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NOVIDADES EM DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO Homenagem aos 70 anos da CLT

4940.2 Novidades em Direito e Processo do Trabalho · — 6 — da Universidade de São Paulo. Pós-Doutorado em Direito. Professor Universitário em Cursos de Graduação e Pós--Graduação

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NOVIDADES EM DIREITO

E PROCESSO DO TRABALHO

Homenagem aos 70 anos da CLT

Rúbia Zanotelli de alvaRenga

ÉRica FeRnandes teixeiRa

Organizadoras

NOVIDADES EM DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO

Homenagem aos 70 anos da CLT

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índice para catálogo sistemático:1. Brasil : Leis trabalhistas

34:331(81)(094)2. Consolidação das Leis do Trabalho : Brasil

34:331(81)(094)

Novidades em direito e processo do trabalho : estudos em homenagem aos 70 anos da CLT / Rúbia Zanotelli de Alvarenga, Érica Fernandes Teixeira, Organizadoras. -- São Paulo : LTr, 2013.

Vários colaboradores.

Bibliografia.

1. Direito do trabalho - Brasil 2. Processo do trabalho - Brasil 3. Trabalho - Leis e legislação - Brasil I. Alvarenga, Rúbia Zanotelli de. II. Teixeira, Érica Fernandes.

13-12346 CDU-34:331(81)(094)

EDITORA LTDA.© Todos os direitos reservados

Rua Jaguaribe, 571CEP 01224-001São Paulo, SP – BrasilFone (11) 2167-1101www.ltr.com.br

Produção Gráfica e Editoração Eletrônica: LINOTECProjeto de Capa: FABIO GIGLIOImpressão: ESCOLAS PROFISSIONAIS SALESIANAS

Novembro, 2013

Versão impressa - LTr 4940.2 - ISBN 978-85-361-2756-9Versão digital - LTr 7712.0 - ISBN 978-85-361-2887-0

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Colaboradores

ALESSANDRA BARICHELLO BOSkOVIC: Mestre e Doutoranda em Direito Econômico e Socioambiental pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Especialista em Direito Material e Processual do Trabalho pelo Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA). Coordenadora adjunta da Especialização em Direito Material e Processual do Trabalho na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Professora de Direito do Trabalho e Advogada.

AMAuRI CESAR ALVES: Mestre e Doutorando em Direito do Trabalho (PUC.Minas). Professor Universitário (FPL e IEC/PUC.Minas). Advogado. Membro da Comissão de Educação Jurídica da OAB/MG.

BEN-HuR SILVEIRA CLAuS: Juiz do Trabalho na Vara do Trabalho de Carazinho – RS (4ª Região) e mestre em direito pela Unisinos.

CIBELE CARNEIRO DA CuNHA MACEDO SANTOS: Professora Assistente da Universidade Federal Fluminense, mestre em Direito pela PUC/SP e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Direito da Universidade Federal Fluminense PPGSD/UFF, e-mail.: [email protected]

CLEBER LúCIO DE ALMEIDA: Juiz do Trabalho do TRT da 3ª Região. Doutor em Direito Processual Civil (UFMG). Mestre em Direito das Relações Sociais – Direito do Trabalho (PUC/SP). Professor Universitário.

ÉRICA FERNANDES TEIxEIRA: Doutora e Mestre em Direito do Trabalho pela PUC Minas. Professora universitária (PUC Minas e IEC/PUC Minas). Advogada.

FLáVIA MOREIRA MARCHIORI: Mestre em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (CESTEH) pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz). Professora da Faculdade Casa do Estudante em Aracruz, ES e da Faculdade Pitágoras – Campus Linhares, ES. Psicóloga.

GABRIELA NEVES DELGADO: Doutora em Filosofia do Direito pela UFMG. Mestre em Direito do Trabalho pela PUC Minas. Professora Adjunta III da Universidade de Brasília. Pesquisadora e líder do Grupo de Pesquisa “Trabalho, Constituição e Cidadania” da UnB, com registro no Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq.

GIOVANNI ANTONIO DINIz GuERRA: Mestre em Direito do Trabalho pela PUC Minas. Juiz do Trabalho substituto no TRT-ES. Professor universitário.

GuSTAVO FILIPE BARBOSA GARCIA: Procurador do Trabalho do Ministério Público do Trabalho da 2ª Região. Livre--Docente pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Doutor em Direito pela Faculdade de Direito

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da Universidade de São Paulo. Pós-Doutorado em Direito. Professor Universitário em Cursos de Graduação e Pós--Graduação em Direito. Ex-Juiz do Trabalho das 2ª, 8ª e 24ª Regiões. Ex-Auditor Fiscal do Trabalho.

JORGE CAVALCANTI BOuCINHAS FILHO: Graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Es-pecialista em Direito do Trabalho pela Universidade Potiguar (UnP). Mestre e doutor em Direito do Trabalho pela Universidade de São Paulo (USP). Pós-doutor em Direito do Trabalho pela Universidade de Nantes, França. Professor de direito nos cursos de graduação da Universidade São Judas Tadeu (USJT) e Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV). Professor e Coordenador do Curso de Pós-graduação em Direito do Trabalho e Professor do Trabalho da Escola Superior de Advocacia de São Paulo, onde ocupa também o cargo de membro do Conselho Curador para o triênio (2013/2015). Professor dos Cursos de Pós-graduação da Escola Paulista de Direito – EPD, curso FMB, Núcleo Trabalhista Calvet, GVlaw-FGV. Membro Pesquisador do Instituto Brasileiro de Direito Social Cesarino Júnior. Advogado em São Paulo.

JORGE LuIz SOuTO MAIOR: Juiz do Trabalho. Professor livre docente da Universidade de São Paulo. Associado do Departamento de Direito do Trabalho e da Seguridade Social da USP.

JOSÉ PEDRO PEDRASSANI: Advogado. Professor. Mestre em Direito Processual (UFRGS). Doutor em Direto do Traba-lho (USP). Membro Pesquisador do Instituto Brasileiro de Direito Social Cesarino Júnior.

JúLIO CÉSAR BEBBER: Juiz do Trabalho e Doutor em Direito.

LEONARDO TIBO BARBOSA LIMA: Especialista em Direito Público pela UGF/RJ – Universidade Gama Filho, Mestre e Doutorando em Direito do Trabalho pela PUC/MG – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Membro do Instituto de Ciências Jurídicas e Sociais. Professor da FAPAM – Faculdade de Pará de Minas e de cursos de pós-graduação. Servidor do TRT da 3ª Região.

LORENA DE MELLO REzENDE COLNAGO: Juíza do Trabalho do TRT da 9ª Região. Mestre em Processo (UFES). Espe-cialista em Processo do Trabalho, Direito Individual e Coletivo do Trabalho e Previdenciário (UNIVES).

