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3º TRIMESTRE • 2015 • Nº 312 3º TRIMESTRE • 2015 • Nº 312 COMENTÁRIOS ADICIONAIS

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3º TRIMESTRE • 2015 • Nº 3123º TRIMESTRE • 2015 • Nº 312

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

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2 Comentários Adicionais – 3º Trimestre de 2015

1. A simplicidade do evangelho e a sofisticação da igreja

O evangelho de Jesus Cristo é simples. Simples na forma e simples no conteúdo. A vida e o ministério de Jesus acontecem num cenário simples. Ele anunciou as boas novas do reino de Deus, demonstrou a presença do reino através de palavras, exemplos e ações. Convidou pessoas para estarem e aprenderem com ele. Sofreu as incompreen-sões do sistema religioso e político do seu tempo. Morreu e ressusci-tou. Após a ressurreição, encontrou-se com seus discípulos e comu-nicou-lhes que recebera toda autoridade no céu e na terra, e que, como Rei e Senhor, enviou seus discípulos para anunciarem as boas novas, levando homens e mulheres a guardarem tudo o que ele ensi-nou, integrando-os numa comunidade trinitária por meio do batismo, e prometeu estar com eles todos os dias, até o fim.

Alguns dias depois, no meio da festa de Pentecostes, 120 discípulos estavam reunidos em Jerusalém, e a promessa de Jesus se cumpriu. Todos foram cheios do Espírito Santo, começaram a viver a nova realidade anun-ciada por Jesus, saíram alegremente, por todo canto, pregando a boa notícia de que Deus visitou seu povo e trouxe salvação, justiça e liberdade.

A história seguiu e os cristãos foram se multiplicando, organizando igrejas, criando instituições, formas e ritos. Porém, as instituições cres-ceram e suas estruturas se tornaram mais complexas e sofisticadas. Transformaram-se num fim em si mesma. A simplicidade do evangelho foi substituída pela complexidade institucional.

C. S. Lewis, na carta 17 do livro “Cartas de um Diabo a seu Apren-diz”, aborda o tema da glutonaria e afirma que uma das grandes re-alizações do maligno no último século foi retirar da consciência dos homens qualquer preocupação sobre o assunto, e isso aconteceu quando ele transformou a “gula do excesso na gula da delicadeza”.

14 DE JULHO DE 2015

Uma comunidadesimples

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Para C. S. Lewis, o problema da gula, muitas vezes, não está no excesso de comida, mas na sofisticação, na exigência de detalhes em relação ao vinho, ao ponto do filé ou ao cozimento da massa. Fica impossível aten-der a um paladar tão sofisticado. A simplicidade do ato de comer dá lu-gar à sofisticação gastronômica. Pessoas assim, segundo o autor inglês, demitem cozinheiras, destratam garçons, abandonam restaurantes, cul-tivam relacionamentos falsos e terminam a vida numa solidão amarga.

Como igreja, corremos o mesmo risco. A simplicidade e pureza do evangelho já não provocam prazer na maioria dos cristãos ocidentais. A sofisticação da igreja, sim. É o vaso tornando-se mais valioso que o tesouro contido nele. Se a música não estiver no volume perfeito, o ar condicionado no ponto exato, a pregação no tempo apropriado, com conteúdo que agrade a todos os paladares e com o bom uso dos apa-ratos tecnológicos, talvez eu não me agrade desta igreja.

Justificamos a sofisticação com expressões como “busca por exce-lência”, “relevância”, “qualidade”. Parece justo. O problema é que a excelência ou a relevância do evangelho está exatamente na sua simplicidade. É cada vez mais fácil encontrar cristãos que acharam a “igreja certa” do que os que simplesmente encontraram o evangelho. A sofisticação da igreja mantém o cristão num estado de espiritualida-de falsa e superficial. A maior deficiência do cristianismo não está na forma, mas no conteúdo.

A verdadeira experiência espiritual requer um coração aquecido e não sentidos aguçados. Precisamos elevar nossos afetos por Cristo, seu reino, sua Palavra e seu povo, e não os níveis de sofisticação e exigências institucionais. O vaso deve ser de barro, sempre. O tesouro que ele guarda, o evangelho simples de Jesus Cristo, é que tem grande valor. A sofisticação produz queixas, impaciência, falta de caridade e egoísmo. A simplicidade sempre nos conduz a compaixão, sinceridade, devoção e autodoação.

Sousa, Ricardo Barbosa de. A simplicidade do evangelho e a sofis-ticação da igreja. disponível em: <http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/340/a-simplicidade-do-evangelho-e-a-sofisticacao-da-igreja> acesso: 08 de junho de 2015.

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4 Comentários Adicionais – 3º Trimestre de 2015

2. Igreja no Doutrinal: “A igreja é o conjunto de todos os verdadeiros cristãos de todos os tempos, isto é, os que se arrependeram, foram perdoa-dos e justificados, mediante a fé em Jesus Cristo. A palavra “igreja” aparece, pela primeira vez, em Mateus 16:18, em que Jesus diz: ... edificarei a minha igreja. Aqui, a palavra igreja é uma tradução do termo ekklesia, que indica, em sua língua de origem, uma assembleia ou ajuntamento de pessoas para tratar de algum assunto de interesse comum. Essa palavra se repete mais de cem vezes, no Novo Testamento.” (O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto. São Paulo: GEVC, 2012, p.252).

3. Igreja chamada: “Os que constituem a igreja foram “chamados para fora” do pecado e da perdição, e como tais são a ek-klesia. Mais uma vez, se esse evento não tivesse ocorrido, ela não existiria, independentemente do que uma assembleia possa pretender fazer por si própria. Além disso, os indivíduos podem ser denominados ‘membros da igreja’, mas, se não foram chamados para fora, não pertencem a ela de fato. A igreja é a ekklesia dos redimidos.” (WILLIAMS, J. Rodman. Teologia sistemática: uma perspectiva pentecostal. Tradução: Sueli Saraiva e Lucy Hiromi Kono Yamakami. São Pau-lo: Vida, 2011, p.757).

4. Igreja local: “A igreja local, portanto, não é apenas uma parte ou um fragmento da igreja universal. Não é de modo algum um pedaço menor, mui-to menos inferior, da igreja como um todo. Antes, ela é de fato a igreja em sua expressão individual. Toda assembleia local, seja pequena, seja grande, é a igreja de Jesus Cristo e, por essa razão, acha-se completa nele. A igreja não seria realmente igreja se não fosse local.” (Idem, pp.774-775).

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211 DE JULHO DE 2015

1. Dons: Deus na igreja: “Existe um princípio crucial que precisamos compreender como ponto de partida: quando Deus concede dons espirituais, Ele não está dando ao seu povo algo que está fora dele. Eles não são algo tangível ou uma substância que pode ser separada de Deus. Os dons espi-rituais são nada menos do que o próprio Deus em nós, fortalecendo nossas almas, transmitindo revelação às nossas mentes, infundindo poder em nossas vontades e operando seus propósitos soberanos e cheios de graça por meio de nós.” (Storms, Sam. Dons espirituais: uma introdução bíblica. Tradução: Claudio Chagas. Rio de Janeiro: Anno Domini, 2014, p.14).

