29 - CONCUPISCÊNCIA

7/18/2019 29 - CONCUPISCÊNCIA

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Cornelius a Lapide, sj (1597-1637)

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CONCUPISCÊNCIATradução por Uyrajá Lucas Mota Diniz

O que é concupiscência

Em si mesma, a concupiscência é o apetite dos sentidos, uma inclinação

natural aos bens sensíveis; esta inclinaço, este apetite no so maus, a no se! "ue

se#am cont!$!ios % !a&o e % 'ei e eus*

+ concupiscência no é uma potência mal p!ou&ia pelo emnio; nenuma

potência poe se! m$ po! si mesma, nem poe se! p!ou&ia pelo emnio*

+ concupiscência no é tampouco o pecao o!i.inal; po!"ue o pecaoo!i.inal é est!uío pelo /atismo, en"uanto a concupiscência aina pe!manece* 0o

é, po! im, como o "ue! 2alvino, uma coisa co!!ompia pelo pecao o!i.inal e

semelante a um o!no semp!e aceso "ue vomita o pecao*

A concupiscência não é o pecado. O pecado vem da vontade

+ concupiscência, nascia o pecao o!i.inal e p!opa.aa po! ele, no é o

pecao, seno uma pena o pecao* um motivo contínuo e combate, e luta e e

vit4!ia; no é o pecao, a no se! "ue a vontae se una a ela*



+ina "ue se#amos #ustos, encont!amo-nos ent!e.ues % concupiscência como

a um ti!ano; e, sem emba!.o, estamos p!op!iamente ent!e.ues ao pecao, po!"ue a

concupiscência no nos ob!i.a a peca!*

enti! os movimentos a concupiscência, i& o /e!na!o, no é peca!,

seno "ue o pecao consiste em sabo!e$-los volunt$!ia e liv!emente Nec enim

concupiscentia cogit nos ad peccatum, uia ejus motus sentire nin est peccatum!

sed eis li"ere consentire peccatum est (#erm$ in %salm)*

Eu ve#o, i& o aulo, out!a lei em meus memb!os, a "ual !esiste % lei e

meu espí!ito e me sub#u.a % lei o pecao "ue est$ nos memb!os e meu co!po

&ideo aliam legem in mem"ris meis, repugnantem legi mentis meae, et capti'antem

me in lege peccati, uae est in mem"ris meis ( (om$ 8, :3)* sto é, sinto uma lei

"ue me mantém cativo, no pe!mitino "ue mina vontae obeeça, seno

comoveno-me, pa!a o meu pesa! e apesa! e mina !esistência, po! mais viva "ue

se#a* 8e#o-me o!çao a senti! os movimentos "ue ecitam no uno e meu

co!aço; po!ém, no me o!ça a "ue me comp!a&a neles* Estamos, pois, sob o jugo

da concupisc)ncia, po!ém, no sob o #u.o o pecao*

+ concupiscência a&-se senti! em n4s e, sem emba!.o, no a escutamos nem

le obeecemos seno consentindo nela* <s movimentos a concupiscência no so

pecaos "uano so involunt$!ios*

omente est$ conenao, i& anto +.ostino, a"uele "ue se eia a!!asta!

pela concupiscência a ca!ne No damnatur nisi ui concupiscentiae carnis

consentit ( Li"$8, Contr$ *ulian$)*

0o est$ em nossa mo evita! e aasta! intei!amente os movimentos

eso!enaos a concupiscência o "ue epene e n4s e e nossa vontae é a!-le

consentimento; se o a&emos, $ pecao*



enti! a concupiscência, i& o =oo 2!is4stomo, est$ na natu!e&a; po!ém,

ese#a! o mal é al.o o omínio a vontae Cuncupiscere naturale est! at male

concupiscere jam 'oluntatis est$ ( omil$ >> ad pop$)*

?uano se ap!esenta um mau pensamento e solicita-se o nosso

consentimento, i& o @!e.4!io, e nenum moo manca-se a nossa alma*

omente manca-se "uano se su#eita, comp!a&eno-se no pensamento Mentem

neuauam cogitatio imunda inuinat cum pulsat, sed cum anc si"i per

delectationem sunjugat ( Moral$)*

< pecao est$ intei!amente na vontae*

e a concupiscência osse pecao po! si mesma, eus ave!ia ouvio a o

aulo "uano este !o.ava-'e "ue o liv!asse ela; po!ém, eus no ateneu a

sAplica, seno "ue le !esponeu /asta-te mina .!aça, po!"ue o meu poe! b!ila

e conse.ue seu im po! meio a !a"ue&a ( -- Cor$ >, 9)*

?uano me !ei!o %s aeiçBes a ca!ne, alo e uma manei!a imp!4p!ia, i&o 2ip!iano; po!"ue estas aeiçBes pe!tencem pe!eitamente a alma, "ue é a Anica

"ue sente, move-se, vive, e a ela é a "uem se imputa o pecao, po!"ue somente a ela

oi conceio o liv!e a!bít!io, a !a&o, a ciência e o poe!* o! meio estas

aculaes, ela poe conena! o mal, ne.a!-se a cometê-lo e escole! o bem* + alma

se!ve-se o co!po, como o e!!ei!o se!ve-se a bi.o!na e o ma!telo pa!a a! a seus

íolos toas as ve!.onosas o!mas "ue "ue!, e ab!ica! alsos euses a seu bel

p!a&e!* 0o é a ca!ne o "ue impele o omem ao pecao; no é a ca!ne "ue o inspi!a,

nem concebe m$s açBes; no tem o pensamento % sua isposiço; o co!po no é

seno o a!senal one se acam os inst!umentos o espí!ito* < espí!ito é a"uele "ue

a& e consuma na ca!ne, e po! ela, tuo "uanto eciiu a&e!* Ca&-se muito palp$vel

e eviente "ue a carne é insensível "uano a alma sepa!a-se ela* ese a"uele

momento, com eeito, a ca!ne no se!ve pa!a naa; no é mais "ue uma massa e

co!!upço* Duo o "ue no omem comp!eene e sente, é, po! sua natu!e&a, est!anoao co!po ( %rol$ Tract$ .ction$ *esu Crist$)*



mp!op!iamente i&-se, ac!escenta o 2ip!iano, "ue a ca!ne com"ate cont!a

o espí!ito, e o espí!ito cont!a a ca!ne, e "ue $ oposiço; po!"ue este combate no

eiste mais "ue na alma, a "ual a& a .ue!!a a si mesma e luta cont!a sua vontae* +