LuCIANO MARTINEz: Juiz Titular da 9ª Vara do Trabalho de Salvador – Bahia, Professor Adjunto de Direito do Tra-balho e da Seguridade Social da UFBA. Doutor em Direito do Trabalho e da Seguridade Social pela USP. Mestre em Direito Privado e Econômico pela UFBA. Mestre em Direito Social pela Universidad Castilla-La Mancha (Espanha). Titular da Cadeira 52 da Academia Nacional de Direito do Trabalho (ANDT). Coordenador da Espe-cialização em Direito do Trabalho da UFBA. E-mail: [email protected].

LuíS FELIPE LOPES BOSON: Juiz do Trabalho na 3ª Região e Professor na Faculdade de Direito da FUMEC (B. Horizonte).

LuIz EDuARDO GuNTHER: Professor do Centro Universitário Curitiba – UNICURITIBA; Desembargador do Trabalho junto ao TRT da 9ª Região; Doutor em Direito do Estado pela UFPR; Membro da Academia Nacional de Direito do Trabalho, do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, do Centro de Letras do Paraná e da Associação Latino--Americana de Juízes do Trabalho – ALJT.

LuIz OTáVIO LINHARES RENAuLT: Professor dos cursos de graduação e de pós-graduação, mestrado e doutorado, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, com admissão por concurso externo; aprovado em primeiro lu-gar no concurso público de provas e títulos para o cargo de professor adjunto da Faculdade de Direito da UFMG, área de conhecimento: Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho. Desembargador do TRT/3a. Região; 2º Vice-Presidente. Diretor da Escola Judicial e Ouvidor do TRT 3ª Região.

MARCELLA PAGANI: Mestre e doutoranda em Direito do Trabalho pela PUCMINAS. Professora universitária. Advogada.

MARCELO SANTORO DRuMMOND: Mestre e professor na Escola Superior Dom Helder Câmara (B. Horizonte).

MáRCIO TúLIO VIANA: Pós-Doutor junto à Universidade de Roma I La Sapienza e pela Universidade de Roma II Tor Vergata. Juiz do Trabalho aposentado. Professor nas Faculdades de Direito da UFMG e da PUC-Minas.

MARCO ANTôNIO CÉSAR VILLATORE: Pós-Doutorando em Direito pela Universidade de Roma II, “Tor Vergata”, Doutor pela Universidade de Roma I, “La Sapienza” e revalidado pela Universidade Federal de Stanta Catarina (UFSC) e Mestre pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Professor Titular do Curso de Mestrado e do Doutorado em Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Líder do Grupo de Pesquisa “Desregulamentação do Direito, do Estado e Atividade Econômica: Enfoque Laboral”. Professor da Graduação da Facinter. Professor Adjunto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Advogado (disponível em http://www.villatore.com.br).

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MARIA ISABEL FRANCO RIOS: Advogada, mestra em Direito do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais- PUCMINAS.

MARIA DO PERPETuO SOCORRO WANDERLEy DE CASTRO: Desembargadora Federal do Trabalho, TRT 21ª. Mestre em Direito, Processo e Cidadania, na UNICAP, Recife, PE. 2012.

MAuRICIO GODINHO DELGADO: Mestre em Ciências Políticas pela UFMG e doutor em Direito pela UFMG. Professor do Centro Universitário IESB, de Brasília-DF (2008-atual). Ministro do Tribunal Superior do Trabalho TST.

MAuRO SCHIAVI: Juiz Titular da 19ª Vara do Trabalho de São Paulo. Mestre e Doutor em Direito pela PUC/SP. Pro-fessor Convidado dos Cursos de Pós-Gradução da PUC/SP, Escola Paulista de Direito e Faculdade de Direito de Sul de Minas. Autor dentre outros 15, dos livros: Provas no Processo do Trabalho. 3. ed. São Paulo: LTr, 2013, e Manual de Direito Processual do Trabalho. 6. ed. São Paulo: LTr, 2013.

NEy MARANHãO: Juiz do Trabalho (TRT da 8ª Região – PA/AP). Mestre em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Especialista em Direito Material e Processual do Trabalho pela Università di Roma – La Sapienza (Itália). Doutorando em Direito do Trabalho pela Universidade de São Paulo (USP). Professor convidado da Uni-versidade da Amazônia (UNAMA) (em nível de pós-graduação) e das Escolas Judiciais dos Tribunais Regionais do Trabalho da 8ª (PA/AP), 14ª (RO/AC) e 19ª Regiões (AL). Membro do Instituto Goiano de Direito do Trabalho (IGT), do Instituto de Pesquisas e Estudos Avançados da Magistratura e do Ministério Público do Trabalho (IPE-ATRA) e do Instituto Brasileiro de Direito Social Cesarino Junior (IBDSCJ). E-mail: [email protected].

RAquEL BETTy DE CASTRO PIMENTA: Mestre em Direito do Trabalho pela PUC-MG. Especialista em Direito do Tra-balho Ítalo-Brasileiro pela UFMG e pela Università di Roma TOR VERGATA. Bacharel em Direito pela UFMG, recebeu, na ocasião de sua formatura, o Prêmio Messias Pereira Donato, por destaque em Direito e Processo do Trabalho, e o Prêmio José Carlos da Mata Machado, por destaque na Divisão de Assistência Judiciária da UFMG. Servidora do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região.

RúBIA zANOTELLI DE ALVARENGA: Mestre e Doutora em Direito do Trabalho pela PUC Minas. Professora de Direito e Processo do Trabalho da Faculdade Casa do Estudante em Aracruz, ES. Professora de Direito do Trabalho e Pre-videnciário de cursos de Pós-Graduação em Vitória, ES. Membro Pesquisadora do Instituto Brasileiro de Direito Social Cesarino Júnior. Advogada.

RODOLFO PAMPLONA FILHO: Professor Titular de Direito Processual do Trabalho da Universidade Salvador – UNI-FACS. Professor Adjunto da Faculdade de Direito da UFBA – Universidade Federal da Bahia. Mestre e Doutor em Direito do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Membro da Academia Nacional de Direito do Trabalho e da Academia de Letras Jurídicas da Bahia. Juiz Titular da 1ª Vara do Trabalho de Salvador (Tribunal Regional do Trabalho da Quinta Região).

VIRGíNIA LEITE HENRIquE: Procuradora do Trabalho do Ministério Público do Trabalho. Mestre em Direito do Trabalho pela PUC Minas, em Direitos Sociais pela Universidade de Castilla-La Mancha – Espanha e em Política Social pela Universidade Federal de Mato Grosso. Doutora em Direitos Sociais pela Universidade de Castilla-La Mancha – Espanha. Doutoranda em Direito do Trabalho pela PUC Minas.