2. Sobre os dons espirituais

Paulo desejava que os coríntios tivessem um entendimento correto dos dons espirituais. Um teste fundamental é o testemunho que se oferece so-bre Jesus Cristo. As operações de Deus são diversas. Com Pedro diz: “Cada um exerça o dom que recebeu para servir os outros, administrando fielmen-te a graça de Deus em suas múltiplas formas.” (1 Pedro 4.10). A base para a unidade deles é que todos procedem da mesma fonte. E porque procedem da mesma fonte, eles não podem trabalhar contra o outro, ou em compe-tição com o outro. Dons espirituais são a “manifestação” do Espírito Santo. O Espírito não é visto ou ouvido, mas ele se mostra por suas operações e efeitos. Todo o povo de Deus têm sabedoria e conhecimento, mas o Espírito capacita alguns a trazer mensagens cheias de insights poderosos para a edi-ficação da igreja. Todos os cristãos têm fé, e a própria fé salvífica é um dom de Deus, mas há um dom de fé que sobrecarrega uma pessoa de confiança, de forma que ela pode, sem hipérbole, ordenar que uma montanha se atire no mar. A forma como esses poderes se demonstram poderia abranger um ampla gama de itens. Há muitos exemplos que poderíamos escolher: Elias sozinho multiplicou matéria, chamou fogo do céu e ressuscitou os mortos.

Uma comunidadecarismática

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6 Comentários Adicionais – 3º Trimestre de 2015

A lista não tem o intuito de ser completa, visto que outros dons são especificados em outros lugares, e não há razão para acreditar que todas as listas juntas formem um inventário exaustivo. A graça de Deus é multi-forme, e as listas dão-nos meramente uma ideia dos tipos de coisas que o Espírito capacita as pessoas a fazer. Não há ninguém como o nosso Deus, e não há povo como o seu povo, revestido com o poder do céu. Toda ma-nifestação do Espírito é dada para o bem comum. Os dons não são des-tinados a assegurar glória ou benefício pessoal. Eles são distribuídos de acordo com a vontade do Espírito, e Paulo sugere que uma pessoa pode orar por uma habilidade que lhe falte (14.13), a fim de edificar a igreja.

Cheung, Vincent. Sobre dons espirituais. Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto. Disponível em: <http://www.monergismo.com/vincent--cheung/sobre-os-dons-espirituais/> acesso: 10 de junho de 2015.

3. Cada pessoa é importante: “Assim como o corpo humano, o corpo de Cristo é um organismo completo feito por Deus. Cada membro do corpo é único. Não existe nenhum outro ‘você’ ou ‘eu’. Em certo sentido o seu dom e o meu são únicos. Deus dá dons semelhantes a pessoas diferentes, mas há algo especial nisto que nos faz diferentes de qualquer pessoa que já viveu na terra. Se qualquer um de nós estiver faltando, o corpo está completo.” (Graham, Billy. O poder do Espírito Santo. 2 ed. Tradução: Hans Udo Fuchs. São Paulo: Vida Nova, 2009, p.154)

4. Dons da Triunidade: “Em tudo isso é importante ter em mente que por trás dos dons espirituais encontra-se o Deus trino. Ainda que os dons se-jam principalmente manifestações do Espírito Santo, eles têm por trás todo o peso da Divindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Segue-se que uma comunidade verdadeiramente carismática, que age pelos dons pneumáticos, é trinitária em sua operação fundamental e estilo de vida. (WILLIAMS, J. Rodman. Teolo-gia sistemática: uma perspectiva pentecostal. Tradução: Sueli Saraiva e Lucy Hiromi Kono Yamakami. São Paulo: Vida, 2011, p.644)

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18 DE JULHO DE 2015

31. Compromisso com a igreja: compromisso com as pessoas: “Se você

se compromete com uma igreja, se compromete com um corpo local de pes-soas que tentará ajuda-lo a lidar bem com os problemas. Por exemplo, se ficar evidente que você tem problema com fofoca, seus irmãos e irmã tentarão conversar com você a respeito deste problema. Se você está ficando abatido, seus irmãos e irmãs tentarão encorajá-lo. O Novo Testamento mostra, com clareza, que nosso seguir a Jesus deve envolver cuidado e interesse de uns para com os outros. Esta é uma parte do que significa ser cristão. Embora o façamos de modo imperfeito, devemos estar comprometidos em fazer isso.” (DEVER, Mark. Nove marcas de uma igreja saudável. Tradução: Wellington Ferreira. São José dos Campos: Fiel, 2007. p.169).

2. Apegar: “Ser membro de uma igreja é a nossa oportunidade de nos apegarmos uns aos outros com responsabilidade e amor. Por nos identifi-carmos com uma igreja em particular, permitimos que os pastores e outros membros daquela igreja local orem e saibam que tencionamos nos compro-meter com a frequência, a contribuição, a oração e o ministério da igreja. permitimos que nossos irmãos em Cristo tenham grandes expectativas sobre nós nestas áreas, e tornarmos conhecido o fato de que estamos sob a respon-sabilidade desta igreja local. Asseguramos à igreja o nosso compromisso com Cristo, para servir juntamente com eles; buscarmos igualmente o compromis-so deles, para servirem conosco e nos encorajarem. (Ibidem, p.171).

3. Definindo a comunhão: “O termo comunhão não significa apenas ‘estar juntos’. Quer dizer ‘ter em comum’, podendo ser uma referência ao compartilhamento de bens materiais praticado na Igreja primitiva. Por certo, não se tratava de uma forma de comunismo, pois foi um programa inteiramente voluntário, temporário (At 11:27-30) e motivado pelo amor.” (WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Novo Testamento: vol. 1. Tradução: Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006, p.531).

Uma comunidaderelacional

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8 Comentários Adicionais – 3º Trimestre de 2015

4. Igreja: comunidade relacional:

A igreja é a comunhão dos santos. Em outras palavras, a igreja é comunidade dos relacionamentos. E a qualidade de uma igreja local depende do bom relacionamento das pessoas com Deus e das pessoas entre si.

Texto Básico: 1 Tessalonicenses 5.12-22

A igreja de Tessalônica fundada por Paulo e Silas, tornou-se uma igreja modelo para os crentes primitivos e também para nós. Ela era uma igreja que progredia espiritualmente em todos os sentidos. E o segredo para a manutenção daquele progresso era investir nos relacio-namentos. Paulo via a igreja como uma família, e ele chamava carinho-samente aqueles crentes de irmãos (27 vezes em 1 e 2 Tessalonicen-ses). No trecho de 1Tessalonicenses 5.12-22, Paulo conclama o povo da igreja para investir em relacionamento.

