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PROFESSOR(A)_____________________________________________________________________
ALUNO(A): ________________________________________________ RA: ____________________
CURSO: ________________________________________________ SALA ______________________
2º Semestre de 2011
2
AULA INICIAL
CONCEITO DE PESQUISA
“À luz de Pierce, uma definição muito geral e sintética de pesquisa seria a seguinte:
toda a investigação de qualquer espécie que seja, nasce da observação de algum fenômeno
surpreendente, de alguma experiência que frustra uma expectativa ou rompe com um hábito
de expectativa (CP 6.469). Quando um hábito de pensamento ou crença é rompido, o objetivo
é se chegar a um outro hábito ou crença que se prove estável, quer dizer, que evite a surpresa
e que estabeleça um novo hábito. Essa atividade da passagem da dúvida à crença, de
resolução de uma dúvida genuína e conseqüente estabelecimento de um hábito estável é o que
Pierce chamou de investigação.
Da generalidade dessa definição decorre que ela pode se referir a qualquer tipo de
investigação e não apenas à científica. Entretanto, ela contém aquilo que se constitui no
núcleo de qualquer pesquisa: livrar-se de uma dúvida, buscar uma resposta já é um
processo investigativo (grifo nosso), „mesmo que seja imediato, assistemático e definido por
traços puramente ligados ao senso-comum‟ (BARROS e LEHFELD, 1988: 13). Toda
pesquisa nasce, portanto do desejo de encontrar resposta para uma questão . Aliás um tal
desejo se constitui sempre na mola central de uma pesquisa, principalmente da científica,
pois, sem esse desejo, o pesquisador fenece tragado nos desencantos das obrigações.
Por vezes, a pergunta que se busca responder é abstrata. Outras vezes, é prática e, até
mesmo, urgente. De todo modo, só a pesquisa nos permitirá respondê-las. Nesse sentido, o
esforço dirigido e o conjunto de atividades orientadas para a solução da questão abstrata ou
prática ou operativa que se apresenta, resultará na aquisição de conhecimento, mesmo quando
o esforço, as atividades e o resultante conhecimento se situam no contexto não especializado
do nosso cotidiano. Se tem todos esses pontos em comum com a pesquisa em geral, o que faz,
então, uma pesquisa ser científica?
Antes de tudo, a pesquisa científica exige, pelo menos como pano de fundo, um certo
estado de alerta do pesquisador para as questões filosóficas, especialmente epistemológicas1,
sobre as leis que regem o conhecimento, sua busca, aquisição, validade etc. Lopes (1990: 88),
por exemplo, considera a epistemologia um pólo intrínseco à pesquisa científica e uma das
instâncias da prática metodológica. Assentada sobre essas bases, a pesquisa deve se conduzir
dentro de um determinado campo da ciência a que o objeto ou assunto da pergunta pertence e
1 Epistemologia: Conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento científico, visando a
explicar os seus condicionamentos (sejam eles técnicos, históricos, ou sociais, sejam lógicos,
matemáticos, ou lingüísticos), sistematizar as suas relações, esclarecer os seus vínculos, e avaliar os
seus resultados e aplicações.
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à luz de algum quadro teórico de referência e de suas predições, quadro teórico este que deve
ser selecionado em função de sua adequação para responder a pergunta que se tem.
Além disso, para resolver a dificuldade, formulada no problema, o pesquisador não
pode „apenas adivinhar, fazer suposições gratuitas ou emitir opiniões superficiais e
inconsistentes‟, mas deve realizar sua busca através de levantamento de dados, através de um
método coletâneo ao quadro teórico de referência e também adequado à dificuldade a ser
resolvida, método este com suas técnicas específicas. Tudo isso se constitui em „um processo
pelo qual, ao mesmo tempo, se busca, examina e prova a solução‟ (RUDIO, 1992: 9, 71).
Só isso pode ser chamado de pesquisa científica porque só isso pode resultar em
conhecimento com as características que a ciência exige, isto é, conhecimento verdadeiro e
justificado, no sentido em que „verdadeiro e justificado‟ foi discutido mais acima. Tem-se aí
por que a pesquisa é o alimento da ciência. Pesquisa é o modo próprio que a ciência tem
para adquirir conhecimento. (grifo nosso) No seu aspecto gerativo, o conhecimento só pode
continuar crescendo na medida em que as pesquisas são incessantemente realizadas. Caso
contrário, o conhecimento se cristalizaria em fórmulas fixas, nos axiomas2 das crenças
estabilizadas ou em meras imposições burocráticas do fazer científico que Peirce chamaria de
excremento da ciência. Em suma, a pesquisa científica é uma atividade específica e
especializada. Demanda de quem se propõe a desenvolvê-la uma certa vocação, um certo grau
de renúncia às agitações da vida mundana e insubmissão às tiranias da vida prática, demanda
a curiosidade sincera pelo legado do passado e a vontade irrefreável de prosseguir; exige
isolamento disciplinado e conseqüente capacidade para a solidão reflexiva, hábitos de vida
muito específicos, ao mesmo tempo que abertura para a escuta cuidadosa e sempre difícil da
alteridade, junto com a capacidade renovada de se despojar do conforto das crenças, quando
isso se mostra necessário. Exige, ao fim e ao cabo, amor pelo conhecimento. Só esse amor
pode explicar a docilidade do pesquisador aos rigores da ciência, especialmente aos rigores do
método.
O conhecimento científico, portanto, não pode ser alcançado de maneira dispersiva e
errante, pois a errância é, via de regra, não apenas custosa em termos de perda de energia e
recursos mas é, sobretudo, sem garantias. Por isso mesmo, junto com as questões
epistemológicas, a teoria dos sistemas cognitivos ou conceituais engloba questões lógicas e
metodológicas.”
(SANTAELLA, Lucia. Comunicação e Pesquisa. São Paulo: Hacker Editores, 2001, p. 111 - 113)
1. A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
2 Axioma: Premissa imediatamente evidente que se admite como universalmente verdadeira sem
exigência de demonstração.
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“A única pergunta idiota é a que você não fez.”
(Paul MacCready – Engenheiro americano 1925-2007)
Leia com atenção os textos que seguem e elabore um texto que apresente suas
reflexões sobre a importância de estudar.
SABER LER E ESCREVER
Em 2003, o governo lançou o programa “Por um Brasil Alfabetizado”. Desde então,
periodicamente, há cerimônias solenes de formatura para os adultos que aprenderam a ler e a
escrever e para os que completaram o ensino fundamental. Com frequência, o próprio
presidente Lula felicita a turma.
No sábado passado, no Rio de Janeiro, o presidente disse aos alunos que, uma vez
formados, eles poderão mais facilmente encontrar emprego e ganhar mais do que um salário
mínimo. Além disso, o progresso na qualificação dos trabalhadores contribuirá para o
desenvolvimento nacional.
Um mês atrás, em circunstâncias análogas, o presidente evocou uma lembrança
tocante: seu pai, analfabeto, comprava o jornal para que os outros não descobrissem que ele
não sabia ler. Juntando Fome Zero, programa de alfabetização e campanha da auto-estima
brasileira, ele afirmou: “Comer e estudar possibilitam ter força para trabalhar. Possibilitam
estufar o peito e dizer „eu sou brasileiro e não desisto nunca‟.
Não há como não concordar: o analfabetismo é injustamente vivido como vergonha, o
esforço de quem se alfabetiza na idade adulta pode e deve ser motivo de grande orgulho e,
certamente, é mais fácil trabalhar comendo e sabendo ler e escrever.
Mas resta que, nos discursos citados, nada parece ser dito sobre o que significa mesmo
aprender a ler (não tenho acesso à integra desses discursos, talvez minha observação valha
apenas para a seleção relatada na imprensa).
Algum leitor tomará a dianteira: “Agora ele vai nos dizer que o importante, na
alfabetização, não é melhorar o acesso ao mercado do trabalho e permitir o exercício digno da
cidadania (saber ler formulários, votar, informar-se). Ele vai dar uma de intelectual e afirmar
que a pessoa deve se alfabetizar para ler Camões e Machado de Assis”.
É quase isso. Explico.
No começo dos anos 1970, em Genebra, fiz parte de um pequeno grupo de acadêmicos
italianos que organizou um curso noturno para os imigrantes que quisessem completar o
ensino fundamental. Leitores de Paulo Freire, tínhamos a ambição de fazer de nossas aulas
um momento de “conscientização” (era a palavra da moda).
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Pois bem, as pequenas turmas que ajudamos se interessavam, obviamente, pelo
diploma (que era a condição para se candidatar a um emprego público na Itália). Mas o que
todos queriam, o que os motivava, depois de um trabalho brutal, a passar as noites numa sala
de aula era outra coisa.
