3 - REFERENCIAL METODOLÓGICO

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    3 REFERENCIAL METODOLGICO

    Este captulo apresenta o percurso metodolgico seguido na pesquisa. A

    abordagem adotada foi da Avaliao Ps-Ocupao (APO), um modo de avaliao

    dos ambientes construdos que tem como principal caracterstica a considerao da

    opinio dos usurios no processo de anlise. Seus diagnsticos baseiam-se no

    cruzamento das opinies dos usurios com os laudos tcnicos dos

    especialistas/avaliadores.

    A APO reconhecida e valorizada como um processo que pode melhorar e

    ajudar a explicar a performance do ambiente construdo. Durante os ltimos 25

    anos, ela tem se apresentado como uma grande rea da pesquisa do ambiente

    construdo, e se expandido rapidamente. Assim, ela definida como uma das

    formas de anlise sistemtica dos ambientes construdos e como geradora de

    procedimentos que viabilizam propostas objetivando melhoria do bem-estar dos

    usurios, inclusive no que diz respeito a sua satisfao. Ambiente construdo

    abrange desde o micro at o macro ambiente, ou seja, vai desde o edifcio at

    cidade, incluindo conjuntos edificados independentemente da sua escala ou

    complexidade.

    3.1 ESTRATGIA DE ABORDAGEM: Princpios conceituais da Avaliao

    Ps-ocupao (APO)

    Embora relativamente recente, a Avaliao Ps-ocupao (APO) j causou

    impactos significativos, influenciando a elaborao de cdigos de obra, que

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    mudaram substancialmente a forma de olhar e construir ambientes livres de falhas,

    economicamente viveis e que tenham uma durabilidade razovel (RABINOWITZ,

    1979).

    De acordo com Ornstein (1996, p. 33), a APO um conjunto de

    multimtodos e tcnicas para avaliao do ambiente no decorrer do uso, que

    considera especialmente as relaes biunvocas entre homem e o ambiente

    construdo.

    Essa rea do conhecimento pressupe que os espaos construdos

    interferem no comportamento humano assim como sofrem alteraes atravs da

    conduta de quem os utiliza, de modo que o ponto de vista do usurio, sua

    organizao e seu contexto social, poltico, econmico e cultural, so fundamentais

    para que a APO transcorra de forma eficiente e com maior credibilidade, no sendo

    apenas uma anlise de desempenho tcnico e profissional (WHITE, 1988).

    Por sua vez, Preiser et al (1988, p. 03), explicam que a APO um processo

    de avaliar ambientes construdos de uma maneira sistemtica e rigorosa depois que

    eles foram construdos e ocupados por algum tempo. Tal estratgia alm de umasimples anlise visa gerar propostas que otimizem a sua utilizao e minimizem

    desperdcios de quaisquer naturezas, apontando pontos positivos e negativos do

    ambiente em uso, corrigindo ou at mesmo anulando, a curto, mdio e longo prazo,

    os problemas verificados. Para isso, os trabalhos desenvolvidos serviro como

    suporte para futuras intervenes, contribuindo para a manuteno e conservao

    do ambiente pblico ou privado, somando para a qualidade ambiental da cidade.

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    Para a avaliao dos ambientes, cabem estudos tcnicos, funcionais,

    econmicos e comportamentais, considerando essencialmente a opinio dos

    usurios, e pontos de vistas de agentes direta ou indiretamente envolvidos com o

    desempenho do local.

    Ornstein (1992, p. 15-17), sugere a associao dos conceitos

    interdependentes de desempenho, idade-limite e necessidades dos usurios aos

    princpios de avaliao abaixo definidos:

    Desempenho: dado pela anlise qualitativa de um ambiente;

    Idade-limite: o perodo de tempo durante o qual o ambiente

    construdo atende s necessidades dos usurios;

    Necessidade dos usurios: o objetivo maior da avaliao de

    desempenho do ambiente construdo e dos seus componentes

    garantir o atendimento das necessidades dos seus usurios. Os

    critrios para tal foram definidos pelo CSTB que determinou em 14itens os objetivos ou funes a serem cumpridas pelas edificaes,

    entre as quais: estabilidade, segurana contra incndio, segurana

    de uso, estanqueidade, conforto higrotrmico, pureza do ar, conforto

    acstico, conforto visual, conforto ttil, conforto antropodinmico,

    higiene, adaptao dos espaos aos usos, durabilidade, economia. A

    estes os norte-americanos acrescentaram mais um, o conforto

    psicolgico. Nesta pesquisa, sero analisados alguns destes

    aspectos, entre os quais podemos citar: conforto visual, higiene,

    adaptao dos espaos aos usos, conforto psicolgico.