alma sabe muito bem em tal conlito o "ue é o mal e o "ue é bem; po!ém,

emb!ia.aa pela peçona e seu ese#o, ent!e.a seus co!po % ignom/nia; ab!açano-

a e unino-se a ela, subme!.e-se nas voluptuosiaes "ue ento!pecem e, em seu

seio, ao!mece* +o espe!ta!, a conuso t!a& um a!!epenimento ta!io, e a alma

culp$vel e co!!ompia vê o o!!o! e suas mancas ( %rolog$, ut supra)*

+ concupiscência e a tentaço no so pecaos, po!ém os .e!am se a vontae

neles consente* o! sua essência, i& anto +.ostino, o pecao ei.e e tal

manei!a o consentimento a vontae "ue, se no $ consentimento, também $

pecao %eccatum enim ita in sua essentia includit 'oluntarium, ut si oc desit,

desinat esse peccatum ( Li"$ retract$ >8)*

< bem e o mal so coisas est!anas ao co!po, i& o /e!na!o 0uiduid ad

corpus spectat, si'e "onum, si'e malum, 1oris est ( 2pist$)*

@e!son cama % concupiscência em"ai3adora de #atanás na 'ontade, pa!a

insta!-le a "ue p!este seu consentimento* o!ém, se a vontae !esiste, a

embaiao!a no tem o!ça nem poe!; pa!ece-se a um omem "ue teve intenço e

incenia! uma selva sem o.o, i& anto Dom$s ( De %eccat$) *

A concupiscência é o lugar do pecado

+ concupiscência, i& anto E!ém, cama-se semente o emnio, e!ia e

alma, ca.a o co!aço, $!vo!e o mal, víbo!a (T$ , %aroen$)*

a me o pecao, cu#o pai é o abuso o liv!e a!bít!io; a su.esto, po! uma

pa!te, e o consentimento a vontae, po! out!a, a&em ecuna sua unio e

p!ou&em toos os c!imes*



+ causa !eal e mais poe!osa a tentaço e, po! conse.uinte, o pecao, é a

concupiscência leva a vontae, o espí!ito e a ima.inaço a consenti!em no pecao*

En.en!a a vontae, o espí!ito e a ima.inaço a consenti! no pecao* @e!a a

i!!eleo, a i.no!ncia, a paio, o mau costume, a ce.uei!a, encob!e e oculta toa

a malícia o pecao* 2om muita !a&o, pois, é camaa e lu.a!, p!incípio e escola

o pecao; e o aulo $-le o nome e lei dos mem"ros, "ue é cont!$!ia % lei o

espí!ito*

Como a concupiscência tenta-nos

2aa um é tentao, at!aío e lison#eao pela p!4p!ia concupiscência, i& o

+p4stolo o Dia.o Unusuisue 'ero tentatur a concupisc)ncia sua a"stractus et

illectus ( -ac$ , 1F)*

o @!e.4!io0a&ian&eno i& "ue a concupiscência é um o.o, cu#a cama o

emnio ecita Concupiscentia ignis, 1lama 'ere daemonis ( -n Distic$)*

+ concupiscência tenta-nos

1G como a se!pente tentou Eva, e Eva a +o;

:G impele-nos a ob!a! mal, como a eb!e a bebe! $.ua "ue é anosa*

e!emos o !eio a #ustiça o!i.inal com a "ual +o comp!imia e etina e

tal moo os movimentos a concupiscência "ue no poiam su!.i! sem "ue ele os

visse e os "uisesse* o!ém, ese "ue se pe!eu este !eio, a concupiscência est$ em

n4s como uma ulce!a abe!ta "ue $ semp!e mal oo!; pa!ece-se a uma ossa "ue

eala constantemente vapo!es étios e eleté!ios, a um o!no a!ente "ue lança sem

cessa! o.o e camas* + concupiscência su.e!e, noite e ia, maus pensamentos e,

sob!etuo, penamentos e i.no!Hcnia, e i.nomínia, ecita os movimentos as

paiBes "ue emb!utecem* um vulco "ue #amais se apa.a e cu#a c!ate!a semp!eabe!ta lança ao lon.e lavas evo!ao!as*



+ concupiscência ebilita-se com uma comp!esso pe!seve!ante, po!iaa, e

com out!os mil meios, po!ém no mo!!e #amais* E se o .!ane +p4stolo, a"uele

vaso e eleiço, a"uele omem escolio po! eus pa!a leva! consi.o seu santo

nome po! too o unive!so, estava pe!se.uio po! esta malita inimi.a, "uanto no

evemos n4s temê-la, ébeis pi.meusI

Tríplice concupiscência

0o tenais amo! ao muno, i& o +p4stolo o =oo, nem ao "ue est$ no

muno* e al.uém ama o muno, no tem em si o amo! o ai; po!"ue tuo o "ue

$ no muno é concupiscência a ca!ne, e concupiscência os olos, e o!.ulo e

via Nolite diligere mundum, neue ea uae in mundo sunt$ #i uis diligit mundum,

non est caritas %atris in eo! uoniam omne uod est in mundo, concupiscentia

carnis est, et concupiscentia oculorum, et super"ia 'itae ( - *oann$ , 15-16)*

+ se!pente tentou +o e Eva com t!ês concupiscências

a) com a concupisc)ncia da carne, solicitano-le pa!a "ue comessem a

!uta p!oibia;

b) com a concupisc)ncia dos olos, p!ometeno-les alsamente "ue seus

olos se ab!i!iam;

c) com a concupisc)ncia do orgulo, i&eno-les e!eis como euses*

< emnio tentou a =esus 2!isto com t!ês concupiscências

a) com a concupiscência a ca!ne, i&eno-'e Janai "ue esta pe!as

t!anso!mem-se em pes;

b) com a os olos, i&eno-'e Eu vos a!ei toas essas coisas, se vos

p!ost!a!es iante e mim e me ao!a!es; e



c) enim, pela concupiscência o o!.ulo a via; "uano le instou a "ue

e p!ecipitasse ese o alto o pin$culo o Demplo, p!ometeno-'e "ue

os +n#os !ecebe!iam-0o em suas mos*

Essa t!íplice concupiscência é cont!$!ia % antíssima D!inae

a) a os olos, "ue é a ava!e&a, é cont!$!ia a eus ai; po!"ue Ele é

libe!alíssimo e comunica sua essência e tuo o "ue tem ao Cilo, ao

Espí!ito anto e, po! participação, %s c!iatu!as*

b) + concupiscência a ca!ne é cont!$!ia ao Cilo, cu#a .e!aço no é ca!nal,

mas espi!itual*

c) < o!.ulo a via o é ao Espí!ito anto, "ue é Espí!ito e umilae e e

oçu!a*

Concupiscência da carne

+ concupiscência a ca!ne é o amo! aos p!a&e!es os sentios; tais p!a&e!es

viciam este co!po mo!tal o "ual i&ia o aulo es.!açao e mim, "uem me

libe!ta!$ este co!po e mo!teK -n1eli3 ego omo4 0uis me li"era"it de corpore

mortis ujus5 ( (om$ 8, :F)*

<s p!a&e!es os a&em esc!avos; venem-nos pa!a se!mos esc!avos o

pecao; ine!e-se o mesmo +p4stolo &enundatus su" peccato ( (om$ 8, 1F)* omais pesao os #u.os*

