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POR OUTRAS PALAVRAS Boletim Informativo N.º 5, Junho 2012 POR OUTRAS PALAVRAS? No decorrer de sete meses de monitorização atenta da imprensa escrita generalista em Portugal, denotaram-se algumas diferenças nas notícias que figuram nas versões impressas e nas versões on line dos mesmos jornais. Tendencialmente constatou-se que algumas das notícias que tratam as temáticas que este projecto procura discutir não se encontram nas versões impressas, embora possam encontrar-se nas on line. Argumentando que a versão impressa adquire ainda uma maior relevância, política e monetária, é curioso notar que muitas das notícias continuam a figurar somente na versão on line, contribuindo para um silêncio em torno da denúncia de ques- tões relacionadas com a discriminação. A impressão representa igualmente a formalização do posicionamento do jornal, bem como as prioridades do debate público que se pretende constituir. Esta divisão, entre selecções on line e impressas, pode informar sobre as concepções e as direcções editoriais em relação à concepção e consolidação de tipos de espaço e públicos-alvo distintos. Boletim Informativo n.º 5 - Junho de 2012 Monitorização: de 26 de Maio a 21 de Junho de 2012, foram monitorizados diariamente 10 jornais de referência: 3 de âmbito regional (Campeão das Pro- víncias, Diário As Beiras e Diário de Coimbra) e 7 de âmbito nacional (Diário de Notícias, Jornal I, Jornal de Notícias, O Expresso, O Público, Primeiro de Janeiro e Sol). Nesta edição: 1- Editorial 2- Pela Positiva, Alerta 3. Homofobia 4- Xenofobia 5- Estereótipos 6- Colóquio: Media e (Não)Discriminação 7- SOS RACISMO, Sugestões de Leitura, Créditos IN OTHER WORDS é um projecto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

5 Boletim Informativo POR OUTRAS PALAVRAS - Junho 2012

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5 Boletim Informativo POR OUTRAS PALAVRAS Junho 2012

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POR OUTRAS PALAVRAS

Boletim Informativo N.º 5, Junho 2012

POR OUTRAS PALAVRAS?

No decorrer de sete meses de monitorização atenta da imprensa escrita

generalista em Portugal, denotaram-se algumas diferenças nas notícias que

figuram nas versões impressas e nas versões on line dos mesmos jornais.

Tendencialmente constatou-se que algumas das notícias que tratam as

temáticas que este projecto procura discutir não se encontram nas versões

impressas, embora possam encontrar-se nas on line. Argumentando que a

versão impressa adquire ainda uma maior relevância, política e monetária,

é curioso notar que muitas das notícias continuam a figurar somente na

versão on line, contribuindo para um silêncio em torno da denúncia de ques-

tões relacionadas com a discriminação. A impressão representa igualmente

a formalização do posicionamento do jornal, bem como as prioridades do

debate público que se pretende constituir. Esta divisão, entre selecções on

line e impressas, pode informar sobre as concepções e as direcções editoriais

em relação à concepção e consolidação de tipos de espaço e públicos-alvo

distintos.

Boletim Informativo n.º 5 - Junho de 2012

Monitorização: de 26 de Maio a 21 de Junho de

2012, foram monitorizados diariamente 10 jornais de

referência: 3 de âmbito regional (Campeão das Pro-

víncias, Diário As Beiras e Diário de Coimbra) e 7 de

âmbito nacional (Diário de Notícias, Jornal I, Jornal

de Notícias, O Expresso, O Público, Primeiro de

Janeiro e Sol).

Nesta edição:

1- Editorial

2- Pela Positiva, Alerta

3. Homofobia

4- Xenofobia

5- Estereótipos

6- Colóquio: Media e (Não)Discriminação

7- SOS RACISMO, Sugestões de Leitura,

Créditos

IN OTHER WORDS é um projecto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação)

vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

Visita ao parceiro da Estónia, Tallinn Univer-

Página 2 POR OUTRAS PALAVRAS

pela positiva

Releva-se o destaque que foi

dado à Marcha Contra a Homo-

fobia e a Transfobia realizada

em Coimbra, a 17 de Maio, uma

vez que se trata de uma notícia

que concede uma voz politica

forte à luta LGBT no âmbito

regional. À margem realça-se,

no entanto, que há uma menção

excessiva de ‘ritmos sambados’;

considera-se que este se trata

de um aspecto secundário rela-

tivamente à luta política em

questão.

