008.

Ainda assim, registrou-se resultado positivo em relação a outubro de 2007. É verdade, neste caso, que o incremento foi de apenas 0,72%. Mas até esse baixo índice de variação se justifi ca: é que em outubro do ano passado foi registrado o maior volume embarcado em 2007. As-sim, embora o volume alcançado em ou-tubro último tenha sido o menor dos úl-timos seis meses, ainda se encontra 15% acima da média mensal registrada no ano passado.

Completados os 10 primeiros meses do ano, os embarques de carne de fran-go somam 3.143.870 toneladas, ou seja, correspondem a pouco mais de 95% do total exportado nos 12 meses de 2007. Cerca de 17% superiores aos alcançados no mesmo período do ano passado, es-ses embarques projetam, para a totalida-de do ano, volume global próximo de 3,780 milhões de toneladas, o que solici-ta embarques de, aproximadamente, 320 mil toneladas mensais em novem-bro e dezembro.

Como, neste instante, há um im-passe generalizado no comércio inter-nacional por falta de crédito, é quase certo que essa marca não será atingida. Assim, é provável que de novembro em diante haja um retrocesso no volume embarcado em 12 meses e que, em ou-tubro passado, totalizou 3,743 milhões de toneladas, 16,59% a mais que o ex-portado nos 12 meses imediatamente anteriores.

Eventualmente, esse volume pode se manter como recorde do setor por um longo tempo.

Produção Animal | Avicultura 45

Disponibilidade interna de carne de frangoOferta supera recorde mantido desde o ano passado

CARNE DE FRANGOProdução brasileira em 24 meses

MIL TONELADAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. %

NOV 506,9 589,0 16,20%

DEZ 613,6 645,6 5,21%

JAN 619,7 639,1 3,13%

FEV 517,5 573,8 10,88%

MAR 540,1 613,2 13,53%

ABR 571,3 610,0 6,77%

MAI 584,5 510,7 -12,62%

JUN 592,2 531,6 -10,23%

JUL 588,6 557,6 -5,27%

AGO 567,0 601,1 6,00%

SET 624,7 602,6 3,55%

OUT 578,1 674,8 16,74%

EM 10 MESES 5.783,7 5.914,6 2,26%

EM 12 MESES 6.904,3 7.149,2 3,55%

Fontes dos dados básicos: APINCO e ABEF - Elaboração e análises: AVISITE

Mantido desde dezembro de 2007, quando atingiu a marca das

645.586 toneladas, o atual recorde na oferta interna de carne de frango foi rom-pido em outubro passado. Pois, conside-rada a produção estimada pela APINCO e o volume exportado divulgado pela ABEF, permaneceram no mercado interno 674.830 toneladas do produto, volume 4,5% superior ao disponibilizado interna-mente no fi nal do ano passado. Em rela-ção a outubro de 2007, o incremento foi bem mais signifi cativo, de 16,74%, o maior índice registrado desde fevereiro de 2006, ocasião em que a expansão anual na oferta interna atingiu 23%.

Lá como cá, os altos índices de incre-mento foram devidos uma perversa combinação: aumento exagerado da produção x queda nas exportações. As-sim, enquanto a produção aumentou mais de 11%, as exportações apresenta-ram evolução de apenas 0,72%. Com isso, a participação das exportações na produção caiu de 35,15% no ano passa-do para 31,86%.

A despeito, porém, dessa expansão, o volume acumulado nos dez primeiros meses do ano continua apresentando discreta evolução. Entre janeiro e outu-bro somou 5,914 milhões de toneladas e, assim, aumentou 2,26%, índice que corresponde a um incremento de pouco mais de 1% em relação ao crescimento vegetativo da população.

Correspondendo à média, arredon-dada, de 590 mil toneladas mensais, a disponibilidade interna atual projeta, para a totalidade do ano, volume em torno de 7,080 milhões de toneladas, o que signi-fi caria aumento anual inferior a 1%.

No entanto, é pouco provável fi car nesse índice. Pois enquanto a produção segue em expansão, as exportações se tornaram grande incógnita e devem apresentar retrocesso.