1. O RELACIONAMENTO DOS PASTORES COM AS OVELHASO Novo Testamento usa quatro títulos para definir um líder espiri-

tual: a) Pastor = alimentar e proteger; b) Guia = condutor espiritual; c) Ancião/presbítero = alguém que possui maturidade espiritual; d) Bispo = supervisor espiritual ou aquele que olha e vigia o rebanho. Em sínte-se, um líder espiritual é uma pessoa madura espiritualmente, que com autoridade e sabedoria espiritual, alimenta, protege e dirige o rebanho.

Paulo ao exortar os irmãos, fala das responsabilidades do líder: Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam (1Ts 5.12). Três responsabilidades dos líderes para com o rebanho: trabalhar entre o reba-nho com esforço e diligência; presidir ou dirigir o rebanho com autorida-de espiritual; admoestar (despertar a mente), instruir e advertir as ovelhas.

2. O RELACIONAMENTO DAS OVELHAS COM OS PASTORESPaulo orienta também como deve ser o relacionamento das ovelhas

com os pastores: Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração,

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por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros (1Ts 5.12-13). Três responsabilidades das ovelhas para com os líderes: acatar com apreço, ou seja, olhar o líder com respeito e honra; amar o líder em máxima consideração, não por causa da sua simpatia pessoal, mas pelo trabalho que realiza; viver em paz com o líder, procurando eliminar os conflitos existentes.

3. O RELACIONAMENTO UNS COM OS OUTROSPaulo exorta: Exortamo-vos, também, irmãos, que admoesteis os

insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos. (1Ts 5.14). Existem na igreja três gru-pos que precisam de uma atenção especial: os insubmissos ou os que vivem desordenadamente; os desanimados (alma pequena) ou desalentados espiritualmente; e os fracos, aqueles que estão com debilidades física, moral e espiritual Fica claro que a obrigação de admoestar, consolar e amparar estes três grupos é de toda a igreja. Esta tarefa exigirá longanimidade ou paciência por parte de todos. Paulo diz ainda: Evitai que alguém retribua a outrem mal por mal; pelo contrário, segui sempre o bem entre vós e para com todos.(1Ts 5.15). Quando somos feridos, a primeira reação é a da retaliação ou vingança. Paulo condena tal prática. É nosso dever seguir o bem tanto para com os irmãos como para os de fora da igreja. A vingança pertence ao Senhor! (Rm 12.17-21).

4. O RELACIONAMENTO DA IGREJA COM DEUSA vida comunitária na Igreja, em suas diversas atividades, pode levar

o crente a negligenciar o seu relacionamento pessoal com Deus. Isto não deve acontecer. Comunhão com Deus deve ser a prioridade do cristão. A qualidade de todos os outros relacionamentos depende de um bom relacionamento dom Deus. Paulo fala agora de quatro atitu-des internas dos crentes, no seu relacionamento com Deus: Regozijai--vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo, daí graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. Não apagueis o Espíri-to (1Ts 5.16-19). Observe as quatro atitudes básicas: regozijo, oração, gratidão e fervor espiritual. Podemos dizer, quatro características de uma igreja autentica: É uma igreja feliz; é uma igreja que ora; é uma igreja agradecida; é uma igreja fervorosa no Espírito.

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10 Comentários Adicionais – 3º Trimestre de 2015

5. O RELACIONAMENTO DA IGREJA COM OS FALSOS MESTRESNa Bíblia, somos proibidos por Deus de julgar os outros hipocrita-

mente e de julgar os motivos e atitudes dos outros. Deus, contudo, manda a sua igreja ter discernimento espiritual. A igreja é atacada pelo Diabo, que semeia falsos ensinos, por meio de falsos mestres. É por isso que Paulo fala sobre como deve ser o relacionamento da igreja com os falsos mestres ou o falso ensino. Não desprezeis as profecias; julgai todas as cousas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal. (1Ts 5.20-22).

Quatro princípios: (1) Não desprezar os “pronunciamentos proféti-cos” ou a pregação da Palavra. (2) Julgar todas as cousas, isto é, discer-nir ou provar aquilo que está sendo dito ou ensinado, com o objetivo de constatar a sua autenticidade ou veracidade. (3) Reter ou apegar-se ao que é bom – genuíno e verdadeiro, a fim de proteger a verdade bíblica ou a sã doutrina (4) Abstende-vos, fuja ou afaste-se de toda forma ou aparência de mal, tanto de conduta, mas principalmente, do falso ensino e dos falsos mestres.

Casimiro, Arival Dias. Igreja: comunidade relacional. Disponível em: <http://www.ippinheiros.org.br/2011/11/a-igreja-e-a-comunidade--dos-relacionamentos/ > Acesso em: 11 de junho de 2015.

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25 DE JULHO DE 2015

4 Uma comunidadeensinadora

01. Igreja do ensino: “O relato de Atos 2 nos assegura que os cristãos primitivos ‘perseveravam na doutrina dos apóstolos’ (versículo 42). Vieram a ser conhecidos como ‘os que criam’ (versículo 44), o que sugere um corpo objetivo de verdades mutuamente abraçadas. Segundos At 4:4, a igreja cres-ceu à medida que ‘muitos... dos que ouviram a palavra, creram’. Mais tarde, quando os detalhes do cuidado ao rebanho de Jerusalém se multiplicaram, os apóstolos continuaram a perseverar ‘na oração e no ministério da palavra’ (6:4).” (SWINDOLL, Charles. A noiva de Cristo. Tradução: Wanda Assumpção. São Paulo: Vida, 2006, pp.45-46).

02. Sempre ensinando: “Nenhuma preocupação corriqueira, nenhuma necessidade urgente, nenhuma prioridade, nem mesmo as queixas no meio da assembleia diminuíram a ênfase sobre a instrução bíblica. Nada fazia a lideran-ça da igreja primitiva renunciar ao ministério da Palavra. Os cristãos também recebiam alimento sólido e verdade mais profunda das Escrituras.” (Idem).

03. Ensinadores pentecostais: “Após a mensagem de Pedro, cerca de 3 mil pessoas foram batizadas, e ‘se dedicavam ao ensino dos apóstolos’ (At 2.42). Os apóstolos, portanto, fizeram do ensino a prioridade máxima da recém-fundada igreja de Jerusalém. Além disso, aqui a palavra ‘dedicavam’ indica que o ensino era continuado.” (WILLIAMS, J. Rodman. Teologia siste-mática: uma perspectiva pentecostal. Tradução: Sueli Saraiva e Lucy Hiromi Kono Yamakami. São Paulo: Vida, 2011, p.836).

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12 Comentários Adicionais – 3º Trimestre de 2015

04. A doutrina dos apóstolos:

O primeiro ponto a ser ressaltado é a Doutrina dos Apóstolos. O que Lucas quer dizer com “perseveravam na doutrina dos apóstolos” é que a Igreja Primitiva mantinha-se firmada na instrução dos apóstolos. A idéia expressa pelo verbete “perseverar” é dar constante atenção a alguma coisa. Ou seja, a Igreja Primitiva mantinha-se constantemente alicerçada pelo ensino apostólico. É importante ressaltar que até este ponto da história a doutrina da igreja primitiva podia ser resumida pelo v.36 do mesmo capítulo: “Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo“. Em favor desta idéia vamos nos lembrar daquilo que Paulo nos informa em 1Co15.3-4: “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras“. A intenção de Paulo era de deixar aos Coríntios aquilo que é essencial para sua vida. Essa é a doutrina deixada que deve ser ensinada na Igreja hoje. Tudo o que não é concernente a doutrina dos apóstolos deve ser deixada de lado.

