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1 Ciência da Informação: 32 anos (1972-2004) no caminho da história e horizontes de um periódico científico brasileiro 1 Information Science: 32 years ( 1972-2004) on the way of the history and the horizons of a Brazilian scientific journal Lena Vania Ribeiro Pinheiro Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT Doutora em Comunicação e Cultura, UFRJ/ECO e-mail [email protected] Marisa Bräscher Universidade de Brasília-UnB / Departamento de Ciência da Informação Doutora em Ciência da Informação, UnB e-mail [email protected] Sonia Burnier Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia -IBICT Bibliotecária e-mail [email protected] Resumo Análise da revista Ciência da Informação, do IBICT, nas suas qualidades extrínsecas e intrínsecas. As primeiras, relativas à forma, incluem as seções, padrões bibliográficos e sistema de avaliação. As características intrínsecas abrangem a análise de conteúdo dos artigos, a produtividade de autores e padrões de autoria, tendo sido constatada tanto a sua repercussão nacional quanto internacional. O processo evolutivo da Ciência da Informação, na sua transformação para formato eletrônico , potencializou a disseminação e acesso universal à informação. Os resultados demonstram que o periódico Ciência da Informação é um espaço de discussão de temas relevantes e atuais da área, nos seus avanços, contribuindo para a consolidação e expansão da Ciência da Informação no Brasil. Abstracts Analysis of Information Science (Ciência da informação) journal of IBICT, in its extrinsic and intrinsic qualities. The former are related to form and include the sections, the bibliographic patterns and the refereeing system. The intrinsic characteristics cover the analysis of paper’s contents, the productivity of authors and the authorship patterns. Results give evidence of its national and international repercussion. The evolution process of Information Science in its change to the electronic format accentuate the dissemination and universal access to information. Results demonstrate that the Information Science journal is a space to discuss relevant and current themes of the Area in its advancements and it contributes to the consolidation and expansion of Information Science in Brazil. Descritores Periódico científico brasileiro, Comunicação científica formal, Ciência da Informação, Análise de conteúdo, Produtividade de autores e Periódicos eletrônicos Keywords Brazilian scientific journal, Formal scientific communication, Information Science, Content analysis, Author productivity, Electronic journals 1 Este trabalho é oriundo do projeto de pesquisa “Ciência da Informação no Brasil: historiografia de uma área do conhecimento contemporânea no cenário nacional”, apoiado pelo CNPq e coordenado por Lena Vania Ribeiro Pinheiro, do Ibict. Participam, entre outros, os pesquisadores Diana F. C. Lima, da Unirio, Isa Maria Freire, do Ibict, José Mauro Matheus Loureiro, da Unirio, Marisa Brascher, da UnB e Sonia Burnier, do Ibict, e as bolsistas Maria das Graças L. dos Santos (AP), Julia N.L. de Moraes (IC) e Aline M. Ribeiro (IC). Agradecimentos especiais, pela valiosa colaboração, a Geovane Eugênio F. de Oliveira, especialista em Inteligência Organizacional e Competitiva, pela UNB, responsável pela geração das tabelas e gráficos em Excel. * Publicado, originalmente, em 1968.

32 Anos - Revista Ciência Da Informação

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"Análise da revista Ciência da Informação, do IBICT, nas suas qualidades extrínsecas e intrínsecas. As primeiras, relativas à forma, incluem as seções, padrões bibliográficos e sistema de avaliação. As características intrínsecas abrangem a análise de conteúdo dos artigos, a produtividade de autores e padrões de autoria, tendo sido constatada tanto a sua repercussão nacional quanto internacional. O processo evolutivo da Ciência da Informação, na sua transformação para formato eletrônico , potencializou a disseminação e acesso universal à informação. Os resultados demonstram que o periódico Ciência da Informação é um espaço de discussão de temas relevantes e atuais da área, nos seus avanços, contribuindo para a consolidação e expansão da Ciência da Informação no Brasil"

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    Cincia da Informao: 32 anos (1972-2004) no caminho da histria e horizontes de um peridico cientfico brasileiro1 Information Science: 32 years ( 1972-2004) on the way of the history and the horizons of a Brazilian scientific journal Lena Vania Ribeiro Pinheiro Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia IBICT Doutora em Comunicao e Cultura, UFRJ/ECO e-mail [email protected] Marisa Brscher Universidade de Braslia-UnB / Departamento de Cincia da Informao Doutora em Cincia da Informao, UnB e-mail [email protected] Sonia Burnier Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia -IBICT Bibliotecria e-mail [email protected] Resumo Anlise da revista Cincia da Informao, do IBICT, nas suas qualidades extrnsecas e intrnsecas. As primeiras, relativas forma, incluem as sees, padres bibliogrficos e sistema de avaliao. As caractersticas intrnsecas abrangem a anlise de contedo dos artigos, a produtividade de autores e padres de autoria, tendo sido constatada tanto a sua repercusso nacional quanto internacional. O processo evolutivo da Cincia da Informao, na sua transformao para formato eletrnico , potencializou a disseminao e acesso universal informao. Os resultados demonstram que o peridico Cincia da Informao um espao de discusso de temas relevantes e atuais da rea, nos seus avanos, contribuindo para a consolidao e expanso da Cincia da Informao no Brasil. Abstracts Analysis of Information Science (Cincia da informao) journal of IBICT, in its extrinsic and intrinsic qualities. The former are related to form and include the sections, the bibliographic patterns and the refereeing system. The intrinsic characteristics cover the analysis of papers contents, the productivity of authors and the authorship patterns. Results give evidence of its national and international repercussion. The evolution process of Information Science in its change to the electronic format accentuate the dissemination and universal access to information. Results demonstrate that the Information Science journal is a space to discuss relevant and current themes of the Area in its advancements and it contributes to the consolidation and expansion of Information Science in Brazil. Descritores Peridico cientfico brasileiro, Comunicao cientfica formal, Cincia da Informao, Anlise de contedo, Produtividade de autores e Peridicos eletrnicos Keywords Brazilian scientific journal, Formal scientific communication, Information Science, Content analysis, Author productivity, Electronic journals 1 Este trabalho oriundo do projeto de pesquisa Cincia da Informao no Brasil: historiografia de uma rea do conhecimento contempornea no cenrio nacional, apoiado pelo CNPq e coordenado por Lena Vania Ribeiro Pinheiro, do Ibict. Participam, entre outros, os pesquisadores Diana F. C. Lima, da Unirio, Isa Maria Freire, do Ibict, Jos Mauro Matheus Loureiro, da Unirio, Marisa Brascher, da UnB e Sonia Burnier, do Ibict, e as bolsistas Maria das Graas L. dos Santos (AP), Julia N.L. de Moraes (IC) e Aline M. Ribeiro (IC). Agradecimentos especiais, pela valiosa colaborao, a Geovane Eugnio F. de Oliveira, especialista em Inteligncia Organizacional e Competitiva, pela UNB, responsvel pela gerao das tabelas e grficos em Excel. * Publicado, originalmente, em 1968.

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    Caminante no hay camino Se hace camino al andar

    Antonio Machado Breve introduo histrica sobre o peridico na comunicao cientfica

    O peridico nasceu no sculo XVII, em plena revoluo cientfica, mais precisamente em 1665, tendo sido os primeiros o Journal de Savants e o Philosophical Transactions of the Royal Society of London (Ziman, 1979*, p.118). Durante mais de trs sculos, passou por transformaes, embora sua relevncia tenha se mantido, bem como suas funes primordiais de registro, propriedade intelectual, comunicao entre pares e prestgio, continuando a ser o canal formal de comunicao cientfica mais importante para as comunidades de C&T, mesmo no ciberespao das redes eletrnicas de comunicao e informao. Sobre o perodo de surgimento do peridico, Price (1976a, p.21) explicou, nos anos 70 do sculo XX, quando escreveu sua obra A cincia desde a Babilnia, que o desenvolvimento da cincia moderna ocorreu de forma ordenada e regular desde o auge da revoluo cientfica..., tendo como centro o sculo XVII. Essa revoluo teria sido produto da Renascena e da inveno da imprensa e sua rpida disseminao pela Europa, a partir do sculo XV, que desempenhou fundamental papel para o conhecimento cientfico. Ainda segundo Price (1976a, p.145), o peridico cientfico e o artigo representam uma das inovaes mais caractersticas e notveis da revoluo cientfica e o artigo cientfico moderno mais um instrumento social, e da funo de propriedade intelectual decorre o seu aparecimento e manuteno (1976 b, p.42). Uma das iniciativas da cincia foi exatamente a publicao de artigos individuais curtos, pois anteriormente a forma dominante era de livros ou publicaes monogrficas. Inicialmente os peridicos publicavam notcias cientficas, e somente no sculo XIX o artigo assumiu a forma que tem hoje. O carter cumulativo da cincia, bem como o crescimento exponencial de peridicos especializados e artigos em sua regularidade extraordinria e rara foram algumas das concluses dos estudos de Price (1976, p.145-46). Foi este historiador da cincia que identificou o crescimento exponencial dos peridicos especializados e apontou com grande grau de preciso, que o nmero cresceu por um fator dez durante cada meio sculo, levantando importantes dados sobre esse crescimento: 10 revistas cientficas a partir de 1750, 100 no incio do sculo XIX, cerca de mil em meados desse mesmo sculo (XIX) e de aproximadamente dez mil por volta de 1900. Na poca em que realizou esses estudos, nos anos 70 do sculo XX, ele constatou, de acordo com o World List of Scientific Periodicals, que eram editados cerca de 100 mil peridicos e, por seus clculos, para cada 100 autores existia um peridico. (Price,1976b, p. 47 e 41). Hoje, por acesso ao Centro Internacional do ISSN- International Serial Standard Number (www.issn.org:8080/pub) identificou-se o total de revistas registradas (1.176.459), incluindo as de divulgao, as cientficas e de outra natureza, bem como as eletrnicas. No entanto, no foi possvel obter o nmero de peridicos cientficos dentro dessa totalidade. Sobre o volume de peridicos existentes no mundo, Wieers (1994) realizar um levantamento e faz uma projeo para os anos 2000, conforme grfico apresentado a seguir, cujos dados so prximos aos do ISSN. Grfico 1 Volume de peridicos no mundo 1700-2000

