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Rita Moura Fortes 1/1 5. ENSAIO DE RESILIÊNCIA 5.1 Definição O termo resiliência significa energia armazenada em um corpo deformado elasticamente, que é desenvolvida quando cessam as tensões causadoras das deformações; ou seja, é a energia potencial de deformação. (Medina, 1997) 5.2 Ensaios de cargas repetidas A força aplicada atua sempre no mesmo sentido de compressão, de um valor zero até um máximo, voltando a anular-se ou atingir um valor mínimo definido para voltar a atuar após pequeno intervalo de repouso (fração de segundo), de maneira a reproduzir as condições de campo. A amplitude e o tempo de pulso dependem da velocidade do veículo e da profundidade em que são calculadas as tensões e deformações produzidas. A freqüência representa o volume ou fluxo de veículos (Medina, 1997). O estado de tensões em um elemento do subleito ou de camada do pavimento varia com a posição da carga móvel P. A aplicação de uma carga vertical leva ao surgimento de uma tensão vertical (σ v ) e uma tensão horizontal(σ h ), conforme mostrado na figura 5.1. Figura 5.1 – Tensões normais e tangenciais (Medina, 1997). Os ensaio drenados são comumentes usados por simularem melhor as condições de campo . No entanto é difícil medir a pressão negativa da água nos poros (sucção) e obter-se as pressões efetivas, pois os materiais costumam ficar parcialmente saturados, assim sendo os resultados são expressos em termos de pressões totais (Medina, 1997). O módulo resiliente no ensaio triaxial de cargas repetidas é definido com a tensão desvio σ d = (σ 1 - σ 3 ) dividido pela deformação resiliente axial (vertical) ε 1 ou ε r . M R = σ d / ε 1 com ε 1 = h/ h o onde h é o deslocamento vertical máximo e h o é o comprimento inicial de referência do corpo de prova cilíndrico. Verifica-se na figura 7 que a cada aplicação de tensão desvio, a deformação axial tem uma parcela pequena de natureza plástica ou permanente (ε p ), sendo: ε t = ε r + ε p τ h τ vh τ h τ v σ V σ V σ h x P PAVIMENT SUBLEITO σ h

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Rita Moura Fortes 1/1

5. ENSAIO DE RESILIÊNCIA 5.1 Definição O termo resiliência significa energia armazenada em um corpo deformado elasticamente, que é desenvolvida quando cessam as tensões causadoras das deformações; ou seja, é a energia potencial de deformação. (Medina, 1997) 5.2 Ensaios de cargas repetidas A força aplicada atua sempre no mesmo sentido de compressão, de um valor zero até um máximo, voltando a anular-se ou atingir um valor mínimo definido para voltar a atuar após pequeno intervalo de repouso (fração de segundo), de maneira a reproduzir as condições de campo. A amplitude e o tempo de pulso dependem da velocidade do veículo e da profundidade em que são calculadas as tensões e deformações produzidas. A freqüência representa o volume ou fluxo de veículos (Medina, 1997). O estado de tensões em um elemento do subleito ou de camada do pavimento varia com a posição da carga móvel P. A aplicação de uma carga vertical leva ao surgimento de uma tensão vertical (σv) e uma tensão horizontal(σh), conforme mostrado na figura 5.1.

Figura 5.1 – Tensões normais e tangenciais (Medina, 1997).

Os ensaio drenados são comumentes usados por simularem melhor as condições de campo . No entanto é difícil medir a pressão negativa da água nos poros (sucção) e obter-se as pressões efetivas, pois os materiais costumam ficar parcialmente saturados, assim sendo os resultados são expressos em termos de pressões totais (Medina, 1997). O módulo resiliente no ensaio triaxial de cargas repetidas é definido com a tensão desvio σd = (σ1 - σ3 ) dividido pela deformação resiliente axial (vertical) ε1 ou εr.

MR = σd / ε1

com ε1 = ∆h/ ho onde ∆h é o deslocamento vertical máximo e ho é o comprimento inicial de referência do corpo de prova cilíndrico. Verifica-se na figura 7 que a cada aplicação de tensão desvio, a deformação axial tem uma parcela pequena de natureza plástica ou permanente (εp), sendo: εt = εr + εp

τh

τvh

τh

τv

σV

σV

σh

x P

PAVIMENT

SUBLEITO

σh

Rita Moura Fortes 2/2

Figura 5.2 – Registro oscilográfico do ensaio de cargas repetidas (Medina, 1997).