Foi a pedido deles que inventei um jeito de resumir muitos daqueles livros sem os
quais o mundo fica mais triste e pobre. Resumi a “Divina Comédia”, “Dom Quixote”, “Crime
e Castigo” e “Moby Dick”. Resumi “Édipo Rei” e a “Fedra” de Racine. Resumi “O Jovem
Törless” e “O Coração das Trevas”. Para cada livro, eu contava a história, mostrava como ela
nos tocava de perto e trazia um parágrafo ou dois de um momento crucial, para a gente ler e
comentar. Às vezes, mudava as palavras e endireitava a sintaxe, simplificava o texto.
Mais pelo fim do curso, a gente ia ao cinema aos sábados. Depois do filme, durante as
noitadas das quais ainda sinto saudade, no café Landolt, era um festival de nexos e
interpretações: “Ele fez que nem o capitão Ahab”, “Ela era uma Fedra mesmo”, “O outro se
tomava pelo Grande Inquisidor” e por aí vai. As conversas se confundiam com o papo dos
estudantes de letras nas mesas ao lado da nossa. Emocionava-me a familiaridade com a qual
tratavam a tradição literária, mas o fato mais comovedor, para mim e para eles, era que sua
experiência e sua fruição do mundo eram, de repente, mais ricas, mais complexas, mais
humanas.
Como é possível que, na hora de promover o programa nacional de alfabetização, só
pareçam importar as vantagens materiais e sociais do diploma? Qual incompreensão do
sentido da cultura e de seu uso faz que os discursos que felicitam os candidatos só falem de
seus emprego e mudança de status?
Não vale responder que os candidatos têm necessidades imediatas (trabalho, arroz e
feijão), enquanto a cultura é um luxo: negar esse “luxo” sob pretexto de que ele não enche a
barriga significa negar a humanidade dos que se sentam num banco de escola.
No discurso de setembro que citei antes, o presidente concluiu: “Se um filho de pai e
mãe analfabetos chegou a presidente da República, vocês acreditem que se quiserem podem
chegar muito mais alto do que os livros dizem que vocês podem chegar. É só ter vontade, e
não parem de estudar.” (obviamente, o destaque é meu).
Paradoxo: se os livros dizem que a gente não pode subir na vida, por que aprender a
ler e por que continuar estudando? Ah, claro, tinha esquecido: para ganhar um emprego
melhor...
Não sei de quais livros o presidente está falando, mas sei que os livros de que gosto (e
de que meus alunos de Genebra gostavam) não dizem ao leitor que ele não pode subir na vida.
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Ao contrário, esses livros ensinam a sonhar, a viver a vida mais plenamente e a levá-la a sério.
Em suma, eles ensinam a ser gente. Das várias maneiras de “subir na vida”, é a que mais vale
a pena.
(CALLIGARIS, Contardo. FSP, Ilustrada, E, 14, 27.10.05)
ATIVIDADE
Após leitura dos textos, discuta com seu grupo de trabalho sobre a importância do estudo.
Elaborem um breve texto com o resultado de suas reflexões, em seguida, selecionem um
componente do grupo para apresentar o trabalho à classe.
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2. COMO ESTUDAR
O estudo começa na sala de aula
Assistir adequadamente às aulas e organizar os estudos em casa são atitudes
complementares que garantem melhor aprendizagem. Assim como é um erro acreditar que
assistir às aulas é o suficiente para aprender, também é um equívoco acreditar que estudar
tudo de uma vez em casa será o suficiente para garantir o conhecimento sobre determinado
assunto.
Há duas atitudes opostas e inadequadas à sala de aula: não prestar atenção à explicação
ou exposição do professor e adotar a postura de ouvinte atento. Evidentemente, entrar e sair
da aula várias vezes, conversar com os colegas, fazer desenhos ou ler sobre outras matérias
são atitudes que não permitem ao estudante assimilar o conteúdo discutido. Por outro lado,
manter uma atitude passiva, fingir que presta a atenção e manter um olhar fixo ao professor
sem perder tempo com anotações também não leva a nada. Qual seria, então, a atitude mais
adequada?
O programa Aprendendo a Aprender oferece algumas orientações que sintetizamos a
seguir:
Não rejeite antecipadamente o conteúdo: muitas vezes, desistimos de ouvir uma
mensagem, porque não concordamos com ela ou não gostamos do que começamos a
ouvir. Só é possível adotar uma decisão ou uma opinião após ter ouvido tudo que
envolve o assunto. Mesmo a abordagem de temas conhecidos deve ser vista como uma
oportunidade para conhecer melhor o que causa essa reação de rejeição para rever a
sua opinião ou reforçá-la. O pré-conceito pode prejudicar a aprendizagem.
É preciso relacionar os fatos: um bom ouvinte procura identificar as idéias principais
e encadear os acontecimentos. De nada adianta conhecer os fatos e não compreender
seu significado ou em que contexto é que surgem.
Procure uma escuta ativa, dinâmica e construtiva: postura e olhar fixos no
professor não significam, necessariamente, concentração.
Concentre-se: procure combater essa tendência de ceder a distrações e concentre,
sistematicamente, a sua atenção na informação que recebe do professor.
Não evite as aulas mais complexas, nem menospreze aquelas que julga mais
simples: não assistir às aulas mais complexas pode proporcionar um alívio provisório,
mas estará acumulando o conteúdo que lhe parece complicado, bem como as suas
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dificuldades em relação a ele. Quanto às disciplinas menos complexas, lembre-se de
que a aprendizagem é um processo contínuo, nunca dominamos integralmente um
conteúdo.
Faça anotações das aulas: as anotações dos colegas podem ser copiadas, mas lembre-
se de cada pessoa tem seu próprio código de estudo e, certamente, servirão mais a
quem as fez. Suas próprias notas focam sua atenção e testam a sua compreensão do
assunto. Faça apontamentos das idéias principais da aula. Concentre-se nas pistas do
professor: o material escrito no quadro, maior ênfase dada a determinadas partes com
exemplos, repetições, ou mesmo com alterações do tom de voz. Anote também os
resumos dados no início e no fim de cada aula. Prepare-se para cada aula relendo os
seus apontamentos da aula anterior.
Estudando em casa
É muito comum estudantes, mesmo universitários, demonstrarem que não
desenvolveram métodos de estudo, ou ainda que têm uma visão equivocada do que seja
estudar. Muitos passam horas e horas aos finais de semana dedicando-se a exercícios,
mecanicamente, que não levam a resultados satisfatórios nas avaliações e na vida prática, pois
os conteúdos são apenas memorizados, não têm significado algum o que torna difícil sua
aplicação. Essa situação leva à frustração e, pior, pode levar estudantes a acreditarem que não
são capazes de aprender. O que ocorre na realidade é a falta de hábito e de técnica de estudo.
“A formação universitária acarreta quase sempre atividades práticas, de
laboratório ou de campo, culminando no fornecimento de algumas habilidades
profissionais próprias de cada área (...) Contudo, antes de aí chegar, faz-se
necessário um embasamento teórico pelo qual responde, fundamentalmente, o
ensino superior. Essa fundamentação teórica das ciências, das artes e das
técnicas é justificativa essencial desse nível de ensino. E é por aí que se inicia a
tarefa de aprendizagem na universidade. (SEVERINO, 2000, p. 24)
A preparação para os estudos compreende uma série de questões, como um local
tranqüilo e bem iluminado; um planejamento de estudo que aponte os conteúdos que precisam
ser estudados ou revisados e as tarefas e trabalhos a serem realizados; o material necessário
para essas atividades – suas notas de aula, livros, dicionário etc.
“A assimilação desses elementos (teóricos) é feita através do ensino em classe
propriamente dito, nas aulas, mas é garantida pelo estudo pessoal de cada
estudante. E é por isso que precisa ele dispor dos devidos instrumentos de
trabalho que, em nosso meio, são fundamentalmente bibliográficos.
Ao dar início a sua vida universitária, o estudante precisa começar a formar sua
biblioteca pessoal, adquirindo paulatinamente, mas de maneira bem
sistemática, os livros fundamentais para o desenvolvimento de seu estudo. Essa
biblioteca deve ser especializada e qualificada. (SEVERINO, 2000, p. 24)
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Além disso, deve haver a organização do tempo disponível para os estudos, bem como
a consciência de que intervalos de descanso planejados também contribuem para a
assimilação dos conteúdos e tornam o trabalho eficiente, fluente e prazeroso.