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    Da mesma maneira se expandiu a comunidade cientfica que, ainda segundo Price (1976 b, p.5), inicialmente era composta por poucos e conhecidos nomes, mas nos Estados Unidos, j na dcada de 70, chegou a mais de um milho de pessoas com graus tcnicos e cientficos. No Brasil, entre os inmeros peridicos existentes nos mais diferentes campos do conhecimento, a revista Cincia da Informao, do Ibict, desponta na rea de cincia da informao por sua tradio, regularidade e relevncia reconhecida pela comunidade deste campo. OBJETIVOS E METODOLOGIA O objetivo do presente artigo analisar, quantitativa e qualitativamente, o processo evolutivo da revista Cincia da Informao, nos seus aspectos formais, editoriais, de contedo e autoria, a fim de retraar a sua trajetria, tendo como pano de fundo o papel do peridico para a comunidade cientfica e o panorama histrico brasileiro de cincia, tecnologia e do setor de informao cientfica e tecnolgica (ICT), enfatizando tanto a sua tradio quanto a modernidade, nos parmetros da sociedade da informao. Entre os objetivos especficos, destacamos os seguintes: - levantar as caractersticas formais de um peridico, artigos e outros tipos de documentos publicados, mdia por

    fascculo, pginas e padres adotados; - analisar a constituio dos comits editoriais e o processo de avaliao, normas para autores e exigncias do

    editor; - analisar o contedo dos artigos e demais documentos publicados no peridico, identificando temas ou disciplinas

    abordados, como reflexo da evoluo da cincia da informao no Brasil; - identificar os autores e o padro de autoria (individual ou coletiva), na gerao de conhecimentos na rea; e - verificar, por meio de sua transformao em peridico tambm eletrnico e sua indexao em peridicos

    secundrios, a sua potencialidade de disseminao e acesso universal. Na metodologia foi definido o perodo de anlise: de 1972, ano de criao do peridico, a 2004, fascculo 1, por ter sido o ltimo nmero lanado at o final da pesquisa, correspondendo a 32 anos, ou mais de trs dcadas, tempo suficiente para ser traada a trajetria da revista. A metodologia rene critrios adotados por diferentes autores, sobretudo Braga e Oberhofer (1982), Valrio (1994), Mueller et al. (1996,2001) e Krzyzanowski et al. (1998), aos quais foram acrescentados novos parmetros, principalmente os relativos universalizao de acesso. A anlise foi desdobrada em dois conjuntos de dados: o primeiro relativo a aspectos de forma ou extrnsecos e, o segundo, aos de contedo ou intrnsecos. Entre os primeiros foram analisadas sees, idiomas do ttulo, textos, resumos, descritores (se includos ou no), editores, comits editoriais, avaliadores, datas de aceitao dos trabalhos, normas editoriais, periodicidade, ISSN, dados bibliogrficos, legendas, paginao, publicidade, tiragem, detalhes de capa, notas gerais e indexao. A anlise de caractersticas intrnsecas privilegiou os temas ou assuntos de carter e estrutura cientficos, originados de pesquisas, portanto, artigos ( no total de 552), alm de 40 estudos, assim denominados os artigos em determinado perodo e um opinion paper, perfazendo 593 artigos estudados. No foram analisadas as sees intituladas comunicaes, frum, artigos de reviso, especial, alm de relatos de experincia, documentos, sistemas e servios de informao, anexos, apresentaes, cartas, editoriais, entrevistas, ndices e todas as sees relativas ao mesmo, in memoriam, livros e peridicos; normas da ABNT, panoramas, recenses, resenhas e resumos de dissertaes em cincia da informao, trabalhos biogrficos descritivos e sem anlise das idias do biografado, alm dos relativos a atividades e aes de ICT. A anlise dos temas ou da literatura da rea comumente realizada no mbito da bibliometria, a partir de levantamento estatstico e freqncia, conforme adotado neste artigo. Os temas foram estudados tendo por parmetro a terminologia adotada na tese de Pinheiro (1997) que, por sua vez, foi baseada na fonte utilizada na pesquisa, o (Arist), Annual Review of Information Science and Technology, com pequenas alteraes ou adaptaes. No grupo de informaes intrnsecas foi tambm includo o estudo de autoria e de poltica editorial. Os dados sobre autoria foram coletados a partir dos prprios artigos e, quando no mencionados, aparecem nas tabelas e grficos como no informados. Foram considerados todos os autores que contriburam com cada artigo da revista e no apenas o autor principal, pois o mesmo autor pode ter produzido mais de um artigo, e nas anlises aparece tanto como autor principal quanto secundrio. Dessa forma, a revista, no perodo de 1972 a 2004, totaliza 856 ocorrncias de autores. Se for considerada a contribuio de um autor apenas uma vez, a revista, em seus 32 anos de existncia, contou com a colaborao de 641 autores nicos. Para cada ocorrncia de autor foram coletados os seguintes dados: - nome: sobrenome e iniciais do nome; - grau de formao: grau mais elevado de formao informado pelo autor: ps- doutorado, doutorado, mestrado,

    especializao, graduao ou nvel mdio; - rea de atuao: cincia da informao, informtica ou outras reas; - instituio onde o autor desenvolve suas atividades profissionais ; - regio onde est localizada a instituio do autor; - natureza da autoria: nica ou co-autoria; - tipo de autoria: principal ou secundria; e - pas onde est localizada a instituio do autor. As anlises foram realizadas ano a ano, para maior detalhamento das informaes, depois agrupadas por dcadas,

    procedimento que visou a deixar mais claro o crescimento e evoluo da revista. RELEVNCIA DO PERIDICO CIENTFICO

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    O peridico cientfico, por seu relevante papel na comunicao cientfica, tem sido objeto de estudo, especialmente sobre metodologias de avaliao, entre os quais a dissertao de mestrado depois publicada como livro, de Valrio (1994), Espelho da Cincia: avaliao do Programa Setorial de Publicaes em Cincia e Tecnologia da Finep, enfocando a dinmica interna do sistema de comunicao de cincia, estrutura editorial e funes, editores, controle de qualidade, disseminao da informao, indexao, idioma, regularidade e recursos financeiros, entre outros aspectos. Uma das primeiras e mais conhecidas metodologias de Braga e Oberhofer (1982), por sua vez adaptada do modelo da Unesco, para avaliao de peridicos brasileiros cientficos e tcnicos e direcionada sobretudo s caractersticas de forma. Posteriormente, outras pesquisas nessa linha e com a mesma finalidade foram realizadas, como a de Krzyzanowski e Ferreira (1998, p.166), dando continuidade e aperfeioando seus estudos de 1988 e 1991, e tendo por fonte a Lista de Peridicos Cientficos Brasileiros Financiados pelo CNPq/Finep, 1995/96 e o Ncleo Bsico de Peridicos Cientficos Brasileiros Correntes, correspondendo aos avaliados pela Fapesp, em 1991, cujo objetivo foi a atualizao e refinamento crtico, no aspecto de contedo (mrito), da a sua importncia. Quanto ao fomento, instituies brasileiras do porte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) e seu Programa de Apoio a Publicaes Cientficas, ao qual passa a integrar a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a partir de 1983, com seu Programa Setorial de Publicaes em Cincia e Tecnologia e, em nvel estadual, a Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo (Fapespe), tm empreendido esforos para apoio sistemtico de peridicos cientficos brasileiros, desde que atendam e mantenham as exigncias de procedimentos e critrios cientficos. A ao conjunta CNPq e Finep foi estabelecida tendo por objetivo fazer com que, a mdio prazo, o Brasil venha a ter pelo menos um peridico de prestgio internacional em cada rea do conhecimento, e possibilitou o aumento do nmero de peridicos financiados (CNPq/Seplan e Oliveira apud Valrio, 1994, p.23). Editores cientficos fundaram, em 1985, a Associao Brasileira de Editores Cientficos (ABEC) que, nos seus eventos, vem discutindo questes relativas ao peridico cientfico, e nas suas recomendaes tem contribudo para o padro editorial nacional (Valrio, 1994,p.26) Outra funo do peridico cientfico e de seus artigos servir de fonte de informao e material de pesquisa, uma vez que, a partir de bases de dados, podem ser realizados estudos de bibliometria ou informetria (denominao estabelecida pela FID), entre os quais os de citao e fator de impacto, alm de indicadores de C&T em geral (cientometria). No exterior, destaca-se o Institute for Scientific Information (ISI), nos Estados Unidos, responsvel por indicadores dessa natureza. No Brasil, a Scielo Scientific Eletronic Library Online organiza e publica textos completos de revistas na Internet/Web, assim como produz e publica indicadores do seu uso e impacto (Packer et al., 1998, p.109), tendo desenvolvido metodologia com este objetivo.

    PERIDICOS CIENTFICOS ESTRANGEIROS E BRASILEIROS EM CINCIA DA INFORMAO A existncia, sobrevivncia e consolidao de um peridico depende da produo cientfica no campo do conhecimento que cobre, portanto, de pesquisas e de cursos de ps-graduao, geradores do conhecimento, dos quais se originam os artigos cientficos, matria essencial de um peridico e sua caracterstica principal. Considerando-se que as revistas brasileiras em cincia da informao surgiram no incio da dcada de 70, qual seria a produo anterior da rea? Neves e Melo (1980) levantaram um interessante dado a respeito, indicando que na Bibliografia Brasileira de Documentao do IBICT, nos trs volumes existentes no momento de sua pesquisa, abrangendo trabalhos publicados no perodo de 1811 a 1977, foram includos 5.850 documentos, dos quais ... 2.047 (34%) so extrados de peridicos diversos .... A anlise desses trabalhos oriundos de peridicos mostra que 40% correspondiam a ... levantamentos bibliogrficos ou noticirios de associaes e entidades ligadas rea; portanto, no eram artigos propriamente ditos. Reconhecendo que os Estados Unidos so o bero da cincia da informao e pas no qual a rea apresenta maiores avanos, alm da Inglaterra, saber da situao dos peridicos estrangeiros nesses pases e no exterior, em geral, contribui para melhor compreenso do ciclo de vida do peridico brasileiro estudado. Nesse contexto, no pode deixar de ser abordada a pesquisa de Cunha (1985), na qual feita uma anlise bibliomtrica dos peridicos de cincia da informao, recorrendo ao mtodo de avaliao pelo volume de citaes em publicaes secundrias, adotado por diversos especialistas. Ainda que reconheamos as limitaes de anlises quantitativas e que a prpria autora alerte para o grau de arbitrariedade de pesquisa dessa natureza, alm da dificuldade das fronteiras de um campo interdisciplinar, sobretudo h 20 anos, esta pesquisa tem sua importncia nessa abordagem. H , ainda, a defasagem de tempo desse estudo, utilizando fontes de 1980: Library Literature, Library and Information Science Abstracts e Bulletin Signaltique 101: Sciences de lInformation, Documentation, mas, ainda assim, os resultados permitem uma viso do conjunto de peridicos na rea e afins, naquele momento. Foram identificados 292 peridicos, devendo ser ressaltado que nem todos so cientficos e especializados, uma vez que esta lista inclui, alm do peridico cientfico propriamente dito, o boletim de biblioteca, a revista profissional. A autora (Cunha, 1985, p.40) lista as 20 revistas mais citadas e por ela denominadas essenciais, identificando-se aqui somente as dez primeiras: Library Journal (USA), Publishers Weekly (USA), American Libraries, Wilson Library Bulletin (USA), A B Bookmans Weekly (USA), Buch und Bibliothek (Alemanha) College and Research Libraries News (USA), Library Association Record (Inglaterra) Bulletin of the American Society for Information Science (USA) e Special Libraries (USA). Como podemos constatar, alguns no correspondem a um peridico cientfico e a maioria mais voltada biblioteconomia, o que confirmado por Vieira (p.42), quando lista os assuntos tratados, com maiores ndices de citao: biblioteconomia (44,1%), bibliotecas especializadas (14,7%) e cincia da informao, apenas com 13%.

