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79 5 Sensores do Motor de Combustão Interna – Estudo de Caso Este capítulo apresenta a aplicação do sistema proposto para auto- correção e auto-validação de sensores inteligentes em um ambiente de múltiplos sensores, com diferentes graus de correlação entre eles. Este estudo de caso foi escolhido com o objetivo de mostrar que a RNAAM pode realizar uma reconstrução online das medições dos sensores quando estas apresentam falhas de tipo desvio, offset ou ruído. Recorde-se que o modelo proposto é da categoria não redundante, efetivo para realizar monitoramento de sensores em nível industrial e apropriado para se avaliar o estado do sensor ao longo do tempo. O modelo foi avaliado com uma base de dados de medições de sensores que controlam e realizam o monitoramento de um motor de combustão interna acoplado a um alternador, que gera a energia necessária para alimentar dois motores elétricos encarregados da tração das rodas traseiras de um caminhão de mineração da empresa Barrick, no Peru. A próxima seção apresenta, de forma sucinta, o funcionamento genérico de um motor de combustão interna. Nas seções subsequentes, são detalhadas as etapas de desenvolvimento do sistema para estudo de caso específico, assim como os resultados obtidos. 5.1. Princípio de Funcionamento do Motor de Combustão Interna O Motor de combustão interna é uma máquina térmica, que transforma a energia proveniente de uma reação química em energia mecânica. O processo de conversão se dá através de ciclos termodinâmicos (Otto, Diesel ou Brayton) que envolvem expansão, compressão e mudança de temperatura de gases. São considerados motores de combustão interna aqueles que utilizam os próprios gases de combustão como fluido de trabalho. Ou seja, são estes gases que realizam os processos de compressão, aumento de temperatura (queima), expansão e finalmente exaustão.

5 Sensores do Motor de Combustão Interna – Estudo de Caso · abruptas são consideradas parte da operação do motor e não ruídos externos. A Tabela 4 descreve brevemente as

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5 Sensores do Motor de Combustão Interna – Estudo de Caso

Este capítulo apresenta a aplicação do sistema proposto para auto-

correção e auto-validação de sensores inteligentes em um ambiente de múltiplos

sensores, com diferentes graus de correlação entre eles. Este estudo de caso foi

escolhido com o objetivo de mostrar que a RNAAM pode realizar uma

reconstrução online das medições dos sensores quando estas apresentam

falhas de tipo desvio, offset ou ruído. Recorde-se que o modelo proposto é da

categoria não redundante, efetivo para realizar monitoramento de sensores em

nível industrial e apropriado para se avaliar o estado do sensor ao longo do

tempo.

O modelo foi avaliado com uma base de dados de medições de sensores

que controlam e realizam o monitoramento de um motor de combustão interna

acoplado a um alternador, que gera a energia necessária para alimentar dois

motores elétricos encarregados da tração das rodas traseiras de um caminhão

de mineração da empresa Barrick, no Peru.

A próxima seção apresenta, de forma sucinta, o funcionamento genérico

de um motor de combustão interna. Nas seções subsequentes, são detalhadas

as etapas de desenvolvimento do sistema para estudo de caso específico, assim

como os resultados obtidos.

5.1. Princípio de Funcionamento do Motor de Combustão Interna

O Motor de combustão interna é uma máquina térmica, que transforma a

energia proveniente de uma reação química em energia mecânica. O processo

de conversão se dá através de ciclos termodinâmicos (Otto, Diesel ou Brayton)

que envolvem expansão, compressão e mudança de temperatura de gases.

São considerados motores de combustão interna aqueles que utilizam os

próprios gases de combustão como fluido de trabalho. Ou seja, são estes gases

que realizam os processos de compressão, aumento de temperatura (queima),

expansão e finalmente exaustão.

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O motor de combustão interna aqui utilizado executa o ciclo termodinâmico tipo

diesel, ou seja, aspira ar, comprime-o no interior dos cilindros e recebe

combustível sob pressão superior àquela em que o ar se encontra. A combustão

ocorre por auto-ignição quando o combustível entra em contato com o ar

aquecido pela elevada pressão.

O combustível injetado ao final da compressão do ar é, geralmente, o óleo

diesel, porém o motor pode rodar com outros combustíveis, inclusive com óleo

vegetal.

Em linhas gerais, o motor de combustão funciona de maneira semelhante

à do motor de explosão. No primeiro estágio o ar é aspirado para dentro de um

cilindro, através de uma válvula de aspiração. No segundo estágio, tendo

fechado a válvula de aspiração, o ar é comprimido dentro do cilindro até chegar

a uma pressão de cerca de 500 psi (34,47 bar), atingindo uma temperatura da

ordem de 649ºC. Próximo ao ponto morto superior do cilindro (PMS) injeta-se

óleo combustível (cf. Figura 25). O óleo se mistura ao ar altamente aquecido,

entrando em ignição. A expansão dos gases resultantes força o êmbolo a

realizar o ciclo de expansão. Pouco antes de o êmbolo atingir o ponto morto

inferior (PMI), a válvula de descarga abre e os gases começam a ser

descarregados do interior do cilindro.

Antes de o êmbolo atingir o PMS, a válvula de aspiração se abre

novamente e o ar que entra no cilindro faz a denominada lavagem do cilindro,

expulsando quase a totalidade dos gases de descarga que ainda permaneciam

no interior do motor. Ao atingir o PMS, e fechando-se a válvula de descarga,

inicia-se uma nova aspiração e, portanto, um novo ciclo (Cuisano, 2006).

Figura 25. Funcionamento do Motor de Combustão Interna

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5.2. Desenvolvimento do Projeto

Antes do desenvolvimento desta pesquisa, foram utilizados os softwares

GE wPTU Toolbox (General Electric) e INSITE Cense (Cummins, 2004) para

coletar as medidas de 40 sensores instalados no motor de combustão interna do

caminhão de mineração da empresa Barrick, com a finalidade de se obter um

histórico do rendimento do motor durante o regime dinâmico e contínuo.

A primeira etapa no desenvolvimento do trabalho foi verificar se os

sensores estavam calibrados de acordo com um programa de manutenção da

empresa, de forma a se realizarem, então simulações de descalibração.

Confirmou-se que a base de dados fornecida apresenta valores filtrados

previamente na etapa de aquisição de sinal no controlador ECM (Engine Control

Module) (Cummins, 2004). Portanto, as medições que apresentam variações

abruptas são consideradas parte da operação do motor e não ruídos externos.

A Tabela 4 descreve brevemente as características do motor, a partir do

qual foram fornecidas as leituras dos sensores em cada uma das fases deste

trabalho.

Tabela 4. Especificações do Caminhão e do Motor de Combustão Interna

(Cummins, 2004)

Caminhão Komatsu Modelo 730E - Elétrico

Dimensões 12,83 m x 7,54 m x 6,25 m Peso 324 kg

Carga Máxima 210 tons Motor Komatsu SSA 16V159

Modelo K2000 Numero de Cilindros 16 Ciclo de Operação 4 tempos

Potencia 2000 HP (14932 kW) Alternador General Electric GTA-22

Das 40 variáveis de medição fornecidas, foram selecionadas 32,

correspondentes às medições de distintos sensores de pressão e temperatura

instalados exteriormente ao motor. A Tabela 5 apresenta os 32 sensores

considerados neste estudo. No Anexo 1 apresenta-se a localização desses

sensores no motor de combustão interna e uma figura do caminhão estudado.