(...) “Em virtude de os universitários brasileiros, na sua grande maioria,
disporem de pouco tempo para seus cursos e exercerem funções profissionais
concomitantes ao curso superior, exige-se deles organização sistemática do
pouco tempo disponível para o estudo em casa, indispensável para um
aproveitamento mais inteligente do seu curso de graduação(...) o essencial é
aproveitar sistematicamente o tempo disponível, com uma ordenação de
prioridades. Feito o levantamento do tempo disponível, predetermina-se um
horário para o estudo em casa. E uma vez estabelecido o horário, é necessário
começar sem muitos rodeios e cumpri-lo rigorosamente, mantendo um ritmo de
estudo. Quando o período de estudos ultrapassar duas horas, faz-se regra geral
um intervalo de meia hora para alteração do ritmo de trabalho. Esse intervalo
também precisa ser seguido à risca..” (SEVERINO, 2000, p. 31)
Grupo de estudo
Manter um grupo de estudos é uma prática produtiva, pois permite a troca de
informações, todavia devem ser mantidas as diretrizes oferecidas anteriormente. Além disso, é
preciso que o grupo seja formado por colegas responsáveis e motivados, que os objetivos
sejam definidos com clareza e objetividade para que as tarefas sejam cumpridas com rigor.
2.1. A LEITURA
A maioria das atividades de estudo compreendem o ato de ler, assim, o primeiro passo
para se atingir a apreensão do conteúdo estudado é ser um leitor competente, o que significa
saber como coletar, selecionar e reter informações.
A boa leitura compreende algumas fases: a primeira delas é a leitura na íntegra do
objeto estudado. É preciso ler as orelhas dos livros, o prefácio, a introdução, tomar
conhecimento de quem é o autor, verificar os itens do sumário.
Uma segunda leitura deve ser feita com auxílio do dicionário, para que possam ser
sanadas dúvidas de vocabulário e, assim, garantir a compreensão do texto.
Só então se está preparado para fazer anotações e detectar idéias chave - grifar o texto
desde a primeira leitura pode criar equívocos. Afinal, como se pode selecionar e assinalar
trechos e julgá-los importantes, se não se conhece o todo da obra? Além disso, procure utilizar
lápis e não canetas que iluminam o texto, pois a cada leitura é possível que se façam
descobertas e o uso do lápis permite fazer e desfazer anotações, já as canetas que iluminam o
texto nos levam a retomar sempre os mesmos pontos de leitura. Deve-se também criar um
10
código próprio de leitura: um grifo, pontos de exclamação, de interrogação, chaves,
parênteses.
Outro aspecto importante a saber - que auxilia na apreensão dos significados - é que
grande parte dos textos trazem os pensamentos principais logo no início dos parágrafos, ou
seja, o tópico frasal estudado nas aulas de Leitura e Produção Textual.
Depois desse levantamento, é importante que se façam anotações, não se pode confiar
apenas na memória, estudar também compreende registrar. Os registros podem ser feitos em
forma de resumo, de fichamentos, de fluxogramas.
Convém ressaltar também que uma única fonte de estudo não é suficiente para quem
deseja aprofundar seu conhecimento, é preciso pesquisar e relacionar conteúdos para que se
possa criar um conceito próprio sobre o tema estudado.
Todo esse trabalho será em vão, entretanto, se o estudante não conferir significado ao
que lê, se não fizer relações com os conhecimentos que já possui, estabelecendo, assim, uma
análise crítica acerca do que leu. Após todos esses cuidados e essa dedicação ao que se estuda,
certamente, muitos pontos ficarão em sua memória, mas porque apreendeu e não
simplesmente decorou.
3. DOCUMENTAÇÃO: MÉTODO DE ESTUDO
A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o
uso que deve fazer do seu próprio conhecimento. (Platão)
Especialmente, na realização de pesquisas para trabalhos acadêmicos, o registro das
informações é de fundamental importância para a posterior produção do trabalho. Existem
inúmeras formas de registrar as informações, a mais utilizada é o fichamento, seja em fichas
tradicionais, seja em arquivos no computador. O importante é que se saiba como pesquisar e o
que documentar.
Alguns autores sugerem que as informações sejam distribuídas em fichas com
informações específicas:
Ficha de resumo ou conteúdo;
Ficha de citações;
Ficha de comentário;
Ficha bibliográfica.
Atividade
Reúna-se, novamente com seu grupo de trabalho e discutam sua postura como
estudantes e a validade das informações oferecidas no texto.
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Entretanto, sugere-se a utilização de um documento único que traga o maior número de
informações de que possa precisar futuramente. Nesse documento devem constar:
Título;
Tema;
Identificação da fonte da leitura (livro, tese, artigo em revista, filme etc);
Referência bibliográfica (autor, título, edição, cidade, editora, ano);
Resumo ou síntese das ideias do autor;
Comentário (apreciação da obra: extensão do texto, sua constituição, clareza, lógica,
exemplificação genérica ou específica ,ilustrações, exemplos, bibliografia, citações,);
Citações
As citações são essenciais para a fundamentação dos trabalhos, desse modo o registro
trechos importantes facilitará a composição dos relatórios. Ao final de cada citação
selecionada, deve-se colocar o número da página de onde foi retirado o texto.
Graficamente, as citações diretas (item 8.2 deste material) são marcadas por aspas, caso o
texto original já apresente esse sinal, deve ser transformado em aspas simples („).
Lembre-se de que não podemos alterar o texto original. Caso apresente erros, utilize a
abreviatura (sic) que significa tal qual; assim mesmo, logo após o erro.
Localização da obra ( biblioteca, site, propriedade do aluno etc).
Para facilitar a visualização, pode-se organizar essas informações em quadros:
Título Tema
Título original ( no caso de obra estrangeira, tradução)
Identificação da fonte de leitura
Referência Bibliográfica:
Resumo:
Comentários:
Citações:
Localização da obra:
Mais informações sobre fichamento podem ser encontradas em:
JARDILINO, José Rubens; ROSSI, Gisele; SANTOS, Gerson T. Orientações
metodológicas para Trabalhos Acadêmicos. São Paulo. Gion, 2000, pp. 91-104.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. rev. e
ampl. São Paulo: Cortez, 2000, pp. 66 – 72.
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ATIVIDADE
Prepare o fichamento de um dos textos pesquisados que seu grupo utilizará para a realização
do projeto integrador.
4. FONTES DE PESQUISA
Todo o levantamento de informações necessário à produção de um trabalho científico
deve ser sistematizado e seguir um método. Uma busca sistemática compreende a utilização
de obras especializadas, de registros bibliográficos: livros, revistas científicas, teses.
Um instrumento de pesquisa muito utilizado atualmente é a Internet, todavia esse
instrumento requer muito critério na escolha dos sites que serão utilizados. Convém lembrar
que há espaços na rede em que todos podem postar informações, entretanto nem sempre esses
registros são precisos e fundamentados. Para evitar trabalho equivocado ou infrutífero,
sugerimos a busca em sites como Google Acadêmico, Scielo, CNPq.
Há outros endereços que podem ser úteis: www.tese.usp.br; www.ibge.gov.br;
www.ibict.br.
Reforça-se, aqui, a orientação de que os livros sempre são fundamentais a qualquer
trabalho de pesquisa.
5. TIPOS DE CONHECIMENTO
Segundo Jardilino, Rossi e Santos ( 2000, p14) o ato de conhecer não é apenas um
problema da era científica, já que desde os primórdios da filosofia, há uma busca sobre o
conhecimento das coisas e dos seres.
Há quatro tipos de conhecimento que se diferenciam mais pela questão metodológica
que pelo conteúdo: conhecimento empírico ou popular; conhecimento científico;
conhecimento filosófico e conhecimento metafísico, teológico ou religioso.
O conhecimento empírico ou popular diz respeito ao modo espontâneo de conhecer,
ou seja, o saber que se adquire no contato direto com os seres e coisas, na vida diária, sem que
haja a busca ou a intenção de estudar. De acordo com Lakatos; Marconi (2008, p.18), o
conhecimento popular é valorativo, subjetivo e sensível, pois é baseado no ânimo, na
vivência e nas emoções da vida diária; superficial, falível e inexato, já que se conforma com
a aparência, com o que se ouviu dizer, sem a formulação de hipóteses, é o saber transmitido
pelas tradições de uma geração à outra. É ainda verificável, pois pode ser percebido no dia a
dia e assistemático, uma vez que não procura uma sistematização das idéias, nem da forma de
adquiri-las, tampouco da tentativa de validá-las.