Na determinação do módulo resiliente somente a parcela εr (recuperável) é considerada. O ensaio é realizado com corpos de prova não saturados, geralmente em condições de drenagem livre. Na figura 5.3 está apresentado o equipamento de ensaio O ensaio é realizado com corpo de prova obtido de bloco de amostra indeformada ou compactada em laboratório, sendo que o diâmetro do molde deve ser superior ou igual a 4 vezes o diâmetro máximo das partículas de solo e sua altura guardar uma relação de aproximadamente 2 vezes o diâmetro (DNER-ME 131/94). O equipamento é constituído de uma célula triaxial, sistema de controle e registro das deformações e um sistema pneumático de carregamento. A força vertical axial é aplicada de modo alternado no topo da amostra através de um pistão, de maneira que a passagem do ar comprimido pelo regulador de pressão atua diretamente sobre uma válvula ligada a um cilindro de pressão. A abertura da válvula permite a pressão do ar no corpo de prova que está envolto por uma membrana impermeável. Fechando-se a válvula, a pressão do ar cessa. O tempo de abertura da válvula e a freqüência desta operação podem ser controlados por um dispositivo mecânico digital. As deformações resilientes são medidas através dos LVDTs (linear variable diferential transducers – par de transdutores mecânico-eletromagnéticos) que estão acoplados ao corpo de prova (Pinto & Preussler, 2001). No Brasil os módulos têm sido determinados com repetição do carregamento de aproximadamente 200; freqüência de 20 a 60 solicitações por minuto; duração de 0,10 a 0,15 segundos e freqüência entre 1 e 3 Hz (Pinto & Preussler, 2001; Medina, 1997). Os resultados são apresentados na forma gráfica, sendo que na ordenada, em escala logarítmica estão os valores dos módulos de resiliência (MR) e no eixo das abcissas, também em escala logarítmica, os valores das tensões confinantes. Através da análise de regressão obtêm-se equações do tipo: MR = k1 - σ3

k2 (vide figura 5.4 (a)) para solos arenosos ou pedregulhosos ou

MR = k2 + k3 (k1 - σd) k1 > σd

Σδp

δp

δr

0,1 s Tempo de 1s; freq. de 1

δr

δp

δr = deslocamento resiliente (recuperável); δp = deslocamento permanente ou plástico Σδp = deslocamento permanente acumulado

Referência inicial do ensaio

Rita Moura Fortes 3/3

MR = k2 + k4 (σd – k1)k1 < σd para solos argilosos ou siltosos (figura 5.4(b).

oonnddee kk11,, kk22,, kk33 ee kk44 ssããoo ppaarrââmmeettrrooss ddoo ssoolloo eennssaaiiaaddoo..

Figura 5.3 – Equipamento de ensaio de resiliência (ELE, 1999)

k2

k1MÓ

DU

LO D

E R

ESIL

IÊN

CIA

(kPa

)

TENSÃO DESVIO σd (kPa)

(b)

MR = k2 + k3 (k1 - σd) k1 >σd MR = k2 + k4 (σd – k1) k1<σd

DU

LO D

E R

ESIL

IÊN

CIA

(kPa

)

TENSÃO CONFINANTE σ3 (kPa)

(a)

k2

1 MR = k1 σ3k2 1

k

1

k3

Rita Moura Fortes 4/4

FFiigguurraa 55..44 –– MMóódduulloo ddee rreessiilliiêênncciiaa vveerrssuuss tteennssããoo ccoonnffiinnaannttee ((aa)) ssoolloo aarreennoossoo oouu ppeeddrreegguullhhoossoo ee ((bb)) ssoollooss aarrggiilloossoo oouu ssiillttoossoo ((MMeeddiinnaa,, 11999977)).. NNaa ffiigguurraa 55..55 eessttáá aapprreesseennttaaddaa aa vvaarriiaaççããoo ddoo mmóódduulloo ddee rreessiilliiêênncciiaa eemm ffuunnççããoo ddoo MMiinnii--CCBBRR ddee aallgguunnss ssoollooss llaatteerrííttiiccooss ee ssaapprroollííttiiccooss.. FFaattoorreess qquuee aaffeettaamm oo mmóódduulloo rreessiilliieennttee ddooss ssoollooss ggrraannuullaarreess::

