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    REFLEXES SOBRE A IMPORTNCIA E A

    NECESSIDADE DO ESTGIO SUPERVISIONADO EM

    SERVIO SOCIAL NA EDUCAO SUPERIOR A

    DISTNCIA NO BRASIL

    Brasil - Santa Catarina Indaial (05/2011)

    Msc. Vera Lcia Hoffmann Pieritz

    Centro Universitrio Leonardo da Vinci UNIASSELVI

    (47) 3281-9048 Ramal 9210

    [email protected]

    Msc. Cristiana Montibeller

    Centro Universitrio Leonardo da Vinci UNIASSELVI

    (47) 3281-9048 Ramal 9227

    [email protected]

    Classificao da rea de Pesquisa em EAD Nvel Micro: Ensino e

    Aprendizagem em EAD - 3. Caractersticas de Aprendizes

    Natureza do Trabalho: A - Relatrio de Pesquisa

    Classe: 1 Investigao Cientfica

    RESUMO

    Este artigo resultado de estudos bibliogrficos e da experincia no Curso de Servio Social (SES) da UNIASSELVI. Seu principal objetivo o de proporcionar algumas reflexes sobre a importncia do estgio supervisionado em SES, independentemente da metodologia de ensino e do posicionamento poltico da categoria profissional e do mercado. A pesquisa priorizou possveis anlises sobre o processo de ensino-aprendizagem na modalidade semi-presencial do Estgio. O estgio em SES da IES em estudo constitudo como processo educativo e reflexivo de ensino-aprendizagem, alm de envolver a superviso pedaggica, o conhecimento do acadmico e o acompanhamento

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    do profissional in loco, consequentemente desenvolve um comprometimento com um projeto poltico-pedaggico e de co-responsabilidade social na busca da qualidade dos servios prestados aos usurios de direitos. O estgio por si s no um fim em sim mesmo, mas um processo que se inicia, desenvolve-se e se transforma por toda uma vida profissional, assim a principal funo da prtica de estgio fazer com que o acadmico se confronte com as questes e dilemas de sua profisso no dia-a-dia, oportunizando-o desta forma o desenvolvimento de capacidades diversas de reflexo terico-prtica na concretizao de solues frente as diferentes demandas sociais.

    Palavras-chave: educao a distncia; estgio supervisionado; ensino-aprendizagem; servio social.

    1 - Introduo

    Este artigo objetiva proporcionar algumas reflexes sobre a importncia

    e a necessidade do estgio supervisionado em Servio Social (SES) na

    educao distncia (EAD). A pesquisa se baseia em bases bibliogrficas e na

    experincia profissional exercidas no Curso de Bacharelado em Servio Social

    do Centro Universitrio Leonardo da Vinci UNIASSELVI, no qual prioriza

    algumas reflexes, anlises e discusses sobre o processo de ensino-

    aprendizagem na modalidade semi-presencial da disciplina de Estgio,

    especificamente no que diz respeito ao estgio supervisionado como atividade

    curricular obrigatria de insero na prtica profissional, abordando-a como

    forma de enfrentamento do novo, da quebra de paradigmas constitutivos da

    formao profissional, que expe que o mtodo EAD incompatvel com a

    formao profissional em SES.

    As anlises de estudo esto norteadas pela problemtica da definio

    do conceito real do que vem a ser o estgio curricular, alm de ser pontuado

    suas diferenas metodolgicas e conceituais, e correlacionar a importncia da

    superviso de estgio em SES, apresentando o mtodo desenvolvido pela IES

    em estudo e sua forma de enfrentamento com relao ao posicionamento

    poltico da categoria profissional e da resistncia do mercado aos profissionais

    advindos do EAD.

    2 - Aspectos Legais do Estgio Supervisionado no Brasil

    Os Referenciais de Qualidade para o EAD, preconizados pelo

    Ministrio da Educao em agosto de 2007, pontuam que a superao da viso

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    fragmentada do conhecimento e dos processos naturais e sociais enseja uma

    estruturao curricular por meio da interdisciplinaridade e contextualizao.