VITOR SALINO DE MOuRA EçA: Pós-doutor em Direito Processual Comparado pela Universidad Castilla-La Mancha, na Espanha. Professor Adjunto IV da PUC-Minas, lecionando nos cursos de mestrado e doutorado em Direito, professor visitante na Universidad Nacional de Córdoba – Argentina, e na Faculdade de Direito de Vitória/ES. Pro-fessor conferencista na Escola Nacional de Magistratura do Trabalho – ENAMAT, na Escola Superior de Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil. Membro do Conselho Consultivo da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região e Pesquisador junto ao Centro Europeo y Latinoamericano para el Diálogo Social – España. Membro efetivo, dentre outras, das seguintes sociedades: Asociación Iberoamericana de Derecho del Trabajo y de la Seguridad Social – AIDTSS; Asociación de Laboralistas – AAL; Associação Latino-Americana de Juízes do Traba-lho – ALJT – Brasília/DF; Equipo Federal del Trabajo – EFT – Buenos Aires/Argentina; Escuela Judicial de América Latina (Membro Fundador) – Coordenador da Área de Direito Processual do Trabalho e do Consejo de Investiga-ción – EJAL; Instituto Brasileiro de Direito Social Júnior – IBDSCJ – São Paulo; Instituto Paraguayo de Derecho del Trabajo y Seguridad Social e da Red Latinoamericana de Jueces para Cooperación Judicial e Integración – REDLAJ.

WâNIA GuIMARãES RABêLLO DE ALMEIDA: Advogada. Professora. Mestre em Direito de Empresas pela Fundação Dom Cabral. Mestre e doutoranda em Direito do Trabalho pela PUC-MG.

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PREFÁCIO ...................................................................................................................................................... 13

Jorge Cavalcanti Boucinhas Filho

Parte i tRabalHo e constitUiÇÃo de 1988: atleta PRoFissional de FUtebol

CAPÍTULO 1 – A MATRIZ DO TRABALHO NA CONSTITUIçãO DE 1988 E O ATLETA PROFISSIONAL DE FUTEBOL .................................................................................................................................................. 19

Mauricio Godinho Delgado e Gabriela Neves Delgado

CAPÍTULO 2 – DRIBLANDO AS REGRAS: UM ENSAIO SOBRE FRAUDES NO FUTEBOL(*) ................... 33

Márcio Túlio Viana, Luís Felipe Lopes Boson e Marcelo Santoro Drummond

Parte ii as cooPeRativas de tRabalHo e a RedUÇÃo do tRabalHo sUboRdinado

CAPÍTULO 3 – AS RELAçõES DE TRABALHO E A DISCIPLINA LEGAL DAS COOPERATIVAS DE TRABALHO ............................................................................................................................................... 45

Maria do Perpetuo Socorro Wanderley de Castro

Parte iii o MotoRista PRoFissional e a lei n. 12.619/2012

CAPÍTULO 4 – O MOTORISTA PROFISSIONAL REGIDO PELA LEI N.12.619/2012 ................................. 65

Érica Fernandes Teixeira e Giovanni Antonio Diniz Guerra

CAPÍTULO 5 – REFLExõES SOBRE O NOVO REGIME JURÍDICO DOS MOTORISTAS PROFISSIONAIS 73

Jorge Cavalcanti Boucinhas Filho

Parte iv DUMPING social nas RelaÇÕes de tRabalHo

CAPÍTULO 6 – EFEITO DAS CONDENAçõES POR DANO SOCIAL NAS RELAçõES DE TRABALHO ... 85

Jorge Luiz Souto Maior

sumário

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Parte v sobReaviso e tRabalHo a distÂncia

CAPÍTULO 7 – TRABALHO A DISTâNCIA E SUA RELAçãO COM O SOBREAVISO DECORRENTE DO USO DE INSTRUMENTOS TELEMÁTICOS PELO EMPREGADO ................................................................ 97

Gustavo Filipe Barbosa Garcia

Parte vi edUcaÇÃo e tRabalHo

CAPÍTULO 8 – EDUCAçãO, TRABALHO E DIREITO DO TRABALHO: INSTRUMENTOS EFICAZES DE INCLUSãO SOCIAL ....................................................................................................................................... 107

Marcella Pagani

Parte vii o Hiv, a aids e o diReito do tRabalHo

CAPÍTULO 9 – O HIV E A AIDS: PRECONCEITO, DISCRIMINAçãO E ESTIGMA NO TRABALHO – APLICAçãO DA SúMULA N. 443 DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ......................................... 115

Luiz Eduardo Gunther

CAPÍTULO 10 – A SúMULA N. 443 DO TST E A REINTEGRAçãO DO EMPREGADO PORTADOR DO VÍRUS HIV OU DE OUTRA DOENçA GRAVE .............................................................................................. 131

Raquel Betty de Castro Pimenta

Parte viii assÉdio MoRal, saúde Mental do tRabalHadoR

e dano existencial no diReito do tRabalHo

CAPÍTULO 11 – NOçõES CONCEITUAIS SOBRE O ASSÉDIO MORAL NA RELAçãO DE EMPREGO ... 143

Rodolfo Pamplona Filho

CAPÍTULO 12 – ASSÉDIO MORAL ORGANIZACIONAL ............................................................................. 157

Rúbia Zanotelli de Alvarenga

CAPÍTULO 13 – SAúDE MENTAL E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ........................................... 169

Rúbia Zanotelli de Alvarenga e Flávia Moreira Marchiori

CAPÍTULO 14 – O DANO ExISTENCIAL NO DIREITO DO TRABALHO ................................................... 179

Rúbia Zanotelli de Alvarenga e Jorge Cavalcanti Boucinhas Filho

Parte ix ResPonsabilidade Pela PeRda de UMa cHance

CAPÍTULO 15 – RESPONSABILIDADE CIVIL PELA PERDA DE UMA CHANCE NO DIREITO DO TRABALHO ..................................................................................................................................................... 195

Érica Fernandes Teixeira e Maria Cecília Máximo Teodoro

Parte x teRceiRiZaÇÃo: cRÍticas e sUgestÕes

CAPÍTULO 16 – A TERCEIRIZAçãO REVISITADA: ALGUMAS CRÍTICAS E SUGESTõES PARA UM NOVO TRATAMENTO DA MATÉRIA ............................................................................................................ 209

Márcio Túlio Viana

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Parte xi incidÊncia RetRoativa da PRoPoRcionalidade do aviso-PRÉvio

CAPÍTULO 17 – PROPORCIONALIDADE DO AVISO-PRÉVIO E A POLêMICA QUESTãO DA POSSÍVEL INCIDêNCIA RETROATIVA DA LEI N. 12.506/2011 .................................................................................... 227

Jorge Boucinhas Filho e Ney Maranhão

Parte xii aMPliaÇÃo de diReitos dos tRabalHoRes doMÉsticos

CAPÍTULO 18 – A CONVENçãO N. 189 DA OIT, A EMENDA CONSTITUCIONAL N. 72/2013 E O TRABALHO DOMÉSTICO NO BRASIL – ANÁLISE SOCIOECONOMICA .................................................. 243

Alessandra Barichello Boskovic e Marco Antônio César Villatore

CAPÍTULO 19 – PEC DAS EMPREGADAS DOMÉSTICAS: IMPECÁVEL .................................................... 251

Luiz Otávio Linhares Renault e Maria Isabel Franco Rios

CAPÍTULO 20 – A AMPLIAçãO DA PROTEçãO JURÍDICA DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS ........... 261

