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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Engenharia Mecânica PRISCILA DIAS DA SILVA Estudo Numérico-Experimental da Solidificação de Material de Mudança de Fase em Torno de Tubos com Aletas Radiais para Aplicações em Armazenadores de Calor Latente Campinas 2016

347a de Fase em Torno de Tubos com Aletas Radi)repositorio.unicamp.br/.../REPOSIP/322442/1/Silva_PriscilaDiasda_M.pdf · Figura 22-Relação da influência da espessura da aleta sobre

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Mecânica

PRISCILA DIAS DA SILVA

Estudo Numérico-Experimental da Solidificação de Material

de Mudança de Fase em Torno de Tubos com Aletas Radiais

para Aplicações em Armazenadores de Calor Latente

Campinas

2016

2

PRISCILA DIAS DA SILVA

Estudo Numérico-Experimental da Solidificação de Material

de Mudança de Fase em Torno de Tubos com Aletas Radiais

para Aplicações em Armazenadores de Calor Latente

CAMPINAS

2016

Dissertação de Mestrado apresentada à

Faculdade de Engenharia Mecânica da

Universidade Estadual de Campinas como parte

dos requisitos exigidos para obtenção do título de

Mestra em Engenharia Mecânica, na Área de

Térmica e Fluidos.

3

4

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

DEPARTAMENTO DE ENERGIA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO ACADÊMICO

Estudo Numérico-Experimental da Solidificação de Material de Mudança de Fase em

Torno de Tubos com Aletas Radiais para Aplicações em Armazenadores de Calor Latente

Autora: Priscila Dias da Silva

Orientador: Prof. Dr. Kamal Abdel Radi Ismail

Campinas, 29 de fevereiro de 2016

5

Dedicatória

Aos meus queridos pais e irmã, Josafá, Dolores e Pâmella.

Ao João Paulo pela paciência e carinho.

E ao João de Deus, meu grande amigo.

6

Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus por mais uma etapa que aqui concluo.

Ao professor Kamal pela oportunidade e pela força que me deu.

Aos meus pais por permitirem eu seguir esse caminho, toda força, carinho e suporte que

me deram.

A Raquel por ter inicialmente me ensinado e por ter se tornado uma grande amiga,

obrigada pelos conselhos e pelo carinho.

A Cláudia e ao Edilson, por me ajudarem com o compressor tantas vezes e por todo o

suporte dado a mim.

Aos técnicos Mauro e Luis pela ajuda, tanto no conserto do compressor como na

montagem da bancada de testes.

Aos meus novos amigos Janainna Chaves, João Luís, Luís, Célia, Jan, Paul, Ivete, Fabian,

Allan, KatarinA Simic, João Paulo e ao João de Deus, pelos conselhos, amizade e por todos bons

momentos que tivemos juntos.

E a FAPEAM pela concessão da bolsa.

7

“Do mesmo modo que o metal enferruja com a ociosidade

e a água parada perde sua pureza, assim a inércia esgota a

energia da mente”.

Leonardo Da Vinci

8

Resumo

O armazenamento térmico é utilizado como um meio de aproveitamento da energia

disponível em um determinado período de tempo, que poderá ser utilizada posteriormente. Este

deslocamento de energia no tempo é importante, pois possibilita o aumento da eficiência

energética do sistema e promove uma utilização mais adequada da energia disponível em algum

momento do processo e que poderia ser desperdiçada se não fosse armazenada. Na literatura são

escassos os trabalhos em relação a armazenadores de calor latente que utilizam geometrias

cilíndricas com tubos radialmente aletados. A presente pesquisa tem o objetivo de investigar a

influência das aletas para o aumento da condução de calor do material de mudança de fase

(MMF) e melhorar o desempenho térmico do armazenador. O modelo formulado para o tubo

radialmente aletado é baseado em pura condução do MMF, o qual foi tratado numericamente por

diferenças finitas adotando a formulação direcional implícita (ADI). Este programa foi otimizado

e convalidado a partir de dados experimentais, realizado no laboratório de Armazenamento

Térmico e Tubos de Calor do Departamento de Energia da Faculdade de Engenharia Mecânica da

Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Testes adicionais foram realizados

numericamente e experimentalmente para investigar as influências de fatores importantes que

agem nos armazenadores de calor latente, como: tempo de solidificação completa, energia total

armazenada, massa total solidificada, além das influências dos parâmetros geométricos e

operacionais sobre a velocidade da interface para diferentes diâmetros de aletas. Foi verificado

que independentemente do tamanho do diâmetro da aleta, há dois parâmetros fundamentais para

o processo de solidificação do MMF, a temperatura inicial do MMF e a temperatura do fluido

secundário, quanto maior for o gradiente de temperatura entre estes dois parâmetros, maior será a

transferência de calor, maior a velocidade da interface sólido/liquido, maior a transferência de

calor e consequentemente maior a quantidade de massa solidificada.

Palavras Chaves:

Tubo aletado; Armazenamento térmico; Aletas radias; MMF; ADI.

9

Abstract

The thermal storage is a mean to use energy generated in a particular time period, which

may be used later. This energy shift in time is important since it allows increasing the energy

efficiency of the system and provides a more appropriate use of the available energy at some

point in the process, which could be wasted if not stored. In the prior art there are few studies

regarding latent heat storage systems using cylindrical geometry with radially finned tubes. This

research intends to investigate the influence of fins on the increase of thermal conductivity of the

MMF and also to improve the thermal performance of the storage system. The model formulated

for the radially finned tube is based on pure conduction of MMF, which was treated numerically

by the Alternating Direction Implicit Method (ADI). The program was optimized and covalidated

from experimental data produced in Thermal Storage and Heat Pipes Laboratory, on the Energy

Department of the Faculty of Mechanical Engineering of the University of Campinas (Unicamp).

Additional measurements were performed numerically and experimentally to investigate the

influences of important factors that act on latent heat storage systems as: complete solidification

time, total energy stored, total mass solidified, as well the influence of geometrical and

operational parameters on the interface speed for different diameters fins. It was found that

regardless of the fin diameter size, there are two fundamental parameters for the MMF

solidification process, the initial temperature of the MMF and the temperature of the secondary

fluid, the greater the temperature gradient between these two parameters, the greater the heat

transfer, the greater the speed of the solid / liquid interface, the greater the heat transfer and

consequently the greater the quantity of solidified mass.

Keywords:

Finned tube; Heat storage; Radial fins; PCM; ADI.

10

Lista de Ilustrações

Figura 1- Consumo de energia elétrica por uso final no setor residencial (%) – 2005.Fonte: PNE-20 ...... 17

Figura 2- Alternativas Energéticas. Fonte: Alternativas Energéticas: Uma visão CEMIG, 2012. ............. 18

Figura 3-Esquema do MMF em torno do tubo radialmente aletado ......................................................... 29

Figura 4-Representação dos Volumes de Controle na Seção longitudinal. (Fonte: SILVA, 2010). ........... 35

Figura 5-Fluxograma do Código Computacional do tubo radialmente aletado...........................................38

Figura 6- Bancada de Experimentos. ....................................................................................................... 41

Figura 7- Seção de testes. ....................................................................................................................... 43

Figura 8-Esquema do circuito de transporte e refrigeração para o Banco de Gelo. ................................... 43

Figura 9-Esquema do circuito principal. ................................................................................................. 44

Figura 10- Distribuição dos Termopares sobre o tubo aletado. ................................................................ 45

Figura 11-Programa Tracker. ................................................................................................................. 47

Figura 12-Velocidade da Interface para uma temperatura de -14,0 °C em comparação com o numérico. . 52

Figura 13- Velocidade da Interface para uma temperatura de -12,0 °C em comparação com o numérico. 52

Figura 14- Velocidade da Interface para uma temperatura de -15,1°C em comparação com o numérico. . 53

Figura 15- Fração da Massa Solidificada para uma aleta de 95 mm e Tálcool=-14°C. ................................ 54

Figura 16- Fração de Massa Solidificada para uma aleta de 70 mm e Tw=-15,1 °C. ................................ 55

Figura 17- Fração de Massa Solidificada para uma aleta de 95 mm e Tálcool=-16°C. ................................ 56

Figura 18- Efeito do raio de simetria De/Dw em relação a fração de massa solidificada. ........................ 57

Figura 19-Tempo de Solidificação completa em função da relação De/Dw. ............................................ 58

Figura 20-Influência da relação Df/Dw sobre a massa solidificada. ........................................................ 59

Figura 21-Tempo de solidificação completa em função da relação Df/Dw. ............................................. 60

Figura 22-Relação da influência da espessura da aleta sobre a fração de massa solidificada. ................... 61

Figura 23-Tempo de solidificação completa em função da espessura (w). ............................................... 62

Figura 24- Influência da temperatura do álcool sobre a fração de massa solidificada. .............................. 63

Figura 25- Tempo de solidificação completa em função de Tw. ............................................................... 64

Figura 26-Influência do material da aleta sobre a fração de massa solidificada........................................ 65

Figura 27-Velocidade da Interface, para uma Temperatura de -8,0°C. .................................................... 66

Figura 28-Velocidade da Interface para uma temperatura de -16,0°C. ..................................................... 66

Figura 29- Posição da interface para diferentes temperaturas do fluido secundário. ................................. 67