Por isso, a expansão, neste ano, pode chegar aos 5%. Nos últimos 12 meses, porém, ela se encontra em 3,55% e está próxima de 7,150 milhões de toneladas.

46 Produção Animal | Avicultura

Alojamento de matrizes de posturaVolume alojado aumenta 13% no ano

MATRIZES DE POSTURAAlojamento em 24 meses (ovos brancos e vermelhos)

MILHARES DE CABEÇAS

MÊS2006/

2007

2007/

2008VAR. %

% OVO BRANCO

2006/2007 2007/2008

Nov 80,900 40,126 -50,40% 73,42% 91,92%

Dez 62,143 50,503 -18,73% 73,13% 80,03%

Jan 59,975 92,858 54,83% 83,33% 56,45%

Fev 34,687 98,130 182,90% 59,64% 85,95%

Mar 100,664 47,021 -53,29% 64,12% 62,29%

Abr 23,304 42,813 83,72% 56,66% 69,68%

Mai 83,167 83,202 0,04% 74,63% 81,46%

Jun 95,915 104,611 9,07% 63,49% 68,73%

Jul 53,253 58,108 9,12% 64,66% 69,68%

Ago 63,392 45,253 -28,61% 85,02% 31,33%

Set 67,212 32,233 -52,04% 43,68% 61,20%

Out 24,339 78,722 223,44% 55,63% 69,35%

EM 10 MESES 605,908 682,951 12,72% 66,45% 68,05%

EM 12 MESES 748,951 773,580 3,29% 67,75% 70,07%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Em outubro passado foram alo-jadas no Brasil, conforme a

UBA, 78.722 matrizes de postura, volume não muito superior à mé-dia dos últimos 12 meses. Ainda assim, o volume alcançado signifi-cou incrementos de 223% e de 144% sobre o mesmo mês do ano passado e sobre o mês anterior, respectivamente. Os incrementos, sem dúvida surpreendentes, decor-rem do fato de, nos dois meses ci-tados, terem sido observados os menores alojamentos dos últimos 24 meses.

Esse acréscimo, naturalmente, alterou também o volume acumu-lado no ano. Assim, de janeiro a outubro o alojamento de matrizes de postura soma 682.951 cabeças (68% delas de linhagens produto-ras de ovos brancos). Um volume que significa expansão de pratica-mente 13% sobre os 10 primeiros meses de 2007 e aponta alojamen-to anual, em 2008, da ordem de 820 mil reprodutoras, quase 18% a mais que o alojado em 2007.

Por ora, no entanto, o volume alojado em um período de 12 me-ses (novembro de 2007 a outubro de 2008) apresenta expansão bem mais modesta, de apenas 3,29%.

Estatísticas e Preços

Alojamento de janeiro a outubro

soma 682.951 cabeças (68% de linhagens

produtoras de ovos brancos), com expansão de quase

13% sobre os 10 primeiros meses de

2007

Produção Animal | Avicultura 47

Alojamento de pintainhas de posturaDados de outubro indicam que segmento segue a marcha rotineira

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURAAlojamento em 24 meses (ovos brancos e vermelhos)

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS2006/

2007

2007/

2008VAR. %

% OVO BRANCO

2006/2007 2007/2008

Nov 4,882 5,105 4,57% 72,55% 73,80%

Dez 4,792 5,017 4,71% 75,16% 75,79%

Jan 4,821 4,897 1,57% 76,98% 75,11%

Fev 4,749 5,048 6,29% 77,81% 73,17%

Mar 5,028 5,122 1,88% 73,73% 72,51%

Abr 4,980 5,127 2,94% 73,53% 71,79%

Mai 4,960 4,788 -3,47% 74,17% 73,83%

Jun 5,142 4,955 -3,63% 74,39% 72,25%

Jul 5,078 5,237 3,14% 74,30% 72,35%

Ago 5,091 4,895 -3,85% 74,48% 73,25%

Set 5,074 5,135 1,22% 72,28% 74,34%

Out 5,166 5,015 -2,92% 73,26% 72,88%

EM 10 MESES 50,088 50,218 0,26% 74,46% 73,13%

EM 12 MESES 59,762 60,341 0,97% 74,36% 73,41%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Embora os dados mensais sejam sempre aguardados com expec-

tativa, não há muito mais a dizer sobre o alojamento de pintainhas de postura senão que segue a sua marcha rotineira, o que significa que permanece praticamente inal-terado como nos 19 meses anterio-res, ou seja, desde março de 2007, período em que se mantém em tor-no dos cinco milhões de cabeças mensais.