Ao longo de seis meses de monitorização e análise de

imprensa de sete jornais nacionais e de três jornais regio-

nais denota-se que, exceptuando pontuais denúncias de

maus tratos ou anúncios relativos à promoção de iniciati-

vas por parte de associações que trabalham com a questão

da deficiência, não existe um debate público (mediático)

sobre esta temática. Neste sentido, destaca-se a notícia,

ainda que breve, ‘‘Toca a Encantar’ é o tema da 6ª Gala da

APPACDM’ relativa às recentes iniciativas da associação,

designadamente a organização de uma Gala e o Lança-

mento do Pirilampo Azul. Considera-se, no entanto, que os

média têm contribuído (activamente) para o silenciamento

do debate público em torno das questões da deficiência,

tanto física quanto mental. Este silêncio é ainda mais pro-

blemático se se considerarem as medidas recentes que o

Estado tem implementado e que comprometem os direitos

das cidadãs e dos cidadãos com deficiência.

alerta invisibilidade nos media

das questões relacionadas com a deficiência

in Jornal As Beiras, 04/05/2012

in Diário de Coimbra, 18/05/2012

homofobia

N.º 5, Junho 2012 Página 3

Num tom oscilante entre um início aparentemente crítico e a veiculação de resultados, este artigo acaba

por consagrar espaço de discussão pública a um estudo académico que reproduz uma panóplia de afirma-

ções arriscadas. Esta notícia pretende dar conta de um estudo realizado na Universidade de Washington,

que afirma que é possível perceber a orientação sexual das pessoas através da sua face.

Além do mais, seguindo as declarações

do investigador responsável por este

estudo, chega mesmo a ser afirmado

na notícia que ‘a sexualidade é uma

‘categoria mais ambígua’ do que géne-

ro ou raça’ (sic). Esta direcção conduz

à reafirmação de uma ideia da exis-

tência de ‘raças’, algo que foi cientifi-

camente escamoteado e concebe igual-

mente o género enquanto categoria

biológica, ao invés de social. Argumen-

ta-se que (re)afirmar o cariz biológico

destas categorias é complicado, no

sentido em que, não só reafirma

velhos dogmas, como impossibilita um

debate sobre a construção social des-

tas categorias.

Para além disso, o facto de todo o arti-

go pretender reproduzir um estudo

científico faz com a mensagem passe

de uma forma mais directa, uma vez

que no espaço público os estudos cien-

tíficos são tidos (muitas vezes) como

‘verdades’ inquestionáveis, ainda por

cima quando reafirmados pelos media.

Uma notícia deste teor, no Dia Inter-

nacional de Luta Contra a Homofobia,

não deixa de ser um fait-diver, que

tem consequências concretas e que

devem ser debatidas.

in Jornal I, 17/05/012

Página 4 POR OUTRAS PALAVRAS

xenofobia Os títulos destas duas notícias anunciam um regime de excepcionalidade, no que respeita à pena de prisão

aplicada a estrangeiros/as em território português. Este regime de excepcionalidade, através do título,

parece ser dirigido inclusivamente a seu benefício, no sentido de uma diminuição das penas a que são con-

denados/as.

Ora, pelo contrá-

rio, o que se pas-

sa aqui é que

estas pessoas são

vítimas, não só de

condenação, mas

de pena acessória

de expulsão para

o país do qual são

consideradas

nacionais.

Esta descrição,

que vigora depois

no corpo da notí-

cia não contempla

um debate sobre

os quadros legais

que vêm permitir

a facilitação des-

tas expulsões,

designadamente

a transposição da

Directiva do

Retorno* para o

contexto Portu-

guês, bem como se revela incapaz de problematizar a consequente expulsão acessória.

Denote-se, também, que esta medida (política e económica) que, como está patente em muitas notícias, se

enquadra num conjunto de cortes que o Estado Português tem feito (desta vez através do esvaziamento pos-

sível dos estabelecimentos prisionais) é sustentada através do discurso da Ministra da Justiça, como uma

medida de ‘reinserção social, através do seu regresso ao país de origem’.

*DIRECTIVA 2008/115/CE DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO, de 16 de Dezembro de 2008, relativa a normas e pro-

cedimentos comuns nos Estados-Membros para o regresso de nacionais de países terceiros em situação irregular

(continua na página seguinte)

in Diário de Notícias, 04/05/2012

N.º 5, Junho 2012 Página 5

xenofobia Esta notícia, que reafirma essa lógica, deixa por discutir o enquadramento legal Português sobre a aquisi-

ção da nacionalidade Portuguesa. Uma vez que o nosso país tem uma Lei que determina que as pessoas têm

direito à nacionalidade através do ‘sangue’ e não do ‘solo’, muitas pessoas que nasceram em Portugal não

têm nacionalidade Portuguesa*. Neste sentido, as pessoas podem agora correr o risco de serem condenadas

e, posterior-

mente, expul-

sas para um

país onde nun-

ca viveram.