11

Figura 30-Posição da interface para uma Tw=-16,0° C para aletas de 70 e 95 mm comparados com o tubo

liso......................................................................................................................................................... 68

Figura 31-Posiçãoda Interface para para uma Tw=-14 °C para diferentes tubos aletados e sem aleta. ...... 69

Figura 32-Massa Solidificada para uma aleta de 95 mm. ........................................................................ 69

Figura 33-Massa Solidificada com uma temperatura de -16,0°C. ............................................................ 70

Figura 34-Energia Armazenada a partir de -8,0°C .................................................................................. 71

Figura 35- Energia Armazenada a partir de -16,0 °C. .............................................................................. 72

Figura 36-Conjunto de experimentos ...................................................................................................... 73

Figura A 1-Curva de Calibração para a placa de orifício. ........................................................................ 81

12

Lista de Tabelas

Tabela 1-Propriedades Termofísicas .................................................................................... 39

Tabela 2-Propriedades Geométricas ..................................................................................... 40

Tabela 3-Experimentos Realizados ...................................................................................... 42

Tabela 4-Erro relacionado as medidas experimentais ........................................................... 50

Tabela A 1-Equações das Curvas de Calibração......................................................................80

13

Nomenclatura

c Calor específico [J kg-1K-1]

C Capacidade térmica por unidade de volume= cρ [J m-3 K]

( )TC Capacidade térmica por unidade de volume do MMF [J m-3 K]

H Entalpia por unidade de volume [J m-3]

k Condutividade Térmica [W m-1 K-1]

( )Tk Condutividade Térmica do MMF[W m-1 K-1]

L Calor latente[J kg-1]

r Coordenada radial [m]

R Coordenada radial adimensional = wz r

rf Raio externo da aleta [m]

rw Raio externo do tubo [m]

ri Raio interno do tubo [m]

re Raio externo do cilindro ou raio de simetria [m]

rs Posição radial da interface sólido/liquido [m] ��� Relação efetiva da capacidade térmica da água e do refrigerante

Tm Temperatura de mudança de fase [K]

Tw Temperatura da parede do tubo [K]

z Coordenada axial [m]

Z Coordenada axial adimensional= wz r

Letras Gregas

δ Função delta Dirac

∆T Metade da faixa de mudança de mudança de fase [K]

φ Temperatura adimensional

η Função unitária

14

λ Calor latente por unidade de volume [J m-3]

ρ Densidade [kg m-3]

τ Tempo adimensional = sws crtk

ξ Faixa da temperatura adimensional de mudança de fase= ( ) ( )wm TTT −∆

Subscritos

c completo

f aleta

l líquido

s sólido

w parede

Abreviações

MMF Material de Mudança de Fase

ADI Implícita Direção Alternada

15

Sumário

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 17

1.1 Objetivo Geral ................................................................................................................................ 19

1.2 Objetivo Específico ......................................................................................................................... 19

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................ 20

2.1 Armazenadores de Calor Latente: Bancos de Gelo ....................................................................... 20

2.2 Processos térmicos: Solidificação e Fusão ..................................................................................... 22

2.3 Solução para problemas de fase ..................................................................................................... 24

2.4 Métodos Analíticos ......................................................................................................................... 24

2.4.1 Métodos Numéricos ..................................................................................................................... 26

3. ANÁLISE MATEMÁTICA ............................................................................................................. 28

4. ANÁLISE NUMÉRICA ................................................................................................................... 34

4.1 Tratamento numérico do modelo de solidificação ......................................................................... 34

4.2 Otimização do Programa ............................................................................................................... 39

4.2.1 Propriedades Termofísicas dos Materiais ................................................................................... 39

5. INVESTIGAÇÃO EXPERIMENTAL ............................................................................................ 41

5.1 Descrição da Bancada Experimental ............................................................................................. 42

5.2 Sistemas de Medição ...................................................................................................................... 44

5.2.1 Medidas das Temperaturas ......................................................................................................... 44

5.2.1.1 Calibração dos Termopares ..................................................................................................... 45

5.2.2 Medição da vazão do fluido secundário ...................................................................................... 46

5.2.3 Medição da espessura do gelo ..................................................................................................... 46

5.3 Procedimento Experimental .......................................................................................................... 47

5.4 Análise da incerteza e propagação de erro. ................................................................................... 48

5.4.1 Análise das Incertezas Experimentais ........................................................................................ 48

16

5.4.2 Propagação de erro ..................................................................................................................... 49

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................................... 51

6.1 Convalidação do método e os resultados numéricos ..................................................................... 51

6.2 Resultados Numéricos .................................................................................................................... 56

6.3 Comparação com o tubo sem aleta ................................................................................................ 65

7. CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 74

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 76

APÊNDICE .......................................................................................................................................... 80

17

1. INTRODUÇÃO

O consumo anual de energia elétrica no Brasil alcançou o valor de 39.673 GWh no final

de dezembro de 2014, representando um aumento de 2,2% em 2014 em relação à 2013 segundo

dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No Balanço Energético Nacional (BEN, 2014)

realizada pela EPE, o Brasil dispõe de uma matriz elétrica de origem predominantemente

renovável, com destaque para a geração hidráulica, que corresponde a 64,9 % da oferta interna.

Por outro lado, o Boletim Mensal de Energia do EPE referente ao mês de fevereiro de 2015

apresenta uma redução da oferta hidráulica em 10 %, devido à seca generalizada que atingiu o

país em 2015.

Figura 1- Consumo de energia elétrica por uso final no setor residencial (%) – 2005.Fonte: PNE-2030

A figura 1 representa o consumo de energia elétrica por uso final, somente no setor

residencial é visto que a refrigeração e o condicionamento ambiental juntos correspondem a 37 %

do consumo. No começo do ano de 2015, segundo o boletim mensal do Ministério de Minas e

Energia (MME), a tarifa média nacional de eletricidade residencial, comercial e industrial,

cresceram respectivamente 26%, 25% e 31%. Tendo em vista o cenário atual e o alto valor da

tarifa média nacional de eletricidade, há a necessidade de se investir em alternativas energéticas

no que diz respeito às frentes energéticas primárias, tecnologias de transformação e conversão

para a produção e o uso final de eletricidade, calor ou movimento. Além disso, deve-se investir

ainda em tecnologias de armazenamento, automação e controle de eficiência energética.

(CEMIG, 2012).

18

Figura 2- Alternativas Energéticas. Fonte: Alternativas Energéticas: Uma visão CEMIG, 2012.

Neste contexto, o armazenamento térmico de energia é a forma de tecnologia mais

relevante para o aproveitamento da energia disponível por um dado período de tempo e que pode

ser usada posteriormente. Este deslocamento da energia no tempo é importante pois possibilita o

aumento da eficiência energética da planta ou do sistema e promove uma utilização mais

adequada da energia disponível em algum ponto do processo, que poderia ser desperdiçada se não

fosse armazenada (DINÇER,2002).

Na literatura, há três métodos para o processo de armazenamento térmico: armazenamento

de energia em forma de calor latente, calor sensível e o sistema híbrido. Silva (2008) cita alguns

critérios para a escolha do método a ser adotado, como:

� Capacidade de armazenamento;

� Dimensão do equipamento para o armazenamento;

� Temperaturas de carregamento e descarregamento;

� Faixa aceitável da variação de temperatura

19

Um dos grandes defeitos de armazenamento em calor latente é a sua baixa condutividade

térmica, o que implica baixas taxas de carregamento e descarregamento térmico. Este fato impede

ou ainda retarda a adoção desta tecnologia em grande escala.

Para avaliar esta situação, estudos e investigações extensivas foram realizados para

aumentar a condutividade térmica efetiva do MMF, incluindo dispersão de pós metálicos,

estimuladores de turbulência e aletas de diferentes geometrias.

Baseado nos critérios anteriores, considera-se mais viável o armazenamento térmico em

forma de calor latente. Neste processo, as temperaturas são constantes no carregamento ou

descarregamento e pode-se trabalhar com diferentes geometrias para o encapsulamento de

Material de Mudança de Fase (MMF).

No presente trabalho, pretende-se investigar as aletas radiais e seus efeitos sobre a

velocidade de solidificação, energia armazenada e principalmente o tempo de solidificação

completa, que são fatores essenciais para promover um melhor desempenho térmico em

armazenadores de calor latente.

1.1 Objetivo Geral

Investigar experimentalmente e numericamente o processo de solidificação em torno de

um tubo horizontal radialmente aletado e convalidar o modelo numérico.

1.2 Objetivo Específico

Este estudo pretende modelar o processo de solidificação em torno de um tubo horizontal

com aletas radiais, melhorando o modelo numérico, convalidar o modelo e seus resultados com

medidas experimentais e, finalmente, usar o modelo e as medidas experimentais para investigar

os parâmetros que influenciam o processo.

20

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Armazenadores de Calor Latente: Bancos de Gelo

Beckman e Gilli (1982) apud Ismail (1998) definem banco de gelo como um armazenador

de energia térmica por calor latente.

Silver, Milbtiz et al (1989) descreveram um algoritmo avaliando dois elementos

fundamentais dos bancos de gelo, que são: evaporador e o tanque de armazenamento de gelo.