Jorge Cavalcanti Boucinhas Filho e Rúbia Zanotelli de Alvarenga

Parte xiii diReitos tRabalHistas alÉM da RelaÇÃo de eMPRego

CAPÍTULO 21 – DIREITOS TRABALHISTAS MÍNIMOS ALÉM DA RELAçãO DE EMPREGO .................. 277

Amauri Cesar Alves

Parte xiv a FigURa do diRetoR no diReito do tRabalHo

CAPÍTULO 22 – A SITUAçãO JURÍDICA DO DIRETOR: EMPREGADO OU NãO EMPREGADO? .......... 291

Wânia Guimarães Rabêllo de Almeida

Parte xv a JoRnada 12x36 na visÃo conteMPoRÂnea do tst

CAPÍTULO 23 – A JORNADA DE 12x36 NA VISãO CONTEMPORâNEA DO TST: MAIS UM PASSO RUMO à SUA ExTINçãO ............................................................................................................................. 313

Lorena de Mello Rezende Colnago

Parte xvi diReito inteRnacional do tRabalHo

CAPÍTULO 24 – SISTEMAS DE CONTROLE DAS CONVENçõES DA ORGANIZAçãO DO TRABALHO: PELA EFETIVIDADE DAS NORMAS INTERNACIONAIS DO TRABALHO ................................................. 323

Daniela Muradas Reis

Parte xvii diReito coletivo do tRabalHo

CAPÍTULO 25 – GARANTIA AO DIRIGENTE SINDICAL E COMUNICAçãO AO EMPREGADOR NOS TERMOS DA ATUAL REDAçãO DA SúMULA N. 369, I .............................................................................. 333

Cibele Carneiro da Cunha Macedo Santos

CAPÍTULO 26 – A CONTRIBUIçãO SINDICAL OBRIGATóRIA COMO CONDUTA VIOLADORA DA LIBERDADE SINDICAL INDIVIDUAL NEGATIVA ....................................................................................... 337

Luciano Martinez

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CAPÍTULO 27 – O QUê ESPERAR DA NEGOCIAçãO COLETIVA: UM “VALE-TUDO” OU UM “FAIR PLAy”? ............................................................................................................................................................. 349

Virgínia Leite Henrique

CAPÍTULO 28 – A LEGITIMIDADE DE ATUAçãO DAS CENTRAIS SINDICAIS NA DEFESA DOS DIREI-TOS INTERCATEGORIAIS DOS TRABALHADORES .................................................................................... 359

Leonardo Tibo Barbosa Lima

CAPÍTULO 29 – ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE A GREVE QUE, ALIÁS, NãO CUSTA CARO .......... 369

Virgínia Leite Henrique

Parte xviii PRocesso de conHeciMento na JUstiÇa do tRabalHo

CAPÍTULO 30 – INTERPRETAçãO DO ART. 769 DA CLT .......................................................................... 377

Júlio César Bebber

CAPÍTULO 31 – ÔNUS DINâMICO DA PROVA E O PROCESSO DO TRABALHO ..................................... 385

Mauro Schiavi

CAPÍTULO 32 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO PROCESSO DO TRABALHO .................................. 397

Cleber Lúcio de Almeida

Parte xix atUaÇÃo JUdicial do MinistÉRio Público do tRabalHo

CAPÍTULO 33 – LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PúBLICO DO TRABALHO NA DEFESA JU-DICIAL DOS DANOS INDIVIDUALMENTE SOFRIDOS ............................................................................... 417

José Pedro Pedrassani

Parte xx execUÇÃo tRabalHista

CAPÍTULO 34 – PRINCÍPIOS DE ExECUçãO TRABALHISTA ................................................................... 435

Vitor Salino de Moura Eça

CAPÍTULO 35 – A DESCONSIDERAçãO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA NA ExECUçãO TRABALHISTA E A PESQUISA ELETRÔNICA DE BENS DE ExECUTADOS ............................................... 441

Ben-Hur Silveira Claus

CAPÍTULO 36 – HIPOTECA JUDICIÁRIA: A REDESCOBERTA DO INSTITUTO DIANTE DA SúMULA N. 375 DO STJ – ExECUçãO EFETIVA E ATUALIDADE DA HIPOTECA JUDICIÁRIA ............................ 447

Ben-Hur Silveira Claus

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PrefáCio

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) claramente orienta seus membros a privilegiar solu-ções autocompositivas na regulamentação das condições de trabalho das diversas categorias. Nada mais natural. Cada categoria profissional representa um universo em si mesmo e ninguém melhor do que os atores sociais ligados a ela para conhecer suas necessidades e peculiaridades. Por melhores que sejam os legisladores eles jamais disporão de condições para conhecer todas as categorias profissionais de um país, acompanhar o surgimento de novas e o desaparecimento de antigas.

É forçoso, contudo, reconhecer que a solução autocompositiva em determinadas circunstâncias não é viável em razão do elevado nível de animosidade entre os envolvidos, ou é desaconselhável, em razão da relevância da matéria envolvida. Nesses casos, não resta alternativa a não ser buscar a via legal.

Legislar em matéria de Direito do Trabalho não é, todavia, uma tarefa fácil. As normas relativas à relação de emprego provocam e sempre provocaram sentimentos antagônicos. Parte da bancada do Congresso Na-cional as vê como um marco imprescindível para a efetivação dos direitos humanos, redução das desigual-dades e distribuição da renda. Outra parte como um fator de encarecimento da produção e, por conseguinte, um obstáculo para o progresso econômico.

A forma de financiamento da política brasileira, que permite que o mesmo parlamento seja composto por congressistas patrocinados por entidades de defesa dos interesses patronais e por representantes do mo-vimento sindical, cada um deles comprometido com os interesses do patrocinador de sua campanha e com sua base eleitoral, não facilita os ajustes políticos necessários para a elaboração de uma adequada legislação do trabalho. Reproduz-se, muitas vezes, no Congresso Nacional, o mesmo antagonismo que impediu que a questão fosse regulamentada em negociações coletivas entre os envolvidos. O palco muda, mas os atores continuam, de certa forma, os mesmos.

Essa dificuldade no processo legislativo em matéria trabalhista explica, embora não justifique, a não regulamentação, pela via legal, de questões de fundamental importância como a proteção contra a despedida arbitrária, o adicional de penosidade e a terceirização. Explica, também sem justificar, a demora para que fossem regulamentados direitos como o aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, e o elevado número de verbetes editados pelo Tribunal Superior do Trabalho.

A criação de regras por Tribunais, muitas vezes sem alicerce constitucional ou legal algum, representa uma forma de ativismo judicial necessária para compensar a inércia e morosidade do legislador. Na falta de

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reformas que adequem o ordenamento jurídico aos fenômenos dos novos tempos, os juízes se veem compeli-dos a criar, pela via interpretativa, regras abstratas e impessoais. A edição de verbetes torna-se necessária para atualizar normas já existentes e para regulamentar questões relevantes que permanecem sem disciplina legal.