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    So identificados 219 peridicos no-especializados, que transitam em vasto conjunto de reas, disciplinas e assuntos, desde a educao, administrao, comunicao / jornalismo, engenharia/energia, tecnologia, lingstica, telecomunicaes, arquitetura, cincias mdicas, at direitos autorais. As caractersticas gerais desses peridicos so periodicidade trimestral, edio em lngua inglesa, origem nos Estados Unidos, publicao por associaes, interesse em prtica profissional e ter a biblioteconomia como objeto principal (Cunha, 1985, p.43). Em sua tese, Pinheiro (1997), na parte da pesquisa emprica e com o objetivo de mapear o domnio epistemolgico desse campo, ou melhor, disciplinas ou temas que a compem, e tomando como fonte o Arist, realizou um levantamento complementar sobre os peridicos citados nos 307 artigos de reviso analisados , no perodo 1966-1995. Foram identificados 136 peridicos, aparecendo entre os dez (10) mais citados, naturalmente os da prpria rea como o Journal of American Society of Information Science and Technology (JASIST), o Information Processing and Management, o American Documentation (USA), Collection Management e Journal of Documentation (USA), mas tambm de reas interdisciplinares como Automatic Documentation and Mathematical Linguistics e Social Studies of Science. Os peridicos norte-americanos predominam com 206 citaes (70%), o que se justifica pelos avanos deste pas nesse campo e tambm pela fonte utilizada, da mesma origem. Entre as interdisciplinas destacam-se a biblioteconomia, a psicologia, a cincia da computao e a comunicao, alm da sociologia da cincia. O nico peridico brasileiro citado nesse perodo foi a revista Cincia da Informao, uma nica vez ( Pinheiro,1997) Esses resultados foram orientados cincia da informao, objeto da pesquisa da qual se originou (Pinheiro,1997), e diferem dos de Cunha (1985), que utilizou fontes sobretudo de biblioteconomia e cujo levantamento foi concentrado no ano de 1980, portanto, mais antigo. No analisamos os trabalhos voltados biblioteconomia, exceto o de Neves e Melo (1980), mencionado no incio deste tpico, que inclui tambm a cincia da Informao e apresenta resultados de interesse para o presente trabalho. O prprio ttulo do artigo dessas autoras, Revistas brasileiras de Biblioteconomia e Documentao na dcada de 70, evidencia o enfoque essencialmente nessa rea. No estudo de Neves e Melo (1980), a revista Cincia da informao reconhecida por divulgar, ... de preferncia, trabalhos inditos de pesquisadores brasileiros ou estrangeiros, nos campos terico e prtico da cincia da informao; e dos 95 artigos publicados no perodo estudado, 16,8% correspondem a dissertaes de mestrado. Este dado comprova a relao e importncia da ps-graduao na gerao de conhecimento em qualquer rea e nos leva a relembrar que o nascimento desse peridico ocorreu dois anos aps a institucionalizao do Mestrado em Cincia da Informao, no Ibict. No Brasil, at 1996 existiam seis (6) peridicos em cincia da informao e reas afins, conforme pesquisa de Mueller, Campelo e Dias (1996), os mais antigos, o do Ibict e o da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o ltimo atualmente denominado Perspectivas de Cincia da Informao. Sobre a dificuldade de manuteno de peridicos cientficos, oportuno destacar que, no levantamento em que se baseou esse artigo, inicialmente foram identificados 32 peridicos em cincia da informao e tambm biblioteconomia, dos quais a maioria era constituda por boletins de notcias e revistas desativadas. Posteriormente, foram lanados peridicos direcionados cincia da informao, abrangendo reas correlatas, sendo includos no quadro 1 aqueles de carter cientfico, isto , que apresentem comits editoriais, recorram avaliao pelos pares e sejam correntes. Estes critrios excluem os boletins informativos ou de notcias e publicaes de associaes profissionais, bem como os desativados. Por este motivo, no faz parte do quadro o Informare, lanado em 1995 pelo Programa de Ps-Graduao em Cincia da Informao, do Ibict, na ocasio em convnio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), editado at 2000 e hoje suspenso.

    Quadro 1 Peridicos cientficos brasileiros em cincia da informao Titulo Ttulo anterior Editor Local Inicio ISSN Periodicidade Eletrnico Softwa-re Impresso Cincia da Informao

    MCT/IBICT Braslia DF

    1972 01001965

    Quadri- Mestral

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    Encontros Bibli Revista Eletrnica de Biblioteconomia e Cincia da Informao

    Revista de Bibliotecono- mia e Cincia da Informao 1996-2000

    UFSC. Dep. de Cincia da Informao

    Flo-rian-polis SC

    1996 15182924

    Semestral Http://encontros-bibli.ufsc.br/ 1996-

    No especificado

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    Em Questo Revista da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicao

    Revista de Bibliotecono- mia & Comunicao 1986-2000

    UFRGS Revista da Fac. Bibliotecono-mia e Comunica

    Porto Ale gre RS

    2003 01030361

    Semestral No SIM

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    da UFRGS o Perspectivas em Cincia da Informacao

    Revista da Escola de Bibliotecono- mia da UFMG 1972-1995

    UFMG Escola de Cincia da Informao

    Belo Hori-zonte MG

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    Semestral Http://www.eci.ufmg.br/pcionline 1996-

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    Informacao & Sociedade

    UFPB Dep. de Bibliotecono-mia e Documentao

    Joo Pes-soa PB

    1991 01040146

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    Transinformao

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    Trimestral Http://revistas.puc-campinas.edu.br/transinfo/index.php 2002-

    S E E R

    SIM

    Revista de Biblioteconomia de Braslia

    ABDF Associao de Bibliotecrios do Distrito Federal

    Braslia DF

    1973 01007157

    Semestral Http://www.unb.br/fa/cid/rbb/ 2001-

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    Revista Digital de Biblioteconomia e Cincia da Informao

    Sistema de Bibliotecas da UNICAMP

    Campi nas SP

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    IASI Rio RJ

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    MORPHEUS Revista eletrnica em Cincias Humanas: Conhecimento e Sociedade

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    Rio RJ

    2002 1676-2924

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    No declarado

    NO

    Conforme verificamos, a metade (50%) dos peridicos editada na regio Sudeste, no Sul e Nordeste, dois (20%) em cada regio, e apenas um (10%) peridico no Nordeste. Se cronologicamente agrupados, esses peridicos mostram o seguinte resultado: dois (2) foram lanados nos anos 70, um (1) na dcada de 80, quatro (4) na seguinte, de 90, e trs a partir de 2000. Esses dados indicam a expanso da rea pois, alm das quatro (4) revistas iniciadas na dcada de 90, em cinco anos (2000-2004) trs novos peridicos surgiram. Entre os mais recentes esto o DatagramaZero, lanado em 1999, peridico eletrnico do Instituto de Adaptao e Insero na Sociedade da Informao (IAS), tendo frente o Professor Aldo Barreto, e a Revista Digital de Biblioteconomia e Cincia da Informao, publicada a partir de julho de 2003, pelo Sistema de Bibliotecas da Unicamp. Esta ltima, embora no vinculada a rgo de pesquisa ou ps-graduao, adota critrios de um peridico cientfico, com processo de avaliao e conselho editorial constitudo por professores e pesquisadores da rea. Alm destes, h ainda o peridico Morpheus, editado pela Coordenadoria de Educao a Distncia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-RIO), de natureza cientfica acadmica, optando pela interdisciplinaridade e pela multiculturalidade . Portanto, atualmente os pesquisadores e especialistas em cincia da informao dispem de dez (10) peridicos cientficos dedicados rea, dos quais quatro (4) adotam o software livre SEER, que ser abordado no tpico 6. PERIDICO CINCIA DA INFORMAO

    Quais as circunstncias histricas do Brasil, especificamente de cincia e tecnologia, que propiciaram o lanamento do peridico Cincia da informao? Nos anos 60, algumas transformaes no panorama de C&T brasileiras ocorreram e so apontadas por Arajo (1985), entre as quais a ... preocupao com o desenvolvimento da produo mediante a utilizao de C&T produzidas no Brasil, a implantao da Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo (FAPESP) e a mudana do Distrito Federal para Braslia, no Centro-Oeste, com nova separao espacial das estruturas de produo e de poder. Segundo levantamento do prprio Ibict (apud Arajo, 1986), na dcada de 70 (ano de 1978) foram identificadas as instituies de informao cientfica e tecnolgica (ICT), concentradas na regio Sudeste (67%), sendo 35,3% no Rio

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    de Janeiro e 21% em So Paulo, enquanto no Centro-Oeste 23,2% estavam no Distrito Federal, o que pode ser explicado pela transferncia, para Braslia, de inmeras instituies e mesmo de acervos. Portanto, o nascimento da revista no Rio de Janeiro ocorreu na cidade onde estava localizado o IBBD/Ibict e a maioria das entidades de ICT nacionais, e depois de 80 em Braslia, com a transferncia do instituto para a nova capital do pas. oportuno mencionar, nesse panorama, a concentrao de instituies executoras de pesquisa tambm no Sudeste, no total de 213, correspondendo a 49,2%, das quais 89 situavam-se no Rio de Janeiro e 87 em So Paulo (CNPq/ Selap,1984 apud Arajo, 1985). A dcada de 70, com todos os impasses e restries decorrentes do golpe militar de 64, ao mesmo tempo e de forma contraditria ...gerou espao para o desenvolvimento dos sistemas de informao cientfica e tecnolgica e para a criao de novos cursos de ps-graduao em biblioteconomia, dentro da ideologia de informao para o desenvolvimento nacional, professada, ento, pela elite governamental (Vieira, 1995). De acordo com resultados da dissertao de Oliveira (1989), sobre as revistas apoiadas pelo CNPq e Finep, no perodo de 1980-1985, a maioria surgiu na dcada de 70, e os editores so sobretudo instituies de pesquisa ou ensino. A fundao do Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentao (IBBD), em 1954, e suas iniciativas de vanguarda, entre as quais a ps-graduao da rea, representam marcos da histria da informao cientfica e tecnolgica (ICT), no Brasil, e so reconhecidos por diversos autores, inclusive Vieira (1995). No podemos esquecer que o movimento que conduziu criao do IBBD teve inspirao na Unesco e intermediao da Fundao Getlio Vargas. Sua transformao em Ibict foi influenciada pelo Unisist e os Centros Nacionais de informao Cientfica (Natis), diretrizes introduzidas pela Unesco nos pases em desenvolvimento na Amrica Latina. A incluso da informao cientifica e tecnolgica nas polticas pblicas nacionais ocorre de forma gradativa e tem o incio nos anos 70, com os Planos Bsicos de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (PBDCTs) e Planos Nacionais de Desenvolvimento (PNDs). O perodo caracterizado por aes de planejamento governamental (Miranda, 1977), fase em que o IBBD passou a se denominar Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia (Ibict), em 1976, assumindo papel poltico e de coordenao, e no somente de gerador de produtos e servios de ICT, como no incio. Na dcada seguinte, as funes do Ibict foram expandidas, inclusive atribudo importante papel de rgo nacional de informao, coordenador das atividades de ICT em territrio brasileiro. A revista Cincia da Informao foi lanada em 1972, pelo ento IBBD, dois anos depois do incio do mestrado em Cincia da Informao do Ibict, iniciativa pioneira na Amrica Latina e no Ano Internacional do Livro, o que mereceu chamada de capa. Hagar Espanha Gomes (1996), em entrevista registrada no fascculo comemorativo dos 25 anos da revista do Ibict, descreve as circunstncias de sua criao, afirmando que a idia estava no ar, o IBBD em momento de efervescncia, com o mestrado em cincia da informao e primeiros projetos de pesquisa na rea. Ela atribui Clia Zaher, presidente do instituto naquela ocasio, a fonte de energia, e ao computador, a mola propulsora da criao da revista. Desde o primeiro fascculo atuou uma comisso editorial, da qual participavam a prpria Hagar, Laura Maria de Figueiredo, Gilda Braga e Maria Beatriz Pontes de Carvalho. Sobre o assunto, a entrevistada explica que foram os conhecimentos de sociologia da cincia que orientaram a constituio da revista, mais tarde incorporados disciplina comunicao cientfica, por ela introduzida no mestrado, e na qual so estudados os peridicos, suas funes, estrutura, processo de avaliao, entre outros aspectos. O mestrado do Ibict foi decisivo, segundo Hagar E. Gomes, pelo contato com pesquisadores estrangeiros que tornaram professores da ps-graduao do Ibict, na dcada de 70, identificados em tpico posterior deste artigo (4.1.2.2), e pela relao entre ps-graduao, pesquisa e produo do conhecimento, conforme j ressaltado. A revista cincia da informao participa do Programa de Apoio Publicao Cientfica (SCT/PR, CNPq, Finep, MCT) desde 1991, quando foi institudo, at hoje, embora nos anos 2000 a informao sobre esse apoio no aparea registrada na revista, o que volta a ocorrer a partir de 2004. Este peridico um dos produtos do Ibict consolidados, tendo superado as diferentes crises poltico-institucionais do instituto, que ocasionaram descontinuidade e desativao de atividades. CORPO E ALMA DO PERIDICO CINCIA DA INFORMAO OU QUALIDADES INTRNSECAS E EXTRNSECAS

    Neste tpico, de acordo com os objetivos geral e especficos j descritos, o peridico cincia da informao ser analisado em dois conjuntos de caractersticas, as primeiras, extrnsecas, relativas forma, e as demais correspondendo aos aspectos intrnsecos ou de contedo.

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    Aspectos extrnsecos ou de forma Foram analisados os 32 anos da revista Cincia da Informao, nos seus 33 volumes, com total de 75 fascculos e 593 artigos, numa trajetria de crescimento ininterrupto, o que demonstra o comprometimento do Ibict com a rea da cincia da informao (quadro 2).