    Compactuando com essa ideia, a UNIASSELVI compreende que seus cursos

    de graduao na modalidade distncia semi-presencial devem proporcionar

    aos seus acadmicos a possibilidade de no s conhecer os contedos de

    cada disciplina, mas tambm reconhecer a interao entre as disciplinas ou

    reas do saber.

    Essa relao entre teoria e prtica estabelece um movimento entre o

    saber e o fazer, que um dos princpios da UNIASSELVI, e um eixo

    articulador da dinmica da aprendizagem entre contedo e forma, numa

    relao dialtica. Neste contexto, o Estgio Curricular Supervisionado e o

    Trabalho de Graduao (TG) tornam-se importantes instrumentos de

    vinculao da teoria prtica, contribuindo para a formao do futuro

    profissional. Portanto, o Estgio e o TG so dois componentes curriculares

    complementares. Esta a posio assumida pela UNIASSELVI, ou seja, a de

    fazer do Estgio um momento inicial que se completa no TG, integrando os

    conhecimentos adquiridos durante o curso e proporcionando o contato com a

    pesquisa, atividade vista como princpio educativo que possibilita ao acadmico

    desenvolver uma ao questionadora e reflexiva (DIRETRIZES E

    REGULAMENTO DE ESTGIO E TRABALHO DE GRADUAO CURSO DE

    BACHARELADO EM SERVIO SOCIAL - UNIASSELVI, 2010).

    No que diz respeito a definio do estgio, a Legislao Federal

    Brasileira (2008, web) Lei 11788 de 25 de setembro de 2008 descreve em seu

    art. 1 que o estgio ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no

    ambiente de trabalho, que visa preparao para o trabalho produtivo de

    educandos que estejam freqentando o ensino regular em instituies de

    educao superior [...]. alm de ser parte integrante do PPC do Curso que visa

    diretamente o processo de ensino-aprendizagem do acadmico.

    Para melhor compreenso do conceito de estgio presente na atual Lei

    de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (1996) e tambm na legislao

    especfica, oportuno recuperar algumas das expresses j utilizadas na Lei

    Federal n 6.497/77 para caracterizar essa atividade de estgio supervisionado,

    que descrevia como complementao do ensino e da aprendizagem;

    instrumento de integrao, em termos de treinamento prtico, de

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    aperfeioamento tcnico-cultural-cientifico e de relacionamento humano;

    participao [...] em empreendimentos ou projetos de interesse social, no

    entanto aprimorou-se o entendimento da matria utilizando fundamentalmente

    expresses como: atividades de aprendizagem social, profissional e cultural;

    participao em situaes reais de vida e de trabalho, de seu meio;

    procedimentos didtico-pedaggicos [...] de competncia da instituio de

    ensino em parceria com pessoas jurdicas de direito pblico e privado

    cedentes de oportunidades e campos de estgio, como colaborao no

    processo educativo (MEC, 2004).

    O estgio como ato educativo escolar supervisionado necessariamente

    dever ter o acompanhamento efetivo do professor orientador da IES, como

    tambm simultaneamente do supervisor de campo da parte concedente do

    estgio, assim uma das obrigaes das IES onde o educando possui matrcula

    e freqncia regular em curso exigir relatrios das atividades

    desempenhadas a ttulo de acompanhamento e comprovao das atividades,

    assim especifica a Legislao Federal Brasileira, Lei 11788 de 25 de setembro

    de 2008 (2008, web)

    O estgio em SES como processo educativo e reflexivo de ensino-

    aprendizagem, alm de envolver a superviso pedaggica, o conhecimento do

    acadmico e o acompanhamento do profissional in loco, consequentemente

    desenvolve um comprometimento com um projeto poltico-pedaggico e de co-

    responsabilidade social na busca da qualidade dos servios prestados aos

    usurios de direitos por isso que o estgio no um fim em sim mesmo, mas

    um processo que se inicia, desenvolve-se e se transforma por toda uma vida

    profissional. Conforme descreve Iamamoto (2008, p. 55) [...] o SES no atua

    apenas sobre a realidade, mas atua na realidade, por isso que devemos ter

    um comprometimento tico, saber unir todos os conhecimentos tericos-

    metodolgicos no que diz respeito ao engajamento tico-poltico, bem como

    tcnico-operativo, para assim proporcionar uma atuao profissional eficiente,

    de qualidade e mais digna para os usurios.

