371 - Laicado Dominicano Novembro Dezembro 2014 Cores

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/10/2019 371 - Laicado Dominicano Novembro Dezembro 2014 Cores

    1/8

    Novembro/Dezembro 2014 Ano XLIV - n 371

    Directora:ISSN: 1645-443X - Depsito Legal: 86929/95Praa D. Afonso V, n 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL

    Fax: 226165769 - E-mail:[email protected]

    L A I C A D O D O M I N I C A N O

    Directora:ISSN: 1645-443X - Depsito Legal: 86929/95Praa D. Afonso V, n 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL

    Nasceu de noite, foi anunciado de noite auns pastores que viviam e guardavam de noiteos rebanhos (Lucas 2,8), identificou -Se como povo que caminhava nas trevas com osque habitavam na sombria regio da mor-te (Isaas 9,1). E foi luz, uma grande luz(Isaas 9,1) que se espalhou sobre as densastrevas, luz que tudo envolve: E a glria do Se-nhor os envolveu com luz (Lucas 2,9). Assimnos apresenta a liturgia de hoje o nascimentodo Salvador: como luz que envolve e penetratoda a obscuridade. a presena do Senhor nomeio do Seu povo, presena que destri o pesoda derrota e a tristeza da escravido, e semeiaalegria.

    No temais, porque vos anuncio uma gran-de alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje,na cidade de David, um Salvador, que CristoSenhor (Lucas 2,10 -11). Nasceu- vos: se nas-ce para todo o povo, nasce para toda a histriaem caminho, nasce para cada um de ns. No um aviso de notcias sociais. Trata -se de umanncio que toca mesmo o ncleo da histriae pe em marcha outro modo de andar, outromodo de compreender, outro modo de existir:andar, compreender e existir juntamente comDeus connosco.

    Passaram muitos sculos desde que a huma-nidade comeou a obscurecer-se. Penso naque-la tarde em que se cometeu o primeiro crimena faca com que Caim tirou a vida ao seu ir-

    mo (Gnesis 4,8). Passaram muitos sculoscom crimes, guerras, escravido, dio. E aqueleDeus que tinha semeado os Seus sonhos nacarne do Homem, feito Sua imagem e seme-lhana, continuava a esperar. Os sonhos deDeus! Tinham motivos para desaparecer. Po-rm, Ele no podia: estava escravizado, porassim dizer, Sua fidelidade, no podia negar-Se a Si mesmo o Deus fiel (cf. 2Tm 2,13) Eesse Deus continuava a esperar. Os Seus so-nhos, enraizados nas Sua fidelidade, eramguardados pela pacincia. A pacincia de Deusfrente corrupo de povos e homens! Somen-te um pequeno resto pobre e humilde, que serefugiava em nome do Senhor (Sofonias 3,12)acompanhava a Sua pacincia no meio das tre- vas e partilhava os Seus primeiros sonhos.

    E, neste andar histrico, esta noite de explo-so de luz no meio das trevas diz-nos que Deus Pai e que nunca Se dececiona. As trevas dopecado e da corrupo de sculos no Lhe bas-tam para o decepcionar. Aqui est o annciodesta noite: Deus tem corao de Pai e norenega os Seus sonhos para com os Seus filhos.O nosso Deus no Se dececiona, nem Se per-mite isso. No conhece a desiluso e a impaci-ncia; simplesmente espera, espera sempre co-

    mo o pai da parbola (Lucas 15,20) porque emcada momento sobe ao terrao da histria para vislumbrar de longe o regresso dos filhos.

    (Continua na pgina 2)

    A LUZ BRILHOU NAS TREVAS

  • 8/10/2019 371 - Laicado Dominicano Novembro Dezembro 2014 Cores

    2/8

    2

    Laicado Dominicano Novembro/Dezembro 2014

    Por sugesto do Promotor Provincial, Fr. Marcos Vilar, depois de ouvido o Conselho local, fui nomea-do, pelo Prior Provincial, Fr. Pedro Fernandes, Promo-tor da Fraternidade Leiga de Macedo de Cavaleiros. ,