Em outubro passado, por exem-plo, o alojamento de pintainhas de postura somou, conforme a UBA, 5,015 milhões de cabeças, o que representou uma redução de ape-nas 150 mil cabeças sobre o total alojado no mesmo mês do ano pas-sado (uma queda de 2,92%). Hou-ve queda, também, em relação ao mês imediatamente anterior, de 2,35%.

Completados os 10 primeiros meses do ano, o volume acumulado continua correspondendo a pouco mais de cinco milhões de cabeças mensais, pois soma 50,218 milhões de pintainhas de postura. Apenas 0,26% maior que o alojado entre janeiro e outubro de 2007, o atual alojamento projeta para o ano volu-me total próximo de 60,3 milhões, ou seja, quase a mesma quantidade registrada nos últimos 12 meses. Se esse número for confirmado, a dife-rença a mais em relação ao ano passado ficará em torno de 1%.

Volume alojado (5,015 milhões de cabeças)

permanece praticamente inalterado como nos 19

meses anteriores

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

48 Produção Animal | Avicultura

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja, interior paulista – R$/kg

MÊS MÉDIAR$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

NOVEMBRO/2007 1,55 21,09% -3,12%

DEZEMBRO/2007 1,65 41,02% 6,45%

JANEIRO/2008 1,52 14,28% -7,88%

FEVEREIRO/2008 1,38 -22,90% -9,21%

MARÇO/2008 1,24 -20,00% -10,14%

ABRIL/2008 1,33 -2,20% 7,26%

MAIO/2008 1,61 34,17% 21,05%

JUNHO/2008 1,78 27,14% 10,55%

JULHO/2008 1,89 12,50% 6,18%

AGOSTO/2008 1,94 5,43% 2,64%

SETEMBRO/2008 1,85 10,12% -4,64%

OUTUBRO/2008 1,63 1,87% -11,89%

NOVEMBRO/2008 1,74 12,25% 6,75%

Desempenho do frango vivo em novembro de 2008Produto teve ligeira recuperação no mês

Médias Anuais entre 2000 e 2007

ANO R$/KG VAR. % ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57% 2004 1,49 2,75%

2001 0,97 6,47% 2005 1,35 -8,72%

2002 1,13 16,49% 2006 1,16 -14,70%

2003 1,45 28,31% 2007 1,55 33,62%

Situação em 2008 (em relação ao mesmo período de 2007)

JAN/NOV R$1,63/KG 5,16%

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

E m que pese ter enfrentado, na últi-ma semana, os piores preços do

mês, além de encerrar o período com a mesma cotação – R$1,65/kg – registra-da um ano atrás, o frango vivo comer-cializado no interior paulista, ao alcan-çar em novembro passado preço médio de R$1,74/kg, obteve ganhos de 6,75% sobre o mês anterior e de 12,25% sobre novembro de 2007.

O ganho relativamente pequeno no mês impediu grande alteração no preço médio anual, que agora se en-contra em R$1,63/kg e apresenta in-cremento de 5,16% sobre os primeiros onze meses de 2007.

Embora esse valor permaneça como a melhor média alcançada pelo setor nos anos 2000, em nada refl ete a real situação da avicultura de corte brasileira, que encerrou o penúltimo mês do ano com pelo menos duas grandes interrogações: Onde estamos? Para onde vamos?

Aparentemente, a valorização obti-da na primeira quinzena de novembro (e neutralizada na segunda metade do período) foi ocasionada apenas pela retração na produção de frangos pelos criadores independentes. Ou seja: os ganhos obtidos não refl etem exata-mente a situação do frango que, de um lado, registra o maior volume em criação de todos os tempos (dados da APINCO) e, de outro, enfrenta retração de demanda, tanto interna quanto externa.