Embora necessária, não se pode dizer que essa solução é adequada. Num Estado Democrático de Di-reito em que o Poder Soberano é dividido em três vertentes independentes e harmônicas entre si, o ideal é que as normas abstratas sejam criadas pelos parlamentares, que detêm representação popular, e não por magistrados que, embora competentes e bem intencionados, escolhidos por critérios técnicos e pautados por regras meritocráticas, não cumprem mandato da população.

A inércia do legislativo e o ativismo judicial que ela provoca transformaram o Direito do Trabalho brasi-leiro de uma forma tal que o modelo atual nos deixa muito mais próximos dos países do sistema de common law do que dos que adotam o regime de civil law, ao qual tradicionalmente sempre estivemos vinculados. Para ilustrar essa afirmação basta mencionar que a Consolidação das Leis do Trabalho dispõe de 922 artigos, muitos dos quais sem qualquer serventia por não terem sido recepcionados pela Constituição vigente ou por terem sido ab-rogados ou derrogados por norma posterior, enquanto o Livro de Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho contava, em meados de junho de 2013, com 1272 verbetes, entre súmulas, orientações jurisprudenciais e precedentes normativos.

Além de mais numerosos do que os preceitos legais, os verbetes podem, em certo aspecto, ser consi-derados mais protegidos do que o texto legal. Nas ações de rito sumaríssimo, por exemplo, cabe recurso de revista quando houver contrariedade à súmula, mas não quando houver violação a dispositivo legal infra-constitucional (art. 896, § 6º, da Constituição Federal). O fato de se considerar uma contrariedade à súmula mais grave do que uma violação legal, ao ponto de protegê-la e não fazer o mesmo com a lei, é um indicativo de que determinadas regras criadas por tribunais já são consideradas, até certa medida, mais relevantes do que as criadas pelo legislador.

Em um contexto como o narrado acima, deve-se receber com bastante alento o fato de o Congresso Nacional ter recentemente saído de sua inércia habitual e ter aprovado normas trabalhistas importantes e bastante impactantes. É bem verdade que o fim dessa inércia foi, em parte, impulsionado por posturas as-sumidas ou sinalizadas pelo Supremo Tribunal Federal. É sabido que a lei do aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, para citar apenas um exemplo, somente foi editada em razão do início do julgamento dos Mandados de Injunção 943, 1010, 1074 e 1090 e das incertezas acerca da forma como o STF regulamentaria a questão. É certo também que as leis que entraram em vigor recentemente não são imunes a críticas. Muitas falhas podem e já estão sendo identificadas em todas elas pela doutrina e pela jurisprudência. Cabe agora aos operadores do direito interpretá-las, assegurando sua melhor aplicação.

É nesse ponto que reside o maior mérito da obra que tenho a honra de prefaciar. Visando iluminar o árduo caminho dos que agora têm que aplicar as novas normas, com suas imperfeições e com as incertezas que elas trouxeram, as professoras Rúbia Zanotelli de Alvarenga e Érica Fernandes Teixeira reuniram um no-tável time de juristas para comentá-las. Entre os que também assinam essa obra há representantes de todos os escalões da magistratura trabalhista (Ministros do Tribunal Superior do Trabalho, Desembargadores de diferentes tribunais trabalhistas de segunda instância, Juízes titulares e substitutos), membros do Ministério Público do Trabalho, advogados notáveis e diversos professores. Nomes absolutamente consagrados se uni-ram a jovens estudiosos em uma obra de autoria coletiva de inegável riqueza doutrinária. As diferenças de pontos de vista antes de serem excludentes, são, em verdade, complementares. O leitor logo perceberá que não há repetição de ideias nos artigos dedicados ao mesmo tema. O que há é uma riqueza científica bem pró-pria de uma área do conhecimento humano que permite olhares diversos sobre o mesmo objeto de estudo.

As organizadoras da obra foram tão perspicazes que não se limitaram a apresentar abordagens sobre as novas leis. Reconhecendo a importância hoje apresentada pelos verbetes do Tribunal Superior do Trabalho, incluíram neste livro textos que se debruçam sobre súmulas do Tribunal Superior do Trabalho e também do Superior Tribunal de Justiça. As Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) relacionadas com os temas mais atuais e palpitantes não ficaram sem uma merecida análise. Temas sobre os quais muito já se escreveu, como as indenizações por dano extrapatrimonial, o assédio moral, a liberdade sindical, a negociação coletiva, o direito de greve, a técnica de subsidiariedade que orienta a aplicação das normas do

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processo comum ao processo do trabalho, os princípios da execução trabalhista, a desconsideração da per-sonalidade jurídica e a controvertida jornada 12x36 receberam uma releitura original e relevante.

Eu poderia me alongar muito nos elogios e nos comentários sobre o que foi abordado nesta obra. Pre-firo, no entanto, não cansar mais o leitor com minhas divagações. Finalizo recomendando enfaticamente a leitura desta obra, felicitando as autoras pela louvável iniciativa e aplaudindo o esmero de todos os autores. Envio meus cumprimentos a todos os que direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão desta obra e aos que sabiamente se dedicaram à sua leitura.

JORGE CAVALCANTI BOuCINHAS FILHO

Mestre e doutor em Direito do Trabalho pela Universidade de São Paulo. Pós-doutor em Direito pela Uni-versité de Nantes. Professor do Curso de Graduação em Direito da Universidade São Judas Tadeu e de Admi-nistração da EAESP - Fundação Getúlio Vargas e de diversos cursos de pós-graduação lato sensu. Professor, coordenador e membro do Conselho Curador da Escola Superior de Advocacia de São Paulo. Membro pesquisador do Instituto Brasileiro de Direito Social Cesarino Júnior. Advogado.

PARTE I

TRABALHO E CONSTITuIçãO DE 1988: ATLETA PROFISSIONAL DE FuTEBOL

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CaPítulo 1

A Matriz do Trabalho na Constituição de 1988 e o Atleta Profissional de Futebol

Mauricio Godinho delGado(*) Gabriela neves delGado(**)

(*) Ministro do Tribunal Superior do Trabalho. Magistrado do Trabalho desde 1989: inicialmente na 1ª e 2ª Instâncias do TRT-MG e, desde novembro de 2007, no Tribunal Superior do Trabalho. Doutor em Filosofia do Direito (UFMG: 1993) e Mestre em Ciência Política (UFMG: 1980). Professor Assistente de Ciência Política da UFMG (1978-1994) e Professor Adjunto de Direito do Trabalho da UFMG (1994-2000). Professor Adjunto do Mestrado e Doutorado em Direito do Trabalho da PUC-Minas (2000-2012). Professor Colaborador da Pós- -Graduação em Direito do Centro Universitário IESB, de Brasília, desde 2009.