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Tabela 5. Sensores do Motor de Combustão Interna

Nº Parâmetros Selecionados (32) Valor standard

1 Pressão no riel de combustível 1035-1170 kPa (150-170 psi)

2 Pressão do ambiente 62 kPa (9 psi)

3 P. do ar na saída do turbo de alta esquerdo 227-262 kPa (33-38 psi)

4 P. do ar na saída do turbo de alta direito 227-262 kPa (33-38 psi)

5 T. do ar no aftercooler de frente esquerdo 88 °C (190 °F) máx.

6 T. do ar no aftercooler posterior esquerdo 88 °C (190 °F) máx. 7 T. do ar no aftercooler de frente direito 88 °C (190 °F) máx.

8 T. do ar no aftercooler posterior direito 88 °C (190 °F) máx.

9 Temperatura do óleo motor 90-104 °C (195-220 °F)

10 P. do aceite no motor á entrada do filtro 414-552 kPa (60-80 psi)

11 Pressão do óleo motor á saída do filtro 414-552 kPa (60-80 psi)

12 P. diferencial devido aos filtros de óleo 34-69 kPa (5-10 psi) 13 Pressão de gases no cárter 1.25-3.25 kPa (5-13 inH2O)

14 Temperatura do refrigerante motor 82-100 °C (180-212 °F)

15 Pressão do refrigerante motor 103-275 kPa (15-40 psi)

16 Temperatura de escape cilindro 1LB 704 °C (1300 °F) máx.

17 Temperatura de escape cilindro 1RB 704 °C (1300 °F) máx.

18 Temperatura de escape cilindro 2LB 704 °C (1300 °F) máx. 19 Temperatura de escape cilindro 2RB 704 °C (1300 °F) máx.

20 Temperatura de escape cilindro 3LB 704 °C (1300 °F) máx.

21 Temperatura de escape cilindro 3RB 704 °C (1300 °F) máx.

22 Temperatura de escape cilindro 4LB 704 °C (1300 °F) máx.

23 Temperatura de escape cilindro 4RB 704 °C (1300 °F) máx.

24 Temperatura de escape cilindro 5LB 704 °C (1300 °F) máx. 25 Temperatura de escape cilindro 5RB 704 °C (1300 °F) máx.

26 Temperatura de escape cilindro 6LB 704 °C (1300 °F) máx.

27 Temperatura de escape cilindro 6RB 704 °C (1300 °F) máx.

28 Temperatura de escape cilindro 7LB 704 °C (1300 °F) máx.

29 Temperatura de escape cilindro 7RB 704 °C (1300 °F) máx.

30 Temperatura de escape cilindro 8LB 704 °C (1300 °F) máx. 31 Temperatura de escape cilindro 8RB 704 °C (1300 °F) máx.

32 Temperatura do ECM do motor 48-71 °C (120-160 °F)

No presente estudo, foram desconsideradas as variáveis resultantes de

cálculos feitos no controlador ECM, medições do tipo PWM (Pulse Width

Modulation) e sensores com saída do tipo ON-OFF. Os dados representam

medições relativas ao translado do produto pelo caminhão (regime dinâmico e

contínuo), desconsiderando-se a etapa em que o motor é ligado (regime

estacionário). A Figura 26, a seguir, apresenta uma projeção horizontal do

caminhão em estudo.

O sistema integrado de monitoramento do caminhão gerou uma base de

dados de 2000 amostras, com medições realizadas com um período de

amostragem de 1 minuto para cada sensor. Diferentemente de outros estudos,

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os sinais produzidos pelos sensores não são ideais, ou seja, apresentam

variações resultantes do esforço do motor durante o translado de material.

Figura 26. Projeção Horizontal do Caminhão Komatsu 730E

5.2.1. Definição de Grupos

Com base na metodologia descrita no Capítulo 4, analisaram-se as

medições dos sensores com a finalidade de identificar grupos de sensores com

correlações similares, de forma a se obter uma melhor aproximação dos sinais.

Das 2000 amostras, 800 foram utilizadas para a etapa de treinamento e

200 para a de validação, restando 1000 amostras para a etapa de teste. Assim,

para a análise das correlações, foram utilizadas 800 amostras correspondentes

às leituras dos 32 sensores selecionados do motor de combustão interna. A

partir da análise dos dados, comprovou-se que, apesar de os sensores

pertencerem ao mesmo processo, as correlações diferem consideravelmente,

obtendo-se valores inferiores a |0,1| e superiores a |0,8|.

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De forma a considerar os diferentes níveis de correlação, os sensores

foram agrupados em três faixas, correspondentes ao grau de correlação entre

eles (baixo, médio e alto). Valores inferiores a 0,4 são considerados de baixa

correlação. Valores entre 0,4 e 0,8 são qualificados como de correlação média,

enquanto que valores superiores a 0,8 são classificados como de alta

correlação. Finalmente, cada grupo de sensores é associado a uma RNAAM. O

Anexo 2 apresenta a matriz de correlação entre os sensores de cada grupo. A

correlação média absoluta dos três grupos foi de 0,87, 0,59 e 0,33,

respectivamente, e o número de sensores atribuído a cada grupo é 16, 7 e 9,

respectivamente.

Percebe-se que o terceiro grupo de sensores apresenta correlações

baixas, com aproximadamente 40% delas com valores inferiores a 0,2. Portanto,

este grupo se constitui em um forte teste no que diz respeito à reconstrução dos

sinais frente a erros súbitos nos sensores.

5.2.2. Sistema de Monitoramento para Auto-Correção e Auto-Validação de Múltiplos Sensores

Definido o número de grupos, é possível representar o sistema de

monitoramento completo aplicado ao estudo de caso em questão. Na Figura 27

estão representadas, de maneira esquemática, todas as etapas que compõem o

sistema implementado.

Na fase de operação o sistema recebe, ao longo do tempo, as medições

de entrada X~

correspondentes às leituras dos sensores no processo. Esses

sinais são selecionados, a partir de um conjunto de variáveis de entrada xi

(Oliveira, 2005), separados nos grupos em função do grau de correlação

existente entre eles, e então normalizados entre [-1,1] (i

S ).

Na fase seguinte, as amostras são enviadas ao Modelo de Auto-Correção,

onde cada RNAAM ajusta as medições dos sensores, caso apresentem alguma

falha, ou se comporta como uma matriz identidade, caso não sejam identificadas

falhas.

Se existir um resíduo, ε, considerável entre o sinal monitorado e a resposta

do Modelo de Auto-Correção, o Módulo de Detecção de Falhas gera uma

informação de alarme. Pela informação fornecida pelo Módulo de Confiabilidade,

é possível verificar o estado atual do sensor. Finalmente, o Módulo de

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Classificação indica ao operador o momento em que o sensor pode ser retirado

do processo para que se realize uma nova calibração.

x~

Seleção

Normalização

Agrupamento

(correlação)

16

1

...

x

x

23

17

...

x

x

32

24

...

x

x

RNAAM1 RNAAM2 RNAAM3

SIF

MamdaniSPRT

ConfiabilidadeDetecção de

Falha

SIF

Sugeno

Classificação

(Cronograma)

xS

1S

2S 3

S

Auto-Validação

x

x̂x

( )T

xx161

ˆ...ˆ ( )Txx2317

ˆ...ˆ ( )T

xx3224

ˆ...ˆ

Gerador de

Residuos

ε

Auto-Correção

Módulo de

Confiabilidade

Módulo de

Detecção de

Falhas

Módulo de

Classificação

Figura 27. Sistema de Monitoramento para Auto-Correção e Auto-Validação de Múltiplos

Sensores

Conforme mencionado no capítulo anterior, a detecção da falha no sensor

é feita com ajuda do teste da razão de probabilidade seqüencial (SPRT) dos

resíduos de estimação.

As seções a seguir detalham os resultados obtidos para cada um dos

módulos do sistema de monitoramento online proposto neste trabalho.