    para mim, uma experincia nova e uma responsabili-dade esta de acompanhar mais de perto uma Frater-nidade Leiga. A Fraternidade de Macedo integra seteirmos com promessa definitiva, cinco com promessatemporria e quatro a fazer o seu caminho de reflexo,preparando-se assim para a promessa temporria. Esti- ve ali no ltimo Domingo de Outubro e, como seriade esperar, fui recebido com a alegria, a disponibilida-de e a simpatia com que se acolhe um irmo. O encon-

    tro comeou logo no adro da igreja S. Pedro (onde foifeita a fotografia anexa) e continuou depois numa salaanexa quele templo. Devo confessar que, se estava espera do acolhimento fraterno que atrs referi oque me parece uma caracterstica genuinamente domi-nicana no esperava ver um to grande entusiasmo edinamismo em gente em que os anos vo pesando e asade nem sempre ajuda. Colaborando de perto com aigreja diocesana, esta Fraternidade tem agora o projetode se deslocar a todas as igrejas em que h imagens deS. Domingos e a anunciar a Boa Nova. Um projetomissionrio, assumido por gente simples, gente que vive longe dos grandes centros urbanos, alguns refor-mados, outros nas suas atividades, geralmente em tra-

    balhos agrcolas e na pastorcia. Irmos e irms comgrande entusiasmo missionrio que, para mim, consti-tuiu um testemunho vivo que, para anunciarmos oEvangelho, no precisamos de ser intelectuais. Pode-mos faz-lo com palavras simples, desde que sadas docorao e, sobretudo, com a vida vivida nAquele quenos prometeu vida e em abundncia (Jo.10:10).

    Jos Carlos Gomes da Costa, O.P.

    (Continuao da pgina 1)

    Esta noite, no meio da quietude e do silncio dessepequeno resto de justos, os filhos comeam a regressare fazem-no no Filho que aceitou ser irmo para osacompanhar no caminho. Esse Filho, do qual o Anjodissera a So Jos que salvaria o Seu povo de todos osseus pecados (Mateus 1,21). Tudo ternura, peque-nez, silncio: Um Menino nasceu para ns, um filhonos foi dado (Isaas 9,5); isto vos servir de sinal:

    encontrareis um Menino recm-nascido envolto empanos e deitado numa manjedoura (Lucas 2,12). Oreino da aparncia, da autossuficincia e da fugacida-de, o reino do pecado e da corrupo; as guerras e odio dos sculos de hoje estilhaam-se na mansidodesta noite silenciosa, na ternura de um Menino queconcentra em Si todo o amor, toda a pacincia deDeus que no se outorga a Si mesmo o direito de sedececionar. E, juntamente com o Menino, cobiandoos sonhos de Deus, est a Me; a Sua Me e nossaMe que, entre carcias e sorrisos, nos continua a dizerao longo da histria: Fazei tudo o que Eles vos dis-ser. (Joo 2,5)

    Isto era o que queria partilhar hoje na paz destanoite santa: o nosso Deus Pai, no se dececiona. Es-pera at ao fim. Deu-nos o Seu Filho como irmo paracaminhar connosco, para que seja luz na obscuridade;e nos acompanhar enquanto aguardamos a feliz espe-rana definitiva (Tito 2,13). O nosso Deus, o mesmoque semeou os Seus sonhos em ns, o mesmo que nose concede decees pela Sua obra, a nossa esperan-a. Como os anjos aos pastores, gostaria hoje de tedizer: No temas. No tenhas medo de nada. Dei-

    xem que venham as chuvas, os terramotos, os ventos,a corrupo, as perseguies a este resto de justos(cf.Mt 7,24-25). No tenhas medo, porque a nossa ca-sa est alicerada sobre a rocha desta convico: o Paiaguarda, tem pacincia, ama-nos, enviou-nos o Seufilho para caminhar connosco; no tenhas medo, des-de que estejamos alicerados sobre a convico de queo nosso Deus no se dececiona e nos espera.

    Esta a luz que brilha esta noite. Com estes senti-mentos, quero desejar-vos um feliz Natal.