aa)) nnúúmmeerroo ddee rreeppeettiiççõõeess ddaa tteennssããoo--ddeessvviioo:: ddeeppeennddee ddoo íínnddiiccee ddee vvaazziiooss,, ddaa ddeennssiiddaaddee ddoo mmaatteerriiaall,, ddoo ggrraauu ddee ssaattuurraaççããoo ee ddoo vvaalloorr ddaa tteennssããoo rreeppeettiiddaa aapplliiccaaddaa;;

bb)) hhiissttóórriiaa ddee tteennssõõeess:: ddeeffoorrmmaaççõõeess ppeerrmmaanneennttee iinniicciiaaiiss.. OOss ssoollooss nnããoo ccooeessiivvooss aaddqquuiirreemm rriiggiiddeezz aattrraavvééss ddaa rreeppeettiiççããoo ddoo ccaarrrreeggaammeennttoo.. EEmm uumm ddaaddoo mmoommeennttoo oo ssoolloo aapprreesseennttaa ccoommppoorrttaammeennttoo qquuaassee eelláássttiiccoo ccoomm MMRR ccoonnssttaannttee;;

cc)) dduurraaççããoo ee ffrreeqqüüêênncciiaa ddoo ccaarrrreeggaammeennttoo:: aa dduurraaççããoo éé ffuunnççããoo ddaa vveelloocciiddaaddee ddooss vveeííccuullooss.. AA ffrreeqqüüêênncciiaa éé ffuunnççããoo ddaass ccoonnddiiççõõeess ddee ttrrááffeeggoo.. AAttéé 4400 aapplliiccaaççõõeess ppoorr mmiinnuuttoo tteemm ppoouuccaa iinnfflluuêênncciiaa;;

dd)) nníívveell ddee tteennssããoo aapplliiccaaddaa:: vvaarriiaa mmuuiittoo ccoomm aa pprreessssããoo ccoonnffiinnaannttee eemm ssoollooss nnããoo ccooeessiivvooss ee ppoouuccoo ccoomm aa pprreessssããoo ddee ddeessvviioo.. FFaattoorreess qquuee aaffeettaamm oo mmóódduulloo rreessiilliieennttee ddooss ssoollooss ffiinnooss ccooeessiivvooss::

aa)) nnúúmmeerroo ddee rreeppeettiiççããoo ddaa tteennssããoo--ddeessvviioo ee hhiissttóórriiaa ddaass tteennssõõeess:: ccoomm oo ccaarrrreeggaammeennttoo rreeppeettiiddoo ooccoorrrree oo rreeaarrrraannjjoo eessttrruuttuurraall lleevvaannddoo aa uumm aaccrréésscciimmoo ddoo ppeessoo eessppeeccííffiiccoo;;

bb)) dduurraaççããoo ee ffrreeqqüüêênncciiaa ddee aapplliiccaaççããoo ddaass ccaarrggaass:: ppaarraa ffrreeqqüüêênncciiaass eennttrree 2200 ee 6600 aapplliiccaaççõõeess ppoorr mmiinnuuttoo ee dduurraaççããoo eennttrree 00,,8866 ee 22,,8866 sseegguunnddooss nnããoo eexxeerrccee iinnfflluuêênncciiaa;;

cc)) uummiiddaaddee ee mmaassssaa eessppeeccííffiiccaa ddee mmoollddaaggeemm:: qquuaannttoo mmaaiioorr oo tteeoorr ddee uummiiddaaddee,, mmeennoorr éé oo mmóódduulloo rreessiilliieennttee;;

dd)) ttiixxoottrrooppiiaa ddooss ssoollooss aarrggiilloossooss:: aappóóss aallgguummaass rreeppeettiiççõõeess ddee ccaarrggaa oo ggaannhhoo ddee rriiggiiddeezz nnããoo éé ssiiggnniiffiiccaattiivvoo;;

ee)) nníívveell ddee tteennssããoo:: nnoo ccaassoo ddee ssoollooss ccooeessiivvooss vvaarriiaa mmuuiittoo ppoouuccoo ccoomm aa pprreessssããoo ccoonnffiinnaannttee ee mmuuiittoo ccoomm aa ddee ddeessvviioo..