Ganhos obtidos não

refl etem a situação do frango

que, de um lado, registra o

maior volume em criação de

todos os tempos e, de outro,

enfrenta retração de demanda,

interna e externa

Estatísticas e Preços

FRANGO VIVO - PREÇOS HISTÓRICOS E PREÇO EFETIVO EM 2008

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2007): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2008: (R$/KG, granja, interior paulista) ///KGKGKG, grgr granjanjanjaaa, intintinterierieriororor paupaupaulislislista)ta)ta)PREPREÇOOOOÇOOOOOO OOOOOOOOOO MMÉMÉÉDÉÉMMMÉMÉMÉMÉÉÉDMÉMÉMÉM IOIO EFEEFETIVTIVO EO EM 2M 2008008: (: (R$/R$/

Produção Animal | Avicultura 49

Desempenho do ovo em novembro de 2008Mês registra o terceiro pior resultado econômico do ano

A despeito de leves sinais de recupera-ção no encerramento do período, o

ovo enfrentou na última semana do mês os menores preços de novembro e, assim, encerrou o 11º mês do ano com o terceiro pior resultado de 2008. Ou seja: neste ano, abaixo da média de R$39,36/caixa regis-trada em novembro, só os R$38,69/caixa de janeiro e os R$37,92/caixa de outubro.

O valor médio alcançado em novem-bro de 2008 também correspondeu a in-crementos de 5,78% sobre novembro de 2007 e de 3,80% sobre o mês anterior, outubro de 2008, mas apresentou redu-ção de 13,11% sobre o último preço de 2007 (R$45,30/caixa em dezembro do ano passado). E isso, em suma, signifi ca que o produto está entrando no derradei-ro mês de 2008 com perdas em relação à infl ação acumulada no período.

Tome-se como base, por exemplo, o IPCA-15 do IBGE: neste ano e até novem-bro acumulou uma variação de 5,79% em relação ao mesmo período do ano passa-do. Isso, considerado o preço médio obti-do pelo ovo em dezembro do ano passado (R$45,30/caixa) deveria signifi car, em no-vembro, valor médio ao redor de R$47,92/caixa. Como o valor efetivamente obtido fi cou em R$39,36/caixa, a perda, neste caso, é de, praticamente, 18%.

Note-se de toda forma que, apesar desses senões – que podem ser conside-rados pontuais, pois decorrem, em espe-cial, do momento crítico que vive a eco-nomia mundial, estando aliados, também, ao retrocesso enfrentado pela avicultura de corte – o ovo vem mantendo, em 2008, a melhor cotação anual de todos os tempos. Dessa forma, entre janeiro e novembro alcançou preço médio de R$43,98/caixa, valor que se encontra 13,12% acima daquele alcançado no mesmo período de 2007.

Médias Anuais entre 2000 e 2007

ANO R$/CXA VAR. % ANO R$/CXA VAR. %

2000 23,12 16,89% 2004 34,47 -13,11%

2001 24,07 4,11% 2005 33,48 -2,87%

2002 27,88 15,83% 2006 27,48 -17,92%

2003 39,67 42,29% 2007 39,42 43,45%

Situação em 2008 (em relação ao mesmo período de 2007)

JAN/NOV R$43,98/CAIXA +13,12%

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

OVO EXTRA BRANCO - PREÇOS HISTÓRICOS E PREÇO EFETIVO EM 2008

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2007): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2008: (R$/caixa, no atacado paulista)

Produto entra no derradeiro mês de 2008 com perdas em relação à

infl ação acumulada no período

OVO BRANCO EXTRAEvolução de preços no atacado paulista – R$/Caixa de 30 dúzias

MÊS MÉDIAR$/CXA

VARIAÇÃO %ANUAL MENSAL

NOVEMBRO/2007 37,21 28,09% -0,21%

DEZEMBRO/2007 45,30 27,43% 23,64%

JANEIRO/2008 38,69 27,69% -14,59%

FEVEREIRO/2008 50,71 29,20% 31,07%

MARÇO/2008 50,30 22,14% -0,81%

ABRIL/2008 39,63 4,76% -21,21%

MAIO/2008 44,60 19,86% 12,54%

JUNHO/2008 45,82 5,19% 2,73%

JULHO/2008 47,50 12,74% 3,67%

AGOSTO/2008 45,98 6,09% -3,20%

SETEMBRO/2008 43,25 12,57% -5,93%

OUTUBRO/2008 37,92 1,69% -12,32%

NOVEMBRO/2008 39,36 5,78% 3,80%

PREPREPREÇOÇOÇO MÉDMÉDMÉDIOIOIO EFEEFEEFETIVTIVTIVO EO EO EM 2M 2M 2008008008: (: (: (R$/R$/R$/caicaicaixaxaxa, nono no atat atacaacaacadododo paupaupaulislislista)ta)ta)

