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Recebido em: 06/09/2019 Aprovado em: 08/09/2019 Editor Respo.: Veleida Anahi - Bernard Charlort Método de Avaliação: Double Blind Review Doi: http://dx.doi.org/10.29380/2019.13.12.03 ANOMIA, DESENVOLVIMENTO E RACISMO ANOMIE, DEVELOPMENT AND RACISM ANOMIA, DESARROLLO Y RACISMO. EIXO: 12. PSICOLOGIA, APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO: ASPECTOS PSICOPEDAGÓGICOS E PSICOSSOCIAIS EVERTON RIBEIRO DOS SANTOS Educon, Aracaju, Volume 13, n. 01, p.1-26, set/2019 | www.educonse.com.br/xiiicoloquio

30/03/2020 ... · desenvolvimento em relação a duas consequências sobrepostas de desenvolvimento perceptivo-cognitivo. ... desenvolvimento cognitivo ao redor dos 7 anos de idade

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     Recebido em: 06/09/2019     Aprovado em: 08/09/2019     Editor Respo.: Veleida Anahi - Bernard Charlort     Método de Avaliação: Double Blind Review     Doi: http://dx.doi.org/10.29380/2019.13.12.03

     ANOMIA, DESENVOLVIMENTO E RACISMO ANOMIE, DEVELOPMENT AND RACISM ANOMIA,DESARROLLO Y RACISMO.

     EIXO: 12. PSICOLOGIA, APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO: ASPECTOS PSICOPEDAGÓGICOS EPSICOSSOCIAIS

     EVERTON RIBEIRO DOS SANTOS

30/03/2020        http://anais.educonse.com.br/2019/anomia_desenvolvimento_e_racismo__anomie_development_and_racis.pdf

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Resumo

Estudar anomia social se faz necessário pelo interesse de saber como as anormalidades sociaisinferem no comportamento, pois ela que está associada a ausência de leis, normas ou desconfiançasnelas e nas instituições. De outro, o racismo embora seja um fenômeno bastante estudado aindaapresenta lacunas a serem desvendadas, por exemplo, no seu modo de expressão, que por força danorma social que pune judicialmente atos racistas. A coleta é composta por crianças e jovens de 10 a18 anos. Aferiu-se alguns construtos que teoricamente são associados a anomia, como crise,identidade social e nacional e racismo. Procurou-se analisar os dados relativos à anomia e aoracismo.

Palavras-chave: Anomia. Racismo. Identidade Negra.

ABSTRACT

Studying social anomies is necessary for the interest of knowing how social abnormalities inferbehavior, because it is associated with the absence of laws, norms or distrust in them and institutions.On the other hand, although racism is a well-studied phenomenon, it still has gaps to be unveiled, forexample, in its mode of expression, which by virtue of the social norm that judicially punishes racistacts. The collection consists of children and young people from 10 to 18 years. Some constructs weretheoretically associated with anomie, such as crisis, social and national identity and racism. Wesought to analyze data on anomie and racism.

Keywords: Anomie. Racism. Black Identity.

RESUMEN

Estudiar las anomías sociales es necesario por el interés de saber cómo las anormalidades socialesinfieren el comportamiento, porque está asociado con la ausencia de leyes, normas o desconfianza enellas e instituciones. Por otro lado, aunque el racismo es un fenómeno ampliamente estudiado,todavía tiene lagunas por descubrir, por ejemplo, en su modo de expresión, que, en virtud de lanorma social que castiga judicialmente los actos racistas. La colección está compuesta por niños yjóvenes de 10 a 18 años. Algunas construcciones se asociaron teóricamente con la anomia, como lacrisis, la identidad social y nacional y el racismo. Intentamos analizar datos sobre anomia y racismo.

Palabra Clave: Anomia. Racismo. Identidad negra.

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1. INTRODUÇÃO

Entender os diversos fenômenos que ocorrem na sociedade, é buscar interpretar as relações sociais,que antes de tudo, são relações históricas, fruto de mudanças e transformações que perpassam aolongo dos séculos. Assim é com a anomia e o racismo, objeto de estudo do presente trabalho. Estudaranomia social se faz necessário pelo interesse de saber como as anormalidades sociais inferem nocomportamento, pois ela que está associada a ausência de leis, normas ou desconfianças nelas e nasinstituições. De outro, o racismo embora seja um fenômeno bastante estudado ainda apresentalacunas a serem desvendadas, por exemplo, no seu modo de expressão, que por força da norma socialque pune judicialmente atos racistas