    Cardeal Bergoglio (actual Papa Francisco)Buenos Aires, 25 de Dezembro de 2005

    Cardeal Bergoglio

    FRATERNIDADE DE MACEDO DE CAVALEIROS

  • 8/10/2019 371 - Laicado Dominicano Novembro Dezembro 2014 Cores

    3/8

    3

    Laicado Dominicano Novembro/Dezembro 2014

    Em ordem celebraodo jubileu 2016, oito-centos anos da confir-mao da ordem peloPapa Honrio III, te-mos como tema de es-tudo, neste ano, as pa-lavras de Jesus s auto-ridades judias em ambi-ente controverso: Sepermanecerdes na MinhaPalavra sereis verdadeira- mente meus discpulos econhecereis a Verdade e a

    Verdade vos libertar!(Jo.8,31) Trata-se de um temaapaixonante do qual importa tirar o mximo proveito;no perder esta oportunidade! Quem no gosta daLIBERDADE?! Viv-la e sabore-la a satisfao mai-or da condio humana. justamente isso que Jesusnos prope como o fez aos judeus.

    Ao escrever-vos numa altura em que ainda se sen-tem no ar as melodias de Natal, na frescura dos louvo-res ao MENINO DEUS! A afirmao de So Joo noprlogo do evangelho, acolhida por ns, anima o ca-minho que se abre nossa frente: vimos a sua glria,

    glria que lhe vem do Pai, como Filho Unignito cheio de

    graas de verdade! O Verbo (a PALAVRA) encarnou e habitou entre

    ns queles que o receberam deu -lhes o poder de se torna- rem filhos de Deus! Desde toda e eternidade este Deusalimenta a paixo da proximidade e comunho con-nosco que vai acontecendo na histria de cada tempo

    mediante o acolhimento que lhe feito na histriade cada um. Este tempo um tempo de graa para

    sentir e viver aquelaliberdade que a Palavra conhecidae acolhida contm.

    Os ESTATUTOS que nos orientam pem comofonte principal, em primeiro lugar, (n8,a) escuta daPalavra de Deus, leitura da Sagrada Escritura, sobre-tudo o Novo Testamento. Trata-se duma prtica ge-nuinamente dominicana. S. Domingos sempre levavaconsigo o Evangelho de S. Mateus e as Epstolas de S.Paulo, conforme reza a tradio. Fica-nos bem olharpara este nosso irmo mais velho nosso Pai! Notanto para fixar nele a nossa ateno, mas mais paradar ateno a tudo quanto enchia a sua vida, era a suapaixo e a sua alegria:o estudo e a contemplao me-ditada da Palavra de Deus.

    Alm desta fonte de estmulo, nestes tempos queso os nossos no deixo de recomendar as interven-es constantes do Papa Francisco a incentivar os cris-tos leitura diria da Bblia. A Palavra de Deus ali-mento indispensvel como fonte de alegria. Na Exor-tao Apostlica Alegria do Evangelho,a constantereferncia Palavra da Escritura, faz com que ela sejaacolhida por tanta gente como um caminho de espe-rana!

    Em todo o mundo os dominicanos esto a fazer

    caminho luz da Palavra de Deus, sobe a orientaodo Mestre Geral da Ordem para, em famlia celebraro 2016, com a uma alma comum, a alma dominicanacheia de jbilo!

    Fr. Marcos Vilar, o.p.

    PALAVRA DO PROMOTOR

    "O Natal no ornamento: fermento um impulso divino que irrompe pelo interior dahistriaUma expectativa de semente lanadaUm alvoroo que nos acordapara a dico surpreendente que Deus fazda nossa humanidade

    O Natal no ornamento: fermentoDentro de ns recria, amplia, expande

    O Natal no se confunde com o trfico sonolento dos

    smbolosnem se deixa aprisionar ao consumismo sonoro deocasio

    A simplicidade que nos propeno o simplismo gil das frases-feitasOs gestos que melhor o desenhamno so os da coreografia previsvel das convenes

    O Natal no ornamento: movimentoTeremos sempre de caminhar para o encontrar!Entre a noite e o diaEntre a tarefa e o domEntre o nosso conhecimento e o nosso desejoEntre a palavra e o silncio que buscamosUma estrela nos guiar

    O Natal no ornamento" Jos Tolentino de Mendona

    NATAL

  • 8/10/2019 371 - Laicado Dominicano Novembro Dezembro 2014 Cores

    4/8

    4

    Laicado Dominicano Novembro/Dezembro 2014

    NOTCIAS DAS FRATERNIDADESFRATERNIDADE DE S. DOMINGOS

    DE BENFICANo passado dia 7 deOutubro de 2014, diade Nossa Senhora doRosrio, fiz a minhapromessa temporriana Igreja de So Do-mingos de Benfica,na presena do PriorFrei Jos Manuel, de vrios membros daFraternidade e daComunidade

    Paroquial.