    Pressupem-se ainda, que tais itens devem ser considerados dentro das

    especificidades determinadas pelos contextos scio-econmicos, cultural,

    tecnolgico e das condies fsico-climticas em que se apresenta.

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    Os benefcios das recomendaes de uma APO podem ser obtidos a curto,

    mdio e longo prazo, os dois primeiros correspondendo minimizao ou at

    correo de problemas detectados, submetendo o ambiente a programas de

    manuteno e conscientizao dos usurios da necessidade de alteraes

    comportamentais, procurando com isso, a conservao do patrimnio privado ou

    pblico(ORNSTEIN, 1996, p. 34), enquanto longo prazo, a APO,

    Visa realimentar o ciclo do processo de produo e uso de

    ambientes semelhantes, buscando mo s otimizar o

    desenvolvimento de futuros projetos, mas contribuindo para o

    aprimoramento de normas tcnicas, luz da NB 9000 e do Cdigo

    de Defesa do Consumidor (Lei 8078/90).

    3.2 TIPOS DE APO

    Segundo Rabinowitz (1984, p. 339-404), as APOs poder ser de trs tipos:

    tcnica, funcional e comportamental, conforme segue abaixo:

    Avaliao tcnica: refere-se aos elementos tcnicos, nem sempre

    percebidos em sua importncia, definem o ambiente de fundo para

    as atividades humanas e tratam da sade, segurana e bem estar

    dos usurios. Os fatores tcnicos, comumente avaliados so:

    paredes externas, tetos, segurana contra incndio, estrutura,

    acabamento interno, iluminao, sistemas eltricos e hidrulicos,

    acstica, aquecimento, ventilao e condicionamento do ar.

    Avaliao funcional: so aqueles fatores que apiam diretamente as

    atividades humanas e o desempenho organizacional. So

    basicamente: grupos de localizao (agrupamento ou separao de

    reas de acordo com o fluxo de trabalho nas edificaes); circulao;

    fatores humanos (medidas antropomtricas e ergonomia so

    consideradas no desenvolvimento de normas e projetos adequando

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    espaos e equipamentos ao uso humano); armazenamento e

    flexibilidade; e mudanas (nas plantas em funo de mudanas de

    uso e novas filosofias de trabalho).

    Avaliao comportamental: focalizada na resposta do usurio.Enfatiza a relao entre comportamento e meio ambiente,

    investigando como o bem estar psicolgico e fisiolgico pode

    interferir nos ambientes construdos. Requer verificar: o uso do

    edifcio, proximidade e territrio, privacidade e interao, percepo

    do meio ambiente e imagem e significado.

    Nesses trs tipos de avaliao (citados) o cruzamento de dados fsicos doambiente com aqueles relativos aos aspectos subjetivos dos usurios fazem com

    que a APO tenha mais credibilidade (Preiser, 1988, p. 03).

    Segundo o autor, a APO envolve trs nveis de investigao: (1) indicativo,

    (2) investigativo e (3) diagnstico. No estgio inicial, indicativo (1), ocorre nas

    observaes (walk-throught) e anlises empricas voluntrias e superficiais do

    espao. A parte investigativa (2) da APO se refere anlise tcnica do pesquisador,

    correspondendo a aferies mais aprofundadas e objetivas, com observaes mais

    detalhadas e elaborao, por exemplo, de mapas comportamentais, entrevistas com

    usurios e pessoas diretamente ligadas ao ambiente, alm da aplicao de

    questionrios visando o registro da situao atual do lugar. J o diagnstico tcnico

    do problema (3) se configura como o ltimo estgio da pesquisa, possibilitando que

    sejam sugeridas melhorias frente aos problemas detectados, a fim de minimizar

    possveis falhas, maximizar o uso, as comodidades e o conforto.