O interesse por esse estudo surgiu mediante orientação da professora Dalila Xavier, responsável dogrupo de estudos Socialização das Atitudes Intergrupais, do Departamento de Psicologia da UFS(DPS-UFS), a qual sugeriu continuar o estudo de pesquisa a temática anomia, desenvolvimento eracismo. O estudo sobre anomia faz parte de uma pesquisa mais ampla que teve seu início no ano de2017. De modo que a coleta de dados foi realizada no ano de 2017. A amostra foi composta porcrianças e jovens de 10 a 18 anos. Nessa coleta, aferiu-se alguns construtos que teoricamente sãoassociados a anomia, como crise, identidade social e nacional e racismo. No ano de 2017 foianalisado em projeto pibic a relação entre a anomia e a identidade nacional. No presente,analisaremos os dados relativos a anomia e ao racismo. De modo que, este plano de trabalho nãopropõe coleta de dados, mas propõem aprofundamento das análises relativas a relação da anomia eracismo.

a. AnomiaO conceito de anomia, segundo Ravagnoli (2011) e Barbosa (2013), tem sua origem no gregoanomos, a- significando privação de, ausência ou inexistência; e nomos que representa leis ounormas. Assim refletimos que o termo anomia significa sem normas ou como diz Ravagnoli (2011),anomia é a expressão de um estado do indivíduo que, frente à ausência, conflito, falta de clareza ounão conhecimento das normas, regras ou leis do contexto no qual se integra, experimenta um estadode vazio ou indeterminação que se manifesta através de diferentes respostas individuais de adaptaçãoou condicionamento.

Émile Durkheim nas obras “Da Divisão Social do Trabalho” (2004), “Suicídio” (2000) e “AEducação Moral” (1902), descreve a anomia como ausência de normas sociais, oriundas da perda dacapacidade que a sociedade tinha de regular o comportamento dos indivíduos e do enfraquecimentodos vínculos sociais.

Formiga (2003), na mesma direção de Durkheim, analisa que a modernidade impõe condições quenão se articulam com a funcionalidade e a estrutura social disponível para todos, levando osindivíduos a perceberem falhas nas normas e nas regras que deveriam regular a vida pessoal e social.Ou seja, em um estado anômico, a prática e a teoria não se relacionam e assim não se tem garantiasde que as ações dos indivíduos estarão em acordo com as normas sociais, gerando assim a anomiasocial.

Adorno (1998) por sua vez, fala em anomia, como crise de autoridade, erosão da lei, recuperação dasinstituições, tudo lembrando o universo sociológico durkeimiano, forjado àquela época para darconta dos elementos anômicos da divisão social do trabalho. Anomia para Adorno (1998) trata-se deuma condição social na qual as normas reguladoras do comportamento das pessoas perderam suavalidade.

A anomia, para Merton (1970), tem um cunho psicológico, sendo considerada no nível individual,pois segundo ele todas as sociedades desenvolvem metas culturais que expressam os valores queguiam a vida dos indivíduos em sociedade. Petrelli (2000), observando Durkheim e Merton, expressa

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a definição de anomia nesses autores supracitados, dizendo que Merton buscou em Durkheim oconceito de anomia, o reelaborando em uma teoria dos fenômenos transgressivos e suas variaçõessociais, capaz de explicar múltiplas formas de comportamento, seja a dos arruaceiros defim-de-semana aos egrégios criminosos de colarinho branco; dos bandidos aos engravatadospalacianos peritos em danos contra o patrimônio público.

Segundo Teymoori (2016), as teorias de Durkheim e Merton apresentam algumas limitações. Nocaso da abordagem durkheimniana, destaca-se uma visão essencialista da natureza humana, já queele pressupõe que os indivíduos são guiados por desejos insaciáveis (Teymoori, 2016). Essa visão foicritivada por construtivistas sociais, os quais partem do pressuposto de que desejos humanos sãosocialmente construídos, suscetíveis à cultura e socialização (Eden & Ritler, 1996 como citado emTeymoori, 2016). Além disso, o autor deixa de discutir importantes questões como as consequênciaspsicossociais de conviver em um contexto anômico. Ainda de acordo com Teymoori, assim comoDurkheim, Merton se utiliza de uma abordagem de nível macro-estrutural, mas difere do primeiropela rejeição da visão essencialista dos indivíduos e da crença na velocidade de mudança comocausador da anomia já que, para o autor, a anomia pode surgir em uma sociedade estável,necessitando-se apenas de discordância entre meios e objetivos (Merton, 1938, 1968).