13
O conhecimento filosófico caracteriza-se pela reflexão, pelo questionamento acerca
dos fenômenos, ou seja, pelo discernimento entre o certo e o errado, recorrendo apenas à
razão humana, “a filosofia não se preocupa em explicar o fenômeno, mas em refletir sobre
ele.” (JARDILINO; ROSSI; SANTOS, 2000, p.15). Assim, a filosofia tem por objeto de
estudo as ideias, as relações lógicas e conceituais, valendo-se do processo dedutivo que visa à
coerência lógica, anterior à experimentação (própria do conhecimento científico).
Para Lakatos e Marconi (2008, p.19), o conhecimento filosófico é valorativo e não
verificável, pois consiste em hipóteses que não podem ser submetidas à observação. É
racional, uma vez que tem por base a correlação de enunciados lógicos; sistemático por
visar a representação da realidade como tentativa de aprendê-la e também infalível e exato já
que não se submete à experimentação.
Só o conhecimento filosófico nos pode libertar da prisão deste mundo
[científico]. O conhecimento filosófico deve, antes de tudo, ser capaz de
surpreender-se com o óbvio: qual a significação do fato de que, pensando nós
sejamos sujeitos que se dirigem a objetos (sic) e dessa dicotomia vejamos
residir a clareza? A partir desse espanto em relação ao que está presente a
todo instante, ao que até agora era evidente e não levantava dificuldade, ao
que não merecia atenção mais demorada, a partir desse espanto, dizíamos,
chegamos a outros problemas, (JASPERS 1965, p.4 apud JARDELINO;
ROSSI; SANTOS, 2000, p. 15 e 16)
O conhecimento teológico, metafísico ou religioso tem por princípio revelações
sobrenaturais, consideradas verdades, “decorrentes do ato de um criador divino, cujas
evidências não são postas em dúvida, nem sequer verificáveis” (LAKATOS; MARCONI,
2008, P. 20) às quais as pessoas aderem como um ato de fé. Assim, pode-se caracterizar o
conhecimento religioso como inspiracional, valorativo, infalível, sistemático (apresenta a
origem, o significado, a finalidade e o destino do mundo), indiscutível e não-verificável (
implica uma atitude de fé).
Por fim, o conhecimento científico oriundo da observação sistemática e metódica,
lida com ocorrências ou fatos, vai além fenômeno percebido pela experiência sensível, busca
compreender e explicar os fenômenos; sendo, portanto, verificável de modo “que as
afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas, não pertencem ao âmbito da
ciência.” (LAKATOS; MARCONI, 2008, P. 20). É ainda considerado por Trujillo (1974, p.
11) como falível e aproximadamente exato, pois o conhecimento científico não é definitivo,
podendo ser revisado, reformulado por novas pesquisas e técnicas.
14
Desse modo, segundo Jardilino, Rossi e Santos ( 2000, p 15), o conhecimento
científico pode ser caracterizado por três propriedades:
demonstração – explicação dos motivos pelos quais se chegou a determinada
conclusão;
universalidade – validade do saber: o fenômeno ou coisa observada serve
para todos os casos da mesma espécie;
metódico/objetivo – necessidade de método para selecionar, observar ordenadamente os
dados sobre o fenômeno estudado(e a correlação entre os fenômenos).
Atividade
Responda , em seu caderno, às seguintes questões:
1) Como estudamos, o conhecimento científico é dinâmico. Por quê?
2) Na caracterização dos tipos de conhecimento, afirmou-se que os conhecimentos empírico e
científico são verificáveis e falíveis, já os conhecimentos teológico e filosófico são não-
verificáveis e infalíveis, explique essas afirmações.
3) Leia os textos a seguir e identifique-os entre os quatro tipos de conhecimentos:
a)“Aristóteles (...) embora em diversas passagens de seus escritos (na Metafísica, na Física, na
Psicologia) formule algo que poderia parecer-se com o que chamaríamos hoje provas da
existência de Deus – não crê que seja necessário demonstrar a existência de Deus. Porque para
Aristóteles a existência de algo implica necessariamente na existência de Deus. (...) Para
Aristóteles não faz falta a prova da existência de Deus, porque a existência de Deus é tão certa
como que algo existe. Se estamos certos de que algo existe, estamos certos de que Deus existe.”
(MORRENTE, 1970, p.99)
b) Um copo de cristal quebra, quando submetido a um forte golpe.
c)“Toda fonte de calor transmite ao corpo aquecido uma dose de energia. A energia contida no
calor (energia térmica) é transformada em energia mecânica. Essa energia é absorvida pelas
partículas que fazem parte da substância. São as chamadas moléculas. As moléculas, tendo maior
energia, tendem a se deslocar com maior velocidade e a se afastar umas das outras”.
(LUNGARZO, Carlos. 1994)
d) “Magos e xamãs têm poderes extraordinários para ajudar e proteger os seres humanos porque
podem entender-se com espíritos invisíveis de todos os tipos e enfrentá-los. Esses poderes se
manifestam tanto em atos como em atributos”. (FRAZER, James George Sir. O ramo de ouro. Rio
de Janeiro: 1982, p. 19)
15
6. A IMPORTÂNCIA DO PADRÃO METODOLÓGICO
Texto para leitura e reflexão
Leia o texto, adaptado de Barros e Lehfeld (1986, pp. 1- 14) e, em seguida, apresente
para a classe as conclusões a que chegaram por meio das questões apresentadas a seguir.
A Metodologia e a Universidade
“Porque não começarmos pela apresentação de um problema àquele que acaba de
ingressar no curso superior: O que é Metodologia? Que relação há entre Ciência e
Metodologia Científica? Qual a sua importância e utilidade para o universitário?
Partindo da definição etimológica do termo temos que a palavra Metodologia vem do
grego “meta” = ao largo; “odos” = caminho; “logos” = discurso, estudo.
A Metodologia é entendida como uma disciplina que consiste em estudar e avaliar os
vários métodos disponíveis, identificando as limitações de suas utilizações. A Metodologia,
num nível aplicado, examina e avalia as técnicas de pesquisa bem como a geração ou
verificação de novos métodos que conduzem à captação e processamento de informações com
vistas à resolução de problemas de investigação.
A Metodologia seria a aplicação do método através de técnicas. Constitui o
procedimento que deve seguir todo conhecimento científico para comprovar sua verdade e
ensiná-la.
O método é o caminho ordenado e sistemático, a orientação básica para se chegar a um
fim e técnica é a forma de aplicação do método. Representa a maneira de atingir um propósito
bem definido. Tem-se então o método como estratégia e as técnicas como táticas necessárias
para se operacionalizar a estratégia.
Assim, o método estabelece de modo geral o que fazer e técnica nos dá o como fazer,
isto é, a maneira mais hábil, mais perfeita de fazer uma atividade.
A Metodologia no quadro geral da ciência é uma “Metaciência”, isto é, um estudo que
tem por objeto a própria Ciência e as técnicas específicas de cada Ciência. A Metodologia não
procura soluções, mas escolhe as maneiras de encontrá-las, integrando os conhecimentos a
respeito dos métodos em vigor nas diferentes disciplinas científicas ou filosóficas.
Com relação à importância da Metodologia Científica, esta é baseada na apresentação
e exame de diretrizes aptas a instrumentar o universitário no que tange a estudar e aprender.
Para nós, mais vale o conhecimento e manejo desta instrumentação para o trabalho científico
do que o conhecimento de uma série de problemas ou o aumento de informações acumuladas
sistematicamente. Estamos, pois voltados para assessorar e colaborar como crescimento
16
intelectual do aluno para a formação de um compromisso científico frente à realidade
empírica.
A Metodologia auxilia e, portanto, orienta o universitário no processo de investigação
para tomar decisões oportunas na busca do saber e na formação do estado de espírito crítico e
hábitos correspondentes necessários ao processo de investigação científica. O uso de
processos metodológicos permitirá ao estudante o desenvolvimento de seu raciocínio lógico e
de sua criatividade.
Assim, a Metodologia Científica deve-se propor a desenvolver a capacidade de
observar, selecionar e organizar cientificamente os fatos da realidade.
(...)
Através da Metodologia Científica deve-se criar ou estimular o desenvolvimento do
espírito crítico e observador do aluno para que ele possa ver a realidade com toda sua nudez,
analisando-a e refletindo-a à luz de concepções filosóficas e teóricas.
Assim, através do estudo da Metodologia Científica vão sendo apresentadas diretrizes
para a formação paulatina de hábitos de estudos científicos já que a pesquisa e a reflexão
devem constituir-se em objetivos principais da vida universitária.
Metodologia Científica não é um amontoado de técnicas, embora elas devam existir,
mas sim um conhecimento que deve estar sempre em relacionamento e a serviço de uma
proposta nova de Universidade e conhecimento.