Esta concupiscência a ca!ne #$ at!aiu toos os males, toas as ene!miaes,

o ilAvio, a mo!te, causou a est!uiço e ooma etc*

Esta!mos aicionaos aos p!a&e!es os sentios é-nos al.o unestíssimo;

leva-nos ao mal, % .ula, % luA!ia, a ecessos espantosos* + concupiscência a ca!neé uma planta envenenaa "ue estene seus !amos em toas as i!eçBes e !oeia o

co!po* L$ em nossa ca!ne uma isposiço sec!eta, um levantamento unive!sal



cont!a o espí!ito* o! isto, o aulo a cama co!po o pecao Corpus peccati

( (om$ 8, 6)*

< omem se !ebela cont!a eus, o co!po, ento, eia e esta! su#eito a este

!ebelao, e o omem #$ no é mais ono e seus movimentos* + insu!!eiço e seus

sentios $-le a conece! sua "uea, po!"ue eus le avia eito !eto, isento as

misé!ias a concupiscência, e ono e si mesmo* o!ém, no "ue!eno se su#eita! a

eus, a ca!ne tampouco "uis se su#eita! ao espí!ito* ese a "uea o omem, as

paiBes a ca!ne, po! um #usto casti.o e eus, to!na!am-se ti!nicas, muitas ve&es

e vito!iosas* E o omem "ue, po! sua imo!taliae e pela pe!eita submisso o

co!po ao espí!ito, evia se! espi!itual até na ca!ne, i& anto +.ostino, to!nou-se

ca!nal até no espí!ito 0ui 1uturus erat etiam carne spiritalis, 1actus est mente

carnalis (Con1ess$)*

Concupiscência dos olhos

L$ no muno, out!a concupiscência, a concupiscência os olos, out!o

manancial e co!!upço, "ue consiste, i& /ossuet, em uas coisas p!incipalmente

1* uma é o desejo de 'er , e epe!imenta!, e conece!, em uma palav!a, a

cu!iosiae; e

:* a out!a o prazer da 'ista, "uano se a.!aa em ola! ob#etos e ce!to

b!ilo capa& e eslumb!a! e seu&i!*

< ese#o e epe!imenta! e conece! cama-se concupiscência os olos;

po!"ue e toos os 4!.os os sentios, os olos so os "ue mais ampliam nossos

conecimentos* 0os olos esto, e ce!to moo, comp!eenios toos os out!os

sentios; e, no uso a lin.ua.em umana, sentir e 'er so !e"uentemente a mesma

coisa* 0o somente i&emos 8ee "ue o!moso é isto, seno também 8ee "uo

bem ceia esta lo!***, "ue suave é isto***, "ue a.!a$vel esta mAsica*** o! isso, toa

cu!iosiae !elaciona-se com a concupiscência os olos (Trait6 de la

Concupiscence)*



ela concupiscência os olos "ue!emos ve!; "ue!emos se! vistos; "ue!emos

se! !icos* Esta concupiscência os olos en.en!a a ava!e&a, a vaiae, o luo, os

.astos esmeios etc* Duo é en.ano a vista* 0o ameis, pois, o muno nem o

"ue est$ no muno Nolite diligere mundum, neue e auae in mundo sunt ( - *oann$

, 15)*

Terceira concupiscência: orgulho da vida

< o!.ulo é uma ep!avaço p!ouna* o! ele, o omem, ent!e.ue a si

mesmo, ola-se como um eus to .!ane é o ecesso e seu amo! p!4p!io* <

o!.ulo é o vício "ue penet!ou até o uno e nossas ent!anas com a palav!a a

se!pente, "uano nos isse po! meio a pessoa e Eva 2ritis sicut dii$ e!eis como

euses (7en$ , 5)* < "ue "ue!emos, sob!etuo, i& <!í.enes, o "ue mais

ami!amos, conve!te-se em nosso eus Unusuisue, uod prae coeteris colit,

uod super omnia miratur et diligit, oc ei Deus est ( -n 7en$)*

2aa "ual a& um eus c!uel pa!a si a pa!ti! a paio a "ue se ent!e.a, i&8i!.ílio #ua cuiue Deus, 1it dira cupido; e out!o poeta < muno tem t!ês euses

a on!a, as !i"ue&as e os p!a&e!es*

o o!.ulo a via nasce o amo! p!4p!io, o amo! e al.uém po! si mesmo*

omente ocupamo-nos e n4s mesmo, e nossa p!4p!ia vontae e e nosso p!a&e!; e

no estamos e #$ no "ue!emos esta! su#eitos % vontae e eus* 0o amano mais

o "ue a n4s mesmos, to!namo-nos int!at$veis com o p!4imo* Em ve& e leva! o

amo! e eus até o esp!e&o e n4s mesmos, levamos o amo! p!4p!io até o

esp!e&o e eus* Ento, ao!amos o nada$

e.!aamos a eusK 0o, somente e.!aamos a n4s mesmos* + eus no

se 'e ti!a naa; po!ém, n4s nos p!ivamos e eu apoio, e ua lu&, e ua o!ça, e

o manancial e too bem; to!namo-nos ce.os, i.no!antes, ébeis, in#ustos, maus,esc!avos o p!a&e! e inimi.os a ve!ae* Mebelamo-nos, "ue!emos se! liv!es, e

a&emo-nos liv!es como os animais, "ue no tem out!as leis além e seus ese#os*



Duo isso é ob!a o emnio***

Esta é a loucu!a o omem, este é seu e!!o* eus le avia eito eli& e santo;