Em outra perspectiva, a teoria institucional da anomia (IAT – Institutional Anomie Theory) foidesenvolvida por Messer e Rosenfeld a fim de analisar a criminalidade nos Estados Unidos emcontraponto ao “American Dream”. De acordo com essa teoria, a anomia se refere à “desintegraçãodos controles sociais e normas morais, assim como ao mau funcionamento de instituições sociais”(Teymoori, 2016). Os autores chamam a atenção para quatro principais instituições, incluindoeconomia, educação, família e política e afirmam que a anomia surge quando instituições nãoeconômicas, sendo agentes de controle social, incorporam os ideais econômicos e enfraquecem suacapacidade de regulação. Essas instituições acabam produzindo indivíduos anômicos, já queencorajam os indivíduos ao sucesso material, um importante aspecto do American Dream (Messner& Rosenfeld, 2001 como citado em Teymoori, 2016). Algumas limitações dessa teoria são o focoapenas na criminalidade, na economia e seu efeito na anomia, sem levar em consideração interaçõesentre níveis macro e micro para o surgimento do fenômeno e a reação dos indivíduos a um contextoaltamente anômico (Teymoori, 2016).

Já Meireles (2001), corroborando com Barbosa (2013) e Velloso (2004), a concebe como carência denormas, de leis reguladoras, e acrescenta que a anomia se estabelece durante determinadascircunstâncias históricas dentro de um dado grupo social. Essas circunstâncias são criadas pelosindivíduos em sociedade, aos quais dão ao Estado poder de reger. Mas como diz Santos (2016), apartir do momento em que o Estado, detentor do direito de punir, deixa de cumprir a previsão legal,passa a negligenciar a penalização de um ato que possui danos a sociedade, torna esta norma semvalor e causa assim uma quebra de estrutura da ordem. Pois para determinados crimes, a leisimplesmente não tem efeito.

Formiga (2011), Formiga e Souza (2013) e Santos (2014) realizaram pesquisa acerca da temáticaanomia. Formiga (2011) pretendeu verificar a influência da moral pós-convencional sobre a anomiasocial e as condutas antissociais e delitivas em adolescentes.

Para alcançar esse objetivo Formiga (2011), realizou três estudos empíricos, no primeiro estudoprocurou verificar as evidências da validade fatorial e a consistência interna das medidas existentesno Brasil e das medidas construídas. Assim, participaram 375 adolescentes com idade de 14 a 18anos, de ambos os sexos, da rede pública e particular de ensino da cidade de João Pessoa-PB,responderam um questionário que continha questões sócio demográficos, Escala de Anomia Social,Escala de Atitude Anômina, Escala de Orientação ao Sucesso e Escala de Condutas Antissociais eDelitivas. Os resultados revelaram a consistência interna das Escalas de Anomia Social e dasCondutas Antissociais e Delitivas; as demais escalas (atitude anômina e de orientação ao sucesso)apresentaram indicadores psicométricos de fatorialidade aceitáveis pela literatura, comprovando o

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que se esperava.

No segundo estudo, Formiga (2011) pretendeu-se verificar a adequabilidade da estrutural das escalasexploradas no primeiro estudo, foram 241 adolescentes, de 14 a 18 anos, com características sóciodemográficas semelhantes a do estudo anterior responderam os mesmos instrumentos utilizados noprimeiro estudo. Os resultados confirmaram tanto a estrutura esperada quanto a adequabilidade dasescalas utilizadas. Por fim, no terceiro estudo procurou verificar o objetivo central da tese, ainfluência moralidade de princípios pós-convencionais sobre a anomia social e as condutasantissociais e delitivas, os instrumentos foram aplicados a 621 adolescentes, de 13 a 18 anos, ambossexos, do ensino fundamental e médio da rede de ensino da região metropolitana de João Pessoa comcaracterísticas sociais e demográficas distintas das outras amostras. Os resultados corroboraram ashipóteses levantadas. O modelo proposto revelou que a moralidade de princípios pós-convencionaisse associou, negativamente, com a anomia social e com a conduta antissocial e delitiva, estas duasúltimas variáveis, por sua vez, se associaram positivamente entre si.

Já Formiga e Souza (2013), pretenderam verificar uma associação positiva entre essas variáveis emjovens, realizou seu estudo com 235 homens e mulheres com idade de 13 e 20 anos, da rede deeducação pública e privada da cidade de João Pessoa-PB, responderam as escalas de anomia social,condutas antissociais e delitivas e questões sócio demográficas, a partir do programa AMOSGRAFICS 16.0, observaram-se indicadores psicométricos que comprovaram a associação, positiva,entre anomia social e as condutas desviantes.

Por fim o terceiro estudo, Santos (2014) teve como objetivo testar um modelo explicativo da anomiaorganizacional sobre o suporte à aprendizagem no trabalho e as estratégias de aprendizagem detrabalhadores de uma IFES do estado do Rio de Janeiro. Participaram desta pesquisa 312 servidoresda UFRRJ. Para atingir os objetivos do presente estudo, foram utilizados o programa SPSS 19(StatisticalPackage for Social Sciences, versão 19) e o módulo AMOS. Os resultados evidenciaram ainfluência negativa da anomia organizacional sobre as duas variáveis estudadas: suporte aaprendizagem e estratégias de aprendizagem.