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5.3. Resultados do Modelo de Auto-Correção

Conforme explicado na seção anterior, o modelo de auto-correção é

composto por três grupos, atribuindo-se a cada um deles uma rede neural auto-

associativa modificada. Conforme detalhado no Capítulo 4, as RNAAM são

modeladas de forma a efetuar a correção de falhas simples, em um único

sensor, e de falhas simultâneas em múltiplos sensores. É importante ressaltar

que, de forma a se evitar o overfitting, foram utilizadas as técnicas de parada

antecipada ou prematura (early-stopping) para o treinamento de todas as redes

neurais testadas. Além disso, é importante salientar que o algoritmo de

treinamento utilizado foi Levenberg-Marquardt. A seguir as fases de treinamento

das redes são detalhadas e os resultados dos testes são analisados.

5.3.1. Resultados do Primeiro Grupo

Os sensores que compõem este grupo, apresentados na Tabela 6, medem

a temperatura na câmara de combustão interna dos 8 cilindros do motor e

apresentaram um grau de correlação acima de 0,87.

Tabela 6. Sensores de Temperatura nos Cilindros - Grupo 1

Nº Sensores do Grupo I

1 Temperatura de escape cilindro 1LB 2 Temperatura de escape cilindro 1RB 3 Temperatura de escape cilindro 2LB 4 Temperatura de escape cilindro 2RB 5 Temperatura de escape cilindro 3LB 6 Temperatura de escape cilindro 3RB 7 Temperatura de escape cilindro 4 LB 8 Temperatura de escape cilindro 4 RB 9 Temperatura de escape cilindro 5 LB 10 Temperatura de escape cilindro 5 RB 11 Temperatura de escape cilindro 6 LB 12 Temperatura de escape cilindro 6 RB 13 Temperatura de escape cilindro 7 LB 14 Temperatura de escape cilindro 7 RB 15 Temperatura de escape cilindro 8 LB 16 Temperatura de escape cilindro 8 RB

RB= Posterior Direita (Right Back), LB= Posterior Esquerda (Left Back)

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O primeiro passo foi desenvolver um algoritmo para buscar o menor

número de neurônios na camada de estrangulamento. Para tal, testaram-se

distintas topologias para a RNAAM, variando-se o número de neurônios nas

camadas escondidas e inserindo-se ruído nas medições. Com base nos erros

obtidos na etapa de validação, a rede com maior capacidade de generalização

foi escolhida via validação cruzada. Ao final do treinamento, foi testada a

capacidade da rede de se comportar como um filtro – ou corretor de medições –

frente às medições com ruído.

A Error! Reference source not found. resume os resultados alcançados,

na fase de treinamento (algoritmo Levenberg-Marquardt), para as diferentes

topologias escolhidas e mostra o comportamento da RNAAM em função do

número de neurônios na camada de estrangulamento (de 1 a 14), considerando-

se diferentes números de neurônios nas camadas de mapeamento e

desmapeamento (identificados por M no quadro superior direito).

Figura 28. Erro MAPE em função do número de neurônios na camada de

estrangulamento

Observa-se que, independentemente do número de neurônios nas

camadas de mapeamento e desmapeamento, a rede gera menor erro na

previsão quando o número de neurônios na camada de estrangulamento atinge

um valor próximo ao número de entradas. Embora um maior número de

neurônios na camada de estrangulamento melhore a capacidade da rede de

operar frente a perturbações em um sensor, o custo computacional para calcular

os pesos sinápticos da rede é muito elevado. Portanto, escolher o menor número

0 2 4 6 8 10 12 14 0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

Estrangulamento

MA

PE

M=18 M=19 M=20 M=21 M=22

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de neurônios nesta camada capaz de fornecer uma boa aproximação da saída

(sem perturbação) é imprescindível para reduzir o custo computacional e obter

uma boa generalização. Na maioria das topologias testadas, quando a camada

de estrangulamento supera os 6 neurônios, o erro de predição permanece

praticamente o mesmo, ou seja, a variação é insignificante. Dessa forma, para

os 16 sensores de temperatura do Grupo 1, foram escolhidos 6 neurônios na

camada de estrangulamento.

O passo seguinte foi treinar a RNAAM para a reconstrução dos dados dos

sensores quando as medições apresentam ruídos, desvios ou offset nos vários

vetores de entrada. Para tal, foi usado o treinamento robusto modificado descrito

no capítulo 4 com ruído aleatório de 20% da faixa de medição. O número de

neurônios nas camadas de mapeamento e desmapeamento foi aumentado até

se obter uma resposta com erro MAPE máximo de 2%. Ao final do processo de

treinamento, a topologia obtida apresentou 18 neurônios na camada de

mapeamento/desmapeamento. A Tabela 7, a seguir, mostra os resultados

obtidos na topologia 16-18-6-18-16 da RNAAM1. Observa-se, na Tabela 7, que o

MAPE é menor do que 1% para todos os sensores, atingindo-se, assim, o

objetivo proposto.

Tabela 7. Resultado do Grupo 1

Grupo I 16-18-6-18-16

Sensor MSE MAPE % RMSE

1 0,000015 0,039246 0,761756 2 0,000103 0,166627 2,584214 3 0,000201 0,224396 3,030418 4 0,00011 0,152232 2,241799 5 0,00014 0,182628 2,601988 6 0,00002 0,051776 1,03355 7 0,000192 0,193579 2,62752 8 0,00017 0,202299 2,808072 9 0,00034 0,318357 4,39567

10 0,000201 0,237755 3,387114 11 0,000218 0,242586 3,681684 12 0,000152 0,202992 2,960583 13 0,00028 0,251261 3,614427 14 0,000189 0,246338 3,688612 15 0,000266 0,249533 3,454879 16 0,000195 0,241156 3,452701

A rede foi testada quanto à reconstrução de sinais frente a erros súbitos.

Foram apresentados vetores de entrada com um desvio de 0,2 ºF por minuto

durante 500 minutos (ao final do processo, o desvio é de 100 ºF). A Figura 29

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apresenta o resultado da RNAAM1 frente ao desvio do sensor 1 e a Figura 30

mostra uma visão ampliada deste teste e o comportamento para o sensor 2 do

mesmo grupo. A Tabela 8 apresenta os resultados para os 16 sensores.

Tabela 8. Desvio lento de 0,2 ºF por minuto no sensor 1

Grupo I 16-18-6-18-16

Sensor MSE MAPE % RMSE

1 0,0017 0,6233 8,0308

2 0,0002 0,2131 3,2284 3 0,0002 0,2208 3,0248 4 0,0001 0,153 2,2289 5 0,0003 0,2775 3,7958 6 0 0,0466 0,8067 7 0,0002 0,1864 2,5327 8 0,0002 0,2093 2,8926 9 0,0003 0,3172 4,315

10 0,0005 0,3882 5,3334 11 0,0002 0,2481 3,7299 12 0,0004 0,337 4,5454 13 0,0002 0,2357 3,3597 14 0,0002 0,2335 3,4417 15 0,0005 0,3425 4,541 16 0,0002 0,2586 3,8134

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000600

650

700

750

800

850

900

950

1000

1050

1100

Tempo (min)

ºF

Temperatura de escape cilindro 1LB

Calibrado

RNAAAM

Descalibrado

Figura 29. Resposta da RNAAM1 frente ao desvio no sensor 1

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290 300 310 320 330 340 350 360 370700

800

900

1000

Tempo (min)

ºF

Temperatura de escape cilindro 1LB

Calibrado

RNAAM

Descalibrado

340 350 360 370 380 390 400 410 420

900

1000

1100

1200

Tempo (min)

ºF

Temperatura de escape cilindro 1RB

RNAAAM

Descalibrado

Figura 30. Resposta dos sensores 1 e 2 frente ao desvio total de 100ºF no sensor 1

Os resultados mostram que o sensor 1 (Temperatura de escape cilindro

1LB) apresenta um aumento do MAPE de 0,03% para aproximadamente 0,6%,

valor este que se encontra dentro do limite do erro estabelecido para o conjunto

de sensores analisados (2%). Além disso, a média da diferença existente entre a

resposta da RNAAM1, para os 15 sensores restantes, quando as medições não

apresentam perturbações e quando existe um desvio no sensor 1, é de 0,21%

para 0,24%, ou seja, a rede não gera alterações consideráveis nas respostas

dos sensores que não apresentaram falhas na entrada. É possível visualizar um

exemplo disso na Figura 30, onde a saída da rede para o segundo sensor é

mapeada satisfatoriamente. Demonstra-se, assim, que foi superado um dos

problemas apresentados pelos trabalhos anteriores (Najafi, 2004; Marseguerra,

2005).