este bem, po! sua natu!e&a e!a imut$vel; o omem no tina "ue a&e! naa além e

não mudar , e te!ia pe!manecio em um estao imut$vel t!anso!mou-se

volunta!iamente, e aí se.uiu-se a t!íplice concupiscência; to!nou-se sobe!bo,

to!nou-se cu!ioso, to!nou-se sensual* a!a cu!a!-nos estes males, eus nos enviou

um alvao! umile, um alvao! "ue no tem out!a cu!iosiae "ue a salvaço

os omens, um alvao! abne.ao em pena, e "ue é o va!o as o!es, como i&

saías &irum dolorum ( -sai$ , /ossuet, Trait6 de la Concupiscence)*

Quão penosa e humilhante é a concupiscência

Estamos venios % concupiscência, i& o aulo ( (om$ 8, 1F)* Este

.!ane +p4stolo eclama, como esma.ao pelo peso a concupiscência

es.!açao e mim, "uem me libe!ta!$ este co!po e mo!teK -n1eli3 ego omo4

0uis me li"era"it de corpore mortis ujus5 ( (om$ 8, :F)*

Escuta, 4 mina alma, i& Lu.o e o 8ito!, escuta o "ue és est$s

ca!!e.aa e pecaos, as !ees o vício etém-te, !oeiam-te, seu&ia pelas

ca!ícias os sentios, est$s aicionaa, aco!!entaa aos memb!os e teu co!po,

!as.aa e cuiaos, a!!astaa em sentio cont!$!io pelos ne.4cios, a!!emessaa

pelo temo!, sob!eca!!e.aa e o!es, ent!e.ue ao e!!o, ato!mentaa pelas suspeitas,

ati.aa pelas solicitues, est!an.ei!a em uma te!!a inimi.a, mancaa com tuas

!elaçBes com mo!tos, poe!-se-ia ac!eita! "ue abitas no ne!no1*

+ ca!ne levanta-se cont!a o espí!ito, e o espí!ito cont!a a ca!ne; po! cu#o

motivo no a&eis v4s tuo a"uilo "ue "ue!eis, i& o aulo aos @$latas ( 7al$ 8,

17)*

1 .udi, 8 anima, ualis sis9 onerata es peccatis, irretita 'itiis, capta illece"ris, a1i3a mem"ris, con1i3a curis,

distinta negotiis, contracta timori"us, a1licta dolori"us, errori"us 'aga, suspicationis inuieta,

sollicitudini"us an3ia, ad'ena in terra inimicorum, coinuinata cum mortuis, deputata cum iis ui in in1erno

sunt ( Li"$ de #piritu et .nima)*



+ concupiscência pa!ece-se % san.uessu.a, po!"ue

1G a san.uessu.a aca-se em uma $.ua lamacenta e ese#a san.ue com a!o!

a concupiscência vai ao loo as paiBes, subme!.e-se na ca!ne e no san.ue,

e no ese#a mais o "ue a"uilo "ue manca;

:G a san.uessu.a e a concupiscência so i.ualmente insaci$veis; no

pe!mitem "ue se !eta!e a sacieae e seu apetite, seno "ue "ue!em se

satisa&e! imeiatamente;

3G ambas so macias e ébeis;

FG a san.uessu.a é amante o san.ue co!!ompio, eleita-se com ele a

concupiscência somente se eleita com pensamentos impu!os, maus ese#os,

açBes ve!.onosas* 0ecessitamos eemplosK < omem colé!ico no pensa

mais "ue no moo como satisa&e! seu 4io e sua vin.ança; o .uloso no se

ocupa mais "ue e sua boca; o luu!ioso, somente e seus p!a&e!es .!ossei!os

etc*;

5G cupano o san.ue e um omem, as san.uessu.as acabam po! ebilita!

suas o!ças e, po! im, mat$-lo a concupiscência es.ota as o!ças o co!po e

a alma; é a causa a mo!te tempo!al e ete!na;

6G a san.uessu.a a.a!!a-se com tenaciae a concupiscência a& o mesmo;

7G a san.uessu.a tem veneno a concupiscência pe!ve!te a alma, envenena-a

e mata-a;

NG a san.uessu.a tem como uma pe"uena lança "ue e!e a pele a

concupiscência tem um a.uilo com "ue at!avessa e e!e a consciência;



9G a san.uessu.a tem uma boca t!ian.ula! "ue a& uma e!ia e t!ês laos a

concupiscência a& também t!ês e!ias e!e o co!po, a inteli.ência e o

co!aço*

Terríveis desgraas que a concupiscência causa

/em maniestas, i& o aulo aos @$latas, so as ob!as a ca!ne, "ue so

aulté!io, o!nicaço, esonestiae, luu!ia, iolat!ia, eitiça!ia, inimi&aes,

isputas, ciAmes, A!ia, !ias, issensBes, e!esias, inve#a, omicíios, .lutone!ias e

coisas semelantes, a !espeito as "uais vos p!evino, como #$ teno ito, "ue os tais

coisas a&em no alcança!o o Meino os 2éus:* Estas so as ob!as o omem velo

ou a concupiscência, se a vontae p!esta-se a elas*

?uano a concupiscência concebeu, i& o +p4stolo o Dia.o, $ % lu& o

pecao, e o pecao consumao en.en!a a mo!te Concupiscentia cum conceperit,

parit peccatum! peccatum 'ero, cum consummatum 1uerit, generat mortem ( -ac$ ,

15)*

?uano o o.o a concupiscência cai sob!e al.uém, i& o @!e.4!io, este #$

no poe ve! o sol a inteli.ência Cum in aliuem supercecidit ignis

concupiscentia, 'ideri a" eo neuit sol intelligentiae ( Li"$ Moral$, c* >>>)*

e one vem as .ue!!as e os lití.ios ent!e v4sK e!.unta o ap4stolo o

Dia.o* 0o so vossas concupiscências "ue combatem em vossos memb!os Unde

"ela et lites in 'o"is5 Nonne inc9 e3 concupiscentia 'estris, uae militant in

mem"ris 'estris5 ( -ac$ 8, 1)* Estais plenos e ese#os, e no tenes o "ue ese#ais

concupiscitis, et non a"etis ( -ac$ 8, :)*

a!a caa pessoa, sua paio é uma tempestae, i& anto +.ostino* +mas o

oceano o muno ele te t!a.a!$, po!"ue sabe evo!a! aos seus, e no os leva!$

2 Mani1esta sunt opera carnis9 uae sunt 1ornicatio, inmunditia, lu3uria, idolorum ser'itus, 'ene1icia,

inimicitiae, contentiones, aemulationes, irae, ri3ae, dissensiones, sectae, in'idiae, omicidia, e"rietates,