Observando todos esses estudos, como também as teorias que pretendem explicar esse construto,torna-se perceptível que as conceituações se diversificam e até se opõem, assim como apresentamuma série de limitações que dificultam estudos empíricos, mas que de acordo com Teymoori (2016),pode-se dizer que uma análise psicossocial da anomia tem muito a oferecer, já que esclarece adistinção entre processos individuais e coletivos e traça uma relação entre sociologia e psicologia naanálise do fenômeno. Essa abordagem permite diferenciar a anomia das reações que ela causa aosindivíduos, um problema que tem perdurado na literatura sociológica do conceito. Além disso,ressalta a conexão da psicologia com a sociologia e ciência política, ratificando a importância deperceber os indivíduos como seres sociais, cujas ações são influenciadas pelos contextos e estruturassociais (Teymoori, 2016).

a. RacismoDe acordo com Munanga (2004), o conceito de raça, foi usado para designar povos étnicos distintose que possuíam em comum além da cultura e da história, traços físicos herdados geneticamente, vistoque os casamentos davam exclusivamente entre membros da mesma etnia. Posteriormente o termoraça foi utilizado para justificar a subjugação de grupos étnicos por outros, como motivo desegregação de classes sociais e no século XV serve para distinguir colonizador de colonizados naexploração de territórios recém descobertos e, finalmente, como critério e objetivo de diferenciação,elege a cor da pele como seu principal mote.

Dovidio & Gaertner (2000) descrevem que as pessoas podem expressar o racismo em contextos nosquais a discriminação pode ser justificada ou nos quais não sofrerão punições. Para Lima & Vala(2004), o racismo constitui-se num processo de hierarquização, exclusão e discriminação contra umindivíduo ou toda uma categoria social que é definida como diferente com base em alguma marca

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física externa (real ou imaginada), a qual é re-significada em termos de uma marca cultural internaque define padrões de comportamento. Ainda eles, o racismo se apoia na crença de que existe umadiferença natural entre os grupos ligando-se a suposição de que eles têm elementos próprios que osfazem diferentes.

Segundo Cabecinhas (2007) alguns estudiosos tentaram se apoiar na ciência para provar que aspessoas tinham diferenças intelectuais, no caso entre brancos e negros, devidos as suas característicasfísicas diferentes, o que não foi comprovado, mas mesmo assim utilizado. Assim, o racismo era, decerta forma, considerado legítimo e justificava a dominação social pelo racismo científico, em meioao Holocausto.

Segundo Cabecinhas (2007) a categorização por “raça” poderia acontecer, entre outras coisas, deacordo com a cor da pele, forma do crânio, textura dos cabelos, segundo a antropologia físicaclássica, de onde tiraram reforço para tal ideia. Já Munanga (2004) afirma que o conceito de raça serefere a características em comum partindo do princípio de que tenham um ancestral em comum.Ainda de acordo com esse autor, esse conceito surgiu a fim de criar uma hierarquia entre aspopulações humanas, dando mais valor a uma raça do que a outra, mais precisamente aos brancos.

É importante entender como e quando as crianças expressam ou não o racismo a fim de que melhoresintervenções contra este sejam usadas. Em um estudo realizado por Fernandes, Conceição eNascimento (2008), com a finalidade de analisar o preconceito racial em crianças, foramentrevistadas crianças autodeclaradas brancas com idade entre 5 e 8 anos. O procedimento dapesquisa foram os seguintes: 1) pediu-se que desenhassem uma criança branca e uma negra emfolhas separadas; 2) perguntas em relação a beleza, riqueza, inteligência, contato e proximidade emrelação as crianças que tinham desenhado; 3) pediu-se que desenhassem a família e a casa para ascrianças que desenharam e justificassem porque o tinham feito daquela forma. Como resultados ospesquisadores encontraram um alto favorecimento em relação as crianças brancas desenhadas, tantoquando as crianças entrevistadas foram analisadas de forma geral, quanto quando formam divididasem grupos de 5 a 6 anos e 7 a 8 anos.

Demonstrando que as crianças apresentaram favorecimento do grupo dos brancos. Outros estudoscom crianças encontraram igualmente o favorecimento do grupo dos brancos (França & Monteiro,2002), entretanto, observaram que este não acontecia num vácuo, pois estavam influenciados pelasnormas sociais (França & Monteiro, 2013).

a. Identidade negraVilalva (2008), analisando as obras História da Literatura Brasileira, de Sílvio Romero (1888),História da Literatura Brasileira de José Veríssimo (1916), A pequena história da literatura brasileirade Ronald de Carvalho (1919); teve como conclusão que essas três obras literárias realizam a visãoglobal e propõem a identidade como resultado de intersecções históricas, políticas, ideológicas e bemmenos estéticas.