(**) Doutora em Filosofia do Direito (UFMG: 2005) e Mestre em Direito do Trabalho (PUC Minas: 2002). Professora Adjunta de Direito do Trabalho dos Programas de Graduação e Pós-Graduação da Faculdade de Direito da UnB desde 2009. Coordenadora de Graduação do Curso de Direito da UnB. Professora Adjunta de Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho dos Programas de Graduação e Pós-Graduação da Faculdade de Direito da UFMG (2006-2009). Professora de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito da PUC Minas (2003-2006). Professora de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito Milton Campos (2002-2006). Advogada.

tem fixado a normativa aplicável às relações entre empregados e empregadores no Brasil.(1)

Algumas categorias de trabalhadores, por moti-vos distintos, ficaram ao largo da regulação celetista durante décadas, tal como aconteceu com os empre-gados rurais e com os empregados domésticos, ori-ginalmente excluídos pelo texto expresso da própria CLT, em seu art. 7º.

Os atletas profissionais, durante décadas, tam-bém não receberam atenção do legislador trabalhis-ta, seja em face de sua parca organização política e sindical, seja em vista da insuficiente profissio-nalização que prevalecia em quase todo o cenário desportivo do País – salvo quanto ao futebol –, seja em decorrência da elevada peculiaridade da forma de organização das atividades esportivas e de seu sistema de labor.

Os primeiros diplomas normativos que surgiram nesta seara, considerado o período anterior à Consti-tuição de 1988, circunscreveram-se aos contratos de

(1) Sobre a criação e o papel da CLT no Brasil, com sua contínua atualização ao longo das últimas décadas, consultar: DELGADO, Mauricio Godinho; DELGADO, Gabriela Neves. Direito do Trabalho e Inclusão Social – Estrutura, Evolução e Papel da CLT no Brasil. In: DELGADO, Mauricio Godinho; DELGADO, Gabriela Neves. Constituição da República e Direitos Fundamentais – Dignidade da Pessoa Humana, Justiça Social e Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2012. p.121-136.

1. INTRODUÇÃO

A ordem jurídica brasileira, desde os anos de 1940, tem estabelecido o Direito Trabalhista como marco geral de regulação do mercado de trabalho, com seus princípios, regras e institutos jurídicos.

Com fulcro na relação de emprego, a Conso-lidação das Leis do Trabalho, surgida em 1943 e permanentemente atualizada nas décadas seguintes,

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trabalho dos atletas profissionais de futebol, caracteri-zando-se por insatisfatória construção legislativa.

Com o advento da Constituição Democráti-ca de 88, importantes parâmetros normativos des-pontaram com respeito à regulação do trabalho no País, tornando inevitável maior avanço com relação à normativa infraconstitucional, seja quanto ao atle-ta profissional de futebol, seja quanto à regulação das atividades laborativas dos atletas brasileiros das demais modalidades desportivas existentes ou em estruturação.

Nesse novo quadro constitucional, despontou, em primeiro lugar, no início da década de 1990, a Lei Zico, embora ainda se caracterizando por excessiva timidez na seara normativa enfocada. Em 1998, en-tretanto, surge a Lei Pelé, diploma bem mais abran-gente e inovador no quadro regulatório das relações trabalhistas no desporto brasileiro.

Submetida a diversas alterações ao longo de 14 anos de existência, a Lei Pelé, especialmente em sua nova versão atualizada pela Lei n. 12.395, de 2011, já coloca a normativa brasileira concernente às rela-ções laborativas no desporto do País em melhor grau de harmonia com a matriz constitucional inaugura-da em 1988.

2. A MATRIZ CONSTITUCIONAL DO TRABALHO

A Constituição da República, promulgada em cinco de outubro de 1988, estruturou no País o Es-tado Democrático de Direito (art. 1º, caput), tendo como fundamentos, entre outros, a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III) e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (art. 1º, IV).

A vinculação feita pelo Texto Máximo de 1988 entre a dignidade da pessoa humana e o valor social do trabalho é indissolúvel, por ser o trabalho um dos principais instrumentos assecuratórios da dig-nidade do ser humano na sociedade e na economia. à luz da Constituição Federal do Brasil, o trabalho tem status jurídico absolutamente diferenciado, por ser não apenas fundamento do Estado Democrático de Direito (art. 1º, caput, IV), mas também, ao mes-mo tempo, direito social (art. 6º), valor social (art. 1º, IV), primado da Ordem Social (art. 193), além de princípio que rege a Ordem Econômica (art. 170, caput, VIII: princípio da valorização do trabalho, espe-cialmente do emprego).

O conceito normativo estruturante da Consti-tuição da República, consubstanciado no Estado De-mocrático de Direito, compõe-se, segundo Mauricio

Godinho Delgado, de um tripé conceitual, em que a valorização do trabalho, especialmente do emprego, cumpre papel decisivo. Este tripé constitui-se dos se-guintes elementos: a pessoa humana e sua dignidade; a sociedade política, democrática e inclusiva; a socieda-de civil, democrática e inclusiva(2).

Nesse tripé conceitual decisivo, o trabalho e es-pecialmente o emprego cumprem função notável, por se inscreverem entre os instrumentos mais efetivos de garantia social da dignidade da pessoa humana, da busca da democratização da sociedade política, com seu direcionamento inclusivo, e da busca de uma so-ciedade civil também democrática e inclusiva.

Esse quadro constitucional dirigente do con-junto da vida brasileira naturalmente influencia to-dos os campos jurídicos, até mesmo, é claro, o seg-mento desportivo.

A partir dessa matriz constitucional inaugurada em outubro de 1988, portanto, é que tem de ser lida e compreendida a ordem jurídica especial que rege o importante mundo do trabalho empregatício des-portivo no País.

3. A MATRIZ CONSTITUCIONAL DO DESPORTO

A sociedade civil, como um dos pilares do Es-tado Democrático de Direito, caso estruturada de modo democrático e inclusivo, compõe-se do reino das instituições, ideias e movimentos privados, so-ciais e coletivos, em contraponto à sociedade política, caracterizada pelo universo das instituições públicas e estatais.

Integram a sociedade civil a pessoa humana, as unidades familiares, os movimentos sociais e co-letivos, as religiões e Igrejas, os meios de comuni-cação de massa, as instituições privadas e sociais, as empresas e o mercado econômico, a cultura, a educação, o desporto, o meio ambiente, além de várias outras criações da natureza e da inteligência humana.

Na Constituição da República, a sociedade civil está referida principalmente por quatro títulos desta-cados: o Título I (“Dos Princípios Fundamentais”) e o

(2) Sobre o conceito de Estado Democrático de Direito na matriz constitucional brasileira, consultar: DELGADO, Mauricio Godinho. Constituição da República, Estado Democrático de Direito e Direito do Trabalho. In: DELGADO, Mauricio Godinho; DELGADO, Gabriela Neves. Constituição da República e Direitos Fundamentais – Dignidade da Pessoa Humana, Justiça Social e Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2012.

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Título II (“Dos Direitos e Garantias Fundamentais”), ao lado do Título VII (“Da Ordem Econômica e Fi-nanceira”) e do Título VIII (“Da Ordem Social”). Na-turalmente que ela também comparece nos demais tí-tulos constitucionais, embora em menor intensidade, já que eles enfocam notadamente a sociedade política, sua estrutura, instituições e dinâmica(3).