Mostram uma cuidadosa análise na obtenção das propriedades termofísicas do MMF e do

refrigerante obtendo uma análise termodinâmica e da transferência de calor. Ainda segundo estes

autores, a energia armazenada no gelo é produzida pelo sistema de refrigeração. A recuperação e

utilização da energia contida no gelo é feita pelo sistema de transporte de energia, onde um

fluido, com temperatura de solidificação mais baixo do que a da água, circula através de tubos no

meio do banco de gelo, absorvendo o calor e transferindo-o para o ambiente.

Chen´s e Yue (1991) apresentaram um estudo teórico e experimental do desempenho

térmico de um sistema de armazenamento de frio, no qual foi desenvolvido um modelo simples

para determinar as características do armazenamento térmico, usando o método das

Transformadas de Laplace para obter a solução das equações governantes. Assim, esses autores

determinaram três parâmetros adimensionais que caracterizam o armazenador de gelo, que são:

• Número de Stefan, que controla a taxa de solidificação;

• Número de Stanton, que é a relação das propriedades de transferência de calor com

as propriedades térmicas do refrigerante;

• ���, que é a relação efetiva da capacidade térmica da água e do refrigerante.

Lane (1983) apud Ismail (1998), menciona a importância da compreensão dos processos

de transferência de calor nos fenômenos de mudança de fase. Isso é essencial para avaliar

exatamente o desempenho térmico dos bancos de gelo. Este desempenho consiste basicamente

em predizer o movimento da interface e o cálculo do calor trocado com o MMF. Desta análise,

21

pode-se deduzir que o fenômeno de solidificação/fusão controla o funcionamento do banco de

gelo. O entendimento pleno deste fenômeno permitirá determinar os parâmetros ótimos deste

equipamento.

Segundo Souza e Vielmo (2000) o banco de gelo é voltado para o campo de refrigeração e

de ar condicionado como armazenadores de energia em forma de calor latente, o seu uso ajuda na

diminuição da potência elétrica instalada, levando a curva do consumo para uma situação mais

favorável.

Kayansayan e Acar (2006) realizaram um estudo numérico e experimental, avaliando o

armazenamento de energia térmica do frio envolvendo o fenômeno de mudança de fase dominado

pelo processo de condução de calor. O problema envolveu um fluido que escoa por dentro do

tubo com aletas radiais cercado por MMF. A comparação entre as previsões numéricas e os dados

experimentais mostraram uma boa concordância.

Rismanchi et al (2012) apresentaram uma revisão dos estudos realizados em análises de

energia e exergia de sistemas CTES (Cold Thermal Energy Storage) com foco em

armazenamento em gelo e água. De acordo com sua revisão, o artigo mostrou que a análise da

eficiência exergética pode mostrar uma imagem mais realista do que a análise energética. Além

do impacto ambiental e viabilidade econômica desses sistemas são também investigados. Em seu

artigo eles discutem sobre a importância da redução da demanda e procura de energia e do uso

das tecnologias de armazenamento como uma valiosa técnica para atuar como equilíbrio entre a

oferta e a procura de energia. Mudando despesas elétricas para o horário de pico que tem-se um

maior benefício “verde” na diminuição da fonte de energia de origem e consequentemente na

redução na quantidade de emissão de gases poluente. Além disso, a produção de eletricidade

“fora de pico” consome menos combustível o que torna mais barato.

Anisur (2013) em seu trabalho explica sobre a importância da aplicação do sistema de

armazenamento de energia térmica (TES) com material de mudança de fase como uma forma

eficaz para a conservação de energia e redução de emissões dos gases de efeito estufa. Uma de

suas conclusões diz que 3,43% da emissão de CO2 até 2020 poderiam ser reduzidos através da

aplicação do MMF na construção e em sistemas de energia solar térmica.

22

Ismail et al (2016) apresentaram os resultados de uma investigação sobre os tubos

axialmente aletados para melhorar os processos de carga e descarga de unidades de

armazenamento térmico. O modelo proposto foi baseado em condução pura nas fases sólido e

liquido. Foi utilizado o método entálpico e o método de volume finito no tratamento numérico.

As previsões numéricas foram comparadas com resultados experimentais onde observou-se

relativamente uma boa concordância.

2.2 Processos térmicos: Solidificação e Fusão

Há uma grande variedade de estudos disponíveis na literatura relacionados à mudança de

fase, no processo de solidificação e fusão, aplicados à problemas no campo da engenharia em

áreas como: petroquímicas, siderúrgicas, bélicas, armazenamento térmico e refrigeração.

A eficiência no uso de processos de mudança de fase para o armazenamento de energia

depende do material de mudança de fase considerado. Silva (2010) relata que a capacidade

térmica do MMF é maior do que do calor sensível, o que resulta na redução dos tamanhos dos

sistemas de armazenamento térmico.

Liu et al (2005) estudaram experimentalmente o desempenho de uma unidade de

armazenamento térmico, utilizando ácido esteárico como o meio de armazenamento de calor. A

unidade é constituída essencialmente por uma haste de aquecimento elétrico e um tubo exterior, e

o espaço entre elas é um anel que é preenchido com o ácido esteárico. O desempenho térmico da

unidade foi medido e foram estudadas as características da transferência de calor do processo de

fusão sob condições de fluxo de calor para determinar a influência do fluxo de calor nos

processos de fusão, adicionando aletas a haste foi verificado uma melhor eficácia tanto na

condução de calor e na convecção natural.

Segundo Ismail e Moraes (2007) um dos parâmetros mais importantes na operação dos

armazenadores de calor latente é o tempo de solidificação. Em seus estudos foram investigados

os efeitos dos parâmetros operacionais e geométricos sobre o tempo de solidificação total, onde

os MMFs eram encapsulados em geometrias esféricas. Em suas medidas experimentais foi levado

23

em conta que o tempo de solidificação não poderia passar das 8 horas. No experimento realizado

foi confirmado que o tempo de solidificação aumenta com o aumento do tamanho da capsula,

aumento da temperatura de trabalho e o aumento da porcentagem do ATPEG (polietileno glicol)

na água.

Ustuner (2007) investigou experimentalmente o processo de solidificação e fusão do

material de mudança de fase ao redor de tubos aletados, onde o objetivo é revelar as alterações

que ocorrem na quantidade de energia armazenada ocorrida pelas mudanças no diâmetro da aleta,

espaçamento entra as aletas e a taxa do fluxo de fluido para a transferência de calor. Seu estudo

mostrou que o aumento do número de Reynolds do fluido para a transferência de calor implica

aumento na quantidade de energia armazenada durante a solidificação do MMF. O mesmo

resultado ocorreu para o processo de fusão.

Gonçalves (1996) investigou o comportamento térmico e os efeitos dos parâmetros

geométricos e operacionais no desempenho do armazenador de calor latente de geometria

cilíndrica anular com e sem aletas alternadas, para um problema bidimensional de condução de

calor em coordenadas cilíndricas. A autora concluiu que os parâmetros geométricos mostraram

efeito sobre a fração de massa solidificada, efetividade e NTU (“ Number of Tranfer Units”).

Graham E.Bell (1979) apud Abugderah (1999) tiveram como objetivo o estudo do

fenômeno de solidificação de um liquido em volta de um duto circular. A distribuição de

temperatura e a taxa de remoção de calor são preditos por um fluido refrigerante, utilizando o

método da integral de balanço de energia incorporando subdivisões espaciais, onde o autor

concluiu que resultados satisfatórios podem ser obtidos usando somente um número pequeno de

subdivisões junto com um perfil linear.

Rodrigues (2001) realizou um estudo experimental e numérico sobre o processo de

solidificação unidirecional de substâncias puras em geometria cilíndrica. Com o aparato

experimental foram obtidas a posição da interface sólido-líquido e temperatura. Numericamente,

o método da entalpia foi utilizado para formular a equação da energia utilizando malha fixa. A

solução adotada foi através do método de Volumes Finitos. O autor obteve excelente

concordância entre os resultados obtidos numericamente com os dados obtidos

experimentalmente, convalidando assim o seu modelo numérico.

24

2.3 Solução para problemas de fase

Um problema característico de transferência de calor com mudança de fase, em particular

a solidificação, está relacionado a fronteira móvel, que se desloca com o tempo. Para resolver os

problemas transientes de troca de calor em mudança de fase, foram desenvolvidos vários

métodos: analítico, numérico e empírico.

O problema de mudança de fase é por natureza um problema transitório e, por isso, a

temperatura do contorno do fluido de transferência de calor muda com o progresso da interface

sólido/líquido.

2.4 Métodos Analíticos

Os métodos analíticos são limitados praticamente aos problemas de Stefan, onde são

considerados basicamente problemas unidimensionais e em meios semi- infinitos. Conforme foi

dito acima por Abugderah (1999), soluções analíticas exatas são poucas, devido a interface móvel

entre o sólido e o líquido.

Uma das soluções pioneiras é a solução para o problema de Stefan, considerando uma

situação unidimensional, onde as densidades de ambas fases são iguais. O problema pode ser

descrito para condução de calor, representadas pelas equações:

• Para sólido

��� ��� ��� � = ���� 0 ≤ � ≤ �(�) (1)

• Para líquido

��� ��� ���� � = ������ � ≤ �(�) (2)

25

Para a continuidade de temperatura na interface sólido-líquido � = �(�), é dado por:

��(�, �) = ��(�, �) = �� (3)

Onde,����� são as temperaturas das fases sólidas e líquidas.