    QUADRO 2: Distribuio de volumes, fascculos e artigos por perodo

    Perodo Volumes Fascculos Artigos 1972-1979 8 15 86 1980-1989 10 19 109 1990-1999 10 28 250

    2000-2004 (1) 5 13 148 TOTAL 33 75 593

    Nos aspectos extrnsecos foram levantados 20 itens de informao dentro dos tradicionalmente selecionados para avaliao de um peridico cientfico e suas variaes conceituais ou terminolgicas. Os itens esto explicitados na metodologia e aqui sero analisados por conjuntos de informao, reunidos por suas caractersticas comuns. Neste grupo destacam-se as sees do peridico, mostradas no quadro 3, a seguir. Quadro 3 Distribuio de sees no peridico Cincia da Informao

    Sees

    1972-1979 1980-1989 1990-1999 2000-2003 Total

    01. Anexo 01 0102. Apresentao 01 0103. Artigos * 86* 69* 249* 148* 552*04. Cartas 04 02 0605. Charter of book 01 0106. Comunicao 09 07 35 04 5507. Documento 05 27 01 3308. Editorial 01 02 27 07 3709. Entrevista 04 01 0510. Especial 03 0311. Estudos 40* 40*12. Frum 08 0813. ndice 01 0114. Livros e peridicos 02 0215. Panorama 13 11 2416. Ponto de vista 01* 01*17. Recenses 25 45 08 7818. Relato experincia 14 69 07 9019. Resenhas 23 2320. Resumos de teses/dissertaes 02 0221. Revises 03 0322. Sistemas e servios 06 06Total de indexados * 86* 109*

    69+40=109250*

    249+1=250148* 593*

    Total 135 197 464 176 972

    Conforme o quadro 3, levantou-se o total de 972 documentos includos nas diversas sees da revista, que vo desde os artigos, que representam a essncia do peridico e seu carter cientfico, aos ndices, revises, entre outros, totalizando 22 tipos de sees. Observando essa diversidade, que se acentua nos anos 90 e, em menor escala, na dcada de 80, verificamos a falta de padronizao na estrutura da revista e na terminologia, como, por exemplo resenhas e recenses que abrigam o mesmo tipo de contedo, portanto, so semelhantes, bem como apresentao e editorial, que tm a mesma funo e para a qual deveria ser adotado o termo editorial, enquanto apresentao prpria de livros. Isto no significa que o peridico no passe por nenhuma modificao, ao longo dos anos, nem

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    possa ser criada uma nova seo, mas o desejvel que mantenha um padro estrutural e terminolgico que, inclusive, o identifique. O caso mais srio a substituio, durante certo perodo da dcada de 80, de artigos por estudos, equvoco depois corrigido. Assim, aos artigos (552) devem ser somados os estudos (40), alm de um opinion paper, totalizando 593 artigos (61%). No entanto, observou-se um crescimento acentuado de relatos de experincias na dcada de 90, num total de 69 (27,6%), o que pode comprometer um peridico cientfico, no qual o ncleo so os artigos e as demais sees tm funo complementar. Uma das sees tem denominao muito genrica (documento), embora explicitado pelas normas da revista:compreende textos inditos ou no, que se referem a aspectos histricos, documentos no convencionais de circulao limitada, resultados de anlise e levantamento sobre o setor de informao, elaborados por iniciativa de diferentes instituies, relatrios de consultoria etc. Ainda assim, difcil o enquadramento de trabalhos nessa categoria, tanto por autores quanto editores e, em geral, poderiam ser inseridos em outras sees existentes na revista, principalmente relatos de experincia. Afinal, todas as sees contm documentos e, por todos os motivos explicitados, esta categoria poderia ser excluda. Algumas sees resultaram de decises institucionais. Em 1981, o ento diretor do Ibict, Afrnio Aguiar, em editorial, para tornar mais atraente e diversificada a revista, anuncia mudanas em sua estrutura, entre as quais a criao de novas sees, como Frum. Este deveria abrigar temas de interesse geral, que deveriam ser discutidos por profissionais de informao, tendo praticamente a mesma funo do ponto de vista (opinion paper). Podemos constatar, a partir de 2000, menor quantidade de sees, agora numericamente equilibradas: documento, comunicao, relato de experincia recenso, editorial e entrevista. Estas sees devem ser definidas pelo editor e comisso editorial e constar das normas da revista, de forma a orientar, claramente, autores e editores. Quanto s normas e padres editoriais, a cincia da informao, desde o seu primeiro nmero, inclui sumrio, informaes sobre a periodicidade, ficha catalogrfica, legenda bibliogrfica, instituio editora e crditos institucionais. Consta o local de edio que, conforme j mencionado, inicialmente era o Rio de Janeiro (1972- 1979) e posteriormente Braslia, at hoje. A data de recebimento do artigo um dado que aparece, irregularmente, nos fascculos de 1972-1973 (1),1987-1988 (1), 1991-1994 (1), 1995 (2-3)-1996(1-2), 2000 (3), 2001(3),2002 e 2003(2). A revista deveria manter regularidade na indicao dessa data, para assegurar a prioridade intelectual do autor. Uma alterao importante, que traduz a evoluo da revista e tambm o crescimento da produo cientfica da rea, a passagem de periodicidade semestral, seguida at 1991, para quadrimestral, a partir de 1992. oportuno destacar que a Cincia da Informao tem mantido a regularidade de sua publicao e apenas duas vezes foram lanados fascculos cumulativos: no ano de 1976, com o v. 5, nmeros 1 e 2 e, em 1980, quando foi editado o v.9, nmeros 1 e 2. No entanto, ocasionalmente houve atrasos, o que apontado por Mueller e colaboradores (1996, p.343). O Nmero Internacional Normalizado para Publicaes Seriadas (ISSN) em ingls International Standard Serials Number, foi atribudo revista Cincia da Informao em 1976. Sua funo assegurar o registro nico de cada publicao seriada ( jornais, revistas, anurios, relatrios, monografias seriadas etc.) em circulao, futuras (pr-publicaes) e encerradas, em qualquer idioma ou suporte fsico utilizado (impresso, online, CD-ROM etc.), em base de dados internacional, identificando-a internacionalmente e possibilitando o intercmbio bibliogrfico ( http://www.ibic.br/secao.php?cat=ISSN ). O uso do ISSN definido pela norma tcnica da International Standards Organization - ISO 3297, operacionalizado por uma rede, cujo centro internacional fica em Paris, sendo no Brasil representado pelo IBICT, membro nico em nosso pas, que atua, desde 1975, como centro nacional dessa rede. A mdia de artigos por fascculo de 8,2. A revista anteriormente no estabelecia o nmero mnimo ou mximo de pginas por artigo, mas nas normas dos fascculos atuais limita a 20 laudas. Mueller e colaboradores (1996), em artigo j citado, levantaram a mdia de pginas entre 20 e 30, nos peridicos brasileiros de cincia da informao e biblioteconomia. Nesse mesmo estudo o nmero mdio de artigos por fascculo na revista do Ibict de 12, sendo recebidos por ano cerca de 50, dos quais so aprovados anualmente 36 e rejeitados 15 (30%). Com base na distribuio de volumes, fascculos e artigos mostrados no quadro 2 deste artigo, verificamos o crescimento de nmero de artigos por fascculo, a saber: nas dcadas de 70 e 80, 5,7 artigos, nos anos 90, 8.9, e de 2000 a 2004 ( at o fascculo 1), a mdia de 11,3 artigos por fascculo. Este resultado pode indicar que a produo cientfica da rea cresceu, fato tambm constatado pela passagem da periodicidade do peridico Cincia da Informao de semestral para quadrimestral, em 1992, e comentada neste tpico. A taxa de rejeio da revista do Ibict baixa, se comparada identificada por Miranda e Pereira (1996, p.379), nas cincias sociais e comportamentais, que alcana 80%, o que as autoras pensam ocorrer tambm por falta de espao

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    nos peridicos, por sua vez decorrente de ausncia de apoio financeiro governamental para publicaes peridicas nessas reas, ressaltando que artigos em economia e sociologia so 30% mais longos do que em outras reas. Estas observaes so pertinentes e oportunas, uma vez que a cincia da informao faz parte das cincias sociais aplicadas. Quanto a idiomas, os ttulos dos artigos sempre foram publicados na lngua original e, a partir do volume 14, nmero 1, de 1985, passou a ser includo o ttulo em ingls, assim aparecendo tambm no sumrio. J o texto publicado apenas no idioma original, enquanto os resumos foram editados sempre em portugus e em ingls. Sobre o idioma dos descritores, a partir de 1977 (nmero 2) eles so apresentados em portugus, procedimento que perdura at 1985 (volume 14, nmero2), quando os descritores so suprimidos, at 1990 ( v.19, nmero 2). De 1991 (volume 20, nmero 1) em diante, os descritores passam a ser em portugus e ingls. Ressaltamos que o resumo em ingls facilita a disseminao e visibilidade dos artigos, bem como a sua indexao em publicaes secundrias, assunto tratado no tpico 5. A publicidade merece ser abordada porque, em determinado perodo, dos anos 70 aos 90, havia divulgao dos prprios servios e produtos do Ibict, alm dos de outras instituies. Esta funo certamente orientava instituies de ICT, o que est em consonncia com o papel do instituto, de rgo nacional de ICT, que tanto desenvolve pesquisa quanto dissemina servios e produtos de informao como apoio ao desenvolvimento da cincia e tecnologia nacionais. Esta importncia dada aos servios de informao estava refletida no fornecimento de fichas analticas dos artigos publicados (de 1972 a 1985), inseridas no final da revista e prontas para serem recortadas e armazenadas e assim integrarem os catlogos. Naturalmente, com os processos de automao e a produo de bases de dados, esta funo passou a ser das bibliotecas que adquirem a revista. No entanto, poderia ser oferecido o mesmo servio numa forma adaptada e atualizada, adotando recursos da moderna tecnologia. Por exemplo, estando a revista disponvel na rede, no momento de download poderia haver a opo para o fornecimento da referncia bibliogrfica do artigo para ser includo em qualquer bibliografia ou para importao de dados, em formatos variados. Sobre aspectos econmicos, como tiragem, este dado no estava disponvel na revista at 2001, quando passou a ser divulgado. Esta informao seria bsica para estudos de custo - benefcio, principalmente considerando que a revista tem verses impressa e eletrnica. A capa da revista foi padronizada durante muitos anos, at 1990, tendo de 1972 a 1976 um determinado padro esttico e, de 1977 a 1990 (v.19,n.1), uma capa listrada representado a compactao de solo que corresponderia sedimentao da cincia da informao. A partir de 1990, no v.19, n.2, a capa deixou de ser padronizada e passou a ser ilustrada com imagens relacionadas temtica do fascculo (ver anexo 1). Algumas revistas cientficas mantm a capa padronizada, como forma de identificao, como, por exemplo, a Scientific American, a Lancet e o American Journal of Medicine, entre muitas outras. Um resumo das principais caractersticas extrnsecas da revista Cincia da Informao pode ser observado no prximo quadro. Quadro 4 Principais caractersticas extrnsecas Informaes 1972/1982 1983/1993 1994/2004 OBSERVAO

    Trabalhos publicados Artigos SIM SIM SIM Trabalhos analisados nesta pesquisa.

    Entre 83-85 os artigos foram denominados estudos.