Fica também

por discutir a

liberdade das

pessoas decidi-

rem assuntos

que se relacio-

nam com a sua

própria mobili-

dade.

Esta notícia,

estabelece uma

dupla invisibili-

zação dos indi-

víduos, tanto

como imigran-

tes, como

enquanto reclu-

sos.

Estes sujeitos

não são toma-

dos como sujei-

tos políticos,

uma vez que

nem estes, nem algum tipo de associação que trabalhe com estas questões (imigração e reclusão) são con-

sultadas de forma a poder debater as suas visões e os impactos que estas medidas têm na vida das pessoas.

Neste sentido, este artigo limita-se a apresentar uma visão institucional da questão.

*Para uma informação mais detalhada sobre a atribuição da nacionalidade, consultar o Regulamento da Nacionalidade Portuguesa:

Decreto-Lei n.º 237-A/2006, de 14 de Dezembro.

in Jornal de Notícias, 07/05/2012

Página 6 POR OUTRAS PALAVRAS

No decorrer do mês de Maio, os media (re)começaram uma discussão a propósito da Interrupção Voluntária

da Gravidez (IVG), despenalizada em Portugal desde Fevereiro de 2007, por Referendo Nacional. Este debate,

centrado nas iniciativas do Movimento Pró-referendo Vida e,

posteriormente, a propósito do lançamento dos Relatórios sobre

os registos das Interrupções do Gravidez (IG), com dados refe-

rentes aos anos de 2010 e 2011, deu origem a cabeçalhos noti-

ciosos como: ‘Aborto aumenta entre as desempregadas’ (Jornal

O Primeiro de Janeiro, 4 de Maio), ‘Interrupções da gravidez

subiram 13,6% entre mulheres desempregadas’ (Diário de Notí-

cias, 3 de Maio), ‘Crise Pode aumentar recurso ao abor-

to’ (Jornal de Notícias, 4 de Maio). Embora os conteúdos destas

notícias – designadamente, os seus títulos – parecerem anun-

ciar preocupação e alarme social, não espelhando forçosamente

o conteúdo dos relatórios da Direcção Geral de Saúde (DGS), a

análise centrar-se-á naquela que se entende como a notícia

mais problemática no que a este tema diz respeito e que foi

capa de Jornal de Notícias, no dia 22 de Maio, intitulada ‘Por cada 5 nascimentos há 1 aborto voluntá-

rio’ (capa).

A notícia pretende dar conta dos dados do Relatório da DGS,

bem como das declarações de Isabel Vaz, responsável do Grupo

Espírito Santo Saúde, que afirma que ‘há dias que na unidade

que dirige há mais procura para abortar do que para ter

filhos’ (sic). A capa começar por enunciar uma comparação

entre o número de nascimentos e de abortos (voluntários). Res-

salte-se que, num país como Portugal, em que a baixa taxa de

natalidade é há muitos anos uma discussão no espaço público e

onde, por outro lado, o aborto continua a ser uma discussão do

foro privado (coexistindo ainda um conjunto de ideia pejorati-

vas em relação ao aborto), a comparação entre abortos e nasci-

mentos é demagógica, no sentido em que se estão a comparar

duas realidades distintas e que comportam juízos sociais tam-

bém eles diferentes. Por outro lado, ao utilizar a expressão ‘aborto voluntário’, que não se encontra presente

no título da mesma notícia no interior do jornal, sugere-se uma ideia de quase culpabilidade, que corrobora a

ideia ainda muito presente em Portugal que a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) é utilizada de forma

bastante displicente, muitas vezes como método contraceptivo. Esta concepção é bastante problemática uma

vez que naturaliza uma prática que é bastante violenta quer física, quer psicologicamente para muitas

mulheres.

(continua na página seguinte)

estereótipos

in Jornal de Notícias, 22/05/2012

in Jornal de Notícias, 22/05/2012

Página 7 N.º 5, Junho 2012

O texto da notícia denuncia um ‘aumento das IVG’ (sic) e um aumento do número de mulheres a recorrer à

IVG mais do que uma vez (sobretudo no mesmo ano) (sic). No entanto, uma leitura atenta ao texto da União

de Mulheres e Resposta (UMAR), Interrupção Voluntária da

Gravidez – uma análise sem preconceitos (2012) permite uma

abordagem sistemática e complexa sobre este tema. De acordo

com o mesmo texto, os dados do relatório da DGS parecem

expressar uma realidade distinta daquela da notícia: embora a

quantidade de IVG tenha aumentado em 2011 relativamente a

2010 (1,2%), a subida é inferior àquela registada entre 2009-

2010 (1,8%) e 2008-2009 (6.7%). Neste sentido, denota-se que o

número de abortos, em termos percentuais, parece ter vindo a

estabilizar de ano para ano, notando-se que o aborto na adoles-

cência mantém uma tendência decrescente e mais nenhuma

mulher morreu por ter realizado uma IVG (UMAR, 2012: 2).