Ciampa (1984) entende que a identidade não é algo fixo e acabado, mas algo que está em constanteprocesso de transformação, em metamorfose. Para Hall (2006) a identidade não está literalmenteimpressa em nossos genes, mas são formadas e transformadas no interior da representação. SegundoDeschamps e Moliner (2009) as representações não resumem por si só o fenômeno identitário, masque estas podem intervir no sentimento de identidade, e Guareschi (2000) acrescenta que na noção derepresentação estão presentes as dimensões cognitiva, afetiva e social. Tajfel (1982), esclarece quena teoria da identidade social, de caráter mais motivacional e cognitivo, a identidade social e apessoal são conceituadas como negativamente interdependentes, já que existe uma oscilação entreuma e outra, para satisfazer a necessidade do indivíduo.

Com isso Santinello (2011) entende que a Identidade do indivíduo é construída pela necessidade desobrevivência, bem como as intrínsecas variabilidades das relações sociais, e sua delimitação do

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contexto espaço e tempo em que o sujeito está inserido.

Ela é construída por meio de uma autodescrição da cultura patrimonial de uma sociedade, que sepode apresentar a partir de uma consciência de unidade identitária ou como forma de alteridade,buscando demonstrar a diferença com relação a outras culturas. Fernandes e Souza (2016) afirmamque no processo de afirmação identitária, a revalorização das culturas africanas constitui-se em pilarpara a identidade negra, pois pode servir para desconstruir representações que alienam a pessoa negrade seu próprio corpo e suas raízes étnico-raciais.

A identidade da pessoa negra, segundo Ferreira (1999), traz do passado a negação da tradiçãoafricana, a condição de escravo e o estigma de ser um objeto de uso como instrumento de trabalho. Oafrodescendente enfrenta, no presente, a constante discriminação racial, de forma aberta ou encobertoe, mesmo sob tais circunstâncias, tem a tarefa de construir um futuro promissor. Para de MacenaMartins (2013), o racismo brasileiro é tão violento e presente, como qualquer outro princípio quefere as relações sociais.

Mas como diz Louro (2000) a identidade não pode ser considerada como decorrente das “evidências”corporais. Pois mesmo nas ideologias racista há nuances: o que é definido como negro ou branco noBrasil, não o é da mesma forma nos Estados Unidos ou na África do Sul. De um modo ou outro, noentanto, para as ideologias racistas o corpo é visto como a corte de julgamento final sobre o quesomos ou o que podemos nos tornar.

a. Desenvolvimento da anomia social e racismoPara Cavalleiro (2005) o novo membro da sociedade, numa dialética homem/sociedade, interiorizaum mundo já posto, que lhe é apresentado com uma configuração já definida, construídaanteriormente à sua existência. Assim, interagindo com outros, a criança aprenderá atitudes,opiniões, valores a respeito da sociedade ampla e, mais especificamente, do espaço de inserção deseu grupo social.

Segundo Nesdale (2011), existem três abordagens principais para explicar o desenvolvimento dopreconceito étnico em crianças, incluindo desajustes emocionais, reflexão social e desenvolvimentosócio cognitivo. O primeiro, liga a aquisição do preconceito ao desenvolvimento de um tipoparticular de personalidade, a Personalidade Autoritária. O segundo afirma que o preconceito dascrianças é simplesmente considerado como reflexo das atitudes e dos valores da comunidade, quenormalmente são transmitidos pelos pais da criança. E o terceiro, de acordo com a teoria sociocognitiva, a atitude de uma criança em relação a outros grupos de crianças depende do seu nível dedesenvolvimento em relação a duas consequências sobrepostas de desenvolvimentoperceptivo-cognitivo.

A primeira, envolve o processo que domina a experiência de uma criança em um determinadomomento, em que a criança é considerada como sendo governada por processos afetivo-perceptivosagregado ao apego familiar e ao medo do desconhecido. Esse processo, dominam com a preferênciapelo grupo interno e a rejeição do grupo externo, que segundo Nesdale (2011) são determinadasprincipalmente por atributos físicos (cor da pele, linguagem, tamanho do corpo). Posteriormente, osprocessos cognitivos assumem ascendência com o advento do estágio operacional dodesenvolvimento cognitivo ao redor dos 7 anos de idade e, posteriormente, do pensamentooperacional formal.