    Assim a principal funo da prtica de estgio supervisionado fazer

    com que o acadmico se confronte com as questes, dilemas e problemticas

    de sua profisso ao mesmo tempo tendo a oportunidade para desenvolver suas

    capacidades de reflexo terico-prtica na concretizao de solues frente as

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    diferentes e inevitveis demandas sociais que surgem no mundo

    contemporneo dentro da lgica do mundo globalizado.

    3 - Estgio Supervisionado em Servio Social: Importncia para a Formao Profissional Contempornea

    Para iniciar nossas consideraes referentes formao profissional

    dos assistentes sociais, principalmente no que tange a questo do estgio

    compreendido como elemento fomentador e necessrio para a formao

    profissional no SES contemporneo, se faz necessrio compreender que a

    mesma s poder ser possvel por meio dos processos de ensino e

    aprendizagem terico-metodolgica e tico-poltico, alm do desenvolvimento

    das habilidades interpessoais e tcnico-operativas sobre aos dilemas,

    problemticas, desafios e demandas emergentes da realidade social

    contempornea, independentemente do mtodo empregado pelas IES

    Brasileiras.

    Observa-se que na atualidade a formao profissional do assistente

    social demanda cada vez mais de qualificao terica e prtica, para que assim

    possa desempenhar com presteza e qualidade sua interveno profissional.

    Neste sentido, Oliveira (2003, p. 43) descreve que [...] a contemporaneidade

    exige cada vez mais profissionais qualificados, dotados de conhecimentos

    especializados e atualizados, flexibilidade intelectual no encaminhamento de

    diferentes situaes e capacidade de anlise para decodificar a realidade

    social. Iamamoto (2008, p. 50) expe que a dcada de 1980 foi muito rica

    para o Servio Social brasileiro no que tange questo da definio de novos

    rumos tcnicos-acadmicos e polticos para o Servio Social e, com a

    aprovao da nova proposta curricular para o Curso de Servio Social em 1999

    pela Associao Brasileira de Ensino e Pesquisa em Servio Social (ABEPSS),

    pode-se observar que o Servio Social mais especificamente nos anos 90

    mostrou visibilidade e importncia na sociedade, pois [...] deu um salto de

    qualidade em sua autoqualificao na sociedade. Essa adquiriu visibilidade

    pblica por meio do Novo Cdigo de tica do Assistente Social, das revises

    da legislao profissional e das profundas alteraes verificadas no ensino

    universitrio na rea [...]. (IAMAMOTO, 2008, p. 51)

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    Pode-se verificar que, no decorrer destas ltimas dcadas, houve a

    construo de um projeto tico-poltico profissional, que desencadeou o Cdigo

    de tica profissional do Assistente Social em 1993, a Lei da Regulamentao

    da Profisso do Servio Social Lei n. 8.662/1993 e as Novas Diretrizes

    Gerais para o Curso de Servio Social As Diretrizes Curriculares da ABEPSS

    de 1999. Iamamoto (2008, p. 50) contribui nesse sentido descrevendo que o

    projeto da formao profissional do assistente social:

    [...] fruto e expresso de um amplo movimento da sociedade civil desde a crise da ditadura. [...] foi no contexto de ascenso dos movimentos sociais, das mobilizaes em torno da elaborao e aprovao da Carta Constitucional de 1988, das presses populares [...] entre outras manifestaes, que a categoria dos assistentes sociais foi sendo questionada pela prtica poltica de diferentes segmentos da sociedade civil.