A Metodologia Científica estrutura-se, portanto, para contribuir para que a
Universidade desenvolva as funções que lhe são impostas frente às necessidades culturais e
econômicas emergentes.
Assim, a Metodologia Científica vem para auxiliar na formação profissional do
estudante. Pretende-se alcançar uma formação profissional competente bem como uma
formação sócio-política que conduzirá o aluno a ler crítica e analiticamente o seu cotidiano.
A formação profissional competente está diretamente relacionada ao crédito dado ao
estudo e à elaboração de um projeto de estudo. Isto é, deve estar implícita a preocupação em
aprender as funções advindas de sua carreira profissional.
Considerando-se a Universidade como centro do saber, como uma instituição
preocupada com a qualificação do ensino, com o rigor da aprendizagem e com o progresso da
ciência, ela terá na Metodologia um valioso ajudante quanto ao desenvolvimento de
capacidades e habilidades do universitário. Vem, portanto, fornecer os pressupostos do
trabalho científico, ou seja, normas técnicas e métodos reconhecidos pelo uso entre cientistas,
17
referentes ao planejamento da investigação científica, à estrutura e à aplicação, apresentação e
comunicação dos seus resultados.
Aprendendo a pensar, a pesquisar e formando o seu espírito científico, o universitário
estará obtendo conhecimentos novos e ao mesmo tempo construindo-se como ativo e
participante da História”.
Atividade
Questões para reflexão
1. O que é método?
2. O que é técnica?
3. O que é estratégia?
4. Em que a Metodologia ajuda o estudante?
7. Métodos Indutivo e Dedutivo
(Texto adaptado de GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 7 ed. R. Janeiro:
FGV, 1978, p. 296-300 e 485)
Popularmente, método é a melhor maneira de fazer as coisas. Quando dizemos que
alguém não tem método de trabalho, o que entendemos é que essa pessoa perde tempo,
desperdiça esforço e energia, faz e refaz, isto é, não tem nenhuma disciplina, nenhuma
organização. A palavra “método” é o caminho, o fim, pelo qual se chega a um objetivo. Vem
do grego meta (= através de) e odos (= caminho). A Lógica – parte da Filosofia – conceitua
“método” por processos que o ser humano emprega para investigar, descobrir e chegar à
comprovação da verdade. Existem dois tipos principais de operações mentais (métodos de
raciocinar): a indução e a dedução.
Pela indução, parte-se do particular para o geral, e seu contrário é a dedução – parte-se
do geral para o particular.
Contudo, existem outros métodos que ajudam a descobrir e a comprovar a verdade,
muitos dos quais usamos com freqüência: a análise, a síntese, a classificação, a definição, a
demonstração, a comparação, o histórico, o normativo etc.
O método indutivo
Parte-se da observação e análise de fatos concretos para se chegar a uma conclusão, a
uma lei, norma, regra, ou seja, a uma generalização. Parte-se então do efeito para a causa.
Quando se pede a um aluno para fazer um trabalho sobre qualquer tema, através de
18
dissertações, monografias ou ensaios e teses, o que ele primeiramente deve fazer é saber o que
já existe, o que já se fez ou se faz, o que se diz sobre o assunto – enfim, ele deve pesquisar:
observar os fatos, colher os dados, analisá-los, classificá-los, discuti-los e, finalmente, chegar
a uma conclusão.
O método dedutivo
O contrário do método indutivo é o dedutivo: parte-se da generalização, do geral, para
o particular, da causa para o efeito. É partir daquilo que já existe, já é lei ou norma ou regra
para chegar à conclusão. A dedução é formalizada pelo raciocínio chamado “silogístico”.
Observe o seguinte exemplo: O estudante X quer vencer as eleições para o grêmio de sua
faculdade e usa de fraudes para isso. Ele vence e, mais tarde, é descoberta sua fraude através
de inquéritos. Prova-se sua culpa. Como é um mau caráter, candidata-se novamente no ano
seguinte e os eleitores, valendo-se do método dedutivo, elaborará o seguinte raciocínio:
“Todo candidato condenado por fraude é inelegível; ora, o estudante X foi condenado
por fraude; logo, ele é inelegível”.
É necessário que a primeira parte do silogismo seja uma premissa universal: todo ou
nenhum. Não vale utilizar alguns, pois a característica da primeira premissa (primeira frase)
deve ser universal. Como se chegou à primeira frase: pelo método indutivo (pela pesquisa,
observação, análise); a segunda frase, então, tende a ser verdadeira, logo, a última parte do
período também é verdadeira. No caso do estudante X, sua inelegibilidade é verdadeira, pois
se pesquisou que candidatos fraudadores sempre se tornam inelegíveis, pois não têm
integridade moral, então ele também não poderá ser reeleito. Assim dizem as regras. Dessa
forma, os eleitores conscientes não deverão votar no estudante X...
Contudo, este raciocínio pode apresentar problemas. Observe o silogismo a seguir e
decida se é verdadeiro ou não:
“Todo comunista lê Karl Marx; ora, José da Silva lê Karl Marx; logo, José da Silva é
comunista”.
Francis Bacon (1561-1626), filósofo inglês, propõe, em oposição ao método dedutivo
de Aristóteles, o método indutivo, cujo ponto de partida para a obtenção de leis que
governam o funcionamento do mundo são os acontecimentos factuais, a experiência;
obedecendo aos seguintes passos:
- experimentação;
- formulação de hipóteses;
- repetição;
19
- testagem das hipóteses;
- formulação de generalizações e leis.
O filósofo René Descartes (1596 -1650), cujo método influenciou Isaac Newton, propôs
o método dedutivo que adota a razão como princípio do conhecimento humano. O método
cartesiano submete-se a quarto regras:
- evidência: não adotar como verdadeiro algo que não se reconheça como tal;
evitar a precipitação, o preconceito e os juízos;
adotar como verdadeiro apenas o que tem clareza suficiente para que a dúvida
seja impossível.
- análise: dividir as dificuldades de modo a melhor resolvê-las;
- síntese: adotar sequências de complexidade crescente (iniciar pelos objetos mais simples e
mais fáceis de conhecer até chegar aos objetos de que não se disponha);
- enumeração: elaborar enumerações e revisões de tal modo cuidadosas para certificar-se de
que nada foi omitido.
Atividades
Responda às questões:
1. As leis científicas, regras, normas, princípios, teorias, generalizações enfim, resultam de
um processo de raciocínio dedutivo ou indutivo?
2. Para chegar à generalização de que toda laranja verde é azeda, utiliza-se o método
indutivo ou dedutivo?
3. Quais seriam os conceitos de ciência e método?
Para auxiliar, leia os conceitos oferecidos na obra:
LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 1991. pp. 21;44 e 45.
A partir da leitura, elabore um conceito para ciência e método.
20
7. PROJETO DE PESQUISA
Todo trabalho de pesquisa requer um planejamento e o projeto de pesquisa é o registro
desse plano que levará o pesquisador a adotar a disciplina necessária à realização de um bom
trabalho.
7.1. A elaboração do projeto de pesquisa: estrutura
a) Escolha do tema
A elaboração do projeto de pesquisa é iniciada pela escolha do tema (no caso do projeto
integrador, a escolha já foi estabelecida). Tal escolha deve observar os seguintes aspectos:
Interesse pessoal: o prazer em pesquisar;
Disponibilidade: tempo para a pesquisa e limite de conhecimento (trabalhar com
assuntos de sua área de conhecimento);
Relevância social: o projeto contribui socialmente;
Prazo de conclusão do trabalho: os prazos para a realização de trabalhos são
estabelecidos, assim, o tema deve estar delimitado de modo que o trabalho possa ser
concluído no prazo;
Material para consulta: muitas vezes o tema escolhido não é muito trabalhado pelos
autores, ou seja, a literatura é escassa - isso não impede, mas dificulta o trabalho (há
sempre a questão do prazo).
a) Título
O título deve ser o mais fiel possível ao conteúdo do trabalho. Uma boa forma de criar
títulos é dividi-los em:
Geral: apresenta de maneira ampla o teor do trabalho.
Específico ou técnico: aparece como um subtítulo, especificando o tema abordado,
aproximando-se do objeto de estudo. Por exemplo:
Educação: o impacto das novas tecnologias no ensino fundamental
c) Justificativa
Trata-se de um texto em que o autor deixa claro:
o que o motivou à pesquisa;
21
as experiências pessoais em relação ao tema;
a contribuição que se espera oferecer com o trabalho ( relevância para sua área de
estudos científicos e atuação profissional - no caso do projeto integrador a
relevância da pesquisa para a efetiva realização do trabalho);
referência a estudos anteriores (revisão bibliográfica) já feitos sobre o tema, as
possíveis limitações e a necessidade de aprofundar a pesquisa ( o que a justifica );
Enfim, a justificativa exalta a necessidade de se efetuar tal pesquisa.
b) Problema
O problema é a mola propulsora do trabalho, ou seja, é a questão que se pretende
responder acerca do tema, é o questionamento que delimita a abrangência da pesquisa. Como
o problema deve ser explicitado de maneira clara e precisa, muitos autores sugerem a
elaboração de uma pergunta que será respondida por meio de uma hipótese a ser testada ao
longo da pesquisa, entretanto nada impede que o problema seja enunciado por uma afirmação.