Rita Moura Fortes 5/5

FFiigguurraa 55..55 –– VVaarriiaaççããoo ddoo mmóódduulloo ddee rreessiilliiêênncciiaa eemm ffuunnççããoo ddoo MMiinnii--CCBBRR ddee aallgguunnss ssoollooss llaatteerrííttiiccooss ee ssaapprroollííttiiccooss ((FFrraannzzooii,, 11999900))

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CCllaassssiiffiiccaaççããoo ddooss ssoollooss ffiinnooss qquuaannttoo àà rreessiilliiêênncciiaa OOss ssoollooss ffiinnooss ccooeessiivvooss qquuee ccoomm ffrreeqqüüêênncciiaa éé eennccoonnttrraaddoo eemm ssuubblleeiittoo oouu eemm ccaammaaddaass ddee rreeffoorrççoo ddoo ssuubblleeiittoo ssããoo ccllaassssiiffiiccaaddooss,, ddee aaccoorrddoo ccoomm ooss ppaarrââmmeettrrooss ddee rreessiilliiêênncciiaa ddeetteerrmmiinnaaddooss eemm eennssaaiiooss ttrriiaaxxiiaaiiss eemm::

•• ssoollooss ttiippoo II:: ssoollooss ccoomm bbaaiixxoo ggrraauu ddee rreessiilliiêênncciiaa –– aapprreesseennttaamm bboomm ccoommppoorrttaammeennttoo ccoommoo ssuubblleeiittoo.. SSuuaa uuttiilliizzaaççããoo ccoommoo rreeffoorrççoo ddee ssuubblleeiittoo rreeqquueerr eessttuuddooss ee eennssaaiiooss eessppeecciiaaiiss;;

•• ssoollooss ttiippoo IIII:: ssoollooss ccoomm ggrraauu ddee rreessiilliiêênncciiaa iinntteerrmmeeddiiáárriioo –– aapprreesseennttaamm ccoommppoorrttaammeennttoo rreegguullaarr ccoommoo ssuubblleeiittoo.. SSuuaa uuttiilliizzaaççããoo ccoommoo rreeffoorrççoo ddee ssuubblleeiittoo rreeqquueerr eessttuuddooss ee eennssaaiiooss eessppeecciiaaiiss;;

•• ssoollooss ttiippoo IIIIII:: ssoollooss ccoomm ggrraauu ddee rreessiilliiêênncciiaa eelleevvaaddoo –– nnããoo éé aaccoonnsseellhháávveell sseeuu eemmpprreeggoo eemm ccaammaaddaass ddee ppaavviimmeennttooss.. CCoommoo ssuubblleeiittoo rreeqquueerreemm ccuuiiddaaddooss ee eessttuuddooss eessppeecciiaaiiss.. NNoo qquuaaddrroo 55..11 eessttáá aapprreesseennttaaddaa aa ccllaassssiiffiiccaaççããoo ddoo ssoolloo eemm ffuunnççããoo ddaa ppoorrcceennttaaggeemm ddee ssiillttee nnaa ffrraaççããoo ffiinnaa ((SS)),, oouu sseejjaa,, ddaa ffrraaççããoo qquuee ppaassssaa nnaa ppeenneeiirraa ddee aabbeerrttuurraa nnoommiinnaall 00,,007755 mmmm ee oo vvaalloorr ddaa ccaappaacciiddaaddee ddee ssuuppoorrttee ((CCBBRR)) ccoorrrreessppoonnddeennttee ((PPiinnttoo && PPrreeuusssslleerr,, 22000011)).. QQuuaaddrroo 55..11 –– CCllaassssiiffiiccaaççããoo ddoo ssoolloo eemm ffuunnççããoo ddaa ffrraaççããoo ppaassssaaddaa nnaa ppeenneeiirraa nnºº 220000 ((ppiinnttoo && PPrreeuusssslleerr,, 22000011))