A equação da energia na interface sólido-líquido para a solidificação pode ser dada como:

−(�� − ��) = !�(")!" � = �(�) (4)

Onde ����� são os fluxos de calor na direção positiva de x nas fases sólidas e líquidas, e

o sinal negativo é incluído para garantir que o fluxo de calor seja na direção negativa de x.

A transferência de calor em ambas as fases se dá por condução pura. Logo teremos:

�� = −�� ���# e �� = −�� ��# (5)

Substituindo a Eq. 5 na Eq. 4, obtemos o balanço de energia na interface.

−�� ��� − �� ���# = !�(")!" em � = �(�) (6)

Sendo que o $�(�)/$� é a velocidade na interface na direção positiva de x.

Infelizmente não há um método único que se adapte a todas as condições que Stefan

propôs. Por este motivo é preciso ter cautela na escolha dos métodos a serem aplicados ao

problema.

Segundo Ozisik (1980) as soluções disponíveis estão confinadas a uma classe de

problemas, onde são situações idealizadas e unidimensionais, envolvendo materiais puros de uma

região infinita ou semi-infinita com condições iniciais e de contorno simples e propriedades

térmicas constantes. Os métodos analíticos de solução de problema de fase incluem o método

integral, o método da perturbação e o método de expansão de série, além de soluções de

similaridade. Sendo esta última uma solução exata que geralmente toma a forma de uma única

variável, �/√'�, onde s é a posição da interface, ' é a difusividade térmica e t é o tempo, que

reduz a equação de difusão de calor a uma simples equação diferencial ordinária, também

conhecida como transformação de Boltzmann.

26

Ozisik & Uzzel (1979) apud Oliveira (2011) estudaram o problema de solidificação em

um meio infinito com simetria cilíndrica e obteve soluções exatas para a distribuição

unidimensional de temperaturas em cada fase, além da posição da frente de mudança de fase em

função do tempo.

2.4.1 Métodos Numéricos

M. Okada et al (1984) apud Abugderah (1999) explicam que os métodos numéricos

usados para resolver os problemas de mudança de fase são divididos em dois grupos principais. O

primeiro grupo é denominado de soluções numéricas fortes, onde são aplicadas técnicas de

diferenças finitas e elementos finitos na formulação forte do problema, localizando frentes de

solidificação (fusão) e encontrando a distribuição de temperatura em cada incremento do tempo

ou empregando um sistema de coordenadas transformadas para imobilizar as interfaces móveis.

Esses métodos são aplicados à processos que envolvam uma ou duas fases unidimensionais. O

segundo grupo é chamado de soluções numéricas fracas. Esta técnica permite evitar a atenção

explicita à natureza da frente de mudança de fase, apresenta maior flexibilidade e sendo

facilmente estendida para problemas multidimensionais. Neste grupo os métodos, os mais

importantes e amplamente usados são os métodos entálpicos.

Segundo Silva (2010) o método entálpico é uma escolha comum para os problemas de

frente móvel de mudança de fase, conhecido como problemas de Stefan. A vantagem deste

método é que a frente de solidificação móvel não precisa ser seguida sobre uma grade numérica

discretizada. Logo os problemas são formulados para um regime estacionário e o esquema

numérico não precisa ser modificado para satisfazer as condições na interface da fronteira móvel

de mudança de fase.

Gonçalves (1991) utilizou o método entálpico na solução numérica, utilizando o conceito

de volume de controle para discretizar as equações governantes em um modelo bidimensional do

problema de mudança de fase em uma unidade de armazenador térmico com tubos axialmente

aletados.

27

Tao (1967) usou um método baseado em uma grade fixa para a análise de solidificação

em geometrias cilíndricas e esféricas, considerando um coeficiente médio de transferência de

calor entre a superfície externa da região solidificada e o fluido resfriado.

Babak (2001) desenvolveu uma simulação numérica baseado no algoritmo por diferenças

finitas sugerido por Du- Fort Frankle em coordenadas cilíndricas para determinar a quantidade de

horas necessárias para a solidificação da água em torno de uma seção transversal circular. Para o

crescimento de gelo com 10 mm em um cilindro com diâmetro de 20mm, resultou em um tempo

de 2609,4s.

Com base na revisão bibliográfica, este trabalho visa estudar o processo de solidificação

em torno de um tubo horizontal com aletas radiais a partir de uma modelagem numérica e

convalidar o modelo a partir de resultados experimentais.

28

3. ANÁLISE MATEMÁTICA

O banco de gelo ou armazenador de calor latente é geralmente composto por um tanque,

onde o MMF é colocado em um conjunto de tubos arranjados geometricamente de forma

conveniente. O fluido de trabalho, o álcool etílico, escoa nos tubos para carregar ou descarregar o

armazenador de calor latente.

Os tubos neste estudo são aletados radialmente e arranjados de tal forma que, no fim do

processo de congelamento as superfícies da interface dos diversos tubos não se tocam. O De é

chamado de diâmetro de simetria, enquanto re é o raio de simetria, após este raio, re, não há mais

troca de calor ou solidificação.

Tendo em vista que o objetivo principal do estudo é investigar o processo de solidificação

em torno do tubo, o modelo físico representativo é composto do tubo aletado envolvido pelo

MMF e limitado pelo círculo de simetria.

Conforme o problema descrito acima e apresentado na figura 4, há as seguintes

considerações a serem feitas para a análise matemática:

i) A temperatura do MMF deve ser maior ou igual que sua temperatura de solidificação;

ii) O MMF será considerado como substância pura, incompressível e em estado

inicialmente líquido;

iii) As propriedades físicas do MMF, tais como densidade, calor específico e o

coeficiente de condutividade térmica são conhecidas e constantes.

iv) O processo de solidificação será regido somente pelo processo de condução,

desprezando-se qualquer efeito convectivo ou de irradiação.

A figura 3 representa o domínio do problema. Utilizando a equação da condução de calor

representadas em coordenadas cilíndricas e levando as considerações citadas acima, temos as

seguintes equações.

29

Equação de energia para o PCM:

� Na fase sólida: �(� ��� = )* ��* �+�� ��* � , ��- ��� ��* � (7)

� Na fase líquida: �(� ���� = )* ��* �+�� ���* � , ��- ��� ���* � (8)

Segundo Ismail et al (1998) e Gonçalves (1996), as condições de contorno do problema

na interface sólido/líquido podem ser escritas como:

��� ��* − �� ���* � .1 , ����-�01 = � ���" ; + = �(�) (9)

Condição de contorno para a interface sólido/líquido:

�3 = �� = �4+ = �(�) (10)

Condição de contorno na parede do tubo:

+ = +� T = T� (11)

Condição de contorno no raio de simetria:

+ = +6 ��* = 0 (12)

Figura 3-Esquema do MMF em torno do tubo radialmente aletado

30

Condição inicial da posição da interface sólido/líquido:

7 = 78 = 0 ��- = 0 (13)

Condição final da posição da interface sólido/líquido:

7 = 7" ��- = 0

As condições inicial e final para temperatura na interface, são representadas como:

�(+, 7, �9:) = �4 , ;� → =í�?@$A�B�?+B$A

�C+, 7, ��D = �4 − ;� → �ó=@$A�B�?+B$A (14)

Onde Δ�é a metade da faixa de temperatura em que ocorre a mudança de fase.

Bonacina (1973) apud Gonçalves (1996) consideram que a entalpia G(�) é dada por

unidade de volume no material de mudança de fase, que pode ser especificada em função da

temperatura:

G(�) = H I(�)$� , JK(� − �4) (15)

Onde:

I(�): Capacidade térmica por unidade de volume;

J: Calor latente por unidade de volume;

K: função degrau unitária

Como a entalpia é uma função da capacidade térmica, temos:

I(�) = M()! = I(�) , JN(� − �4) (16)

Onde:

N(� − �4): É uma função Dirac, indicando que na interface sólido/líquido, ocorre um

salto de magnitude J;

31

No material de mudança de fase o comportamento da capacidade térmica equivalente é

descrito como:

I(�) = O I�(�)� < �4 − ;� → IBQB(@$B$��é+S@(B$A�ó=@$A;I�(�)� > �4 , ;� → IBQB(@$B$���+S@(B$A=í�?@$A.V (17)

Substituindo a equação (16) na (15), temos que para esta região de mudança de fase, a

capacidade térmica equivalente por unidade de volume será determinada equação.