    Comunicaes SIM SIM SIM Relatos Ausente SIM SIM Outros SIM SIM SIM

    Editorao Comisso editorial SIM SIM SIM Ausente em alguns nmeros Avaliadores Ausente Incio em 1989 SIM Ausente em alguns nmeros Editor CNPq/IBBD

    CNPq/IBICT CNPq/IBICT CNPq/IBICT

    MCT/IBICT No ano 2000 o IBICT passou a ser subordinado diretamente ao MCT

    Periodicidade Semestral 1992 Quadrimestral

    Quadrimestral

    ISSN 1976- SIM SIM Capa Padronizada,

    mudana de cor Camadas geolgicas incio 1991

    Comemorativa ao tema

    Ver anexo 11

    Tiragem Ausente Ausente Ausente Somente no vol. 33 n.3 2004 Publicidade Sim Irregular Ausente Ausente de 1977 a 1981 Legenda SIM SIM SIM Paginao Contnua no

    volume Irregular Irregular Irregular, ora contnua no volume ora

    numerao por nmero Ficha catalogrfica SIM com

    interrupes SIM SIM Ausente de 1977 a 1981

    Indexao Inicio 1982 SIM SIM

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    Data de aceitao dos trabalhos

    Ausente Incio 1991 Irregular Na primeira dcada, somente nos primeiros trs nmeros

    Normas de editorao Idioma das normas Portugus/

    Ingls Portugus Portugus

    Portugus/ingls

    Retorna a ser bilngue (portugus/ingls) no incio de 2000

    Idioma do ttulo Idioma original Idioma original + ingls

    Idioma original + ingls

    Bilnge: incio em 1985

    Idioma do texto Idioma original Idioma original Idioma original Publica no idioma do autor Idioma do resumo Port./Ingls Port/Ingls Idioma or. /

    ingls

    Descritores Incio - 1977 SIM, com interrupes

    SIM 1986-1990 ausente

    Idioma dos descritores

    Portugus Portugus Portugus/ ingls

    Bilnge: portugus/ingls incio em 1991

    Poltica editorial e processo de avaliao A poltica editorial de um peridico cientfico , basicamente, determinada pela instituio editora, pelo editor cientfico e o comit editorial e, entre diferentes aspectos, devem ser levados em conta os avanos da rea e questes emergentes. O papel dos participantes do comit editorial central, e entre os seus requisitos constam a titulao de doutor, o conhecimento da rea e a experincia em pesquisa. No processo de avaliao so assessorados por pares, que desempenham a funo de avaliadores (referees). Miranda e Pereira (1996) resumem a escolha do comit editorial sua excelncia acadmica. Na cincia da informao, cada trabalho passa pela avaliao de dois especialistas e, no caso de pareceres discordantes, um terceiro avaliador convocado. Para cada fascculo, os membros do comit editorial fazem a seleo final de trabalhos que o comporo e, para tal deciso, podem consultar os pareceres de avaliadores. Em nenhuma fase desse processo os autores dos artigos so identificados, da mesma forma que os nomes dos avaliadores so omitidos ao serem enviados os pareceres aos autores. A poltica editorial se manifesta de diferentes maneiras, inclusive na definio de nmeros especiais, temticos ou comemorativos, a seguir descritos. Nmeros especiais: - 1973, v.2,n.1, dedicado ao 7 Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentao, realizado em Belm, no ano de 1973; - edio comemorativa dos 20 anos do Mestrado em Cincia da Informao (1990, v.19, n.32); - 40 anos do Ibict e ndice da Cincia da Informao,1972-1993, (1994,v.23,n.1); - 25 anos da Ps-Graduao do Ibict (1995,v.24,n.1); - 25 anos da revista Cincia da informao (1996,v.25, n.3); e - 45 anos do Ibict (1999, v.28,n.1). Dos nmeros temticos, iniciados em 1991, o primeiro foi sobre Informao Tecnolgica (1991,v.20,n.1), seguido de Universidade/Empresa (1991,v.20,n.2), Meio Ambiente (1992,v.21,n.1), Mercosul (1993, v.22,n.1), Sade Aids (1993, v.22, n.3), Terminologia (1995, v.24, n.3, com apoio da Unio Latina), Informao Tecnolgica (1996,v.25,.1), Biblioteca Virtual (1997,v.26,n.2, tendo a colaborao do Grupo de Trabalho sobre Bibliotecas Virtuais, do Comit Gestor da Internet), e Rumo Publicao Eletrnica (1998,v.27,n.2). A partir de 2000 foi lanado apenas um nmero especial sobre a Sociedade da Informao (2000,v.29, n.2), o que deixou a revista mais aberta s diferentes questes da cincia da informao. Fascculos dedicados a determinado tema, desde que no seja um procedimento freqente, permitem abordar assuntos emergentes e de importncia para a rea, como, por exemplo, bibliotecas virtuais e publicaes eletrnicas. Conforme constatamos, esses nmeros temticos e especiais esto tambm relacionados s comemoraes de eventos da histria do Ibict, sua poltica, programas e projetos. Este ltimo o caso de informao tecnolgica e universidade / empresa, durante a administrao de Jos Rincon Ferreira, fortemente voltada informao tecnolgica e industrial. Os componentes do comit editorial nem sempre so identificados institucionalmente, na pgina de crditos da cincia da informao, dado que seria importante analisar. Esta ausncia foi apontada por Mueller e Pecegueiro (2001) que, baseadas nos dados disponveis e informaes obtidas, identificaram trs instituies predominantes ( Ibict-UFRJ, USP e Unb), alm da UFMG, em nmeros mais antigos. Observamos que estas Instituies so as que oferecem cursos de ps-graduao h mais tempo e dispem de programas, portanto, incluem doutorado.

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    Relatrio de um grupo de trabalho do Ibict (2001) tambm identificou os membros do comit editorial, no perodo de 1995 a 1998, mostrados a seguir. Quadro 5: Comisso Editorial da revista Cincia da Informao (1995/1998) Profissional Instituio 1995 1996 1997 1998 Abel Laerte Parker BIREME X Afranio Carvalho Aguiar FAPEMIG X Aldo de Albuquerque Barreto IBICT/DEP X Ana Beatriz Zoss ASTROLAB X Antonio Carvalho de Miranda UNB X X Cavan Michael McCarthy UFPB X X Dinah Poblacion USP X X Edson Nery da Fonseca UNB X Enilde Falstick UNB X Flavio Petersen S/vnculo X Helena Maria Lastres IBICT/DEP X Ilce Gonalves Milet Cavalcanti IBICT/DEP X Irati Antonio UFPB X Jose Teixeira Coelho Netto USP/ECA X Kira Tarapanoff UNB X Lena Vania Ribeiro Pinheiro IBICT/DEP X X X Luiz Antonio Gonalves IBICT X Maria de Nazar Freitas Pereira IBICT/DEP X Monina Rapp UFRJ X Neusa Dias de Macedo USP/ECA X Regina Marteleto IBICT/DEP X Rosali Fernandez de Souza IBICT/DEP X Ruth Steinberg S/vnculo X Solange Puntel Mostafa PUCCAMP X Vanda Paranhos UFPR X X Vania Maria Rodrigues Hermes de Arajo

    SENAI/CIET X X

    Vera Slvia Maro Beraquet PUCCAMP X

    Fonte: IBICT. GT 15 Servios de informao e publicaes para especialistas em ICT. Relatrio final. Rio de Janeiro, Braslia, maio de 2001

    Do total de 27 especialistas do comit, 20 (74%) so oriundos de universidades ou institutos de pesquisa e, destes, 8 (29,6%) esto vinculados ao Ibict. O editor cientfico de uma revista, conforme tradio em C&T, deve ser um pesquisador de excelncia acadmica, reconhecido nacionalmente por seus pares, tanto que esta funo considerada uma honra. O editor institucional da Cincia da Informao, como bem sabemos, o Ibict, e aparece na revista apenas um editor responsvel pela publicao, no havendo identificao de editor cientfico. Esta omisso pode ter ocorrido pela no distino entre editor, responsvel intelectual, e o publisher, que cuida da editorao, papis diferenciados em lngua inglesa, enquanto no Brasil esses termos so compreendidos como sinnimos. A revista Cincia da Informao, no mbito de sua poltica editorial inclui, em todos os seus fascculos, impressos e eletrnicos, instruo ou normas editoriais aos autores, desde o seu primeiro fascculo, at 1979, em portugus e ingls, somente em portugus nas dcadas de 80 e 90 e, a partir de 2000, volta a adotar os idiomas portugus e ingls nessas informaes. Por ser uma revista aberta a autores estrangeiros, inclusive publicando na sua lngua original, o que ser analisado em tpico especfico, este deveria ser um procedimento mantido. Especificamente sobre o ingls, no pode deixar de ser destacado que a produo cientfica em cincia da informao ocorre majoritariamente nesse idioma, uma vez que os pases de maior avano da rea so os Estados Unidos e a Inglaterra. Reconhecendo-se que o idioma da cincia o ingls e a importncia de contribuies de pesquisadores de outros pases, a ausncia de normas para autores nessa lngua uma limitao sua participao e internacionalidade da revista. Aspectos intrnsecos ou de contedo

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    Este tpico rene a anlise e discusso de resultados, desdobradas em dois conjuntos: dos temas de artigos, e de autoria. O primeiro corresponde ao contedo dos artigos da revista, identificando temas ou questes da cincia da informao pesquisados em nosso pas e publicados no peridico. Estes resultados sero comparados com os de Pinheiro (1997, 2002), sobre a cincia da informao no exterior, no que a autora denominou domnio epistemolgico e delimitaes internas da rea, adotando o Arist como fonte, permitindo refletir o estgio de desenvolvimento e atualidade da rea, no Brasil, e sua insero na sociedade da informao. A anlise dos resultados sobre autoria indicar os padres de produo do conhecimento e caractersticas dos especialistas e pesquisadores da rea. Questes ou temas abordados nos artigos Na gerao de conhecimentos em cincia da informao, a temtica dos artigos do peridico estudado reflexo do estgio e evoluo desta rea, com indicadores de suas tendncias e at novas disciplinas que possam surgir, da a importncia do seu estudo. Ziman (1979,p. 118) afirmava que o carimbo de aprovao de uma nova disciplina o aparecimento de uma revista especialmente dedicada aos interesses de seus expoentes. Ela representa um ato de solidariedade e confraternidade e polariza o assunto. O mapeamento dos temas, no perodo estudado, apresentado no quadro a seguir, e o seu detalhamento pode ser visto nos anexos 2 a 11. Quadro 6: Freqncia de temas de artigos da Cincia da Informao distribudos por dcadas

    Temas 1972-79 %

    1980-89 %

    1990-99 %

    2000-04 %

    Total %

    1. Teoria da Cincia da Informao 4 4,65 8 7,33 23 9,2 14 9,45 49 8,26 2. Bibliometria 18 20,93 11 10,09 14 5,6 5 3,37 48 8,093. Representao da informao 8 9,3 9 8,25 15 6 14 9,45 46 7,754. Polticas de informao 3 3,48 11 10,09 12 4,8 17 11,48 43 7,255.Necessidades e usos de informao 6 6,97 9 8,25 16 6,4 11 7,43 42 7,086. Gesto da informao 2 2,32 7 6,42 25 10 7 4,72 41 6,917. Comunicao cientfica 7 8,13 10 9,17 12 4,8 10 6,75 39 6,578.Tecnologias da informao - 1 0,91 18 7,2 18 12,16 37 6,239. Formao e aspectos profissionais 6 6,97 9 8,25 15 6 4 2,7 34 5,7310. Sistemas e redes de informao 6 6,97 6 5,5 17 6,8 3 2,02 32 5,3911. Disseminao da informao 4 4,65 7 6,42 16 6,4 4 2,7 31 5,2212. Sistema de recuperao da informao

    4 4,65 2 1,83 6 2,4 9 6,08 21 3,54

    13. Bibliotecas virtuais / digitais - - 6 2,4 11 7,43 17 2,8614. Inteligncia competitiva - - 8 3,2 5 3,37 13 2,1915. Poltica de Cincia e Tecnologia - 3 2,75 7 2,8 2 1,35 12 2,0216. Bases de dados 3 3,48 4 3,66 2 0,8 2 1,35 11 1,8517. Organizao e processamento da informao

    6 6,97 1 0,91 1 0,4 2 1,35 10 1,68

    18. Economia da informao - 2 1,83 5 2 2 1,35 09 1,5119. Biblioteconomia/Bibliotecas/Livros 2 2,32 3 2,75 - 2 1,35 07 1,1820. Arquivologia - - 6 2,4 - 06 1,0121. Processamento automtico da linguagem