Contudo, é digno de nota que todos os apóstolos tinham sido ins-truídos por Cristo, e por certo podiam repassar aquilo que haviam aprendido. Aliás, a expressão grega referente a “doutrina dos após-tolos” sugere que tal instrução seja procedente dos apóstolos. Ou seja, O ensino da igreja é mantido por aqueles que tem autoridade e capacidade para tal tarefa. Dois requisitos básico devem ter os que transmitem o ensino dos apóstolos: Autoridade e Capacidade. Sobre capacidade, podemos dizer que tal princípio não é um critério exigido pela Instituição da Igreja, nem mesmo pela liderança local de cada núcleo da Igreja. Mas é um requisito das Escrituras. Observe que duas passagem exigem isso de maneira irrevogável: 1Tm.3.2 e 2Tm.2.24.

Qual é o papel da liderança da Igreja hoje? Certamente o mesmo desempenhado pelos apóstolos no início da História. Sobre eles estava a responsabilidade de instruir e governar a igreja de Cristo, não como senhores, mas como servos. O serviço do líder deve estar em conformi-dade coformidade com o serviço de seu Senhor. Cristo, como exemplo de liderança, foi o discipulador dos apóstolos, mas manteve-se sempre humilde diante deles. O Serviço do líder deve ser o Serviço a Seu Se-nhor, nos moldes ensinados por ele.

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De acordo com tal conclusão, podemos dizer que o líder deve pro-mover a Instrução dos membros do Corpo de Cristo. Mas qual deve ser o conteúdo do seu ensino? Certamente o mesmo conteúdo exposto pelos apóstolos. Tudo o que os apóstolos ensinaram que merece ser lembrado historicamente, foi preservado pelo Espírito Santo até os dias de hoje, e todo esse material encontra-se nas Escrituras. Diante desse fato, o papel do líder da Igreja é promover o governo da comunidade cristã que dirige, nos moldes da Liderança de Cristo, da mesma forma que promove o ensino nos moldes do ministério dos apóstolos.

Berti, Marcelo. A vida da Igreja de Cristo em Atos (At.2.42-47): A. Doutrina dos Apóstolos. Disponível em: < https://marceloberti.word-press.com/2009/02/10/a-vida-da-igreja-de-cristo-em-atos-at242-47/ > Acesso em: 15 de junho de 2015.

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14 Comentários Adicionais – 3º Trimestre de 2015

1 DE AGOSTO DE 2015

501. Como funciona o discipulado?:

Essencialmente, o discipulado funciona através de instrução e imi-tação. Porém, o discipulado funciona melhor através do amor. À me-dida que nós amorosamente instruímos crentes mais novos no caminho da piedade e vivemos de maneira recomendável, eles crescem em seme-lhança a Cristo por imitarem nossa vida e doutrina (ver 1Timóteo 4.16).

Instrução: A Bíblia chama pastores e pais para instruírem aqueles que foram confiados aos seus cuidados (Provérbios; Gl 6.6; Ef 6.4; 1Ts 4.8; 1Tm 1.18; 6.3; 2Tm 2.25; 4.2). Ela também chama todos os cren-tes a instruírem uns aos outros (Rm 15.14).

Imitação: Cristãos são imitadores, primeiro de Deus, depois uns dos outros. Nós crescemos na graça de Deus por ouvirmos e imitarmos. Considere as seguintes passagens:

• “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1Co 11.1);• “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra

de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram” (Hb 13.7);

• “O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco” (Fp 4.9);

• “Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança” (2Tm 3.10);

• “Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom” (3 Jo 11).

Amor: As pessoas imitarão a sua vida mesmo quando você não as ama. Mas um líder que lidera com amor apresenta a melhor imagem de Cristo, e as pessoas irão segui-lo melhor quando você as ama.

Uma comunidadediscipuladora

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Amizade: Em um certo sentido, discipulado é simplesmente ami-zade, mas amizade com uma direção Cristocêntrica. O que amigos fazem? Eles imitam uns aos outros. No discipulado, nós nos aproxima-mos de outros para crescermos em semelhança a Cristo e para ajudá--los a crescerem em semelhança a Cristo.

Como ser um discípulo? (i) Ouça e veja como cristãos mais maduros trabalham, descansam, constroem uma família, lidam com conflitos, evangelizam seus vizinhos, perseveram nas aflições, servem na igreja, ou lutam contra o pecado. (ii) Imite-os!

Como funciona o Discipulado e como posso Discipular ou-tros Cristãos?. Disponível em: <http://voltemosaoevangelho.com/blog/2013/11/como-funciona-o-discipulado-e-como-posso-discipular--outros-cristaos/ > Acesso em: 15 de junho de 2015.

02. Como posso discipular outros cristãos?:

• Faça parte de uma igreja.• Chegue cedo aos encontros da igreja e fique até tarde.• Pratique a hospitalidade para com os membros de sua igreja.• Peça a Deus por amizades estratégicas.• Se possível, inclua um item em seu orçamento familiar ou pasto-

ral para um tempo semanal com companheiros cristãos. Discuta esse assunto com sua esposa. Se possível, estipule no orçamento um item semelhante para a sua esposa também.

• Agende regularmente cafés-da-manhã, almoços, ou algum ou-tro compromisso social culturalmente aceitável com indivíduos ensináveis (do mesmo sexo). Dependendo da pessoa, você pode decidir encontrá-la uma vez, ou indefinidamente, ou por um nú-mero preestabelecido de vezes (cinco, por exemplo). Se você e o indivíduo têm algum passatempo em comum, pense em manei-ras de fazerem isso juntos.

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16 Comentários Adicionais – 3º Trimestre de 2015

• Pergunte-lhes sobre suas vidas. Pergunte-lhes sobre seus pais, esposa, filhos, testemunho, trabalho, caminhada com Cristo, e assim por diante. Ao fazer essas perguntas, porém, faça-o de uma maneira que seja apropriada ao seu contexto cultural (não os assuste!).

• Compartilhe sobre sua própria vida.• Procure maneiras de ter conversas espirituais. Talvez vocês deci-

dam ler a Bíblia ou algum outro livro cristão juntos.• Considere as necessidades físicas ou materiais deles. Eles se be-

neficiariam da sua ajuda?• Ore com eles.• Dependendo da situação no seu lar, convide a pessoa para visitar

sua casa ou passar tempo com sua família. Deixe que ela veja como você vive.

• Procure maneiras de orar pela pessoa durante a semana, indivi-dualmente e/ou com sua esposa.

Idem.