G(�) = H I(�)$� = J , H I�(�)$�WWXY , H I�(�)$�WZYWWZYWXY (18)

A condutividade térmica pode ser escrita de maneira similar a capacidade térmica,

�[ = O��(�)� ≤ �4 − Δ���(�)� ≥ �4 − Δ�V (19)

Levando em consideração que Cs e Cl não dependem da faixa de mudança de fase e que Ks

e Kl variam linearmente nesta faixa, temos:

I(�) = ] I�(�)� ≤ �4 − Δ�I�(�)� ≥ �4 , Δ�^0_ , �()Z��()0 �4 − Δ� ≤ � ≤ �4 , Δ�V (20)

�(�) = ] �̀(�)� < �4X�̀(�)� > �4Z��(�) , Ca�()Xa(")D0_ (� − (�4 − Δ�))�4 − Δ� < � < Tb , Δ�V (21)

Onde:

I� = �(� I� = �(� (22) J = �

Quando a temperatura se aproxima da temperatura da mudança de fase, a Eq. (9) converge

para a Eq. (23). A equação da energia para o processo de mudança de fase pode ser escrita como:

I(�) = ��" = )* ��* �+�(�) ��*� , ��- ��[(�) ��-� (23)

32

Para utilização da Eq. (23) para a aleta, devemos adotar:

I(�) = �(� = I�

�(�) = �� (24)

A fim de facilitar o cálculo numérico, foram adotados os seguintes parâmetros

adimensionais abaixo para a Eq. (23), condições de contorno, condições iniciais e finais.

c = Xd(WZY)Xd ; � = **e

f = -*e ; � = aa I = �� ; g = _WXe h = a"�*ei; ��� = a�a(25) ��� = aja ; I�� = �j�

I�� = ��� ; k��_" = �_lm = �_^

A Eq. 23 na forma adimensional fica:

I(c) �n�o = )p ��p ���(c) �n�p� , ��q ��(c) �n�q� (26)

Condições de contornos em termos das novas variáveis

Para a parede do tubo:

∅s = 0� = 1

Para o raio de simetria:

�n�p = 0� = Ru (27)

33

Condição inicial da posição de interface sólido/líquido, na entrada do tubo:

�n�v = 0Z = Zx = 0

Condição final da posição de interface sólido/líquido, na saída do tubo:

�n�v = 0Z = Zy

Para as condições inicial e final, temos respectivamente:

c = 1

c = 1 − 2g (28)

A condutividade térmica e a capacidade térmica podem ser escritas respectivamente

adimensionalmente, como:

�[(∅) ={|}|~ 1∅ ≤ 1 − 2g���∅ ≥ 11 , )0 (��� − 1) �1 − ∅g� 1 − 2g < ∅ < 1aja QB+BBB=��B

V (29)

I̅(∅) ={|}|~ 1∅ ≤ 1 − 2gI��∅ ≥ 1)0 � )3"6�� , 1 , I��� 1 − 2g < ∅ < 1�j� QB+BBB=��B

V (30)

Este modelo permite avaliar a velocidade da interface, fração de massa solidificada,

energia total armazenada e o tempo de solidificação completa em função dos parâmetros

geométricos da aleta como diâmetro da aleta, espessura da aleta e também em função dos

parâmetros operacionais como temperatura do fluido de trabalho e a temperatura inicial do MMF.

34

4. ANÁLISE NUMÉRICA

A necessidade de se usar métodos numéricos para a resolução de problemas de mudança

de fase que envolva solidificação ou fusão, deve-se à presença de uma interface móvel, o que

torna o problema matematicamente não linear.

O programa numérico foi desenvolvido originalmente por Gonçalves (1996), para

resolver somente problemas de condução no processo de solidificação.

A abordagem numérica consiste na discretização das equações diferencias que governam

toda a mudança de fase e suas condições de contorno. Segundo Patankar (1980) apud Gonçalves

(1996), o domínio de interesse é dividido em volumes de controle, e cada volume de controle será

associado a um ponto nodal. Segundo Gonçalves (1996), este método tem a vantagem de

preservar o modelo físico do problema.

4.1 Tratamento numérico do modelo de solidificação

No presente estudo, o código existente foi adaptado para resolver o conjunto de equações

e condições de contorno e iniciais do presente problema. As etapas de tratamento numérico mais

importantes são apresentadas em seguida.

Para a solução da eq. (26), qual representa o fenômeno, o domínio do problema foi

dividido em um número adequado de volumes de controle, conforme sugerido por Gonçalves

(1996). A figura 4 mostra a representação do volume de controle.

Para a integração da equação (26) em h, ��f, para o volume de controle dado na figura

5, temos:

∭ I �n�o $�$f$hoqp = ∭ ��p (�` �n�p)$�$f$hoqp ,∭ � ��q (` �n�q)$�$f$hoqp (31)

35

Os limites das variáveis h, f��, para o primeiro membro da equação, são

respectivamente:

h(h → h , Δh); f(� → �); �(� → �).

O valor da temperatura no ponto P da grade predominante em todo o volume de controle,

definido por Patankar (1980), é:

∭ �I �n�o $�$f$hoqp = p�iXpi0 I(c)Cc�) − c�:D;f (32)

Onde c�) representa a temperatura adimensional no tempo adimensional, h , Δh e c�:, a

temperatura adimensional no tempo h.

Para o segundo membro da Eq. 31, assumindo conforme Patankar (1980), uma variação

de temperatura linear com R e Z, e uma e uma variação da temperatura com o tempo dado pela

seguinte equação:

H c$h =oZ_oo �Sc�) , (1 − S)c�:�Δh (33)

Figura 4-Representação dos Volumes de Controle na Seção longitudinal. (Fonte: SILVA, 2010).

36

Onde m é um fator que varia de 0 a 1.

Para a expressão anterior é aplicada para uma direção com m=f e em outra m=g. Deste

modo temos que:

∭ ��p ��` �n�p�$�$f$hoqp = p���Yq(Yp)� ��c�) , (1 − �)c�:� , p��YqYo(Yp) ��c�) , (1 − �)c�:� −�p���YqYo(Yp)� , p��(Yp)� . ��c�) , (1 − �)c�:� (34)

e

∭ ��q ��`(c) �n�q� $�$f$hoqp = p�iXpi0 ��YqYo(Yq)� ��c6) , (1 − �)c�: � , p�iXpi0 ���YqYo(Yq)� −��YqYo(Yq)e ��c�) , (1 − �)c�:� (35)

Assim se obtém a seguinte equação:

�p�iXpi0 � ICc�) − c�:DΔf = p���(Yp)� ΔfΔh��c�) , (1 − �)c�:� , p��YqYo(Yp) ��c�) , (1 − �)c�:� −�p���YqYo(Yp)� , p��YqYo(Yp) � . ��c�) , (1 − �)c�:� , p�iXpi0 ��YqYo(Yq)� ��c6) , (1 − �)c6:� ,p�iXpi0 ��YqYo(Yq)e ��c�) , (1 − �)c�: � , p�iXpi0 �− ��YqYo(Yq)� − ��YqYo(Yq)e ��c�) , (1 − �)c�:� (36)

Dividindo-se os membros da Eq. 36 por Δh e considerando:

B� = p���_q(_p)� (37)

B3 = p�_q(_p) (38)

B� = p�iXpi0 ��_q(_q)� (39)

B� = p�iXpi0 �e_q(_q)e (40)

B�: = p�iXpi0 I YqYo (41)

B� = B�: , �B� , �B� , �B� , �B3 (42)

37

A equação Eq. 43 é obtida através da equação Eq. 36.

B�c�) − �B�c�) − �B3c3) − �B�c�) − �B�c�) = (1 − �)B�c�: , (1 − �)B3c3: , (1 − �)B�c�: ,(1 − �)c�: , �B�: − (1 − �)B� − (1 − �)B� − (1 − �)B� − (1 − �)B3�c�: (43)

Segundo Patankar (1980), para f=g=0 tem-se uma formulação totalmente explicita, para

f=g=1 uma formulação totalmente implícita e para f=g=0.5 uma formulação tipo Crank-Nicolson.

O método adotado para a resolução algébrica do problema foi a Formulação Direcional

Implícito (ADI). No primeiro passo temos f=1 e g=0, e em outro, f=0 e g=1. A vantagem desta

formulação segundo Gonçalves (1996), é a fácil solução das matrizes tridiagonais em passo e

também por ser incondicionalmente estável.

Para a solução do problema, foi considerado uma brusca variação da condutividade

térmica sobre a interface aleta-MMF.

Para se obter a condutividade térmica na interface, é realizado um balanço de fluxo de

calor entre dois volumes de controle considerando as paredes compostas, conforme Patankar

(1980).

`6 = (Yq)�(��)���� Z(��)���� (44)

Para a face norte, temos:

`� = (Yp)�p���. ¡¢�1�£ Z��¤ �¢�¥�� ¦

(45)

As mesmas considerações são válidas para a condutividade térmica nas faces leste, oeste e sul.

O fluxograma a seguir apresenta resumidamente o procedimento de cálculo final adotado

no código computacional para a solidificação do MMF em torno do tubo com aletas radiais.

38

Figura 5- Fluxograma do Código Computacional do tubo radialmente aletado

39

4.2 Otimização do Programa

O código computacional foi desenvolvido em linguagem Fortran 95, o código presente foi

testado para parâmetros que permitem verificar o comportamento e a resposta do programa, os

procedimentos de cálculos são executados conforme previsto no fluxograma.

Após verificar que o programa computacional realiza as operações de forma correta

conforme o previsto, a grade computacional foi otimizada para garantir que os resultados sejam

independentes da escolha dos números de pontos da grade.

O número de pontos da grade ficou em 45 ao longo do tubo, enquanto o número de pontos

da grade ao longo da aleta radial é de 33 pontos. O intervalo de tempo é tomado como 10-3s.

Estes valores são usados em todas as simulações numéricas.

4.2.1 Propriedades Termofísicas dos Materiais

As propriedades termofísicas adotadas para o material de mudança de fase e das aletas são

apresentadas na tabela 1.