Foi testada, a seguir, a capacidade da rede de corrigir falhas em três ou

mais sensores defeituosos. Dados correspondentes a medições de três sensores

com falhas, selecionados aleatoriamente, são apresentados à RNAAM1 (com

desvio idêntico ao anterior). A Tabela 9 resume os resultados para todos os

sensores, considerando-se os sensores 1 (Temperatura de escape cilindro 1

LB), 5 (Temperatura de escape cilindro 3 LB) e 11 (Temperatura de escape

cilindro 6 LB) como aqueles com falhas. Pode-se perceber que a RNAAM1

consegue efetuar a auto-correção das medições dos sensores que apresentaram

desvios com um valor de MAPE inferior a 1%.

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91

Tabela 9. Desvio máximo em 100 unidades dos sensores 1, 5 e 11

Grupo I 16-18-6-18-16

Sensor MSE MAPE % RMSE

1 0,0019 0,655 6,4436

2 0,0002 0,255 3,7725 3 0,0002 0,2366 3,245 4 0,0004 0,2622 4,01 5 0,0021 0,7299 7,9174

6 0 0,088 1,4911 7 0,0006 0,3436 4,4874 8 0,0003 0,2727 3,7162 9 0,0005 0,3862 5,2263

10 0,0008 0,4989 6,6872 11 0,0003 0,2991 4,5121

12 0,0006 0,4446 6,0273 13 0,0003 0,2389 3,6136 14 0,0004 0,4016 5,688 15 0,001 0,5091 6,5595 16 0,0006 0,4262 6,1295

Contrastando-se os valores da Tabela 9 e da Tabela 7, observa-se que a

máxima diferença entre os dois casos é apresentada pelo sensor 5 – aumento

do MAPE de 0,277% para 0,729%. A Figura 31 apresenta a resposta da

RNAAM1 para os sensores 1, 3, 5, 6, 11 e 12, frente ao desvio nos sensores 1, 5

e 11. Observa-se que a rede neural consegue corrigir as medições dos sensores

com falha.

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92

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500600

700

800

900

1000

1100

Tempo (min)

ºF

Temperatura de escape cilindro 1LB

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500800

1000

1200

1400

Tempo (min)

ºF

Temperatura de escape cilindro 1RB

Calibrado

RNAAM

Calibrado

RNAAM

Descalibrado

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500700

800

900

1000

1100

1200

Tempo (min)

ºF

Temperatura de escape cilindro 3LB

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500600

800

1000

1200

1400

Tempo (min)

ºF

Temperatura de escape cilindro 3RB

Calibrado

RNAAM

Descalibrado

Calibrado

RNAAM

50 100 150 200 250 300 350 400 450

800

1000

1200

Tempo (min)

ºF

Temperatura de escape cilindro 6LB

50 100 150 200 250 300 350 400 450

800

900

1000

1100

1200

Tempo (min)

ºF

Temperatura de escape cilindro 6RB

Calibrado

RNAAM

Descalibrado

Calibrado

Descalibrado

Figura 31. Resposta dos sensores frente ao desvio lento de 0,2 ºF % por minuto nos

sensores 1,5 e 11

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93

Finalmente, testou-se a RNAAM1 com ruído aleatório de 20% da faixa de

medição. Como exemplo, foi inserido nas medições do sensor 1 (Temperatura

de escape Cilindro 1LB) um ruído aleatório com distribuição normal e desvio

padrão equivalente a 40 ºF. A Figura 32 mostra que a RNAAM1 consegue filtrar o

ruído satisfatoriamente. A Tabela 10 resume os resultados. Observa-se um

aumento do MAPE de 0,04% a 0,84%, valor que não ultrapassa o limite

estabelecido (2%).

250 260 270 280 290 300 310 320 330 340 350

650

700

750

800

850

900

950

1000

1050

1100

1150

Tempo (min)

ºF

Temperatura de escape cilindro 1LB

Calibrado

RNAAMDescalibrado

Figura 32. Resposta da RNAA1 frente ao ruído no sensor 1

Tabela 10. Ruído de 20% da faixa de medição no sensor 1

Grupo I 16-18-6-18-16

Sensor MSE MAPE % RMSE

1 0,0030 0,846 10,562

2 0,0001 0,211 3,038 3 0,0002 0,231 3,033 4 0,0001 0,143 2,143 5 0,0002 0,198 2,716 6 0,0000 0,057 0,923 7 0,0002 0,179 2,348 8 0,0002 0,205 2,741 9 0,0003 0,315 4,111

10 0,0002 0,275 3,772 11 0,0002 0,257 3,742 12 0,0001 0,209 2,892 13 0,0003 0,261 3,609 14 0,0001 0,236 3,261 15 0,0003 0,274 3,622 16 0,0002 0,270 3,734

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94

5.3.2. Resultados do Segundo Grupo

Os sensores selecionados para formar o Grupo 2 apresentaram um grau

de correlação de aproximadamente 0,56. Os sensores pertencentes a este

grupo, apresentados na Tabela 11, medem a temperatura e a pressão nas

etapas do aftercooler e a pressão do refrigerante do motor de combustão interna.

Tabela 11. Sensores de Temperatura e Pressão - Grupo 2

Nº Sensores Grupo II

1 P. do ar na saída do turbo de alta esquerdo

2 P. do ar na saída do turbo de alta direito

3 Temperatura do ar no aftercooler de frente esquerdo

4 Temperatura do ar no aftercooler posterior esquerdo

5 Temperatura do ar no aftercooler de frente direito

6 Temperatura do ar no aftercooler posterior direito

7 Pressão do refrigerante motor

Seguindo a metodologia proposta no capítulo 4, foram testadas,

primeiramente, distintas topologias com a finalidade de se obter o melhor

número de neurônios na camada de estrangulamento, sempre com o objetivo de

filtragem do ruído e de auto-corrreção das medições de um sensor com falha.

Foram considerados de 9 a 16 neurônios da camada de mapeamento e

desmapeamento, e de 1 a 6 neurônios na camada de estrangulamento.

Recorde-se que o número de neurônios na camada de estrangulamento é

escolhido tendo-se em vista o custo computacional, a variação do erro frente ao

aumento do número de neurônios e a capacidade da rede de corrigir as entradas

quando estas apresentam erros. A seguir, realizou-se o treinamento modificado,

mediante a inserção, nos vetores de entradas, de erros equivalentes a 20% da

faixa de medição dos sensores. Os números de neurônios nas camadas de

mapeamento e desmapeamento foram aumentados até se obter uma resposta

com erro MAPE máximo de 2%.

Ao final do processo de aprendizado, a topologia obtida apresentou 15

neurônios na camada de mapeamento e desmapeamento e 3 neurônios na

camada de estrangulamento. A Tabela 12, a seguir, mostra os resultados obtidos

na topologia 7-15-3-15-7 da RNAAM2 para os 7 sensores.