03. Discipulado segundo O Doutrinal: “Mas o que é um discípulo? Aprendiz talvez seja um bom termo equivalente, visto que discípulo é aquele que recebe ensino de alguém. O discípulo apega-se a seu mestre, identifi-cando-se com ele. Neste sentido, a Bíblia diz: Basta ao discípulo ser como seu mestre (Mt 10:25). O discípulo deve aprender não apenas ouvindo, mas, sobretudo, praticando. Ele aprende a viver como o seu mestre e, depois, co-munica a outros a vida que tem.” (O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto. São Paulo: GEVC, 2012, p.129).

04. Discipulado perseverante: “Seguir [a Cristo] não é um ato isolado, feito uma vez e nunca repetido. É um compromisso para a vida toda, que só será cumprido quando a última barreira for cruzada, a coroa for recebida e toda as outras recompensas forem recebidas com gratidão das mãos de Jesus. (BOICE, James Montgomery. O Discipulado Segundo Jesus. Tradução: Josué Ribeiro. São Paulo: Cultura Cristã, p.27).

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8 DE AGOSTO DE 2015

601. Forma e informal: “(...) não devemos polarizar entre o estruturado

e o desestruturado. Generalizando, os mais velhos preferem os cultos mais formais e majestosos na igreja, enquanto os mais jovens preferem reuniões espontâneas e livres nas casas. Precisamos experimentar as preferencias uns dos outros. A igreja primitiva tinha ambas, e nós precisamos de ambas.” (STOTT, John. A Igreja autêntica. Tradução: Lucy Hiromi Kono Yamakami. Viçosa: Ultimato e São Paulo: ABU, 2013, p.27).

02. Culto alegre: “(...) a adoração da igreja primitiva era tanto alegre como reverente. A palavra grega ao final do versículo 46 [Atos] é agalliasis, uma expressão exuberante de alegria. Deus enviara seu Filho ao mundo, e agora havia enviado seu Espírito ao coração deles. Como não seriam alegres? ‘O fruto do Espírito é [...] alegria’, e às vezes uma alegria mais desinibida do que nossas tradições eclesiásticas incentivam”. (Idem.)

03. Culto reverente: “(...) a adoração da igreja primitiva nunca era irre-verente. No entanto, hoje, se o culto em algumas igrejas parece um funeral, em outras é leviano. Mas se a alegria deve caracterizar nossa adoração, assim também a reverência. Assim escreve Lucas: ‘Todos estavam cheios de temor’ (v.43). o Deus vivo e santo havia visitado Jerusalém. Deus estava no meio de-les e eles se curvavam diante dele numa mistura de admiração e humildade a que chamamos adoração.” (Idem)

Uma comunidadeadoradora

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18 Comentários Adicionais – 3º Trimestre de 2015

04. Adoração - O que não é, o que é e o que precisa ser:

Adoração não é uma simples performance vocal ou instrumental. Adoração não é um movimento corporal estereotipado. Adoração não é cantar como adoradores comprometidos vivendo de forma descom-prometida. Adoração não é delimitar um espaço físico para Deus se manifestar. Adoração não é “vibrar” na celebração com outras pesso-as sem “vibrar” no cotidiano. Adoração não é uma simples leitura de uma partitura que é desenvolvida de forma fria e sem expressão. Ado-ração não é se apoiar nos candidatos a ídolos da música gospel. Ado-ração não é maquiar a vida através de expressões, frases ou palavras. Adoração não é fazer de conta. Adoração não é ritual que despreza a sensibilidade e o coração. Adoração não é o canto externo. Adoração não é obrigação que escraviza.

Adoração é vida comprometida com Deus e com o próximo - “Ama-rás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças. E o segundo é este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo...” (Mr 12.30-31). Adoração é o resultado da experiência pessoal com o Cristo libertador. Adoração é estar com Deus sem se preocupar com a geografia - “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (Jo 4.23). Adoração é expressão do relacionamento com Cristo no cotidiano. Adoração é optar pela sinceridade diante daquele que tudo sabe, mesmo quando muitos escolhem utilizar uma más-cara. Adoração é o canto do coração. Adoração é menos fórmulas e mais agir de Deus. Adoração é ser livre para expressar a Deus o puro louvor. Adoração é reconhecer que Deus é a única platéia. Adoração é esquecer o homem e fixar os olhos no Todo Poderoso - “Graças te dou de todo o meu coração; diante dos deuses a ti canto louvores” (Sl 138.1). Adoração é caminhar com equilíbrio, vivendo os propósitos eternos de Deus. Adoração é quebrantamento e humildade diante da misericórdia do Pai.

Adoração precisa ser em tempo integral. Não como uma demons-tração de perfeição, pois não seria real, mas como meta a ser buscada por aqueles que fazem parte da grande família de Deus. A adoração precisa ser pessoal, cultivada e experimentada na individualidade da re-lação com Deus, nos momentos difíceis da vida, nas horas inesperadas

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e nas grandes conquistas. A adoração precisa ser coletiva, produzida por pessoas que experimentam de Deus e se reúnem para celebrá-lo com alegria. A adoração precisa ser canalizada ao Senhor dos Senho-res e Rei dos Reis, único digno de ser adorado - “Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” (Rm 11.36). A adoração precisa ser desenvolvida mais com o coração e menos com os lábios. A adoração precisa ser a expressão daqueles que estão se quebrantando diante da grandeza insondável de Deus. A ado-ração precisa ser cultivada nos parâmetros da Palavra de Deus para não ser arrastada pela “correnteza” da vaidade e do orgulho que assume o seu lugar. A adoração precisa ser desenvolvida nos momentos, os mais complexos e simples da existência humana. Fuja da adoração que não é, se apegue na adoração que é, e reflita na adoração que precisa ser.

ROCHA, Evaldo. Adoração: o que não é, o que é e o que precisa ser. Disponível em: < http://www.prazerdapalavra.com.br/colunistas/eval-do-rocha/4762-adoracao-o-que-nao-e-o-que-e-e-o-que-precisa-ser > Acesso em: 17 de junho de 2015.

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20 Comentários Adicionais – 3º Trimestre de 2015

15 DE AGOSTO DE 2015

701. Oração: arma poderosa: “A oração é a arma mais poderosa disponi-

bilizada pelo Espírito do Senhor à igreja de Cristo! Oração é contato, é diálo-go, é conhecimento, é relacionamento! Oração é comunicação, é acordo, é sintonia! A oração promove comunhão com aquele que nos criou! A oração promove crescimento do reino de Deus! A oração possibilita estreitamento da amizade com Deus! A oração é um dos caminhos mais eficazes para a intimidade com Deus!” (Leonardo, João Jr; Freitas, Eleilton William S. Caia na real. São Paulo: GEVC, 2010, p.59).

02. Oração confiante: “Deus quer que oremos porque a oração exprime a nossa confiança em Deus, e é um meio pelo qual nossa confiança nele pode crescer. De fato, talvez a principal ênfase da doutrina bíblica da oração é que devemos orar com fé, o que significa confiar em Deus ou dele depen-der. Deus, como nosso Criador, se deleita ao ver que nós, sua criaturas, nele confiamos, pois a atitude de dependência ou confiança é mais apropriada numa relação Criador/criatura.” (GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática. Tradução: Norio Yamakami et al. São Paulo: Vida Nova, 1999, p.305).