Tabela 1-Propriedades Termofísicas

Condutividade Térmica

W/m.K

Calor Específico

J/kg.K

Densidade

kg/m3

Água

Sólido Líquido Sólido Líquido Sólido Líquido

0,56 2,25 4217 2040 99 9

17

Cobre 401 385 8933

Aço Inox 15,9 502 7850

40

As propriedades geométricas dos tubos aletados são apresentados na tabela a seguir:

Tabela 2-Propriedades Geométricas

Diâmetro da aleta (mm) Df/Dw Espessura (mm)

95 7,6 3

90 7,2 3

80 6,4 3

70 5,6 3

60 4,8 1

Alumínio 237 903 2702

Polietileno (Alta densidade) 0,50 1850 941

Teflon 0,25 1050 2200

41

5. INVESTIGAÇÃO EXPERIMENTAL

Tendo em vista a necessidade de convalidar o modelo, método de solução e as previsões

numéricas, foi projetada, montada e instrumentada uma bancada experimental que permite

investigar o processo de solidificação do MMF em torno do tubo horizontal radialmente aletado e

submerso no MMF. A figura 6 mostra uma vista de lado da bancada, que se encontra no

Laboratório de Armazenamento Térmico e Tubos de Calor da Faculdade de Engenharia

Mecânica da Unicamp.

Figura 6-Bancada Experimental

Para os tubos testados com e sem aletas com diâmetro interno do tubo de 12,5 mm, fixou-

se os mesmos parâmetros experimentais, sendo usado somente a vazão de 0,0323 kg/s e

temperaturas do fluido secundário em torno de -8,0 °C, -10,0 °C, -12,0 °C, -14,0 °C e -16,0 °C. A

tabela 3 mostra os experimentos realizados.

42

Tabela 3-Experimentos Realizados

Aleta (mm) Temperatura (°C)

1° teste 95 -8°C, -10°C, -12°C, -14°C, -16°C

2° teste 95 -8°C, -10°C, -12°C, -14°C, -16°C

3° teste 70 -8°C, -10°C, -12°C, -14°C, -16°C

4° teste 70 -8°C, -10°C, -12°C, -14°C, -16°C

5° teste Tubo sem aleta -8°C, -10°C, -12°C, -14°C, -16°C

6° teste Tubo sem aleta -8°C, -10°C, -12°C, -14°C, -16°C

7° teste 80 -12°C, -14°C, -16°C, -18°C

5.1 Descrição da Bancada Experimental

A seção de testes é composta por dois circuitos, mostrado na figura 8, um de transporte de

fluido principal, o outro de fluido secundário. O circuito do fluido principal de refrigeração

utiliza o monoclorodifluormetano (R22), enquanto o secundário usa o álcool etílico.

A seção de testes, mostrada na figura 7, é constituída por um tanque de seção retangular

com capacidade total de 0,175 m3. O volume do tanque foi diminuído para 0,1m3, colocando

placas de isopor no interior do tanque. Ao longo da seção de teste é colocado o tubo radialmente

aletado, por dentro deste tubo circula o fluido secundário, o álcool etílico, onde a temperatura é

ajustada para a desejada para que possa ser dada o início aos testes. A seção de teste é isolada

com placas de poliuretano com uma espessura de 5 cm.

43

Figura 7- Seção de testes.

Figura 8-Esquema do circuito de transporte e refrigeração para o Banco de Gelo.

O fluido secundário é resfriado num trocador de calor onde escoa o R22 em circuito

fechado. Quando o fluido secundário atinge a temperatura desejada é permitido a circular na

seção de testes na vazão estabelecida, a figura 9 mostra o esquema geral da bancada de testes.

44

Figura 9-Esquema do circuito principal.

É importante mencionar que o sistema de refrigeração é constituído por uma unidade

composta por um compressor e um condensador, onde o ciclo de refrigeração é realizado por

compressão a vapor, usando o fluido refrigerante primário (R22).

5.2 Sistemas de Medição

5.2.1 Medidas das Temperaturas

Para verificar as temperaturas durante os testes, foram utilizados termopares tipo T e K,

todos devidamente calibrados de acordo com as normas ANSI/ASHRAE 41.1-2013.

Os termopares foram todos devidamente conectados a um sistema de aquisição de dados

da NOVUS, junto com um conversor de dados, o qual foi conectado a um computador para

acompanhar as leituras, onde foi possível também fazer as configurações de leitura para a escala

Celsius e o tempo de coleta a cada 60 s, a partir do software Field Logger.

45

5.2.1.1 Calibração dos Termopares

Para a calibração foi utilizado um recipiente de vidro, dentro do qual, foram colocados

água e gelo. Neste banho foram colocados todos os termopares e um termômetro de referência,

aferido pelo Instituto de Pesquisa Tecnologia (IPT), cuja precisão é de ±0,1°C, onde a

temperatura foi variada entre -15,0 °C a 5,0 °C.

Depois da calibração, os termopares foram todos instalados da seguinte forma: os

termopares tipo K foram nomeados de T1 e T2 e colocados na entrada e saída do tubo, os

termopares tipo T e foram nomeados de T3 a T8 e distribuídos assim nesta ordem: dois

termopares na água, um no meio do tubo, um no começo da aleta, um no meio da aleta e um na

ponta final da aleta. Este conjunto de termopares foi montado no tubo aletado de 95 mm.

Figura 10- Distribuição dos Termopares sobre o tubo aletado.

Para os testes realizados com tubo com aleta radial de 70 mm, não foi possível colocar os

termopares tipo K no começo e no fim do tubo. Então foram fixados na entrada e saída do tubo

termopares tipo T, sendo estes o T3 e T4. Para acompanhar a temperatura da água foi colocado

um termo resistor, o qual seguiu o mesmo procedimento de calibração, obtendo uma incerteza de

46

±0,5°C, os outros termopares seguiram a mesma distribuição o sobre a aleta e o tubo conforme

foi no primeiro tubo aletado. Na troca do tubo aletado de 70 mm pelo tubo liso, utilizou-se os

termopares T3 e T4 na entrada e saída do tubo, T6 na água, T5, T7 e T8 foram distribuídos ao

longo do tubo.

5.2.2 Medição da vazão do fluido secundário

Há uma placa de orifício conectado nas tomadas de pressão de uma coluna de mercúrio, o

qual proporciona a medida da queda de pressão ocasionada pelo escoamento do fluido secundário

através da placa de orifício. A vazão do fluido secundário é determinada por meio desta placa de

orifício. A placa foi calibrada coletando volumes de álcool etílico durante um determinado

tempo, para cada vazão obtinha-se um valor correspondente para a queda de pressão.

5.2.3 Medição da espessura do gelo

Por meio de imagens digitais, utilizando uma câmera fotográfica digital, SONY, com 5,1

megapixels de resolução máxima, foi possível definir a espessura do gelo utilizando o programa

Tracker, figura 11. Este programa permite determinar valores reais a partir de um valor real

conhecido. O programa possui uma ferramenta chamada de régua de calibração, na qual é preciso

conhecer alguma medida real da imagem.

47

Figura 11-Programa Tracker.

5.3 Procedimento Experimental

Antes de iniciar os testes, a água foi resfriada próximo à temperatura de mudança de fase,

colocando-se gelo dentro da seção de teste. Normalmente, a temperatura mínima alcançada foi de

2,0 °C, em dias normais, para dias com temperaturas mais altas, a temperatura da água foi

aproximadamente em 4,0 °C. Em paralelo foi posto o fluido secundário para resfriar-se à uma

temperatura de trabalho ajustado no set point do termostato, visando remover a inércia térmica do

sistema e evitando a solidificação da água antes da temperatura desejada ser atingida para o

fluido secundário. Como o fluido circula dentro do tubo aletado, foi colocado uma vazão muito

pequena, garantido, desta maneira, uma temperatura da água acima do seu ponto de solidificação.

Uma vez que a temperatura da água atingiu um valor próximo à temperatura de mudança

de fase, o álcool etílico atingiu a temperatura ajustada do set point, a vazão do fluido secundário

era ajustada. Com a vazão ajustada para início do teste, o processo de solidificação principiou.

Aumentando-se a vazão, o calor removido da água torna-se maior, diminuindo a temperatura da

água próximo ao tubo, implicando formação de uma fina camada de gelo sobre o tubo.

48

Para acompanhar o crescimento do gelo, foi colocado na frente da seção de testes, onde há

um visor de acrílico, a câmera fotográfica para registrar o crescimento do gelo durante todo o

processo. Na primeira hora as imagens foram registradas de 5 em 5 min, na segunda hora de 15

em 15 min e na terceira hora de 30 em 30 min e depois de 1 em 1h, até o término do experimento.

O experimento foi concluído, quando o avanço na camada da interface ficou pequena ou quando

esta camada diminuiu.

5.4 Análise da incerteza e propagação de erro.

5.4.1 Análise das Incertezas Experimentais

Para que as medidas experimentais sejam confiáveis, é necessário conhecer o erro ou a

incerteza deles. Segundo Cabral (2004), há diversos tipos de erros que influenciam as medições:

• Erros grosseiros: devidos à falta de atenção, pouco treino ou falta de perícia do operador.

• Erros sistemáticos: afetam os resultados sempre no mesmo sentido.