As atividades desportivas integram dimensão importante da sociedade civil, envolvendo impressio-nante número de indivíduos e instituições em qual-quer país. Nessa medida, tais atividades estão men-cionadas na Constituição da República, ao lado da educação e da cultura, no interior do Título VIII do Texto Máximo, regente “Da Ordem Social” (art. 217).

O preceito constitucional que trata do desporto (art. 217), compondo a Seção III do Capítulo III do Título VIII da Constituição, estabelece parâmetros para a atuação do Estado nesse segmento social, sem arranhar, em qualquer medida, a lógica estruturante de toda a obra magna de 1988. Observe-se o texto do mencionado dispositivo da Constituição:

Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas des-portivas formais e não formais, como direito de cada um, observados:

I – a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento;

II – a destinação de recursos públicos para a promo-ção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;

III – o tratamento diferenciado para o desporto pro-fissional e o não profissional;

IV – a proteção e o incentivo às manifestações des-portivas de criação nacional.

§1º – O Poder Judiciário só admitirá ações relati-vas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, re-guladas em lei.

§2º – A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final.

§3º – O Poder Público incentivará o lazer, como for-ma de promoção social.

(3) A sociedade política, é claro, também comparece nesses quatro títulos constitucionais (I, II, VII e VIII); porém não há dúvida de que os Títulos III (“Da Organização do Estado”), IV (“Da Organização dos Poderes”), V (“Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas”) e VI (“Da Tributação e do Orçamento”) é que são mais fortemente dedicados à sociedade política.

A matriz constitucional relativa ao desporto, como se percebe, não entra em choque com a ma-triz constitucional relativa ao trabalho. As duas se harmonizam, compreendendo o Texto Máximo da República que a proteção e o incentivo às manifes-tações esportivas coadunam-se com o caráter e os objetivos democráticos e inclusivos que devem dire-cionar a sociedade civil, inclusive com a prevalência constitucional do trabalho e especialmente do em-prego.

Na medida dessa harmonia e inter-relação de esferas constitucionais é que deve ser compreendida a legislação desportiva do País, ao menos a contar de cinco de outubro de 1988.

4. BALIZAMENTOS CONSTITUCIONAIS PARA O CONTRATO DO ATLETA PROFISSIONAL – HISTóRICO NORMATIvO

O histórico da legislação trabalhista brasileira na seara do contrato do atleta profissional deve se balizar por dois momentos: o período anterior ao Texto Magno de 1988 e o período descortinado pela nova Constituição da República.

Registre-se, no exame desse histórico, que as primeiras manifestações legislativas nesta seara di-rigiram-se essencialmente ao atleta profissional de futebol, por ser este esporte absolutamente hegemô-nico na História do Brasil, sendo o primeiro, ao lon-go de décadas, que efetivamente se profissionalizou no campo desportivo do País.

A partir das décadas mais recentes é que se tor-nou massivo o processo de profissionalização de ou-tras modalidades no desporto brasileiro, para além do futebol. Talvez por essa razão é que somente depois de 1988 os diplomas legais especializados tiveram a preocupação de se dirigir a qualquer atleta profissional, ao invés de somente ao clássico jogador de futebol.

4.1 Evolução Normativa Pré-1988

Na ordem jurídica brasileira, desde 1943, o pa-drão da Consolidação das Leis do Trabalho corres-ponde à regra geral de contratação de trabalhadores empregados. Anteriormente à Constituição de 1988, entretanto, a própria CLT excluía certos empregados da vigência de suas normas jurídicas, tais como, à época, os trabalhadores domésticos e os trabalhado-res rurais (art. 7º, CLT).

Os trabalhadores atletas profissionais de fu-tebol, embora não estivessem, por força de lei, ex-

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plicitamente excluídos das disposições da CLT, na realidade mantinham-se fora da regência normati-va celetista. É que não havia originariamente, no texto consolidado, referência normativa bastante às peculiaridades dessa categoria profissional, em quadro de ausência de lei específica extravagante tratando de tal categoria especial no Direito bra-sileiro.

De todo modo, a legislação desportiva brasilei-ra, ainda que sem regência expressa e peculiar sobre a relação empregatícia futebolística, foi deflagrada inicialmente pelo Governo Vargas (1930-1945). Em 1939, o Decreto-lei n. 1.056 criou a Comissão Na-cional de Desportos. Em 1941, o Decreto-lei n. 3.199 instituiu o Conselho Nacional de Desporto, além dos conselhos regionais.

O Conselho Nacional de Desportos, a propósi-to, editou em 1945 o primeiro Código Brasileiro de Futebol, por meio da Deliberação CND n. 48/1945. Por este diploma de caráter administrativo, foram criados o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), com atuação em todo o País, os Tribunais de Justiça Desportiva (TJDs), com atuação regional, além das Juntas Disciplinares Desportivas, com atua-ção municipal(4).

Em 1961, foi regulamentada a profissão do atle-ta profissional de futebol, pelo Decreto n. 51.008. Embora o diploma jurídico estabelecesse algumas garantias e proteções ao atleta futebolístico, não lhe estendia, regra geral, a legislação trabalhista e previ-denciária.

Em março de 1964, surge o Decreto n. 53.820, tratando do atleta profissional de futebol e também do chamado “passe”, instituto relacionado à trans-ferência clubística do profissional. O passe caracte-rizava-se por ser fortemente controlado pelo clube, embora o instituto garantisse ao atleta o recebimen-to de 15% sobre o montante total estipulado para tal passe(5).

O atleta profissional de futebol tornou-se bene-ficiário da Previdência Social apenas em 1973, por meio da Lei n. 5.939.

Pouco tempo depois, em 1975, consideradas as bases da estrutura estabelecida nos anos de 1940, foi

(4) MARTINS, Sérgio Pinto. Direitos Trabalhistas do Atleta Profissional de Futebol. In: Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região. Ano VII, Dezembro de 2004. Goiânia. p. 7.

(5) Idem..

instituída a justiça desportiva, pela Lei n. 6.251/1975, que revogou o Decreto-lei n. 3.199/1941(6).

A Lei n. 6.354, de setembro de 1976, sistemati-zou, com maior organicidade, a relação empregatícia do atleta profissional de futebol, também incorpo-rando o instituto do “passe”. Caracterizou-se, con-tudo, por preservar sistemática de exercício de poder notoriamente favorável aos clubes, seja em face do próprio instituto do passe, seja em face das amplas prerrogativas do exercício de poder que sufragava (inclusive com possibilidade de multa salarial puni-tiva), seja em vista da exiguidade dos direitos traba-lhistas aplicáveis à categoria profissional dos atletas.

A Lei n. 6.354/1976 vigorou por quase duas dé-cadas, sendo substituída em 1993, pela Lei Zico (n. 8.672/1993), a qual, entretanto, manteve vigência de alguns 19 preceitos do diploma dos anos de 1970.