03. Oração coletiva: “Nas Escrituras há muitos outros exemplos em que

grupos de crentes oram juntos, ou em que uma pessoa lidera toda a con-gregação na oração (repare a oração de Salomão ‘na presença de toda a congregação de Israel’, quando da dedicação do templo em 1 Rs 8.22-53, ou a oração da igreja primitiva em Jerusalém, quando ‘levantaram a voz a Deus’, em At 4.24. Até a Oração Dominical está no plural: não diz ‘dá-me hoje o meu pão de cada dia’, mas ‘dá-nos hoje o pão nosso de cada dia’ e ‘Perdoa--nos os nossos pecados’ e ‘Não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do mal’ (Mt 6.11-13...). Orar com os outros, então, é também correto e muitas vezes aumenta nossa e a eficácia das nossas oração.” (Ibdem, p.318).

Uma comunidadeintercessora

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04. Oração relacional: “Quando oramos sinceramente, nós, pessoas, na totalidade do nosso caráter, nos relacionamos com um Deus pessoal, na tota-lidade do seu caráter. Assim, tudo o que pensamos ou sentimos em relação a Deus se expressa na nossa oração. Nada mais natural que Deus se deleite com essa atividade, e assim a enfatize bastante no seu relacionamento conosco.” (GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática. Tradução: Norio Yamakami et al. São Paulo: Vida Nova, 1999, p.305)

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22 Comentários Adicionais – 3º Trimestre de 2015

22 DE AGOSTO DE 2015

801. Você é um missionário de Deus:

Todo cristão verdadeiro é um missionário de Deus. Dick Hills disse com propriedade: “Cada coração com Cristo é um missionário, e cada coração sem Cristo é um campo missionário”. Você foi escolhido por Deus para ser abençoado com a salvação e para abençoar os outros com a mensagem da salvação. Admiro profundamente a espirituali-dade e o fervor evangelístico dos obreiros de “Jovens Com Uma Mis-são”, cujo lema expressa esse objetivo: “Conhecer a Deus e torna-lo conhecido”. Foi esse o tema central do Congresso de Evangelização Mundial, conhecido como Lausanne II: “Chamando TODA a igreja a le-var TODO o evangelho a TODO o mundo”. A igreja toda, o evangelho todo, e o mundo todo. Este é o nosso grande desafio.

A bíblia apresenta três convincentes argumentos que provam ser você um missionário de Deus.

Primeiro, a sua identidade. Você existe para influenciar. Por causa de quem você é em Cristo Jesus, você é um instrumento influenciador. Disse Jesus: Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lan-çado fora, ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. (Mt 5.13-15). Sal e luz são metáforas que ensinam o poder de influencia do cristão. O sal simboliza pureza, preservação e poder de dar sabor. A luz simboliza visibilidade, direção e vida. O cristão revela ao mundo a vida e a alegria que recebeu de Deus, por causa da sua fé em Jesus. Em qualquer lugar que você estiver, você é um missionário de Deus.

Uma comunidadeengajada

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Segundo, a sua missão. Você recebeu uma missão de Jesus. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século (Mt 28.19-20). Esta missão é para toda a igreja e para cada cristão individualmente. É uma missão urgente, necessária e intransferível. Hudson Taylor disse certa vez: “A Grande Comissão não é uma opção a ser considerada, é um mandamento a ser obedecido”. Não fuja, não seja omisso, mas cumpra a sua missão.

Terceiro, a sua competência. Você recebe de Deus a competência para ser usado por ele. Sem Jesus nada podemos fazer. Ninguém pela sua própria competência ou habilidade pode servir a Deus. Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus (2Co 3.5). Apenas Deus pode capacitar uma pessoa para fazer a sua obra. O que você precisa fazer é se colocar a disposição e fazer. É preciso re-nunciar os valores humanos e abraçar os valores divinos. James Elliot, mártir missionário entre os índios no Equador, disse: “Não é um insen-sato aquele que gasta aquilo que não pode conservar, a fim de obter aquilo que não pode perder”. Uma das maiores bênçãos que Deus nos concede é que, por amor a Jesus, podemos perder a nossa vida, para ganharmos a vida de Deus.

Concluo chamando-o a consagração. Você é um missionário de Deus. Anote e pense numa frase: “Missões: não basta estar no cora-ção de Deus, tem que estar no meu também”.

Casimiro, Arival Dias. Disponível em: < http://www.ippinheiros.org.br/2011/08/voce-e-um-missionario-de-deus/ > Acesso em: 17 de ju-nho de 2015.

02. Adoração missionária: “Cada congregação cristã é chamada por Deus para ser uma comunidade de adoração e testemunho. De fato, cada uma dessas duas responsabilidades implica necessariamente a outra. Se de fato adoramos a Deus, reconhecendo e adorando sua dignidade infinita, vemo-nos impelidos a fazê-lo conhecido a outros, para que eles também possam adorá-lo. Assim, a adoração leva a testemunho, e o testemunho, por sua vez, à adoração, num círculo perpétuo.” (Ibden, p.47).

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24 Comentários Adicionais – 3º Trimestre de 2015

03. Igreja: povo enviado!: “Aos discípulos foi dito: ‘Portanto, vão [...]’. ‘Portanto’ expressa a autoridade que está por trás da Comissão; ‘vão’ sig-nifica que eles deveriam ir além dos limites do grupo. Os discípulos e, por conseguinte, a igreja não podiam permanecer na própria experiência das bênçãos de Cristo.” (WILLIAMS, J. Rodman. Teologia sistemática: uma pers-pectiva pentecostal. Tradução: Sueli Saraiva e Lucy Hiromi Kono Yamakami. São Paulo: Vida, 2011, p.858)

04. Igreja: povo enviado! 2: “A ida também é um envio. Como já vi-mos, de acordo com o quarto Evangelho, Jesus disse: ‘Assim como o Pai me enviou, eu os envio’ (Jo 20.21). a igreja é um povo ‘enviado’ – ‘pelo mundo todo’ (Mc 16) e a ‘todas as nações’ (Mt 28 e Lc 24). Não há limite para a Grande Comissão: ela abrange toda a terra”. (Ibidem, p.859).

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29 DE AGOSTO DE 2015

901. Acolher com base em Cristo: “A necessidade é ressaltada por aquilo

que Cristo fez. Se Ele nos acolheu, haveremos de rejeitar a comunhão com aqueles que Cristo recebeu? Se impusermos limites à nossa aceitação dos cren-tes, estaremos violando o exemplo daquele ato redentor sobre o qual funda-menta-se toda comunhão da igreja.” (MURRAY, John. Romanos: Comentário Bíblico Fiel. Tradução: João Bentes. São José dos Campos: Fiel, 2003, p.564)

02. Acolher para glória de Deus: “A harmonia recomendada visa à glória de Deus. O acolher, assim como a harmonia, é realizado segundo o exemplo de Cris-to; nosso recebimento por parte de Cristo visa à glória de Deus. E nenhuma outra consideração poderia reforçar a necessidade de amor e confiança mútuos tanto como a consideração de que o fato de haver Cristo recebido a todos – fracos e fortes – não somente estava em perfeita harmonia com a glória de Deus, mas também estava especificamente direcionado a essa finalidade.” (Ibidem, p.565).