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95

Tabela 12. Resposta da RNAA do Grupo 2

Grupo II 7-15-3-15-7

Sensor MSE MAPE % RMSE

1 0,006 0,5881 0,3075

2 0,0056 0,5901 0,2907 3 0,0019 0,4154 0,8958 4 0,0077 0,3233 0,6789 5 0,0037 0,6845 1,4887 6 0,0033 0,4406 0,8563 7 0,0087 0,5917 0,3823

Conforme se observa na Tabela 12, o erro MAPE é menor do que 1% para

todos os sensores. A Figura 33 apresenta a resposta da RNAAM2 para os

sensores 3 e 4 quando nenhuma medição apresenta perturbações.

820 830 840 850 860 870 880 890 900 910 920

135

140

145

150

Tempo(min)

ºF

Temperatura do ar no aftercooler posterior esquerdo

970 980 990 1000 1010 1020 1030 1040 1050 1060 1070

140

150

160

170

Tempo (min)

ºF

Temperatura do ar no aftercooler de frente esquerdo

Objetivo

RNAAM

Objetivo

RNAAM

Figura 33. Resposta dos sensores 3 e 4 da RNAA2

O passo seguinte foi testar a capacidade da rede de reconstruir os sinais

frente a um sensor com falha. Para tal, foram apresentados à rede erros do tipo

offset nas medições dos sensores. A Figura 34 apresenta as saídas da RNAAM2

para os sensores 1 (Pressão da saída do turbo de alta esquerdo) e 2 (Pressão

da saída do turbo de alta direito), considerando-se um offset de 4 psi no sensor

2. A Tabela 13 resume os resultados.

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96

210 220 230 240 250 260 270 280 290 300 31028

30

32

34

36

38

Tempo(min)

psi

Pressão da saída do turbo de alta esquerdo

120 140 160 180 200 220

26

28

30

32

34

36

Tempo(min)

psi

Pressão da saída do turbo de alta direito

Objetivo

OffsetRNAAM

Objetivo

RNAAM

Figura 34. Respostas dos sensores 1 e 2 da RNAAM2 com falha no Sensor 2

(Offset=4 psi)

Tabela 13. Resposta da RNAAM2 a Falha do Sensor 2 (Offset=4 psi)

Grupo II 7-15-3-15-7

Sensor MSE MAPE % RMSE

1 0,0077 0,924 0,4278 2 0,0035 0,602 0,284

3 0,0084 0,8603 1,6134 4 0,0127 0,3595 0,7217 5 0,0036 0,5663 1,2685 6 0,0058 0,439 0,911 7 0,0048 0,4726 0,2361

Foi testada, a seguir, a RNAAM2 para uma entrada com múltiplas falhas do

tipo offset. Assim, as medidas dos sensores 2, 4, 5, 6 e 7 (escolhidos

aleatoriamente) foram corrompidas com um offset de 4 unidades das grandezas

correspondentes ao mesmo tempo. A Figura 35 apresenta as saídas da

RNAAM2 para os sensores 2 (Pressão do ar na saída do turbo de alta direito), 4

(Temperatura do ar no aftercooler posterior esquerdo), 5 (Temperatura do ar no

aftercooler de frente direito), 6 (Temperatura de ar no aftercooler posterior

direito) e 7 (Pressão do refrigerante no motor) e a Tabela 14 resume os

resultados obtidos para a RNAAM2.

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120 140 160 180 200 220135

140

145

150

ºF

Temperatura do ar no aftercooler posterior esquerdo

120 140 160 180 20020

25

30

35

psi

Pressão do ar na saída do turbo de alta direito

120 130 140 150 160 170 180 190

140

150

160

170

180

ºF

Temperatura do ar no aftercooler de frente direito

120 140 160 180

135

140

145

150

155

160

165

ºF

Temperatura do ar no aftercooler de posterior direito

120 140 160 180 200 22022

24

26

28

30

32

Tempo (min)

psi

Pressão do refrigerante do motor

Calibrado

Descalibrado

RNAAM

Figura 35. Resposta da RNAAM2 para falhas nos sensores 2, 4, 5, 6 e 7

(offset=4 unidades)

Tabela 14. Resposta da RNAAM2 para falhas nos sensores 2, 4, 5, 6 e 7

(offset=4 unidades)

Grupo II 7-15-3-15-7

Sensor MSE MAPE % RMSE

1 0,0089 1,7353 0,7615 2 0,005 1,2726 0,5651

3 0,0015 0,3847 0,83 4 0,01 0,4628 0,85

5 0,0044 0,8208 1,694

6 0,0065 0,6704 1,2708

7 0,004 0,6408 0,2405

Comparando-se os resultados obtidos nos testes para falhas em um único

sensor e para falhas múltiplas, verifica-se que a RNAAM2 consegue reconstruir

os sinais dos sensores com um MAPE menor do que 2%. Além disso, a média

da diferença entre este caso e quando não existem perturbações nos sensores,

é de 0,33% do MAPE. Portanto, os erros estão dentro do limite estabelecido para

o conjunto de sensores analisado.

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98

180 190 200 210 220 230 240 250

32

33

34

35

36

37

38

39

Tempo (min)

Sensor 1

RNAAM

Objetivo

Ruído

Finalmente, testou-se a RNAAM2 com ruído aleatório de 10% da faixa de

medição. Como exemplo, foi inserido nas medições do sensor 1 (Pressão do ar

na saída do turbo de alta esquerdo B) um ruído aleatório com distribuição normal

e desvio padrão equivalente a 3,5 psi. O resultado é apresentado graficamente

na Figura 36 e mostra que a RNAAM2 consegue filtrar o ruído e aproximar o sinal

à um sensor calibrado (Objetivo).

Figura 36. Resposta da RNAAM2 frente ao ruído no sensor 1

5.3.3. Resultados do Terceiro Grupo

Os sensores selecionados para formar este grupo têm correlações com

média de 0,33 e são apresentados na Tabela 15. Como existem sensores com

correlações lineares inferiores a 0,2, este grupo se constitui em um forte teste no

que diz respeito à reconstrução dos sinais frente a erros súbitos nos sensores.

Tabela 15. Sensores de Temperatura e Pressão- Grupo 3 Nº Sensores Grupo 3

1 Pressão no combustível ferroviário

2 Temperatura do óleo no motor

3 Pressão do óleo no motor á entrada do filtro 4 Pressão do óleo motor á saída do filtro

5 P. diferencial devido aos filtros de óleo

6 Pressão de gases no cárter

7 Temperatura do refrigerante motor

8 Temperatura da entrada de ar no Compressor

9 Temperatura do ECM do motor

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A mesma metodologia foi novamente utilizada no treinamento da rede

RNAAM3. Neste caso, devido à baixa correlação existente entre os sensores, o

número de amostras fornecidas à rede foi aumentado para 1500. A RNAAM3

apresenta uma topologia 9-15-7-15-9 e a Tabela 16, a seguir, resume os

resultados alcançados. É importante ressaltar que, devido à baixa correlação nas

medições dos sensores, o número de neurônios na camada de estrangulamento

é maior do que nos grupos 1 e 2, quando comparado ao número de entradas da

rede.

Tabela 16. Resultados da RNAAM3 -Matriz de Identidade

Grupo III 9-15-7-15-9

Sensor MSE (e-6) MAPE % RMSE

1 0,219 0,0165 0,0329 2 0,2078 0,0745 0,0068 3 0,1389 0,2133 0,1666 4 0,1234 0,2492 0,1816 5 0,2568 0,0748 0,0046 6 0,0506 0,0425 0,0937 7 0,3123 0,0378 0,0840 8 0,2808 0,4182 0,2338 9 0,1456 0,0343 0,0560

A RNAAM3 foi testada para um erro do tipo offset de 4 psi no sensor 1

(Pressão no combustível ferroviário) nos primeiros 125 min de operação. A

Figura 37 apresenta as respostas dos sensores 1 e 2 frente à falha, e a Tabela

17, a seguir, resume os resultados das métricas utilizadas. A resposta da

RNAAM3 é satisfatória por apresentar um erro MAPE menor do que 0,02%; ela

consegue corrigir o erro sem alterar as demais medições.