    Segundo Iamamoto (2008), nos debates atuais, correlacionados

    formao profissional, existe uma relao de continuidade e de ruptura. A

    continuidade: no sentido de manter as conquistas j obtidas ao longo de sua

    histria, preservando-as; a ruptura: em funo das diversas alteraes

    histricas que abrangem, hoje, as necessidades de superao dos impasses

    profissionais vividos e condensados em reclamaes da categoria profissional.

    Sendo assim, quais seriam os maiores impasses profissionais dos assistentes

    sociais no mundo contemporneo e, como superar estes impasses?

    Conforme o pensar de Iamamoto (2008), um dos maiores impasses diz

    respeito ao TRABALHO INTELECTUAL versus a PRXIS PROFISSIONAL.

    Percebe-se o distanciamento entre o trabalho intelectual de cunho terico-

    metodolgico e o exerccio da prtica profissional cotidiana, ou seja, existem

    uma defasagem entre as bases fundamentais da teoria e o trabalho de campo.

    Outra discusso gira em torno da TEORIA versus PRTICA. Tambm se

    constata a falta de construo de estratgias tcnico-operativas para o

    exerccio da profisso, ou seja, percebe-se a dificuldade em preencher o

    campo das mediaes entre a base terica j acumulada e a operatividade do

    trabalho profissional. No entanto existem alternativas de superao destes

    impasses profissionais, que segundo a viso de Iamamoto (2008) podem ser

    especificadas da seguinte forma:

    1) CONSTRUO TERICA-METODOLGICA RIGOROSA:

    possvel desenvolver um trato terico metodolgico mais rigoroso e profundo,

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    discutindo os fundamentos e concepes da atuao profissional do assistente

    social desde a sua fundamentao histrica at a atualidade;

    2) A REALIDADE COTIDIANA: fundamental que exista uma

    construo terica-metodolgica aliada e atenta no acompanhamento histrico

    da dinmica da sociedade em sua realidade concreta. Em outras palavras, o

    SES deve se aproximar e identificar as vrias expresses da questo social,

    captando assim a sua gnese e manifestaes no dia-a-dia da sociedade.

    Resumindo esta anlise e discusso, pode-se verificar, no organograma a

    seguir, a base estruturante do ensino em Servio Social:

    Figura 1 ORGANOGRAMA DA BASE ESTRUTURANTE DO ENSINO EM SERVIO SOCIAL Fonte: (PIERITZ; TAVARES, 2010, p. 107).

    Esta base estruturante do ensino em SES demostrou um

    redimensionamento histrico da prtica profissional do assistente social, ou

    seja, [...] o SES brasileiro redimensionou-se e renovou-se. Partindo desta

    afirmao, entende-se que desvendar a profisso tambm elucidar a herana

    cultural a partir da qual se constri o discurso profissional sobre o exerccio e a

    formao do assistente social, assim especificam Mendes, Nogueira e Couto

    (2004, p.72).

    3.1 - O Estgio em Servio Social a Distncia

    necessrio refletir, analisar e discutir sobre o estgio em SES a

    Distncia na contemporaneidade considerando que a educao no Brasil est

    pautada sob novos conceitos e necessidades e, principalmente norteada de

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    novas demandas sociais, assim consequentemente diversas pessoas, grupos e

    comunidades procuram capacitar-se para assim inserir-se no mundo do

    trabalho na busca da melhoria da qualidade de vida em todos os mbitos seja

    pessoal, profissional, scio-cultural, poltico, econmico.