    Os mtodos e tcnicas utilizados em uma APO variam de acordo com os

    objetivos da pesquisa, sendo os mais comuns: observaes, questionrios,

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    entrevistas, seminrios participativos, mapas comportamentais, registros fotogrficos

    e em videotape. Esses mtodos so escolhidos e combinados de acordo com as

    necessidades especficas de cada pesquisa. Segundo Bechtel (1987),

    aconselhvel o uso de pelos menos trs diferentes mtodos para possibilitar a

    verificao dos dados coletados e garantir a confiana nos resultados da pesquisa, o

    que Sommer (1997) conceitua como multimtodos, cuja escolha deve levar em

    considerao, alm das caractersticas do objeto de estudo, os recursos disponveis

    e as restries existentes.

    Com base nisso, optou-se pelo uso de quatro mtodos/tcnicas, listados por

    Ornstein, Bruna e Romero (1995): (1) entrevistas com pessoas-chave (tcnicos

    responsveis pelo Subprograma de Promoo Social e Habitao); arquitetos

    responsveis pelos projetos de restaurao dos edifcios e alguns moradores de

    cada edificao, como por exemplo, o sndico ou responsvel direto pela edificao

    e os moradores mais antigos; (2) aplicao de questionrios junto aos moradores

    das habitaes selecionadas, a fim de definir o perfil do morador usurio; (3)

    registros fotogrficos e (4) anlise dos projetos arquitetnicos das mesmas (ver item

    3.3).

    Definidos, portanto, os conceitos, os objetivos, os tipos de APO e os

    mtodos/tcnicas a serem utilizados nesta pesquisa, informa-se que esta

    abordagem pode ser perfeitamente aplicada aos estudos de relao entre ambiente

    e comportamento humano enfocados nesta dissertao.

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    Os resultados desta APO esto relacionados com a participao direta dos

    diversos agentes envolvidos na produo e utilizao dos espaos construdos,

    considerados neste estudo, principalmente em funo do conhecimento crtico e

    vivncia diria desses usurios. O produto final obtido uma avaliao crtica do

    objeto, bem como subsdios e recomendaes para futuros projetos com

    caractersticas semelhantes, e que podem ser dirigidos para reformas, adaptaes e

    reorganizao dos ambientes estudados.

    3.3 Pesquisa Multimtodos

    Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliogrfica que teve por objetivo

    delinear a reviso bibliogrfica que estrutura o trabalho de pesquisa. Pretendeu-se

    apresentar o delineamento terico da Avaliao Ps-Ocupao, bem como os

    princpios norteadores do estudo sobre a satisfao dos usurios dessas edificaes

    inseridas no contexto do Patrimnio edificado tombado.

    Foram utilizados como fontes de informao: livros tcnicos, publicaes

    peridicas, banco de dados de instituies de pesquisa e trabalhos cientficos

    reativos ao tema.

    Tida como pesquisa de segunda mo, a pesquisa documental, muito

    parecida com a pesquisa bibliogrfica, sendo diferente a natureza da fonte. Neste

    estudo, a pesquisa documental foi feita no mbito local, com consultas a Comisso

    de Coordenadoria do Programa de Preservao e Revitalizao do Centro Histrico

    de So Lus-MA; ao Ncleo de Estudo Urbanos em Conservao Integrada

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    NEUCI; e Coordenao do Projeto Reviver como tambm foi consultado o acervo

    tcnico da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual do

    Maranho UEMA.

    FIGURA 16 Etapas da Pesquisa

    PPEESSQQUUIISSAA

    PPEESSQQUUIISSAABBIIBBLLIIOOGGRRFFIICCAA

    PPEESSQQUUIISSAADDOOCCUUMMEENNTTAALL

    PPEESSQQUUIISSAADDEE

    CCAAMMPPOO

    OOBBSSEERRVVAAOODDAASS

    EESSTTRRUUTTUURRAASSFFUUNNCCIIOONNAAIISSEE FFOORRMMAAIISS

    LEEVVAANNTTAAMMEENNTTOODDAA MMEEMMRRIIAA

    Fonte: prpria, 2005.