O efeito da transição para processos cognitivos é que a criança é cada vez mais capaz de entender oindivíduo, em vez de as qualidades de pessoas baseadas em grupo. A sobreposição desta sequência éuma segunda sequência de desenvolvimento que se preocupa com mudanças no foco de atenção dacriança. Enquanto crianças mais jovens focam principalmente em si mesmas e em suas preferências epercepções, crianças mais velhas enfatizam categorias de pessoas tais que indivíduos se apresentamcomo membros dessas categorias ou grupos. Ainda mais tarde, no entanto, as crianças focam nos

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indivíduos, que são apreciados ou não pelas suas qualidades pessoais, e não pelo grupo.

Desse modo, o racismo continua a ser um espelho invisível na sociedade, cujo reflexo está presentena forma em que cada um enxerga o outro, independente da raça, do gênero, da cultura. Em virtudedisso, o desenvolvimento e entendimento da moral apresenta um papel relevante na compreensão dosvalores sociais, visto que as regras por um lado apontam uma nova posição social diante o outro quepode ser positiva – apresentar um avanço das noções igualitárias-, ou negativa – novas formas deexpressar o sentimento.

A relação entre anomia e o preconceito racial, segundo Jou & Sperb (1999), só pode se dar em umcontexto onde o desenvolvimento moral também permite uma interação adequada com o meio social.Dessa forma, amplia-se o escopo da dinâmica com que se dá a influência das normas sociais naexpressão do racismo. Dois precursores do estudo do desenvolvimento moral infantil serãoindispensáveis no decorrer do texto: Jean Piaget, pelas contribuições dentro da teoriacognitivista-construtivista; e Lawrence Kohlberg, pela grande e direta influência na construção daPsicologia do Desenvolvimento Moral.

O início dos estudos sobre o desenvolvimento moral costuma ser atribuído a Piaget (Huber, 2015;Vale, 2002). Seus trabalhos dividem o desenvolvimento da prática das regras nas crianças em quatroestágios que, de maneira geral, refletem a forma com que a criança se relaciona com as demaispessoas e com as regras que lhe são impostas. As pesquisas de Piaget foram feitas através daobservação das crianças durante os jogos e nas perguntas que elas faziam enquanto jogavam. Assim,para Piaget (1994) era possível perceber como elas dominavam, se adaptavam e adquiriamconsciência das normas.

Segundo Piaget (1994), no primeiro estágio moral (0-2 anos), não há regras, por isso é denominadade anomia, mas, sim, um tipo de manipulação individual do objeto físico. Posteriormente, nosegundo estágio (2-5 anos), as crianças passam a lidar com exemplos, imitando-os, mas, apesardisso, utilizando a regra individualmente – como se, mesmo em grupo, jogassem sozinhos. Noterceiro estágio (7-8 anos), começa a ser necessária a sistematização das regras, uma vez que ascrianças passam a competir entre si com o intuito de vencer o adversário. Ainda assim há, nesseestágio, uma diferenciação em relação à regra do jogo. No quarto e último estágio, que ocorre entre11 e 12 anos, as regras passam a ser entendidas e definidas detalhadamente. Nesse estágio, as regras,pode-se dizer, já fazem parte da sociedade.

Outro teórico de grande importância para o desenvolvimento moral foi Kohlberg (Biaggio, 1994),que respondia, com suas teorias, a muitas críticas feitas aos trabalhos originais de Piaget, como aideia de que o desenvolvimento das estruturas cognitivas é suficiente para o desenvolvimento moral(Kohlberg, 1969). Sobre isso, Kohlberg (1969) afirma que a cultura exerce papel fundamental,sendo, porém, limitada a acelerar ou atrasar o desenvolvimento de estágios já predefinidos, semnunca saltá-los. Após longos estudos sobre a obra de Piaget, a nova divisão do desenvolvimentocriada por Kolhberg influenciou muito a área da educação, psicologia e criminologia (Huber, 2015;Biaggio, 1994; Batgalia, 2010).

Kohlberg (1981), como Piaget (1994), vale-se do uso de dilemas morais para obter os dados das suaspesquisas (Huber, 2015). Seus trabalhos organizam-se sob três níveis de desenvolvimento moral, asaber: pré-convencional, convencional e pós-convencional. Os três níveis, por sua vez, são divididos,cada um, em dois estágios. Para o autor, o desenvolvimento é entendido como uma forma sequencial,e tal sequência independe da cultura na qual o sujeito se encontra (Kohlberg, 1981; Vale, 2002).