comesationes, et is similia, uae praedico 'o"is, sicut praedi3i, uoniam ui talia agunt regnum Dei non

conseuentur (7al$ 8, 19-:O)*



Uniuiue sua cupiditas tempestas est$ .maas saeculum, a"sor"e"it! amatores suos

'orare no'it, non portare (#erm$ > de &er"is Dom$ in Matt$)*

< co!po "ue se co!!ompe é uma ca!.a pa!a a alma, i& a abeo!ia Corpu

uod corrumpitur, aggra'at animam (#ap$ >, 15)*

e a concupiscência no osse o.o, no evo!a!ia a casa, i& o =oo

2!is4stomo ( omil$ ad pop$)*

+ina "ue +o e sua !aça tivessem sio e!ios em sua inteli.ência, em sua

mem4!ia, em sua vontae e em seu apetite i!ascível, no o oi, contuo, muito mais

p!ounamente no apetite concupiscível* +ssim como uma e!a selva.em e aminta

se lança sob!e sua p!esa pa!a evo!$-la, a mesma manei!a a concupiscência se

lança sob!e o omem pa!a captu!$-lo, a!!ast$-lo aos eleites selva.ens e c!ueis, e

ent!e.$-lo aos at!ativos o pecao* e satisa&es os cap!icos e tua alma, ela a!$

e ti a i!!iso e $bula e teus inimi.os, i& o Eclesi$stico #e praestes animae tuae

concupiscentias ejus, 1aciet te in gaudium inimicis tuis ( 2ccli$ >8, 31)*

+o omem "ue se eia a!!asta! e omina! pela concupiscência poem se

aplica! a"uelas palav!as o almista 0o $ pa!te saia em too o meu co!po po!

causa e Dua ini.naço; est!emecem-me os ossos "uano consie!o meus pecaos,

po!"ue minas ini"uiaes sob!epu#am po! cima e mina cabeça, e como uma

ca!.a pesaa elas tem-me sob!eca!!e.ao* Jinas ca.as apo!ece!am-se e

co!!ompe!am-se po! causa e mina insensate&* Estou cobe!to e misé!ia, e

encu!vao até o solo ano too o ia cobe!to e t!iste&a* o!"ue minas ent!anas

esto plenas e a!o!, e no $ em meu co!po pa!te s* +li.io estou e abatio em

et!emo; a o!ça os .emios e meu co!aço me a& p!o!!ompe! em ala!ios* Jeu

co!aço est$ contu!bao, pe!i minas o!ças e até a p!4p!ia lu& os meus olos #$

me altam Non est sanitas carne mea, a 1acie irae tuae9 non est pa3 ossi"us meis, a

1acie peccatorum meorum$ 0uoniam iniuitates meae supergressae sunt caput

meum, sicut onus gra'e gra'atae sunt super me$ %utruerunt et corruptae sunt cicatrices meae, a 1acie insipientiae meae$ Miser 1actus sum, et cur'atus sum usue

ad 1inem9 tota die contristatus ingredie"ar$ 0uoniam lum"i mei impleti sunt



inlusioni"us, et non est sanitas in carne mea$ .1lictus sum et umiliatus sum nimis!

rugie"am a gemitu cordis mei P***Q cor meum contur"atum est, dereliuit me 'irtus

mea et lumen oculorum meorum, et ipsum non est meum ( %salm$ >>>8, F-11)*

A concupiscência dei!a a alma va"ia. #esgraa é o$edecer-lhe.

< muno e sua concupiscência passam, i& o +p4stolo o =oo Mundus

transit, et concupiscentia ejus ( - *oann$ , 17)* 2obiçais e no alcançais, i& o

Dia.o, isto é, "ue!eis satisa&e! vossas concupiscências, e no poeis, naa acais

nelas "ue vos possa comp!a&e! Concupiscitis, et non a"etis ( - *oann$ 8, :)*

+ concupiscência !eu& sua es.!açaa vítima ao o!!ível estao o ilo

p!4i.o o Evan.elo* 'eva-o a uma te!!a lon.ín"ua e o a& issipa! sua e!ança,

toos os bens a .!aça, ob!i.ano-a a vive! na issipaço %ro1ectus est in regionem

linginuam, et ti"i dissipa'it su"stantiam suam, 'i'endo lu3ioriose ( Luc$ >8, 13)*

E, epois "ue o e& .asta! tuo, uma ome et!ao!in$!ia sob!evêm na"uela alma

ap!isionaa, e a ini.ência ce.a a ela a passos a.i.antaos 2t postuam omnia

consummasset, 1acta est 1ames 'alida, et ipse coepit egere ( Luc >8, 1F)* Ento, oti!ano a "uem ent!e.ou-se, envia-le a .ua!a! po!cos* +li, bem "uise!a a alma

sacia!-se com o "ue comem a"ueles animais imunos, po!ém nem isto le est$

pe!mitio Missit illum ut pasceret porcos$ 2t cupie"at implere 'entrem suum de

siliuis uas porci manduca"at, et nemo illi da"at ( Luc$ >8, 15-16)*

+ concupiscência é um mal "ue ato!menta a alma ano-le uma see e um

ese#o contínuo as coisas a te!!a "ue no poem p!eencê-la, nem saci$-la* 2e.a

a ve!-se plena e cap!icos, e pesa!es, e ecepçBes, temo!es e mil o!es*

ese#ais, e no tenes o "ue ese#ais Concupiscitis, et non a"etis9

1G ese#ais, po!"ue no tenes, e este ese#o p!ova "ue sois pob!es e

es.!açaos;

:G ese#ais e no tenes po!"ue a concupiscência é insaci$vel;



3G ese#ais e no tenes po!"ue o "ue tenes #$ no vos basta; é insípio pa!a

v4s;

FG ese#ais e no tenes po!"ue, no mesmo momento em "ue uma coisa "ue

buscais com a!o! p!opo!ciona-vos um p!a&e! eême!o, este p!a&e!

esapa!ece !apiamente;

5G ese#ais e no tenes po!"ue no possuis tanto o "ue ese#ais uanto ele

vos possui a v4s mesmos; tem-vos, e v4s no o tenes;

6G muitas ve&es, v4s no poeis .o&a! o "ue ese#ais;