Na elaboração do problema, deve-se observar também os seguintes aspectos:
não estabelecem juízos de valor: o que é melhor ou pior;
o problema deve fazer referência a fenômenos observáveis ( lembre-se do que estudou
em relação ao método);
o problema deve ser passível de generalização.
c) Hipótese
A hipótese (sinônimo de suposição) é a resposta provável que o autor oferece ao problema
enunciado. Trata-se do encaminhamento que o autor dá à pesquisa, já que todo trabalho
científico constitui um raciocínio demonstrativo de uma hipótese ( SEVERINO, 2000, p.130).
É preciso ressaltar que nem sempre há a confirmação da hipótese o que não leva à perda
do trabalho – já que se comprovou algo -, apenas à revisão das idéias pré-estabelecidas.
d) Objetivos
Os objetivos determinam os resultados que o autor pretende alcançar. Alguns autores
dividem os objetivos em geral e específicos, mas não há obrigatoriedade de assim os dividir,
porém essa divisão pode facilitar a condução da pesquisa.
Geral: o fim específico da pesquisa. Por exemplo: Verificar os impactos das novas
tecnologias.
Específicos: dizem respeito às etapas que devem ser cumpridas a fim de alcançar o
objetivo geral ( podem marcar os itens ou capítulos a serem desenvolvidos). Uma boa
22
estratégia na elaboração dos objetivos é iniciá-los com verbos no infinitivo: esclarecer,
definir, demonstrar, analisar, avaliar, explicar, verificar etc.
e) Metodologia
A metodologia é a explicação detalhada das ações que serão desenvolvidas, do método
(caminho) que será percorrido para a realização do trabalho: os instrumentos ( coleta de
documentos, questionários, observação em campo, consultas a arquivos e bibliotecas).
f) Cronograma
O cronograma apresenta os prazos previstos para a realização da pesquisa e da redação
final. As atividades podem ser divididas em períodos semanais, quinzenais ou mensais, de
acordo com as características o trabalho.
ATIVIDADES / PERÍODOS fev mar Abr maio jun jul
1 Levantamento de literatura X
2 Montagem do Projeto X
3 Coleta de dados X X
4 Tratamento dos dados X
5 Elaboração do Relatório Final X X
6 Revisão do texto X X
7 Entrega do trabalho X
g) Referências Bibliográficas
As referências são obrigatórias em qualquer trabalho. Neste item, devem ser apresentados
todos os documentos e fontes de informação consultados para a realização do trabalho. A
organização das referências deve seguir os padrões da Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT que apresentaremos no item 8.1 deste material.
Nos projetos de pesquisa, os verbos devem ser utilizados no futuro, pois o trabalho
ainda será realizado.
23
8. RELATÓRIO DE PESQUISA: REDAÇÃO DO TRABALHO ACADÊMICO
Depois de preparado e aprovado o projeto de pesquisa, inicia-se, efetivamente, o
trabalho de acordo com o método proposto. Após a coleta, o tratamento e o registro dos
dados, é preciso redigir o relatório de pesquisa, ou seja, um texto que traz o resultado do
trabalho realizado de acordo com os propósitos estabelecidos no projeto.
Convém ressaltar a importância de se utilizar uma linguagem objetiva, denotativa,
clara (ou seja, livre de termos imprecisos, frases e noções confusas ou com duplo sentido),
bem como primar pela impessoalização do texto (esses trabalhos, o que se analisa é o fato
científico e não o pesquisador, daí a necessidade de impessoalizar o texto).
Todo esse rigor se deve ao fato de que a ciência tem por objetivo o consenso, a
validação de argumentos baseados em leis gerais e não na opinião particular do pesquisador.
Desse modo, procure usar os verbos na 3ª pessoa, pois assim se faz referência ao
objeto externo que é o foco de pesquisa. Reveja em seu material de Leitura e Produção
Textual quais são as formas mais indicadas para alcançar a impessoalização de um texto.
8.1.ELABORAÇÃO DO TRABALHO ACADÊMICO: ESTRUTURA E NORMAS DE
FORMATAÇÃO DO RELATÓRIO
Os trabalhos acadêmicos dividem-se, classicamente em introdução, desenvolvimento e
conclusão. Cada uma dessas partes traz características específicas que serão explicitadas a seguir.
Os trabalhos acadêmicos devem ser digitados em letra tamanho 12, fonte Times New
Roman ou Arial, com alinhamento justificado, espaço entre linhas 1,5, margens de 3 cm
(esquerda e superior) e 2 cm (direita e inferior), papel formato A4 do tipo sulfite, numeração
das páginas no canto superior direito.
A estrutura de um trabalho acadêmico é composta pelos itens abaixo:
Capa (Modelo 1);
Folha de rosto (Modelo 2);
Resumo na língua vernácula
Traz a apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto, fornecendo uma visão
rápida e clara do conteúdo e das conclusões do trabalho. Não pode ultrapassar 500 palavras;
Lista de figuras (Modelo 3);
24
Lista de tabelas (Modelo 4);
Lista de abreviaturas e siglas (Modelo 5);
Lista de símbolos (Modelo 6);
Sumário (modelo 7);
Introdução
Trata-se da parte inicial do texto na qual se pretende apresentar de forma clara o
propósito do trabalho (o tema, o problema e a hipótese levantada – porém essas
informações compõem agora um texto e não mais tópicos como foram apresentadas no
projeto). A introdução traz também a retrospectiva histórica, a justificativa e o objetivo da
pesquisa. Cabe ainda apresentar a estrutura do trabalho, antecipando o conteúdo de cada
capítulo.
Desenvolvimento
É o conteúdo central do trabalho, formado por capítulos inter-relacionados (subdivididos
em tópicos e sub-tópicos), estruturados com lógica tal que possam comprovar da hipótese
levantada. O levantamento dos objetivos específicos podem auxiliar na divisão dos capítulos.
Lembre-se ainda de manter certa uniformidade na extensão dos capítulos, pois isso confere
coesão ao texto.
O uso de citações (item 8.2), figuras, diagramas, gráficos são essenciais para comprovar e
fundamentar conceitos, especialmente, na área das ciências exatas.
Conclusão
Parte final do texto, na qual se apresentam conclusões referentes aos objetivos e hipóteses
do trabalho. Sua função primordial é oferecer uma síntese dos argumentos oferecidos em
favor da hipótese apresentada, trata-se de uma retomada do trabalho de modo a demonstrar
que o que foi anunciado inicialmente pode ser dado como correto.
Tempo verbal
Quando se faz referência ao próprio trabalho, objetivos, conclusões, deve-se empregar
o tempo presente. Ao fazer referências a outros estudos, emprega-se o pretérito perfeito ou
o imperfeito.
Referências (veja item 8.3)
Glossário (elemento opcional)
Apêndices (elemento opcional)
Texto elaborado pelo autor para complementar sua argumentação.
Anexos (elemento opcional)
25
Texto não elaborado pelo autor para servir de fundamentação, comprovação e ilustração.
Outros itens devem ser ressaltados para o trabalho em questão:
Palavras em língua estrangeira não podem ser utilizadas no texto, a não ser que sejam
colocadas entre parênteses. Tal palavra deve ser escrita no texto na língua vernácula.
Exemplo: realimentação, resposta (feedback).
A identificação numérica dos títulos e subtítulos deve ser feita da seguinte forma: letra
maiúscula em negrito para o título, letra maiúscula e minúscula em negrito para o
subtítulo. Ambos alinhados à esquerda (Modelo 8).
Novo capítulo deve ser iniciado em uma nova página.
A identificação de uma figura deve ser feita conforme Modelo 9.
A identificação de uma tabela deve ser feita conforme Modelo 10.
A indicação da referência bibliográfica no texto deve ser feita conforme Modelo 12.
As equações e fórmulas devem ser indicadas conforme exemplo abaixo:
x2 + y
2 = z
2 (1)
(x2 + y
2)/5 = n (2)
Todas as unidades utilizadas devem estar no Sistema Internacional de Unidades (SI).
Em caso de dúvidas, consultar o arquivo Sistema Internacional de Unidades disponível
no portal.