03. Seguir a Cristo para acolher: “Se o exemplo de Cristo for seguido, como Paulo ordena, a acolhida será sem reservas, e Deus será glorificado pelo amor mútuo e pela bondade mútua dos que são Seu povo. É possível que Paulo esteja pensando especialmente – embora de modo nenhum exclusiva-mente – na prática irrestrita da comunhão entre os cristãos judeus e gentios.” (BRUCE, F. F. João: Introdução e comentário. Tradução: Hans Udo Fuchs. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão,1987, p.207)

04. Acolher, apesar das diferenças: “Chegamos a uma outra: Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus [Rm 7] (v.7). Quando acolhemos um ao outro em nossas dife-rentes forças e fraquezas, fazemos isso para a glória de Deus. Não é simples-mente uma questão de demonstrar gentileza; trata-se de glorificar a Jesus.” (SPROUL, R. C. Estudos bíblicos expositivos em Romanos. Tradução: Heloísa Cavallari e Marcio Santana. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p.446)

Uma comunidadeacolhedora

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26 Comentários Adicionais – 3º Trimestre de 2015

5 DE SETEMBRO DE 2015

1001. Amar o próximo: “Por certo, se estamos aqui na terra para glori-

ficar a Deus, nós o glorificamos (pelo menos em parte) ao obedecermos a seu mandamento: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’ (Mt 22.39). isso significa, porém, que devo me empenhar em favor do bem de meu próximo em todos os âmbitos da sociedade. (GRUDEM, Wayne A. Política segundo a Bíblia. Tradução: Susana Klassen. São Paulo: Vida Nova, 2014, pp.64-65).

02. Eclesiologia relevante histórica: “O historiador Alvin Schmidt des-taca como a propagação do cristianismo e a influência cristã sobre o governo foram as principais responsáveis pela criação de leis contra o infanticídio, o abandono de crianças e o aborto no Império Romano (em 374 d. C.); contra lutas brutais até a morte nas quais milhares de gladiadores morriam (em 404 d. C.); e contra a pena cruel de marcar com ferro em brasa o rosto dos crimi-nosos (em 315 d. C.).” (Ibidem, p.67).

03. Impactando por meio do que fazemos: “É maravilhoso ser missionário ou pastor se Deus chama a pessoa para isso. Mas é igualmente maravilhoso ser médico, professor ou advogado se essa for a vocação da pessoa. E precisamos urgentemente de cristãos, caso sejam chamados, para entrar na política e na mí-dia, vivendo ali por Cristo.” (STOTT, John. A Igreja autêntica. Tradução: Lucy Hi-romi Kono Yamakami. Viçosa: Ultimato e São Paulo: ABU Editora, 2013, p.132).

04. Uma sociedade melhorada: “Até Cristo voltar em glória, não haverá uma sociedade perfeita de paz e justiça. Mas, por enquanto, a História está repleta de exemplos de desenvolvimentos sociais – melhoria de padrões de saúde e higie-ne, maior disponibilidade de alfabetização, emancipação de mulheres, melhores condições nas minas, fábricas e prisões, e a abolição da escravatura e comercio de escravos. Não podemos afirmar que todos esses desenvolvimentos se devem a influência cristã. Mas podemos afirmar que (por meio de seus seguidores) Jesus Cristo tem exercido uma influencia enorme para o bem.” (Ibidem, pp.133-134)

Uma comunidaderelevante

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12 DE SETEMBRO DE 2015

1101. Evangelização e misericórdia: “... acompanhando a obra da evan-

gelização há também o ministério da misericórdia, que inclui cuidado com dos pobres e dos necessitados em nome do Senhor. Embora a ênfase do Novo Testamento esteja na ajuda material para os que fazem parte da igreja (At 11.29; 2Co 8.4; 1Jo 3.17), há ainda uma afirmação de que é correto aju-dar os descrentes ainda que eles não respondam com gratidão nem aceitem a mensagem do evangelho.” (GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática. Tra-dução: Norio Yamakami et al. São Paulo: Vida Nova, 1999, p.727)

02. Ajudar quem?: “Devemos ajudar apenas quem nos procura? Ou devemos

nos aproximar deliberadamente de um grupo de pessoas necessitadas? E quão ‘ne-cessitada’ a pessoa deve ser antes de a igreja ajuda-la? No capítulo 4, lemos o sábio conselho de Jonathan Edwards sobre o assunto. Ele argumenta que não devemos esperar até a pessoa ficar na miséria. Mesmo assim, é difícil saber ‘onde traçar o limite’. Igrejas e instituições cristãs não podem ser ‘engessadas’, mas precisam, em comum acordo, traçar algumas diretrizes, ou vão passar o resto da vida discutin-do.” (Keller, Timothy. Justiça generosa: a graça de Deus e a justiça social. Tradução: Eulália Pacheco Kregness. São Paulo: Vida Nova, 2013, p.140)

03. Boas obras que testemunham da fé: “(...) fazer justiça está ligado de modo inseparável à pregação da graça de Deus. isso é verdade de duas maneiras: o evangelho produz interesse pelo pobre e as boas obras de justiça dão credibilidade à pregação do evangelho. Em outras palavras, justificação pela fé nos leva a fazer justiça, e fazer justiça leva muitos a buscar a justificação pela fé.” (Ibidem, p.142)

04. Ajudar uns aos outros: “A igreja é edificada quando seus membros aju-dam os necessitados. (...) [a] ajuda espiritual é uma necessidade básica, porém as necessidades materiais dos santos não devem ser negligenciadas. Na verda-de, a comunidade cristã é prejudicada se não for provida material.” (WILLIAMS, J. Rodman. Teologia sistemática: uma perspectiva pentecostal. Tradução: Sueli Saraiva e Lucy Hiromi Kono Yamakami. São Paulo: Vida, 2011, p.849)

Uma comunidadesolidária

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28 Comentários Adicionais – 3º Trimestre de 2015

01. Evangelismo pessoal: “O evangelismo pode, é evidente, assumir diversas formas. Desde que Jesus ofereceu água viva à mulher samaritana junto ao poço de Jacó (Jo 4.4-15) e Filipe sentou-se ao lado do etíope em sua carruagem e lhe falou das boas-novas de Jesus (At 8.26-35), o evangelis-mo pessoal tem tido precedentes bíblicos impecáveis. Continua sendo nossa obrigação, havendo oportunidade e em espírito de humildade, compartilhar Cristo com nossos parentes e amigos, vizinhos e colegas que ainda não o conhecem.” (STOTT, John. A Igreja autêntica. Tradução: Lucy Hiromi Kono Yamakami. Viçosa: Ultimato e São Paulo: ABU, 2013, p.46)