    Tinham-me dito para escolher um dia especial parafazer a promessa. Sem dvida que, quando consultei ocalendrio e reparei que o dia de Nossa Senhora doRosrio, um dia to especial para mim e para a Or-dem Dominicana, coincidia precisamente com o diada nossa reunio mensal, no pensei duas vezes e de-cidi logo informar a Presidente da Fraternidade daminha inteno de fazer a promessa nesse dia. A presi-dente, Maria de Ftima, muito simpaticamente tratoulogo de criar as condies para que tal fosse con-

    cretizado. Foi uma cerimnia muito bonita, com umritual bastante profundo.Ter feito a promessa temporria neste dia especial,

    no significou para mim uma escolha meramente te-rica e simblica, mas foi uma escolha com um pro-grama existencial a cumprir. A unio neste dia dapromessa da vocao Dominicana com a especi-ficidade da invocao de Nossa Senhora do Rosrio, um projecto de vida que tentarei realizar na minha vida. Se o carisma dominicano me impele a apro-fundar a minha F pelo estudo, para uma sua melhorcompreenso, defesa e proclamao, o dia de NossaSenhora do Rosrio, de acordo com a histria destainvocao mariana, exige de mim uma valorizao doRosrio da Virgem Maria na minha vida, e um com-bate permanente contra todas as ideologias de morteque ameaam a sociedade humana, e que atentamcontra uma sociedade verdadeiramente humana e cris-t.

    Agradeo Presidente Maria de Ftima, e a todosos membros da Fraternidade, todo o apoio, simpatia e

    gentileza com que me acolheram e apoiaram neste diato especial. Jos Alves

    FRATERNIDADE LEIGA DE S. DOMINGOSDE ESTREMOZ

    A Fraternidade Leiga de So Domingos de Estre-moz, no passado ms de Setembro na sua reuniomensal abriu as suas portas Admisso de 6 novosmembros: Maria Florinda, Maria Jos Garcia, MariaIsolinda, Ana Maria Manso, Rosa Arvana e Felizarda.Esta pequena cerimnia contou tambm com a pre-sena dos nossos irmos Francisco e Filomena Piarra,que mais uma vez nos presentearam com seu testemu-nho no caminho dominicano. s novas irms em SoDomingos a Fraternidade deseja que com o decorrerdas nossas reunies as mesmas se sintam embebidaspelo Esprito de So Domingos e possam contribuirpara um maior crescimento da nossa Fraternidade.

    Cremilde Rebola

    FRATERNIDADE LEIGA DE S. DOMINGOSDE ELVAS

    No passado Sba-do dia 13 de Dezem-bro a FraternidadeLeiga de So Domin-gos de Elvas acolheuem grande festa o ir-mo Joo Miguel Leo-nardo que emitiu asua promessa tempo-rria por 3 anos, a elemuitas felicidades e conta com a nossa ajuda.

    Notcia e foto retiradas da pg. do Facebookdos leigos Dominicanos de Elvas

    https://www.facebook.com/photo.php?fbid=711084282321308&set=pcb.711084902321246&type=1
  • 8/10/2019 371 - Laicado Dominicano Novembro Dezembro 2014 Cores

    5/8

    5

    Laicado Dominicano Novembro/Dezembro 2014

    PROGRAMA DE ACTIVIDADES DO CONSELHO NACIONAL DA FAMLIA DOMINCANA

    17-11-2014 Apresentao do livroReal Conventode S. Domingos de Abrantes Autor: Paulo Falco Tavares Local da apresentao: Sala anexa C. M. Abrantes. Apresenta: Frei Antnio Jos Almeida, OP.