Observe os modelos a seguir:
26
1. Capa (modelo 1)
Esta linha representa a folha, não faça moldura na capa de seu trabalho. Utilize papel sulfite A4.
Margens adotadas da capa ao término do trabalho:
Esquerda e superior de 3 cm; direita e inferior de 2 cm,
Universidade Nove de Julho (O nome da universidade deve ser colocado centralizado, na primeira linha após a margem
superior de 3cm, letra tamanho 12, Times New Roman)
Nome completo dos alunos
(Em ordem alfabética, dois espaços depois do nome da universidade, centralizado, letra
tamanho 12, fonte Times New Roman)
Título: subtítulo (No meio da folha, centralizado, letra tamanho 12, fonte Arial ou Times New Roman)
Ccurso
São Paulo
2011 (Na última linha, antes da margem de 2 cm,centralizado, letra tamanho 12, fonte
Times New Roman)
27
2. Folha de rosto (modelo 2)
Esta linha representa a folha, não faça moldura na capa de seu trabalho. Utilize papel sulfite A4.
Margens adotadas da capa ao término do trabalho:
Esquerda e superior de 3 cm; direita e inferior de 2 cm,
Nome completo dos alunos (Em ordem alfabética, centralizado, letra tamanho 12, fonte Times New Roman)
Título: subtítulo (Com letras maiúsculas e minúsculas, no meio da folha, centralizado, letra tamanho 12,
fonte Times New Roman)
Trabalho de conclusão de curso
apresentado como exigência parcial, para a
obtenção dograu de Bacharel em (citar o
curso)da Universidade Nove de Julho
– UNINOVE (Tamanho 12, normal, justificado,
espaço simples entre linhas, recuo de 7cm.)
Orientador: Prof............. (Tamanho 12, normal, justificado, espaço simples entre
linhas, recuo de 7cm a partir da margem esquerda de
3cm.)
São Paulo
2011 (Na última linha antes da margem de 2 cm, centralizado letra tamanho 12,Times
New Roman)
28
(Modelo 3)
LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1: Peneira do pré-tratamento --------------------------------------------------------- 47
Figura 4.2: Caixa de Areia e Calha Parshall--------------------------------------------------- --47
Figura 4.3: Caixa de Gordura -------------------------------------------------------------------- --48
Figura 5.1: Variação do pH no Reator UASB 1 e UASB 2 – Fase 1 ---------------------- --62
Figura 5.2: Comparação entre os valores de pH do UASB 1 e UASB 2 – Fase 1 ------- --62
Figura 5.3: Variações dos valores de pH do ponto 1 ao ponto 6 do Reator UASB
1– Fase 1 -------------------------------------------------------------------------------------------- ---63
LEMBRETE: as margens indicadas nos model
os 1 e 2 devem ser mantidas em todo o trabalho.
29
(Modelo 4)
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1: Vantagens e desvantagens de um reator UASB --------------------------------- 27
Tabela 3.2: Valores das concentrações de DQO, SST e SSV no esgoto bruto e no
efluente de UASB ------------------------------------------------------------------------------------ 41
Tabela 4.1: Programa de monitoramento do reator UASB 1 e UASB 2 durante os 04
dias iniciais da partida ------------------------------------------------------------------------------- 54
Tabela 4.2: Programa de monitoramento do reator UASB 1 e UASB 2 durante o
período de partida ------------------------------------------------------------------------------------ 55
Tabela 4.3: Análises complementares do programa de monitoramento dos reatores
UASB 1 e UASB 2 durante a operação sob regime estabilizado ----------------------------- 56
30
(Modelo 5)
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A/M – alimento/ microrganismo
BF- Biofiltro aerado submerso
Cetesb – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
Crusp – Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo
CTH – Centro Tecnológico de Hidráulica
DQO – Demanda Química de Oxigênio
DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio
ETE – Estação de Tratamento de Esgotos
31
(Modelo 6)
LISTA DE SÍMBOLOS
A, P[ ] matriz de transições da cadeia de Markov
t intervalo de tempo
Pt[ ] matriz de transições da cadeia de Markov no instante t
b( ) distribuição da probabilidade de observação
n, S estados do modelo de Markov
N número máximo de estados do modelo de Markov
k símbolo observável
x vetor de símbolos
Q conjunto de estados do modelo
32
(Modelo 7)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------- 17
2 CADEIAS CARBÔNICAS -------------------------------------------------------------- 21
2.1 Características do átomo de carbono ----------------------------------------------- 21
2.2 Tipos de cadeias carbônicas ---------------------------------------------------------- 25
3 ISOMERIA DA QUÍMICA ORGÂNICA ------------------------------------------- 29
3.1 Isomeria plana -------------------------------------------------------------------------- 30
3.1.1 Isomeria de cadeia --------------------------------------------------------------- 40
3.1.2 Isomeria de posição ------------------------------------------------------------- 44
3.1.3 Isomeria de compensação ------------------------------------------------------ 46
3.2 Isomeria espacial ----------------------------------------------------------------------- 46
3.1.1 Isomeria cis-trans ou geométrica ---------------------------------------------- 47
3.1.2 Isomeria óptica ------------------------------------------------------------------- 49
4 ALCANOS ---------------------------------------------------------------------------------- 50
4.1 Estrutura --------------------------------------------------------------------------------- 52
4.2 Nomenclatura --------------------------------------------------------------------------- 53
5 CONCLUSÃO ----------------------------------------------------------------------------- 61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -------------------------------------------------- 63
APÊNDICES---------------------------------------------------------------------------------- 63
ANEXOS -------------------------------------------------------------------------------------- 63
33
(Modelo 8)
2. ESTRATÉGIA COMPETITIVA
2.1 Mercado concorrente
2.1.1 Mercado da região sudeste
2.2 Mercado internacional
3. ANÁLISE AMBIENTAL
3.1 Ambiente Nacional
3.2 Ambiente Internacional
35
Modelo 10
Tabela 2.1 – Valores das concentrações de DQO, SST e SSV no esgoto bruto e no efluente de
UASB (SOUSA, 1996).
Q (L/d) TDH (h) COV (kg.m³/d) Esgoto Bruto UASB Eficiência (%)
DQO (mg/L) 442 108 76
1 ª Fase 20,4 4,7 2,25 SST (mg/L) 187 71 62
SSV (mg/L) 129 42 67,5
DQO (mg/L) 422 58,1 86
2ª Fase 24 4 2,53 SST (mg/L) 256 38 85
SSV (mg/L) 162 19 88
36
8.2. CORPO DO TRABALHO – ALGUMAS NORMAS ELEMENTARES
A importância das citações
Citação é a menção no texto de uma informação extraída de um documento ou um
canal de informação, com o objetivo de inserir a pesquisa na temática pertinente, dar crédito à
pesquisa além de fornecer o embasamento para argumentação da própria pesquisa. Dois
sistemas de citação de autores podem ser utilizados no trabalhos científicos: o sistema
numérico ou o sistema alfabético (autor e data).
Citação Direta
Citação direta curta (com menos de 5 linhas) - Deve ser feita na continuação do texto, entre
aspas, com o mesmo tipo e tamanho de letra utilizados no parágrafo de texto no qual está
inserida
Ex.: Maria Ortiz, moradora da Ladeira do Pelourinho, em Salvador, (...) de sua janela jogou
água fervendo nos invasores holandeses, incentivando os homens a continuarem a luta.
Detalhe pitoresco é que na hora do almoço, enquanto os maridos comiam, as mulheres
lutavam em seu lugar. Este fato levou os europeus a acreditarem que "o baiano ao meio dia
vira mulher" (MOTT, 1988: 13).
Obs.: MOTT: autor que faz a citação; 1988: o ano de publicação da obra deste autor na
bibliografia; 13: refere-se ao número da página onde se encontra o texto de Mott. A frase
entre aspas é texto de Mott, autor que foi citado.
Citação direta longa (com 5 linhas ou mais) - As margens são recuadas à direita, em espaço
um (1). A segunda linha e as demais são alinhadas sob a primeira letra do texto da própria
citação. No texto citado deve ser utilizada letra tamanho 11. Deve-se deixar uma linha em
branco entre a citação e os parágrafos anterior e posterior.
Ex.: Além disso, a qualidade do ensino fornecido era duvidosa, uma vez que as mulheres que
o ministravam não estavam preparadas para exercer tal função.