    1 1,16 1 0,91 4 1,6 - 06 1,01

    22. Automao de biblioteca 2 2,32 1 0,91 2 0,8 1 0,67 06 1,0123. Divulgao cientfica - 1 0,91 2 0,8 1 0,67 04 0,6724. Cincia e Tecnologia - - 3 1,2 - 03 0,525. Gesto do conhecimento - - - 3 2,02 03 0,526. Poltica editorial 2 2,32 1 0,91 - - 03 0,527. Sistemas especialistas - - 2 0,8 02 0,3328. Comunicao social 2 0,8 02 0,3329. Imprensa 2 0,8 02 0,3330. Lingstica 2 0,8 02 0,3331. Tecnologias 2 0,8 02 0,33 Temas com freqncia 1 no somatrio geral

    2 2,32 2 1,83 5 2 1 0,67 10 1,68

    Total 86 100 109 100 250 100 148 100 593 100

    Desde o seu incio, a temtica da revista Cincia da Informao reflete bem as questes da rea e, de um modo geral, as pesquisas desenvolvidas no Brasil esto direcionadas aos mesmos temas estudados no exterior, aparecendo diferenas de nfase, por circunstncias histricas, sociais e cientficas nacionais. Alm disso, no podemos deixar de

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    mencionar a preocupao com a prpria rea, refletida na maior incidncia de artigos tericos sobre a cincia da informao, num total de 49. Os temas de maior freqncia, nos artigos da revista brasileira, tambm esto presentes nas pesquisas de Pinheiro (1997, 2002) sobre a rea no exterior, variando apenas a ordem de freqncia: sistemas de informao, tecnologia da informao, sistemas de recuperao da informao, polticas de informao, necessidades e usos de informao, representao da informao, teoria da cincia da informao. Assim, os resultados nos permitem afirmar que, no exterior, os temas com enfoque tecnolgico predominam, enquanto no Brasil tm maior incidncia os de carter terico, de gesto da informao, poltico e de transferncia da informao, conforme podemos constatar no quadro 6. Na anlise por dcadas, ficam mais evidentes as influncias locais. No caso da dcada de 70, o predomnio da bibliometria pode ser explicado pela atuao do Mestrado em Cincia da Informao do Ibict, no qual um de seus professores estrangeiros e autoridade das mais respeitadas internacionalmente at hoje, Tefko Saracevic, introduz a bibliometria. Conseqentemente, so iniciadas pesquisas nesse tema, aparecem as primeiras dissertaes, professores brasileiros tornam-se especialistas em bibliometria, entre os quais se destaca Gilda Braga, que dar continuidade s pesquisas nessa linha no Brasil e, por sua vez, formar novas geraes de estudiosos em bibliometria. (Urbizagtegui Alvarado, 1983). Chama ateno, j nessa dcada, a identificao de assuntos de ponta, como processamento automtico de linguagem e segurana da informao, alm de comunicao cientfica, outro tema de grande incidncia de artigos. Se compararmos estes resultados com os de Neves e Melo (1980), referentes a revistas brasileiras na dcada de 70, incluindo a revista Cincia da Informao, verificaremos que, ainda com enfoques e metodologia diferentes e guardando terminologias distintas, h algumas coincidncias entre os temas mais freqentes: sistemas de informao (freqncia 34), bibliometria (31), disseminao seletiva da informao (18), cincia da informao (11). Estudos de usurios, que no presente artigo so includos em necessidades e usos de informao, alcanaram freqncia 14; classificao, indexao e catalogao, na atual pesquisa reunidas em representao da informao, aparecem com freqncias altas, a primeira com 16, a segunda com 10, e catalogao com 7. Na dcada de 80, os principais temas se mantm, embora com variaes de freqncia, e aparecem novos, entre os quais gesto da informao. Ao mesmo tempo, assuntos relativos ao contexto de C&T, como polticas de cincia e tecnologia so objeto de artigos, fato explicvel pela nfase em informao cientfica e tecnolgica (ICT). Outra comparao pode ser feita com os resultados de Foresti (1986), ainda que as categorias tenham sido estabelecidas com parmetros diferentes e a terminologia tenha se modificado nesses quase 20 anos que separam as duas pesquisas. Sistemas de informao, bibliometria, poltica de ICT e teoria da prpria rea, por exemplo, que esto entre os temas de maior incidncia no estudo de Foresti, tambm aparecem com alta freqncia nos resultados do presente artigo. Na dcada de 80, os temas de maior freqncia, no total de 11, so bibliometria e poltica de informao, seguidos de comunicao cientfica (freqncia 10) e representao da informao e formao e aspectos profissionais, ambos com freqncia 9. Portanto, a bibliometria continua a ser foco de pesquisa, bem como a comunicao cientfica, que apresenta regularidade em todas as dcadas e recentemente vem sendo estudada luz das novas tecnologias. Na dcada de 90, a gesto da informao assume o ndice mais alto (25), seguida de teoria da cincia da informao (23), ganhando espao maior as tecnologias da informao (freqncia 18) e sistemas e redes de informao (freqncia 17). A gesto da informao e estes dois ltimos temas so decorrncia da nova era da sociedade da informao e, particularmente no Brasil, da implantao da Rede Nacional de Pesquisas (RNP), que proporcionou a infra-estrutura tecnolgica necessria para a operacionalizao da Internet/Web em territrio nacional. No poderia deixar de ser mencionada a emergncia de novos temas, como inteligncia competitiva e bibliotecas digitais /virtuais. Em anlise da temtica de artigos da revista Cincia da Informao, na dcada de 90, j citada, Mueller e Pecegueiro (2001), baseadas em tabela produzida em dissertao de mestrado de Teixeira (1997), adaptada, chegaram a dois grandes temas predominantes: entrada, armazenamento, recuperao e disseminao da informao (30,70%) e estudos de usurios, transferncia e usos de informao e uso de bibliotecas (29,87%). As autoras utilizaram os cabealhos mais amplos da tabela e reconhecem a abrangncia desses temas, o que pode explicar a incidncia maior de artigos em ambos. A anlise comparativa com resultados do Library and Information Science Abstracts (LISA), publicao secundria e fonte de carter distinto ao da nossa pesquisa, apresenta terminologia (descritores) diferente e, como as prprias autoras apontam, motivam dvidas sobre a sua compatibilidade e, conseqentemente, validade (Mueller; Pecegueiro,2001). Ainda assim, possvel perceber a convergncia de resultados, mostrada nos temas mais pesquisados, apresentados em ordem decrescente de freqncia, aos quais introduzimos, entre parnteses, a terminologia correspondente adotada no presente artigo: entrada, tratamento e armazenamento (representao da informao e organizao e processamento da informao) ; estudo de usurios, transferncia e uso (necessidades e usos de informao); estudo da literatura e do documento (bibliometria); organizao e gerncia de atividades de informao (gesto da informao); e cincia da informao e biblioteconomia (teoria da cincia da informao). Observamos, ainda, que a terminologia do LISA algumas vezes est mais prxima da biblioteconomia do que da cincia da informao, e este o caso de processos tcnicos e prdios de bibliotecas, assuntos no muito freqentes, mesmo na biblioteconomia brasileira. Pode ser citado, como exemplo raro, o Seminrio Nacional de Bibliotecas Universitrias (SNBU), de 1989, que dedicou uma sesso especialmente arquitetura de bibliotecas.

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    Na dcada de 90, constatamos, ainda, disperso maior de assuntos do que em outras dcadas, reunidos nas freqncias 2 e 1, a maioria relativa ao setor, como bibliotecas, livros, literatura e imprensa, alm de reas interdisciplinares entre as quais biblioteconomia, cincia cognitiva, administrao, comunicao social e arquivstica, esta com freqncia maior, 6, alm de disciplinas emergentes, neste caso, minerao de dados. Para compreender melhor a disperso da revista, apresentamos os temas que apareceram uma nica vez no perodo estudado, no identificados no quadro, no total de 10, por ordem alfabtica e respectivas dcadas em que foram publicados: administrao (90/00),cincia cognitiva (90/00), design (90/00), educao (90/00), literatura infantil (80/00), minerao de dados (90/00), ps-modernismo (80/00), sade pblica (90) segurana da informao (70), sociologia da cincia (90). Assim, a disperso na revista Cincia da Informao no teria exatamente o sentido da Lei de Bradford adotado para produtividade de peridicos, mas refletiria aspectos de contexto e do setor de ICT e de interdisciplinaridade, relativos natureza epistemolgica da rea de cincia da informao. Finalmente, reforando a atualidade da revista Cincia da Informao, podemos concluir com o mapeamento de artigos referentes ao perodo de 1998 a 2000 (IBICT, 2000): inteligncia competitiva e gesto do conhecimento foram o tema predominante, juntamente com sistemas servios de informao e bases de dados, ambos com freqncia 15, seguidos de bibliotecas virtuais / digitais (14) e bibliometria / cientometria e indicadores, com freqncia 12 (anexo 12). O procedimento metodolgico desse mapeamento foi semelhante ao adotado neste artigo, com a diferena de identificar temas mais especficos ( ver anexo 12), enquanto na presente pesquisa correspondem a disciplinas, portanto, mais amplos (quadro 6).Um exemplo que pode clarificar esta explicao o resultado referente a peridicos cientficos e eletrnicos ( anexo 12), que na pesquisa atual esto englobados em comunicao cientfica. oportuno ressaltar a incidncia de estudos sobre peridicos, atualmente englobando os eletrnicos, inclusive sobre a prpria revista Cincia da Informao, comentrio ao qual retornaremos. Natureza da autoria e perfil dos autores Na anlise de tipo de autoria, isto , se o artigo foi produzido por um nico autor (autoria individual ou autoria nica) ou em co-autoria (em colaborao com outros autores), constatamos, no quadro 5 e grfico 1, que a autoria nica predominou nas trs primeiras dcadas da revista, com um nmero mais elevado nas dcadas de 70 e 80, 77,2% e 79,3%, respectivamente. Na dcada de 90, h equilbrio entre autores individuais, 199 (56,4%) e coletivos, 154 (46,6%). Nos primeiros anos de 2000, a tendncia de produo em co-autoria, com 192 (68,3%), havendo decrscimo na autoria nica (31,7%).

    Quadro 7 - Tipo de autoria por dcada - 1972 a 2004

    * Os nmeros dizem respeito a autores /autorias, e no a artigos. Mueller e Pecegueiro (2001) identificaram, em artigo mencionado anteriormente, a predominncia da autoria individual ou nica (78,23%), nos anos 90, enquanto a co-autoria correspondeu a 21,77%, sendo a maioria de dois autores. Esta proporo, segundo as autoras, coincide com os resultados dos encontros da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao (Ancib)/ Encontro Nacional de Pesquisa em Cincia da Informao (ENANCIB): em 1994 (50% de autores escrevendo sozinhos, e 50% em colaborao); em 1995, 77,19% de autores individuais e 22,81% coletivos; no ano de 1997, 70,15% de autoria individual e 29,85% de co-autoria; e, em 2000, 75,20% de autores individuais, e coletivos, 24,80%. Esta anlise comparativa mostra resultados distintos, sobretudo em relao aos trabalhos da Ancib, pois a tendncia na presente pesquisa de aumento de autoria coletiva, conforme previu Solla Price, em estudos analisados a seguir.