4.2 Evolução Normativa Pós-1988

A Constituição de 1988, na Seção III (“Do Des-porto”) do Capítulo III (“Da Educação, da Cultura e do Desporto”) do Título VIII (“Da Ordem Social”), estabeleceu regras sobre o desporto (art. 217), inclu-sive reconhecendo a justiça desportiva, na qualidade de sistema prévio ao jurisdicional específico do Po-der Judiciário, no tocante à disciplina desportiva e às competições esportivas (art. 217, § 1º, CF/1988). Tal exceção constitucional, entretanto, conforme se verá, não atinge o direito de ação trabalhista do atleta pe-rante seu respectivo clube empregador (art. 5º, xxxV, CF/1988).

Os Títulos I e II da Constituição, por outro lado, especialmente os artigos 6º e 7º, que tratam dos direitos sociais e trabalhistas, além do art. 3º, IV, que trata do princípio da não discriminação, impuseram, evidentemente, a extensão dos direitos trabalhistas aos atletas profissionais de futebol, resguardadas as peculiaridades da categoria e de seu sistema labora-tivo, conforme especificado em lei.

A Lei n. 8.672, de seis de julho de 1993 – Lei Zico –, regulamentada pelo Decreto n. 981, de no-vembro do mesmo ano –, estabeleceu regras gerais do desporto, permitindo a profissionalização des-portiva em qualquer área de especialização (art. 18). Fixou, entretanto, exíguas regras a respeito do contrato do atleta profissional, embora tenha reco-nhecido o direito de arena, deferindo participação de 20% do montante contratado para os respectivos

(6) Idem. p. 11.

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atletas (art. 24, § 1º). Não revogou o diploma espe-cial dos futebolistas, vindo dos anos de 1970 (Lei n. 6.354/1976), que manteve sua aplicação na seara específica dos contratos dos atletas de futebol(7).

Em 24 de março de 1998, foi promulgada a Lei n. 9.615 – Lei Pelé –, com a definição de normas gerais sobre o desporto e regulação mais ampla da prática desportiva profissional e respectivo contra-to de trabalho (arts. 26 a 46). Regulou também o direito de arena (art. 42) e reconheceu o pacto aces-sório de cessão do direito de imagem (art. 87). A Lei Pelé revogou inteiramente os diplomas desportivos do início da década de 1990, ou seja, a Lei Zico (n. 8.672/1993) e a Lei n. 8.946/1994. A Lei Pelé tam-bém extinguiu o instituto do passe (art. 28, § 2º), após três anos de sua própria vigência (art. 93, Lei n. 9.615/1998) – o que significou extinção do passe desde o dia 25 de março de 2001.

Entretanto, a Lei Pelé manteve ainda a vigência de alguns dispositivos da antiga Lei n. 6.354/1976, inclusive a controvertida multa salarial punitiva. A regulamentação da Lei Pelé foi estabelecida pelo De-creto n. 2.574, de 29 de abril de 1998(8).

A Lei Pelé sofreu diversas alterações nos anos seguintes, em face dos diplomas legais a seguir des-tacados: Lei n. 9.940, de 1999; Lei n. 9.981, de 2000; Lei n. 10.672, de 2003; Lei n. 11.776, de 2008.

Em 16 de março de 2011, finalmente, foi pro-mulgada a Lei n. 12.395, com vigência a partir de sua publicação (Diário Oficial de 17.3.2011). O novo di-ploma legal alterou amplamente a Lei n. 9.615/1998 (Lei Pelé), regente de normas gerais sobre o despor-to, alterando também a Lei n. 10.891/2004, que ins-tituiu a Bolsa-Atleta, os Programas Atleta Pódio e a Cidade Esportiva. Além disso, o diploma desportivo de 2011, em seu art. 19, II, revogou totalmente a Lei n. 6.354/1976, completando o quadro de significati-vas mudanças na legislação reguladora dos contratos especiais desportivos.

A legislação previdenciária e trabalhista, inclu-sive a CLT, como visto, é aplicável ao contrato do atleta profissional, por ser empregatícia a relação ju-rídica desse trabalhador com a entidade desportiva, ainda que se trate de vínculo jurídico excetivo e es-

(7) Idem. Ibidem. Sobre o direito desportivo e a evolução da legislação desportiva brasileira, consultar ainda: BARREIROS NETO, Jaime. Direito Desportivo. Curitiba: Juruá, 2010.

(8) MARTINS, Sérgio Pinto. Direitos Trabalhistas do Atleta Profissional de Futebol. In: Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região. Ano VII, Dezembro de 2004. Goiânia. p. 11.

pecial de trabalho. Desde a Constituição de 1988 tal aplicação tornou-se inarredável, uma vez que, para o Texto Máximo (art. 7º, caput e parágrafo único), en-tre todas e quaisquer relações de emprego somente a de natureza doméstica é que não sofre incidência plena das regras do Direito do Trabalho.

Naturalmente que a aplicação das regras do Di-reito do Trabalho, inclusive a CLT, deve ser feita com reverência às peculiaridades normativas e fáticas dessa relação jurídica esportiva especial – conforme, a propósito, bem explicitado pelo antigo § 1º do art. 28 da Lei n. 9.615/1998 e pelo novo § 4º do art. 28 da Lei n. 9.615/1998.

A partir da Lei Pelé – especialmente a contar das mudanças surgidas com a Lei n. 12.395/2011 – uniformizou-se o tratamento jurídico trabalhista deferido aos atletas profissionais de futebol e demais modalidades esportivas que tenham se profissiona-lizado. A Lei n. 6.354/1976, que era específica dos futebolistas, finalmente quedou-se revogada em sua totalidade (art. 19, II, da Lei n. 12.395/2011), unifor-mizando-se, em conseqüência, a normativa jurídica desportiva. É bem verdade que não se pode perder de vista a mantença das peculiaridades da área despor-tiva em contraponto ao padrão geral trabalhista do País – peculiaridades ressaltadas pela Lei Pelé, espe-cialmente em sua nova redação de 2011.

5. BALIZAMENTOS CONSTITUCIONAIS PARA O CONTRATO DO ATLETA PROFISSIONAL – ASPECTOS CONTRATUAIS EM DESTAqUE

Alguns aspectos contratuais do vínculo laborati-vo do atleta profissional merecem destaque, no cotejo entre os balizamentos constitucionais de 1988 e a le-gislação vigente no Brasil, especialmente a contar das mudanças trazidas pela recente Lei n. 12.395, de 2011.

Tais aspectos em destaque são os seguintes: na-tureza salarial dos pagamentos retributivos pelo tra-balho; reconhecimento normativo do direito à ima-gem; reconhecimento normativo do direito de arena; duração do trabalho; o problema da antiga multa sa-larial do atleta futebolístico; competência da Justiça do Trabalho, em seus múltiplos desdobramentos, inclusive quanto à regra concernente à arbitragem referida na Lei n. 12.395/2011.

5.1 Natureza Salarial dos Pagamentos Retributivos pelo Trabalho

A Constituição de 1988 arrola princípios e re-gras acerca da temática salarial, de maneira a assegu-