"A maior dificuldade de aplicação da lei de 1827 residiu no provimento das
cadeiras das escolas femininas. Não obstante sobressaírem as mulheres no
ensino das prendas domésticas, as poucas que se apresentavam para reger
uma classe dominavam tão mal aquilo que deveriam ensinar que não
logravam êxito em transmitir seus exíguos conhecimentos. Se os próprios
37
homens, aos quais o acesso à instrução era muito mais fácil, se revelavam
incapazes de ministrar o ensino de primeiras letras, lastimável era o nível do
ensino nas escolas femininas, cujas mestras estiveram sempre mais ou menos
marginalizadas do saber" (Saffioti, 1976:193).
Obs.: O nome do autor citado pode vir em minúsculas ou maiúsculas.
Citação de citação
É a citação feita por outro pesquisador.
Ex.: O Imperador Napoleão Bonaparte dizia que "as mulheres nada mais são do que máquinas
de fazer filhos" (BONAPARTE apud LOI, 1988: 35).
Obs.: apud = citado por.
Citação Indireta - É a citação que sofre uma interpretação por parte do autor.
Ex.: Ainda com relação à questão da inventividade, são incontestáveis dois princípios que
norteiam o entendimento do processo inventivo: a tradição não tem poder determinante sobre
aqueles poetas de talento individual, que a tomam como ponto de partida (Dronke, 1981:36), e
o reconhecimento dessa individualidade dar-se-á pelo conhecimento do contexto em que uma
peça inovadora foi criada (idem, ibidem, p. 37)
Obs.: idem significa o mesmo autor citado anteriormente e ibidem, que a citação indireta está
no mesmo livro citado anteriormente.
8. 3. Referências Bibliográficas
Usa-se a expressão “Referências Bibliográficas” quando relacionamos apenas os
documentos utilizados, consultados e citados ao longo do trabalho. O termo “Bibliografia”
será usado quando relacionarmos as obras genéricas sobre o tema, ou seja, aquelas utilizadas
para compor o trabalho, as obras consultadas e não citadas no trabalho e as obras gerais sobre
o tema.
“A apresentação dar-se-á por ordem alfabética de autor e pela ordem cronológica
da publicação. Observe-se que o sobrenome do autor e o título do documento têm um
destaque gráfico, ou seja, o sobrenome do autor que abre a referência deve vir em maiúsculas
ou caixa alta, enquanto o título principal deve vir em itálico (grifado, somente quando o texto
é datilografado ou manuscrito). Quando um dos dados bibliográficos não é identificável no
documento, ele pode ser substituído pelas seguintes abreviações: s.l. = sem local de
38
publicação; s.ed. = sem editor; s.d. = sem data; s.n.t. = sem notas tipográficas, quando faltam
todos os elementos”.
(Fonte: SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 21. ed. rev. e
ampl. São Paulo: Cortez, 2000. p. 115)
Normas específicas:
1. Livros
SOBRENOME, Nome. Título. Edição. Cidade de publicação: Editora, ano de publicação.
Exemplo:
CHAUI, Marilena. O que é ideologia. 42. ed. São Paulo: Brasiliense, 1997.
Até três autores: indica-se o nome dos três autores.
Exemplo:
JARDILINO, J. R. L.; ROSSI, G.; SANTOS, G. T. Orientações metodológicas para
elaboração de trabalhos acadêmicos. São Paulo: Gois Editora e Publicidade, 2000.
Mais de três autores: indicar o nome do organizador ou do coordenador da obra.
Exemplo:
DANTAS, Audálio (org.). Repórteres. São Paulo: Editora SENAC, 1998.
Referência bibliográfica de parte da obra ou capítulo.
SOBRENOME, Nome do autor do capítulo. Título do capítulo. In: SOBRENOME, Nome do
autor do livro. Título do livro. Edição. Cidade de publicação: Editora, ano de publicação.
Exemplo:
MEIRELLES, Domingos. Acerto de Contas. In: DANTAS. Audálio (org.). Repórteres. São
Paulo: Editora SENAC, 1998.
2. Dissertações e teses
SOBRENOME, Nome. Título. Cidade de publicação, ano de apresentação. Tese (Doutorado) /
Dissertação (Mestrado). Unidade de Ensino, Instituição.
Exemplo:
39
SILVA, Janete Bernardo da. Abrindo janelas à noção de competência para a construção de
um currículo interdisciplinar: estudo preliminar. Dissertação de Mestrado. Faculdade de
Educação, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 1999.
3. Trabalhos apresentados em congresso.
SOBRENOME, Nome. Título do trabalho. In: NOME DO CONGRESSO, número do
congresso, ano e cidade de realização. Título. Local: Editora, ano de publicação. páginas
inicial-final.
Exemplo:
BRAYNER, A. R. A.; MEDEIROS, C. B. Incorporação do tempo em SGBD orientado a
objetos. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9., 1994, São Paulo.
Anais... São Paulo: USP, 1994. p. 16-29.
4. Artigos de publicações acadêmicas
SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Título do periódico, cidade de publicação: Editor,
número do volume, número do fascículo, páginas inicial-final, mês e ano.
Exemplo:
SILVA, Dalmo O. Souza. Ágora ou o Zoológico Humano?- uma contribuição para o debate
sobre os Reality Shows. Cenários da Comunicação, São Paulo: UNINOVE, v. 1, n. 1, p. 57-
71, set. 2002.
5. Artigo de jornal, revistas de circulação
SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Título do Jornal, cidade, data. Número ou título do
caderno, seção ou suplemento, páginas inicial-final.
Exemplo:
CARDOSO, Raquel. Zeca, o pivô da guerra das cervejas. Diário de S. Paulo, São Paulo, 16
de março de 2004. Economia, p. B3.
6. Trabalhos de fontes eletrônicas
SOBRENOME, Nome / EDITOR. (Ano). Título do trabalho, Tipo de mídia. Produtor
(opcional). Disponível: identificador (data de acesso).
Exemplo:
40
ARAÚJO, J.G.F.; MOREIRA, A.Z.M. (1999). Mass Media: um enfoque político-social. (On-
line). INTERCOM. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/xxii-
ci/gt27/27z02.PDF. Acesso em 14.6.2004.
41
REFERÊNCIA
BARROS, Aidil Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. A metodologia e a
universidade. In: _____. Fundamentos de metodologia: um guia para a iniciação científica.
São Paulo: Mc Graw-Hill, 1986, p. 1-14
JARDILINO, José Rubens; ROSSI, Gisele; SANTOS, Gerson T. Orientações metodológicas
para Trabalhos Acadêmicos. São Paulo. Gion, 2000.
LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 1991.
__________. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1982.
MORENTE, M. Garcia. Fundamentos de Filosofia. Lições preliminares. São Paulo: Mestre
Jou, 1970, p.99
ORENSTEIN, Benny. Como estudar. Disponível:
http://www.enaol.com/educando/leitura.htm, (20 de fevereiro de 2005)
RICHARDSON, Roberto Jarry et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 1989.
SANTOS, Gerson Tenório; ROSSI, Giseli; JARDILINO, José Rubens Lima. Orientações
metodológicas para Elaboração de Trabalhos Acadêmicos.2 ed. São Paulo: Giom Editora e
Publicidade, 2000.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. rev. e ampl. São
Paulo: Cortez, 2000.
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ANEXOS
Veja algumas abreviaturas comuns em trabalhos científicos:
Abreviaturas Expressão Latina Significado
ad. lit. ad. litteram ao pé da letra
ampl. ampliado
anot. anotado
apóg. apógrafo [cópia de manuscrito]
ap. apud segundo fulano, referido por
aum. aumentado
cf. confira, compare
col. coleção
comp. compilador
dir. direção
doc. documento
ed. edição
ed. cit. edição citada
e.g. exempli gratia por exemplo, a saber
et. al. et. alii e outros
et. pas. et. passin em diversas partes, aqui e ali
et. seqs. et. sequentes e seguintes
glos. glossário
ibid. ibidem na mesma obra
id. idem o mesmo autor
i.é. isto é
il. [ilus.] ilustrado
in. em
in-fine no fim
intr. introdução
infra abaixo linhas ou páginas
ip. lit. ipsis litteris literalmente
ip.v. ipsis verbis. letra por letra - textualmente
loc.cit. loco citado no lugar citado
melh. melhorado
Ms, ms, mss manuscrito[s]
n. número
n. b. nota bene observe bem
op.cit. opus citatum obra citada
org. organizado
p. página
pas. passim em diversos lugares aqui e ali
pref. prefácio
q.v. quod.vide que se veja
rec. recensão
ref. referência
refund. refundido
rem.
remissivo
ver revisto
silicet subentende-se
s.d. sem data
s.ed. sem editor
s.l. sem local de publicação
sel. seleção, selecionado
sic. assim mesmo, tal qual
supra linhas ou p.p. atrás
sep. separata
t. tomo