    Pode-se observar, pois isto realmente um fato, que a EAD

    proporciona a incluso social, pois vem ao encontro da necessidade de jovens

    e adultos na realizao profissional, alm de proporcionar aos mesmos

    competncia para o desenvolvimento de sua prxis, este mtodo de ensino

    proporciona uma aprendizagem inovadora e diferenciada do tradicional, que

    exige tanto do corpo docente como discente o desenvolvimento de novas

    competncias e habilidades de interao scio-educacional, para construir,

    assimilar e compreender os contedos necessrios e fundamentais para a

    qualificao profissional e melhoria da qualidade de vida da populao usuria

    de direitos. Essas novas competncias e habilidades de interao scio-

    educacional acontecem por intermdio de encontros semi-presenciais onde

    materiais interativos e didticos so trabalhados pelo professor tutor,

    profissional habilitado com formao superior e SES e com registro no

    Conselho Regional da Categoria Profissional (CRESS) da regio de atuao,

    seminrios e estudos individuais e grupais mostram-se tanto como possveis

    quanto necessrios, encontros presenciais de ensino-aprendizagem e de

    superviso pedaggica de estgio. Assim essas aes pedaggicas fazem

    parte da busca constante da qualidade de ensino e da excelncia da EAD em

    SES.

    E sob este contexto norteia-se a problemtica da definio do conceito

    real do que vem a ser o estgio curricular, alm de pontuarmos suas diferenas

    metodolgicas e conceituais, e correlacionar a importncia da superviso de

    estgio em SES. Como sabemos, vive-se num mundo de constantes

    transformaes sociais, culturais, polticas, econmicas, ecolgicas/ambientais,

    geogrficas/demogrficas/espaciais/territoriais, dentre outras. Sendo que estas

    condies e fatores influenciam diretamente na prtica profissional do

    assistente social, desencadeando diversos desafios no cotidiano profissional.

    Por isso que o estgio possui um imenso universo de reas de concentrao e

    atuao e poder ser realizado em organizaes/instituies pblicas,

    privadas, do terceiro setor, em projetos e em programas de extenso

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    comunitria, em comunidades, associaes e fundaes, observadas as

    determinaes dos campos de estgio e o que prediz o pargrafo nico do Art.

    2 da Resoluo CFESS (CONSELHO FEDERAL DE SERVIO SOCIAL) n

    533, de 29 de setembro de 2008, que regulamenta a superviso direta de

    estgio no SES. Os acadmicos do curso de SES da IES em estudo podero

    estagiar nos espaos scio-ocupacionais, desde que estes espaos possuam

    em seu quadro de colaboradores um assistente social, e que o mesmo esteja

    em pleno gozo de seus direitos profissionais e tenha seu registro profissional

    (DIRETRIZES E REGULAMENTO DE ESTGIO E TRABALHO DE

    GRADUAO CURSO DE BACHARELADO EM SERVIO SOCIAL -

    UNIASSELVI, 2011).

    Segundo o MEC (MEC, 2004) o estgio supervisionado possui uma

    dimenso scio-educativa muito maior do que se imagina, no apenas uma

    simples aprendizagem ou treinamento profissional, mas engloba diversas faces

    e oportunidades. O estgio no pode ser considerado apenas como uma

    oportunidade de treinamento em servio, no sentido tradicional do termo, uma

    vez que representa, essencialmente, uma oportunidade de integrao com o

    mundo do trabalho, no exerccio da troca de experincias, na participao de

    trabalhos em equipe, no convvio scio-profissional, no desenvolvimento de

    habilidades e atitudes, na constituio de novos conhecimentos, no

    desenvolvimento de valores inerentes cultura do trabalho, bem como na

    responsabilidade e capacidade de tomar decises profissionais, com

    crescentes graus de autonomia intelectual, portanto as dimenses do social, do

    profissional e do cultural tambm constituem a essncia do conceito de estgio

    supervisionado.

    Acredita-se realmente no estgio em SES como um processo

    educativo e reflexivo de ensino-aprendizagem, que envolve a superviso

    pedaggica, o conhecimento do acadmico e o acompanhamento do

    profissional in loco e que consequentemente desenvolve em todos os

    envolvidos um comprometimento com um projeto poltico-pedaggico e de co-

    responsabilidade social na busca da qualidade dos servios prestados aos

    usurios de direitos. Percebe-se que o estgio por si s no um fim em sim

    mesmo, mas um processo de comprometimento e de vontade que se inicia,

    desenvolve-se e se transforma por toda uma vida profissional, assim a principal

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    funo da prtica de estgio fazer com que o sujeito-educando se confronte

    com as questes e dilemas de sua profisso no dia-a-dia, oportunizando-o

    desta forma o desenvolvimento de capacidades diversas de reflexo terico-

    prtica na concretizao de solues frente as diferentes e inevitveis

    demandas sociais no Brasil.