O nível chamado de pré-convencional, que ocorre com crianças de até 9 anos, se refere a um estadoonde o indivíduo enxerga as normas como exteriores a si, desconhecendo a condição da norma comouma convenção entre as pessoas. É dividido em dois estágios de moralidade: heterônoma (estado deobediência por obediência sob o qual é difícil perceber o ponto de vista do outro), e individualista

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(estado em que se busca satisfazer os próprios interesses através de um uso concreto e individualistadas normas). O nível convencional é identificado pela conformidade com as normas sociais e morais,atribuído geralmente ao adolescente e ao jovem adulto. Nesse nível, o primeiro estágio écaracterizado pela capacidade de vivência da perspectiva do outro, de maneira mais restrita àsvivências interpessoais grupais, e o segundo, mais abrangente, inclui as expectativas sociais, e estádiretamente relacionado com deveres e expectativas daqueles que oferecem apoio para o bem-estarpróprio (Kohlberg, 1981; Fini, 1991).

O nível pós-convencional engloba uma moral de aspectos ainda mais complexos. Seus dois estágiosse referem, respectivamente, a um primeiro estado em que regras sobre o bem-estar social se tornammais fortes, ou seja, que as regras sociais prevalecem sobre as regras grupais e que os direitosindividuais ganham mais atenção, e a um segundo em que uma ética universal é concebida e aplicadade forma a se prestar maior cuidado para com a ética do que às regras práticas que se baseiam nessesprincípios éticos (Kohlberg, Levine & Hewer, 1983).

Apesar da grande repercussão, a teoria de Kohlberg foi duramente criticada e, posteriormente,refinada por outros autores. Dentre eles, o que mais se destacou foi Turiel, que ofereceu grandescontribuições logo após a concepção da teoria (Huber, 2015). Turiel (1983) propunha umdesenvolvimento de cunho múltiplo e, ao contrário da forma ordenada e subsequente com queKohlberg havia proposto a teoria, considerava um desenvolvimento mútuo de áreas denominadas“pessoal”, “convencional” ou “moral”. Respectivamente, referem-se a escolhas que: (1) não geramimplicações sociais ou grupais, (2) dizem respeito às normas sociais arbitrárias ou (3) se relacionamcom as concepções normativas do outro. Tal concepção foi corroborada pelo trabalho de Nucci(2001), que identificou concepções arbitrárias e normativas já na infância. A ratificação derivada doestudo de Nucci (2001) permite também que se visualize com maior clareza as correlações entre osagentes socializadores e a expressão de comportamentos morais.

a. Anomia, criminologia e racismoPara Dahrendorf (1992), a anomia é uma condição onde tanto a eficácia social como a moralidadecultural das normas tendem a zero, fruto da afetação pelo descrédito que a (des)ordem impõe sobreas regras; pela ineficácia real do sistema os crimes deixam de ser notificados; as pequenassonegações fiscais são justificadas pelos desvios ilegais de verbas públicas; o problema é da lei e daordem e o espaço deixado na forma de áreas de exclusão.

Com isso, Adorno (1998) percebe que um maior número de pessoas está violando as leis penais; emfunção mesmo da prosperidade e do aumento da circulação da riqueza, novas modalidades de crimessurgiram, como aquelas relacionados ao tráfico de drogas. Foucault (1977) já notava um aumentodos crimes, no qual Ele pode relaciona esse crescimento da criminalidade pelos diversos fatores, taiscomo mudanças no comportamento anômico, das vítimas ou dos cidadãos comuns, nas formashabituais de sociabilidade com repercussão sobre os ilegalismos e sobre os próprios objetos dadelinquência.

Desta forma, há a crença na possibilidade de erradicar o crime, que parte do biótipo do criminoso,que acarreta em diversas políticas criminais racistas que, em última instância, praticaram oextermínio das denominadas “raças inferiores”. Assim para Batista (2012) a criminalidade seria,pois, uma patologia social e, portanto, seriam possíveis a profilaxia e a cura deste “mal”, “é nessemomento que o pensamento criminológico dá o seu grande salto à frente, com uma reflexãocientífica, autônoma, do discurso jurídico e, por isso, sem o embaraço das garantias e limites.

Dias e Andrade (1997), veem que existam tipos de pessoas portadoras de estigmas negativos, quetem uma presença privilegiada entre a população delinquente, como, por exemplo, na populaçãocarcerária. Não é mera coincidência que os grupos estigmatizados sejam justamente os gruposoutrora denominados inferiores ou potencialmente criminosos, como acontece com os negros noBrasil. Para Lima & Vala (2004) os negros são percebidos como violadores dos valores que mantêm

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o status quo das relações inter-raciais, e se estes forem jovens são tidos como os que mais tematitudes de anomia.