    L

    DDOOSS PPRROOJJEETTOOSSEE CCOONNSSTTRRUUOODDAASS HHAABBIITTAAEESS

    EENNTTRREEVVIISSTTAASS

    EEXXPPLLOORRAATTRRIIAASS

    QQUUEESSTTIIOONNRRIIOO

    AAPPLLIICCAADDOOAAOOSSMMOORRAADDOORREESS

    MMOORRAADDOORREESSCCHHAAVVEESS

    AARRQQUUIITTEETTOOSS

    TTCCNNIICCOOSSDDOO

    SSUUBBPPRROOGGRRAAMMAA

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    Outras fontes de informaes foram as prprias edificaes analisadas, com

    o fornecimento de material grfico e tambm os acervos pessoais de tcnicos, como

    por exemplo, das Arquitetas Marcia Marques e Graci Perez, que participaram e

    ainda participam, de obras de revitalizao no Centro Histrico de So Lus - MA.

    3.4 Detalhamento da Pesquisa Multimtodos

    A pesquisa obedeceu s seguintes etapas:

    Levantamento da memria dos projetos e da construo das

    Habitaes Multifamiliares, atravs da anlise das plantas originais, fotos,

    documentos do perodo da restaurao das edificaes. O conhecimento da

    memria dos espaos pesquisados importante, pois favorece a maior

    contextualizao das habitaes na pesquisa;

    Observao (walk-throught)das estruturas funcionais e fsicas, a fim deidentificar as atividades desenvolvidas nos cmodos de cada apartamento,

    identificando se o uso definido pelo projeto equivalente ao uso real de cada

    cmodo. A anlise tcnica, realizada pela pesquisadora, ter como base essasobservaes;

    Entrevistas com pessoas-chave: tcnicos do Subprograma de Promoo

    Social e Habitao (Apndice 05); arquitetas responsveis pelos projetos de

    restaurao dos edifcios (Apndice 03 e 04) e alguns moradores de cada

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    edificao, como por exemplo, o sndico ou responsvel direto pela edificao e os

    moradores mais antigos (modelo no Apndice 02).

    As entrevistas requerem habilidade e conhecimento prvio pelo

    entrevistador, tendo sido necessria a realizao de algumas entrevistas-piloto, que

    possibilitaram os devidos ajustes e desenvolvimento do nvel de cuidado intelectual

    e tcnico. Essas entrevistas-piloto foram feitas a uma moradora (funcionria do

    Prodetur-MA) e a um tcnico, o eng. Alcindo Costa, que acompanha desde o

    Subprograma de Promoo Social e Habitao.

    Questionrios aplicados junto aos moradores das habitaes selecionadas,

    realizados com os moradores-responsveis de cada unidade habitacional das

    Habitaes Multifamiliares, a fim de caracterizar o perfil dos moradores entrevistados

    e suas preferncias em relao s vantagens e desvantagens de morar no Centro

    Histrico, (modelo no Apndice 01). O que perfez um total de 26 entrevistas

    referentes a 72,72% do universo de 33 unidades habitacionais.

    importante ressaltar que o questionrio um instrumento de coleta de

    dados, constitudo por uma srie ordenada de perguntas (PREISER, 1996, p. 88).Ele pode conter perguntas fechadas com alternativas escolha do indivduo,

    abertas ou ambas, sendo as primeiras, mais fceis de serem introduzidas,

    interpretadas e sistematizadas.

    Os questionrios foram ora aplicados pela pesquisadora, ora pela estagiria

    do Prodetur-MA, mas sempre com a presena da pesquisadora. Os horrios

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    escolhidos para a aplicao foram: das 9h s 12h, tendo em vista que os moradores

    so funcionrios pblicos e trabalham, em geral, no perodo da tarde. A realizao

    desta etapa ocorreu durante toda a semana a fim de possibilitar, uma viso da

    utilizao diria da unidade habitacional (durante a semana ou no final de semana).

    A aplicao do instrumento durou aproximadamente 30 minutos.

    Conta com perguntas abertas e fechadas, que se distribuem por 7 questes

    que pela ordem abordam, o perfil do usurio (naturalidade, sexo, idade, nvel de

    escolaridade, estado civil, nmero de filhos e renda familiar). Existem ainda

    questes sobre o tempo de moradia, atividades desenvolvidas na moradia.