• Erros aleatórios: associados à natural variabilidade dos processos físicos, levando a

flutuações nos valores medidos, sendo imprevisíveis e devem ser abordados com métodos

estatísticos.

Cabral (2004), usando o Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM), define a

incerteza de medição, como um parâmetro associado ao resultado de uma medição,

caracterizando a dispersão dos valores e que podem ser razoavelmente atribuídos aos

mensurandos. Esse parâmetro pode ser por exemplo, um desvio padrão (ou um dado múltiplo

dele), ou a metade de um intervalo correspondente a um dado nível de confiança.

Para calcular as incertezas relacionados a posição da interface, foi utilizado o método dos

mínimos quadrados para calcular o desvio padrão.

49

5.4.2 Propagação de erro

O método utilizado para o cálculo da propagação do erro foi baseado no método proposto

por Kline e McClintock (1953) apresentados no livro de Holman (2001), onde as incertezas

calculadas são baseadas nas incertezas experimentais primárias, como temperatura,

deslocamento, vazão e etc.

Utilizando a mesma nomenclatura adotada por Holman (2001), temos a função R de x1,

x2,...,xn. (variáveis independentes):

� = �(�), �0, … , ��) (46)

As variáveis independentes tem a incerteza denominada por: w1,w2,...,wn. Logo, temos a

seguinte equação:

�p = ¨� �p�#©�)�0 , � �p�#i�0�0 ,⋯, � �p�#����0« (47)

• Incertezas das medidas experimentais

As tabelas 4 e 5 apresentam os erros relacionados as medidas experimentais. A tabela 4

apresenta os erros para as medidas que convalidaram o método numérico. A tabela 5 apresenta os

erros relacionados as medidas experimentais, tais como quantidade de massa solidificada, posição

da interface e energia armazenada para o tubo sem aleta e os tubos aletados.

50

Tabela 4-Erro relacionado as medidas experimentais

Erro Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17

±0,0053 ±0,0059 ±0,0283 ±0,0059 ±0,0320 ±0,0456

Tabela 5- Propagação de Erro e Desvio Padrão

Tubo sem Aleta

Aleta de 70 mm

Aletade 80 mm

Aleta de 95 mm

Figura 27 ±0,0017 ±0,0002 ±0,0013 Figura 28 ±0,0057 ±0,0029 ±0,0048 Figura 30 ±0,0230 ±0,0374 ±0,0021 Figura 31 ±0,0182 ±0,0429 ±0,0480 ±0,0171 Figura 33 ±0,0063 ±0,0035 ±0,0028 Figura 34 ± 2,5 ±2,0 ±1,7 Figura 35 ±1,3 ±2,7 ±5,2

51

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este capítulo apresenta a convalidação do método numérico a partir de dados de dados

experimentais, além dos resultados adicionais usados para avaliar a influência de diferentes

diâmetros da aleta, espessura da aleta, material da aleta, velocidade da interface, quantidade de

massa solidificada, tempo de solidificação e quantidade de energia armazenada.

6.1 Convalidação do método e os resultados numéricos

Um dos objetivos desta pesquisa é convalidar o modelo numérico proposto e suas

previsões numéricas. Assim, foram realizadas comparações experimentais e numéricas realizadas

nas mesmas condições. As figuras 12, 13 e 14 mostram a variação da velocidade da interface.

As figuras 12 e 13 mostram o caso de tubos aletados com diâmetros de aletas

respectivamente de 95 mm e 70 mm. Como pode ser visto, há uma boa concordância,

confirmando a adequação do modelo e sua precisão.

52

Figura 13- Velocidade da Interface para uma temperatura de -12,0 °C em comparação com o numérico.

Figura 12-Velocidade da Interface para uma temperatura de -14,0 °C em comparação com o numérico.

53

Figura 14- Velocidade da Interface para uma temperatura de -15,1°C em comparação com o numérico.

A figura 14 mostra a comparação numérica versus experimental para a aleta de diâmetro

de 70 mm e temperatura de aproximadamente 3°C. Como pode ser visto, a tendência é a mesma,

mas os valores experimentais apresentam uma faixa de erro relativamente grande, fazendo com

que não haja uma concordância entre as curvas, fato que pode ser explicado pelo erro de medição

da posição da interface. Há também a influência da temperatura inicial da água 3,0 °C, reduzindo

o gradiente térmico no início do processo de solidificação, o que reduz, por sua vez, a velocidade

de solidificação. Para tempos maiores este efeito inicial é reduzido e os resultados voltam a

concordar efetivamente.

54

Figura 15- Fração da Massa Solidificada para uma aleta de 95 mm e Tálcool=-14°C.

A figura 15 mostra uma comparação entre a previsão numérica da massa solidificada e as

medidas experimentais. Como pode ser visto, a concordância é muito boa, convalidando o

modelo e o método de solução.

55

Figura 16- Fração de Massa Solidificada para uma aleta de 70 mm e Tw=-15,1 °C.

A figura 16 mostra uma comparação numérica experimental para o caso de tubo com aleta

de 70 mm de diâmetro. Como pode ser visto há uma boa tendência da curva experimental. Os

valores experimentais estão abaixo dos valores numéricos, isso pode ser explicado com base na

incerteza das medidas experimentais. Resultado similar é obtido no caso do tubo com aleta de

diâmetro de 95 mm, mostrado na figura 17.

É preciso lembrar que o método numérico é desenvolvido para condições ideias e que o

experimental está sujeito há diferentes situações, como por exemplo, a temperatura do MMF

variou durante o experimento, e no programa não há variância da temperatura do MMF. Ainda

assim, o método numérico apresentou uma boa concordância com as medidas experimentais,

convalidando o método numérico adotado.

56

Figura 17- Fração de Massa Solidificada para uma aleta de 95 mm e Tálcool=-16°C.

6.2 Resultados Numéricos

Tendo em vista o método numérico convalidado, podemos realizar simulações para

investigar numericamente os efeitos dos parâmetros operacionais e geométricas sobre a

velocidade de interface, energia armazenada e o tempo de solidificação completa.

O raio de simetria é o limite final da camada de gelo solidificada, onde não ocorre mais

troca de calor. A figura 18 mostra o efeito de De/Dw sobre a fração de massa solidificada. Foi

testado diferentes raios de simetria para as mesmas condições e foi possível notar que quanto

maior a razão De/Dw, maior o tempo de solidificação completa e, logo, a energia armazenada.

Entretanto, para certo tempo, a massa solidificada é maior quando o raio de simetria é

menor. Isto é devido ao gradiente de térmico maior, que aumenta a velocidade e,

consequentemente, a massa solidificada neste tempo.

57

Figura 18- Efeito do raio de simetria De/Dw em relação a fração de massa solidificada.

Para avaliar o tempo de solidificação completa em função do raio de simetria foi obtida a

equação 48 utilizando o modelo exponencial, a figura 19 mostra o tempo de solidificação

completa em função da relação De/Dw.

h� = 17,55527 + 0,00144�:,¯°±²).³�/³e (48)

Observamos que, quanto maior, a relação De/Dw maior o tempo de solidificação

completa. Isso acontece por que, quanto maior o raio de simetria, maior é a resistência térmica, o

que faz com que a velocidade de avanço se torne menor e, consequentemente, aumentando tempo

de solidificação completa.

58

Figura 19-Tempo de Solidificação completa em função da relação De/Dw.

Sabe-se que, quanto maior o diâmetro da aleta, maior a área de troca de calor. Isso permite

uma fração de massa acumulada maior para um tempo de solidificação completa menor. Foram

testadas 5 relações diferentes para as mesmas condições. Contatou-se que, quanto maior a relação

Df/Dw, menor foi o tempo de solidificação completa, mostrado na figura 20.

59

Figura 20-Influência da relação Df/Dw sobre a massa solidificada.

O tempo de solidificação completa em função da relação Df/Dw para uma condição

fixada é dada pela equação:

h� = 19,11592 + �30131,26909�/�1 + ��³j/³eZ0,°·¯·¯�/),):¯¯±� (49)

A figura 21 mostra que, com o aumento da relação Df/Dw, o tempo de solidificação

completa fica menor. Em outras palavras quanto maior o diâmetro da aleta, maior é área de troca

de calor e o processo de solidificação ocorre em tempo menor.

60

Figura 21-Tempo de solidificação completa em função da relação Df/Dw.

A Figura 22 apresenta a influência da espessura da aleta sobre a fração de massa

solidificada. A espessura foi variada de 1 a 5 mm. Pode-se observar que a variação da espessura

de 1mm para 2 mm apresenta uma variação maior na massa solidificada e no tempo de

solidificação completa em comparação com os sucessivos aumentos na espessura a partir de 2

mm. Isto é o efeito sobre a massa solidificada, que diminui com o aumento da espessura.

61

Figura 22-Relação da influência da espessura da aleta sobre a fração de massa solidificada.

O efeito da espessura da aleta sobre o tempo de solidificação completa é mostrado na

figura 23, representada pela equação:

h� = 85,03511 + 75,50117��X:,·±±±¹.�� (50)

Como pode ser visto, a espessura não tem um efeito tão significativo no tempo de

solidificação completa, isso porque um material com espessura muito grossa dificulta o processo

de transferência de calor.

62

Figura 23-Tempo de solidificação completa em função da espessura (w).