    Natureza 1972-1979 % 1980-1989 % 1990-1999 % 2000-2004 % Total geral %

    Autoria nica 78 77,2% 96 79,3% 199 56,4% 89 31,7% 462 54,0%

    Co-autoria 23 22,8% 25 20,7% 154 43,6% 192 68,3% 394 46,0%

    Total geral 101 100,0% 121 100,0% 353 100,0% 281 100,0% 856 100,0%

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    Grfico 2 Tipo de autoria por dcada - 1972 a 2004

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    1972-1979 1980-1989 1990-1999 2000-2004

    autoria nicaco-autoria

    J na dcada de 60 do sculo passado, Solla Price ( 1976, p.55) constatara que a incidncia do trabalho cientfico em colaborao (...) tem aumentado continuamente e de modo cada vez mais rpido, de forma vertiginosa a partir do incio desse sculo, a tal ponto que ele chega a prever que, se for mantido o presente ritmo, ao redor de 1980 desaparecero os artigos de autoria nica. Suas observaes tm como base o Chemical Abstracts, e uma das constataes foi de que a maioria desses trabalhos em colaborao tinha como autores professores e seus doutorandos. Solla Price (1976, p.55) destaca exemplo inusitado na matemtica: de um grupo de 10 a 20 eminentes matemticos, a maioria franceses, que produziram uma coleo de tratados sobre matemtica superior, sem indicao de seus respectivos nomes e todos identificados pelo maior pseudnimo matemtico do mundo, Nicolas Bourbaki ou, como ele chama, policfalo. Miranda e Pereira (1996, p.377), em artigo mencionado antes, citam um estudo bibliomtrico de Gupta (1986) sobre autores no campo da Aids, no qual 75% de autoria so coletivas, o que atribudo ao interesse de pesquisadores e aumento do financiamento para pesquisa nessa rea, por parte dos governos. No podemos deixar de chamar a ateno sobre as diferenas e especificidades de padres de comunicao cientfica, nos diversos campos do conhecimento. Considerando as autorias nicas (individuais) e co-autorias (trabalhos em colaborao), so identificados os autores mais produtivos (quadro 8), mostrados no anexo 13 em termos percentuais, bem como a relao completa de todos os autores que contriburam com artigos para a revista Cincia da Informao, at a freqncia 1, constantes do anexo 14. Nesta relao, diferentemente do quadro 8, esto includas as autorias principais e secundrias. Estes autores que escreveram uma nica vez (freqncia 1) na revista, durante o perodo analisado, no devem ser confundidos com os de autoria nica, ou melhor, individual. Nesta pesquisa foram identificados, nas autorias coletivas ou co-autorias, tambm os autores principais (primeiro autor) e os colaboradores (segundo, terceiro, quarto autores, e assim em diante), no analisados no presente artigo. Quadro 8: Doze (12) autores mais produtivos

    Autor Autoria nica (individual) Co-autoria ( em colaborao) Total geral

    Araujo,V.M.R.H. de 8 1 9 Figueiredo,N.M. de 8 1 9 Gmez,M.N.G. de 8 8 Cunha,M.B.da 5 2 7 Freire,I.M. 5 2 7 Barreto,A. de A. 6 6

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    Mueller,S.P.M. 4 2 6 Borges,M.E.N. 1 5 6 Dusoulier,N. 5 5 Fonseca,E.N.da 5 5 Vieira,A.daS. 5 5 Tarapanoff,K. 4 1 5 Outros (1) 398 380 778 Total (2) 462 394 856 Obs: (1) Outros: Correspondem ao total de autores, que produziram menos de cinco artigos, isto , os de freqncias 4, 3, 2 e 1. (2) Total: Corresponde ao conjunto de autorias de todos os autores no perodo observado. Entre os autores mais produtivos predomina a autoria nica, exceto no caso de Borges, M. E. N. , com uma autoria individual e cinco (5) co-autorias e, no grupo, entre os doze, cinco (5) autores sempre escreveram como autores individuais. Portanto, nesse conjunto de autores mais produtivos, no se observa a tendncia apontada por Solla Price, de artigos em colaborao, embora o grfico 1, de anlise geral de autorias, mostre o crescimento de co-autorias e, nos anos 2000-2004, o predomnio de artigos em colaborao, de acordo com os estudos de Solla Price. Nos resultados em percentuais fica patente a inexistncia de um autor ou autores que concentrem grande volume de artigos e a disperso, ou melhor, a multiplicidade de autorias bastante acentuada, conforme pode ser constatado na mencionada listagem completa de produtividade de autores, identificando autorias principais e secundrias, mostradas no anexo 14. A sntese da freqncia de produtividade de autores apresentada no quadro 9. Quadro 9: Sntese de produtividade de autores / autorias*

    Nmero de autores Nmero de autorias

    2 9 1 8 2 7 3 6 5 5 10 4 25 3 82 2 494 1

    *Os nmeros no se referem a artigos, e sim a autorias. O nmero acentuado de autores que escreveram uma vez apenas ( freqncia 1), durante os 32 anos da revista analisados, mostra a diversidade de autorias e a abertura da revista comunidade de cincia da informao em geral, sem traos endognicos. Sobre a formao dos autores, no peridico Cincia da Informao este dado no foi identificado na primeira dcada da revista (100% no informados), bem como continuou ausente em vrios artigos de dcadas posteriores, apresentando um total de 364 (42,52%) autores cuja formao no foi registrada. Na segunda dcada, de 80, apenas 17,35% dos autores trazem informaes sobre a sua titulao. J na dcada de 90 e nos primeiros anos de 2000 constatamos maior preocupao com a qualificao de autores, que passa a ser registrada com maior freqncia na revista, ficando apenas 30,87% (dcada de 90) e 19,21% (a partir de 2000) de autores sem este tipo de dado. Portanto, embora o problema persista, vem sendo gradativamente superado e a revista deve solicitar aos autores esta importante informao e mant-la como norma. A anlise de nvel de formao, como demonstra o grfico 3, revela que o maior percentual, 21,03%, de autores com mestrado, seguido de 19,86% dos que so doutores, 1,52% que se especializaram e 14,14% com graduao. Apenas 0,47% dos autores realizaram ps-doutoramento. Pelo cruzamento dos dados foi possvel identificar que, dos 0,47% de autores com nvel mdio, todos so de autoria secundria. A contribuio de autores que obtiveram ttulo de ps-graduao stricto sensu totaliza 41,36% em relao ao total, o que indica que a revista, como os peridicos cientficos em geral, um importante veculo de disseminao das atividades de pesquisa, no caso do peridico estudado, desenvolvidas no campo da cincia da informao.

  • 18

    No por acaso, a revista Cincia da Informao, conforme j enfatizamos, surge dois anos aps a criao do primeiro mestrado nessa rea no Brasil e na Amrica Latina, em 1970, implantado pelo Ibict e com mandato acadmico da UFRJ, justamente na dcada em que a ps-graduao brasileira teve grande crescimento. Grfico 3 Formao de autores de artigos no perodo 1972-2004

    Nvel Mdio0,47% Graduao

    14,14%

    Doutorado19,86%

    Mestrado21,03%

    Ps-doutorado0,47%

    Especializao1,52%

    No informado42,52%

    Em 1985, Hagar Espanha Gomes, ex-diretora do IBBD e antiga editora da revista, afirmava que, entre os seus objetivos, estavam a divulgao de resultados de projetos do instituto, a maioria em automao, e trabalhos de interesse para o mestrado, ressaltando que os meios de comunicao existentes at ento eram anais de congressos (apud Foresti, 1986). A formao acadmica dos autores, importante dado para anlise da revista, inicialmente no era informada e foi um dado que gradativamente mereceu registro, conforme mostrado no prximo quadro, no qual pode ser constatado o predomnio de mestres , seguidos de doutores. Quadro 10:Autores com formao em Biblioteconomia ou titulao em Cincia da Informao

    Dcada 1972-1979 % 1980-1989 %

    1990-1999 %

    2000-2004 %

    Total geral

    %

    Ps-doutorado 0,0% 0,0% 2 0,8% 0,0% 2 0,4

    Doutorado 0,0% 2 2,4% 60 25,1% 56 33,7% 118 20,9

    Mestrado 0,0% 14 16,9% 77 32,2% 41 24,7% 132 23,4

    Especializao 0,0% 0,0% 1 0,4% 5 3,0% 6 1,1

    Graduao 0,0% 3 3,6% 33 13,8% 44 26,5% 80 14,2

    Nvel Mdio 0,0% 0,0% 0,0% 2 1,2% 2 0,4

    No informado 76 100,0% 64 77,1% 66 27,6% 18 10,8% 224 39,7

    Informao Total 76 100,0% 83 100,0% 239 100,0% 166 100,0%

    564 100,0%

    Quanto aos autores por rea de atuao, identificada com base em suas vinculaes institucionais e mostrada no quadro 11, verifica-se que a maioria provm da cincia da informao e reas correlatas, num total de 564 (65,88%). A contribuio de autores de outras reas totaliza 154 (17,99%), sendo 41 (4,7) de informtica. No foi possvel identificar a rea de atuao de 97 autores (11,33%). Em estudo de caso relativo revista da UFMG, no artigo de Mueller et al. (1996) citado antes, foram identificados 62% de professores das reas de cincia da informao e biblioteconomia, entre os autores dos artigos de peridicos por eles estudados.

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    Quadro 11: Produo de autores por rea de atuao.

    Dcada Cincia da Informao

    Total Informtica

    Total Outras TotalNo

    informado Total

    Total Perodo

    1972-1979 76 1 6 18 101 1980-1989 83 3 15 20 121

    1990-1999 239 9 69 36 353

    2000-2004 166 28 64 23 281

    Total geral 564 41 154 97 856

    Analisando-se a contribuio das reas por perodo, no grfico 3, observa-se que, de 2000 a 2004, muito naturalmente a contribuio da cincia da informao predomina, mas h aumento de autores de outros campos, inclusive informtica. Este fato pode ser explicado pela prpria interdisciplinaridade da cincia da informao, qualidade reconhecida desde o seu surgimento e sobre a qual h consenso por parte de especialistas e pesquisadores. De acordo com Saracevic ( 1992, 1999), entre os campos do conhecimento de relao interdisciplinar com a cincia da informao, a cincia da computao se destaca, juntamente com a biblioteconomia, comunicao e cincia cognitiva, que inclui inteligncia artificial. este eminente terico ressalta tambm a complementaridade entre cincia da informao e cincia da computao, representada por aplicaes de computadores e computao na recuperao da informao, alm de produtos, servios e redes. A forte interdisciplinaridade entre essas duas reas tambm evidenciada nos resultados desta pesquisa, nos quais aparecem com ndices de freqncia significativos os temas tecnologias da informao, sistemas e redes de informao, sistemas de recuperao da informao e bibliotecas virtuais / digitais, entre outros de ndice menor, como bases de dados, processamento automtico de linguagem e automao de bibliotecas (item 4.1.2.1, quadro 6). No podemos deixar de considerar que, sob a gide da sociedade da informao, caracterizada pela globalizao e novas tecnologias de informao e comunicao, sobretudo a Internet/Web, disciplinas de cunho tecnolgico ganharam ainda mais relevncia. Grfico 4 Produo de autores - 1972 a 2004, por rea de atuao

    Para a anlise da contribuio revista, por parte dos cursos de ps-graduao de cincia da informao, que corresponde a 26,7% do total de autores, foram considerados apenas os cursos reconhecidos pela Capes em 2004,