Tabela 17. Sensores de Temperatura e Pressão - Grupo 3

Grupo III 9-15-7-15-9

Sensor MSE MAPE % RMSE

1 0,0000 0,0122 0,0357

2 0,0000 0,0578 0,0055 3 0,0001 0,1696 0,1647 4 0,0002 0,2210 0,2087 5 0,0000 0,0537 0,0039 6 0,0000 0,0582 0,1489 7 0,0000 0,0285 0,0699 8 0,0003 0,2501 0,2011 9 0,0000 0,0707 0,1410

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100

0 20 40 60 80 100 120130

140

150

160

Tempo(min)

psi

Pressão no combustível ferroviário

20 40 60 80 100 120

4

5

6

7

8

9

Tempo(min)

psi

Pressão de gases no Cárter

Objetivo

RNAAM

Descalibrado

Objetivo

RNAAM

Figura 37. Respostas da RNAA3 frente a uma falha no sensor 1

(Offset=4 psi)

A rede foi testada, a seguir, para um desvio lento de 0,125% (0,2 ºF) por

minuto no sensor 9 a partir do instante de tempo 500 (ao final do processo, o

desvio é de 10 ºF). A Figura 38a apresenta os resultados deste desvio e a Figura

38b mostra uma visão ampliada deste caso. Na Tabela 18 são resumidos os

resultados para os 9 sensores da RNAAM3.

Tabela 18. Resposta da RNAA3 para o desvio no sensor 9

Grupo III 9-15-7-15-9

Sensor MSE (e-3) MAPE % RMSE

1 0 0,0119 0,0223 2 0 0,0408 0,004 3 0,0001 0,201 0,1591 4 0,0001 0,2364 0,178 5 0 0,0338 0,002 6 0 0,0382 0,091 7 0 0,0202 0,0452 8 0 0,1382 0,0884 9 0,0018 0,9291 1,5752

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101

500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 100060

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

Time(min)

ºF

Temperatura do ECM

Calibrado

DescalibradoRNAA

(a)

730 740 750 760 770 780 790 800 810

80

90

100

110

120

130

140

150

160

Time(min)

ºF

Temperatura do ECM

Calibrado

DescalibradoRNAA

(b)

Figura 38. Respostas da RNAAM3 frente a uma falha de desvio no sensor 9

(Desvio Final=10 ºF)

Finalmente, a RNAAM3 foi testada para uma entrada com múltiplas falhas:

as medições dos sensores 1, 3, 7 e 9 foram corrompidas com um offset de 5

unidades ao mesmo tempo.

A primeira resposta apresentada é com uma falha presente nos sensores 1

e 3. A Figura 39 apresenta as saídas da RNAAM3 dos sensores 1, 3, 7 e 6 para

falhas nos sensores 1 e 3; a Tabela 19, a seguir, resume os resultados.

A segunda resposta apresentada é simulada com falhas nos sensores 1, 3

e 7; a Figura 40 e a Tabela 20 apresentam as respostas da RNAAM3 e um

resumo dos resultados das falhas simultâneas.

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102

0 20 40 60 80 100 120130

140

150

160

Tempo(min)

psi

Pressão no combustível ferroviário

20 40 60 80 100 120

4

5

6

7

8

9

Tempo(min)

psi

Pressão no Cárter

Objetivo

RNAAMOffset

Objetivo

RNAAM

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

70

80

90

100

Tempo (min)

psi

Pressão Pré Filtro de óleo

20 40 60 80 100 120

65

70

75

80

85

90

Tempo (min)

psi

Pressão do Óleo

Figura 39. Respostas da RNAAM3 frente a uma falha nos sensores 1 e 3

(Offset=4 unidades)

Tabela 19. Resposta da RNAAM3 para uma falha nos sensores 1 e 3

Grupo III 9-15-7-15-9

Sensor MSE (e-3) MAPE % RMSE

1 0,0063 0,0118 0,0357

2 0,0058 0,052 0,0055 3 0,1267 0,1596 0,1647

4 0,2235 0,2087 0,2087 5 0,016 0,0504 0,0039 6 0,0188 0,0553 0,1489 7 0,0217 0,0277 0,0699 8 0,2588 0,2309 0,2011 9 0,0165 0,065 0,141

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103

0 20 40 60 80 100 120130

140

150

160

Tempo(min)

psi

Pressão no combustível ferroviário

20 40 60 80 100 120

4

5

6

7

8

9

Tempo(min)

psi

Pressão no Cárter

Objetivo

RNAAMOffset

Objetivo

RNAAM

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

70

80

90

100

Tempo (min)

psi

Pressão Pré Filtro de óleo

20 40 60 80 100 120

65

70

75

80

85

90

Tempo (min)

psi

Pressão do Óleo

20 40 60 80 100 120150

160

170

180

Tempo (min)

ºF

Temperatura de refrigerante do motor

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

40

45

50

55

60

Tempo (min)

ºF

Temperatura de entrada do compressorrefrigerante do motor

Figura 40. Resposta da RNAAM3 a falha nos sensores 1,3 e 7 (offset=5 unidades)

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104

Tabela 20. Resposta da RNAAM3 a Falha do Sensor 1, 3 e 7 (offset=5 unidades)

Grupo III 9-15-7-15-9

Sensor MSE (e-3) MAPE RMSE

1 0,0063 0,0118 0,0357

2 0,0058 0,052 0,0055 3 0,1267 0,1596 0,1647

4 0,2235 0,2087 0,2087 5 0,016 0,0504 0,0039 6 0,0188 0,0553 0,1489 7 0,0217 0,0277 0,0699

8 0,2588 0,2309 0,2011 9 0,0165 0,065 0,141

Finalmente, a Tabela 21 e a Figura 41 apresentam os resultados da

RNAAM3 para falhas nos sensores 1 (Pressão no combustível ferroviário), 3

(Pressão Pré filtro de óleo), 7 (Temperatura do refrigerante do motor) e 9

(Temperatura do ECM).

Tabela 21. Resposta da RNAAM3 a Falha do Sensor 1, 3, 7 e 9 (offset=5 unidades)

Grupo III 9-15-7-15-9

Sensor MSE (e-3) MAPE RMSE

1 0,0063 0,0118 0,0357

2 0,0058 0,052 0,0055 3 0,1267 0,1596 0,1647

4 0,2235 0,2087 0,2087 5 0,016 0,0504 0,0039 6 0,0188 0,0553 0,1489 7 0,0217 0,0277 0,0699

8 0,2588 0,2309 0,2011 9 0,0165 0,065 0,141

20 40 60 80 100 120

140

150

160

Pressão no combustível ferroviário

Tempo(min)

psi

20 40 60 80 100

70

80

90

100Pressão Pré Filtro de óleo

Tempo (min)

psi

0 20 40 60 80 100 120 140

160

170

180

Temperatura de refrigerante do motor

Tempo (min)

ºF

40 60 80 100100

110

120

130

140

Temperatura do ECM

Tempo (min)

ºF

Objetivo

OffsetRNAAM

Figura 41. Resposta da RNAAM3 a falhas nos sensores 1, 3, 7 e 9

(offset=5 unidades)

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105

Comparando-se os resultados obtidos nos testes sem perturbações e para

falhas múltiplas, verifica-se que a RNAAM3 consegue reconstruir os sinais dos

sensores com um MAPE menor do que 2%. Além disso, a média da diferença

entre esses casos e quando não existem perturbações nos sensores é de 0,34%

do MAPE. Portanto, os erros estão dentro do limite estabelecido para o conjunto

de sensores analisado. Uma conclusão fundamental, e que atesta a validade da

proposta deste trabalho, é que as três redes apresentaram excelente capacidade

de generalização. Quando treinadas com perturbações em medidas de apenas

dois sensores, por exemplo, foram capazes de reconstruir, na fase de testes, os

sinais de todos os sensores, com erro mínimo.