SS ((%%)) CCBBRR ((%%)) << 3355 3355 aa 6655 >> 6655 >> 1100 II IIII IIIIII 66 aa 99 IIII IIII IIIIII 22 aa 55 IIIIII IIIIII IIIIII OOnnddee:: SS == 110000 –– ((PP11//PP22)) xx 110000 SS == ppoorrcceennttaaggeemm ddee ssiillttee nnaa ffrraaççããoo ffiinnaa qquuee ppaassssaa nnaa ppeenneeiirraa nnúúmmeerroo 220000 ((00,,007755 mmmm));; PP11 == ppoorrcceennttaaggeemm eemm ppeessoo,, ddee mmaatteerriiaall ccuujjaass ppaarrttííccuullaass tteennhhaamm ddiiââmmeettrroo iinnffeerriioorr aa 00,,0055 mmmm ddeetteerrmmiinnaaddaa nnaa ccuurrvvaa ddee ddiissttrriibbuuiiççããoo ggrraannuulloommééttrriiccaa;; PP22 == ppoorrcceennttaaggeemm eemm ppeessoo,, ddee mmaatteerriiaall ccuujjaass ppaarrttííccuullaass tteennhhaamm ddiiââmmeettrroo iinnffeerriioorr aa 00,,007755 mmmm,, ddeetteerrmmiinnaaddaa nnaa ccuurrvvaa ddee ddiissttrriibbuuiiççããoo ggrraannuulloommééttrriiccaa.. NNaa ffiigguurraa 55..66 eessttáá aapprreesseennttaaddoo oo mmooddeelloo ddee ccoommppoorrttaammeennttoo rreessiilliieennttee ddee ssoollooss ffiiiinnooss,, ddee aaccoorrddoo ccoomm aa ccllaassssiiffiiccaaççããoo II,, IIII ee IIIIII..

FFiigguurraa 55..66 -- MMooddeelloo ddee ccoommppoorrttaammeennttoo rreessiilliieennttee ddee ssoollooss ffiinnooss ((PPiinnttoo && PPrreeuusssslleerr,, 22000011))..

III

II

0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 σd

MR4000300020001000

I

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Características resilientes dos solos É a parcela da deformabilidade resiliente das camadas do pavimento e do subleito que condiciona a vida de fadiga das camadas superficiais mais rijas, como o revestimento de concreto asfáltico, base de solo cimento, etc., sujeitas a flexões sucessivas. O módulo de resiliência de solos depende de sua natureza (constituição mineralógica, textura, plasticidade da fração fina) umidade, densidade e estado de tensões. Na figura 5.7 estão apresentados alguns modelos de comportamento resiliente de solos (observados no Brasil)

FFiigguurraa 55..77 –– MMooddeellooss ddee ccoommppoorrttaammeennttoo rreessiilliieennttee ddee ssoollooss oobbsseerrvvaaddooss nnoo BBrraassiill ((MMeeddiinnaa,, 11999977)).. OOss ssoollooss ssaapprroollííttiiccooss ssiillttoossooss mmiiccáácceeooss ee//oouu ccaaoollíínniiccooss ccaarraacctteerriizzaamm--ssee ppoorr bbaaiixxooss vvaalloorreess ddee MMRR,, iinnddeeppeennddeenntteemmeennttee ddaa tteennssããoo ddee ccoonnffiinnaammeennttoo ee ddaa tteennssããoo ddee ddeessvviioo.. VVaalloorreess ddee MMRR mmeennoorreess qquuee 550000 kkggff//ccmm22 ssããoo ccoommuunnss nneessssee ssoollooss qquuaannddoo eennssaaiiaaddooss nnaass ccoonnddiiççõõeess ddee tteeoorr ddee uummiiddaaddee óóttiimmoo ee mmaassssaa eessppeeccííffiiccaa aappaarreennttee mmááxxiimmaa ddaa eenneerrggiiaa nnoorrmmaall.. ((NNooggaammii ee VViiiilliibboorr,, 11999955)).. DDeevviiddoo àà ccoommpplleexxiiddaaddee ddoo eennssaaiioo ppaarraa ddeetteerrmmiinnaaççããoo ddoo mmóódduulloo ddee rreessiilliiêênncciiaa,, ssããoo uuttiilliizzaaddaass ddiivveerrssaass ccoorrrreellaaççõõeess ccoomm oo vvaalloorr ddaa ccaappaacciiddaaddee ddee ssuuppoorrttee ((CCBBRR)).. AA pprrooppoossttaa ppoorr HHeennuukkeelloonn ee FFoosstteerr ((11996600)) éé aa mmaaiiss uuttiilliizzaaddaa qquuaannddoo ooss vvaalloorreess ddee CCBBRR ssããoo mmeennoorreess qquuee 1100%%.. MMRR == 110000 xx CCBBRR ((eemm kkggff//ccmm22)) Medina e Mota (1989) apresentaram várias fórmulas que permitem avaliar as constantes de alguns modelos de comportamento resiliente de solos brasileiros. O PRO 269/94 – Tecnapav foi desenvolvido para considerar o módulo de resiliência na avaliação estrutural de pavimentos flexíveis, assim como no dimensionamento de reforço dos mesmos.

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