    11-01-2015 Incio do Jubileu, IDSCS

    11h00 - Eucaristia na Igreja de S. Domingos (Lisboa / baixa)

    17-01-2015 Encontro de Formao Nacional orga-niza IDSCS

    Tema: Domingos; Governo, Espiritualidade e Li-berdade. Oradores: Frei Jos Nunes, OP e Gabriel Silva, OP. Local: Colgio de S. Jos Restelo

    25-01-2015 Festa deS. Toms DAquino Local: Colgio do Bom Sucesso Belm

    21-02-2015 Encontro de Formao Nacional orga-niza IDSCS Tema: Domingos; Governo, Espiritualidade e Li-berdade. Oradores: Frei Jos Nunes, OP e Gabriel Silva, OP. Local: Comunidade IDSCS - Aveiro

    18-04-2015 Passeio da Famlia Dominicana Local: vora 26-04-2015 Festa Sta. Catarina de SenaLocal: S. Domingos de Benfica - (casa me)

    26-27-28, de Junho 2015 - Peregrinao a Caleruega.

    PROGRAMA DE ACTIVIDADES DA PASTO-RAL JUVENIL DOMINICANA 2015

    11 e 12 de Abril Encontro Jovens em Leiria

    9 e 10 de Maio Encontro Adolescentes em Leiria26 e 27 de Setembro 60 Peregrinao Nacional doRosrio e da Famlia Dominicana

    AGENDA DA FAMLIA DOMINICANA

    TOMADA DE HBITO

    No passado dia 01 de Novembro em que a Igreja celebra aSolenidade de todos os Santos, dois irmos novios portugue-ses da Provncia Portuguesa da Ordem dos Pregadores, o Frei Jos Alberto Oliveira, O.P., o Frei Jos Manuel Nunes Silva,O.P. e ainda trs irmos angolanos, vestiram o hbito do paiS. Domingos de Gusmo, no convento de Santo Toms de Aquino, em Sevilha.Para eles e para os restantes novios, a nossa orao e comu-nho fraterna, pedindo a Deus que nesta escola de Domingosse continuem a formar homens e mulheres doEvangelho eda misericrdia . Se o "vestir" expresso do "sentir" e do viver em Cristo, noseguimento de S. Domingos, dmos muitas graas a Deus!

    Mrio Rocha

  • 8/10/2019 371 - Laicado Dominicano Novembro Dezembro 2014 Cores

    6/8

    6

    Laicado Dominicano Novembro/Dezembro 2014

    H dias, passeando por um campo, cheio de vegeta-o espontnea, oferta da Me Natureza, encontrei umabelho que, com um grande vozeiro, me indicava asua presena, ali bem perto de mim.

    Despertando-me a ateno pelos seus movimentosconstantes e pelo zumbido das suas asas, entabulei con- versa com ele.

    - Que fazes tu, lindo abelho, voando de flor emflor, com tanta leveza?

    - No sabes? Ando procura do nctar das florespara me alimentar e trago comigo uma grande misso

    a de transportar o plen de umas flores para as ou-tras, a fim de as polinizar. que, no sei se tu sabes,sem polinizao no h frutos e sem frutos, muitosseres da criao, incluindo o homem, no poderiam viver.

    - A srio? No sabia - Ai no? Ento, eu vou explicar-te: Na Natureza,

    tudo est interligado. Existe uma ordem e uma harmo-nia tal, que todos os seres criados esto incumbidos deum servio importante, para bem de todos os outros. o meu caso, o dos meus irmos abelhes e o dos meusprimos, os insetos voadores: abelhas, borboletas, ves-pas, libelinhas, joaninhas e muitos outros. Todos te-mos obrigao de trabalhar para o bem comum.

    - Que lindas as tuas palavras!...Eu julgava que tudoisso se aplicava apenas aos humanos, mas afinal j es-tou a ver que vocs tm muito valor para a conservaoda humanidade.

    - Ah! Sim, sim. S pena que os homens no noslevem a srio e no nos protejam como era seu dever.

    - Mas ento, que preciso fazer para vos proteger?- Nada que seja difcil. Primeiro, no nos matarem

    com os pesticidas, insecticidas e herbicidas que usamconstantemente nas rvores de fruto, nos produtoshortcolas ou nas ervas espontneas que nascem nashortas, nas vinhas, nos pomares e nas bermas das estra-das. Segundo, no limparem tanto as quintas, os quin-tais e os jardins, sem deixarem ao menos uns ramos outroncos secos, umas cortias ou canas velhas que nospossam abrigar durante o tempo frio e chuvoso. Ter-ceiro, no podarem demasiado as rvores que do flo-res para nos alimentar nem fazerem tantos relvadosque, por serem cortados muitas vezes, nunca viro adar flores, para ns podermos cumprir a nossa misso.