Argumenta-se que as leituras descontextualizadas dos dados

estatísticos podem incorrer em erro, que se reclama cientifica-

mente justificado. Aqui importa perceber que a utilização de

dados estatísticos como factos é uma prática comum nos meios

de comunicação, o que se considera ser problemático uma vez

que os dados, quando não são postos em contexto, podem condu-

zir a leituras equivocadas, determinantes na formação da opi-

nião pública.

As declarações

de Isabel Vaz

revelam, uma

vez mais, a

ausência de con-

traditório, dado

que ninguém é

convidado a

comentar as

declarações prestadas pela mesma.

Por outro lado, apela-se a uma maior necessidade de se contex-

tualizar os espaços enunciados destes artigos, para que o/a leitor/a possa formular uma opinião concreta e

informada sobre a temática. Argumenta-se que o aborto deve ser discutido não numa retórica de (re)

penalização, mas no sentido de perceber quais os impactos reais da situação económica e das políticas de

saúde reprodutiva na liberdade das mulheres, em Portugal.

estereótipos

in Diário de Notícias, 03/05/2012

in O Primeiro de Janeiro, 04/05/2012

in Jornal de Notícias, 04/05/2012

Página 8 POR OUTRAS PALAVRAS

Colóquio

Media e (Não) Discriminação

Decorreu no dia 28 de Maio de 2012, entre as 15h:00m e as 18h:00m,

no CES Centro de Estudos Sociais (Colégio de S. Jerónimo, na Univer-

sidade de Coimbra), o Colóquio Media e (Não)Discriminação, organiza-

do no âmbito do projecto IN OTHER WORDS, que teve por objectivos;

dar a conhecer este projecto e o trabalho da Unidade Local de Análise

de Imprensa, bem como aprofundar o conhecimento e alargar o debate

sobre a discriminação nos media. Este evento contou com a presença

da Professora Doutora Maria João Silveirinha, da Faculdade de

Letras da Universidade de Coimbra e das entidades que integram a

Unidade Local de Análise de Imprensa: APAV, APPACDM Coimbra,

GRAAL, IEBA, NÃO TE PRIVES, SOS RACISMO, para além de cerca

de 30 pessoas que nele participaram

“O Mundo a Preto e Branco

Representações e os Suspeitos do Costume”

Página 9 N.º 5, Junho 2012

Maria João Silveirinha, Professora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, cuja docência e

investigação têm sido dedicadas a matérias relacionadas com os media e discriminação, foi convidada para

realizar a palestra "O Mundo a Preto e Branco -

Representações e os Suspeitos do Costume" e mode-

rar o respectivo debate integrado no Colóquio

"Media e (Não) Discriminação".

A apresentação da Doutora Maria João Silveirinha

centrou-se no papel dos media na configuração de

uma imagem colectiva, sendo que dessa mesma ima-

gem brotam juízos de valor, atitudes e condutas.

Dentro dos próprios media e na informação que vei-

culam é necessário analisar as relações de poder.

O poder não é apenas político e/ou físico, podendo tam-

bém ser produzido pela comunicação. Assim sendo, é

necessário reflectir sobre quem fala e quem não fala,

quem decide como as coisas, pessoas e acontecimentos

são descritos nas notícias ou representados, ou seja,

como o mundo é representado.

A cultura mediática (re)produz as relações entre

grupos dominantes e subordinados, apagando as dife-

renças e tornando as representações sexistas, de clas-

se, racistas e coloniais parecendo naturais. Os media

amplificam e caricaturizam, reduzindo os traços indi-

viduais. Desta forma, a informação que nos é trans-

mitida pelos media é, muitas vezes, a "preto e bran-

co", sem zonas de cinzento, nas quais todas as distin-

ções são apagadas.

Maria João Silveirinha defende que um modelo dos media como mera transmissão de informações é indevida-

mente simplificador.

SOS RACISMO Por isso, privilegiamos as seguintes áreas

de intervenção:

- Na área da educação participamos em

projectos educativos relativos à problemáti-

ca do racismo e da xenofobia promovendo a

interculturalidade, nomeadamente através

de formações, workshops e debates em

Escolas.