50 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

50 Produção Animal | Avicultura

Aavicultura brasileira tem dado mos-tras de muita competência. Na pro-dução de carne de frango batemos

recordes ano a ano. Somos o terceiro maior produtor mundial e o maior exportador mundial deste produto. Repetindo números já conhecidos, devemos produzir este ano por volta de 11 milhões de toneladas e em-barcar ao exterior cerca de 3,8 milhões de toneladas de carne de frango.

O consumo interno está ao redor de 39 kg por habitante/ano. São consumidores re-gulares, servidos por uma boa proteína, di-ga-se de passagem, a melhor disponível e a de melhor custo benefício.

Este custo benefício é a conjugação preço e qualidade que tem proporcionado um fantástico mercado, interno e externo, possibilitando o cres-cimento vertiginoso de nossa avicultura nos últimos anos. Este mercado ainda estará em expansão, dependendo do que podemos oferecer nos próximos anos, ao reduzirmos nossos custos, com tecnolo-gia, infra-estrutura, logística e impostos. O tal “Custo Brasil” será chave se conseguir-mos domá-lo. Aliás, não só nesta atividade como em todo nosso setor produtivo. Há grandes obstáculos que temos que superar.

Mas temos que ter juízo e prudência. Tudo tem seu limite. Atingimos marcas de produção e intenção futura de oferta de vo-lumes de carne que neste momento estão acima do que o mercado poderá absorver. Temos que fazer neste momento um pacto com o mercado. Este mercado tem sua di-mensão, seu tamanho, e ele deve ser respei-tado. É neste momento que temos o encon-

tro entre o livre mercado e o equilíbrio de mercado.

No momento da maior crise financeira já vivida desde a da década de 30, temos que por o pé no freio. Numa possibilidade muito provável de recessão e retração de todos os mercados, não podemos correr o risco de proporcionarmos sobras de produtos, que em níveis elevados nos causariam prejuízos irrecuperáveis, destruindo o trabalho mag-nífico de empresas da avicultura e agrone-gócio brasileiro.

Grandes e pequenas empresas devem re-planejar sua produção, reduzindo seus plan-téis. Em especial as companhias de genética que, em última instância, detêm o controle

e a oferta de material multipli-cador, base inicial de toda a ca-deia produtiva. Não é só de ago-ra que temos feito este alerta às empresas de genética. Quando mal as empresas começam a ter resultados com mercado positi-vo, lá vem mais galinha matriz alojada e lá vem mais pinto transformado em mais e mais carne... e lá vai preço do frango caindo. Além de fazer a lição de casa, devemos estar unidos em torno de nossas entidades. Nos-so concorrente é a crise, e é ela

que precisamos combater. Não podemos ser vítimas de leilões que aviltem nossos preços.

Não é fácil reduzir, aumentar custo fixo, enxugar estrutura, demitir gente, encolher de tamanho. Mas não há alternativa neste momento. Na vida, muitas vezes, para dar um ou dois passos à frente, é preciso dar um passo para trás. Atravessamos, não faz mui-to tempo, a crise externa da gripe aviária. Saberemos, com inteligência, agora, superar esta crise que aí está. Afinal, prudência e caldo de galinha, isto mesmo, caldo de gali-nha, não fazem mal a ninguém.

Avicultura planejada e com rumoNão basta produzir bem e bastante, é preciso saber como e a quanto podemos vender

Alfredo Kaefer

Alfredo Kaefer é deputado federal (PSDB/PR) e Presidente da Diplomata Agroindustrial

Atingimos marcas de produção e intenção futura de oferta de volumes de carne

que neste momento estão acima do que

o mercado pode absorver

jpbt

kggd

epf