    A UNIASSELVI compreende que seus cursos de graduao EAD,

    inclusive o de SES, devem proporcionar aos seus educandos a possibilidade

    de no s conhecer os contedos de cada disciplina, mas tambm reconhecer

    a interao que deve e pode existir entre as disciplinas e a realidade social e

    isso acontece tambm e, essencialmente por intermdio do estgio. Essa

    relao necessria de entrelaamento entre teoria e prtica estabelece um

    movimento entre o saber e o fazer que um eixo articulador da dinmica da

    aprendizagem entre contedo e forma numa relao dialtica. Neste contexto,

    o Estgio e o Trabalho de Graduao (TG) tornam-se necessrios e

    importantes, pois como instrumentos de vinculao da teoria prtica

    contribuem essencialmente para a capacitao e qualificao do futuro

    profissional em SES, que ser denominado como Assistente Social.

    3.2 A Metodologia do Estgio Curricular Obrigatrio do Curso de

    Bacharelado em Servio Social da Uniasselvi

    As evidncias discutidas acima demonstram que o estgio curricular

    obrigatrio pode ser compreendido como um processo pedaggico constante e

    contnuo. Dessa forma as Metodologias de estgio devem ser pensadas e

    repensadas, planejadas e revistas, avaliadas e aprimoradas constantemente e

    se adequando as necessidades do processo de ensino-aprendizagem como

    tambm da realidade social que carece de significados e intervenes

    audaciosas. Ademais, pode-se observar que os estgios curriculares das IES

    de todo Brasil esto desenvolvendo metodologias diferenciadas, respeitando as

    subjetividades, princpios e potencialidades de cada instituio e regio.

    Por conta disso, tratando a questo de uma forma micro, pode-se

    expor que este processo pedaggico parte da experincia profissional dos

    gestores e de uma aprendizagem cooperativa da equipe de SES de cada IES.

    Assim, desenvolveram-se as Diretrizes e Regulamento de Estgio e Trabalho

  • 11

    de Graduao Curso de Bacharelado em Servio Social da UNIASSELVI, sob

    uma perspectiva processual e temporal, ou seja, que o acadmico possa

    desenvolver suas atividades num determinado perodo mnimo necessrio e

    que este seja efetuado processualmente no decorrer do curso. Outro fator

    preponderante que o estgio em Servio Social da UNIASSELVI est

    pautado na Proposta Nacional de Estgio (PNE) da Associao Brasileira de

    Ensino e Pesquisa em Servio Social (ABEPSS) e na Resoluo 533 do

    Conselho Federal de Servio Social (CFESS), assim se procurou desenvolver

    uma diretriz de estgio que envolva diretamente os acadmicos com seu

    professor orientador pedaggico e seu supervisor de campo, ambos

    Assistentes Sociais.

    A partir de princpios gerais e norteadores do CFESS, desenvolveu-se

    vrios instrumentos de construo e interatividade entre esta trade

    acadmico, professor supervisor pedaggico e supervisor de campo tais

    como: o Levantamento da Instituio e das Demandas Sociais que

    contrudo a partir de todo trabalho de observo do campo; o Plano de

    Estgio que diz respeito ao pr-projeto de interveno social; o Projeto de

    Interveno Social que especifica o que o estagirio ir de fato fazer frente a

    demanda identificada; o Dirio de Campo que consta o registro dirio de todo

    o processo de vivncia de estgio que subsidiar os Relatrios Parciais e

    Relatrio Final do estgio. E por fim, todo este processo de estgio em SES da

    UNIASSELVI foi desenvolvido no sentido de qualificar o processo de ensino-

    aprendizagem do academico, principalmente no que tange sua compreenso

    da realidade profissional do assistente social e seus papis desenvolvidos na

    sociedade contemporanea.