    - No sabia que vocs precisam assim tanto das flo-res

    - Ah! sim, precisamos. Sem elas, ns no sobrevive-mos.

    - E quais so as vossas flores preferidas?

    - Todas, muito especialmente as da vegetao espon-tnea, como o rosmaninho, o alecrim, a alfazema, amargaa, os lrios do campo, etc., tambm as dos jar-dins, as dos produtos hortcolas e as das fruteiras. Nome posso esquecer das flores da tlia cujo nctar aproveitado pelas minhas primas abelhas melferas,para fazer um delicioso mel.

    - Pronto. J percebi tudo o que me querias revelar arespeito da vossa linda misso na Terra e prometo que vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance, para vosproteger sempre. Obrigada, meu amigo. s um exce-lente professor! Quem me dera ser como tu

    Manuela Catana, op

    O MEU AMIGO ABELHO

    Sozinha pla estrada fora Olho bem a NaturezaDou graas ao Criador

    Que inventou tanta bele-za.

    Se houvesse quem meescutara,Eu gritaria bem alto:

    Parem j de destruirNo quero mais sobres-salto.

    A Natureza to belaNada a pode comparar Vamos todos estim-la

    Para nosso bem-estar.

    Pois ela tudo nos dComuma me carinhosa No podemos destruir

    Esta me, a mais bondo-sa.Paulina Maria Antunes

    A NATUREZA

  • 8/10/2019 371 - Laicado Dominicano Novembro Dezembro 2014 Cores

    7/8

    7

    Laicado Dominicano Novembro/Dezembro2014

    ANO JUBILAR 2015|2016100 Anos da morte de Teresa de Saldanha

    150 Anos do incio da fundao da Congregao dasIrms Dominicanas de St Catarina de Sena

    Teresa de Saldanha (1837-1916) nasceu e viveu numtempo difcil para a Igrejae para Portugal. Trs anosantes do seu nascimento,em 1834, os conventostinham sido fechados e osreligiosos expulsos. EmLisboa, sua cidade natal,grassava a fome, as epide-mias, a ignorncia, o anal-fabetismo, a exploraodas mulheres e crianasnos trabalhos fabris.

    O seu carisma proftico nasceu, pois, do seu olharatento da realidade, as circunstncias, nas quais des-cobriu desafios a que, procurou, com criatividade eaudcia.

    Sentindo o apelo a uma consagrao total a Jesus,e convencida da urgncia de educar as filhas do povoda qual, em sua opinio, dependia o futuro do pas,fundou, em 1866, uma Congregao religiosa - Irms

    Dominicanas de Santa Catarina de Sena, a primeira anascer em Portugal, numa poca em que todas ti-nham sido extintas.

    As primeiras Irms comeam a sua actividade noBairro de Alfama, em Lisboa. A educam as crianas e visitam os pobres e doentes nos hospitais e nos domi-clios. Iniciam tambm a alfabetizao e evangelizaode jovens operrios.

    A sua obra evangelizadora reconhecida peloBispo de Coimbra, D. Manuel Corra de Bastos Pina,em 1877: Quando acabei de ler a sua carta, no pu-de deixar de dizer para mim mesmo: bendito sejaDeus, porque, nestes tempos to difceis, aparecemainda estes exemplos to proveitosos e consoladorespara a religio e para a f. Devem muito a V. Ex.cia osministros da religio.

    Ao restaurar a vida Dominicana, Teresa temum objectivo pastoral, que se expressa num compro-misso social. A sua obra contribuiu para a evangeliza-o, educao e instruo de muitos milhares de cri-anas e jovens, sobretudo a parte feminina.

    Com a implantao da Repblica, em 1910, a mai-or parte das comunidades da Congregao foramcompulsivamente fechadas e as Irms dispersas. As

    estrangeiras regressaram aos seus pases e da partiramem misso para outros pases: Estados Unidos da Amrica, Brasil, Blgica, Espanha.

    No dia 8 de Janeiro de 1916, com setenta e oitoanos, intensamente vividos, Teresa de Saldanha mor-re serenamente. Est sepultada no Cemitrio de Ben-fica e ao seu tmulo vo numerosos fiis pedir e agra-decer a sua proteco, junto de Deus.

    Em Lisboa, Lagoa e Rio Maior existem ruas com oseu nome. O seu Processo de Canonizao decorreem Roma.