7G muitas ve&es, no vos at!eveis a se!vi!-vos ele epois e tê-lo cobiçao

po! muito tempo*

+ssim é o ava!ento, amontoano !i"ue&as, vive com uma su!p!eenente

pa!cimnia, so!e p!ivaçBes, e "uase se mata e ome; en"uanto no tem, espe!a;"uano tem, p!iva-se* Eis a"ui como a concupiscência aina &omba e suas vítimas

e as a& ininitamente es.!açaas*

Castigos impostos ao consentimento da concupiscência

+ concupiscência no é mais "ue um sono "ue ato!menta* +"uele "ue

obeece % concupiscência é casti.ao pela mesma concupiscência, po!"ue, como se

lê no 'iv!o a abeo!ia, per uae peccat uis, per aec et toruetur (#ap$ >, 17)*

< ava!ento cobiça as !i"ue&as; elas se!o seu to!mento; o impuico busca o p!a&e!;

seus p!a&e!es se!o seu suplício* Essas poucas .otas e mel selva.em ama!.a!o a

taça em "ue ele as bebe* Enve!.ona!-se-$ e si mesmo*

< omem "ue cee ao impulso a concupiscência, aca na mesma satisaçoe seus ese#os, a pe!a a !a&o e a mem4!ia, a vontae, a libe!ae, a saAe,

a o!mosu!a, a !eputaço, a via; ele aca as t!evas, a emência, a esc!avio, as



ene!miaes, as o!es, o !emo!so, o esespe!o, uma mo!te p!ematu!a e c!uel, a

maliço e eus e os omens, e, po! im, o ine!no, "ue #amais $ e apa.a!-se*

Essas so as conse"uências o !einao a concupiscência*

0o ine!no, i& o 2ip!iano, e!ve!o as concupiscências !itas com sua

p!4p!ia .o!u!a; e, ent!e !i.iei!as a!entes, os co!pos mise!$veis se!o "ueimaos

-n in1erno, in pr8prio adipe 1ri3ae li"idines "ullient! et inter sartagines 1lammeas,

misera"ilia corpora crema"untur (#erm$ de .scens$ Dom$)*

0o ese!to, ese#a!am com nsias os manjares do 2gito! e tenta!am a eus

na secu!a* <uto!.ou-les o "ue pei!am, e os a!tou a alma Concupierunt

concupiscentiarum in deserto etc$ ( 23od$ 28, 1F-15)*

<!enaste-o, eno!, e assim sucee too espí!ito es!e.!ao é o casti.o e

si p!4p!io, i& anto +.ostino *ussisti, Domini, et sic est, ut poena si"i sit omnis

inordinatus animus (Con1ess$)*

o p!incípio o pecao, e!iva o casti.o, i& o =oo 2!is4stomo unde est

1ons peccati, illinc est plaga supplicii ( omil$ ad pop$)*

A concupiscência proporciona grandes méritos aos que lhe sa$em resistir

0o ap!ovo o "ue aço R comenta o aulo a !espeito a concupiscência

involunt$!ia "ue epe!imentava R po!"ue no aço o bem "ue "ue!o, seno, antes,

aço o mal "ue etesto* E neste lance, nem tanto sou eu "ue "uem ob!a a"uilo

"uanto o pecao, ou a concupiscência, "ue abita em mim 0uod enim operor, non

intellego! non enim, uod 'olo, oc ago, sed uod odi malum, illud 1acio$ Nunc

autem, iam non ego operor illud, sed uod a"itat in me peccatum ( (om$ 8, 15-

17)*

+ im e "ue a .!ane&a as !evelaçBes no me ensobe!becesse, i& a"uele

.!ane +p4stolo, oi-me ao um estímulo ou aguilão e mina ca!ne, ue 6 como



um an#o e atan$s pa!a "ue me esboeteie* + !espeito o "ual, po! t!ês ve&es, pei

ao eno! "ue o apa!tasse e mim; e !esponeu-me /asta-te mina .!aça, po!"ue o

meu poe! b!ila e conse.ue sua inaliae po! meio a !a"ue&a, isto é "rila

mais sustentando ao omem em meio :s mais 'iolentas tentaç;es$ +ssim, é com

.osto "ue me .lo!ia!ei e minas !a"ue&as ou en1ermidades; pa!a "ue aça mo!aa

em mim o poe! e 2!isto3*

< melo! .ua!a a vi!tue, i& o @!e.4!io, é o sentimento a ebiliae

ante a es.!aça e as tentaçBes; e somente a so!emos com ce!ta meia, a im e

"ue a alma iel, "ue se eleva inte!io!mente %s vi!tues mais sublimes, mas

ete!io!mente est$ tentaa, no tena ocasio nem e esespe!a!-se, nem e

envaiece!-se* elo t!eco "ue caminamos na via a pe!eiço, escob!imos o "ue

!ecebemos e eus; com nossas culpas, ap!enemos e n4s mesmos a"uilo "ue

somosF*

eus, i& o /e!na!o, pe!mite "ue a concupiscência viva, toavia, em n4s*

+li.e-nos p!ounamente pa!a umila!-nos e pa!a "ue, coneceno o "ue a .!aça

nos p!opo!ciona, encont!emo-nos inclinaos a pei-la sem sessa!* +ssim, ope!aeus a nosso !espeito, t!atano-se e altas li.ei!as; #amais nos vemos intei!amente

liv!e elas, pa!a ap!ene! "ue, se no poemos evita! toos os pecaos veniais, no

é se.u!amente com nossas p!4p!ias o!ças "ue evita!emos os .!aves; e a im e "ue,

semp!e com vi.ilncia e temo!, ponamos toos os nosso cuiaos, toa a nossa

solicitue, no poe! a .!aça, cu#a inispens$vel necessiae tanto conecemos po!

uma contínua necessiae (#erm$ in Coena Domini)*

o! cu#a causa, continua o +p4stolo, eu sinto satisaço e alegria em minas

ene!miaes, nos ult!a#es, nas necessiaes, nas pe!se.uiçBes, nas an.ustias em

ue me 'ejo po! amo! e 2!isto* ois, "uano estou ébil, ento com a graça sou

3 2t ne magnitudo re'elationum e3tollat me, datus est mii stimulus carnis meae angelus #atanae ut me

colapizet$ %ropter uod ter Dominum roga'i ut discederet a me! et di3it mii9 %u&&icit ti$i gratia mea: nam