02. Depois do culto 1: “A igreja reunida está adorando ou sendo instruí-da. A igreja dispersa está ajudando e afirmando, encorajando e evangelizan-do. Com que frequência vejo essa ordem invertida! Desafio você a encontrar um texto do Novo Testamento no qual a igreja se reunisse estritamente com a finalidade de evangelizar. Não, as pessoas não iam à igreja para ganhar os perdidos. Elas se reuniam para adorar, ser instruídas e ter comunhão íntima; depois elas se dispersavam para evangelizar.” (SWINDOLL, Charles. A noiva de Cristo. Tradução: Wanda Assumpção. São Paulo: Vida, 2006, p.67)

03. Depois do culto 2: “Assim que as reuniões terminavam, elas [os cris-tãos] pensavam sobre os perdidos, entravam em contato com eles, e ga-nhavam-nos para o Salvador. Uma vez convertidos, os novos crentes eram levados ao lugar onde podiam ser instruídos, onde podiam cultuar a Deus, e onde podiam encontrar compaixão genuína, verdadeira comunhão.” (Ibi-dem, pp.67-68)

04. Estruturas para o envio: “a igreja missionária consigo mesma – é uma igreja para os outros [...] Seu centro está fora dela; ela deve viver de for-ma excêntrica [...] A igreja deve voltar-se para fora, para o mundo [...] Temos de reconhecer que as igrejas têm se desenvolvido em ‘igrejas que esperam’,

1219 DE SETEMBRO DE 2015

Uma comunidadeevangelística

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às quais se supõe que as pessoas cheguem. Suas estruturas herdadas enfa-tizam e encarnam essa visão estática. Pode-se dizer que corremos o risco de perpetuar estruturas do tipo ‘venha’ em vez de substitui-las por estruturas do tipo ‘vá’. Pode-se dizer que a inércia substitui o dinamismo do evangelho e da participação na missão de Deus.” (The Church for Others in STOTT, John. A Igreja autêntica. Tradução: Lucy Hiromi Kono Yamakami. Viçosa: Ultimato e São Paulo: ABU, 2013, p.53).

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30 Comentários Adicionais – 3º Trimestre de 2015

1326 DE SETEMBRO DE 2015

Uma comunidadeexpansiva

01. Crescimento integral: “Ela é um corpo que busca os outros. A igreja é um corpo que não restringe suas mãos em si mesma. Lá em Atos 2:43-46 encontramos uma situação crescente. Havia amor. Havia aceitação. Havia vulnerabilidade, compaixão interesse, atração e doação. As necessidades es-tavam obviamente sendo satisfeitas. À luz de tudo isso, não deveríamos ficar surpresos ao ler como o Senhor honrou suas expressões de interesse. E todos os dias o Senhor acrescentava à igreja aqueles que iam sendo salvos (... At 2:47).” (SWINDOLL, Charles. A noiva de Cristo. Tradução: Wanda Assump-ção. São Paulo: Vida, 2006, p.63).

02. Os primeiros séculos

Nos três primeiros séculos a igreja experimentou uma notável ex-pansão geográfica. As regiões atingidas até o final do primeiro século formavam um semicírculo em torno da extremidade oriental do Mar Mediterrâneo, indo desde Cirene (Líbia), ao sul, até a Itália central, ao norte, e incluindo todas as regiões intermediárias – Egito, Palestina, Síria, Ásia Menor, Grécia e Macedônia. As maiores concentrações de comunidades cristãs estavam na Palestina, na Síria e na chamada Ásia, o oeste da Ásia Menor, em torno da cidade de Éfeso. No segundo e no terceiro séculos, as novas regiões alcançadas incluíam, no Oriente, a Mesopotâmia (Iraque), a Pérsia e a Armênia, e no Ocidente, toda a Península Balcânica ao sul do rio Danúbio, a região ao sul do rio Reno (Tchecoslováquia, Iugoslávia, Albânia), toda a Península Itálica, partes da Alemanha, França, Espanha e Lusitânia (Portugal) e o sul da Britânia (a futura Inglaterra). No norte da África, um novo e florescente centro cristão foi a Numídia (a atual Tunísia) e sua capital Cartago. É verdade que em muitos desses lugares a presença cristã era ainda pequena, mas crescia continuamente.

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Dois fatos se destacam nesse período antigo. Essa foi a época das

perseguições sofridas pela igreja nas mãos do Império Romano. As

perseguições não foram generalizadas nem contínuas, mas causaram

consideráveis danos à igreja em algumas de suas regiões mais próspe-

ras, como a Ásia Menor, Itália, Egito e sul da Gália. Todavia, a repres-

são não teve o efeito esperado, porque quando a mesma cessava, o

exemplo dos mártires e outros que sofreram por sua fé inspiravam os

cristãos a um esforço renovado pela difusão das boas novas. Daí as

célebres palavras do escritor Tertuliano (cerca do ano 200): “O sangue

dos mártires é semente”. Ele também fez a seguinte afirmação dirigi-

da aos pagãos: “Nós somos um grupo novo, mas já penetramos em

todas as áreas da vida imperial – nas cidades, ilhas, vilas, mercados, e

até mesmo no campo, nas tribos, no palácio, no senado e no tribunal.

Somente deixamos para vocês os seus templos” (Apologia 37). Outro

dado importante é que, à exceção de Paulo, nenhum missionário se

destacou nos três primeiros séculos da vida da igreja. O cristianismo

crescia espontaneamente através do testemunho de cristãos anônimos

que no seu dia-a-dia compartilhavam informalmente a fé com seus

parentes, amigos, vizinhos, conhecidos e colegas de trabalho.

Matos, Alderi Souza de. O crescimento da igreja através dos séculos.

Disponível em: http://www.mackenzie.br/7127.html > Acesso em: 18

de junho de 2015.

03. A Igreja em expansão hoje: “A questão hoje é, pois, inconfundível: a igreja em sua expansão no mundo – incluindo inúmeros partidários do judaísmo, islã e outras religiões – ainda pode quebrar as barreiras do pre-conceito e da oposição ao evangelho de Cristo pelo poder “do alto”, i.e., a unção do Espírito Santo. (...) o poder do Espírito Santo é um dom de Deus – ‘o dom do Espírito Santo’ – e uma promessa contínua aos crentes de todas as gerações.” (WILLIAMS, J. Rodman. Teologia sistemática: uma perspectiva pentecostal. Tradução: Sueli Saraiva e Lucy Hiromi Kono Yamakami. São Pau-lo: Vida, 2011, p.865).

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32 Comentários Adicionais – 3º Trimestre de 2015

04. Deus escolheu você: “Isso significa que Deus não pode salvar o mun-do sem a ajuda do homem? Deus realmente depende de nós? Não. Deus pode realizar o trabalho sem você e sem mim. Mas, em sua sabedoria Deus escolheu pessoas para comunicarem a sua mensagem. E, embora Deus possa fazer o trabalho sem nós, nunca poderemos realizar o trabalho sem Ele.” (Laurie, Craig. A igreja que abala o mundo. Tradução: Célia Regina Chazanas Clavello. Campinas: United Press, 2002, p.65).

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