5.4. Resultados do Modelo de Auto-Validação

Esta seção apresenta os resultados dos módulos que compõem o modelo

de auto-validação. Neste caso, os modelos são testados com falhas do tipo

desvio e offset em um único sensor e em múltiplos sensores.

5.4.1. Resultados do Módulo de Detecção de Falha

De acordo com o capítulo 4, quando um sensor está funcionando

corretamente, o resíduo (diferença entre a entrada e a saída do modelo de auto-

correção) deve ter uma média aproximadamente zero e uma variância

comparável à variância dos resíduos para os dados de treinamento. Se houver

um desvio nas medições do sensor, a média residual apresentará uma mudança

e, assim, a razão de verossimilhança aumentará. Se este aumento for superior

ao limite definido pelo usuário, os resíduos serão mais propensos a pertencer ao

modo de falha do que ao modo normal (sem falha); o sensor é, então,

classificado como descalibrado. Tanto a probabilidade de falso alarme quanto a

de ausência de alarme devem ser definidas pelo especialista. Assim, os limites A

e B da equação 6 devem ser escolhidos em função da faixa de trabalho e do tipo

de sensor (Hines e Garvey, 2007).

Para testar a metodologia, foram consideradas perturbações nas medições

dos sensores dos Grupos 1 e 3. Os resíduos entre as respostas geradas pelo

modelo de auto-correção e as entradas foram inseridos no Módulo de Detecção

de Falha (MDF). No primeiro teste foi considerado um erro do tipo offset de 2 ºF

na medição do sensor 9/Grupo 3 (Temperatura do ECM no motor), no minuto

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106

900. A probabilidade de falso alarme foi fixada em 0,01 (ou 1%), e a de ausência

de alarmes, em 0,1 (ou 10%). Na Figura 42, o gráfico superior apresenta o erro

no sinal de medição e a resposta da RNAAM3; o gráfico inferior esquerdo mostra

o resíduo nos sinais, e o gráfico inferior à direita mostra a resposta do MDF.

Como pode ser observado, o modelo detecta corretamente a falha.

100 200 300 400 500 600 700 800 900

130

140

150

ºF

Temperatura do ECM

0 200 400 600 800 10000

1

2

3

Tempo (min)

Resíduo

0 200 400 600 800 10000

0.5

1

Tempo (min)

SPRT

Figura 42. Resposta do MDF frente ao erro no sensor 9/Grupo 3 (offset=2 ºF)

O MDF foi testado, também, para um desvio de 0,2 ºF por minuto no

Sensor 1/Grupo 1 (Temperatura de escape no cilindro 1LB) a partir do instante

500. Tendo em consideração que a faixa de medição neste sensor é maior do

que no caso anterior, os limites estabelecidos para a detecção de falso e

ausência de alarme foram variados. Assím, neste caso, a probabilidade de falso

alarme foi fixada em 0,05, e a de ausência de alarme, em 0,01. A Figura 43

mostra o desvio no sinal de medição e a resposta da RNAAM1, o resíduo nos

sinais e a saída do MDF. Como se observa, o modelo responde corretamente no

momento em que o desvio ocorre.

0 200 400 600 800 10000

0.5

1

SPRT

Tempo (min)0 200 400 600 800 1000

-200

0

200Residuo

Tempo (min)

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000600

800

1000

1200Temperatura de escape cilindro 1LB

ºF

Figura 43. Resposta do MDF frente ao desvio no sensor 1/Grupo1 (5 ºF por minuto)

Finalmente, o MDF foi testado para uma falha simultânea nos sensores 1,

3, 7 e 9 do Grupo 3. Foi simulado um offset de 5 unidades ao mesmo tempo

durante os primeiros 112 minutos (cf. Figura 41). A probabilidade de falso alarme

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107

foi fixada em 0,01 e a de ausência de alarme em 0,1 nos quatros sensores. A

Figura 44 mostra a saída do MDF para os quatro sensores. Como se observa, o

modelo responde corretamente durante o tempo em que o offset ocorre.

0 200 400 600 800 10000

0.5

1

Tempo (min)

SP

RT

Módulo de Lógica de Detecção

0 200 400 600 800 10000

0.5

1

Tempo (min)

SP

RT

0 200 400 600 800 10000

0.5

1

Tempo (min)

SP

RT

0 200 400 600 800 10000

0.5

1

Tempo (min)

SP

RT

Figura 44. Respostas do MDF frente às falhas simultâneas nos sensores do Grupo 3

5.4.2. Resultados do Modelo de Confiabilidade e Classificação

De acordo com o capítulo 4, quando um sensor não apresenta falha, é

possível afirmar que a confiabilidade do sensor é alta e que são fornecidas

leituras correspondentes ao mensurando analisado. Já quando o sensor se

degrada, como resultado de um envelhecimento, suas leituras geram dados

incorretos que afetam o processo. De forma que o operador possa verificar o

estado do sensor e do modelo de auto-correção desenvolvido nesta pesquisa,

uma etapa de auto-validação fornece a confiabilidade das medições e ajuda a

decidir quando retirar o instrumento do campo, gerando prioridades na gestão

das calibrações da planta.

Para testar a metodologia proposta no modelo de auto-validação, foram

simuladas descalibrações nos sensores dos grupos 2 e 3. Os resíduos entre as

respostas geradas pelo modelo de auto-correção e as entradas foram inseridos

no modelo de auto-validação.

O primeiro teste do modelo de auto-validação foi efetuado para uma

entrada com múltiplas falhas: as medições dos sensores 1, 3, 7 e 9, entradas da

RNAAM3, foram corrompidas com um offset de 5 unidades ao mesmo tempo (cf.

Figura 41) durante 112 minutos. Os resíduos foram normalizados no intervalo

[-1,1] em função do valor máximo da sua faixa de medição e foram fixadas as

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108

correlações médias para cada sensor. A Tabela 22 resume os valores

selecionados para o teste.

Tabela 22. Valores máximos para a normalização dos resíduos

Erro Valor Correlação Sensor Falha:

Offset (%) Máximo Sensor 1 5 psi 2,94 170 psi 0,16 3 5 ºF 2,34 212 ºF 0,52 7 5 psi 5 100 psi 0,38 9 5 ºF 3,1 160 ºF 0,26

A Figura 45 apresenta os resultados do modelo de auto-validação. São

mostrados os gráficos dos resíduos obtidos após executado o modelo de auto-

correção (esquerda), do módulo de confiabilidade (centrais) e do módulo de

classificação das falhas avaliadas (direita).

0 50 100 1500

5

Sen

sor

1

Resíduos

0 50 100 1500

0.5

1

Confiabilidade

0 50 100 1500

0.5

1

Classificação

0 50 100 1500

5

Sen

sor

3

0 50 100 1500

0.5

1

0 50 100 1500

0.5

1

0 50 100 1500

5

Sen

sor

7

0 50 100 1500

0.5

1

0 50 100 1500

0.5

1

0 50 100 1500

5

Tempo (min)

Sen

sor

9

0 50 100 1500

0.5

1

Tempo (min)0 50 100 150

0

0.5

1

Tempo (min)

Figura 45. Respostas do modelo de Auto-Validação a falhas nos sensores 1, 3, 7 e 9

(offset=5 unidades)

É possível perceber que o módulo de confiabilidade gera respostas com

valores próximos a 1, indicando uma confiabilidade alta dos sensores na faixa de

medição. Da mesma forma, as respostas do módulo de classificação indicam

que os sensores podem permanecer no processo devido à boa ação do modelo

de auto-correção (cf. Tabela 21).