    Deus acima de tudo e Fazer o bem sempre sintetizam oseu carisma proftico e da congregao que fundou,para perpetuar e dilatar a compaixo e a misericrdia. essachama carismtico-proftica que ilumina hojea Congregao das Irms Dominicanas de SantaCatarina de Sena em Albnia, Angola, Brasil,Moambique, Paraguai, Portugal e Timor-Leste.O Ano Jubilar ter incio no dia 11 de Janeiro de2015 comuma celebrao da Eucaristia naIgreja de S. Domingos da

    Baixa, s 11 Horas.TERESA aceitou ao chamamen-to de Jesus em plena juventude,cheia dos atrativos da sua poca eda nobreza.

    Teresa preferiu a grandeza daentrega total ao servio dos maispobres a ficar refm de uma fam-lia da Nobreza!

    Muitas jovens seguem hoje, nos quatro cantos domundo, o cami-nho que Teresapercorreu! Algumas vo repe-tindo: Queroser um vaso novocomo o barro nasmos do olei-ro. ... e no ape-nas repetindo mas

    deixando-se moldar pelo esprito do Evangelho de Jesus.

    Ir. Rita Maria Nicolau (texto)Ir. Roslia (fotos)

  • 8/10/2019 371 - Laicado Dominicano Novembro Dezembro 2014 Cores

    8/8

    8

    F i c h a T c n i c a Jornal bimensal Publicao Peridica n 119112ISSN: 1645-443XPropriedade: Fraternidade Leigas de So DomingosContribuinte: 502 294 833Depsito legal: 86929/95Direco e RedacoCristina Busto (933286355)Maria do Carmo Silva Ramos (966403075)Colaborao:Maria da Paz Ramos

    Administrao:Maria do Cu Silva (919506161)Rua Comendador Oliveira e Carmo, 26 2 Dt2800 476 Cova da PiedadeEndereo: Praa D. Afonso V, n 86,

    4150-024 PORTO

    E-mail: [email protected]: 420 exemplares

    O s a r t i g o s p u b l i c a d o s e x p r e s s a m a p e n a sa o p i n i o d o s s e u s a u t o r e s .

    Laicado Dominicano Novembro/Dezembro 2014

    Reuniu-se no passado fim de semana de 8 e 9 deNovembro, em Ftima, a Assembleia de representan-tes do Laicado Dominicano, afim de eleger o novo

    Conselho Provincial Leigo.Fizeram-se representar as Fraternidades de Elvas,Estremoz, Idanha-a-Nova, Parede, S. Domingos deBenfica, Ftima, Pinheiro da Bemposta e Porto.

    Para alm do Promotor Provincial, frei Marcos,esteve tambm presente o Prior Provincial, frei Pedro,que iniciou os trabalhos da Assembleia, ao incio datarde, com uma breve palestra onde falou sobre a ne-cessidade de nos pormos ao servio dos irmos.

    A Eleio decorreu aps a Eucaristia da tarde, fi-cando assim constitudo o novo Conselho ProvincialLeigo (aps uma primeira reunio, onde foram vota-dos os cargos):

    Presidente e Formador: Gabriel Silva (frat. Porto) Vice-presidente : Jos Antnio Caimoto (frat. Por-

    to)Secretria : Maria Fernanda Carlos (frat. Elvas) Administrador : Antnio Jos Carlos (frat. Elvas) Vogal : Maria do Carmo Ramos (frat. Porto)

    Vogal : Anabela Lopes Dias (frat. Parede) Vogal : Lus Manuel Santos (frat. Parede)

    A manh de domingo foi destinada apresentaodos relatrios de actividades de : Conselho Provincial, Administrao Provincial, Formador Provincial e jor-

    nal Laicado Dominicano.De seguida passou-se apresentao de moes

    Assembleia por parte dos delegados, e subsequentediscusso e votao.

    A Assembleia encerrou os seus trabalhos com aEucaristia dominical. Aps o almoo, os participantesdespediram-se com a convico do dever cumpridoao Novo Conselho Provincial os votos de bom traba-lho, na alegria de estar ao servio das Fraternidades!

    Cristina Busto, o.p.

    ASSEMBLEIA ELECTIVA DAS FRATERNIDADES LEIGAS DOMINICAN