- O trabalho jurídico foi adquirindo ao longo

dos anos enorme importância na associação

dada a necessidade manifestada pelas

comunidades imigrantes e minorias étnicas

que a nós recorrem. Qualquer pessoa pode

contactar-nos telefonicamente, ou então

através de carta ou e-mail, pedindo infor-

mações, ou informando-nos, por exemplo,

de situações de racismo de que tenham

conhecimento.

- Tomamos posições públicas contra todos

os actos racistas ou que promovam o racis-

mo, quer por parte dos diversos poderes

instituídos, quer por parte dos órgãos de

comunicação social.

- Desenvolvemos acções concretas para

promover os direitos humanos, quer atra-

vés da apresentação de propostas, tendo em

vista a inclusão sócio-económica das mino-

rias étnicas em Portugal, quer pela contes-

tação e pela alteração de leis, relativas a

estrangeiros, que se revestem de teor racis-

ta e xenófobo.

- A participação em debates, colóquios,

campanhas de informação e esclarecimento

é também uma das formas de actuação que

privilegiamos na construção da sociedade

que defendemos.

- Os projectos nacionais e internacionais em

que o SOS RACISMO participa permitem à

associação realizar acções concretas como

actividades em conjunto com as comunida-

des, eventos culturais, edição de publica-

ções e participação em programas de forma-

ção.

- Mantemos ainda um vasto centro de docu-

mentação na sede de Lisboa com os princi-

pais livros publicados por nós ou por outros

sobre as temáticas em que trabalhamos,

bem como o arquivo de imprensa, aberto a

qualquer pessoa que o deseje consultar.

- Sobretudo na área de Lisboa, desenvolve-

mos intervenção comunitária, trabalhando

directamente com a população local de

alguns bairros, promovendo a inserção

escolar e social das crianças, dos jovens e

dos familiares dos residentes, promovendo

e/ou integrando projectos que visam a edu-

cação para a igualdade entre todos os cida-

dãos e cidadãs e ao combate aos preconcei-

tos que discriminam.

Mais informações em:

http://sosracis.wordpress.com

O SOS RACISMO existe desde 1990 e pro-

põe uma sociedade mais justa, igualitária e

intercultural onde todos, nacionais e

estrangeiros, com qualquer tom de pele,

possam usufruir dos mesmos direitos de

cidadania. Constituímos uma associação

sem fins lucrativos, tendo-nos sido atribuí-

do o estatuto de utilidade pública em 1996.

Esforçamo-nos no sentido de colaborar com

outras associações anti-racistas e de imi-

grantes a nível nacional. O SOS RACISMO

desenvolve, igualmente, actividades e

acções em conjunto com outras associações

de países europeus, estando actualmente

activamente envolvido numa rede anti-

racista europeia, em conjunto com vários

países da Europa. Para isso:

- Cooperamos na criação de uma política

concreta de inserção das minorias étnicas

na sociedade portuguesa;

- Lutamos pela concepção de um quadro

jurídico-legal susceptível de punir eficaz-

mente comportamentos racistas e xenófo-

bos;

- Agimos no sentido da consciencialização e

responsabilização das autoridades e popu-

lação portuguesa face à problemática da

discriminação racial e xenófoba;

- Estabelecemos uma acção concertada, com

as diversas associações de direitos huma-

nos, de imigrantes e anti-racistas;

- Alertamos para que os imigrantes e mino-

rias étnicas conheçam e reivindiquem os

seus direitos.

sugestões de leitura

Página 10 N.º 5, Junho 2012

- A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL, os movimentos humanos e culturais em Portugal, Lisboa , 2002

- IMIGRAÇÃO E ETNICIDADE, Vivências e Trajetórias de Mulheres em Portugal, Lisboa, 2005

- CIGANOS: números, abordagens e realidades, Lisboa, 2001

na internet

Visite o website do projecto IN OTHER WORDS em: http://www.inotherwords-project.eu/

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Conheça a política e actividades da Comissão Europeia na área da Justiça em: http://ec.europa.eu/justice/index_en.htm

créditos Edição: IEBA Centro de Iniciativas Empresariais e Sociais, Junho 2012

Revisão: ULAI Unidade Local de Análise de Imprensa - APPACDM Coimbra, APAV, GRAAL, NÂO TE PRIVES, SOS RACISMO

Contactos: IEBA Parque Industrial Manuel Lourenço Ferreira, Lote 12 - Apartado 38, 3450-232 Mortágua, [email protected]