Com a finalidade de testar outros estados do modelo de auto-validação,

foram simulados erros súbitos de maior magnitude. Assim, considera-se uma

entrada com duas falhas: as entradas da RNAAM2, correspondentes aos

sensores 1 e 4, foram corrompidas com um desvio de 0,02 unidades durante 600

minutos. Atingida a falha máxima (12 unidades), o sinal é mantido com essa

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109

variação ao longo dos 400 minutos restantes. Os resíduos foram também

normalizados no intervalo [-1,1] em função do valor máximo da sua faixa de

medição. Finalmente, as correlações médias para cada sensor foram fixadas no

modelo. A Tabela 23 apresenta os parâmetros escolhidos neste modelo.

Tabela 23. Parâmetros escolhidos às falhas nos sensores 1 e 4.

Erro Max. Valor Correlação

Sensor Falha: Desvio (max) (%) Máximo Sensor

1 12 psi 30 40 psi 0,56 4 12 ºF 8 150 ºF 0,63

A Figura 46 apresenta os resultados do modelo de auto-correção e a

Figura 47 apresenta as respostas do modelo de auto-validação (a disposição dos

gráficos segue o mesmo formato utilizado no teste anterior). É possível perceber

que a confiabilidade do sensor 1 (Pressão do ar na saída do turbo de alta

esquerdo) diminui até atingir uma confiabilidade média final de 0,45, resultado da

magnitude da falha (30% erro) em uma faixa de medição que possui um valor

máximo de 40 psi. No entanto, a boa resposta do modelo de auto-correção faz

com que o módulo de classificação indique que o sensor pode ser mantido no

processo, mas com a necessidade de agendamento de uma nova calibração

(classificação =0.5). Já no caso do sensor 4, (Temperatura do ar no aftercooler

posterior esquerdo), a confiabilidade do sensor é alta (aproximadamente 0,85),

devido à baixa magnitude da falha em comparação com a sua faixa de medição.

Assim, o módulo de classificação indica que o sensor pode ser mantido no

processo (classificação=1). Portanto, o especialista, no momento de programar

novas calibrações, dará prioridade ao sensor 1.

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 10000

20

40

Tempo (min)

psi

Pressão do ar na saída do turbo de alta esquerdo

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000120

130

140

150

160Temperatura do ar no aftercooler posterior esquerdo

Tempo (min)

ºF

RNAAM

Descalibrado

Calibrado

Figura 46. Respostas do modelo de auto-correção às falhas nos sensores 1 e 4

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Page 32: 5 Sensores do Motor de Combustão Interna – Estudo de Caso · abruptas são consideradas parte da operação do motor e não ruídos externos. A Tabela 4 descreve brevemente as

110

0 500 10000

5

10

Sen

sor

1

Resíduos

0 500 10000

0.5

1Confiabilidade

0 500 10000

0.5

1

Classificação

0 500 10000

5

10

Tempo (min)

Sen

sor

4

0 500 10000

0.5

1

Tempo (min)0 500 1000

0

0.5

1

Tempo (min) Figura 47. Respostas do modelo de auto-validação às falhas nos sensores 1 e 4.

Um terceiro teste foi realizado considerando-se um desvio de 0,012 ºF por

minuto no sensor 9 ao longo da sua faixa de medição; após 1639 amostras, o

desvio final é de 20 ºF (cf. Figura 48).

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 180040

60

80

100

120

140

160

Tempo (min)

ºF

Sensor 9 - Temperatura no ECM

Objetivo

DesvioRNAAM

Figura 48. Resposta da RNAAM3 à falha no Sensor 9 - Grupo 3

Da mesma forma que nos casos anteriores, os resíduos foram

normalizados entre [-1,1], correspondente a uma falha máxima de ±160 ºF

(100%). A Figura 49 apresenta as respostas do modelo de auto-validação

referente à falha avaliada: os resíduos ao longo do tempo (gráfico superior), os

resultados do módulo de confiabilidade (central) e do módulo de classificação

(inferior).

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111

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 18000

10

20

Res

íduo

Temperatura do ECM - Grupo 3

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 18000

0.5

1

Con

fiabi

lidad

e

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 18000

0.5

1

Tempo (min)

Cla

ssifi

caçã

o

Figura 49. Resposta do modelo de Auto-Validação ao desvio no Sensor 9-Grupo 3

Verifica-se que o resíduo gerado pela RNAAM3 representa o tipo de falha

existente no sensor (cf. Figura 49 - gráfico superior). Quando o resíduo gerado

ultrapassa os 10 ºF, é possível perceber que a confiabilidade começa a diminuir,

até chegar a um valor estável de 0,75, indicando que o sensor possui uma

confiabilidade boa apesar da sua degradação. Por outro lado, o módulo de

classificação, fixado com uma correlação de entrada de 0,26, correspondente à

correlação média entre o sensor falho e os 8 sensores restantes da RNAAM3,

indica que, ainda com uma falha máxima no sensor de 20 ºF (12,5% na faixa de

medição), o especialista pode confiar que a RNAAM3 realizará uma excelente

aproximação das medições do sensor falho. Portanto, este pode ser mantido no

processo (saída do módulo de classificação igual a 1), sem necessidade de se

realizar uma calibração imediata (cf. Figura 49 - gráfico inferior).

Como último teste, foi simulado um desvio de 0,011 psi por minuto no

primeiro sensor do grupo 2 (Pressão do ar na saída do turbo de alta esquerdo),

obtendo-se como falha máxima, após 1639 minutos de simulação, um desvio

igual a 16 psi (cf. Figura 50). Os resíduos gerados pela RNAAM2 foram

normalizados em função do valor máximo da faixa de medição (40 psi). Assim, o

desvio de 16 psi corresponde a um erro de 40% da faixa de medição, falha que

representa um estado grave do sensor.

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112

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 18005

10

15

20

25

30

35

40

Tempo (min)

psi

Pressão do ar na saída do turbo de alta esquerdo

RNAAM

Descalibrado

Calibrado

Figura 50. Resposta da RNAAM2 à falha no sensor 1-Grupo 2

A Figura 51, a seguir, apresenta as respostas do modelo de auto-validação

para a falha avaliada. O gráfico central mostra a baixa confiabilidade atingida

pelo sensor para a falha simulada.

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 18000

10

20

Res

iduo

(pi

s)

Pressão do ar na saída do turdo de alta esquerdo

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 18000

0.5

1

Con

fiabi

lidad

e

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 18000

0.5

1

Tempo (min)

Cla

ssifi

caçã

o

Figura 51. Resposta do modelo de auto-validação

O módulo de classificação indica que a partir do minuto 1100, quando o

erro é de 11 psi (equivalente a 29% da faixa de medição), deve-se agendar uma

nova calibração do sensor. A RNAAM2 realiza uma estimativa aproximada do

sinal avaliado sem conseguir uma estimação exatamente igual à medida

fornecida por um sensor calibrado (cf. Figura 52). No entanto, uma falha deste

tipo é incomum nos sensores industriais.

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113

1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600 1650

15

20

25

30

35

Tempo (min)

psi

Pressão do ar na saída do turbo de alta esquerdo

RNAAM

Descalibrado

Calibrado

Figura 52. Detalhamento da resposta da RNAAM2 à falha do sensor 1

Os bons resultados obtidos em todos os módulos que formam o sistema

proposto mostram que o monitoramento contínuo dos sensores com defeito pode

fornecer aos operadores informações adicionais para auxiliá-los a operar a

planta da maneira mais apropriada e aumentar a sua eficiência.

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