    4 - Consideraes Finais

    O presente estudo objetivou apresentar as principais caractersticas e

    concepes referente ao estgio curricular obrigatrio do Curso de Servio

    Social da UNIASSELVI. Sendo que estas evidncias discutidas demonstram

    que todo e qualquer processo de estgio curricular obrigatrio pode ser

    compreendido como um processo pedaggico contnuo, independentemente da

    metodologia e das concepes ideolgicas e polticas de classes, dessa forma

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    as metodologias de estgio devem ser pensadas, planejadas e avaliadas

    constantemente, sempre na busca da melhoria constante da qualidade dos

    processos de ensino-aprendizagem, quebrando assim os paradigmas

    concebidos pela categoria profissional e o mercado.

    Por meio deste estudo, anlise, reflexo e discusso observar-se que

    os estgios curriculares das IES - Modalidade EAD de todo Brasil esto

    desenvolvendo metodologias diferenciadas, respeitando e acolhendo todos os

    princpios legais da profisso, do MEC, dos conselhos da categoria profissional

    a nvel federal e regional, das associaes brasileiras respectivas inerentes ao

    SES, bem como no deixando de analisar a subjetividades dos acadmicos e

    dos professores tutores de cada regio do Brasil.

    Assim pode-se observar que todo e qualquer processo ou metodologia

    de estgio deve acontecer constantemente, dentro de uma seqncia

    metodolgica, para que assim se possa demonstrar o potencial da profisso do

    Assistente Social, que por vezes no reconhecida e valorizada pela prpria

    falta de qualificao e aprimoramento dos profissionais que atuam nas

    diferentes realidades sociais. Acredita-se que em qualquer lugar e espao

    pode-se proporcionar a transformao de vidas que carecem de significados,

    porm necessrio a qualificao profissional e o comprometimento scio-

    poltico e tico de cada Assistente Social.

    Referncias

    CONSELHO FEDERAL DE SERVIO SOCIAL. Disponvel em; . Acesso em: 18 mar. 2011. CONSELHO NACIONAL DE ASSISTNCIA SOCIAL. Resoluo n 177 de 10/08/2000. Disponvel em:< http://www.mds.gov.br/cnas/legislacao/resolucoes/legislacao/resolucoes/2000>. Acesso em; 25 fev. 2010. DIRETRIZES E REGULAMENTO DE ESTGIO E TRABALHO DE GRADUAO CURSO DE BACHARELADO EM SERVIO SOCIAL UNIASSELVI. Indaial, 2008. IAMAMOTO, Marilda Villela. O servio social na contemporaneidade: trabalho e formao profissional. 15. ed. So Paulo: Cortez, 2008. LEI DO ESTGIO N.11.788 de 25 de setembro de 2008. Disponvel em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm>. Acesso em: 18 mar. 2011. LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAO NACIONAL. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponvel em:

  • 13

    ence=1>. Acesso em: 25 fev. 2011. MINISTRIO DA EDUCAO E DA CULTURA MEC. Disponvel em: < http://www.mec.gov.br/>. Acesso em: 18 mar. 2011. MENDES, Jussara Maria Rosa; NOGUEIRA, Vera; COUTO, Berenice Rojas. Formao do assistente social no Brasil e a consolidao do projeto tico-poltico. ABEPSS. In: Revista Servio Social & Sociedade, ano XXIV, n. 79 , p. 72-81. So Paulo: Cortez, setembro de 2004. OLIVEIRA, C. A. H. S. A centralidade do estgio supervisionado na formao profissional em servio social. Franca: UNESP/FHDSS, 2003. PIERITZ, Vera Lcia Hoffmann; TAVARES, Fabio Roberto. Trabalho e contemporaneidade. Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2010.