'irtus in in1irmitate per1icitur$ Li"enter igitur gloria"or in in1irmitati"us meis, ut ina"itet in me 'irtus

Cristi ( -- Cor >, 7-9)*4 <ptima 'irtutis custos est in1irmitas, 'el pressurarum, 'el tentationum9 et 1it certo moderamine, ut dum

uisue santorum jam uidem interius as summa rapitur, sed aduc tentatur e3terius, nec desperationis

lapsum, nec elationis incurrat9 sisue cognoscimus in pro1ectu uod accepimus, in de1ectu uod sumus ( Li"$

>, Moral$, c$ 8)*



mais o!te %ropter uod placeo mii in in1irmitati"us meis etc$$$! cum enim in1irmo,

tunc potens sum ( -- Cor >, 1O)*

8ees, i& o /e!na!o, como a ebiliae a ca!ne aumenta a o!ça o

espí!ito e le $ animo e vi.o!K + o!ça a ca!ne, ao cont!$!io, ebilita o espí!ito* E

o "ue ave!ia e ami!$vel em "ue se#ais mais vi.o!osos "uano se encont!a

ebilitao vosso inimi.o mo!talK 0aa, a no se! "ue tenais loucamente po! ami.a

esta ca!ne, a "ual no eia e conspi!a! e e !ebela!-se cont!a o espí!ito5*

'!perimenta-se muita &elicidade com$atendo valorosamente a concupiscência

De!tuliano p!ova "ue é muito vanta#oso, até pa!a a ca!ne, "ue a alma !esista

%s suas concupiscências, a im e "ue a ca!ne também i"ue pu!iicaa e seus

vícios* + ca!ne, i& ele, no é inimi.a nossa "uano no ceemos a seus ese#os,

amamo-la; po!"ue, ento, a cu!amos Caro nim est inimica mostra! et uando ejus

'itiis resistitur, ipsa amatur, uia ipsa curatur ( Li"$ de (esurrect$)*

+ continência e a mo!tiicaço os sentios, ac!escenta este sé!io auto!, éininitamente mais oce "ue toas as p!etenias oçu!as a concupiscência; esta

mo!tiicaço !e!eia e cu!a a concupiscência "ue se opBe % ca!iae e % sabeo!ia*

Be ao omem no eli& estao e no vive! se.uno o omem te!!eno, e e poe!

i&e! com o .!ane +p4stolo Eu vivo, ou melo!, no sou eu "uem vive, seno "ue

2!isto vive em mim* o!"ue, ese "ue no sou eu "uem vive, sou mais eli&, e

"uano se levanta em mim al.um movimento cono!me ao omem velo, e o ataco,

su#eito-o em espí!ito % lei e eus, e posso i&e! com o mesmo +p4stolo Estes

movimentos no so meus, no me pe!tencem, no sou seu auto! U"i enim non

ego, jam 1elicius ego! et uando secundo ominem, repro"us ullus motus e3urgit,

cui non consentit, ui mente legi Dei ser'it, dicat etiam illud9 *am non ego operor

illud (Ut supra)*

5 &ides ui carnis in1irmitas ro"ur spiritu augeat, et su"ministret 'ires5 -ta, contrario est, no'eris carnis

1ortitudinem de"ilitatem spiritus operari$ 2t uid mirum, si, oste de"ilitato$ Tu 1ortior e11iceris5 Nisi 1orte

illam ti"i insanissime ducas amicam, uae non cessat concupiscere ad'ersus spiritum (#erm$ in Coena

Dom$)*



?ue eliciae encont!am o espí!ito, o co!aço, a consciência e a ca!ne em

combate! e em vence! a concupiscência* Ento a ca!ne est$ su#eita ao espí!ito, o

espí!ito a eus, e eus abençoa o co!po e o espí!ito* o co!po, =esus 2!isto a& seus

memb!os, e o Espí!ito anto seu templo; este Espí!ito e amo! estabelece sua

mo!aa na alma, ivini&a-a*

( necess)rio empregar energia para vencer a concupiscência

Escutai a De!tuliano + t!ombeta apost4lica, i& ele, anima ao combate os

solaos e 2!isto, a&eno !essoa! em seus ouvios as se.uintes palav!as 0o

!eine o pecao em vosso co!po mo!tal e moo "ue obeeçais a suas

concupiscências Non regnet peccatum in 'estro mortali corpore, ut o"ediat

concupiscentiis ejus ( (om$ 8, 1:)* 2ombatamos com valo!, a im e vence! e

e!!uba! a nossos inimi.os; e com o cuiao também e "ue no se#amos n4s os

vencios e umilaos* Em semelante combate, no ica! e!io si.niica uma

vit4!ia completa6*

+ p!oisso c!ist, i& o 'ou!enço =ustiniano, no consiste em a&e! mila.!es, em anuncia! o po!vi!, em ala! com elo"uência e conece! a uno as

a.!aas Esc!itu!as; consiste em combate! e !ep!imi! as concupiscências7*

<s meios e vence! a concupiscência so

1G o temo! e eus* eno!, t!anspassai minas ca!nes com vosso temo!, i&

o almista Con1ige timore tuo carnes meas ( %salm$ 2>8, 1:O)* Este

temo! sau$vel é uma leca poe!osa "ue mata os ese#os a concupiscência

a ca!ne*

:G o aulo inica o se.uno meio e alcança este im Ja!cai se.uno o

espí!ito, esc!eve aos @$latas #piritu am"ulate (7al$ 8, 16)* 84s vos6 Milites cristianos apost8lica tu"a isto sonitu accendit in praelium9 Non regnet peccatum in 'estro mortali

corpore, ut o"ediatis concupiscentiis ejus$ . criter dimicemus, ut ostes nostros mor1icicemur$ -n tali autem

pugna, sanitas erit tota 'ictoria ( .d Mari$)*7 <mnis disciplina cristianae pro1essionis, non in miraculis 1aciendis, non is 1utura praedicando, non in

eloui composito #cripturarumue e3planation! sed in resecandis concupiscentiis commendatur ( De -nter$

Con1l$, c$ 8)*



encont!ais comp!ometios em uma .ue!!a no somente cont!a as su.estBes

o emnio, i& anto +.ostino, seno sob!etuo cont!a v4s mesmos* R

2omo cont!a n4s mesmosK, i!-me-eisK R im, cont!a vossas anti.as

concupiscências, cont!a os maus $bitos "ue vos a!!astam e vos impeem e

ab!aça! uma via nova* Est$ seno oe!ecia a v4s uma via nova, e "ue!eis

se! velos no mal* uspensos ent!e a ale.!ia "ue acompana a via o

espí!ito e os at!ativos a via sensual, te!eis "ue luta! em vosso inte!io!

