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5/10/2018 3 cita nova redação - slidepdf.com
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PODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICAREGISTRADO(A) SOB N°
A C Ó R D Ã O i i i i i i i U M u n i I I I I I u m m u u m u m m i n u
Vistos, relatados e discutidos estes autos de
Apelação n° 990.08.172155-4, da Comarca de Guarulhos,
em que é apelante MARIA DO SOCORRO NUNES LEÃO BALDI
sendo apelado MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO
PAULO.
ACORDAM, em 16" Câmara de Direito Criminal do
Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte
decisão: "DERAM PROVIMENTO AO RECURSO PARA ABSOLVER A
RÉ NA FORMA DO ARTIGO 386, INCISO VII, DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL. V.U.", de conformidade com o voto do
Relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos
Desembargadores NEWTON NEVES (Presidente) , ALMEIDA
TOLEDO E PEDRO MENIN.
São Paulo, 01 de dezembro de 2009.
NEWTON NEVES
PRESIDENTE E RELATOR
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7935990.08.172155-4GUARULHOSMARIA DO SOCORRO NUNES LEÃO BALDIMINISTÉRIO PÚBLICO DE SÃO PAULO
*CASA DEPROSTITUIÇÃ O - Ar t . 229 , do CP - Cr im eq u e e x i g e , n o m í n i m o , a c o m p r o v a ç ã o d ap r o s t i t u i ç ã o e a h a b i t u a l i d a d e - Q u a d r o
p r o ba t ó r i o fr ág il e i n s u f i c i e n t e pa r as u s t e n t a r u m a c o n d e n a ç ã o - N o r m a p e n a lque s e p r e oc upa c om o f a t o t í p i c o p r e v i s t o en ã o c o m a c o n d u t a so c ia l - J u l g a m e n t om o r a l i n c a b í v e l e m p r o c e s s o p e n a l -A b s o l v i ç ã o d e c r e t a d a - R e c u r s o p r o v i d opara es se f im - - (vo to n . 7935)*
A r. Sentença de fls. 174/179, com
relatório adotado, julgou procedente a ação
penal para condenar MARIA DO SOCORRO NUNES LEÃO
BALDI ao cumprimento da pena corporal de 02
(dois) anos de reclusão, e ao pagamento de 10
(dez) dias-multa, cada um deles no piso mínimo,
por incursa no artigo 229, "caput", do CódigoPenal, fixado o regime inicial aberto para
iniciar o cumprimento da pena que foi, ao
final, substituída por duas penas restritivas
de direitos, consistentes em limitação de fim
de semana e prestação de serviços à comunidade.
VOTO N°:APELAÇÃO:COMARCA :APTE....:APDO....:
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Apela a ré sustentando, em resumo,
a fragilidade da prova para pleitear a inversãodo julgado.
Recurso processado e respondido,
manifestando-se o Ministério Público, em ambas
as instâncias, pelo seu não provimento.
É o relatório.
O recurso comporta provimento.
Foi a ré denunciada e processada
por manter, nos termos da denúncia, casa de
prostituição.Nos termos da lei, casa de
prostituição é o local destinado a encontros
para fins libidinosos. Há que se ter, por
certo, um lugar para esse fim destinado e
explorado com a finalidade de lucro. É um
estabelecimento no sentido comercial, redação
essa mais adequada e apropriada agora utilizada
pela nova legislação sobre o tema (art. 229,
redação dada pela Lei 12.015/2009).
O que apurado nestes autos não
permite concluir, por isso, pela existência de
uma casa de prostituição. ///r
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A ré é locatária de um imóvel e
subloca parte dele, como perfeitamente possívelpor sua divisão cômoda, como se vê do laudo
anexado (fls. 71/77).
A ré reside no local e, em ambas
as vezes que ouvida, negou manter qualquer
atividade ilícita no local. Não se trata, como
visto, de um estabelecimento comercial.
As diligências efetuadas pelos
policiais apenas constataram o que relatado
pela própria ré. Ou seja, a casa possui quartos
isolados que são sublocados, sendo fixos os
seus moradores. Nada foi apurado sobre
prostituição mantida no local.
Sem juízo de valor anota-se aqui
que prostituição, nos termos da lei, não é
crime. Assim, se eventual locatária declara-se
prostituta, como narrado pelo agente policial,
mostra-se irrelevante para a tipificação do
crime aqui apurado se não há, nos autos, provamínima da utilização de sua residência com
habitualidade, conhecimento e mediação do
locador.
Note-se, ainda, que a apuração dos
fatos observou denúncia formulada por uma
vizinha, de nome Ivone Casemiro. Mesmo es
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testemunha, em juízo, nada informa sobre casa
de prostituição mantida no local, fazendoreferência apenas à conduta da antiga locadora
ali residente, mãe da ré. E mesmo essa
conduta, como se vê claro em seu extenso
depoimento (fls. 96/103), não imputa fato
concreto com relação a casa de prostituição,
mas sim pelo comércio irregular que ali era
mantido antigamente. E a denúncia, como claro
ficou nos autos, decorre de animosidade dessa
depoente, que se sentia prejudicada pela
concorrência ali estabelecida, fato esse que
sequer foi objeto de análise pela r. sentença.
Portanto não se verifica, nos
autos, demonstração objetiva quanto a
ocorrência de prostituição ou de manutenção de
casa para esse fim. É o quanto basta para a
inversão do julgado.
Logo, e ressalvado o zelo e a
dedicação do d. magistrado, aos olhos deste
relator a prova aqui produzida é frágil e
insuficiente para embasar o decreto
condenatório observando, por fim, que a análise
da norma penal deve se ater ao fato típico
previsto, não comportando juízo de valor o
moral comprometendo o ideal de Justiça.