Zaffaroni e Pierangeli (2011) alertam que o sistema penal se dirige quase sempre contra certaspessoas mais que contra certas ações, isto quer dizer que, ao contrário de seu objetivo declarado, essesistema age de forma discriminatória, dando um peso maior a conduta de certos agentes. Em relaçãoaos grupos e pessoas que são discriminados dentro deste sistema, se dará especial atenção aotratamento desigual fruto do racismo, que conforme Silva (2014), passou a ser criminalizado não sóoficialmente, pela justiça do direito, mas também pela sociedade, é nesse contexto que surgem asnormas sociais que fazem com que novas formas de expressão de racismo aconteçam.

Caco Barcellos (1997), ao fazer o levantamento de 4.179 casos registrados de tiroteio da PolíciaMilitar de São Paulo, chegou a conclusão de que o perfil das vítimas era: “Homem jovem, 20 anos.Negro ou pardo. Migrante baiano. Pobre. Trabalhador sem especialização. Renda inferior a 100dólares mensais. Morador da periferia da cidade. Baixa instrução, primeiro grau incompleto”.

Schucman (2012) traz a informação que ser negro no Brasil é uma condição objetiva em que, a partirde um estado primeiro, definido pela cor de pele e pelo passado, o negro é constantemente remetido asi mesmo pelos outros. Segundo Paré (2000), a criança branca desenvolve sentimento de autoestimae autoconfiança, enquanto na criança negra emerge sentimento de baixa autoestima e vergonha de sernegro, isso pode levar a um descredito do eu, fazendo com que a pessoa entre por situações de vidaque a levem a viver em processo de anomia.

Como nos fala SILVEIRA (2007) o racismo é coadjuvante do sistema penal na medida em queconstrói simbolicamente o estereótipo do negro como criminoso, racismo e sistema penalproliferam-se associativamente: o preconceito racial formula o estereótipo do negro criminoso; osistema penal reforça-o por meio de um chamamento presente ou futuro, com destaque para aatuação das células policiais.

Shinhoretto (2015) revelou em sua pesquisa que dentre as mortes causadas em decorrência daatividade policial no estado de São Paulo, em uma análise de 734 casos, entre os aos de 2009 e 2011,61% das vítimas eram negras, e 39% brancas. Esta diferença já é bem relevante e demonstra umproblema; quando comparada à população total negra e branca dentro do Estado de São Paulo no anode 2011, a tendência racista das abordagens torna-se latente: 14.287.843 negros e 26.371.709brancos. A pesquisa ainda demonstrou a taxa de mortos a cada 100.000 negros é 1,4, e 0,5 entre osbrancos, ou seja, a probabilidade de um negro ser morto pela polícia é quase 3 vezes superior ao dobranco. No que tange as prisões em flagrante, a pesquisa demonstrou que a cada 100.000 negros, 35são presos em flagrante, entre os brancos o número cai para 14. Por fim, a pesquisa conclui queverifica-se racismo institucional no modo como o sistema de segurança pública opera, identificandoos jovens negros como perigosos e os colocando como alvos de uma política violenta, fatal.

2.METODOLOGIA OU DESCRIÇÃOTÉCNICA

a. ParticipantesA amostra da pesquisa consiste de 219 adolescentes e jovens, entre 10 a 18 anos, ambos os sexos,procedentes de escolas públicas das cidades de São Cristóvão e Lagarto – SE.

a. InstrumentosQuestionário com 25 itens. Uso do Banco de Dados criado na coleta de 2017/18.

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a. ProcedimentosPrograma estatístico SPSS, versão 16 (Windows). Para aferir a anomia foi utilizado a Escala depercepção de Anomia de Teymoori & cols (2016). Tratamento e análise de dados: análise dos dadospara perceber a relação da anomia e racismo.

3.RESULTADOS PRELIMINARESAnálise da anomia indicou uma média de anomia de 4.896 (dp= .770). Na escala de anomia quantomaior o valor maior a anomia. Assim, esse resultado demonstra que de maneira geral os jovens seconcordam um pouco, ou seja, apresentam anomia.

Observou-se que a anomia foi afetada pelo gênero, escolaridade e faixa etária dos participantes. Osparticipantes do sexo feminino (M= 5.025; dp= .772) apresentaram mais anomia do que os do sexomasculino (M= 4.763; dp= .749). Os jovens que participam do ensino médio (M= 5.105; dp= .758)apresentaram mais anomia do que os do ensino fundamental maior (M=4.795; dp= .754). Quanto aidade, observou-se que os jovens de 13 a 15 anos (M= 5.015; dp= .703) apresentaram mais anomiado que os de 10 a 12 anos (M= 4.664; dp= .763). Já os de 16 a 18 anos (M= 4.93; dp= .796) não sediferenciam em seus níveis de anomia dos de 10 a 12 e de 13 a 15 anos F(2, 206)= 3.287; p= .039.

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