cont!a v4s mesmos* o!ém, ese o momento em "ue vos es.osteis, ica!eis

unios a eus, e unios a eus, encont!a!-vos-ei em estao e vos vence!,

po!"ue +"uele "ue a tuo vence est$ convosco*

Escutai o "ue i& o .!ane +p4stolo Estou submetio % lei e eus

pelo espí!ito, e % lei o pecao pela ca!ne* 2omo se!vis pelo espí!itoK

etestano vossa m$ via* 2omo é "ue se!vis pela ca!neK o!"ue as

su.estBes e m$s paiBes abunam em v4s; po!ém unino-vos a eus,

vence!eis as !ebeliBes a concupiscência* 8oltai-vos pa!a +"uele "ue vos

euca* o!ém, po!"ue, ento, Ele pe!mite este la!.o combate em "ue tenes

"ue luta! cont!a v4s mesmosK + im e "ue comp!eenais "ue e v4s vemeste t!abalo* ois os auto!es a la.elaço "ue so!eis; 84s vos combateis a

v4s mesmos* eus se vin.a a"uele "ue se !ebelou cont!a Ele, pe!mitino

"ue o tal !ebele, no teno "ue!io te! pa& com eus, conve!ta-se em uma

.ue!!a cont!a si mesmo #ic 'indicatur in re"elem ad'ersus Deus, ut ipse sit

si"i "ellum ui pacem noluit a"ere cum Deo*

?ue este#am vossos memb!os em .ua!a cont!a vossas m$s paiBes*

'evanta-se a i!aK 2omp!imi-a, unino-vos em espí!ito a eus; se ela veio a

su!.i!, po!ém, pelo menos, no encont!a!$ a!mas; ela "ue!e!$ lança!-se com

impetuosiae, po!ém, no te!$ com "ue e!i!, posto "ue a eia!eis

esa!maa* Ento, sucee!$ "ue este mo'imento, sem o!ça e sem !esultao,

se!$ como se no o ouvesses sentio ( -n %salm$ '>>8)* < mesmo sucee!$

com as emais paiBes* <beeceno ao espí!ito, a!eis impotentes asconcupiscências*



!oceei se.uno o espí!ito e eus, i& o aulo, e no satisa!eis

os apetites a ca!ne* o!"ue a ca!ne levanta-se cont!a o espí!ito, e o espí!ito

cont!a a ca!ne, po! cu#o motivo no a&eis o "ue "ue!eis Caro enim

concupiscit ad'eersus spiritum, spiritus autem ad'ersus carnem, ut non

uaecumue 'ultis, illa 1aciatis (7al 8, 17)*

+s paiBes, i& anto +.ostino, no nos pe!mitem cump!i! o "ue

"ue!eis no les pe!mitais tampouco cump!i! o "ue elas "ue!em; e assim,

nem v4s nem elas a!eis o "ue "ue!eis Concupiscentiae non permittunt cos

implere uod 'ultis9 nolite et 'os eis permittere implere uod ipsae 'olunt! et

ita nec 'os nec illa 1acietis uod 'ultis*

+ina "ue a#a em v4s concupiscências, no se!o elas, po!tanto,

vito!iosas, po!"ue no "ue!eis a&e! o "ue su.e!em* o!ém, as boas ob!as o

espí!ito com "ue cump!i!eis, no poe!o se! levaas a te!mo seno so!eno,

combateno e !esistino % concupiscência é impossível acaba! com elas no

meio a ale.!ia ( -n concupiscentia)*

'evanta-se em v4s a concupiscênciaK, "uestiona anto +.ostino

0e.ai-le a obeiência; no a si.ais, po!"ue é culp$vel, é impuica, é

ve!.onosa, aasta!-vos-ia e eus #urre3it concupiscentia5 Negate illi!

noli eam segui9 illicita est, lasci'a est, turpis est, alienat te a Deo (#erm$

>'8$ de Temp$)*

0o evemos ese#a! mais "ue uma coisa não ter maus desejos$

3G é p!eciso u.i!* Cu.ino, i& o +p4stolo o e!o, a co!!upço a

concupiscência "ue $ no muno =ugientes ejus, uae in mundo est,

concupiscentiae, corruptionem ( -- %et$ , F)* 0o "uei!ais ama! ao muno,

nem as coisas munanas* e al.uém ama ao muno, no abita nele a

ca!iae o ai ( - *oann$ , 15)*



FG é p!eciso i!i.i!-se a =esus* a!a vence! as paiBes, "uano a.itam vosso

co!aço, é p!eciso, i& anto +.ostino, invoca! o ivino poe! e =esus

Cum 1luctuat cupiditate cor tuum, ut 'incas tuam cupiditatem, in'oca Cristi

di'initate (#erm$ >'8, de Temp$)*

5G é p!eciso espe!a! em eus* Espe!ano no eno!, i& o Meal !oeta, no

vacila!ei -n Domino sperans non in1irma"or ( %salm$ >>8, 1)*

6G no te eies a!!asta! po! tuas paiBes, e !e!eia teus apetites, i& o

Eclesi$stico %ost concupiscentias tuas non eas etc$ ( 2ccli$ >8, 3O)* +

concupiscência é como uma sereia "ue, a&eno ouvi! uma espécie e canto

meloioso, eeminao e seuto!, eso!ça-se em at!ai! aos omens pa!a

evo!$-los*

Mebela-se a concupiscênciaK, i& anto +.ostino; !ebelai-vos cont!a

elaI Ela vos atacaK +tacai-a v4s a elaI Ela volta a investi!K Mecaçai-a

novamenteI 0o vos ocupeis mais "ue e uma s4 coisa, e é a se.uinte "ue

no se#a ela vito!iosa* (e"ellant5 (e"ella! %ugnant5 %ugna! 23pugnant5

23pugna! oc solum 'ide ne 'icant ( Li"$ de Contin$)*

7G "uano a concupiscência vos tenta! com solicitaçBes impo!tunas, tomai

consciência e "ue no é vossa ami.a, embo!a o in#a se!; ela no é seno a

vossa inimi.a capital* E a&ei a"uilo "ue os bons solaos a&em "uano o

inimi.o avança e eles se veem atacaos*

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29 - CONCUPISCÊNCIA