Quanto menor a temperatura de trabalho, maior é o gradiente de temperatura, permitindo

que haja uma solidificação completa em menor tempo com uma massa acumulada maior do que

para temperaturas mais altas. A figura 24, mostra a influência da temperatura do fluido

secundário sobre a fração da massa solidificada. Para as mesmas condições, foram analisadas 6

temperaturas diferentes, onde constatou-se que, quanto menor a temperatura, mais rápido foi o

processo de solidificação completa.

63

Figura 24- Influência da temperatura do álcool sobre a fração de massa solidificada.

A equação 51 relaciona a temperatura do fluido secundário com o tempo de solidificação

completa.

h� = 22,22593 + 198,35797�:,)¹·²±.e (51)

Na figura 25 constatou-se que, quanto menor é a temperatura do fluido secundário, menor

é o tempo de solidificação completa. Isso é devido ao aumento do gradiente térmico e

consequentemente, o aumento da velocidade de interface, provocando redução do tempo de

solidificação completa.

64

Figura 25- Tempo de solidificação completa em função de Tw.

A Figura 26 apresenta a influência do material da aleta sobre a fração de massa

solidificada. Foi testado 5 materiais diferentes para as mesmas condições. O cobre, o alumínio e o

aço inoxidável apresentam um melhor desempenho, a solidificação completa da massa se dá em

um tempo menor. Isso é devido a difusividade do material, os materiais metálicos possuem

difusividade maior do que os materiais não metálicos, logo materiais com maior difusividade

possui uma capacidade de responder rapidamente a mudanças térmicas a eles impostas.

65

Figura 26-Influência do material da aleta sobre a fração de massa solidificada.

6.3 Comparação com o tubo sem aleta

Nesta seção serão analisados os dados obtidos a partir dos experimentos realizados, onde

foram testados três tubos aletados, um de 70, 80 e 95 mm e um tubo liso. Foi analisado o

comportamento da posição de interface para cada temperatura testada, a velocidade de interface,

quantidade de massa solidificada e a energia armazenada para cada tubo.

66

Figura 27-Velocidade da Interface, para uma Temperatura de -8,0°C.

Figura 28-Velocidade da Interface para uma temperatura de -16,0°C.

67

As Figuras 27 e 28 mostram a velocidade da interface para os tubos, liso e aletados de 70

e 95 mm. Foi observado que para uma temperatura de -16,0 ° C, a velocidade da interface é

maior do que para a temperatura de -8,0°C. Para as temperaturas mais baixas, o gradiente de

temperatura é maior, permitindo um maior fluxo de calor, fazendo com que ocorra um

crescimento rápido da camada de gelo. É normal que todo o início do processo de solidificação

apresente uma velocidade de interface alta, tendo em vista que a baixa resistência térmica do

processo. Conforme a camada de gelo aumenta durante o processo, também aumenta a resistência

térmica do gelo, diminuindo a velocidade da interface. É claro que para tubos aletados a

velocidade da interface é maior do que para o tubo liso, devido a maior área de transferência de

calor.

Figura 29- Posição da interface para diferentes temperaturas do fluido secundário.

A figura 29 mostra a influência de diferentes temperaturas do fluido secundário para o

tubo aletado de 70 mm. Foi observado que para baixas temperaturas a posição da interface é

maior do que para temperaturas mais altas, uma vez que o grande gradiente de temperaturas

fornece o fluxo de calor.

68

Figura 30-Posição da interface para uma Tw=-16,0° C para aletas de 70 e 95 mm comparados com o tubo liso.

As figuras 30 e 31 mostram os gráficos referente à posição da interface para um valor fixo

da temperatura da parede do tubo de -16,0 °C e -14,0 °C, para os tubos aletados e o tubo liso. Foi

observado que para diâmetros maiores, a posição final da interface é maior. A aleta de 95 mm

aumentou em 5 vezes a troca de calor em relação ao tubo liso.

69

Figura 31-Posiçãoda Interface para para uma Tw=-14 °C para diferentes tubos aletados e sem aleta.

Figura 32-Massa Solidificada para uma aleta de 95 mm.

70

Figura 33-Massa Solidificada com uma temperatura de -16,0°C.

As figuras 32 e 33 mostram a quantidade de massa solidificada em função do tempo. A figura

34 refere-se a uma temperatura de trabalho de -16,0 °C para os tubos aletados de 70 e 95mm e o

tubo liso. Aletas com diâmetros maiores tem uma maior área de transferência de calor, o que

permite uma massa solidificada maior. Neste caso a aleta de 95 mm apresentou um aumento de

800% de massa solidificada em relação ao tubo liso.

71

Figura 34-Energia Armazenada a partir de -8,0°C

As figuras 34 e 35 mostram um resultado comparativo de dois tubos aletados e o tubo

liso. Como pode ser observado, os tubos aletados armazenam significamente uma quantidade de

energia maior. Portanto, o tubo liso não é indicado para o armazenamento de calor latente.

72

Figura 35- Energia Armazenada a partir de -16,0 °C.

Para verificar a tempo de solidificação completa dos experimentos, procurou-se fazer uma

correlação experimental, verificando os seguintes parâmetros: temperatura da parede do tubo,

diâmetro da aleta e temperatura da água. Para obter a equação do tempo de solidificação

completa em função dos parâmetros citados, utilizou-se um modelo potencial não linear. A

equação obtida é:

h� = 2,256.10X±|��|:,:°·»0,))°|�¼¼½|:,¹¾² (52)

A figura 36 mostra o teste utilizando dados experimentais a fim de testar a equação 52,

comparando o tempo de solidificação completa obtidas pela correlação com o tempo real do

experimento. A correlação apresenta um R2=0,812, o que indica uma forte correlação.

73

Figura 36-Conjunto de experimentos

Da figura 36, os testes 1 e 3 apresentaram uma divergência aceitável de ordem de 8% e 13

% entre os valores obtidos durante os respectivos testes e os valores previstos pela correlação.

74

7. CONCLUSÃO

Neste estudo numérico experimental foi desenvolvido um modelo térmico de solidificação

do MMF em torno do tubo radialmente aletado e foi convalidado o modelo, método de solução e

as previsões numéricas com medidas experimentais próprias.

Foram obtidas correlações que podem ajudar na previsão de tempo de solidificação

completa tanto numericamente quanto experimentalmente. Estas correlações permitem calcular o

tempo de solidificação completa em função dos parâmetros no trabalho explorados. A

investigações experimental e numérica revelaram que o aumento do diâmetro da aleta aumenta a

velocidade da interface e reduz o tempo de solidificação completa. Também foi constatado que

quanto menor a temperatura do fluido de trabalho, maior a velocidade da interface e menor o

tempo de solidificação completa.

A espessura da aleta pouca influência em relação à velocidade de avanço da interface e o

tempo de solidificação completa. Aletas metálicas aumentam as velocidades de interface e

reduzem o tempo de solidificação completa.

O raio de simetria é um importante parâmetro de projeto que deve ser levado em conta

para evitar a danificação do armazenador de calor latente.

Uma temperatura do fluido refrigerante muito baixa para solidificação rápida resulta em

COP da máquina de refrigeração relativamente baixo. Assim é necessário compromisso entre o

tempo de solidificação completa e temperatura do fluido refrigerante.

O diâmetro da aleta não pode exceder o diâmetro do círculo de simetria, a parte que passa

do círculo de simetria é inútil. Por exemplo, trabalhar com uma aleta de diâmetro de 95 mm com

uma temperatura de parede igual -8,0 °C é perca de tempo e energia, como o raio de simetria está

interligado ao gradiente de temperatura, sabemos que, para essa temperatura, o raio de simetria

será menor em relação ao diâmetro da aleta, causando desta forma uma quantidade de massa

solidificada menor.

75

Avaliando de modo geral todos os parâmetros estudos, há dois parâmetros que são de

grande importância para garantir o processo de solidificação independentemente do tamanho do

diâmetro da aleta, os quais são: a temperatura do fluido secundário e a temperatura do MMF,

estes parâmetros garantem que quanto menores os seus valores maiores são os seus gradientes de

temperaturas, aumentando a taxa de transferência de calor por condução e consequentemente uma

quantidade de energia armazenada maior.

76

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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80

APÊNDICE

A. Tabela das curvas de calibração dos termopares.

Os termopares foram devidamente calibrados, abaixo está presente as equações obtidas

das curvas de calibração, onde foi apresentada uma incerteza de ±0,5°C.

Tabela A 1-Equações das Curvas de Calibração

Termopares tipo K R2

T1 Y=0,01661+0,97697.x 0,99517 T2 Y=0,45498+0,93767.x 0,97669

Termopares tipo T

T3 Y=1,56471+0,95882.x 0,99535 T4 Y=2,15087+1,05349.x 0,99931 T5 Y=0,09955+0,96727.x 0,99267 T6 Y=2,21716+0,79379.x 0,87295 T7 Y=0,15801+1,00598.x 0,96659 T8 Y=-0,35463+0,9895.x 0,97211

Termoresistor

T y=0,06999+0,98643.x 0,98855

B. Placa de Orifício:

Curva de Calibração para a placa de orifício, mostra a relação entre a vazão do fluido e a

queda de pressão, com uma incerteza de ±10-4 kg/s.

81

Figura A 1 -Curva de Calibração para a placa de orifício.