    Em seguida, 9 questes referentes moradia anterior (localizao, aquisio

    do imvel, estado de conservao, nmero de pessoas que viviam no imvel,

    servios bsico luz, gua e telefone, tipo de calamento da rua, distncia do

    servio, segurana e vigilncia); 4 questes sobre a moradia atual (opo por morar

    no Centro Histrico, distncia do servio, segurana e vigilncia) e ainda mais 6

    questes referentes satisfao em relao ao Subprograma de Promoo Social e

    Habitao e de estarem morando no Centro Histrico (critrio seletivo dos

    apartamentos, estrutura fsica do imvel, opes da lazer no Centro Histrico,perspectivas futuras e se conhece algum que tenha interesse em morar no Centro

    Histrico).

    A seguir so feitas mais 4 perguntas em relao s vantagens e s

    desvantagens de morar no Centro Histrico, ao desejo de reformar ou no a atual

    unidade habitacional e, caso a resposta seja positiva, o tipo de reforma desejada.

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    J a questo 10, pede uma avaliao item por item dos principais elementos

    que compem a unidade habitacional, tais como dimenso, revestimento do piso e

    da parede, temperatura, ventilao, iluminao, isolamento dos rudos interno e

    externos e instalaes hidrulica e eltrica.

    Pedimos ainda a sugesto dos usurios para a melhoria do lugar, revelando

    as suas aspiraes, conforme mostramos no modelo (ver Apndice 01). A opo por

    um questionrio semi-estruturado, ocorreu por favorecer a interao e dar maior

    flexibilidade no contato com o usurio, contribuindo assim para que mais

    informaes fossem adquiridas e diminuindo a formalidade da situao de pesquisa.

    As informaes colhidas com este questionrio objetivaram investigar a

    situao scio-econmica dos indivduos, discutir sua satisfao com a unidade

    habitacional e com a edificao, como um todo, a fim de favorecer projeto mais

    afinado com a realidade local.

    Entrevistas exploratrias, realizadas com o objetivo de identificar os

    anseios, as sugestes, as atividades mais desenvolvidas, os locais mais valorizados,

    a fim de melhor compreenso das anlises finais;

    Foram desenvolvidos e aplicados trs tipos de entrevistas, sendo uma aos

    usurios-chaves das habitaes (Apndice 02), outra aos arquitetos que fizeram os

    projetos de restaurao (Apndices 03 e 04), e uma terceira, realizada com os

    tcnicos-chaves do Subprograma de Promoo Social e Habitao do Governo do

    Estado do Maranho (Apndice 05).

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    A aplicao da entrevista do tipo 01 (modelo no Apndice 02) apresenta

    perguntas abertas que abordam, pela ordem, o perfil do usurio, a avaliao geral

    da situao da edificao e da sua relao com o bairro, atividade desenvolvida

    dentro da edificao e anlise dos principais itens composicionais. Foi feita aos

    usurios-chave de cada Habitao Multifamiliar, que foram escolhidos de acordo

    com as categorias a seguir:

    Pessoas com maior tempo de moradia na edificao, com idade superior a

    18 anos (homens e mulheres), que desenvolvam atividades na edificao,

    como sndicos ou pessoas que participam de algum tipo de comisso para

    melhoria da edificao.

    As entrevistas foram realizadas pela pesquisadora. Os dias e horrios

    escolhidos para a aplicao foram: finais de semana das 15h s 18h. A escolha do

    dia foi feita tendo em vista a disponibilidade dos moradores. Cada entrevista durou

    aproximadamente 30 minutos, com um total de 8 moradores, sendo 2 de cada

    edificao.

    A entrevista do tipo 2 (Apndice 3 e 4), foi aplicada as arquitetas. Constamperguntas abertas que abordam as estratgias do projeto arquitetnico, as

    facilidades e dificuldades e as restries referentes fase de desenvolvimento do

    projeto arquitetnico de restaurao da edificao, qual era o tipo de relao

    existente entre as arquitetas e o Subprograma de Promoo Social e Habitao,

    qual a experincia da arquiteta com o desenvolvimento de projetos arquitetnicos de

    restauros.

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