  • 20

    exceo da ECA/USP, uma vez que este Curso, em rea dentro do programa de comunicao, tem seus professores entre os autores de artigos. Este Programa, no credenciado na ltima avaliao, foi novamente reconhecido pela Capes, agora especificamente em cincia da informao. Entretanto, ainda no est includa a UFF, porque o convnio com o Ibict foi assinado no final de 2003, e por enquanto no gerou produo acadmica na ps-graduao. A autoria s foi considerada como oriunda da ps-graduao quando o autor informou ser professor ou aluno do curso. No grfico 5 observamos que a ps-graduao que apresenta maior nmero de artigos na revista a do Ibict/UFRJ, com 82 autores (9,6% do total), seguida pela da UnB, com 53 autores (6,2%), da UFMG, 46 autores (5,4%), da USP, 24 autores (2,8%), da Puccamp, 11 autores (1,3%), da UFSC, 8 (0,9%), UFBA, com 3 (0,4%) e Unesp com 1(0,1%) autor. Nestes resultados deve ser considerado o tempo de existncia dos programas e cursos de ps - graduao, o que tambm interfere. Assim, programas mais antigos como do Ibict/UFRJ (1970), USP/ECA (1972), UFMG (1976), Puccamp (1977) e UnB (1978) contriburam por um perodo mais longo do que os cursos mais novos, exceto o da UFPB, implantado em 1977 e hoje no credenciado. O percentual maior, do Ibict/UFRJ, no chega a caracterizar endogenia, pois no atinge 10%. Dos trs cursos mais recentes, dois foram criados no final dos anos 90, a UFBA e a Unesp, ambos no ano de 1998, e a UFSC, em 2003, da serem exatamente estes os que apresentam menor produtividade na revista. Em levantamento realizado pelo Ibict (2001) sobre afiliao de autores da revista Cincia da Informao, no perodo de 1998-2000 (anexo15), podemos verificar no somente a predominncia de instituies que oferecem ps-graduao na rea (UFMG, USP, Ibict e UnB), como a forte presena de outras universidades, por exemplo, PUC/PR e UFRS, alm de institutos de pesquisa e rgos de fomento. No anexo 15 esto identificadas tambm as instituies estrangeiras, nesse perodo a maioria Ibero-americana, embora constem, ainda, as europias e norte-americanas. Mais uma vez a ausncia de dados, neste caso a identificao das instituies dos autores, no total de nove, prejudica a anlise e nos leva a enfatizar a necessidade de a revista Cincia da Informao tornar esta informao (vinculao institucional do autor) obrigatria. Deve ser explicado que o Ibict aparece no anexo 15 sem a UFRJ porque os autores pertencem ao quadro funcional do Ibict, embora sejam professores do Programa de Ps-Graduao em Cincia da Informao, ento sob convnio com a UFRJ. A expanso dos cursos de ps-graduao na rea e o conseqente aumento de pesquisas e gerao do conhecimento so decisivos para a consolidao dos peridicos cientficos, o que ressaltado por Miranda e Pereira (1996), ao apontarem fatores que interferem no seu maior ou menor desenvolvimento : do estgio de desenvolvimento da rea cientfica cujas idias eles veiculam; de uma comunidade engajada na atividade de pesquisa e da afluncia de artigos para publicao; da existncia de grupos e instituies que desempenham funes tpicas de edio, avaliao, publicao, disseminao e recuperao; da existncia de mercado representado por uma comunidade de usurios que o legitimem; de infra-estrutura para distribuio, recuperao e acesso informao. Grfico 5 Contribuio dos cursos de ps-graduao - 1972 a 2004

  • 21

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    IBIC

    T/UFR

    JUN

    BUF

    MG USP

    PUCC

    AMP

    UFSC

    UFBA

    UNES

    P

    0,0%

    2,0%

    4,0%

    6,0%

    8,0%

    10,0%

    12,0%Total por CentroAcadmicoPart. %1972 - 2004

    Esta distribuio tambm pode ser observada por dcadas, o que permite verificar o surgimento de novos cursos e programas, bem como a evoluo e crescimento da ps-graduao no Brasil. Quadro 12: Produo de autores de cursos /programas de ps-graduao e sua formao, por dcadas Produo PG Formao

    1972-1979 %

    1980-1989 %

    1990-1999 %

    2000-2004 %

    Total geral %

    Doutorado - 1 3,6% 16 48,5% 9 100,0% 26 31,7%

    Mestrado - 4 14,3% 4 12,1% - 8 9,8% Graduao - 1 3,6% - - 1 1,2%

    IBICT/UFRJ No

    informado 12 100 22 78,6% 13 39,4% - 47 57,3%

    IBICT/UFRJ Total 12 100 28 100,0 33 100,0 9 100,0 82 100,0 Doutorado - - 4 57,1% - 4 36,4% Mestrado - 1 33,3% - - 1 9,1%

    Graduao - - - 1 100,0% 1 9,1%

    PUCCAMP No

    informado - 2 66,7% 3 42,9% - 5 45,5%

    PUCCAMP Total - 3 100,0 7 100,0 1 100,0 11 100,0 Doutorado - - - 1 50,0% 1 33,3% Graduao - - - 1 50,0% 1 33,3%

    UFBA No

    informado - 1 100, - - 1 33,3%

    UFBA Total - 1 100,0% - 2 100,0

    % 3 100,0

    Ps-doutorado - - 1 4,0% - 1 2,2%

    Doutorado - 1 50,0% 5 20,0% 7 46,7% 13 28,3% Mestrado - - 11 44,0% 4 26,7% 15 32,6% Graduao - - 2 8,0% 1 6,7% 3 6,5%

    UFMG

    No informado 4

    100,0% 1 50,0% 6 24,0% 3 20,0% 14 30,4%

    UFMG Total 4 100,0% 2 100,0

    % 25 100,0% 15 100,0

    % 46 100,0%

  • 22

    Doutorado - - 1 33,3% 3 100,0% 4 50,0% UFSC No

    informado - 2 100,0

    % 2 66,7% - 4 50,0%

    UFSC Total - 2 100,0% 3 100,0% 3 100,0

    % 8 100,0%

    Doutorado - - 15 65,2% 8 47,1% 23 43,4% Mestrado - 1 12,5% 4 17,4% 7 41,2% 12 22,6% Especializao - - - 1 5,9% 1 1,9%

    Graduao - 1 12,5% 1 4,3% 1 5,9% 3 5,7%

    UNB

    No informado 5

    100,0% 6 75,0% 3 13,0% - 14 26,4%

    UNB Total 5 100,0% 8 100,0

    % 23 100,0% 17 100,0

    % 53 100,0%

    UNESP No informado - 1 100,0

    % - - 1 100,0%

    UNESP Total - 1 100,0% - - 1 100,0%

    Doutorado - - 6 40,0% 2 50,0% 8 33,3% Mestrado - - 6 40,0% 2 50,0% 8 33,3% Graduao - - 1 6,7% - 1 4,2%

    USP No

    informado - 5 100,0

    % 2 13,3% - 7 29,2%

    USP Total - 5 100,0% 15 100,0% 4 100,0

    % 24 100,0%

    Ps-doutorado - - 3 1,2% - 3 0,5%

    Doutorado - - 36 14,9% 49 21,8% 85 13,8% Mestrado - 9 12,7% 76 31,4% 50 22,2% 135 22,0% Especializao - - 3 1,2% 9 4,0% 12 2,0%

    Graduao - 2 2,8% 44 18,2% 65 28,9% 111 18,1% Nvel Mdio - - 2 0,8% 2 0,9% 4 0,7%

    Sem informao

    No informado 76

    100,0% 60 84,5% 78 32,2% 50 22,2% 264 43,0%

    Sem informao Total 76 100,0% 71 100,0

    % 242 100,0% 225 100,0

    % 614 100,0%

    Total geral 101 100,0% 121 100,0

    % 353 100,0% 281 100,0

    % 856 100,0%

    A produtividade de autores oriundos de programas e cursos de ps-graduao, por tipo de autoria, nica ( individual) e co-autoria (coletiva), aparece no anexo 16. A distribuio de autores por regies brasileiras e exterior pode ser observada nos quadros 13 e 14 e grficos 6, 7 e 8, destacando-se alguns dados. A regio Sudeste, durante todo o perodo de existncia da revista, a que mais contribui, mantendo sempre um percentual prximo a 50% de autores. Um fator a ser considerado a presena de cursos de ps-graduao de cincia da informao (Ibict/UFRJ,USP,UFMG, Puccamp e Unesp) na regio. Em levantamento da informao cientfica e tecnolgica, no Brasil, Garcia (1980) identificou 82 sistemas /servios/ centros de informao/ documentao em diversos estgios de implementao, reas /especialidades, localizao geogrfica, a maioria concentrada na regio Sudeste, principalmente no Rio de Janeiro. A segunda maior contribuio, na dcada de 70, de autores do exterior (29,70%), resultado que se explica sobretudo pela participao no curso de ps-graduao do Ibict de professores estrangeiros de renome internacional que publicaram no Brasil, inclusive na revista:Tefko Saracevic, Frederick W. Lancaster, LaVahn M. Overmemyer, Bert Boyce, Jack Mills, John Eyre, Ingetraut Dahlberg e Suman Datta. Deve ser considerada, ainda, a presena de consultores estrangeiros do Ibict, em diferentes fases, como Michel Menou, Stephen Parker e Julio Cubillo, entre outros autores de artigos. A participao de autores estrangeiros (13,55%), no total de contribuies, maior do que a participao de autores das regies Sul (9,93), Nordeste (4,91%) e Norte (0,58%).

  • 23

    A contribuio da regio Sudeste a mais produtiva , aproximadamente, trs vezes maior em relao da regio Centro-Oeste, a segunda mais produtiva, e 80 vezes maior se comparada da regio Norte, a menos produtiva. Em termos de pesquisa e ensino, esta situao se repete no Diretrio de Grupos de Pesquisa do CNPq, no qual, com base em dados de 1995, no total de 33.273 pesquisadores, 22.741 (68,34%) esto na regio Sudeste. www.cnpq.br/gpesq2/tab1/total/1_tot.htm

    Quadro 13 Produo de autores por regio Perodo

    1972-1979 1980-1989 1990-1999 2000-2004 Total por Regio

    Regio Qtde % Qtde % Qtde % Qtde % Qtde % Sudeste 53 52,5% 64 52,9% 177 50,1% 121 43,1% 415 48,5% Centro-Oeste 8 7,9% 24 19,8% 63 17,8% 51 18,1% 146 17,1% Exterior 30 29,7% 5 4,1% 37 10,5% 44 15,7% 116 13,6% Sul 3 3,0% 8 6,6% 32 9,1% 42 14,9% 85 9,9% Nordeste 2 2,0% 11 9,1% 16 4,5% 13 4,6% 42 4,9% Norte - 1 0,8% 1 0,3% 3 1,1% 5 0,6% No identificado 5 5,0% 8 6,6% 27 7,6% 7 2,5% 47 5,5%

    Total por perodo 101 100,0% 121 100,0% 353 100,0% 281 100,0% 856 100,0%

    Grfico 6 - Produo de autores por regio

    020406080

    100120140160180200

    1972-1979 1980-1989 1990-1999 2000-2004

    Sudeste Centro-Oeste

    Exterior Sul

    Noidentific.

    Nordeste

    Norte

    Analisando-se, comparativamente, a contribuio de autores estrangeiros e nacionais na revista observa-se, no quadro 14, que 125 ocorrncias (14,6%) referem-se a autores do exterior e 731(85,4%) aos brasileiros. Com exceo da dcada de 80, sempre houve significativa participao de autores estrangeiros na publicao de artigos na revista, mantendo-se uma mdia de 30 a 40 autores por dcada. No entanto, em termos percentuais, comparando-se com o nmero de autores brasileiros, o maior ndice de participao ocorre na primeira dcada da revista (31,7% de autores estrangeiros e 68,3% de brasileiros), quando os professores do exterior participaram no incio do mestrado, e o menor ndice ocorre na dcada de 80, com apenas 4,1% de autores estrangeiros e 95,9% de brasileiros. A dcada de 90 e os primeiros anos de 2000 apresentam, respectivamente, 12,7% e 15,3% de autores estrangeiros, e 87,3% e 84,7% de brasileiros ( ver anexo 17). No grfico 7 pode-se visualizar esta comparao entre o volume de autores nacionais e de outros pases.

    Quadro 14 Produo de autores de 1972 a 2004, no Brasil e exterior

    Pas 1972-1979 % 1980-1989 %

    1990-1999 %

    2000-2004 %

    Total geral

    %

    Brasil 69 68,3% 116 95,9% 308 87,3% 238 84,7% 731 85,4%

    Exterior 32 31,7% 5 4,1% 45 12,7% 43 15,3% 125 14,6%

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    Total geral 101 100,0% 121 100,0% 353 100,0% 281 100,0% 856 100,0%

    Grfico 7 Produo de autores - 1972 a 2004, no Brasil e exterior

    0

    50

    100

    150

    200